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A agroindústria da soja no Brasil: descrição, análise e perspectivas

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(1)

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A AGROINDlJSTRIA DA SO.JA NO BRASIL Descrição, Análise e Perspectivas

Banca examinadora

Prof. Orientador Plínio M Nastari

Prof. .

Prof. .

(2)

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

ESCOLA DE .-\DMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO

DANIEL MARCELO RACHMAN

A AGROINDíJSTRIA

DA SOJA NO BRASIL

Descrição, Análise e Perspectivas

Dissertação apresentada ao Curso de

Pós-Graduação da FGV/EAESP, como requisito

para obtenção de título de Mestre em

Administração de Negocies.

Orientador: Prof Plínio M. Nastari

'

..

SÃO PAULO

(3)

-SUMÁRIO

I. INTRODUÇÃ() .

2. A SOJA NO BRASIL 5

2.1 l-fistórico 5

2.2 Estrutura da indústria de óleos 7

3. TENDÊNCIAS NO MERCADO DE ÓLEOS E GORDURAS 11

3. I O Mercado Mundial de Oleaginosas I 1

3.3 Farelo de soja: Produção. Consumo e Exportação 21

3.4 Óleo de Soja: Produção, Comércio e Consumo 26

3.5 A palma: Um concorrente direto 31

4. PERSPECTIVAS PARA O CRESCIMENTO DA SOJA E DO COMPLEXO

SOJA NO BRASIL 34

-+.1O mercado mundial: Considerações gerais, aspectos macroeconômicos 34

4.2 O Crescimento da safra brasileira : , 37

-+.3O mercado de farelo : 43

4.4 O mercado de óleo 46

.

.,

-+.5Alternativas para a competitividade do setor 50

(4)

"EI hombre era alto y tan t1aco que parecía siempre de perfil.. ..

Mes a rnes. afio a afio. se fueron poblando de consejos las noches de Alagoinhas, Uauá,

Jacobina. Itabaiana. Campos. Itabaianinha, Gerú, Riachão. Lagarto. Simão Dias. A todos

parecian buenos consejos ypor eso, ai principio en uno y luego en outro y ai final en

todos los pueblos del Norte, ai hombre que los daba, aunque su nombre era Antonio

Vicente y su apellido Mendes Maciel, comenzaron a llamarlo el Consejero."

(Mario Vargas Llosa. La Guerra dei Fin dei Mundos

,

(5)

Lista de Tabelas

Tabela I - Evolução da Produção de Soja, em toneladas: 1950-1970

Tabela 2 - Capacidade Instalada de Processamento de Oleaginosas no Brasil (1997)

Tabela 3 - Produção de Soja e Capacidade de Esmagamento por região ( 1997)

Tabela 4 - Principais Competidores no Esmagamento de Soja no Brasil.

Tabela 5. - Evolução da produção das sete principais oleaginosas, 1987-1997

Tabela 6. - Evolução da Produção Mundial de Soja, por País - 1988-97/98

Tabela 7. - Evolução do Rendimento Agronômico de Soja, por País

(toneladas/hectare): 1988-97/98.

Tabela 8. - Evolução do esmagamento de soja por região/país - 1988-97/98

Tabela 9. - Exportação de soja em grão por país - 1988-97/98

Tabela 10. - Importação de Soja em grão por país região - 1988-97/98

Tabela 11. - Evolução da produção de farelo de soja por região/país - 1988-97/98

Tabela 12. - Evolução do Consumo de Farelo de Soja por Região/País - 1988-97/98

Tabela 13. - Evolução da produção brasileira de rações, por tipo. - em mil toneladas

Tabela 14. - Evolução da exportação de farelo de soja - 1988-97/98

Tabela 15. - Evolução da importação de farelo de soja - 1988-97/98

Tabela 16. -- Evolução da produção de óleo de soja - 1988-97/98

Tabela 17. - Evolução do consumo per capita de óleos e gorduras

Tabela 18. - Evolução do consumo de óleo de soja - 1988-97/98

Tabela 19. - Evolução das exportações de óleo de soja - 1988-97/98

Tabela 20. - Evolução das importações de óleo de soja por país- 1988-97/98

Tabela 21. - Produção mundial de óleos e gorduras

Tabela 22. - Evolução da produção mundial de óleo 1994/95 - 1997:'98

Tabela 23. - Proteção tarifária aos óleos comestíveis nos EUA

Tabela 24. - Proteção à indústria de oleaginosas em alguns países.

Tabela 25. - Evolução da Produção de soja e da área semeada porregião.

Tabela 26. - Custos comparativos Estados Unidos x Brasil para transporte de soja.

Tabela 27. - Receita Líquida sobre Preço FOB : Brasil. Estados Unidos e Argentina.

Tabela 28. - Consumo per capita de carne: Principais países.

(6)

Lista de Figuras

Figura 1. - Agribusiness da Soja

(7)

A AGROINDIJSTRIA DA SOJA NO BRASIL: DESCRIÇAo, ANÁLISE E

PERSPECTIV AS

l. INTRODIJÇÃO

Quando a agricultura passa a ser desenvolvida com um alto nível tecnológico, tanto

no plantio quanto na colheita. e passa a ter um gerenciamento da produção e logística

tocados no mercado, isto é. voltados para as oscilações de oferta e procura, estamos

falando de agribusiness. PINHEIRO MACHADO FILHO et aI. (1996), definem

agribusiness como sendo a agricultura e os negócios que ela envolve.

É

citada ainda a definição dos profs. John Davis e Ray Goldberg :

"a soma total das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, das

operações de produção nas unidades agrícolas. Do armazenamento, processamento e

distribuição d~s produtos agricolas e itens produzidos a partir deles."!

No Brasil.

de

acordo com dados do IBGE, a produção agro-industrial em 1997 revela

expansão de 4,3% em relação a 1996, superando assim o resultado de 3,9% obtido

para a produção industrial no mesmo período. O grupo de produtos industriais

vinculados à agricultura apresenta o melhor resultado (5,4%), com destaque para o

desempenho dos sub6'TUPOSmáquinas equipamentos (26.\ (%) e adubos e fertilizantes

(9,0%) que, em conjunto, registram acréscimo de 15,4% frente ao ano anterior.

O consumo brasileiro de fertilizantes foi de \3,7 milhões de toneladas em 1997.

Deste total, 25 % são destinados à soja, de acordo com SAFRAS E MERCADOS em RUMOS ( 1998).

A safra de soja em 1997 cresce 12,7% em relação ao ano anterior, como resultado

não só da expansão da área plantada (7,6%), como também devido ao maior rendimento agrícola obtido (-1-.7%).

As cotações externas favora\'eis à soja em bruto, colocam o item com o principal

crescimento em termos de valor (140,9%) e quantidade ( 128,7%) dentro dos produtos

IDAVIS.J. & GOLDBERG. R.A 1957 - ..A Concept of Agribusiness". Universidade de Harvard.

(8)

básicos da pauta de exportação, na comparação janeiro- novembro 97/ janeiro

novembro 96.

o

Brasil é responsável por cerca de 20 % da produção mundial de soja e é o segundo

maior produtor de oleaginosas. O país é o maior exportador mundial de farelo de soja

e o segundo maior exportador de soja e de óleo de soja.

A previsão para 1998 é de um crescimento adicional de 16,6 % , atingindo a marca

de 31 milhões de toneladas. A estimativa é de que em dez anos, a safra brasileira de

soja atinja 40 milhões de toneladas.

A Balança Comercial Brasileira em 1997 teve um saldo negativo de US$ 8,37

bilhões. O total de importações foi de US$ 61,36 hilhões , enquanto que o de

exportações foi de US$ 52,99 bilhões. Entre os principais itens de exportação, após o

minério de ferro e o café, destaca-se:

• Farelo de soja: US$ 2,68 bilhões

• Soja em grão : US$ 2,45 bilhões

• Óleo bruto de soja: US$ 0,53 bilhões

O complexo soja é pois o principal' item da Balança Comercial Brasileira, com

exportação de US$ 5,7 bilhões em 1997, representando quase 11 °'0 do total, de

acordo com dados do Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo.

O agribusiness da soja, pode ser representado esquematicamente pela Figura I.

É pois dentro deste contexto, e dada a relevância do tema, que este trabalho tem por

objetivo:

• Apresentar um histórico do cultivo da soja no Brasil.

• Analisar a situação atual de mercado no Brasil e no mundo, para a soja em grãos,

farelo e óleo bruto.

(9)

A idéia é contribuir com a indústria da soja, deixando subsídios para o

estabelecimento de estratégias consoantes com as tendências no mercado mundial de

oleaginosas.

A metodologia adotada foi a pesquisa bibliográfica. com consultas a livros. revistas,

(10)

TEC:'IJOLOGIA RECURSOS

(PESQUISA E EXTENSÃO NATURAIS

RURAL)

MA TÉRIAS PRIMAS

..

INDÚSTRIA PROCESSADORA

••

ALIMENTOS PROTÉICOS

I

ÓLEO BRUTO FARELOS

." ." .,

..

USO INDUSTRIAL

I

REFINARIA RAÇÕES

~

..

11r ~Ir ~Ir

MARGARINAS

I

HIDROGENADAGORDURA ENVASADOSÓLEOS

I

I

PRODUÇÃO DECARNES

Figura I . Agribusiness da Soja

(11)

2. A SOJA NO BRASIL

2.1

Histórico

A história da soja no Brasil foi bem retratada no trabalho de HASSE (1996). Os

primeiros registros dão conta que as primeiras sementes de soja, de origem

desconhecida, foram semeadas na Bahia em 1882. Em 1900 foram feitas as primeiras

experiências no Rio Grande do Sul, no Liceu Rio-Grandense de Agronomia, em

Pelotas. Entretanto, foi com a imigração japonesa em 1908, que a soja ganhou espaço

nas hortas do interior paulista, para a fabricação caseira de pratos típicos (tofu, misso,

shoyo). Gradualmente o cultivo da soja foi crescendo nos estados de São Paulo e Rio

Grande do Sul, até que no início dos anos 20 ela passa a ser divulgada no Sul pela Estação Experimental de Santa Rosa.

Nesta década chega a Santa Rosa um pastor americano, que divulga aos colonos o

valor protéico da soja, principalmente para a criação de porcos. A partir de então, em

estações experimentais tanto no Sul quanto em São Paulo, começa um trabalho de

intercâmbio com ·técnicos americanos para o desenvolvimento de variedades. Até a

década de 30, apesar do crescimento, e da primeira exportação de soja em grãos que

ocorreu em 1938, a soja era apenas uma planta forrageira.

Naquela época o consumo de óleo vegetal só ocorria em caso de prescrição médica.

Na cozinha utilizava-se banha de porco. Os mais ricos usavam gordura de coco,

enquanto que os mais pobres contentavam-se com sebo bovino.

Na década de 40, a soja deixou de ser uma planta forrageira nos Estados Unidos, e, ,F.

isto coincidiu com o estabelecimento no Brasil de multinacionais tais como a

Anderson Clayton e a Sanbra. Até então apenas a Matarazzo fabricava óleos

vegetais, primeiro de algodão, e depois de amendoim, mamona e girassol.

A partir da segunda metade desta década, com a implantação da extração por

solvente, que permitia elevar a extração de óleo de 12 para 17~'Ó,começaram a surgir

varias indústrias de óleos.

(12)

Ano Total Brasil I R.G. do Sul S. Catarina Paraná

I

S.Paulo ;

1950 34.429 33.739 690

I

i

1955 106.884 99.353 4.069 58

I

2.538 I:

1960 205.744 188.500 3.761 7.364

.[

3.087 I

I

!

1965 . 523.176 463.153 5.123 44.111

J

8.862 I

!

1970 1.598.540 976.807 52.998 368.006 I 90.086 I

j I

Tabela 1. - Evolução da Produção de Soja, em toneladas: 1950-1970

(Fonte: IBGE em Hasse, 1996)

A partir da segunda metade da década de 60, entra em jogo o "pacote tecnológico",

que é a realização do conceito hoje consolidado de agribusiness. O número de

tratores no Brasil cresce de 8.000 a 60.000, entre as décadas de 50 e 60. A

disseminação do uso de fertilizantes, permite ganhos de produtividade junto com

novas técnicas agrícolas. O conceito do plantio trigo - soja, ainda utilizado no Sul, é

também um alavancador de produção.

A área plantada com soja no Brasil, cresceu de 100.000 hectares nos anos 50, até 12

milhões em 1989. Nenhuma planta, nem mesmo o café. avançou tão rapidamente.

O caminho da soja foi do Sul, ao Centro-Oeste, até o Nordeste, expandindo a

fronteira agrícola. Esta expansão territorial, demandou investimentos em logística, e

assim desde os anos 70 foram modernizados portos: São Francisco do Sul (Se),

Santos (SP), Salvador (BA), Suape (PE), Ponta da Madeira (MA).

A hidrovia ressurgiu no país como meio de transporte. A Tietê-Paraná é a que mais

(13)

2.2 Estrutura da indústria de óleos

DELGADO et aI. (1996 L fazem uma boa análise econômica da cadeia agroindustrial

da soja no Brasil. Define-se esta cadeia como sendo composta do cultivo agrícola,

mais as atividades industriais para a produção de óleo e farelo.

No caso brasileiro, a expansão da soja contou com importantes estímulos internos,

além daqueles provenientes do mercado internacional: a generalização do consumo

de óleo de soja, e o crescimento da demanda de farelo pela indústria de rações

animais, associada por sua vez àgrande expansão da indústria de carnes.

"A expansão da soja no Brasil, nas duas últimas décadas, foi um dos principais

componentes da modernização da agricultura brasileira. acompanhada da montagem

do segundo maior parque processador do mundo". (DELGADO et al., 1996, p.58).

De acordo com a ABIOVE. a capacidade total instalada no país (1997) é de 117.875

ton

dia, o que para urna utilização de 300 dias/ano corresponde a 35 milhões de

toneladas/ano. Na Tabela 2, temos esta capacidade de esmagamento aberta por estado.

Estado Toneladas/dia Toneladas/ano

Paraná 35.720 10.716.000

Rio Grande do Sul 28.950 8.685.000

São Paulo 13.460 4.038.000

Goiás 9.000 2.700.000

Mato Grosso 8.550 2.565.000

Mato Grosso do Sul 6.730 2.019.000

Santa Catarina 5.255 1.576.500

Minas Gerais 5.400 1.620.000

Bahia 2.750 825.000

Distrito Federal 1.000 300.000

Pernambuco 600 180.000

PiaUl 260 78.000

Ceara 200 60.000

Total Brasil 117.875 35.362.500

Tabela 2 - Capacidade Instalada de Processamento de Oleaginosas no Brasil (1997)

(14)

Da Tabela 2. pode-se fazer um resumo por região. incluindo também os dados de

produção por região. extraídos de informações da CONAB em Souza (1998). Esta

comparação é mostrada a seguir na Tabela 3.

Região Esmagamento (ton/ano) %do Total Produção (ton/ano i 0,'0do Total

Sul 20.977.500 59% 11.894.800 45%

Sudeste 5.658.000 1600 2.498.400 10%

Centro-Oeste 7.584.000 21 °'0 10.438.100 40%

Norte/Nordeste 1.143.000 3~'0 1.328.700 5%

Total Brasil 35.362.500 100°'0 26.160.000 100%

Tabela 3 - Produção de Soja e Capacidade de Esmagamento por região (1997)

(Fonte: ABIOVE e CONAS em Souza, 1998)

Dos dados da Tabela 3, torna-se evidente o descompasso entre produção e

capacidade instalada. Nas regiões Sul e Sudeste onde surgiram os primeiros cultivos

de soja, há uma enorme ociosidade. A capacidade de processamento é superior a 26

milhões de toneladas/ano, enquanto que a produção de soja não chega aos 15

milhões. Por outro lado. nas regiões Centro-Oeste e Norte-Nordeste, onde vem-se

dando a expansão da fronteira agrícola, a capacidade de esmagamento é inferior à

produção atual de soja em grão. Enquanto que o Centro-Oeste produz 40 o o da soja

do país, sua capacidade de processamento é de apenas 21 % do total Brasil.

O setor caracteriza-se como um oligopólio competitivo. c.ide a concentração

econômica para a obtenção de escala é fundamental.

No ano de 1997, alguns movimentos relevantes aumentaram a concentração neste setor:

1. A Santista Alimentos (sucessora das operações de soja, da Sanbra e Samrig),

adquire a Incobrasa. no Rio Grande do Sul. aumentando sua capacidade de

(15)

2. A Bunge, controladora da Santista, adquire a Ceval, principal esmagadora do

país, com 23 %da capacidade nacional instalada.

3. A Sadia se desfaz de sua capacidade instalada de esmagamento de soja, passando-a adiante à Archer Daniels Midland (ADM).

Após estes movimentos, o mercado toma-se mais oligopolizado, ficando com a

seguinte distribuição.

I

Empresa %da Capacidade de Esmagamento

Bunge 30%

, Caruill

I ~ 11%

I

5%

I

!Outros 54%

I

Tabela 4. -, Principais Competidores no Esmagamento de Soja no Brasil

Os dados da Tabela 4. Permitem traçar algumas conclusões:

• O negócio de soja é um negócio global, e o seu sucesso está ligado a uma escala

que hoje é mundial, e não mais nacional. Daí o crescimento da participação de

empresas estrangeiras.

• Os três maiores competidores- do negócio soja no Brasil. são os três maiores no

negócio soja no mundo.

• As empresas estrangeiras conseguem financiamentos melhores no exterior, de

dificil acesso a pequenas-médias empresas nacionais.

• A integração das cadeias carne - soja, hoje deixa de ser extremamente relevante

(16)

De acordo com DE CESARE e NIERO FILHO (1998), a Bunge no Brasil tem

enormes sinergias logísticas em seu negócio de agribusiness, ao negociar soja ..:

fertilizantes. Com relação a seus dois principais concorrentes, Cargill e ADM, em

que pese sua menor capacidade de esmagamento a nível mundial, seu equilíbrio na

distribuição de ativos entre os hemisférios Norte e SuL aufere-lhe uma melhor

(17)

3. TENDÊNCIAS NO MERCADO DE ÓLEOS E GORDURAS

3.1 O Mercado Mundial de Oleaginosas

A produção mundial de oleaginosas cresceu 35 % entre 1987 e 1997, indo de 209 a

283 milhões de toneladas. No último ano este crescimento foi de 21 milhões de

toneladas ou 8 %, contra uma média anual de 2,5 % no período de 1987 a 1996.

A soja é a oleaginosa mais produzida no mundo: representava 50 0,'0 da produção

mundial de oleaginosas em 1990, e representa 53 % deste total em 1997. A produção

de soja cresceu 50 % de 1987 a 1997. As principais razões para este crescimento, e

para o domínio da soja entre as oleaginosas são: óleos comestíveis de alta qualidade,

farelos protéicos de alta qualidade ( e quantidade, na França a soja

é

chamada de

proteageinosal), retornos razoáveis para agricultores e processadores, e

características agronômicas favoráveis.

o

caroço de algodão

é

a segunda oleaginosa mais produzida no mundo com 35

milhões de toneladas. Entretanto, a fibra de algodão representa 85 % do valor

econômico da safra. Assim o algodão não é semeado pela produção de óleo ou farelo,

e seu caroço é considerado um subproduto. O valor do óleo ou do farelo de algodão,

dificilmente constitui um fator decisório de plantio para o agricultor.

A produção de canola cresceu 43 %, de 23,6 milhões de toneladas em 1987 para 33,7

milhões de toneladas em 1997.

A evolução da produção das sete principais oleaginosas. está na Tabela 5.

O crescimento da produção de girassol, e o desenvolvimento de mercados

consumidores. vem sendo sustentados por varios fatores : características agronômicas

da planta, sua adaptabilidade como cultura de rotação. demanda mundial crescente

(18)

°

amendoim c importante fonte de proteína c gordura em economias de subsistência.

A produção de coco está concentrada na Ásia e no Pacífico, sendo a sua exportação,

importante fonte de divisas para alguns países em desenvolvimento nesta região.

1987

1

1995 1996

1

1997 ia'à Variação

I

I

I

! 1987-97

I

i

<,MILIl(lES DI,: (MILlI('lFS DI': (MILlI<'WS DE (MII.II(lI:S DI·

I

rONELi\IMS) TUNU.ADi\S) TONEI.i\/)i\S) , T()NHAI )AS) II

I

SOJA 104,4 I 125,8 132.2 150,5 ; 44.2 I

I

CAROÇO DE 31,8 35,6 34.1 34.7 i 9,1

:

ALGODÃO

!

I

AMENDOIM 15,2

I

29,4 29,9

1-

17.7 i

82,2

I

J i

GIRASSOL 21,2 26,2 24,1 25.4

I

19,8

I

CANO LA 23,6

I

34,7 30.7 33.7 J 42,8

I

i

PALMA 4,2 5,1 5,4

I

5,6

I

..,'" .., I

.).) .»

I

COCO 4,5 4,7

I

5,4 5.5 i 22,2

I

I ,

TOTAL 204,9 261,5

I

261.5 I 282.5

I

I 37.9 I

Tabela 5. - Evolução da produção das sete principais oleaginosas. 1987-1997

(Fonte: United States Department of Agriculture, USDA e FAO)

De acordo com PINAZZA, L. c ALlMANDRO, R. (1998), das sete principais

oleaginosas, quatro sào as que tendem a ganhar espaço : soja. girassol. canola e palma.

EUA, Brasil. China e Argentina detêm juntos mais de 85 % da produção de soja,

enquanto China, EUA, Federação Russa e Índia acumulam 65 00 do total produzido de algodão, Na produção de amendoim, Índia e China ficam com 65 %. ao passo que

no que diz respeito a girassol, a Federação Russa e a Argentina respondem por 45 %

(19)

países, sendo que os quatro maiores plantadores, a União Européia, o Canadá, a

China e a India respondem por 15 °'0 da produção mundial.

A soja deverá prosseguir seu crescimento no mundo, estimulada pela demanda

protéica para criação confinada de aves e suínos. A pesquisa e o desenvolvimento da

engenharia genética, continuarão a busca de variedades com altos teores de óleos e

proteínas.

A palma é uma oleaginosa em forte ascensão, e alguns estudos mostram que ela

poderá se tomar líder no próximo milênio. Oóleo de palma, como veremos adiante, é

considerado uma alternativa saudável às gorduras hidrogenadas. Malásia e Indonésia

são os principais produtores de óleo de palma.

A canola é uma oleaginosa, que comparativamente à soja tem o mesmo preço de

grão, rende mais do que o dobro de óleo, mas o seu teor de proteínas é muito inferior

ao da soja.

A exportação de oleaginosas cresceu 61 % de 33 milhões de toneladas em 1990,

chegando a 53 milhões de toneladas em 1997/98. Deste total, a exportações de soja representaram 75 % em 1997/98.

o

esmagamento total de oleaginosas no mundo, cresceu 31 % de 175 milhões de

toneladas em looi/. para ~19 milhões de toneladas em 1997/98. O esmagamento de

(20)

3.2 O Mercado Mundial de Soja

A soja domina o comercio mundial de oleaginosas e farelos protéicos. O rendimento

de óleo do grão de soja, 18%, é interior àquele que se obtém na maioria das outras

oleaginosas, que tem um conteúdo de óleo superior a 30 %. Aproximadamente 80 %

do grão de soja compõe-se de casca e farelo. Esta característica do grão faz com que

os mercados e os preços para óleo efarelo sejam interdependentes.

A demanda por soja é altamente dependente da demanda por farelo utilizado como

ração, que por sua vez é dependente da demanda de produtos derivados da pecuária,

tais como lácteos e carnes. O crescimento da demanda mundial por carne tem sido

um fator muito relevante no crescimento do comércio da soja.

Nos Estados Unidos, são investidos aproximadamente US$ 4 milhões em pesquisa

para desenvolvimento de qualidade de grãos, 50 % do total pelos Estados e 50 %

pelos produtores (OILS

&

FATS INTERNA TIONAL FILE 1995-2000).

Os objetivos da pesquisa no farelo de soja são:

• Aumentar o teor de proteínas.

• Reduzir a concentração de carboidratos.

• Aumentar a concentração de amino-ácidos : metonina e lisina.

• Aumentar a disponibilidade de fósforo no farelo.

• Estimular a distribuição de um produto com composição uniforme, e

• Desenvolver e distribuir listas de variedades com teores de proteína acíma da

media.

No caso do óleo de soja, os objetivos da pesquisa são:

• Desenvolver um consenso das melhorias desejadas no óleo.

• Determinar o interesse no desenvolvimento de tipos especiais de óleo.

• Reduzir a concentração de fosfolipídeos. e

(21)

Na Tabela 6, mostra-se a evolução da produção de soja nos pnncipars países

produtores.

Milhões de toneladas

r-1988 1996/97 I

1997/98 ! 0'0 evolução

I

I

I ;

i

! 1988-97/98

iEUA 42,3 64,8 I 74,2 75

i

I

Brasil 23,6

~

26,8 ,; 30,7 30

I

China 11,6 13,2 I

13,8 19

I

I

i

Argentina 6,7 I 11,1 I 16,0 139

,

EU 1,6 1,2 !i 1,4 - 13

I I

[ Paraguai 1,4

I 2,8

!

2,7 93

i

[

i

Outros 8,8 11,7 , 13,8 57

,

i

Total 96,0

I 131,6

I 152,6 57

!

~

Tabela 6. - Evolução da Produção Mundial de Soja, por País - 1988-97/98

(Oils&Fats International File, USDA)

A produção mundial de soja cresceu 75 % de 96 milhões de toneladas em 1988

2

atingindo o recorde de 152,6 milhões de toneladas no ano 1997/98.

Os EU A. o maior produtor mundial de soja, aumentaram sua produçào de 75 % nos

últimos dez anos, sendo que só no último ano, o crescimento da safra foi de 15o''Ó,

muito superior à média anual da década anterior. De acordo com o United States

Department of Agriculture (USDA), para boas condições de clima e pela área

semeada, as perspectivas para 1998/99

são

de um novo recorde que poderia chegar

até 76 milhões de toneladas. Grande parte do aumento da produção da soja

americana, foi para processamento interno, para satisfazer a crescente demanda

doméstica. e para assegurar valor agregado às exportações de derivados de soja.

: Quando sefala em ano correspondente a dois anos calendário (Exemplo: Ano 97/98), junta-se a

produção do hemisfério norte. colhida no final do primeiro ano indicado com a produção do hemisfério sul. colhida no inicio do segundo ano.

\

\.

....

;

"'-

-...~

(22)

A China, no mesmo período de dez anos, aumentou sua produção 19%. Neste pai"

há uma demanda crescente tanto de óleos e gorduras. quanto de farelo. em função do

crescimento da população bem como do de sua renda. Os métodos agrícolas ainda

sào relativamente primitivos. e grande quantidade de soja é importada para satisfazer

as necessidades domésticas. A importação de óleos e gorduras neste país foi de 4,4

milhões de toneladas em 1996/97 e a perspectiva para 1997.,98 é de atingir a marca

de 5,6 milhões de toneladas. A importação de farelos neste país foi de 3,9 milhões de

toneladas em 1996/97 e a previsão para 1997/98 é de 5,2 milhões de toneladas (FAO

/GIEWS - Food Outlook). Os volumes e o momento da importação, são fatores

determinantes na formação dos preços mundiais desta commodity.

A Argentina, com sua safra recorde em 1997/98, tornou-se o terceiro produtor

mundial de soja, atrás apenas dos EUA e do Brasil. Sua produção aumentou 139 %

num período de dez anos, de 1988 a 1998, constituindo o pais onde a soja teve o seu

maior crescimento. Argentina é um dos maiores produtores mundiais de carne

bovina, e na medida em que aumentou a demanda mundial por carne bovina,

aumentou a demanda por farelos para ração animal. Boa parte da demanda interna de

farelos foi suprida por farelo de soja.

De acordo com OILS & FATS INTERNATIONAL FILE 1995-2000, o aumento de

vantagens competitivas em alguns países tem levado à concentração da produção de

soja nestes países. Dos dados da Tabela 6 . vê-se que se no período 1988-1998 a

produção de soja aumentou 57 %, enquanto que nos quatro grandes produtores este

aumento foi de 60 %. O peso relativo dos quatro grandes era de 88 DÓ do total

mundial em 1988 e assim mantém-se em 1998.

A

evolução

do rendimento agronômico da soja em alguns paises é um dos fatores

preponderantes no aumento da produção mundial. A Tabela 7 mostra esta evolução.

O rendimento médio mundial (toneladas/hecrarc: aumentou 32 % na última década.

sendo que nos EUA e Brasil, principais produtores. este aumento foi de 44 e 34 %

(23)

1995-2000, os fatores mais relevantes para o aumento de rendimento são o

desenvolvimento de variedades que propiciam melhores rendimentos, práticas

agrícolas mais modernas (plantio direto) e o uso crescente de fertil izantes cujo preço vem caindo.

! 1988 1996/97 1997/98 I

% evolução

;

, 1988-97/98

EUA 1,82 2,53 2,62 ; 44

,

Argentina 1,89 1,79 2,35 24

f---Brasil 1,76 2,27 2,36 i 34

I

China 1,35 1,77 1,67 24

Outros I 1,29 1,11 1,21 -6

Média mundial 1,67 2,08 2,20 I 32

Tabela 7. - Evolução do Rendimento Agronômico de Soja, por País

(toneladas/hectare) - 1988-97198

(Oils&Fats International File, USDA)

O esmagamento de soja, no período 1988-97/98 cresceu 54 %, atingindo a marca de

125 milhões de toneladas, como se mostra na Tabela 8. Sua evolução na última

década vem acompanhando a evolução da soja em grãos, e a capacidade de

esmagamento vem crescendo.

Os Estados Unidos constituem o principal esmagador de soja, seguidos pelo Brasil.

União Européia, Argentina e China. Na última década os maiores crescimentos são

da China e da Argentina, a primeira em função de suas necessidades de óleos e

(24)

Milhões de toneladas

1988 I

1996/97 1997/98 %evolução I

I

1988-97/98

I

EUA I

28,85 39,08 43,27 I 50 l

j I I

América Latina

!

23,42 35,59 37,96 62

Brasil

I

14,40

I

19,90 19,90 38

Argentina ! 6,23 11,05 12,80 105 I

I

__ o I

México 1,55 2,69 I

-.

')"

108 I

-'

,~-'

I

União Européia 10,71 14,67 15,31 -B

Outros Europa i 0,50 0,38 0,38 -2~

I

Ocidental !

I

I

Ex. União

I

1,43 0,35

I

0,48

I

-66 I

Soviética I I

!

Europa Oriental

I

0,97 0,46 0,58 --+0 i

Ásia II 13,05 21,65 23,59 81

I

Japão

I

3,50 3,81 3,90 I1

I

China I 4,57 8,69 10,55 131 !

i

I

Taiwan I 1,65 2,36 1,94 18

I

Outros I 2,12 »,» -'"""

I

3,65 1'2

i

Total mundo ! 81,05 115,51 125,22 I 54

i

I

Tabela 8. - Evolução do esmagamento de soja por região/país - 1988-97/98

(Fonte: USDA)

As exportações de soja cresceram 72 0.'0 de 22,91 milhões de toneladas em 1988, para

39,49 milhões de toneladas em 1997-98. O aumento da demanda com um aumento da

concentração da produção regional , são os principais fatores para o aumento do

comércio de soja em grãos.

Os principais países exportadores, e a evolução de seus volumes estão na Tabela 9.

Os EUA são o principal exportador de soja em grão, responsáveis por 60 °0 da

(25)

Argentina com 7 %. Em termos relativos, na última década, os pnncrpais

incrementos de volume de grão exportado ocorreram na Argentina e no Brasil.

Milhões de toneladas

1988 1996/97 ~ 1997/98 %evolução

I

1988-97/98

!

EUA 14,42

I 24,00 ! 23,68 64

I

I

Brasil. 4,50

I

8,42 9,00 100

0,50

!

I 2,60 420 Argentina 0,75 I I

Paraguai 1,62 I 2,15 2,10 30

I

I

China 1,20

I

0,20 ;

0,18 -85

I

i

Outros 0,67

j 1,44 1,93 188

Total 22,91 I 36,96 39,49

I

72

, I

Tabela 9. - Exportação de soja em grão por país - 1988-97/98 ~

(Fonte: USDA)

Em termos de importação, o Japão é o principal importador individual, tendo

incrementado seus volumes de 16 % na última década (Tabela 10). A proteção

tarifária no Japão protege a indústria de esmagamento, e dificulta o crescimento das

importações de óleo. Quando da implementação das reduções de tarifas seguindo a

Rodada Uruguai do GATT, a tendência no Japão

e

de reduzir a importação de grão e incrementar a de óleo. A tarifa para importação de óleo no Japão é de 0,30 %, o que a

um preço de US$ 800 ton/óleo , representa US$ 12 por tonelada de soja processada (CAMARGO NETO, 1988).

Em termos de bloco econômico, o maior importador de soja é a União Européia, que

importou mais de 15 milhões de toneladas de soja em 199798. Este volume

representa um incremento de 43 % na última década. Os principais importadores

individuais são Holanda, Alemanha e Espanha, nesta ordem de importância. Estes

países são grandes produtores e consumidores de farelo de soja.

Outro grande importador de soja, com uma evolução de 148% na última década, e

(26)

Milhões de toneladas

I

1988 1996/97 I 1997/98 %evolução

l

I 1988-97/98

I

I

I

União Européia 10,79 15,31 15,48

!

43

-1

I

I

Alemanha 2,29 3,48 3,55 I 55 I

I

Holanda 3,26 4,30 4,51 38

Espanha 1,80 2,71 2,82 57 I

~

Itália 0,35 0,83 0,50 43 I

--- ----

-- --l

Bélgica/Lux. 1,04 1,14 I 1,26 21

I

Portugal 0,84 0,66 0,77 - 8 -1

I

Outros Europa 0,50 0.38 0,38 - 24

I

Ocidental

-J

Europa Oriental 0,46 0,21 0,29 - 37 I

I

IEx União Soviética 0,75 0,14 0,26 - 65 I

I

Rússia

°

0,00 0,02

Ucrânia

°

0,02 0,02

China 0,05 2,27 3,10 6.100 I

I

Japão 4,30 5,04 5,00 16 I

I

I

Coréia 1,02 1,49 1,40 37

Taiwan 1,85 2,63 2,20

I

19

i

Indonésia 0,40 0,68 0,81 103

México 1,25 2,68 3,1

°

i 148

I

I

Brasil 0,06 0,90 1,70

I

2.733

IOutros 2,32 4,68

I

5,24

I

126

rTotal mundo 23,76 36,42

I

38,96 I 64

i

i i

Tabela 10. - Importação de Soja em grão por país região - 1q88-97/98

(27)

3.3 Farelo desoja : Produção, Consumo e Exportação

A produção de farelo de soja no mundo cresceu 55 % na última década, de 63,91

milhões de toneladas em 1988 a 99,19 milhões de toneladas em 1997/98. O maior

produtor mundial de farelo de soja são os EUA. cuja produção cresceu 51 % na

última década. O farelo de soja representa 60 % de todo o farelo mundial (PINAZZA

e ALIMANDRO, 1998), e tem sido o principal fornecedor de proteina à demanda

crescente por carnes, a medida que a população mundial e a renda desta população cresce.

A evolução da produção mundial de farelo de soja por país é detalhada na Tabela 11.

Milhões de toneladas

1988 ! 1996/97 I 1997/98 % evolução

,

1988-97/98

EUA 11,59

i

31,04 ;

34,11 51

I i

América Latina 18,37 18,42 I

30,35 65 ,

i i, !

I

~ I

Brasil 11,28

!

15,72 i 15,65 39 1

i

í

Argentina 4,98 I 9.01 i

10,43 109 I

,

J

i 1

México 1,13 I

1,15 I 2,68 137

,

I i i

I i 1

União Européia 8,57 11,62 11,95 39

!

!

Outros Europa 0,40 ! 0.29 0,19

J

- 28

I

I

I

Ocidental I I i

Europa Oriental 0,77 , 0.36 0,40

I

- ..+8 I,

Ex- Uniào Soviética 1,14 0,28 0,38

I

- 67

I

I

Ásia 10,44 17.17 18,71

I

79 i

i

,

Japào I 2,73 2,94 3,04 11 ;

i i

i

China 3,73 , 6,95 8,44

I

126 j

,

i

Taiwan 1,30 I 1.88

1,51

J

16 i

I

') , I ,

[India 1,47 _,92 -',54 1..+ I

I

Outros 1,65 2.64 2,90 76

ITota!mulido 63,92 91,82 99.19 55

(28)

Dos dados da Tabela 11, vê-se que depois dos Estados Unidos. os pnncipais

responsáveis pelo significativo aumento de produção na última década foram

Argentina, China e Brasil. Do aumento total, 35 milhões de toneladas. 33 % ocorreu

nos EUA, 34 %na América Latina e 23% na Ásia. principalmente na China.

É

importante confrontar estes dados de produção com dados de consumo. para

constatar aonde este ocorre e analisar o que é produção para consumo local, e o que se destina á exportação.

Na Tabela 12, são apontados os dados de consumo de farelo de soja por região.

Destes dados tem-se que no mesmo período analisado. do aumento de 32 milhões de

toneladas de farelo consumido, apenas 19 % ocorreu nos EUA. outros 19 %

ocorreram na América Latina e 49 % entre Ásia e Oceania. Só a China incrementou

seu consumo de farelo de soja no período em de mais de li milhões de toneladas,

sendo atualmente o segundo maior consumidor atrás dos EUA apenas.

O aumento do consumo na América Latina e na Ásia, reflete uma crescente demanda

dos mercados locais de rações. Este fato está ligado ao desenvolvimento econômico

destas regiões, significativamente da Ásia.

Na União Européia há um incremento da demanda por farelo de soja no período de

25 %, inferior à média mundial. enquanto que na Ex. União Soviética. em função do

menor poder aquisitivo, há menor demanda por carne com relação aos patamares da década anterior.

No caso do Brasil, na Tabela 13, observa-se que a produção nacional de rações

dobrou de 14 milhões em 1988, para quase 29 milhões de toneladas em 1997

(PINAZZA, L. e ALIMANDRO, R.. 1998). A avicultura de corte e os suínos,

constituem o carro chefe da demanda por proteína animal.

A exportação de farelo de soja no período 1988-1997/98 cresceu -+1 o.~ . Brasil,

Argentina e EUA. nesta ordem constituem os três principais exportadores. sendo

responsáveis por 78 %do total exportado (Tabela 14). O maior crescimento entre os

(29)

Milhões de toneladas

I

1988 1996/97

I

1997/98 %evolução

I

1988-97/98

[EUA

19,67 i 24,78 25,79 31

América Latina 6,45 11,52 12,67 96

i

iBrasil 3,06 5,40 5,60 83

Argentina 0,07 I

0,38 ! 0,39 457

I

México 1,60 2,35 2,88 80

União Européia 19,08 22,07 23,80 25

I

França 3,37 3,69 4,16 ")'"

--'

IAlemanha 3,45 3,08

I

3,35

'"

--'

i

I

Holanda 1,67 2,47 2,12 63

I

I Itália 2,84 3,00 3,04 7

Espanha 3,09 3,32 3,50 13

Outros Europa ~ 0,77 0,17 0,18 - 77

Ocidental

Ex. União· 3,29 0,55 0,72 - 78

Soviética

Europa Oriental 2,67 2,18 2,31 - 13

I

Polônia 0,44 0,82 I 0,88 100

I

I

Asia e Oceania 10,06 24,55

I

25,89 157

I

í J - '" "''''

3,59 i 3,68

I

II

I·apao

-',-'-'

i

I

I

China 0,97 .10,53

I

12,43

I

1.181

I

Taiwan 1,60 1,89 i 1,52 - 5

I

I

Coréia 1,09 1,90 I

1,84 69

I

I

Meio Oriente 2,38 4,38 I

4,83 103

I

/Norte da África i

Outros 1,91 2,49

!

2,62 37

Total Mundo

I

66,28 92,69

; 98,80 49

,

I

Tabela 12. - Evolução do Consumo de Farelo de Soja por Região. País - IG88-97/98

(30)

Ano Avicultura Avicultura Bovino

I

Suíno Outros Tota;

:

,

de corte de postura I !

1988 6.176 3.007 922 ! 3.779 330 14.214 I

! ,

1989 6.521 2.754 830 !I 3.631 437 14.173 i

I I

I

1990 7.492 2.192 854

I

3.865 424 .~.~--I 14.827 iI

1991 8.036 2.225 812 I 4.527 520

I

16.120 T

i I

I I .. J

1992 8.614 2.312 791 4.598 517 16.832 I

!

·1993 9.313 2.063 1.058 I 5.011 618 18.063 :

1 I

1994 10.235 2.195 1.107 I 5.526 508 19.57i ,

...

1995 12.074 2.618 1.050 7.992 794 24.528 i

I

: 1996 11.855 2.588 1.239 ! 8.493 1.029 25.204 I

I I

I

1997 13.500 2.840 1.780

i

8.950 1.600

I 28.670

I

I

Tabela 13. - Evolução da produção brasileira de rações, por tipo. - em mil toneladas

(Fonte: Sindirações em Agroanalysis)

milhões de toneladas

1988 1996/97 1997/98 % evolução

1988-97/98

Brasil 8,90 10,66 10,00 12

Argentina 4,85 8,68 9,74 101

EUA 4,76 6,35 8,44 77

. União Européia 4,08 4,49 4,36 7

lndia 0,98 2,50 2,50 155

China 1,60 0,02 0,01 - 99

Outros 0,69 1,31 1,30

88

Total Mundo 25,86 34,01 36.35 ~I

Tabela 14. - Evolução da exportação de farelo de soja - 1988-97/98

(31)

No que diz respeito a importações de farelo, o total importado evoluiu 39 ~'óentre

1988 e 1997/98, indo de 25.97 milhões de toneladas a 36X~ milhões de toneladas. A

União Européia é o principal importador, com 16 milhões de toneladas, o que

representa 45 %das importações mundiais. No período de dez anos, 1988-1997/98, a

importação aumenta na mesma proporção da média mundial neste bloco econômico.

Por outro lado, na Europa do Leste e Ex. União Soviética, no mesmo período, há urna

queda de 5,5 milhões de toneladas nas importações.

Dos dados das Tabelas 11,12,14 e 15, vê-se que a China deixa de ser exportadora e

passa a ser importadora de farelo. É na Ásia, especialmente na China, onde se deu o

maior crescimento de importações, com taxas anuais crescentes muito acima da média mundial.

Milhões de toneladas

1988

I

1996/97

i

1997/98 0"0 evolução

i 1988-97/98

União Européia 11,52 14,71 16,24 41

França 2,70 3,27

i 3,80 41

Alemanha 2,00 1,50 ! 1,85 - 8

r

Holanda 1,30 1,70 I

1,70 31

I

Itália 0,95 1,73 I 1,81

I

91

I

I

Europa Oriental 3,69 1,86

i

1,87 - 49

I

;

I

Ex. União Soviética 4,00 0,29

,

, 0,33 I - 92

I

Rússia 1,70 0,13 I 0,16 i - 94

I

1

I I

Ucrânia 1,28 0,10 ,I 0,11

I

- 91

I

I I

1Ásia e Oceania

I

2, I1 9,76

,

9,47 349

I

i

China 0,01 3,60 Ii, 4,00 39.900

:

Meio Oriente e Norte 1,89 3,34 3,68 I

q5

!

,

da África

I

I

América Latina 1,44

I

3,17 ,I 3,44 139

I I

i :

Outros 0,71

I

1,18 1,05 I

-+8

I :

i

Total Mundo i 15,97 I 34,35 36,11 I

39 I

I

i

I

I

(32)

3.4 Óleo de Soja: Produção. Comércio e Consumo

A produção mundial de óleo de soja. cresceu 56 % , de 14,5 milhões de toneladas em

1988, a 22.64 milhões de toneladas em 1997/98. A produção de óleo vem crescendo

a taxas mais altas nos países onde a renda

é

menor, e portanto aumento nos níveis de

renda tem um grande efeito na demanda por óleos vegetais. Da Tabela 17, vê-se a

evolução do consumo per capita de óleos e gorduras, comparando os períodos

1988/92 com 1993/97. Enquanto que o consumo per capita mundial, aumenta 4 % de

um período a outro, na China este aumento foi de 14%e no Brasil de 7 %.

Milhões de toneladas

1988 1996/97 1997/98 <:óevolução !,

, !

1988-97/98 !

EUA 5,28 7,15

! 8,13 54

I

I

i

América Latina 429 I 6,45

6,84 59

.J

!

i I

Brasil 2,71 3,72 3,70 37

I

Argentina 1.07 1,91

,,')

107

I

-.,"--I

México I

0.28 0,46 0.55 I 96 i

I

!

I

União Européia 1,87 2,63 2.75 47 ,

!

!

I

Outros Europa 0.09 0.07 0.07

I

-22 !

i Ocidental

Ex. União Soviética 0.25 0,05 0.07

I - 72 !I

I

Europa Oriental

I

0.16 0,08 0.1

°

- 38 !

Asia I 2.19 3,67 ~,05 85 i

I

I

Japão 0.65 0,69 0.71 9

China 0.69 1,39 1.74 i 152

I

1Taiwan 0.28 0.40 0.33

I

18

I

I

Outros 0.36 0,57 0.63 75

Total Mundo 1-+.50 20.68 22.64 56

!

(33)

Quilos/ano

Período I

União

I

EUA

I

Japão India China Brasil Mundo !

I

I

i Eur~éia I

1988/92 I 39,56

I

41,53

I

20,76 7,79 7,67 19,51 15,15

I

1993/97 i 41,91 I

43,54

I

21,96 8,23 8,71 20,83 I 15,71

I II

I

1

Evolução

i

6

I

5 I

6 6 14 7 I 4

I

I

J

(%)

i

!

Tabela 17. - Evolução do consumo per capita de óleos c gorduras

(Fonte: Agroanalysis)

Os Estados Unidos são o maior produtor mundial de óleo de soja. Entretanto na

última década. seu aumento de produção foi ligeiramente inferior

a

média mundial. O grande destaque é a América Latina cujo aumento de produção de óleo foi superior à

média mundial, aproximando-se cada vez mais da produção americana.

O consumo de óleôde soja cresceu 46 %, de 15,47 milhões de toneladas em 1988 a

22,65 milhões de toneladas em 1997/98 (Tabela 18).

O Estados Unidos são também o maior consumidor mundial de óleo de soja, e com o

consumo de 6.87 milhões de toneladas em 1997/98, respondem por 30 % do

consumo mundial. Observando a evolução da última década, vê-se que esta mesma

participação era de 35 % em 1988.

A China é o país que mais significativamente incrementou o consumo de óleo no

período (243 %), tornando-se' com 3,57 milhões de toneladas. o segundo maior

consumidor mundial. O aumento do consumo de óleo no Brasil, terceiro maior

consumidor mundial, na última década foi de 26 %" inferior portanto á média

mundial.

No que diz respeito a exportações de óleo, assim como no grão e no farelo, o que se

vê é um comércio dos paises desenvolvidos para os paises em desenvolvimento,

atendendo a crescente demanda por óleos vegetais.

A Argentina é o maior exportador mundial de óleo de soja, respondendo por 32 ~'é

das exportações mundiais em 1997/98 e apresentando um crescimento de 123 % na

(34)

Milhões de toneladas

1988

I 1996/97 1997/98 I % evohwii"

I

1988-97í93

EUA 5,39 6,47 6,87

I

J.7

América Latina 3,21 4,22

I

4,46

I

39

1

--Brasil 2,12 2,60 2,68 I 26

--Argentina 0,07 0,10 0,10 43

México 0,41 0,54 0,62 51

União Européia 1,60 1,80 1,82 14

Outros Europa 0,17 0,07 0,07

I - 59

Ocidental i

I -

-Ex. União Soviética 0,36

I

0,12 0,16

I

- 56

Europa Oriental 0,20 0,18 0,J.1 5

Asia 3,24 5,89 6,73

1

108

Japão 0,61 0,67 0,69 ! 13

----China 1,04 3,01 3,57 243

Taiwan 0,37 0,41 0,39

-~

---_._---= ..__._-_

.._--Coréia 0,18 0,24

1

0,27

I

50 '

India 0,44 0,74

I

0,90 I 105

i

Paquistão 0,21 0,21 0,23 i 10

I

Bangladesh

I

0,23

I

0,22

t--

, 026 i 13

1.54

i

I

Meio Orientei 0,86 1,40 I 179

I

Norte da África I

Irã 0,42 0,42 0,47 I

12

I

, !

Marrocos 0,07 I 0,21 0,21 I

J.14

I

I 1i

Turquia 0,13 0,17

J

0,18 I

38

i

I

I

Outros 0,44

I

0,73

1

I 0,80 II 82

Total Mundo 15,47

I

20,89

I

.21,65

I .+6

I

1 i

Tabela 18. - Evolução do consumo de óleo de soja - 1988-9798

(35)

Milhões de toneladas

\9S8

I

\996/97

i

\997/9S °:0evolução

\988-97/98

Argentina 0.95 1,79 2,12 I I"'"'

~-'

,

I

União Européia 0.98 1,32 I 1.43 46

I

,

Brasil 0,75 1,29 1.25 I 67

i I

EUA 0,65 0,92 1,34 II 106

i

Outros 0,21 0,60

I

0,52

!

148

I ,

---'

Total Mundo 3,54 5,92

I

6,66 I 88

i

Tabela 19. - Evolução das exportações de óleo de soja - 1988-97/98 (Fonte: USDA)

De acordo com DIAS, G. L.S. (1998), a exportações do complexo soja, representam

na Argentina quase 25 % da pauta de exportações do país, e o setor de oleaginosas

recebe uma pai ítica setorial especial do governo.

Depois da Argentina, a União Européia, os EUA e o Brasil dividem entre si com

participações quase equivalentes o resto do mercado de exportações de óleo.

Quanto aos paises importadores, com 1.90 milhões de toneladas. a China é o

principal ator, respondendo por 29 % das importações mundiais. A sua decisão de

importação influencia diretamente as cotações do mercado. e esta oscilação por sua

vez, pode fazer com que a escolha seja para outro tipo de óleo. Quanto aos outros

países importadores, como bem se vê na Tabela 20, há uma grande distribuição sendo

que o segundo maior importador, o Irã, está em outra ordem de grandeza com 0..+5

milhões de toneladas por ano.

(36)

Milhões de toneladas

1988

I

1996/97 1f.J97/98 I %evolução

I

1988-97/98 I

EUA 0,07 I 0,02

0,03 - 57

I

i

União Européia 0,47

I

0,46

I

0,49 I 4

I

J

I

Ex. União Soviética 0,15

I

0,08 0,09 - 40

I

Europa Oriental 0,13

I

0,10 0,12 -8

I

China 0,23

I

1,67 1,90 726

i India 0,05 0,09 - 0,10 100

!

I

Paquistão 0,45

1

0,21 0,23 - 49

L

I

Meio Ori~nte/ 0,82 II 1,17 1,29 57

i

Norte da Africa

I

I

0,43

1

0,45 5

I

Irã 0,40

I

Marrocos 0,08 I 0,19 0,19 138

!

1

!

Turquia 0,15 I

0,13 0,14 -7

I I

I

Tunísia 0,09

I

0,10 0,11 22

...

-América Latina 0,54 ! 1,06 1,19 120

I

Brasil 0,05

I

0,18 0,20 300

i

I

México 0,06

1

0,11 0,11 83

I

I

Chile I 0,04

I

0,11 0,11 I 275

! i.

!

Peru 0,06 i 0,16 0.18

i

200

,

I

i

I

iColômbia i 0,05

I 0,12 0,14 I 180

l

I

i

I

--_...•.__.

__._--I

Outros 0,61

1

1,06 1,15 89

iTotal Mundo 3,50

I

5,93 6,58

I

88

i

(37)

3.5 A palma: Um concorrente direto

A palma rende mais óleo por hectare do que qualquer outra oleaginosa. Este alto

rendimento que a pesquisa ainda pode incrementar, é a fonte de gordura mais barata

nos paises menos desenvolvidos. A quantidade de farelo resultante do processo de

fabricação de óleo é pequena. Dos derivados economicamente utilizáveis da palma,

90 % em peso é óleo, e apenas 10 % é farelo. O baixo teor protéico deste farelo,

combinado com sua pouca quantidade, faz com que alterações neste mercado não

afetem o preço do óleo. É relevante que somente pequenas variações nos volumes

produzidos podem ocorrer de um ano para outro. Além das variações relativas aos

tipos de árvore, diferentes fertilizações, e tempo de maturação das árvores, só o

tempo pode afetar o suprimento significativamente. A palma produz frutos por

muitos anos, com um período anual de produção previsível.

Dois tipos diferentes de óleo são produzidos a partir da palma, de acordo com OILS

& FATS INTERNA T10NAL FILE. Os óleos ácidos palmíticos são produzidos a

partir domesocarpo, a parte carnosa do fruto, enquanto que os óleos ácidos láuricos

provem dos grãos. Ao moer os frutos de palma produz-se óleo bruto paimítico, com

grãos de palma como subproduto. Os grãos são esmagados em um processo

separado, que produz óleo laúrico com torta de palma (subproduto).

De acordo com PINAZZA. L.A.. e ALlMANDRO. R. , a fatia do óleo de palma

duplicou no mercado mundial dos .anos 8.0 até hoje, passando de 8% a 16% (Tabela 11 ).

Milhões de toneladas

I

Produto 1980 i 1995 % Variação 1980/95

[palma 4,5 ;

15,2 238

i

I

ISoja

I 13.4 20,2 51

Girassol 5,0 8,1 62

Colza/Canola

i

3,4 10,6

i

212

I

Total 57,7 94,0 I

63 I

I

I

,

!

Tabela 11. - Produção mundial de óleos e gorduras

(38)

o

óleo extraído da palma é considerado uma alternativa saudável às gordura;

hidrogenadas para serem utilizadas em frituras. margarinas. panificação. biscoitos,

massas e achocolatados. Algumas de suas características nutricionais são absorção,

boa digestão e utilização pelo organismo humano. composição similar ao leite em

ácidos graxos e riqueza em vitamina E, e betacaroteno. I\. diferença das demais

matérias primas, a palma não precisa ser hidrogenada', e pode também ter outras

aplicações industriais, como a fabricação de sabonetes, sabões. detergentes, vernizes

e tintas, além de Biodiesel.

Malásia e Indonésia são os principais produtores de óleo de palma. com 50 %e 30 %

da produção mundial respectivamente. O Brasil tem uma área plantada de apenas 45

mil hectares, e sua participação é de 0,6 %do volume mundial.

Em termos de produção de quilos de óleo por hectare-ano. a palma gera 5 mil quilos,

quase dez vezes mais que a soja, que produz apenas 600 quilos. e duas vezes mais

que a oliva, que gera 2,5 mil. Girassol, amendoim e canola geram mil quilos de óleo

por hectare-ano.

Na Tabela 22, vê-se que a produção de óleo de palma junto com o óleo de grão de

palma

(láuricos).

representam em 1997/98,26 % da produção total mundial de óleo,

(39)

Milhões de toneladas

1994/95 1995/96 1996/97 I

1997/98

1

Soja 19,76 20,18 20,68 I 22,64

I

1

Palma 14,91 16.17 17,51 I 17,65

Girassol 8,21 8,98 8,51 8,37

Co1zalCanola 10,10 11,37 10,86 11,61

Algodão 3,73 4,16

I

3,89 I

3,80

I

Amendoim 4,23 4,15

1

4,50 4,20

Coco 3,41 3,08 I 3,58 3,40

J

Oliva 1,77 1,44 I 1,30

I

2,35

I

I

Peixe 1,41 1,41

I

1,19

I

0,96

Grão De Palma" 2,00 2,17 I 2,31 2,37

I

Total Mundo 69,53 73,11 I

75,34 77,35

i

Tabela 21. - Evolução da produção mundial de óleo 1994/95 - 1997/98

(Fonte: USDA)

(40)

4. PERSPECTIVAS PARA OCRESCIMENTO DA SO.IA E DO COMPLEXO SOJA NO BRASIL

4.1 O mercado mundial: Considerações gerais, aspectos macroeconômicos

De acordo com as projeções do USDA as projeções para a economia mundial nos

próximos 10 anos, prevêem um crescimento mais importante do que aquele

efetivamente ocorrido no periodo 1990-96. O PIB real deve crescer 3,2 ~/óao ano, até

2007, enquanto que entre 1990 e 1996, este crescimento foi de 2,3 % ao ano. As

economias da Ásia devem continuar líderes em crescimento. em que pese a crise de

1997. A produção asiática deve crescer a um ritmo sustentado de 6,6 % ao ano,

abaixo dos 7,8 % anuais, registrados no período 1990-96. Um crescimento

significativamente supenor ao período 1990-96, é esperado na América Latina,

Europa Oriental, Ex- União Soviética e Norte da África. Nas economias

desenvolvidas, incluindo os EUA, espera-se uma taxa de crescimento anual de 2,4 %.

A população mundial no período 1998-2007 deve continuar crescendo a taxas

menores. A África e o Médio Oriente devem crescer a uma taxa de :2,4 a 2,5 % ao

ano, enquanto que a América Latina e a Ásia devem crescer a uma taxa de 1,3% ao

ano. Estas considerações fazem prever um crescimento do PIBper captta muito mais

importante na Ásia e América Latina, do que nas outras regiões.

A população dos países desenvolvidos e em transição deve crescer a um ritmo bem

baixo, 0,5 % ao ano. As menores taxas de crescimento populacional são previstas

para a Rússia, Europa Oriental, Japão e Uniào Européia.

O aumento do comércio internacional agricola é esperado para a próxima década

como conseqüência da Rodada Uruguai do GATT, com a inserção da agricultura na

novaOMC.

Entretanto, ainda há uma série de subsídios e acordos bilaterias, que prejudicam a

competitividade do setor agrícola brasileiro no comercio mundial (CAMARGO

NETO, P. , 1998). O Acordo de Blair House (1992) entre EUA e a União Européia.

prevê a exportação subsidiada de gràos e óleos vegetais. e isto foi revisto e as cotas

aumentadas na Rodada Uruguai do GATT. O Furm Ac: de 1996. alterou a política

(41)

não devido a pressões internacionais. A Europa também deve reformar sua política

agrícola em 2000, visando .reduzir os mecanismos de suporte e proteção aos

produtores.

A entrada de novos países na OMe, principalmente Russia e China deve impactar o

comércio internacional, principalmente o agrícola. ZHI W ANG ( 1997), mostra que a

entrada da China na OMC aumentaria o comércio agrícola mundial de 3%. A grande

mudança seria um aumento de 9 bilhões de dólares nas importações agrícolas

líquidas da China. O impacto maior nos preços mundiais seria um acréscimo de 1 %

no preço dos grãos. Esta questão é extremamente relevante para o Brasil, pois a

China tem grande potencial consumidor da agricultura brasileira, e a sua oferta

realizada perante a OMC está longe de ser satisfatória no que diz respeito a acesso a

produtos agrícolas.

Nas próximas rodadas de negociação de comércio internacional, a idéia do Levei

Playing Ficld , ~e significa redução e equalização das proteções tarifárias, pode

favorecer muito o comércio mundial de farelos e óleos vegetais. O Brasil seria um

dos países mais beneficiados com esta medida. O Japão, por exemplo, importa 5

milhões de toneladas de soja por ano, mas nada de óleo, pois sua barreira tarifária é

de 28 %, muito superior á média do pais. A situação atual mostra os EUA, Brasil e

Argentina, dispostos a lutar pelo Levei Playing Field, mas enfrentando resistências

dos outros países. Os resultados da Rodada Uruguai são muito insatisfatórios para o

Brasil, pois o compromisso assumido por alguns países limita-se a reduzir

gradualmente o nível tarifário existente à época das negociações. Até no caso dos

EUA há uma forte proteção sobre o óleo de soja, e no ritmo atual seriam necessários

mais de vinte anos para que o óleo de soja tivesse o mesmo tratamento dos outros

óleos alimentícios.

A liberalização tarifária é portanto uma prioridade para o complexo soja, e uma

(42)

I

Produto Proteção tarifária nos EUA (>,lo) I

I ,

IOleo de soja 20,80

i

: Óleo de palma Isento

Óleo de Colza 7,00

Óleo de girassol 6,90

Óleo de algodão 6,80

I

Óleo de milho 3,70

I

Óleo de amendoim 9,20

Tabela 23. - Proteção tarifária aos óleos comestíveis nos EUA.

(Fonte: Agroanalysis)

Grão Farelo (US$/ton) Oleo (%) Total iL:S$/ton) ~

Japão O O 28 12

União Européia O O 7 8

Estados Unidos O 5,80 21 26

Tabela 24. - Proteção à indústria de oleaginosas em alguns países.

(Fonte: Agroanalysis)

(43)

4.2 O Crescimento da safra brasileira

De acordo com o USDA , o comércio mundial de soja em grãos, farelo e óleo, deve

crescer 1,4; 2,2 e 1,4 % ao ano respectivamente, no período 2000 a 2007. A área

mundial destinada à soja deve crescer 0,5 %ao ano, sendo que a maior parte deste

crescimento estará concentrado "na América do Sul. Os aumentos de produção nos

EUA

limitar-se-ão

principalmente ao aumento de rendimento.

Nenhum país tem a área disponível que o Brasil tem para aumentar o plantio de soja,

e a expansão da fronteira agrícola para o Norte e Nordeste representa uma grande

oportunidade requerendo adequações logísticas e tributarias do pais.

HOMEM DE MELO, F. (1998) cita que duas razões principais podem ser

mencionadas para o aumento da produção de soja em 1997 e 1998: os preços

internacionais favoráveis e a Lei Kandir que eliminou o ICMS nas exportações de

produtos primários. "O potencial de expansão dessa cultura é expressivo,

particularmente na chamada "fronteira" agrícola" (HOMEM DE MELO, 1998).

SOUZA, L. (1998) estima que a produção de soja no país poderia dobrar num

período de cinco anos. "O Brasil possui atualmente 12,8 milhões de hectares de área

plantada de soja, a uma produtividade de 2,3 mil quilos por hectare. De acordo com

dados da Embrapa, há meios para alcançar um patamar de 3,2 mil quilos e um

aumento de área de 10 milhões de hectares, o que daria uma safra de 73 milhões de

toneladas" (MÜLLER em SOUZA, 1998). O cerrado brasileiro, de acordo com

técnicos da Embrapa, será a principal região de plantio no país. A Tabela 25 mostra

que comparando as safras 95/96 com 96/97. as maiores evoluções de área plantada

ocorreram no Centro-Oeste e Norte/Nordeste. Para um aumento médio no país de

13% na produção, nas regiões Centro-Oeste e Norte/Nordeste o aumento na produção

foi de 18 e 42 0'Ó respectivamente.

Um dos fatores chaves para viabilizar este potencial de crescimento é o aumento de

competitividade nas áreas de armazenagem, transporte e logística. PAVAN. R.

( 1998) destaca que enquanto os produtores americanos tem capacidade de estocagern

para duas safras por propriedade, os argentinos tem capacidade para estocagem de 50

(44)

Região Area (mil hectares) t Produção (mil toneladas) I

I I

1995/96 1996/97 I (~/ó) 1995/96 1996/97

I

(%) I

~ I

i ;

I

Sul 5.338 5.681 r 6,4

! 11.133 11.895 6,8

j !

Sudeste

I

1.092 1.098 I

0,6 I 2.275 2.498 9,8

I

I

!

Centro-Oeste

I

3.695 3.984

I

7,8 iI 8.846 10.438 18,0 Ii

Norte/Nordeste i 539 619 i 14,8 , 936 1.329 42,0 I

I

!

, I

Brasil I

10.663 11.382

I 6,7 23.190 26.160 12,8 !

i

I

I,

Tabela 25. - Evolução da Produção de soja e da área semeada por região.

(Fonte: CONAB em SOUZA)

A deficiência de armazenagem faz com que a soja brasileira se desloque

imediatamente após a colheita, pressionando os fretes. O frete da soja sobe nesta

época 50 %, afetando o custo de transporte de outros produtos agrícolas.

No que diz respeito a transporte, o Brasil tem grandes desvantagens

comparativamente á Argentina e Estados Unidos, para o escoamento da soja não

consumida nas regiões produtoras. A Argentina (assim como a Bolívia e o Paraguai)

serve-se da hidrovia do Paraná, e os Estados Unidos da hidrovia do Mississipi. Neste

país, até os portos de exportação, a soja segue 60 %da distância por via fluvial, 24 %

por via ferroviária e apenas 16 % em rodovias, para alimentar as hidrovias e

ferrovias. Comparativamente no Brasil, de acordo com informações da ABIOVE, a

matriz de transporte de soja é: 5%hidrovia, 28 %ferrovia e 67 ~,'Órodovia. A Tabela

26 mostra os custos de transporte de soja no Brasil e nos EUA. Com estes custos de

transporte, e com as matrizes de transporte, e sabendo que nos Estados Unidos a

distância média até os portos é de 1000 Km., assim como no Brasil, tem-se que o

custo médio de levar a soja nos Estados Unidos até o porto de exportação é de 14

USSíton , enquanto que no Brasil é de 35 USS/ton. De um modo geral as rodovias

são recomendadas para distâncias até 200 Krn, as ferrovias para distâncias até 1.000

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