R e v i s t a d a S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e M e d i c i n a T r o p i c a l 2 5 ( 2 ) : 1 0 1 - 1 0 8 , a b r - j u n , 1 9 9 2
EVOLUÇÃO DA CARDIOPATIA CHAGÁSICA CRÔNICA
I - INFLUÊN CIA DA PARASITEM IA
J o s é B o r g e s P e r e ir a , H en r y P e r cy F a r a c o W ilc o x e J o s é R o d r ig u e s C o u ra
N o p e r í o d o d e 8 a n o s ( 1 9 8 2 - 1 9 9 0 ) f o i a v a l i a d a a e v o lu ç ã o d a c a r d i o p a t i a c h a g á s i c a c r ô n i c a ( C C C ) ,p e l o e s t u d o e le tr o c a r d io g r á f ic o d e r e p o u s o , e d a p a r a s i t e m i a p e l o x e n o d i a g n ó s t i c o e m 2 7 9 p a c i e n t e s , 8 5 h o m e n s e 1 9 4 m u lh e r e s , c o m i d a d e s d e 7 a 7 6 a n o s ( m é d ia = 4 2 , 6 a n o s ) , t o d o s d o m u n i c íp i o s d e V ir g e m d a L a p a , E s ta d o d e M i n a s G e r a is , B r a s il. D e a c o r d o c o m o s r e s u l t a d o s d o s e l e t r o c a r d i o g r a m a s c la s s if ic a m o s a e v o lu ç ã o d a C C C e m i n a l t e r a d a ( E l) -q u a n d o n ã o h a v i a m u d a n ç a n o p a d r ã o i n i c ia l d o t r a ç a d o , p r o g r e s s i v a (E P ) - -q u a n d o h a v i a m u d a n ç a d e n o r m a l p a r a a l t e r a d o o u p e l o a g r a v a m e n to d a s a l t e r a ç õ e s € r e g r e s s i v a (E R ) -q u a n d o h a v i a n o r m a l i z a ç ã o o u r e d u ç ã o d a g r a v i d a d e d a s a l t e r a ç õ e s . D e a c o r d o c o m o s r e s u l t a d o s d o s x e n o d i a g n ó s t i c o s (m ín im o d e 3 e m á x im o d e 8 p o r p a c i e n t e ) , 1 2 0 p a c i e n t e s f o r a m c o n s i d e r a d o s c o m p a r a s i t e m i a p o s i t i v a - u m o u m a i s e x a m e s p o s i t i v o s e 1 5 9 c o m p a r a s i t e m i a n e g a t i v a - t o d o s o s e x a m e s n e g a ti v o s . O s r e s u lta d o s m o s tr a r a m : a ) E I e m 1 7 2 ( 6 1 ,6 % ) p a c i e n t e s , E P e m 9 9 ( 3 5 ,5 % ) e E R e m 8 ( 2 ,9 % ) , s e m d i f e r e n ç a s i g n if i c a ti v a e n tr e o t i p o d e e v o l u ç ã o e o ti p o d e p a r a s i t e m i a ; b ) a E P f o i c r e s c e n t e c o m a i d a d e ta n to n o g r u p o c o m p a r a s i t e m i a p o s i t i v a c o m o n o g r u p o c o m p a r a s i t e m i a n e g a ti v a e s i g n if i c a ti v a m e n t e m a i o r n o s h o m e n s e m r e l a ç ã o á s m u l h e r e s , in d e p e n d e n te m e n te d o t i p o d e p a r a s i t e m i a . C o m e s t e s a c h a d o s p o d e m o s a f i r m a r q u e o a p a r e c i m e n t o o u a p r o g r e s s ã o d a C C C n ã o s e m o s t r a r a m a s s o c i a d a s a o ti p o d e p a r a s i t e m i a , m a s s i m a o s e x o m a s c u li n o e a o a u m e n to d a id a d e d o s p a c i e n t e s , s u g e r i n d o q u e a p a r a s i t e m i a n ã o e s t á r e l a c io n a d a c o m o a g r a v a m e n to d a c a r d i o p a t i a c h a g á s i c a c r ô n i c a .
P a l a v r a s - c h a v e s : D o e n ç a d e C h a g a s . C a r d i o p a t i a c h a g á s i c a c r ô n i c a . E s t u d o l o n g itu d in a l. P a r a s i te m ia . X e n o d ia g n ó s t ic o .
Os estudos longitudinais sobre a doença
de Chagas crônica (D C C ), desenvolvidos
principalmente em áreas encémicas do Brasil como
Bambuí-MG9, São Felipe-BA13, Virgem da Lapa-
MG20, Pains e Iguatama-MG8, Sul do Rio Grande
do SuI-RS2, Castro Alves-BA15 e Sertão do Estado
da Paraíba-PB w, ou em áreas da Venezuela como
Carabobo16, Belén e Eneal22, têm mostrado o
caráter progressivo da CCC em importante
parcela dos pacientes, enquanto outros permanecem
com suas formas clínicas inalteradas por anos,
décadas ou mesmo por toda a vida. E até o
momento não há explicações consistentes que
justifiquem essa diferença de comportamento,
embora algumas hipóteses procurem associá-la a
diferentes fatores ligados à amostra infectante do
T. c r u z i,
às condições sócio-econômicas do paciente
Instituto O sw a ld o C ru z/F IO C R U Z , R io de Janeiro, RJ, Brasil E n d e re ç o p a r a correspondência-, D r. J o sé B orges Pereira. D e p to . d e M ed icin a T ro p ica l/F IO C R U Z . CP: 9 2 6 2 0 0 0 1 -9 7 0 R io d e Janeiro, RJ.
R e c eb id o para p u b lica çã o em 1 9 /0 9 /9 1 .
ou a sua resposta imune na interação com este
parasito.
No elenco de fatores ligados ao
T. c r u z i e
ao
hospedeiro destacamos a parasitemia que, na fase
crônica da infecção, pode ser detectada em até 50%
dos pacientes através de xenodiagnósticos6 21,
permitindo, com isto, a realização de estudos
comparativos entre grupos com parasitemia positiva
e negativa. Foi com base nestas observações que
propusemos a presente investigação, tendo como
objetivo principal a tentativa de identificação de uma
possível associação entre a progressão da CCC e
a presença ou não de parasitos circulantes
(parasitemia).
MATERIAL E MÉTODOS
P a cien te s.
Em janeiro de
1 9 8 2
foi composta
uma amostra aleatória simples de
3 4 3
pacientes
chagásicos crônicos,
137
homens e
2 0 6
mulheres,
P e r e i r a J B , W i ll c o x H P F , C o u r a J R . E v o l u ç ã o d a c a r d i o p a t i a c h a g á s i c a c r ô n i c a . 1 - I n f lu ê n c ia d a p a r a s i t e m i a . R e v i s t a d a S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e M e d i c i n a T r o p i c a l 2 5 : 1 0 1 - 1 0 8 , a b r - ju n , 1 9 9 2 .
F ig u r a 1 - B r a s i l , E s t a d o d e M i n a s G e r a i s - L o c a l i z a ç ã o d a á r e a e s t u d a d a ( V ir g e m d a L a p a ) .
correspondente a 25% da população chagásica
estudada no município de Virgem da Lapa, Vale do
Jequitinhonha, Estado de Minas Gerais, Brasil
(Figura 1). Oito anos depois (janeiro de 1990)
restavam na área 279 pacientes, 85 homens e 194
mulheres que integram este trabalho. Dos demais
64 pacientes (52 homens e 12 mulheres), 42
migraram e 22 morreram neste intervalo de tempo.
Todos os pacientes, em etapa anterior, haviam sido
caracterizados como chagásicos crônicos através da
soropositividade para IgG anti
T. c ru z i
pelos testes
de imunofluorecência indireta (IFI), hemaglutinação
efixação do complemento, além da soronegatividade
para IgM contra o mesmo parasito pelo teste de IFI.
Parasitem ia. Foi definida a partir dos resultados
dos xenodiagnósticos aplicados, mfnimn de 3 e
máximo de 8 por paciente, durante o tempo do
estudo. Consideramos parasitemia positiva (Pp) o
resultado de um ou mais exames positivos e
parasitemia negativa (Pn) quando todos os exames
eram negativos. Com estes critérios, 120 pacientes
foram classificados como portadores de Pp e 159 de
Pn, distribuídos por faixa etária e sexo na Tabela 1.
Cada xenodiagnóstico aplicado continha 40 n i n f a s
T a b e la 1 - D i s t r i b u i ç ã o d o s p a c i e n t e s c h a g á s i c o s c r ô n i c o s e s t u d a d o s .
Faixa
etária
Homens
Mulheres
Total
Pp
Pn
Pp
Pn
Pp
Pn
07-19
8
8
14
12
22
20
20-39
9
14
34
44
43
58
40-59
17
21
24
46
41
67
^ •6 0
4
4
10
10
14
14
Total
38
47
82
112
120
159
P e r e i r a J B , W illc o x H P F , C o u r a J R . E v o lu ç ã o d a c a r d i o p a t i a c h a g á s i c a c r ô n i c a . I - In f lu ê n c ia d a p a r a s i t e m i a . R e v i s t a d a S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e M e d i c i n a T r o p i c a l 2 5 : 1 0 1 - 1 0 8 , a b r - ju n , 1 9 9 2 .
de 3 o e/ou 4 o estádios de
T r ia to m a in fe s ta n s
e/ou
de
P a n s t r o g y l u s m e g i s tu s ,
para um repasto de 30
minutos. A leitura do xenodiagnóstico foi feita pelo
exame de cada ninfa 45 dias depois do repasto,
através da observação microscópica das fezes obtidas
por compressão abdominal ou de todo o tubo
digestivo triturado em PBS 7.2, nos casos de fezes
negativas.
Evolução da cardiopatia. Foi avaliada pelo
estudo eletrocardiográfico. De cada paciente foi
obtido o m ínimo de dois ECG em repouso,
respectivamente de janeiro de 1982 e de 1990. A
obtenção e a leitura dos traçados foram feitas pelas
mesmas pessoas. Em cada ECG foi obtido o registro
das doze derivações clássicas com o mínimo de 3
complexos por derivação e D2 longo nos casos de
arritmias. A interpretação foi feita de acordo com as
recomendações da New York Heart Association
(NYHA). Os resultados dos dois exames, no
intervalo de 8 anos, nos permitiram classificar a
evolução da CCC em: inalterada (EI), quando não
havia mudança no padrão inicial do ECG; progressiva
(EP), quando havia mudança de normal para anormal
ou pelo agravamento das alterações e regressiva
(ER), quando havia normalização do traçado ou
redução da gravidade das alterações.
Hipótese e análise dos dados. Admitimos
como hipótese de trabalho que a frequência da
evolução progressiva da CCC seria maior no grupo
de pacientes com parasitemia positiva. Para testá-la
empregamos o qui-quadrado (X2) considerando
nível de significância para p = 0 ,0 5 .
RESULTADOS
De acordo com o expresso na Tabela 2, as
frequências de EI, EP e ER não mostraram diferença
significativa (p > 0,05) ao compararmos os grupos
Pp e Pn.
No global, 35,5% dos pacientes
apresentaram EP, nos permitindo estimar a média
anual efetiva (não linear) de progressão da CCC em
3,8%.
Em ambos os grupos Pp e Pn, a EP da CCC
aumentou com a idade dos pacientes (Figura 2),
ressaltando-se que, na faixa de 40 a 59 anos, a
frequência de EP foi significativamente maior no
grupo Pp em relação ao grupo Pn.
A fre q u ê n c ia de E P da CC C foi
significativamente maior nos homens emcomparação
com as mulheres, independentemente do tipo de
parasitemia (Tabela 3).
Não houve diferença significativa entre o
número de casos novos de CCC nos grupos Pp
(19:65 = 29,3%) e Pn (28:86 = 32,6% ), do
mesmo modo que o observado para os casos antigos
que apresentaram agravamento (25:55 = 45,4% no
grupo Pp e 27:73 = 37,0% no grupo Pn).
Na Tabela 4 estão assinaladas as frequências
das alterações eletrocardiográficas que surgiram e
que regrediram . D estacam -se, com m aiores
incidências, as alterações primárias da repolarização
ventricular e as extra-sístoles ventriculares em ambos
os grupos Pp e Pn, além da exclusiva incidência de
BAV no grupo Pn.
T a b e la 2 - E v o l u ç ã o d a c a r d i o p a t i a c h a g á s i c a c r ô n i c a d e a c o r d o c o m a p a r a s i t e m i a .
Parasitemia
Pacientes
EI
EP
ER
examinados
n°
%
n°
%
n°
%
Positiva
120
74
61,7
44
36,7
2
1,7
Negativa
159
98
61,6
55
34,6
6
3,8
Total
279
172
61,6
99
35,5
8
2,9
P e r e i r a J B , W i ll c o x H P F , C o u r a J R . E v o lu ç ã o d a c a r d i o p a t i a c h a g á s i c a c r ô n i c a . 1 - I n f lu ê n c ia d a p a r a s i t e m i a . R e v i s t a d a S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e M e d i c i n a T r o p i c a l 2 5 : 1 0 1 - 1 0 8 , a b r - ju n , 1 9 9 2 .
DISCUSSÃO
autores3
5
12 24 que assinalam a presença de “nichos
parasitários”no miocárdio de chagásicos crônicos,
A nossa hipótese de que a progressão da CCC
embora em menor quantidade do que na fase aguda,
seria maior no grupo de pacientes com parasitemia
Estes achados nos permitiramadmitirapossibilidade
positiva fundamentou-se nas observações de diversos
de multiplicação dos parasitos, gerando com isto a
T a b e l a 3 - E v o l u ç ã o p r o g r e s s i v a (E P ) d a c a r d i o p a t i a c h a g á s i c a c r ô n i c a d e a c o r d o c o m a p a r a s i t e m i a e o s e x o .
P e r e i r a J B , W i ll c o x H P F , C o u r a J R . E v o lu ç ã o d a c a r d i o p a t i a c h a g á s i c a c r ô n i c a . I - I n f l u ê n c i a d a p a r a s i t e m i a . R e v i s t a d a S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e M e d i c i n a T r o p ic a l 2 5 : 1 0 1 - 1 0 8 , a b r - ju n , 1 9 9 2 .
T a b e la 4 - A l t e r a ç õ e s e l e t r o c a r d i o g r á f i c a s q u e in c id ir a m e q u e r e g r e d i r a m d e a c o r d o c o m a p a r a s i t e m i a .
A lte r a ç õ e s q u e in c id ir a m
Pp
Pn
Total
Alteração primária da repolarização ventricular
14
19
33
Extra-sístoles ventriculares (*)
12
11
23
Hemibloqueio ventricular esquerdo
7
5
12
Sobrecarga ventricular esquerda
2
10
12
Bloqueio AV I, II e III
0
9
9
Bloqueio completo do ramo direito - BRD III
3
5
8
Bradicardia sinusal
6
2
8
Sobrecarga auricular esquerda
4
3
7
Bloqueio incompleto do ramo direito - BRD I
2
2
4
Fibrilação auricular
1
0
1
Zona eletricamente inativa
0
1
1
Baixa voltagem do QRS
1
0
1
Bloqueio incompleto do ramo esquerdo - BRE I
1
0
1
A lter a ç õ e s q u e r e g r e d ir a m
Extra-sístoles ventriculares
1
5
6
Bloqueio AV I
1
1
2
Bradicardia sinusal
0
1
1
Extra-sístoles supraventricular
0
1
1
Pp = parasitemia positiva; P n= parasitemia negativa
(*) incluem as polimórficas, bigeminadas e em salvas
ruptura de células e a liberação de
T. c ru zi
para a
circu lação
sanguínea,
expressando-se,
respectivamente, pelo aumento de lesão do miocárdio
e pela parasitemia que podem ser detectados através
do exame eletrocardiográfico e do xenodiagnóstico.
No entanto, os resultados obtidos indicaram
independência entre a progressão da CCC e o tipo de
parasitemia, conduzindo à rejeição desta hipótese, à
semelhança das observações feitas por Castro6 em
pacientes crônicos de Mambaí-GO, nos quais, em
estudo seccional (único dessa natureza encontrado na
literatura, até o momento), não foi observada
influência da parasitemia no quadro clínico da DCC.
Considerando os lim ites da m etodologia
empregada neste estudo, os resultados nos permitem
levantar questão sobre que papel desempenha o
T.
c r u z i
circu lan te na evolução da D C C . Se
P e r e i r a J B , W i ll c o x H P F , C o u r a J R . E v o lu ç ã o d a c a r d i o p a t i a c h a g á s i c a c r ô n i c a . I - I n f lu ê n c ia d a p a r a s i t e m i a . R e v i s t a d a S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e M e d i c in a T r o p i c a l 2 5 : 1 0 1 - 1 0 8 , a b r - ju n , 1 9 9 2 .
q u e e l e s o b t e n h a m r e a i s b e n e f í c i o s a o s e r e m
s u b m e t i d o s a e s t e s t i p o s d e t r a t a m e n t o . D e n t r o
d e s t a a b o r d a g e m s o b r e q u e v a n t a g e m o b t é m o
p a c i e n t e c h a g á s i c o c r ô n i c o a o s e r s u b m e t i d o a o
t r a t a m e n t o e s p e c í f i c o , M a c e d o e S i l v e i r a 14 n ã o
o b s e r v a r a m d i f e r e n ç a s i g n i f i c a t i v a e n t r e a s
f r e q u ê n c i a s d e p r o g r e s s ã o d a D C C ( f o r m a
i n d e t e r m i n a d a ) n o s g r u p o s d e p a c i e n t e s t r a t a d o s e
n ã o - t r a t a d o s , n o p e r í o d o d e 7 a n o s . E s t e e s t u d o n o s
c o l o c a d i a n t e d a n e c e s s i d a d e d e p u b l i c a ç õ e s q u e
c o n s i d e r e m a s i n v e s t i g a ç õ e s l o n g i t u d i n a i s s o b r e a
i n f e c ç ã o c h a g á s i c a c r ô n i c a e m g r u p o d e p a c i e n t e s
c u r a d o s e m c o m p a r a ç ã o c o m g r u p o d e p a c i e n t e s
n ã o - t r a t a d o s . T a i s i n f o r m a ç õ e s p o d e r ã o d e f i n i r a
i m p o r t â n c i a d a p r e s e n ç a d o T. c r u z i e s e u s p r o d u t o s a n t i g ê n i c o s n o p r o c e s s o e v o l u t i v o d a d o e n ç a c r ô n i c a .
A a n á l i s e e s p e c í f i c a d o s r e s u l t a d o s d e s t e t r a b a l h o
m o s t r a q u e a p r o g r e s s ã o d a C C C , c a r c t e r i z a d a p e l o s
c a s o s n o v o s e o a g r a v a m e n t o d o s c a s o s a n t i g o s , e m
3 5 % d o s p a c i e n t e s , c o m u m a t a x a m é d i a a n u a l
e f e t i v a d e 3 , 8 % , e s t á d e a c o r d o c o m a s t a x a s
e n c o n t r a d a s e m o u t r a s á r e a s e n d ê m i c a s d e M i n a s
G e r a i s 8 e B a h i a 13 15 p o r é m s e m o s t r a s u p e r i o r à s
t a x a s e n c o n t r a d a s e m e s t u d o s r e a l i z a d o s n o R i o
G r a n d e d o S u l 2 e n o S e r t ã o d a P a r a í b a 19, i n d i c a n d o
p a r a e s t a s r e g i õ e s , p r o v a v e l m e n t e , m e n o r
p a t o g e n i c i d a d e n a i n t e r a ç ã o T . c r u z i - h o m e m . O a u m e n t o d a f r e q u ê n c i a d a E P c o m a i d a d e d o s
p a c i e n t e s r e v e l a a i m p o r t â n c i a d o t e m p o d e i n f e c ç ã o
n o d e s e n v o l v i m e n t o d a d o e n ç a n a f a s e c r ô n i c a .
A c r e d i t a m o s q u e o u t r o s f a t o r e s e t i o p a t o g ê n i c o s d a
i n i o c a r d i o p a t i a n o s i d o s o s p o s s a m e s t a r i n f l u i n d o
n o i n c r e m e n t o d a E P d a C C C c o m a i d a d e , t e n d o e m
v i s t a q u e e s t u d o s c o m p a r e a m e n t o d e c h a g á s i c o s e
n ã o - c h a g á s i c o s 1018 t ê m m o s t r a d o q u e a p r o p o r ç ã o
d o c o m p o n e n t e e t i o l ó g i c o e x c l u s i v a m e n t e c h a g á s i c o
n a c a r d i o p a t i a a u m e n t a a t é a q u i n t a d é c a d a d a v i d a ,
d e c r e s c e n d o n a s d é c a d a s s e g u i n t e s .
O s h o m e n s a p r e s e n t a r a m m a i o r f r e q u ê n c i a d e
p r o g r e s s ã o d a C C C d o q u e a s m u l h e r e s ,
i n d e p e n d e n t e m e n t e d o t i p o d e p a r a s i t e m i a ( T a b e l a
3 ) . N ã o e x i s t e m e x p l i c a ç õ e s c o m b a s e e m
i n v e t i g a ç õ e s s i s t e m a t i z a d a s p a r a e s t e a c h a d o , e m b o r a
n o c a m p o d a s i d é i a s s e p o s s a a d m i t i r q u e f a t o r e s
b i o g e n é t i c o s , s ó c i o - c u l t u r a i s e r e l a c i o n a d o s a o
t r a b a l h o l i g a d o s a o s e x o m a s c u l i n o e x e r ç a m m a i o r
i n f l u ê n c i a n o d e s e n v o l v i m e n t o d a m i o c a r d i o p a t i a
c h a g á s i c a c r ô n i c a .
C o n f o r m e o s e s t u d o s l o n g i t u d i n a i s c i t a d o s n e s t e
t e x t o , a s a l t e r a ç õ e s v e n t r i c u l a r e s e a s e x t r a - s í s t o l e s
v e n t r i c u l a r e s f o r a m a s a n o r m a l i d a d e s q u e m a i s
i n c i d i r a m , m a r c a n d o a s s i m a p r o g r e s s ã o d a C C C .
E n t r e o s p o s s í v e i s f a t o s q u e p o d e m d e t e r m i n a r o
a p a r e c i m e n t o d e s t a s a l t e r a ç õ e s , n a D C C , p o d e m o s
c i t a r a h i p ó x i a c e l u l a r d e c o r r e n t e d a
v a s c u l o p a t i a 4 11 17 o u a l e s ã o d a c é l u l a m i o c á r d i c a
p e l a c i t o t o x i d a d e 1 7 23. R e s s a l t a - s e q u e a m b o s o s
m e c a n i s m o s p o d e m o c o r r e r i n d e p e n d e n t e m e n t e d o
p a r a s i t i s m o t i s s u l a r , f u n d a m e n t a n d o a s i d é i a s
d a q u e l e s q u e a c r e d i t a m s e r p r e s c i n d í v e l a p r e s e n ç a
d o p a r a s i t o n a p a t o g e n i a n a D C C , a p a r t i r d e
d e t e r m i n a d o m o m e n t o , a i n d a n ã o d e f i n i d o , d a
i n f e c ç ã o , a l é m d e c o n s u b s t a n c i a r o s r e s u l t a d o s d o s
e s t u d o s e p i d e m i o l ó g i c o s q u e n ã o o b s e r v a m
i n f l u ê n c i a s d a p a r a s i t e m i a n o p r o c e s s o e v o l u t i v o d a
d o e n ç a c r ô n i c a .
A p e s a r d e c o n s i d e r a r m o s o t i p o r e g r e s s i v o d e
e v o l u ç ã o , p o r n ã o e n c o n t r a r m o s o u t r o t e r m o q u e
e x p r e s s e a d e q u a d a m e n t e a d i n â m i c a
e l e t r o c a r d i o g r á f i c a d a C C C , d a q u a l p o d e r e s u l t a r
a n o r m a l i z a ç ã o e a r e d u ç ã o d o n í v e l d e a l t e r a ç õ e s ,
n ã o a c r e d i t a m o s n a r e g r e s s ã o e f e t i v a d a s l e s õ e s
m i o c á r d i c a s , n a D C C , s e m t e r a p ê u t i c a . A c r e d i t a m o s
q u e a p o s s í v e l m u d a n ç a n o p a d r ã o h i s t o l ó g i c o d o
m i o c á r d i o , n o d e c o r r e r d o p r o c e s s o e v o l u t i v o , g e r e
m u d a n ç a s e l e t r o f i s i o l ó g i c a s q u e p e r m i t a m a s
f l u t u a ç õ e s n o s t r a ç a d o s e l e t r o c a r d i o g r á f i c o s .
S U M M A R Y
P e r e i r a J B , W i ll c o x H P F , C o u r a J R . E v o l u ç ã o d a c a r d i o p a t i a c h a g á s i c a c r ô n i c a . I - I n f l u ê n c i a d a p a r a s i t e m i a . R e v i s t a d a S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e M e d i c i n a T r o p i c a l 2 5 : 1 0 1 - 1 0 8 , a b r - ju n , 1 9 9 2 .
c a r d i o p a t h y a n d p a r a s i t e m i a . I n d e p e n d e n t f r o m p a r a s i t e m i a , th e c a r d i o p a t h y w a s p r o g r e s s i v e a c c o r d i n g t o t h e a g e o f th e p a t i e n t s a n d s i g n if i c a n tl y g r e a t e r in m a l e s . In c o n c lu s io n w e c a n s t a t e th a t e v o lu tio n o f c h r o n i c c h a g a s i c c a r d i o p a t h y i s a s s o c i a t e d w ith th e a g e a n d w ith th e m a l e s e x , b u t n o t w it h p a r a s i t e m i a , a n d th is m a y s u g g e s t t h a t p a r a s i t e m i a i s n o t r e l a t e d t o th e d e v e l o p m e n t o f th e c h r o n i c c h a g a s i c c a r d i o p a th y .
K e y - w o r d s : C h a g a s ’d i s e a s e . C h r o n ic c h a g a s i c c a r d i o p a t h y . L o n g i t u d i n a l s t u d y . P a r a s i t e m i a . X e n o d ia g n o s i s .
AGRADECIMENTOS
Ao Dr. Leônidas Deane pela revisão do texto e
sugestões. Ao Dr. Wille Oigman pela colaboração
na leitura dos ECG. A Dra. Angela Cristina
Junqueira e aos técnicos Júlio Cesar Miguel, Nelmo
Bruno, Joaquim Mendes e Zulmira Rios pela
participação na leitura dos xenodiagnósticos. A
Mozar José Coelho pela incansável colaboração na
etapa de campo. Ao Dr. Nelson Chagas pela
orientação na análise estatística dos dados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 . A c o s t a A M , S a n t o s - B u c h C A , A u t o i m m u n e
m y o c a r d i t i s i n d u c e d b y T r y p a n o s o m a c r u z i . C ir c u la t io n 7 1 : 1 2 5 5 - 1 2 6 1 , 1 9 8 5 .
2 . A lc a n ta r a A , B a r u ff a G , A q u in o N e t o J O , O lin t h o
A , S a v o l d i T , L a s s e n C . E p id e m i o lo g i a d a d o e n ç a
d e C h a g a s n o R S - R e v is ã o d e p a c ie n t e s a p ó s l O a n o s
d e e v o l u ç ã o . 1 - M e t o d o lo g ia . II G r u p o c h a g á s i c o .
I I I -G r u p o c o n t r o l e /A í- A n a is d o X I X C o n g r e s s o d a
S o c i e d a d e B r a s il e ir a d e M e d ic i n a T r o p ic a l , R io d e
J a n e ir o p . 3 5 - 3 7 , 1 9 8 3 .
3 . A n d r a d e Z A . A n a t o m ia p a t o l ó g ic a d a d o e n ç a d e
C h a g a s . R e v is t a G o ia n a d e M e d ic i n a 4 : 1 0 3 - 1 1 9 , 1 9 5 8 .
4 . A n d r a d e Z A , C a s tr o F il h o B G . A s l e s õ e s v a s c u la r e s
n a m i o c a r d it e c r ô n ic a c h a g á s i c a . G a z e t a M é d ic a d a B a h ia 7 0 : 1 0 5 - 1 1 2 , 1 9 7 0 .
5 . A n d r a d e Z A , R a m a lh o L M P . M io c a r d it e c h a g á s ic a (E s t u d o m o r f o l ó g i c o d e 3 8 c a s o s c o m p r o v a d o s p e lo
e n c o n t r o d e p a r a s i to s n a s s e c ç õ e s h is t o ló g i c a s ) .
G a z e t a M é d i c a d a B a h ia 6 6 : 5 5 - 6 7 , 1 9 6 6 .
6 . C a s t r o C N . I n f lu ê n c ia d a p a r a s i te m ia n o q u a d ro
c l í n i c o d a d o e n ç a d e C h a g a s c r ô n ic a . R e v is t a d e P a to lo g i a T r o p ic a l 9 : 7 3 - 1 3 6 , 1 9 8 0 .
7 . C o s s i o P M , D a m il a n o G , V e g a M T , L a g u e n s R P ,
M e c j e r t P C , D i e z C , A r a n a R M . In v itr o in te r a c tio n b e t w e e n ly m p h o c y t e s o f c h a g a s i c in d iv id u a ls a n d
h e a r t t i s s u e . M e d ic i n a (B u e n o A i r e s ) , 3 6 : 2 8 7 - 2 9 3 ,
1 9 7 6 .
8 . C o u r a J R , A b r e u L L , P e r e ir a J B , W i l c o x H P F .
M o r b id a d e d a d o e n ç a d e C h a g a s . E s tu d o lo n g itu d in a l
d e d e z a n o s e m P a in s e I g u a t a m a , M in a s G e r a is ,
B r a s il . M e m ó r i a s d o In s titu to O s w a ld o C r u z 8 0 : 7 3
-8 0 , 1 9 -8 5 .
9 . D i a s J C P . D o e n ç a d e C h a g a s e m B a m b u í, M in a s
G e r a is , B r a s il. E s tu d o c lí n ic o - e p id e m i o ló g i c o a p a rtir
d e f a s e a g u d a , e n t r e 1 9 4 0 e l 9 8 2 . T e s e d e d o u to u r a d o ,
U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d e M in a s G e r a i s , B e lo H o r i z o n t e , 1 9 8 2 .
1 0 . D u b o is L E . M o r b id a d e d a d o e n ç a d e C h a g a s .
E s tu d o s e c c i o n a l e m u m a á r e a e n d ê m i c a . T e s e d e
m e s tr a d o , U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d o R io d e J a n e ir o ,
R io d e J a n e ir o , 1 9 7 7 .
1 1 . L a r a n ja F S , D i a s E , N o b r e g a G C , M ir a n d a A .
C h a g a s ’d i s e a s e . A c l i n i c a l , e p i d e m i o l o g i c a n d
p a t h o l o g ic s t u d y . C ir c u la t io n 1 4 : 1 0 3 5 - 1 0 6 0 , 1 9 5 6 .
1 2 . L o p e s E R , C h a p a d e ir o E , A lm e i d a H O , R o c h a A .
C o n tr ib u iç ã o a o e s t u d o d a a n a to m ia p a t o l ó g ic a d o s
c o r a ç õ e s d e c h a g á s i c o s f a l e c i d o s s u b i t a m e n t e . R e v is t a da S o c ie d a d e B r a s ile ir a d e M e d ic in a T r o p ic a l
9 : 2 6 9 - 2 8 2 , 1 9 7 5
1 3 . M a c e d o V O . I n f lu ê n c ia d a e x p o s i ç ã o à r e in f e c ç ã o
n a e v o lu ç ã o d a d o e n ç a d e C h a g a s . E s tu d o lo n g it u d in a l
d e c i n c o a n o s . T e s e d e m e s t r a d o , U n iv e r s i d a d e
F e d e r a l d o R io d e J a n e ir o , R io d e J a n e ir o , 1 9 7 3 .
1 4 . M a c e d o V O , S ilv e ir a C A . P e r s p e c t iv a s d a te r a p ê u tic a
e s p e c í f i c a n a d o e n ç a d e C h a g a s . E x p e r iê n c i a s n a
f o r m a i n d e t e r m i n a d a ” . R e v i s t a d a S o c i e d a d e
B r a s i le ir a d e M e d ic i n a T r o p ic a l 2 0 (S u p l II): p . M
-2 4 , 1 9 8 7 .
1 5 . M a g u ir e J H , M o tt K E , H o f f R , G u im a r ã e s A ,
F r a n ç a J T , S o u z a J A A , R a m o s W B , S h e r l o c k I. A
t h r e e - y e a r f o l l o w - u p s t u d y o f i n f e c t i o n w it h
T r y p a n o s o m a c r u z i a n d e l e c t r o c a r d i o g r a p h i c a b n o r m a l it ie s in a r u ra l c o m m u n it y in N o r t h e a s t
B r a z il . A m e r ic a n J o u r n a l o f T r o p ic a l M e d i c i n e a n d
H y g i e n e 3 1 : 4 2 - 4 7 , 1 9 8 2 .
1 6 . M o le ir o F , P ifa n o F , A n s e l m i G , R u e s t a A . L a
d in a m ic a e p id e m io l o g ic a d e la e n fe r m e d a d d e C h a g a s
e n e l V a l l e d e lo s N a r a n j o s , E s ta d o C a r a b o b o ,
V e n e z u e la . I ll - E v a lu a ti o n lo n g i t u d i n a l d e l d a n o
m io c a r d io e n c a s o s d e e n f e r m e d a d d e C h a g a s e n
f a s e c r ó n ic a d e l V a l l e d e l o s N a r a n j o s . E s t a d o
C a r a b o b o , V e n e z u e l a , A r c h i v o s V e n e z u e la n o d e
M e d ic i n a T r o p ic a l y P a r a s it o lo g ia 5 : 4 7 - 8 3 , 1 9 7 3 .
1 7 . O k u m u r a M , C o r r e a N e t o A , S i l a A C . C o n tr ib u iç ã o
P e r e i r a J B , W i ll c o x H P F , C o u r a J R . E v o lu ç ã o d a c a r d i o p a t i a c h a g á s i c a c r ô n i c a . 1 - I n f lu ê n c ia d a p a r a s i t e m i a . R e v i s t a d a S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e M e d i c in a T r o p ic a l 2 5 : 1 0 1 - 1 0 8 , a b r - ju n , 1 9 9 2 .
d o e n ç a d e C h a g a s e x p e r im e n t a l e m c a m u n d o n g o s
b r a n c o s . R e v is t a P a u lis ta d e M e d ic in a 6 1 : 2 6 5 - 2 6 6 ,
1 9 6 2 .
1 8 . P e r e ir a J B , C o u r a J R . M o r b id a d e d a c o e n ç a d e
C h a g a s . E s t u d o s e c c i o n a l e m u m a á r e a e n d ê m ic a ,
V ir g e m d a L a p a , M in a s . R e v is t a d a S o c ie d a d e
B r a s il e ir a d e M e d ic i n a T r o p ic a l 1 9: 1 3 9 - 1 4 8 , 1 9 8 6 .
1 9 . P e r e ir a J b , C u n h a R V , W i l c o x H P F , C o u r a J R .
E v o l u ç ã o d a C a r d io p a t ia c h a g á s i c a c r ô n ic a h u m a n a
n o S e r tã o d o E s t a d o d a P a r a íb a , B r a s i l, n o p e r ío d o
d e 4 , 5 a n o s . R e v is t a d a S o c i e d a d e B r a s ile ir a d e
M e d ic i n a T r o p ic a l 2 3 : 1 4 1 - 1 4 7 , 1 9 9 0 .
2 0 . P e r e ir a J B , W i l l c o x H P F , C o u r a J R . M o r b id a d e d a
c o e n ç a d e C h a g a s . E s t u d o lo n g it u d in a l d e s e i s a n o s ,
V i r g e m d e L a p a , M in a s G e r a is , B r a s il. M e m ó r ia s
d o I n s titu to O s w a l d o C r u z 8 0 : 6 3 - 7 1 , 1 9 8 5 .
2 1 . P e r e ir a J B , W i l l c o x H P F , M a r c o n d e s C B , C o u ra
J R . P a r a s ite m ia e m p a c ie n t e s c h a g á s i c o s c r ô n i c o s
a v a lia d a p e lo ín d i c e d e t r ia t o m ín e o s in f e c t a d o s n o
x e n o d i a g n ó s t i c o . R e v is t a d a S o c i e d a d e B r a s il e ir a d e
M e d ic i n a T r o p ic a l 2 2 : 3 9 - 4 4 , 1 9 8 9 .
2 2 . P u ig b ó J J , R h d e J R N , B a r r io s H G , Y e p e z C G ,
C u a t r o a n o s d e e s t ú d i o l o n g i t u d i n a l d e u n a
c o m m u n id a d r u ra l c o n e n d e m e c i d a d c h a g a s i c a .
B o l e ti m d e la O f ic in a S a n ita r ia P a n a m e r ic a n a 6 6 : 1 1 2 -1 2 0 , -1 9 6 9 .
2 3 . S a n to s -B u c h C A , T e i x e i r a A R L . T h e im m u n o lo g y
o f e x p e r im e n t a l C h a g a s ’d i s e a s e . III. R e j e c t i o n o f
a ll o g e n ic h ea r t c e ll s in v it r o . J o u r n a lo f E x p e r i m e n t a l
M e d ic i n e 1 4 0 : 3 8 - 5 3 , 1 9 7 4 .
2 4 . T o r r e s C M . S o b r e a a n a t o m ia p a t o l ó g ic a d a d o e n ç a
d e C h a g a s . M e m ó r ia s d o I n s titu to O s w a l d o C r u z 3 6 :