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Capital estrangeiro e agricultura na Amazônia: a experiência da Ford Motor Company (1922-1945)

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(1)

BANCA EXAMINADORA:

(1922 - 1945)

POR

FRANCISCO DE ASSIS COSTA

\.

MARIA VEDA LINHARES

(Orientadora)

FRANCISCO CARLOS TEIXEIRA DA SILVA

THOMAS

A.

MITSCHEINE

(2)

ã

minha esposa Angélica,companheira de todas as horas;

(3)

de instituições, seja imaterial ou nao, para que este trabalho se tor-nasse realidade. セ@ que a produção intelectual - como a produção mate-rial da existência - resulta do trabalho coletivo.

Fundamental foi, por exemplo, o apoio de toda ordem recebido da Comissão Estadual de Planejamento Agrícola - CEPA-PARÁ, de que fa-ço parte, cujo coordenador anterior, Dr. Walmir Hugo Ponte dos Santos e a coordenadora que o sucedeu, Dra. Minelvina Nascimento Freitas nao regatearam esforços tanto para que eu fizesse o Curso de Mestrado em Desenvolvimento Agrícola de modo materialmente c8modo como para que eu tivesse as condições necessárias ao desenvolvimento do presen-te estudo.

A indispensável orientação da Prof. Maria Yeda Linhares que mesmo a distância, se fez profícua, constituiu-se no sólido esteio

sem o qual dificilmente eu teria erguido o que aqui está. A contribui çao da Prof. Yeda não se prendeu apenas

à

força dos conselhos que sua enorme capacidade intelectual possibilita. Fez-se, também, no incenti vo que resultou da confiança que sempre soube infundir no seu titube-ante orientado.

Ao Prof. Thomas A. Mitscheine, por se dispor, em prejuízo dos seus múltiplos afazeres, a discutir comigo pontos cruciais do traba -lho, ajundando-me com todo peso da sua fantástica formação e incenti-vando-me com bondade, muito devo.

Ao Sr. Allan Dreyfuss, Gerente de Relações Públicas Internacio nais da Ford Motor Company, cuja gentileza me permitiu chegar a parte dos arquivos da Companhia Ford Industrial do Brasil; ao Sr. Douglas A. Bakken, Diretor do Ford Archives & Tonnahill Research Library e ao Sr. David R. Crippen, Arquivista do Ford Archives, devo a obtenção e en-vio de toda documentação interna

à

Ford Motor e

à

Companhia que aqui foi utilizada.

A microfilmagem do material de difícil manuseio bem como o equipamento de leitura de que dispus irrestritamente, resultou da ex

(4)

A tradução dos laudos técnicos sobre problemas fitos sanitários e agronômicos da Companhia tornou-se posslvel graças a competªncia do Prof. Alfonso Wisniewski da Faculdade de Ciªncias Agrárias do Pará cuja presteza em auxiliar-me, arranjando um tempo que não tem, em mui to comoveu-me.

O diflcil e paciente trabalho de vasculhar arquivos, relacio -nar materiais e indicar fontes foi desempenhado com rara . eficiªncia por Maria Cristina Monteiro Barbosa, promissora estudante de História da O.F.Pa., estagiária da CEPA.

As. biblioteconomistas Maria da Conceição Ruffeil Moreira, Ma ria do Carmo Araújo Maués e Marise Teles Condurú, devo a normalização do trabalho, tarefa que desempenharam com abnegação e eficiência.

A primeira datilografia foi feita por José Elias Salomão de Carvalho e Ãgda Noranei Alves de Lima. O árduo trabalho de datilogra-fia final resultou da dedicação de Iraneide Cunha Profeta e Nazaré- Li ana Abdon Antunes que se dispuseram, por pura 。ュゥコ。、セL。@ abrir mao

de horas sagradas de lazer e descanso para que, em tempo hábil, tives semos à mão estes volumes.

A todos, a minha eterna gratidão.

Belém, novembro de 1981

(5)

S U M Á R I O

1 - INTRODUÇÃO

2 - ANTECEDENTES Ã COMPANHIA FORD INDUSTRIAL DO BRASIL: Confluência de macro fatores que tornaram-na Possí-vel

2.1 - A CONJUNTURA INTERNACIONAL DA BORRACHA: Estados U nidos (necessidades crescentes); Inglaterra(semi-monop81io e Plano Stevenson)

2.2 - AS OLIGARQUIAS AGRÁRIAS BRASILEIRAS E A VALORIZA-çÃO DO cafセZ@ Como financiar?

2.3 - AS OLIGARQUIAS AMAZCNICAS E A BORRACHA: JI.bandono

p. 01

06

07

16

e decadªncia 20

2.4 - UMA "OTIMA" NOTICIA: OS americanos querem a Amazô

nia 25

2.5 - RESULTADO DE UMA DISCUSSÃO: a "Amazônia" quer os

americanos 34

2.6 - A MISSÃO NORTE-AMERICANA NA AMAZÔNIA 45

2.7 - NOTAS 51

3 - A COMPANHIA FORD INDUSTRIAL DO BRASIL:

Origem,Es-エイオエオイ。￧セッ@ e Fim 65

3.1 - A FORD MOTOR COMPANY E A VERTICALIZAÇÃO DE ATIVI-.DADES COMO NECESSIDADE estratセgica@

3.1.1 - As necessidades de borracha da Ford Hotor Compa

セ@

66

(6)

borracha

3.1.3 - Contatos entre a Ford Motor Company e públicos brasileiros

poderes

3.2 - A FUNDAÇÃO DA coセセanhia@ FORD INDUSTRIAL DO BRASIL 3.2.1 - A concessao de terras

3.2.2 - A constituição formal

3.2.3 - Os planos e metas anunciados

3.2.4 - Alguns nomes e fatos a serem lembrados

3.3 - A ESTRUTURAÇÃO DA COMPANHIA FORD INDUSTRIAL DO BRASIL: as agruras do capital a procura de traba-lho

3.3.1 - Divisão do trabalho e relações de produção

3.3.2 - A formação e mobilização dos meios infraestrutu rais

3.3.3 - A formaxão do capital constante

3.3.4 -Relação entre escala de produção, custos e taxa mínima de lucro

3.3.5 - Escala e meios de produção necessários frente as necessidades de borracha da Ford Motor Compa

3.3.6 - Escala de produção, ritmo de implantacão de se-ringais .e necessidade de força de trabalho 3.3.7 Força de 'trabalho necessário X força de traba

-Uio obtida

3.3.8 - Meios de produção necessários X meios de produ-ção obtidos

3.3.9 - Força de trabalho existente X força de trabalho obtida

3.3.10 - A Companhia e o problema da força de trabalho

70

70

73 73 76 78

79

81 84

87 88

89

91

93

94

94

96

(7)

duçilo

3.3.12 - Questões agron5micas e 。」オュオャ。￧セッ@ do 」ッョィ・」セᆳ

mento tecnológico: fatores de encarecimento dos meios de ーイッ、オ￧セッ@

3.4 - RELAÇÕES COlvIPANHIA E GOVERNOS

3.5 - O FIM DA COHPANHIA FORD INDUSTRIAL DO BRASIL 3 . 6 - NO'l'AS

4 - RESUMO E CONCLUSÕES 5 - ANEXOS

5.1 - TABELAS 5.2 - GRÁFICOS

5.3 - METODOLOGIAS E CÁLCULOS

5.3.1 - d・エ・イュゥョ。￧セッ@ das funções T=f(Q) e RT=f(Q) 5.3.2 - Cálculo dos Custos fixos por ano

5.3.3 Cálculo do consumo provável de borracha para pri-meiro equipamento de rodagem de caFros de passeio,

caminhões e tratores da Ford Motor Company 5.4 - INVENTÁRIO DOS MEIOS INFRAESTRUTURAIS

5.4.1 - Saúde

5.4.2 - Energia elétrica

5.4.3 - Abastecimento de água 5. 4. 4 - Educação .

5.4.5 - Transportes e infraestrutura portuária ?4.6 - Comunicações

5.4.7 - Lazer 5.4.8 - Moradia

104

113 119 121 125 140 146 147 175 182 182 191

(8)
(9)

CAPITAL ESTRANGEIRO E AGRICULTURA NA AMAZÔNIA:

A experiência da Ford Motor Company

{1922 - QYTUセ@

Dissertação apresentada

à

Escola Inter americana de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas, como parte das exigências para a obtenção do grau de Mestre em Desenvolvimento Agrícola.

V.l

(10)

(1922 - 1945)

LISTA DE TABELAS

1 - POSIÇÃO MUNDIAL DA BORRACHA NATURAL - 1915-1949

2 - LUCRO LíQUIDO TOTAL, POR ACRE plャセntado@ E COHO PARTIC! PAÇÃO DO CAPITAL INVESTIDO - COMPANHIAS DE PLANTAÇÃO DE BORRACHA NO SUDESTE ASIÁTICO - 1915-1922

3 - DIVIDENDOS PAGOS SOBRE CAPITAL INVESTIDO - COMPANHIAS DE PLANTAÇÃO DE BORRACHA DO SUDESTE ASIÁTICO 1915

-1922

4 - PRODUÇÃO MUNDIAL DA BORRACHA, PLANTAÇÃO E BORRAGIA SIL-vEsTRE (COMPOSIÇÃO RELATIVA)

5 - PRODUÇÃO DE BORRACHA PLANTADA DO SUDESTE ASIÁTICO(COM POSIÇÃO RELATIVA)- 1915 - 1922

6 - CAPITAIS INVESTIDOS EM PLANTAÇÕES DE BORRACHA NO SU-DESTE ASIÁTICO, POR ORIGEM - 1922 (EM u.s.D6LAR-1924) 7 - PRODUÇÃO DE AUTOM6vEIS E CAMINHÕES - FORD MOTOR COMPA

NY E SUBSIDIÁRIAS - 1916 - 1925

8 - PRODUÇÃO DE TRATORES CEH UNIDADES) - FORD MOTOR COMPA NY E SUBSIDIÁRIAS - 1917 - 1925

9 - PREÇOS ME:DIOS DE AUTOM6vEIS DAS PRINCIPAIS MARCAS-ES-TADOS UNIDOS DA AME:RICA - 1922 e 1925

10 - CONSUMO PROVÁVEL DE BORRACHA NATURAL PARA PRIMEIRO E-QUIPAMENTO DE RODAGEM DE CARROS DE PASSEIO, CAMINHÕES E TRATORES - FORD MOTOR COHPANY E SUBSIDIÁRIAS - 1920-1925

p. 148

149

150

151

152

153

15.4

155

156

(11)

12 - SALÁRIOS PAGOS AO SR. josセ@ NUNES I. DA CRUZ POR FUNÇÃO E TEMPO DE SERVIÇO - COMPI"NHIA FORD INDUSTRIAL DO

BRA-SIL 159

13 - ESTADO DO PARÁ - SALÁRIOS DIÁRIOS DE VÁRIAS PROFISSÕES

RURAIS 160

14 - VALOR DOS MEIOS INFRAESTRUTURAIS COMPANHIA FORD IN

-DUSTRIAL DO BRASIL - VALOR EM Rs .1$000

=

1,00 161

15 - BALANÇOS PATRIMONIAIS - COMPANHIA FORD INDUSTRIAL BRASIL - 1935 - 1944

DO

16 - CUSTOS FIXOS POR ANO A PARTIR DE VALORES CONHECIDOS PA

RA QセSS@ (19 MAIO) - COMPANHIA FORD INDUSTRIAL DO

BRA-SIL

17 - CUSTOS FIXOS POR ANO A PARTIR DE VALORES CONHECIDOS EM

31.12.1941 - COMPANHIA FORD INDUSTRIAL DO BRASIL 18 QUANTIDADE E VALOR DOS MEIOS DE PRODUÇÃO.

-FORD INDUSTRIAL DO BRASIL - 1928 - 1945

cm,1PANHIA

19 - FORlJ'illÇÃO DO IMOBILIZADO - COMPANHIA FORD INDUSTRIAL DO BRASIL

20 - ESTIMATIVA DO CUSTO DE extpセᅦᅢo@ E PREPARAÇÃO DA

BORRA-chN}Giセ@ - compャ|NnhiャGセ@ FORD INDUSTRIAL DO BRASIL

21 - ÁREA PLANTADA E QUANTIDADE PRODUZIDA PARA QUE UMA TAXA MíNIMA DE LUCRO FOSSE OBTIDA - COMPANHIA FORD INDUSTRI AL DO BRASIL

22 - FORÇA DE TRABALHO NECESSÁRIA A IMPLANTAÇÃO DE . SERIN-GAIS NA AMAZONIA"

23 - FORÇA DE TRABALHO NECESSÁRIA NA AMAZONIA PARA ATENDER A FORMAÇÃO DE NOVOS SERINGAIS E PROCEDER A COLETA DO LA-TEX E PREPARAÇÃO DA BORRACHA APQS O 59 ANO DE IMPLANTA çÃO DE UMA PLANTATION

162

165

166

167

1'69

., MLNセ@

.l. J.U

171

172 .

(12)
(13)

LISTA DE GRÁFICOS

1 - PRODUÇÃO DE AUTOMOVEIS E CAMINHÕES: DOS E.U.A. E DA FORD

p.

MOTOR COMPANY 176

2 - LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DAS TERRAS DA CONCESSÃO Â COMPA NHIA FORD INDUSTRIAL DO BRASIL (FOHDLÂNDIA E BELTERRA)

-ESTADO DO PARÁ 177

3 - RELAÇÃO ENTRE ESCALA DE PRODUÇÃO, CUSTOS E TAXA DE LU-CRO PARA VALORES CONHECIDOS EH 1933 - ÇOMPANHIA FORD IN-DUSTRIAL DO BRASIL

4 - RELAÇÃO ENTRE ESCALA DE PRODUÇÃO, CUSTOS E TAXA" -M1NIMA DE LUCRO PARA VALORES CONHECIDOS EM 1941-COMPANILIA FORD

178

(14)
(15)

セュ@ 10 de outubro de 1927 foi constituida a Companhia Ford In dustrial do Brasil pessoa juridica criada pela Ford Motor Compa -ny, ・ョエセッ@ a maior empresa do mundo, lider da indGstria automobilis-tica dos Estados Unidos. Tinha por objetivo a 」ッョ、オ￧セッ@ do processo

de オエゥャゥコ。￧セッ@ produtiva de uma 」ッョ」・ウウセッ@ de um milhão de hectares

de terra,feita pelo governo do Estado do Pará, às margens do Rio Ta pajós nos municipios de Itaituba e Aveiros. O centro das pretensões da Ford era o desenvolvimento de uma ーャ。ョエ。￧セッ@ gigante de seringuei ras - expressava, entretanto, nos seus estatutos, a intenção de atuar em' mGltiplas atividades extrativas, industriais, comerciais e financeiras. Milhares de trabalhadores foram mobilizados, vastas á-reas foram desmatadas e plantadas, maquinismos avançados foram instalados, e dois equipados centros urbanos foram erguidos (Fordlân -dia e Belterra) em ヲオョ￧セッ@ das necessidades dos empreendimentos.

rios milhões de dólares foram gastos. 'Em 1945, após dezoito anos de atividades, a Companhia

à preço simbólico, para O objetivo deste

foi extinta e todo seu acervo transferido , o governo brasileiro.

trabalho é a イ・」ッョウエゥエオゥ￧セッ@ histórica da

Companhia Ford Industrial do Brasil entendida, de um lado, como um momento do processo de 」ッョ」・ョエイ。￧セッ@ e centralização do capital em -preendido pela Ford Motor Company enquanto parcela individual do 」セ@

pital global; de outro, como forma especifica de ュ。エ・イゥ。ャゥコ。￧セッ@ des te processo.

A イ・ーイッ、オ￧セッ@ ampliada do capital social implica na sua con -centração e 」・ョエイ。ャゥコ。￧セッ@ - ou seja, o controle dos meios

de ーイッ、オ￧セッ@ e o comando da força de trabalho tendem a ser

sociais feitos por um número cada vez menor de capitais individuais. Isto e ・ョ、￳ァセ@

no ao movimento ァャッ「セャ@ do capital e resulta do fato de que o seu

(16)

força de trabalho adicionais - os limites da sua sobrevivência estão atrelados à sua expansão quer pela concentraçâo (a efetivação de no vos investimentos) quer pela centralizaçâo de capital (absorçâo de capitais'que jã existem).

Esta noçâo nos autoriza a buscar as determinações da Compa nhia Ford Industrial do Brasil - considerada apenas em sua condiçâo

"genérica" de investimento da Ford Motor Company - na expansão da e conomia americana iniciada em 1915 e mantida (com pequeno intervalo) até 1929, no peso relativo que desempenha a indGstria automobilIsti-ca na realizaçâo deste crescimento e nas necessidades de expansâo da Ford Motor Company no interior da concorrência travada entre os capl tais individuais voltados para a produção de automóveis.

O problema que se coloca a seguir

é

a condição especifica da Companhia Ford Industrial do Brasil: o fato de ela ter sido um in-vestimento em plantações de borracha localizado na Amazônia brasilei ra.

Procurou-se resolvê-lo em dois nIveif:. Ao nIvel das condições gerais que conduziram o processo de decisão na direção da cultura da borracha na Amazônia e ao nIvel da efetivação das decisões tomadas.

Em relação a decisão de plantar seringueira, partiu-se da hi pótese de que ela estaria intimamente relacionada com a conjuntura internacional da borracha nos anos vinte e com o caráter estratégi -co que assumira este produto seja nas relações internas à economia a mericana seja no que tange a concorrência internacional em torno de mercados de venda de manufaturas.

(17)

totalmen-te, como elemento de influ2ncia na 、」」ゥgセッ@ de localizaçâo, os fato-res edafo-climâticos. Estes foram entendidos como subordinados as determinaç6es econ6micas e polIticas. Isto セL@ na medida em que as

アオ・ウエV・セ@ de solo, clima, etc. nao aparecessem como impeditivo a

priori, seriam as quest6es de outra ordem as que realmente teriam

importância.

Quanto

a

pr5tica exercida no sentido da ゥューャ・ュ・ョエ。￧セッ@ das decis6es tornadas (a ・ウエイオエオイ。￧セッ@ da Companhia corno ・ウエイオエオイ。￧セッ@ de urna ヲイ。￧セッ@ especIfica do capital) entendeu-se como se fazendo a par

tir de urna dupla determinação: de um lado o nIvel de desenvolvimen-to local relativamente ao fornecimendesenvolvimen-to dos pressuposdesenvolvimen-tos desta ・ウエイセ@

turaçâoi' de outro, a possibilidade de lançar ュセッ@ de requisitos for-necidos a partir do desenvolvimento em geral do capitalismo. Em am bos os casos, tendo-se presente horizontes de ーイッ、オ￧セッ@ que se ウゥエオセ@

riam entre os parâmetros dados pelas dimens6es das necessidades da Ford Motor Company e a escala mInima de produçâo para a existência de lucro a urna taxa equivalente a de outras alternativas possIveis de aplicaçâo do capital.

O texto que vem a seguir não obedece, necessariamente, a ar dem da esquematização que acabamos de fazer. É que optou-se pelo seu desenvolvimento marcado pelo privilegiamento de dois planos e dois perIodos de análise diferentes. Procurou-se privilegiar as ma era determinaç6es quando se tratou da contextualização do per Ia do 1922-1924. No período 1925-1945 a análise セ@ focalizada no plano das necessidades da Ford Motor Cc. c da cッューセョィゥセ@ Ford iョ、オウエイゥセャ@

do Brasil. Teve-se corno preocupação a busca, nem sempre bem sucedi-da , sucedi-das vinculaç6es macro-micro, quer no decorrer do 、・ウ・ョカッャカゥュ・セ@

to de cada urna das duas partes em que se divide o texto quer nas co nexoes estabelecidas entre elas.

(18)

questões ーッャセュゥ」。ウN@ Para a segunda parte, foi possIvel dispor de

fontes prim5rias em adiçâo âs secund5rias. Entre estas filtimas [o ram utilizados relatos de viagens, livros escritos na セーッ」ゥ。@ por ーッセ@

soas ligadas J Companllia, livros de historiadores mais ou menos ofi ciais da Ford Motor Co., livros de Henry Ford, etc. As informações, prim5rias relativas â Companhia e a Ford Motor foram obtidas, H、ッ」セ@

mentos internos, relatórios, cartas, avaliações, propostas, etc. quase que exclusivamente no Ford Archives/Edison Institute, Doar born, Michigan-USA. Foram utilizados, エ。ュ「セュL@ relatos verbais de pessoas ainda vivas que trabalharam para a Companhia. Os dados de contabilidade em parte foram fornecidos pelo Ford Archives e os de mais foram conseguidos nos diários oficiais do Estado do Pará em que foram publicados os balanços patrimoniais da Empresa.

A importância que se viu em empreender o presente estudo ーイ・セ@

(19)
(20)

2.1 - A CONJUNTURA INTERNACIONAL DA BORRACHA: Estados Unidos (neces sidadcs crescentes); Inglaterra (scm:L-monopólio e Plano Stevenson)

Os anos que compreendem o periodo que vai de 1915 atê fins de 1929 foram, para os Estados Unidos, marcados por inequívocos si nais de vitalidade e progresso, quer no que se refere à ampliação e utilização de sua capacidade produtiva interna e incremento do prQ duto gerado l , quer no que tange ao fortalecimento de suas posições no mercado externo relativamente às exportações de manufaturas e 」セ@

pitais.

A participação relativa dos Estados Unidos nas exportações mundiais de produtos industrializados chega, em 1929,a 20,4% - アオ。セ@

do fora, em 1913, 13,0%. Nesse intervalo, sai de um terceiro lugar que distava 13,6 pontos de percentagem do segundo mais importante ・セ@

portador de manufaturas, a Alemanha, para uma segunda posição (em igu,aldade com a mesma Alemanha) cuja diferença para com o ainda lí-der Reino Unido, expressava-se por não mais que dois pontos de

per-2

centagem .

Por seu turno, os investimentos americanos no ext_er ior , アオ。セ@

do comparados aos totais investidos pelos sete principais países ・セ@

portadores de capita1 3 , demonstram que de uma participação de 6,3% em 1914, os Estados Unidos passam, em 1930, a compor 35,3% daqueles totais. Neste específico aspecto, chega à dêcada dos trinta consti-tuindo-se no segundo mais importante país, dentre os países cen-trais do capitalismo: sp.nno supp.rado; étpenas i ーセQP@ Reino TJ!lido e des

bancando França e Alemanha de suas antigas posições de 29 e 39 ャオァセ@

res, respectivamente.

A utilização da capacidade produtiva mantêm-se,durante pra-ticamente toda dêcada de vinte, em níveis bastante elevados. Com ex ceção do ano de 1921, quando, em mêdia, apenas 65% das ゥュッ「ゥャゥコ。セ@

ç5es totais foram utilizadas, os demais anos do 、・」セョゥッ@ mantiveram utilização superior a 80% da capacidade produtiva, sendo que, em quatro deles, os índices situaram-se entre 89 e 94%4.

Ao mesmo tempo mantinha a economia americana uma taxa セ↑、ゥ。@

(21)

his-tórico rOlevante,,5. A inclusão dos três primeiros anos da década ele varia para, 。ーイックゥャセ。、。ュ・ョエ・L@ 5% a taxa média de desemprego, em

vir-tude dos elevados niveis de 1921 (11,9%) e de 1922 (7,6%)6.

Nesse contexto, o crescimento da indústria automobilística teve destacado papel considerando, de um lado, as altas taxas de crescimento que experimenta na década - mantendo praticamente inin-terrupto o surto iniciado em 1915 - e, de outro, os importantes e-feitos colaterais que exerce sobre a construção civil (suburbaniza-ção, construção de estradas) e indústrias derivadas. A produção de automóveis de pouco mais de dois milhões de unidades em 1920 vai para 3,6 milhões em 1923, chegando, em 1929, ao record do decênio

-4,5 milhões. O número de carros em circulação (medido pelo numero de emplacamentos) aumenta de 2,3 para 23,1 milhões entre 1915 e 1929 7 .

Como parte do mesmo processo, as necessidades e consumo de

ュ。セ←イゥ。ウ@ primas em geral acentuam-se, fazendo com que, jã naquela

década, comece a se verificar, para muitos recursos primãrios,o mo-mento qUE: Harry Magdoff chama de "passagem dos Estados Unidos de país 'que possui' para país 'que não possui" . Com efeito, relativa-mente aos minerais, por exemplo, os anos vinte compreendem, em

con--ェオョエッセ@ o primeiro período, neste século, em que os E.U.A.

apresen-tam valor de exportação menor que de ゥューッイエ。￧セッN@ セ@ que, entre os a-nos vinte e a década anterior, enquanto as importações dessas maté rias primas cresceram quase 70%, as exportações sofreram incremento de, apenas, 24%. Nestes tOmos; o 8onsnmo doméstico aparent.e de mine-rais cresceu SWEセ@

Com relação a uma outra matéria prima vital - e que aqui nos interessa de perto - a borracha natural, da qual os Estados U-nidos não produziàm um grama sequer, o consumo avança velozmente. De 209.000t em 1920 o país passa a consumir 306.000t em 1922J

(22)

decênio. A ー。イエゥ」ゥー。￧セッ@ do consumo alnericano no total de consumo de borracha natural foi 69% em 1920, 74% em 1922, 72% em 1923, 63% em 1927 c, finalmente, 58% em 1929 (ver tabela 1 ).

Resumidarnenote. Os anos vinte desenvolveram-se como continua çao ao período de prosperidade iniciado em 1915 e impulsionado pe-los demais an6s da I Guerra Mundial. Verifica-se, nesta fase ascen dente da economia americana, apenas ligeiro interregno com o período recessivo iniciado em 1920, e aprofundado em 1921. Em 1922,todavia,

-ェセ@ mostrava sinais de franca recuperaçao, colocando expectativas

confirmadas no forte impulso do ano seguinte e no elevado nível de atividades e neg6cios que se mant§m at§ o crack da bolsa de Nova

York, emO fins de 1929. Esta ・クー。ョウセッ@ - e manutenção em níveis eleva dos de オエゥャゥコ。￧セッ@ - da capacidade produtiva faz-se associada a 。」・セ@

tuação de três tendências fundamentais e interligadas. Primeiro, a busca agressiva de mercados para os manufaturados - processo que inclui, tanto a formação de novas quanto a ocupação de antigas a-reas de domínio dos competidores mais pr6ximos (Reino Unido, Alema-nha e França). Segundo, pressão sobre o estoque interno de matêrias primas e elevação do nível de obtenção externa desses pressupostos da manufatura. Terceiro, a expansão dos investimentos no estrangei-ro corno forma de estimular as exportações e garantir o contestrangei-role so bre fontes essenciais de matêrias primas 9

n

no interior dessas tendências, nesse período de franca 。セ@

cençao americana no sistema capitalista mundial, que se inscrevem, tanto o rlano Stevenson, o Estauo e capi'calisLds ゥャャ\jャ・セ・セL@ quanto a

reação a ele deflagrada pelo Estado e capitalistas americanos.

* * *

Entre os anos de 1915 e 1921 foram produzidas no mundo 1.958.340 toneladas セ・@ borracha. No mesmo período, o consumo

mun-dial foi de 1.717.040t. Grosso modo, acumularam-se estoques (nos paI ses produtores, nos países consumidores e em trânsito) um pouco aci ma de 241 mil toneladas - equivalente a, aproximadamente, 86% do consumo mundial de 1921 (ver dados 「セウゥ」ッウ@ na tabela 1 ). Em torno de 66% desses estoques formaram-se nos anos de QセQYMRPMRQL@ apesar

(23)

307,3 mil toneladas. f: que, o consumo global reduz-se de 317,5 mil

エッョ・Q。、セウ@ em 1919 para 281,9 mil toneladas em 1921 - corno resultado

do recesso na ーイッ、オ￧セッ@ industrial americana, a que jã nos referimos acima.

Essa ウゥエオ。￧セッ@ reflete-se nos preços ,do produto cuja 」ッエ。￧セッ@

em Nova York despenca de 58,85 U.S. cents(mãxima cotação média anu-al dessa fase) em 1916 para 16,35 centavos de dolar americano em 1921.

Acompanhando os preços, cai a taxa média de lucro da fração do capital voltada para a ーイッ、オ￧セッ@ da borracha natural. Tornando as

companhias de ーャ。ョエ。￧セッ@ como referªncia, no ano de 1916, em conjun-to, cinquenta dessas companhias, com ãrea total plantada de 106.215 acres e com capitais somados de 5,4 milhões de libras ・ウエ・イャゥョ。ウLッセ@

tiveram um lucro por acre de 20,3E (lucro líquido, ou seja, sem a inclusão das reservas e fundos diversos e abatidos os imposLos) o que corresponder ia a urna taxa média de lucro de 40%. Bm 1919, 51 companhias, com 118.595 acres plantados, e capitais totais de 6,14 milhões de libras, obtªm um lucro por acre de 15,4E.e urna taxa me-dia de lucro de 30%. Esta filtima cai para 8 e 5%, respectivamente, nos anos imediatamente subsequentes. Em 1916, de quaren-ta e nove em presas, 48 distribuiram dividendos que corresponderam a 30% do 」。ーセ@

tal. Em 1920, apenas 21 entre 51 empresas remuneraram acionistas com 3% sobre o capital - ウゥエオ。￧セッ@ que, praticamente, manteve-se para o ano seguinte(ver tabelas 2 e 3 ).

Estes números ウセッ@ significativos, principalmente se se levo

em conta que, nestes tempos, ョセッ@ só a borracha de plantação domina-va a produção mundial de borracha natural, como, tarnbém,expandia-se rapidamente. Em 1915 participava com 67,6% da ーイッ、オ￧セッ@ global, em 1917 com 79,6%, em 1919 com 87% e, finalmente, com 92% no ano de 1921 (ver tabe,la 4 ) .

(24)

con-trolava 84% da ーイッ、オ￧セッ@ asi5tica (ver tabela 5 ), portanto,57% do total da oferta lO . Em 1921, apesar de reduzir para 73% sua

partici-ー。￧セッ@ relativa no total da ーイッ、オ￧セッ@ de borracha plantada, a iョァャセ@

terra tem sua ー。イエゥ」ゥー。￧セッ@ aumentada na produçâo global em 10 pon-tos de percentagem.

As Indias Holandesas participaram com 16 e 26% da produçâo asi5tica nos anos de 1915 e 1921, respectivamente - o que equivalia a urna ー。イエゥ」ゥー。￧セッL@ nos mesmos anos, de 11 e 24% do que fora

mundi-almente produzido.

A borracha silvestre (Africa e América do Sul), por sua vez, cuja ーイッ、オ￧セッ@ equivalia a 32% da ーイッ、オ￧セッ@ mundial de 1915, chega a 1921, compondo, apenas, 8% da ーイッ、オ￧セッ@ global de borracha natural . Em fins de 1921, portanto, a produçâo mundial dependia em 67% das co18nias inglesas, em 24% das Indias HoJ.andesas, em 8% da extração da borracha silvestre na África e An1érica do Sul e, final-mente, em 1% das plantaç6es francesas na Cochinchina.

Os estoques acumulados, a queda de preço e a retraçâo na taxa de lucros atingia proporcionalmente a todos. Contudo, ーイ・ッ」オーセ@

va sobremaneira os capitais ingleses. A participação de capitais ゥセ@ gleses nos investimentos totais das plantaç6es de borracha do orien te era de 57,6% (ver tabela 6).

Essas preocupações objetivamse em atitudes dos capitalis -tas da borracha e do Estado inglêses.

Já em 1917, a Rubber Growers Association - entidade que re-presentFnra a maioria das companhia.s inglesas plantadoras de

borra-11

-cha - propunha a seus associados, limitaçoes na exportaçao do ano seguinte de forma que esta nao ultrapassasse oitenta por cento da

12 safra •

Aquela restriçâo produz efeitos imediatos (a produçâo de 1918 se reduz ,em torno de 40,3 mil toneladas) (ver tabela 1) mas não se sustenta por muito maJs de um ano. Já em 1919 a produçâo cres ce, no oriente, quase sessenta por cento em re1açâo a 1917.

Em novembro de 1920 a mesma Rubber Growers Association

vol-- - 13

ta a promover restriçoes na exportaçao

(25)

consumo que se verificn naquele nno (ver tabela 1 ).

セ@ por essa êpoca que o Governo iョァャセウ@ aproxima-se oficial

mente do problema. Lord W. Churchill, ent50 s・」イ・エセイゥッ@ das Co16nias, nomeia uma comissão de oito membros, sob a liderança de James Ste-venson 14 , com o objetivo de estudar a

ャャウゥエオ。￧セッ@

da borracha e as me didas a serem postas em prática para a valorização da preciosa ma-téria prima,,15

A citada comissão, em 19 de maio de 1922, apresenta ao Mi-nistro das Co16nias suas conclusões e propostas, que, nos seus pro-prios dizeres, se punha no sentido de:

"Reduzir os excessos de estoques existentes e regu-larizar os fornecimentos futuros, no intuito de es tabelecer um equilíbrio entre a oferta e procura e estabilizar a indústria,,16.

Concomitantemente, foi feita ll..'Ua solicitação ao Governo no landês para que medidas idênticas fossem セ、ッエ。、。ウ@ com relação às suas colônias. Um acordo nessa direção foi tentada até dois de outu bro, quando a Rubber Committee reconhece a indiferença do Governo Holandês, relativamente às suas recomendações, e propõe, em relató-rio complementar, a implementação, o mais imediatamente possível das políticas já anteriormente indicadas 17 . Em 19 de novembro de 1922, na sutil forma de recomendação do Colonial Office, foi expedi do o British Rubber Restriction Act, correntemente designado de Stevenson Rubber scheme18 ou, aqui no Brasil, Plano Stevenson.

O Plano Stevenson pretendia a カ。ャッイゥコ。￧セッ@ da borracha a ー。セ@

tir dos seguintes mecanismos:

1 - Fixação da produção de cada plantador em um "Standard Produc-tion - 1922", tendo por base a produção nos doze meses decorri-dos de 19 de novembro de 1919 a 31 de outubro de 1920.

(26)

de percentagem a mais, o plaritador pagaria um pence de imposto.

adici.ono 1

3 - O teto (percentagem da safra "standard") até onde incidiria 。ーセ@

nas a taxa mínima seria ampliado ou retraído em função das cota

- 19

çoes da borracha

Como se pode ver, ao lado de pretender ser um "intervencio-nismo liberal ,,20 o plano propunha agir sobre o preço internacional do produto ou pela redução absoluta da oferta ou pela manutenção ou ampliação dessa oferta a preços crescentes, pelas taxações pro-gressivas, ou pela conjugação destas duas coisas. Para qualquer dos casos, o pressuposto é de que a demanda pelo produto era relativa -mente inelástica - uma redução na oferta provocaria uma elevação mais que proporcional no preço ou uma elevação nos preços produzi ria uma redução menos que proporcional na quantidade demandada, le-vando a que, tanto numa como na outra situação a receita total se ampliasse para os países exportadores, em' detrimento, é claro, do incremento do dispªndio total dos países importadores para aquisi -ção de nova (menor) quantidade do produto21

Esses efeitos sobre o preço, receitas de exportação e dis-pêndio com importações dilatar-sc-iam se a demanda, além de 」ッョヲッイュセ@

ção inelástica, fosse uma demanda em expansão. Em fins de QYRRLアオ。セ@

do já se dispunha das indicações de recuperação da crise iniciada em 1920, e nos albores de 1923, quando já se confirmava as expecta-tivas de rápida expansão nos neg6cios, esse parecia Ser o caso da economia americana, relativamente à borracha. E esta foi a base da argumentação dos capitalistas americanos que controlavam as indGs -trias que tinham na borracha uma matéria prima indispensável. Isso e o sempre presente repúdio

à

quebra do "princlpJo básico do funcio namento da economia de livre iniciativa". Na vanguarda da indigna -ção, os mais expressivos representantes dos 01igop61ios de produção de veículos e de artefatos de borracha.

Na verdade, o que estava em jogo nao era a preocupaçao com o fato de que a "sociedade" americana estaria pagando mais dólares pela mesma quantidade de produto. Isso não teria a menor ゥューッイエセセ@

(27)

pneus e artefatos de borracha, ッセ・イ。、ッウ@ pelos diferenciais de pre -ços, sem queda na taxa de lucro dos que controlavam a ーイッ、オ￧セッ@ de carros, pneus e artefatos de borracha. Estes, entretanto,a única certeza que tinham era a de que, uma vez onerados seus produtos,en-fraquecia-se o seu poder de competição frente aos mais fortes con-correntes (nessa contingência, as capitais ingleses que 」ッョエイッャ。カ。ョセ@

em seu país, os meios de produção de carros, pneus e artefatos de borracha) comprometendo, destarte, o nIvel da taxa de lucros e, mes mo, a sua pr6pria capacidade de realização desses ャセ」イッウN@

Estava em pleno andamento, em realidade, o processo de com-petição capitalista. Mas não na sua versão ideo16gica de "concorrên cia perfeita" como "princípio básico do funcionamento da economia de livre iniciativa". Mas na sua versão real de concorrência entre monop6lios, entre frações poderosas do capital que, hegemônicas

en-tre as respectivas frontc:dras nacionais, disputam a hegemonia de

ュ・セ」。、ッウ@ mundiais, dos quais, cada vez ュ。セウ@ dependem para reproduz!

rem-se de forma ampliada. Competição em que os preços int.ernacio-nais não são uma simples expressão econômica, mas, :também,

manifes-t açao po ltlca - 1'" 22

*

* *

Em 1925, Herbert Hoover, no prefácio. de uma publicação do Mt nistério do Comércio do Governo Americano, do qual era Secretário , escreveu o que segue:

"A borracha llatural coloca-se em quarto lugar entre nossas importações - apenas a seda, o açúcar e o ca fé a superam em valor. Três grandes indústrias de-pendem desta matéria prima - a manufatura de borra-cha, a indústria automobilIstica e a indústria do petr6leo (esta, através de sua dependência da ゥョ、セ@

tria automobilística). O capital agregado investido nestas indústria excede U.S.$13.000.000.000 セ@ .. セ@ me

dida restritiva conhecida como Plano StevensonÇ .. セィセ@

(28)

essenci-aI para o nosso modo de vida. N6s devemos considerar os possiveis efeitos disso sobre nossas pessoas" 23 .

Antes, em fevereiro de 1923, Harvey Firestone da Firestone Tire and Rubber Company, considerando os efeitos sobre si e sua com panhia, convida vários industriais americanos (entre os quais Henry Ford) , para uma conferência sobre o Plano Stevenson (que segundo ele faria crescer em 150 milhões de dólares o valor das importações americanas de borracha crua naquele ano), a ser realizada em Washin gton. O objetivo seria reunir industriais e governo dos Estados Uni dos no sentido de tornar públicos os aspectos negativos do plano, desenvolver idéias para combatê-lo e avaliar as possibilidades de

"estabelecer a cultura da borrachél sob controle americano,,24.

A conferência efetiva-se nos dias 28/02 e 1/03, tendo como participantes, além dos industriais convocados por Firetone, os se-cretários de estado Wallace, da agricultura, e Hoover, do comércio,

25 e vários membros do Congresso .

Isso e contactos anteriorme:nte mantidos por fゥイ・ウエッョ・Lゥョ」ャセ@

sive com o Presidente da uョゥセッL@ Warren G. Harding, n50 conseguem ッセ@

ter urn protesto formal do Governo americano junto ao Governo In-glês. Conseguem, todavia, que seja proposto ao Congresso, pelo Bxe-cutivo, uma verba de $500 mil dólares "para investigar e relatar as possibilidades de desenvolver plantações de borracha nas Filipinas e América Latina,,26 com despesas a correrem por conta dos orçamen-tos dos Departamenorçamen-tos da Guerra e da Agricultura27 .

A verba foi aprovada e o Departamento de Comércio instruído, em março de 1923, de levar a cabo tais estudos.

Ao mesmo, tempo, algumas iniciativas privadas eram amplamente ョッエセ@

ciadas. Destacam-se, nesses primeiros momentos de vigência do palno Stevenson, o incentivo dado por Ford e Firestone ao inventor Thomas A. Edison para que buscasse descobrir espécies vegetais produtoras de borracha adaptáveis ao plantio nos Estados Unidos; a busca,pelas próprias empresas, de áreas no estrangeiro onde pudessem desenvol-ver o plantio de borracha; e, finalmente, alguns passos dados por

um

raal

de indústrias interessadas na borracha, no sentido de que

(29)

de borracha - essa irliciativa, entretanto, estava explicitamente condicionad a Bセゥ@ palavra of icial do Departamento de Comércio sobre

28 as investigações relativas às condições da produção de borracha" , ou seja, aos resultados dos estudos para os quais fora destinada a verba de 500.000 dólares, acima referida.

2.2 - AS OLIGARQUIAS agtセ￁rias@ BRASILEIRAS E A VALORI ZAÇÃO DO CAFt';: Co

mo financiar?

Apesar do surto industrial que se verifica nos anos sob in-29

ヲャオセョ」ゥ。@ da I Guerra Mundial Lセ。@ economia da agro-exportaç50 e, nesta, o setor cafeeiro que, nos anos vinte, mantém-se como centro

、ゥョセュゥ」ッ@ da economia brasileira.

E mais. O setor cafeeiro cresce em ゥューッイエセョ」ゥ。@ ao longo 、・セ@

ses anos, principalmente no periodo que compreende de 1919 a 1924. A participação das exportações de café, no total das exportações

-brasileiras, cresce de 56% em 1919 para 75,4% em 1924 - permanecen-do em torno de 70% até o final da década. Ao mesmo エ・ューッL。」ッュー。ョィ。セ@

do a tendªncia, a イ・ャ。￧セッ@ exportação/PNB sai de 0,057 em 1920 para

30

0,125 em 1924, chegando a um minimo de 0,096 em 1929 .

Este

é

um feito impressionante para lliu produto que desde

fins do século passado evolui sob o peso de continuas instabilida -des de preços, associadas a uma permanente crise de superprodução.E, ainda, que durante os anos de guerra perdeu posição relativa,no in-terior セャoィセャ@':j..L. ,.JI..A ... , p01a 、ャGGGセセsャGKャGcセᅦセセ@

I.,;...-i.. V\":":'Á,. L Q a.u agrícola e p.§.

lo crescimento industrial que se efetiva.

Esse espetacular sinal de resitência explica-se apenas par cialmente por fatores fortuitos (geada de 1918, por exemplo) e con-junturais - reabertura dos mercados europeus e expansão do consumo

, , d' t - 31 f ' d ... d

amerlcano nos anos lme latamen e apos a guerra • Os e eltos al e correntes esvairam-se com a crise de 1921.

(30)

-tor, ainda economicamente preponderante 32 .

Alifis, as ーッャ■エゥ」セウ@ de カ。ャッイゥコ。￧セッ@ acompanham a superprodu-çao do 」。ヲセN@ s50, na verdade, as vias pelas quais as oligarquias 」セ@

feeiras transferem, para o conjunto da economia brasileira, os 6nus das quedas de preços resultantes da ウオー・イーイッ、オ￧セッZ@ oscilando, em

セョヲ。ウ・L@ entre a 、・ウカ。ャッイゥコ。￧セッ@ cambial (a partir da ・クー。ョウセッ@ 、・ウーイセ@

porcional da base monet5ria relativamente ao crescimento do produto real e a capacidade de importar)e o aumento da dívida pública exter na - pelos empréstimos no estrangeiro. No primeiro período em que

a ウオー・イーイッ、オ￧セッ@ manifesta-se, isto セL@ quando a 」ッエ。￧セッ@ ュセ、ゥ。@ anual

da saca de 60kg passa de 4,09 libras, em 1893, para 2,91 libras em 1896 e a. 1,48 libras em 1898, a 」ッエ。￧セッ@ do mil r6is (pence/mil イセゥウI@

cai de 11 19/32 para 7 7/16 no mesmo·períod0 33 . No por Iodo seguinte (1900 - 1920), a moeda encontra relativa estabilidade, e as valori-zaç6es feitas neste intermeso (a de 1906, inclusive), foram financi adas com recursos externos, fundamentalmente empr6stjmos.

Nos anos de 1921 a 1923, teve franco curso uma etapa da va-lorização centrada nas compras, pelo Governo Federal, dos exceden-tes de café com base em emiss6es sem lastro. Neste per Iodo, ou me-lhor, entre 1920 e 1923 os meios circulantes passam de 1,8 milh6es de contos, para 2,6 milh6es34. A cotação do

ュゥャMイセゥウ@

reduz-se de 14

15/32 pence, em 1920, para 5 3/8 pence em 1923 - a menor jamais a-tingida desde 1889.

セ@ assim que se conseguem manter, relativamente est5veis e e

levados, os preços reais do 」。ヲセ@ em moeda doméstica num momento de preços internacionais particularmente baixos, e de escassez de re-cursos externos para ・ューイセウエゥュッウ@ ou investimentos aut6nomos - resul

tantes da crise de 1920-21. E ao mesmo tempo, pelo financiamento de estoques, evitam-se press6es ainda maiores da oferta sobre o preço externo, levando, inversamente, a que sua recuperação faça-se rápi-da, a despeito do aumento da produção interna - em 19.22 a cotação do caf6, em libras esterlinas, havia aumento em torno de 20% em

re-- 35

laça0 a 1921 .

Essa via de financiamento da valorização do caf6 e de ーイッエセ@

çao dos lucros das oligarquias cafeeiras traz, todavia, outras

(31)

Os recursos ョ」」・ウウセイゥッウ@ ao financiamento das 。アオゥウゥ￧セ・ウ@ de excedentes e ヲッイュ。￧セッ@ de estoques pressionam,como se falou 。」セョ。L@ o orçamento do Govorno, deseguilibraIldo-o por completo - entre 1919 e 1922 o dõficit governamental mantõm-se em níveis muito elevados,che gando a representar 24,6% do dispêndio global do governo em 1923 36 . Se isso, por um lado, representa uma flexibilidade da política fis-cal no trato dos interesses dos setores dominantes, por outra parte, induz a uma relativa rigidez no atendimento de pleitos originados em outros setores da sociedade, inclusive de frações ッャゥァ。イアオ■」。ウNiセ@

to porque, o rígido parâmetro inferior de gastos determinados pelas necessidades hegemônicas, por colocar-se substancialmente acima das disponibilidades reais da receita fiscal, deixa, ao governo,uma mui to estreita margem de manobra entre estes "gastos mínimos necessã -rios" e a desordem financeira interna.

Os déficits,por outro lado, passam a representar pressões sobre a disponibilidade interna de produtos nacionais ou importados. Como na gênese desses (déficits) ョセッ@ estã nem a ・ャ・カ。￧セッ@ na capaci-dade de importar, nem a 。ューャゥ。￧セッ@ da capacidade interna de ーイッ、オ￧セッ@

de outras mercadorias, que ョセッ@ o café, o efeito imediato sobre a ta xa de câmbio ョセッ@ se faz esperar - a moeda interna desvaloriza-se re

ャ。エゥカセュ・ョエ・@ aos meios de pagamento internacionais - e, por essa via, uma consequente ・ャ・カ。￧セッ@ nos preços dos importados que, nas condi-ções da economia brasileira da época, equivalia a uma alta geral no custo de vida. Os aumentos de custo de vida saltam de 3% em 1921 ーセ@

ra 10% nos dois anos seguintes e, em 1924, セエェョァrュ@ J7% - a maior da

década 37 .

A 、・ウカ。ャッイゥコ。￧セッ@ do mil réis frente a libra tem, também, o efeito de proteger a ーイッ、オ￧セッ@ interna de bens industriais, na medi-da em que funciona" como uma エ。ク。￧セッ@ dos importados. Com ・ヲ・ゥエッL。ウウセ@

ciado à 、・ウカ。ャッイゥコ。￧セッ@ cambial, verifica-se, no início dos カゥョエ・Lオセ@

crescimento da ーイッ、オ￧セッ@ industrial que alcança seu ponto mais al-to no ano de 1923, tendo, a partir daí, um decremenal-to. Até o final da década o nível de ーイッ、オ￧セッ@ industrial de 1923 ョセッ@ volta a ser a-tingido 38 .

(32)

guias agr5rias, cOllseguc, no inicio dos anos vinte, proteger a oli-garquia cafccira frC'nt.e a uma conjuntura internacional desfavorZivcl, tanto com イ」ャ。￧セッ@ ao mercado de caf6 quanto no que se refere ã difj. culdade de ッ「エ・ョ￧セッ@ de recursos externos, quer aut6nomos, quer de

empréstimos. Para isso, lança mão dos déficits fiscais, com 」ッ「・イエセ@

ra por emissões sem Listro. Essa medida, de um lado, pela sua ousa-dia, torna o governo da uni50 rlgido no atendimento de pleitos de outros setores da sociedade em geral e da própria 01igarquia39i de outro,desvaloriza a taxa de câmbio e empurra para o alto a infla ção - fen&neno que punha em oposiçao ãs oligarquias do café classes

ョセッ@ ligadas diretamente a agro-exportação: importadores, エイ。「。ャィ。、セ@

res e, ・セ@ particular, as classes médias urbanas. Trabalhadores e

classes médias urbanas acrescidas pelo incremento que experimenta a indústria como resultado, mesmo, da desvalorização cambial do ー・イャセ@

do.

Tinha,portanto, essa polItica ゥョヲャ。」ゥッョセイゥ。@ de sustentação

do setor cafeeiro, limites estreitos, na medida em que tornava mais efetivos alguns elementos instabilizadores 40 do sistema de domina -ção das oligarquias agrárias em geral e da oligarquia cafeeira em particular - ou seja, na medida em que acirrava as contradições des se sistema.

E, considerando que a エ・ョ、セョ」ゥ。@ da ーイッ、オ￧セッ@ de café era 」ッセ@

tinuar crescendo mais do que as necessidades mundiais comportavam , como resultado mesmo da polItica de valorizaçã0 41 , colocava-se como emergência r tanto a "va] HIイゥWNZ。￧セッ@ permanente" do café como a obtenção

externa dos recursos necessários a essa operaçao.

A alternativa que se apresentava de imediato eram os ・ューイ・セ@

timos, agora (1923/24) que a economia americana e mundial encontra-vam-se plenamente recuperadas da crise do pos-guerra, com

financeiros abundantes e disponIveis - e as oligarquias

recursos cafeeiras lançam-se a eles com desembaraço. Por isso, principalmente a partir da criação do Instituto do Café de são Paulo, em 1924, a dIvida ex-terna brasileira tem um novo capItulo caracterizado pela entrada dos Estados Unidos como emprestador e pelo seu inusitado ritmo de crescimento42, 43.

(33)

capitais aut6nomos como alternativa na 」。ョ。ャゥコ。￧セッ@ de recursos ex ternos 」ッャッ]Z。イᄋᄋセ[」MゥゥNQ@ ,para as ッャゥNセI。イアオゥ。ウ@ cafeeiras, corno uma ーッウウャ「セ@

ャゥ、。、Hセ@ simplesmente fascinante.

2.3 - AS OLIGARQUIAS At·1AZÔNICAS E A BORRACHA: Abandono e decadência

Quero realçar, aqui, dois aspectos: a) que o "esplendor" da economia da borracha era, em realidade, um esplendor para as oligaE qUiàS amàzônicas e, marginalmente, para classes médias formadas nos grandes centros urbanos. Para os trabalhadores (o seringueiro, ーイゥセ@

cipalmente) ョセッ@ houve diferenciação na qualidade da vida, senão ーセ@

la elevação da miséria. Logo, hã uma crise real das oligarquias M・セ@

quanto que pélra os trabalhadores, uma vez desobrigados dos serin gais, há, apenas, retorno às terras de cultivo, quer na Amazônia, onde a terra não se colocava corno problema, quer em suas regi6es de

ッイセァ・ュ[@ e b) a estrutura de poder ッャゥァセイアオゥ」ッ@ excluIa a

representa-tividade ou subordinava a participação política de todos os demais setores, que não oligárquicos. E, portanto, são estas oligarquias, frente a sua crise, que desempenharão papéis importantes nos even -tos que se quer estudar nesta parte do trabalho.

Em 1921, a quantidade de borracha exportada pela knazônia representavél. 50% da quantidade exportada em 1915 e 45% do volume vendido ao exterior em 1910. O preço médio em libra/t,em 1921, situouse em torno de 11% do que fora em 1910. Os decréscimos associa -dos de quantidade e preço 1 RVélm a qllP 0.S receitas de exportação da

borracha amazônica cheguem, em 1921, representando, apenas, 5% das receitas em libra com a venda do produto em 191044. O valor bruto da produção da borracha que, em 1910, era de Rs. QYTNTUセZSSTDPPP@ ー。セ@

.., 45

sa a Rs.33.691:358$OOO em QYセP@ - reduz-se a menos que um quinto,

portanto.

As exportaç6es totais caem de 355.028 para 142.541 contos de réis de 1910 a 1919, chegando a em 1918 totalizar, apenas,

46

(34)

o

valor da ーイッ、オ￧セッ@ tolal de produtos primãrios de origem vegcLul e aniw,ll de 1920 equivalia a, apenas, 57% do valor da ーイッ、セ@

Li8

ç50 」ッョァセョ・イ・@ de 1910' -de 218,3 cai para 123,5 mil contos, nesse

intervalo, 。ー」セ。イ@ de, nele, os valores da ーイッ、オ￧セッ@ agrícola e ani -mal terem mais que triplicado.

A construção civil estagna e a indústria de que se expande 31% em relaç50 a 1910 representa, em

transformação 1920, somente 17% do valor da produção de rnercadorias de origem vegetal e animal. Por seu turno, no mesmo período, as importações reduzem-se de 97.087 para 35.207 em 1918 e para 41.934 contos de réis em 1919.

Estes são indicadores eloquentes da profunda prostração em que se encontrava a economia da região no limiar dos anos カゥョエ・L」ッセ@

parativamente ao "esplendor" que experimentara até pouco tempo

an-t es 49 . P erml em ava lar, prlnClpa men-e, quao a-lngl as oram 't l' " 1 t - t' 'd f as oligarquias locais: aviadores, importadores, seringalistas e expor-tadores 50.

Geradas na teia de relações sociais engendrado.s no proccs'so

ョ・」・ウウセイゥッ@

ã

obtenção, pelos capitais concentrados nos países cen

-trais do capitalismo, de urna crescentemente ゥョ、ゥウー・ョウセカ・ャ@ matéria

prima de origem vegetal da qual o capital não domina a técnica ーイセ@

dutiva - e, portanto, não tem como ッ「エセMャ。@ fora da floresta habitat; e, tendo como base de poder político e econ6mico - ou seja, como condição de existência como frações de classe dominante - o papel

1 d h 51 I' , - . : 1 d

que ョセ@ esempen avam , as o 19arqulas amazonlcas veem so apa as suas posições no momento mesmo em que o processo que as gestou nao

-é mais ョ・」・ウウセイゥッN@ Ou seja, no momento em que as frações hegemôni -cas do capital a nível do capitalismo como sistema mundial, ェセ@ nao

dependem dos rígidos parâmetros da floresta, nem carecem de desen -volver-se tendo por base o trabalho compulsório em unidade dialéti ca com o capital mercantil no interior do aviament052, para obterem a borracha de vez que detiveram o controle das técnicas de domí -nio de alguns elementos da natureza, no sentido de fazê-la produzir essa mercadoria sob seus desígnios, ou seja, limitada, apenas, ao nível de suas contradições.

(35)

descmpcnhéLL'éun os mai s importantes (e sórd idos) papeis na

subordina-￧セッ@ do m5ximo de forças sociais para o inóspito trabalho de extra -ç50 da borracha silvestre - cuja escala de ーイッ、オ￧セッ@ estava na 、・ー・セ@

d6ncia direta e Gnica da 、ゥュ・ョウセッ@ da força de trabalho subjugada s50 negadas, todavia, quando se consegue a tecnologia da plantaç50

da hévea bJ'aD1:.Zi.ensí:"-:. Isto é, quando a escala de ーイッ、オ￧セッ@ da borra

cha natural passa a depender, também e fundamentalmente,de trabalho morto privatizado (capital constante) e dos efeitos sobre a produt! vidade do trabalho vivo. Neste momento, ュオ、イオセ@ os processos de

domi-nação do trabalho, alteram-se as relações de equivalência entre a mercadoria borracha e as demais mercadorias e são minimizadas as fW1 ções do capital comercial como elo de ャゥァ。￧セッ@ entre homens domina-dos em イ・ャ。￧セッ@ com a natureza indominada e a 。」オュオャ。￧セッ@ global do

't 1 53 capl a .

Isso nos leva

à

noção adicional de que o desenvolvimento das forças produtivas no sentido da produç50 da hévea implicaria,de アオ。セ@

quer modo, na superação histórica das oligarquias da borracha , tal como se estrut:lrr.:rram da segunda metade do século passado até

1911/14-quer esse desenvolvimento se desse, geograficamente, fora 1911/14-quer dentro do Brasil e da Amazônia. A diferença seria que, para elas - cuja condição de existência e fortalecimento estava na dependência, con vêm lembrar, da sua eficiência na canalização do máximo das forç&s

-

54

vivas para extraçao da borracha silvestre -para elas, dizia, o fa-to das forças produtivas terem evoluido em outras paragens, fa-tornou essa superaçao mais traumát_ica E' imediata. E, ao mesmo tempo, levou a uma violenta perda de poder econômico e político local que, de ou tra forma - na hipótese de aqui ter-se desenvolvido um padrão de produção de borracha plantada - seria contrabalançada pela "nova" produção gerada sob a égide das localmente "novas" relações entre as "novas" classes sociais (entre as quais uma oligarquia com fra-çoes vinculadas

à

produção agrícola).

Entretanto, as conveni6ncias para o imperialismo em sua fa-se colonial fa-selaram a sorte das oligarquias amazônicas. E o que fa-se assiste entre 1911/14 é a sua destruição, ou quase.

(36)

iguaJ ーイッーッイ￧セッL@ nunl6rica e qual{tativamente (do ponto de vista eco n6mjco e politjco) as ッャゥァ。イアオゥセウ@ locais. A lenta, mas real, イ・ッイァセ@

nizaç30 da cconc@ia sob novas bases (agricllltura de subsistªncia produção aninwl, casta.nha do Brasil, etc.) as イセ・ヲゥョ・L@ rco.firmando, エセ@

davia, o seu car5ter mercantil e extrativo.

O limiar dos anos vinte as encontra enfraquecidas e agoni-zuntes como a própria borracha silvestre mas a ela ainda fortemente ligadas (a borracha seria, ainda, por boa parte dos anos vinte, o principal produto de exportação). E, por isso, presas na ambiguida-de que ambiguida-derivo. da esperança ambiguida-de retorno ao passado frente as transfor maçoes concretas da realidade presente.

* * *

Inscrito no colapso geral, o desastre das finanças públi-cas . Muito estreitamente ligadas às exportações - no Pará, por ・ク・AQセ@

pIo, em 1913 as receitas do Governo Estadual provinham em 61% do im

. - 55

posto de exportaçao - as receitas somadas dos governos estaduais da região caem para 27 em 1915 e 11 em 1920, considerando 100 para

5G

1910 . As despesas nao se reduziram na mesma proporção e os défi cits crescem セ@ a preços correntes, foram de 1. 869 em 1910 e de 6.448

57 contos de イセゥウ@ no ano de 1920 •

Isso vem acrescer a dívida pública interna que,já nos idos, e no.o tão maus tempos, de 1912 era, no Amazonas de Rs.18.072:857$OOO

58 e, em 1915, no Pará de Rs. 28.159:776$000 .

aエセ@ 1912, o total tornado de empréstimo nO exterior somava

_ . 59

8,21 milhões de libras esterlinas para toda Amazonla '. No pagamen-to dos juros da sua parcela (2,3 milhões de libras) o Pará chegava a ter que dispor de 25%, aproximadamente, do total de sua receita e, depois de um ァセ。ョ、・@ esforço - que incluia remessas anuais nunca

menores de 35 ou 36 mil libras - a divida externa cai, apenas,para E2.040.2l6. Obrigado a um funding Zoan neste mesmo ano de 1915 o Es

tado do Pará elevou sua divida externa para E3.039.300 e comprome-teu-se a pagamentos semanais de 800 libras ao longo de 1916; 900 em 1917 e 1.000 no ano seguinte. Entre 1919 e 1925 deveria pagar 1.100 libras semanais; ao longo dos trinta e um anos seguintes, de 1925 a

60

(37)

pelo Governo Estadual.

aエイゥZセコッセZ[@ de anos no paqamcnto do funcionalismo,

desmoraliza-ç50 dos tltu]os pGblicos, o n50 cumprimento de compromissos com for necedores. eウセI。@ foi a tônica das gestões Estaduais na Amazônia

de-セ@

.

セ@

pois de 1913, notadamente as pro}:imidades dos anos vinte e no Jnl-cio dessa década.

Reiterados ped.idos de empréstimos e aj uda foram f ei tas ao Governo Federal. Até 1920, apenas insuficientes 15.000 contos ha-viam sido obtidos. As solicit:açõos posteriores a essa data também foro.m frequentes e f ao que parece, infrutíferas. Em fevereiro de

1923 Bento Miranda referia-se ao pleito de "auxilio de 25.000 con-tos às praças da Amazônia por meio do projeto feito pela bancada paraense no congresso", ainda na gestão de Epitácio Pessoa, que ェセ@

zia "encalhado na Comissão de Finanças do Senado". Adiante aduzia: "Familiarizados com os basti.dores parlamentares,não

acreditamos que o encalhe de nosso projeto seja de-vido a má vontade ou descuido do ilustre relator mas, certamente à relutância por parte das altas es

feras governamentais". E esperançoso, completava:

"Devemos persistir em consegui-lo o auxílio junto ao novo governo セNセ@ a bancada deve pleiteá-lo junto

ao Presidente Artur Bernardes, que nos declarou sem embargos que presidentes amigos pode ter tido o

Pa-61 rá, mas não mais do que ele"

Isso também supunha o então governador do Pará, Antonio E. de Castro. Leal a Bernardes durante os conflitos que puseram em ris co a posse deste em 15 de novembro de 1922, entendia Castro que o

"Pará contará ( .... ) no Governo de Artur Bernordes com os recursos que este possa facultar, dentro da lei,,62.

Embalado nestas esperanças, viaja ao Rio de Janeiro 9ara tratar com o presidente, no sentido de "obter alguns favores da

(38)

reestudo de um plano de via ヲセイイ・ョ@ suprimido na gest50 passada e a

ュ。ョオエ・ョ￧セッ@ de alguns compromissus assumidos anteriormente pela

U-ョゥセッ@ para com o Estodo. Nenhwn auxilio, entretanto, para as combal!

d as -lnanças esta f . d UétlS . 6 3 • o Governo o d E セウ@ t a 0 0 d d Arn azonas, no a-a f '"

de obter os recursos que n50 conseguia junto ao governo federal, a-ceitou de um IIs indicato" americano, empréstimos garantidos por

ter-ras públicas e autorizou a construç50 de urna ferrovia com o direito de apropriação pelo ta,l "sindicato" "de vastos tratos de terra em ca da lado da estrada". A operaç5o foi sustada pelo Governo Federal de

. 64

cujo aval dependla

Naqueles tempos negros para os grupos sociais dOldnantes do Norte, de nada adiantaram argumentos corno os levantados pelo edito-rial da Folha do Norte de 5/12/22.

"o

Pará (embora afastado)

é

tão brasileiro como os

mais préJsperos . Estados do Sul (beneficiados pela

u-nião). ( ... ) Daqui se tem escoado para as a:ccas f e-derais, fartas parcclas da イ・セ・ゥエ。@ pública e tão minguados têm sido os favores recebidos. HNセNI@ O Pa ra tem o direito de exigir dos poderes da r・ー「ャセ@

ca algo menos platônico em seu favor i alguma 'coisa

que exprima um pouco menos do que indiferença e de-65

samparo" .

Disse-'o bem. O Pará tinha o direi to de exigir dos poderes da República tudo. Todavia, o peso relativo de suas oligarquias -no seio da aliança oligárquica que se apropriara do Estado Nacional, sufocando a representatividade das demais forças sociais - já

lhes dava o poder para obter, concretamente, muito mais do que

-nao "in-diferença" e "desamparo". Pelo menos, enquanto atender os pleitos dessas oligarquias significasse desviar recursos vitais as politi-cas econômicai voltadas para os interesses hegemônicos do café.

2.4 - UMA "ÓTIMA" NOTlcIA: Os Americanos querem a Amazônia

(39)

dadas as seguintes noticias.

"WiJshi.ngton, 25 - O g;:üdnei:e reuniu-se on'l:em a noi te em ウ・ウウセッ@ regular, a fim de discutir a ウセイゥ。@

si-tuação em que se encontram os lllanufatureiros nor-te-americanos de borracha, devido 5s restriç6es impos-tas

à

exportação pelos produtores ingleses. O minis tro da agricuJ.tura, Sr. Wallace, recomendou que es-tudasse meios de introduzir o cultivo da borracha

- 66'

nos Estados Unidos e em suas possessoes ( ... )" . "Washington, 28 - Os manufatureiros norte-america 0

-nos de artefatos de borracha, iniciaram uma

confe-イセョ」ゥ。@ que durarã dois dias, a fim de serem discuti

dos os processos que devem ser adotados para comba-ter o monop51io 「イゥエセョゥ」ッ@ de fornecimento mundiol

de goma elãstica,,67.

"Washington, 01 - Por ocasião, ontem,da reunião rea lizada pela conferência incumbida de estudar os pr52. blemas relacionados com os fornecimentos da borra -cha, o conselheiro da União Pan-americana, Franklin Adums pronunciou longo di scurso apontando a ーッウウゥ⦅「セN@

lidade do desenvolvimento e cultura desse produto no Brasil, perú e outros países da Améric..(l do

ウオャLLVセ@

(40)

in-vesUgações dC?sse departamento relativamente

- . - 6 g

diçõcs da produçao da borracha"

-セ@

as con

o

Govcr11ador cIo ャカョ。コッイャ←ャセMセ@ não C<'lJ_"'eCp.u dessa úl tinla para que telegrafasse, ainda no dia 7 de março

BセNセ¢@ União panamericana oferecendo garantias e fa

cilidades às empresas que desejassem explorar a in dústria da borracha e outros recursos, no

Amazo-70 nas" .

o

governo do p。イセL@ no entanto, s6 manifesta-se apos dcJa ter tido conhecimento - mas o faz no mesmo dia, 13.03.1923, em que isso ocorre. Tomando caminho diferente do que seguiu o seu colega do Am<J.zonas - エ。ャカ・Nセ@ porque a noticia de que tornara conheci.mento na qucle dia jã indicava, com relativa clareza, que as negociações pas-sariam pelos governos centrais - dirige-se Sousa c\jNウエャセo@ a Miguel Cal

mom ·de Pin e Almeida, em telegrama no quul' punha a

"( .. セ」ッョカゥ」￧ ̄ッ@ de que o Ministério da Agricultura ーイ・セ@

tarã

à

Amazônia inteiro apoio, nessa emergência exce-pcional em que se acha a indústria norte-americana

- セ@ 71

com relaçao a borracha"

Ao mesmo tempo incumbe os deputados ヲ・、・Gセ。ゥウ@ ー。イ。・dGセ・ウ@ Euri

co Valle e Dionysio Bentes

"( •.. ) da missão de solicitar o apoio e prestigio

do Governo rederal para negoCiêtç:ÔéS, que lldO podem ser realizadas ( ... ) com a só responsabilidade e ・セ@

clusiva garantia do Estado, Ino sentido dei aprove! tar esta excelente oportunidade para atrair para o imenso vale amazônico os grandes capitais que ali são tão necessãrios e que não podem encontrar melhor e mais seguro emprego do que na exploração das ex-traordin5rias riquezas que existem naquelas

72

ras" .

Referências

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