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Pigmentação exógena em pododáctilos simulando isquemia de extremidades: um desafio diagnóstico provocado por artrópodos da classe Diplopoda ("piolhos-de-cobra").

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Academic year: 2017

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An Bras Dermatol. 2010;85(3):391-2.

Pigmentação exógena em pododáctilos simulando isquemia

de extremidades: um desafio diagnóstico provocado por

artrópodos da classe Diplopoda (“piolhos-de-cobra”)

*

Exogenous pigmentation in toes feigning ischemia of the extremities: a diagnostic

challenge brought by arthropods of the Diplopoda Class (“millipedes”)

Carlos Alberto Jatobá Lima 1

João Luiz Costa Cardoso 2

Antônio Magela 3

Francisco G. M. de Oliveira 4

Sinésio Talhari 5

Vidal Haddad Junior 6

Resumo:Um paciente de 24 anos relatou ter pisado em um "piolho de cobra". Ao ser examinado, este apre-sentava máculas eritêmato-cianóticas, nos três primeiros pododáctilos do pé direito, com queixas de dor local e parestesias, com fluxos arteriais palpáveis. Os diplopodas são artrópodos cilíndricos segmentados que assumem posição enrodilhada - quando ameaçados - liberam quinonas e outros agentes irritativos e pigmentantes. A coloração de aspecto cianótico lembra sofrimento tissular isquêmico, o que pode con-fundir profissionais em atendimentos de Emergência, quando a história não apresenta clareza e coerência. Palavras-chave: Animais venenosos; Artrópodes; Brasil; Dermatologia

Abstract:A 24 year-old patient reported having stepped on a millipede. When examined the patient pre-sented cyanotic and erythematous macules on the first three toes of his right foot, and also complained of local pain and paresthesia, with palpable arterial flows. Millipedes are cylindrical segmented arthro-pods that when threatened form into curls and release quinones and other irritant and pigmentary sub-stances. The cyanotic color reminds ischaemic tissular distress fact that may confuse professionals in Emergency Rooms when the clinical report is unclear.

Keywords: Arthropods; Brazil; Dermatology; Poisonous animals

Aprovado pelo Conselho Editorial e aceito para publicação em 06.02.2010 . * Trabalho realizado na Fundação de Medicina Tropical do Amazonas - Manaus (AM), Brasil.

Conflito de interesse: Nenhum / Conflict of interest: None Suporte financeiro: Nenhum / Financial funding: None

1

Médico Veterinário da Gerência de Animais Peçonhentos, Fundação de Medicina Tropical do Amazonas - Manaus (AM), Brasil

2

Médico da Gerência de Animais Peçonhentos, Fundação de Medicina Tropical do Amazonas - Manaus (AM), Brasil

3

Médico da Gerência de Animais Peçonhentos, Fundação de Medicina Tropical do Amazonas - Manaus (AM), Brasil

4

Médico da Gerência de Animais Peçonhentos, Fundação de Medicina Tropical do Amazonas - Manaus (AM), Brasil

5

Médico dermatologista, Diretor Presidente, Fundação de Medicina Tropical do Amazonas - Manaus (AM), Brasil 6

Médico dermatologista, Professor Assistente da Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista - São Paulo (SP), Brasil

©2010 by Anais Brasileiros de Dermatologia

391

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An Bras Dermatol. 2010;85(3):391-2.

392 Lima CAJ, Cardoso JLC, Magela A,Oliveira FGM, Talhari S, Haddad Jr V

REFERÊNCIAS

1. Haddad Jr V, Cardoso JLC, Rotta O, Eterovic A. Acidentes provocados por Millipede com manifestações dermatológicas: relato de dois casos. An Bras Dermatol. 2000;75: 471-4.

2. Cardoso JLC, França FOS, Hui FH, Malaque CMS, Haddad Jr V. Animais peçonhentos no Brasil: biologia, clínica e terapêutica dos acidentes. São Paulo: Editora Sarvier; 2003. p. 258-64.

ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA/ MAILING ADDRESS:

Vidal Haddad Junior Caixa Postal 557

18618 000 - Botucatu, SP - Brasil Tel./fax: 14 3882 4922

e-mail: haddadjr@fmb.unesp.br

Como citar este artigo/How to cite this article: Lima CAJ, Cardoso JLC, Magela A, Oliveira FGM, Talhari S, Haddad Jr V. Pigmentação exógena em pododáctilos simulando isquemia de extremidades: um desafio diagnóstico provo-cado por artrópodos da classe Diplopoda (“piolhos-de-cobra”). An Bras Dermatol. 2010;85(3):391-2.

Um paciente de 24 anos, sexo masculino, foi atendido na manhã de 06 de agosto de 2009 contando ter pisado em um "piolho de cobra". Era possível se observar máculas eritêmato-cianóticas, nos três primeiros pododáctilos do pé direito, com queixas de dor local e parestesias (Figura 1). O paciente possuía fluxos arteriais palpáveis e ausência de necrose cutânea. A conduta adotada foi analgesia e observação. O quadro, em dias, perdeu as características inflamatórias, mas a pigmentação hipercrômica (atualmente, de coloração marrom) persistia até dezembro de 2009.

Os “piolhos-de-cobra” “gongolôs” ou “embuás” são artrópodos cilíndricos segmentados da Classe Diplopoda, que assumem posição enrodilhada - quando ameaçados -, e liberam quinonas e outros agentes irritativos e pigmentantes para a sua defesa (Figuras 2 e 3). 1,2

A coloração de aspecto cianótico lembra sofrimento tissular isquêmico, o que pode confundir profissionais em

atendimentos de Emergência, quando a história não apresenta clareza e coerência. A pigmentação persiste por meses.1,2

FIGURA1:Pigmentação e inflamação em pododáctilos do pé

direito do paciente, simulando cianose isquêmica

FIGURA2:“Piolho-de-cobra”. Este artropodo apresenta toxinas

liber-adas quando ao animal se sente ameaçado ou quando é esmagado

FIGURA3:Posição de defesa de um Diplopoda (enrodilhamento)

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Referências

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