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Associação do fenótipo de cintura hipertrigliceridêmica com enzimas hepáticas e fatores de risco cardiometabólico em adolescentes: o estudo CASPIAN-III.

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Academic year: 2017

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ARTIGO

ORIGINAL

Association

of

hypertriglyceridemic-waist

phenotype

with

liver

enzymes

and

cardiometabolic

risk

factors

in

adolescents:

the

CASPIAN-III

study

Roya

Kelishadi

a

,

Fahimeh

Jamshidi

a

,

Mostafa

Qorbani

b,c

,

Mohammad

Esmaeil

Motlagh

d

,

Ramin

Heshmat

c

,

Gelayol

Ardalan

a

e

Silva

Hovsepian

a,∗

aIsfahanUniversityofMedicalSciences,ResearchInstituteforPrimordialPreventionofNon-communicableDisease,Child

GrowthandDevelopmentResearchCenter,Isfahan,Irã

bAlborzUniversityofMedicalSciences,DepartmentofCommunityMedicine,Karaj,Irã

cTehranUniversityofMedicalSciences,EndocrinologyandMetabolismPopulationSciencesInstitute,ChronicDiseasesResearch

Center,Teerã,Irã

dAhvazJundishapurUniversityofMedicalSciences,FacultyofMedicine,DepartmentofPediatrics,Ahvaz,Irã

Recebidoem28dejunhode2015;aceitoem15dedezembrode2015

KEYWORDS

Hypertriglyceridemic waist;

Metabolicsyndrome; Childrenand adolescent; Lipidprofile; Liverfunctiontest

Abstract

Objective: This study aims to investigate the role of metabolic syndrome (MetS) and the

hypertriglyceridemic-waist(HW) phenotypeindetermining cardiometabolicrisk factorsand

elevatedliverenzymesinanationalsampleofIranianpediatricpopulation.

Method: Thisnationwidestudywasconductedintheframeworkofthethirdsurveyofa

sur-veillanceprogram.Students,aged10-18years,wererecruitedfrom27provincesinIran.The

prevalenceofcardiometabolicriskfactorswascomparedinstudentswithandwithoutHWand

MetS.TheassociationofHWwithdifferentcardiometabolicriskfactorswasdetermined.

Results: Themeanageofstudiedpopulationwas 14.73±2.41years.Prevalence ofHWand

MetSwas 3.3%and4%,respectively.Sixty-nine (71.1%)participantswithHW hadMetS.The

prevalenceofobesity,elevatedsystolicbloodpressure,hypercholesterolemia,andelevatedALT

wassignificantlyhigherinsubjectswithHWphenotypeandMetSthanintheirpeers(p<0.05).

AsignificantassociationwasobservedbetweenHWandelevatedlevelsofcholesterolandALT,

aswellasbetweenobesityandlowHDL-C(p<0.05).

DOIserefereaoartigo:

http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2015.12.009

Comocitaresteartigo:KelishadiR,JamshidiF,QorbaniM,MotlaghME,HeshmatR,ArdalanG,etal.Associationof

hypertriglyceridemic--waistphenotypewithliverenzymesandcardiometabolicriskfactorsinadolescents:theCASPIAN-IIIstudy.JPediatr(RioJ).2016;92:512---20. ∗Autorparacorrespondência.

E-mail:silvahovsepsecret@gmail.com(S.Hovsepian).

(2)

HWphenotype,liverenzymesandcardiometabolicriskfactors 513

Conclusions: Thecurrentfindingsserveascomplementaryevidencetopreviousstudies,which

havebeenmainlyconductedamongadults,suggestingthattheHWphenotypeisassociatedwith

cardiometabolicriskfactors,especiallywithelevatedcholesterolandALT.Theauthorspropose

that,inprimarycaresettingsandinlargeepidemiologicalstudies,themeasurementofallMetS

componentscanbereplacedbystudyingHWasascreeningtoolforidentifyingchildrenathigh

riskforcardiometabolicdisorders.

©2016PublishedbyElsevierEditoraLtda.onbehalfofSociedadeBrasileiradePediatria.Thisis

anopenaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http://creativecommons.org/licenses/

by-nc-nd/4.0/).

PALAVRAS-CHAVE

Cintura

hipertrigliceridêmica; Síndromemetabólica; Crianc¸ase

adolescentes; Perfillipídico; Testedafunc¸ão hepática

Associac¸ãodofenótipodecinturahipertrigliceridêmicacomenzimashepáticas

efatoresderiscocardiometabólicoemadolescentes:oestudoCASPIAN-III

Resumo

Objetivo: Investigarodesempenhodasíndromemetabólica(SM)edofenótipodecintura

hiper-trigliceridêmica(CH)nadeterminac¸ãodefatoresderiscocardiometabólicoeenzimashepáticas

elevadasemumaamostranacionaldapopulac¸ãopediátricairaniana.

Método: Estudonacionalfeitonaestruturadaterceirapesquisadeumprogramadevigilância.

Foramrecrutadosalunosde10-18anosde27provínciasdoIrã.Aprevalênciadefatoresderisco

cardiometabólicofoicomparadaemalunoscomesemCHeSM.Foideterminadaaassociac¸ão

daCHcomdiferentesfatoresderiscocardiometabólico.

Resultados: Amédiadeidadedapopulac¸ãoestudadafoide14,73±2,41anos.Aprevalênciade

CHeSMfoide3,3%e4%,respectivamente;69(71,1%)dosparticipantescomCHapresentaram

SM.Aprevalênciadeobesidade,pressãoarterialsistólicaelevada,hipercolesterolemiae

ala-ninaaminotransferase(ALT)elevadafoisignificativamentemaioremmeninosemeninascom

fenótipoCHeSMdoqueemseusoutrospares(p<0,05).A associac¸ãodeCHfoisignificativa

comelevadosníveisdecolesteroleALT,bemcomoobesidadeeHDL-Cbaixo(p<0,05).

Conclusões: Osachadosatuaisservemdeevidênciacomplementardeestudosanteriores,

con-duzidosprincipalmente comadultos,esugeremqueofenótipo CHestáassociadoafatores

de risco cardiometabólico, principalmente com colesterol e ALT altos. Propomos que, em

ambientes de cuidadosbásicose em grandes estudosepidemiológicas, amedic¸ão detodos

oscomponentesdeSMpossasersubstituídapeloestudodaCHcomo ferramentadetriagem

paraidentificarcrianc¸ascomaltoriscodeapresentaremdistúrbioscardiometabólicos.

©2016PublicadoporElsevierEditoraLtda.emnomedeSociedadeBrasileiradePediatria.Este

´

eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/

by-nc-nd/4.0/).

Introduc

¸ão

As doenc¸asnãotransmissíveis, principalcausada mortali-dadeedamorbideznamaioriadaspopulac¸ões,têmorigem noiníciodavida.1Oacúmulodefatoresderiscoaumentao

riscodedoenc¸ascrônicas.Diferentescombinac¸õesde fato-res derisco sãosugeridas para identificar ascrianc¸as em risco de doenc¸as não transmissíveis. A síndrome

metabó-lica (SM) é uma dessas combinac¸ões bem documentadas

comofatorpredisponente paraamaiorparte dasdoenc¸as

crônicas. Contudo,o examedetodos oscinco

componen-tes da SM em grandes estudos de base populacional é

difícil e custoso. Ademais, existe, na verdade, uma

con-trovérsia substancial entre várias definic¸ões de SM e dos

parâmetros de exame clínico e pontos de corte

propos-tos por diferentes organizac¸ões.2 Atualmente, não existe

umadefinic¸ãouniversalmenteaceitaparaSMnafaixaetária pediátrica.Assim,devemserdesenvolvidosíndicesde exa-messimplesparaestudosdetriagemdebasepopulacional.

A cintura hipertrigliceridêmica (CH), ou seja, a

coexis-tência de adiposidade abdominal e hipertrigliceridemia,

éumasimplescombinac¸ãodefatoresderisco.3---5

Descobriu--se que tanto a SM quanto a CH estão associadas

ao aumento do risco cardiometabólico, incluindo

resis-tência à insulina, dislipidemia aterogênica, hipertensão, disfunc¸ãoendotelial,inflamac¸ãodebaixograuehemostasia prejudicada.6,7

Lemieux et al.3 foram o primeiro grupo a

documen-tara associac¸ão do fenótipoCH com o aumento do risco

cardiometabólico em homens adultos. O fenótipo CH foi

associadoprincipalmente à tríade aterogênicade hiperin-sulinemia,concentrac¸õeselevadas deapolipoproteína Be pequenaspartículasdensasdecolesteroldelipoproteínade baixadensidade(LDL-C).Estudosposterioresconfirmarama associac¸ãodeCHcomfatoresderiscocardiometabólico;8---10

contudo,amaioriadessesestudosfoifeitanaspopulac¸ões adultas.

Um corpo cada vez maior de evidências sugere a

associac¸ão de testes da func¸ão hepática com

compo-nentes da SM. Essa correlac¸ão é demonstrada até em

crianc¸as e adolescentes.11,12 Existe uma experiência

(3)

cardiometabólicoeenzimashepáticaselevadasnafaixa etá-riapediátrica.

Buscamoscompararafrequênciadosfatoresderisco car-diometabólicoedasenzimashepáticaselevadasemcrianc¸as eadolescentescomosfenótiposCHeSM,afimdeinvestigar odesempenhodofenótipoCHnadeterminac¸ãodosfatores deriscomencionadosnessegrupodepopulac¸ão.

Métodos

Esteestudo transversalfoiconduzido na estruturada ter-ceirapesquisadeumprogramanacionaldevigilânciaescolar intituladoEstudo de Vigilância e Prevenc¸ão na Infância e Adolescência de Doenc¸as da Vida Adulta Não Transmissí-veis(CASPIAN-III).Suametodologiadetalhadafoipublicada anteriormente13eodescrevemosbrevementeaqui.

Esseprojetofoiaprovadopeloscomitêsdeéticaeoutras organizac¸ões reguladoras nacionais relevantes. O

consen-timento informado por escrito e o consentimento verbal

foram obtidos dos pais e dos alunos, respectivamente.

Osmembros da equipe do projeto foram treinados e um

manual de operac¸ão abrangente foi entregue a eles. O

ConselhodeMonitoramento deDados eSeguranc¸ado

pro-jetoconsideroudiferentesníveisdecontroledequalidade. Umgrupodeavaliadorese supervisoresexternosverificou

odesempenho dos funcionáriose monitoroue calibrou os

equipamentos.

Este estudo incluiu 5.625 alunos entre 10 e 18 anos,

recrutadospor meiodeamostragemaleatória por

conglo-meradoemmúltiplosestágiosemáreasurbanaseruraisde 27provínciasnoIrã.Selecionamosaleatoriamenteescolas elegíveisparanossoestudodalistadeescolas,que foram

estratificadas de acordo com o banco de informac¸ões do

MinistériodaEducac¸ão.Osalunostambémforam

seleciona-dosaleatoriamenteemcadaescolaselecionada.Osalunos

quetinhamqualquerdoenc¸acrônicaoureceberam medica-mentosnãoforamincluídosnapesquisa.

Examefísico

Uma equipe de médicos, enfermeiros e profissionais de saúdetreinados fezo exame físicosegundo osprotocolos padrãoeusouinstrumentoscalibrados.Opesoeaestatura dosalunosforammedidoscomroupaslevesesemsapatos. Oíndice demassacorporal (IMC)foicalculado como peso (kg)divididopelaalturaao quadrado(m2).A

circunferên-ciadacintura(CC)foimedidaporumafitanãoelásticae arredondadapara0,2cmmaispróximoaofimdaexpirac¸ão, no ponto médio entre o alto da crista ilíaca e a última costelaem posic¸ãoereta. Onível máximodoquadril sem qualquer pressão sobrea superfície do corpofoi conside-radoparamedic¸ãodacircunferênciadoquadril.Aspressões arteriais sistólica e diastólica (PAS e PAD) forammedidas segundooprotocolopadrãocomummanguitodetamanho adequado.Apressãoarterial(PA)foimedidaduasvezesapós pelomenoscincominutosdedescanso.APASfoiconsiderada aaudic¸ão clara doprimeiro som (primeira fasede Korot-koff)e a PAD,o desaparecimento do som(quinta fasede Korotkoff).14

Testesdelaboratório

No que dizrespeito à amostragem de sangue, osalunos, acompanhadosdeumdeseuspais,foramconvidadospara ocentrodesaúdemaispróximodesuaescolaapós12horas de jejum.Aamostrade sangue venosofoi obtida daveia antecubitalentre8he9h30. Asamostrasdesangueforam centrifugadaspor10minutosa3.000rpmem30minutosde flebotomia. As amostras frescas foramanalisadas porkits padrão(ParsAzmoun,Teerã,Irã)noLaboratórioProvincial Central, que está sob controle de qualidade do Labora-tório de Referência Nacional, centro de colaborac¸ão da Organizac¸ãoMundialdeSaúde(OMS).

Definic¸ãodefatoresderisco

Usamosadefinic¸ãodaFederac¸ãoInternacionaldeDiabetes (IDF) para SM em crianc¸as e adolescentes.15 O sobrepeso

e a obesidade foram definidos como IMC entre o 85◦ e

95◦ percentiseIMCigualoumaiorqueo95percentil,

res-pectivamente. A CC acima do 90◦ percentilespecífico da

idadeedosexofoiconsideradaobesidadeabdominal.16

Lipídiosséricosanormaisforamdefinidoscomo coleste-roltotal(CT),colesteroldelipoproteínadebaixadensidade

(LDL-C) ou triglicerídeos (TG) acima do nível

correspon-dente ao 95◦

percentil específico da idade e do sexo

ou como colesterol de lipoproteína de alta densidade

(HDL-C) inferior ao 5◦ percentil específico da idade e do

sexo.17Aglicemiadejejum(GJ)emníveisiguaisou

superi-oresa100mg/dLfoiconsideradaalta.16AmédiadePASou

PADacimado90◦percentilespecíficodaidadeedosexofoi

consideradaPAelevada.18AALTeaaspartato

aminotrans-ferase (AST)foramconsideradaselevadas caso seusníveis fossemiguaisousuperioresaovalordo90◦ percentil

calcu-ladoparacrianc¸aseadolescentes.19

Definic¸ãodofenótipodecintura hipertrigliceridêmica(CH)

O fenótipo CH foi definido pela coexistência de CC acimado90◦ percentilespecíficodaidade edosexoede níveisdetriglicerídeosséricosacimado95◦percentil espe-cíficodaidadeedosexo.10

Análiseestatística

(4)

HWphenotype,liverenzymesandcardiometabolicriskfactors 515

Tabela1 Frequênciadosfatoresderiscocardiometabólico

eenzimashepáticasemcrianc¸aseadolescentesdeacordo

comosexo:oestudoCASPIAN-IIIa

Variáveis Meninos Meninas Valordep

Obesidadeabdominala 415(14,7) 471(16,9) 0,02

Sobrepesoa 265(9,4) 186(6,6) <0,001

Obesidadea 286(10,1) 21(7,7) <0,001

GJAltaa 278(12,2) 409(18,6) <0,001

Pressãoarterialelevadaa

Sistólica 72(2,7) 123(4,8) 0,82 Diastólica 60(2,2) 114(4,3) 0,74 Sistólica/diastólica 110(4,2) 190(7,6) <0,001

Dislipidemiaa

CTAlto 153(6,4) 116(5) 0,03

TGAlto 188(8,1) 179(7,9) 0,82 HDLBaixo 105(6,2) 85(5,3) 0,26 LDLAlto 667(33,4) 317(36,9) 0,02

Enzimashepáticaselevadasa

ALT 68(3,5) 76(3,8) 0,45

AST 136(6,7) 159(7,8) 0,11

CH 71(3) 80(3,5) 0,35

SM 54(3) 87(5,1) 0,02

CASPIAN,estudodevigilânciaeprevenc¸ãonainfânciae adoles-cênciadedoenc¸asdavidaadultanãotransmissíveis;CH,cintura hipertrigliceridêmica;IMC,índicedemassacorporal;GJ, glice-miadejejum;SM,síndromemetabólica.

a Dislipidemia: colesterol total (CT), colesterol de

lipopro-teína de baixadensidade (LDL-C)etriglicerídeos(TG) acima donível correspondenteao95◦ percentil específico daidade edosexo; e/oucolesteroldelipoproteína dealta densidade (HDL-C)abaixodo5◦ percentilespecíficodaidadeedosexo; pressãoarterialelevada:pressãoarterialsistólicaediastólica acimado90◦ percentilparaaidadeeosexo;enzimahepática elevada:alaninaaminotransferase(ALT)easpartato aminotrans-ferase (AST)acima dovalordo 90◦ percentil paracrianc¸ase adolescentesiranianos;GJalta:≥100mg/dL;obesidade:IMC≥ 95◦ percentil;obesidadeabdominal:circunferênciadacintura acimado90◦percentilespecíficodaidadeedosexo;sobrepeso: 85◦<IMC<95percentil.

Resultados

Nestapesquisa,foramestudados5.625alunos,2.824(50,2%) meninos e 2.801 (49,8%) meninas. A média de idade da populac¸ão estudada foide 14,73±2,41 anos. A prevalên-cia de CH (3% dos meninos e 3,5% das meninas) e de SM (3% dos meninos e 5,1% das meninas) foi de 3,3% e 4%, respectivamente; 69 (71,1%) participantes com CH apresentaramSM.

Como alguns alunos selecionados não cooperaram na amostragemdesangue e algumasmedic¸ões bioquímicase laboratoriaisnãoforamadequadamentefeitas,algunscasos estãoausentes.

Asmédiaseaprevalênciadevariáveisantropométricas, enzimashepáticase fatores derisco cardiometabólico de acordocomaidadeefaixaetáriasãoapresentadosnatabela

1.Osníveis médios deenzimashepáticas, CC,PAS, PADe

GJ, foram significativamentemaiores em meninasdoque

emmeninos(p<0,001).AsmédiasdeIMC,colesteroltotal,

TGe LDL-Cforamsignificativamente maiores emmeninos

doqueemmeninas(p<0,001).AprevalênciadeSM,

obesi-dadeabdominal,GJelevada,altoníveldePAS ePAD,bem

comoaltoníveldeLDL-C,foisignificativamentemaiorem meninasdo que em meninos (p<0,05). A prevalência de sobrepeso/obesidade e hipercolesterolemia foi significati-vamentemaioremmeninosdoqueemmeninas(p<0,05).

Atabela 2 apresentaafrequência dosfatoresde risco

cardiometabólicoedeenzimashepáticaselevadasem

par-ticipantescomesemCHeSMporsexoefaixasetárias.A frequênciadeobesidade,PASelevada,hipercolesterolemia ealtoníveldeALTfoisignificativamentemaioremmeninos emeninascomfenótipoCHeSMdoqueemseusoutrospares (p<0,05).

Na tabela 3, a relac¸ão do fenótipo CH com os

fato-res de risco cardiometabólico e as enzimas hepáticas é

apresentada após o ajuste pelas variáveis de confusão,

como sexo, condic¸ão socioeconômica, nível de

escolari-dade dos pais, histórico familiar de doenc¸as crônicas,

estilo de vida sedentário e IMC. Os fatores de risco

cardiometabólico foram definidos de acordo com os

cri-térios do Painel de Tratamento de Adultos III (ATP III)

modificados para crianc¸as e adolescentes da seguinte

forma: sobrepeso: IMC: 85◦-95; obesidade: IMC>95;

HDL baixo:<40mg/dL, LDL alto:>130mg/dL; TG alto:

≥ 150mg/dL; CT alto:>200mg/dL; GJ alta>100mg/dL; pressãoarterial elevada:>95◦ (ajustados pelaidade,sexo

ealtura).

A CH apresentou associac¸ão significativa com elevados

níveis de colesterol e ALT, bem como obesidade e HDL-C

baixo(p<0,05).

Discussão

Os achados deste estudo indicaram que, na faixa etária pediátrica,ofenótipoCHestáassociadoaumnívelelevado decolesteroleALT,bemcomoàobesidadeeHDL-Cbaixo.

Embora a utilidade do fenótipo CH na determinac¸ão defatoresderisco cardiometabólicotenha sido analisada em alguns estudos anteriores entre a populac¸ão adulta e em diferentes grupos de pacientes, há poucos estudos nessecampocomapopulac¸ãopediátrica.8---10 Aassociac¸ão

dofenótipoCHaenzimashepáticaselevadasaindanãofoi analisadaemcrianc¸aseadolescentes.

EvidênciassugeremqueaCHéumfenótipoclínico sim-plesque representaexcesso detecido adiposovisceral.A acumulac¸ãodegordura visceralestáfortementeassociada afatoresderiscocardiometabólicomesmoemcrianc¸as.20

A CH é considerada uma ferramenta práticae simples

que poderia ser usada como um conceito opcional à SM

epoderá serusada para a triagemdepopulac¸õesde alto

risco.21 A CC é um indicador antropométrico associado a

(5)

K

elishadi

R

et

al.

Tabela2 Frequênciadosfatoresderiscometabólicoeenzimashepáticaselevadasemcrianc¸aseadolescentescomesemcinturahipertrigliceridêmicaesíndromemetabólica:

oestudoCASPIAN-III

Meninos Meninos Meninas Meninas

CH+ CH- Valordep SM+ SM- Valordep CH+ CH- Valordep SM+ SM- Valordep

10-13,9anos

Sobrepesoa 6(17,6) 105(10) 0,14 3(12) 90(10,8) 0,85 3(10,3) 63(6,2) 0,37 5(22,7) 45(5,9) <0,001

Obesidadea 24(70,6) 106(10,1) <0,001 17(68) 90(10,8) <0,001 18(62,1) 64(6,3) <0,001 10(45,5) 49(66,5) <0,001

GJAlta 3(10,3) 132(12,7) 0,70 7(28) 86(10,3) <0,001 8(30,8) 169(17,1) 0,07 13(59,1) 96(12,7) <0,001

Pressãoarterialelevadaa

Sistólica 3(8,8) 18(1,8) <0,001 5(20) 13(1,6) <0,001 1(3,6) 15(1,6) 0,43 1(4,5) 12(1,6) 0,28 Diastólica 2(5,9) 15(1,5) 0,04 3(12) 11(1,3) <0,001 0(0) 23(2,4) 0,41 2(9,1) 16(2,1) 0,03

Dislipidemiaa

CTAlto 7(20,6) 58(5,5) <0,001 4(16) 38(4,6) <0,001 2(6,9) 72(7,1) 0,96 4(18,2) 47(6,2) 0,02 HDLBaixo 13(54,2) 289(31,9) 0,02 20(80) 269(32,3) <0,001 12(48) 259(29,6) 0,04 19(86,4) 224(29,6) <0,001

LDLAlto 2(12,5) 41(5,5) 0,23 1(6,2) 39(5,5) 0,94 1(5,3) 57(8,2) 0,64 4(25) 46(7,7) 0,01

Enzimashepáticaselevadasa

ALT 6(22,2) 36(4) <0,001 5(21,7) 34(4,6) <0,001 2(8) 28(3,2) 0,19 1(6,2) 24(3,5) 0,56

AST 4(15,4) 70(7,5) 0,13 3(13) 56(7,3) 0,30 0(0) 84(9,6) 0,11 1(6,2) 54(7,9) 0,80

14-18anos

Sobrepesoa 7(18,9) 104(8,6) 0,03 6(20,7) 84(9,4) 0,04 7(13,7) 71(6,1) 0,02 17(26,2) 47(5,5) <0,001

Obesidadea 19(51,4) 94(7,8) <0,001 9(31) 9(8,8) <0,001 29(44,6) 36(70,6) <0,001 42(4,9) 62(5,3) <0,001

GJAlta 2(6,5) 140(12) 0,34 11(37,9) 77(8,6) <0,001 12(27,9) 208(18,6) 0,12 35(53,8) 121(14,2) <0,001

Pressãoarterialelevadaa

Sistólica 3(8,8) 33(3) 0,05 8(27,6) 22(2,5) <0,001 12(26,1) 73(6,7) <0,001 27(41,5) 42(4,9) <0,001 Diastólica 1(2,9) 26(2,3) 0,79 3(10,3) 17(1,9) <0,001 7(15,2) 68(6,1) 0,01 19(29,2) 48(5,6) <0,001

Dislipidemiaa

CTAlto 8(21,6) 79(6,6) <0,001 6(20,7) 53(5,9) <0,001 9(17,6) 31(2,7) <0,001 9(13,8) 16(1,9) <0,001 HDLBaixo 13(54,2) 60(6,8) 0,82 5(20) 45(6,2) <0,001 20(44,4) 434(43,1) 0,85 51(78,5) 361(42,2) <0,001 LDLAlto 2(8) 349(34) 0,04 28(96,6) 304(33,9) <0,001 2(6,5) 23(2,8) 0,23 3(5,5) 20(2,5) 0,27

Enzimashepáticaselevadasa

ALT 1(4,3) 25(2,4) 0,54 1(3,8) 24(3) 0,79 8(17,8) 35(3,3) <0,001 10(16,14) 26(3,3) <0,001

(6)

HW

phenotype,

liver

enzymes

and

cardiometabolic

risk

factors

517

Tabela2 (Continuac¸ão)

Meninos Meninos Meninas Meninas

CH+ CH- Valordep SM+ SM- Valordep CH+ CH- Valordep SM+ SM- Valordep

10-18anos

Sobrepesoa 13(18,3) 409(18,1) 0,01 9(16,7) 174(10,1) 0,11 10(12,5) 134(6,1) 0,02 22(24,4) 92(5,6) <0,001

Obesidadea 43(60,6) 200(8,9) <0,001 26(48,1) 169(9,8) <0,001 54(67,5) 126(5,8) <0,001 52(25,7) 111(36,2) <0,001

GJAlta 5(8,3) 272(12,3) 0,35 18(33,3) 163(9,4) <0,001 20(29) 377(17,9) 0,01 48(55,2) 217(13,5) <0,001

Pressãoarterialelevadaa

Sistólica 6(8,8) 51(2,4) <0,001 13(24,1) 35(2) <0,001 13(17,6) 88(4,4) <0,001 28(32,2) 24(3,2) <0,001 Diastólica 3(4,4) 41(1,9) 0,14 6(11,1) 28(1,6) <0,001 7(9,6) 91(6,4) 0,03 21(24,1) 64(4) <0,001

Dislipidemiaa

CTAlto 15(21) 137(6,1) <0,001 10(18,5) 91(5,3) <0,001 11(13,8) 103(4,7) <0,001 13(14,9) 63(3,9) <0,001 HDLBaixo 26(54,2) 638(33) <0,001 48(88,9) 73(33,1) <0,001 32(45,7) 693(36,8) 0,12 70(80,5) 585(36,3) <0,001

LDLAlto 4(9,8) 101(6,2) 0,35 6(14,6) 84(6) 0,02 3(6) 80(5,2) 0,81 7(9,9) 66(5,1) 0,07

Enzimashepáticaselevadasa

ALT 7(14) 61(3,1) <0,001 6(12,2) 58(3,7) <0,001 10(14,3) 63(3,3) <0,001 11(14,3) 50(3,4) <0,001

AST 5(10) 131(6,5) 0,32 5(10) 103(6,5) 0,32 3(4,2) 155(8) 0,24 4(5,3) 102(6,9) 0,58

CASPIAN,estudodevigilânciaeprevenc¸ãonainfânciaeadolescênciadedoenc¸asdavidaadultanãotransmissíveis;CH,cinturahipertrigliceridêmica;GJ,glicemiadejejum;IMC,índice demassacorporal;SM,síndromemetabólica.

a Dislipidemia:colesteroltotal(CT),colesteroldelipoproteínadebaixadensidade(LDL-C)etriglicerídeos(TG)acimadonívelcorrespondenteao95percentilespecíficodaidadeedo

(7)

Tabela3 Associac¸ãodefatoresderiscocardiometabólicocomcinturahipertrigliceridêmicanomodeloderegressãologística:

oEstudoCASPIAN-III

Fatoresderiscocardiometabólicoa CH

Modelobruto

RC(ICde95%)

Modeloajustadob

RC(ICde95%)

SM 113,46(68,99-186,57)c 64,24(30,55-135,06)

Obesidade 22,66(15,94-32,20)c 23,11(14,84-35,98)c

Sobrepeso 2,14(1,35-3,39)c 1,57(0,84-2,93)

CTalto 3,62(2,32-5,63)c 2,17(1,11-4,21)c

LDLalto 1,36(0,62-2,99) 0,83(0,23-3,00)

ALTalta 4,99(2,9-8,59)c 0,88(0,28-2,70)

ASTalta 0,90(0,43-1,87) 0,56(0,18-1,69)

Pressãoarterialelevada 3,09(1,90-5,02)c 1,21(0,60-2,46)

GJalta 1,35(0,86-2,11) 1,12(0,60-2,08)

ALT,alaninaaminotransferase;AST,aspartatoaminotransferase;CASPIAN,estudodevigilânciaeprevenc¸ãonainfânciaeadolescência dedoenc¸as davidaadulta nãotransmissíveis; CH, cinturahipertrigliceridêmica; CT, colesteroltotal;GJ, glicemiade jejum;HDL, lipoproteínadealtadensidade;LDL,lipoproteínadebaixadensidade;SM,síndromemetabólica.

aFatoresderiscocardiometabólicodeacordocomoscritériosdoPaineldeTratamentodeAdultosIII(ATPIII)modificadosparacrianc¸as

eadolescentes(sobrepeso: IMC: 85◦-95; Obesidade:IMC>95; HDL Baixo:<40mg/dL,LDL alto:>130mg/dL; CTalto:>200mg/dL; GJalta>100mg/dL;pressãoarterialelevada:>95◦(ajustadospelaidade,sexoealtura).

b Ajustadoporidade,sexo,condic¸ãosocioeconômica,escolaridadedospais,histórico familiardedoenc¸ascrônicas,estilo devida

sedentárioeIMCemtodasasanomalias,excetosobrepesoeobesidade.

c Estatisticamentesignificativo.

Nesteestudo, aprevalênciatanto daCHquantodaSM foiinvestigadaem crianc¸as e adolescentes.Nesteestudo, aprevalênciadeCHfoide8,5%.Ataxadeprevalênciade CHrelatadaemestudosanterioresnafaixaetáriapediátrica variouentre6-8,5%.NoReinoUnido,9Brasil,24Teerã-Irã10e

emumestudonacionalnoIrã,25ataxadeprevalênciadeCH

foide7,3%,7,2%,6,4%e8,5%,respectivamente.

Diferenc¸asemhábitosdevida,históricogenético,etnia, bemcomodiferenc¸asemmedic¸õeslaboratoriais,poderiam explicar,pelomenosemparte,asváriastaxasde prevalên-ciadeCHnaspopulac¸õesestudadas.Alémdisso,adefinic¸ão usadaparaCHnãofoisemelhantenosestudosmencionados.

Osachados desteestudo mostraramque cerca de 70%

dosadolescentescomfenótipoCHatenderamaoscritérios

daIDFcomrelac¸ãoàSM.Conformerelatadoemumestudo

anterior,adolescentescom o fenótipoCHestão mais

pro-pensosaterSMeapresentarfatoresderiscocardiovascular doqueadolescentessemessefenótipo.10

Nopresente estudo,foi investigada aassociac¸ão entre CHeenzimashepáticasnosadolescentes.Nossosresultados

indicaramqueparticipantescomCHapresentaramumnível

maiselevado deALT do que aqueles semCH. Existe uma

associac¸ãosignificativaentreofenótipoCHeALTelevada. Nãoexisteassociac¸ãoentreASTeofenótipoCH.Talvezisso acontec¸aporqueaALTéconsideradaumavariávelpreditora delesãohepáticamelhordoqueaAST,porqueaASTtambém éproduzidaemoutrostecidosalémdohepático.26

Vários estudos demonstraram a correlac¸ão entre SM e

doenc¸a hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA),11,27,28

que recentemente setornou umimportante problemade

saúdenapopulac¸ãopediátrica.28 Enzimashepáticas

eleva-dasgeralmentesão usadascomo ummétodonãoinvasivo

para detectar casos com DHGNA. Os achados de ambos

os estudos no Irã e em outras regiões confirmaram uma

associac¸ãosignificativaentreenzimashepáticaselevadase

fatoresderiscocardiometabólicoentrecrianc¸ase

adoles-centes. EssesestudospropuseramqueALT eAST elevadas

poderiam ser consideradas um fator de risco

cardiome-tabólico e mais um componente de SM na faixa etária

pediátrica.11,27,29,30Osresultadosdoestudoatualpodem

ser-vircomoumaevidênciaconfirmatóriaparaessasugestão.

Nossosachadostambémsãocompatíveiscomumestudo

anteriorqueindicouumarelac¸ãosignificativaentreALT ele-vadaefatoresderiscocardiometabólicoefenótipoCHentre estudantesde6a18anos.11,24

Nesteestudo,adolescentescomfenótipoCH

apresenta-ram maiorfrequênciadesobrepeso/obesidade,bemcomo

PASecolesteroltotalelevados.AGJeaPADelevadaseram

maisprevalentesemmeninascomfenótipoCHdoqueem

outrosparticipantes;aopassoqueoHDL-Cbaixoeramais

prevalenteentremeninoscomfenótipoCH.

Apóso ajuste pelaidade,asmeninascom fenótipoCH

erammaispropensasaapresentarcolesterolalto,GJ

ele-vada, PA elevada,SM, obesidadee ALT elevada. Oajuste

adicional pelos fatores, incluindo a condic¸ão

socioeconô-mica, a escolaridade dos pais, o histórico familiar de

doenc¸as crônicas e o estilo de vida sedentário, mostrou queasmeninascomfenótipoCHestavammaissuscetíveisa

sobrepeso/obesidade,SM,PAelevadaeALTmaior.

Apósoajustepelaidade,osmeninoserammais propen-sosaapresentarcolesterolalto,PAelevada,SM,obesidade eALTelevada.Comoajusteadicionalpelosfatoresde

con-fusãomencionadosacima,osmeninoserammaispropensos

aapresentarcolesterolaltoeSM.

Emboraexistamexperiênciaslimitadasquantoao desem-penhodofenótipoCHnaidentificac¸ãodosfatoresderisco

cardiometabólico entre crianc¸as e adolescentes, alguns

estudos recentes investigaram essa relac¸ão. Bailey et al. avaliaram a associac¸ão entreCH e distúrbios

(8)

HWphenotype,liverenzymesandcardiometabolicriskfactors 519

Unido.Eles indicaram que adolescentes com CH

apresen-tarammaiorníveldecolesterol,GJe PAD,bem comoum

nívelmaisbaixodeHDL-C,doqueaquelessemCH.Emseu

estudo, os participantes com fenótipo CH apresentaram

escoresmédios maiselevados com relac¸ão arisco

cardio-metabólico.AdolescentescomfenótipoCHtêmmaiorrisco

deapresentarHDL-Cbaixo,glicemiadejejumprejudicadae fatoresderiscocardiometabólico>1e>2,incluindo hiper-colesterolemia,HDL-Cbaixo,PASouPADelevadaeglicemia

dejejumprejudicada, doqueaqueles semessefenótipo.

ElesconcluíramqueaCHpoderiaserumsimplesmarcador

deidentificac¸ãodecrianc¸ase adolescentescomaltorisco deapresentarfatoresderiscocardiometabólico.9

Conceic¸ão-Machado et al. investigaram a prevalência

de CH e sua associac¸ão com anomalias metabólicas em

1.076adolescentesbrasileirosde11-17anos.Dessaforma,

adolescentescomfenótipoCHapresentarammaiornívelde

obesidade,colesterolnãoHDLeLDL-Cdoqueaquelessem

essefenótipo.Eles relataram umaassociac¸ão significativa entreofenótipoCHeoperfillipídicoaterogênico.Elesnão encontraramassociac¸ãoentreGJefenótipoCH.24

UmestudoentreadolescentesdoTeerãdemonstrouqueo fenótipoCHestavaassociadoàhiperlipidemiaePAelevada, porémnãoàGJ.10

Nossos resultadosa respeitodaausência deassociac¸ão

entre fenótipo CH e GJ são compatíveis com aqueles

relatados no Brasil23 e no Irã.10 Contudo, esses

resulta-dos não estavam de acordo com os resultados do estudo

feito no Reino Unido.8 Os resultados observados

pode-rãoser devido àsdiferenc¸as nos hábitosalimentares e às diferenc¸asétnicasnaspopulac¸õesestudadas.

Osachadosdesteestudoestãoemlinhacomnossoestudo nacional anterior, que indicou maior taxa de

hiperlipide-mia entreadolescentescom fenótipoCH.24 Essesachados

sugeremqueofenótipoCHpoderiaserusadocomouma sim-plesferramentadetriagemparaidentificac¸ãodecrianc¸ase adolescentesdealtorisco.

Aprincipallimitac¸ãodesteestudofoisuanatureza

trans-versal. Além disso, não pudemos determinar o estágio

puberal dosparticipantes e, devido aosefeitos da puber-dadesobreoperfillipídico,principalmenteentremeninos,

o númerodeindivíduos comhipertrigliceridemia podeser

superestimado.31

Outra limitac¸ão foi aexistência dedados em falta em cadavariável;contudo,conformeapresentadonastabelas,

onúmerodedadosemfaltafoiapenasum.

Opontofortedesteestudofoiqueestudamosumagrande amostranacionaldapopulac¸ãopediátrica.Contudo,apesar dagrandeamostraestudada,onúmerodeparticipantescom CHe/ouSMfoipequeno;semconsideraressegrandenúmero

de participantes, não pudemos obter um tamanho

ade-quadodeamostradecrianc¸aseadolescentescomCHouSM.

Estudosfuturoscomumnúmeromaiordeparticipantescom

essasdoenc¸aschegariamaresultadosmaisgeneralizáveis. Osoutrospontosfortesforamousodepercentis

espe-cíficosdaidadee sexoparaCCeníveis deTG,bemcomo

o estudo de enzimashepáticas, além de fatoresde risco

cardiometabólico.

Os achados deste estudo sugerem que o fenótipo CH

podeser usado como ferramenta de triagem para

identi-ficarcrianc¸asem riscoelevado deapresentarALT elevada

e alguns fatores de risco cardiometabólico. Devido à

simplicidade,aobaixocustoeàutilidadedoíndiceCH,ele podeserusadoemambientesdecuidadosbásicosegrandes

estudosepidemiológicos,emvezdemedirtodosos

compo-nentesdeSM.Outrosestudoslongitudinaissãonecessários paraverificarasimplicac¸õesclínicasdosachadosatuais.

Financiamento

Este estudo foi financiado pela Universidade de Ciências MédicasdeIsfahan,Isfahan,Irã.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

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Imagem

Tabela 2 Frequência dos fatores de risco metabólico e enzimas hepáticas elevadas em crianc ¸as e adolescentes com e sem cintura hipertrigliceridêmica e síndrome metabólica:
Tabela 3 Associac ¸ão de fatores de risco cardiometabólico com cintura hipertrigliceridêmica no modelo de regressão logística:

Referências

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