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Ensaio clínico duplo-cego controlado e randômico, comparando a eficácia da Clofazimina com a Cloroquina, no tratamento das lesões cutâneas do Lúpus Eritematoso Sistêmico

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Academic year: 2017

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(1)

Elaine Lira Medeiros Bezerra

ENSAIO CLÍNICO DUPLO-CEGO, CONTROLADO E RANDÔMICO,

COMPARANDO A EFICÁCIA DA CLOFAZIMINA COM A CLOROQUINA, NO

TRATAMENTO DAS LESÕES CUTÂNEAS DO LÚPUS ERITEMATOSO

SISTÊMICO

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação

em Ciências da Saúde da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção

do título de Doutor em Ciências da Saúde

(2)

Serviços Técnicos

Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do CCS B574e Bezerra, Elaine Lira Medeiros.

Ensaio clínico duplo-cego, controlado e randômico, comparando a eficácia da clofazimina com a cloroquina, no tratamento das lesões cutâneas do lúpus eritematoso sistêmico / Elaine Lira Medeiros Bezerra. – Natal, RN, 2007.

41 f. : il.

Orientadora : Maria José Pereira Vilar. Co-orientadora : Emilia Inoue Sato.

Tese (doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde.

1. Lúpus eritematoso sistêmico – Lesões cutâneas - Tese. 2. Lúpus eritematoso sistêmico – Ensaio clínico controlado – Tese. 3. Lúpus

eritematoso sistêmico - Clofazimina – Tese. I. Vilar, Maria José Pereira. II. Sato, Emilia Inoue. III. Título.

(3)

Elaine Lira Medeiros Bezerra

ENSAIO CLÍNICO DUPLO-CEGO, CONTROLADO E RANDÔMICO,

COMPARANDO A EFICÁCIA DA CLOFAZIMINA COM A CLOROQUINA, NO

TRATAMENTO DAS LESÕES CUTÂNEAS DO LÚPUS ERITEMATOSO

SISTÊMICO

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação

em Ciências da Saúde da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção

do título de Doutor em Ciências da Saúde

ORIENTADORA: Profa Dra Maria José Pereira Vilar

CO-ORIENTADORA: Profa Dra Emilia Inoue Sato

(4)
(5)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde:

(6)

Elaine Lira Medeiros Bezerra

ENSAIO CLÍNICO DUPLO-CEGO, CONTROLADO E RANDÔMICO,

COMPARANDO A EFICÁCIA DA CLOFAZIMINA COM A CLOROQUINA, NO

TRATAMENTO DAS LESÕES CUTÂNEAS DO LÚPUS ERITEMATOSO

SISTÊMICO

Presidente da Banca: Profa Dra Maria José Pereira Vilar

BANCA EXAMINADORA

Profa Dra Maria José Pereira Vilar

Prof. Dr. Mittermayer Barreto Santiago

Profa Dra Selma Maria Bezerra Jerônimo

Prof. Dr. Sérgio Candido Kowalski

Profa Dra Valéria Soraya de Farias Sales

Prof. Dr. George Dantas de Azevedo (suplente)

(7)

Dedicatória

Ao meu pai, Garibaldi da Cunha Medeiros†, presença espiritual constante

em mim, meu “espelho” e grande incentivador.

Ao meu marido, Sérgio, pela compreensão da ausência para a realização

deste trabalho, bem como pelo apoio constante.

Aos meus filhos, Marcelo e Gustavo, razões maiores de minha vida, que

(8)

Agradecimentos

A Deus, por ter me proporcionado esta oportunidade.

À minha orientadora, Profa DraMaria José Pereira Vilar, pelos incansáveis

ensinamentos, incentivo, amizade, companheirismo e exemplo.

À Profa Dra Emilia Inoue Sato, grande idealizadora deste estudo, pelo

compartilhamento de sua vasta experiência no tratamento de pacientes com lúpus

eritematoso sistêmico e pela constante presença, mesmo à distância.

Ao Prof. Dr. Pedro Bezerra da Trindade Neto, pela parceria nesta jornada.

Ao Prof. Dr. George Dantas de Azevedo, pelo estímulo e por sua presteza

nas eventualidades.

Ao Prof. Dr. Aldo da Cunha Medeiros, coordenador do Programa de

Pós-Graduação em Ciências da Saúde da UFRN, pela credibilidade.

À Sociedade Brasileira de Reumatologia – Projeto Pronuclear,

especialmente aos Drs. Luis Eduardo Coelho Andrade e Rozana Mesquita Ciconelli,

pelo suporte científico.

À Adriana Bruscato Bortoluzzo, pela valiosa ajuda na análise estatística

dos dados.

Ao Laboratório Farmacêutico STIEFEL, pelo fornecimento do protetor

solar.

À Secretaria de Saúde do Estado do Rio Grande do Norte, pelo

fornecimento da clofazimina.

(9)

Aos médicos residentes da Dermatologia da UFRN, pela colaboração no

registro das fotos dos pacientes.

Aos funcionários dos Laboratórios da UFRN (Hospital Universitário Onofre

Lopes) e da Universidade Federal de São Paulo, pela realização dos exames

laboratoriais.

Aos pacientes que, com a sua participação, permitiram a realização deste

trabalho e colaboraram para o crescimento da pesquisa científica em nosso Estado.

Aos professores e colegas da Pós-Graduação, pelos ricos ensinamentos

(10)

Sumário

Dedicatória...v

Agradecimentos...vi

Listas... ix

Resumo...xi

1 INTRODUCÃO...1

1.1 Objetivo...3

2 REVISÃO DA LITERATURA...4

3 MÉTODOS...11

3.1 Seleção de pacientes...11

3.2 Métodos...11

3.3 Análise estatística...14

4 RESULTADOS...15

5 DISCUSSÃO...23

6 CONCLUSÕES...27

7 ANEXOS...28

8 REFERÊNCIAS...33

Abstract

(11)

Lista de Figuras

Figura 1. Escore das respostas das lesões cutâneas do lúpus eritematoso sistêmico à

clofazimina (CFZ) e ao difosfato de cloroquina (DFC), ao final dos 06 meses de

tratamento. Escores altos indicam melhor resposta, variando do 6 (melhora total) ao 1

(aparecimento de novas lesões)...18

Figura 2. Análise intragrupos, comparando os valores de mediana dos escores

observados em cada avaliação, nos grupos da clofazimina (CFZ) e do difosfato de

cloroquina (DFC), em cada um dos tempos do estudo...19

Figura 3. Análise intergrupos, comparando os valores de mediana dos escores

observados em cada avaliação, nos grupos da clofazimina (CFZ) e do difosfato

de cloroquina (DFC), em cada um dos tempos do estudo...19

Figura 4. Exemplos de pacientes do grupo da clofazimina (CFZ) antes (A, C, E) e após

os 06 meses de tratamento (B, D, F)...21

Figura 5. Exemplos de pacientes do grupo do difosfato de cloroquina (DFC) antes (A,

(12)

Lista de Tabelas

Tabela 1. Características demográficas e clínicas dos pacientes nos grupos da

clofazimina (CFZ) e do difosfato de cloroquina (DFC)...15

Tabela 2. Perfil de auto-anticorpos dos pacientes dos grupos clofazimina (CFZ) e

difosfato de cloroquina (DFC)...16

Tabela 3. Efeitos adversos durante o tratamento com clofazimina (CFZ) ou

(13)

Resumo

Objetivo:Avaliar a eficácia da clofazimina (CFZ) no tratamento das lesões cutâneas do

lúpus eritematoso sistêmico (LES), comparando-a com o difosfato de cloroquina (DFC).

Métodos: Após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal

do Rio Grande do Norte (UFRN), foi realizado um estudo intervencional duplo-cego,

controlado e randômico, com 33 pacientes portadores de LES e lesões cutâneas em

atividade (eritema malar típico e/ou lesão discóide e/ou lúpus cutâneo subagudo). Um

grupo recebeu 100 mg de CFZ (n=16 pacientes) e o outro grupo recebeu 250 mg de

DFC (n=17 pacientes), durante seis meses. Ambos os grupos usaram protetor solar,

duas vezes ao dia. Durante o período de observação, a dose do corticosteróide dos

pacientes foi mantida estável.

Resultados: Trinta e três pacientes iniciaram e 27 completaram os 06 meses do

estudo. Cinco pacientes do grupo CFZ e um do grupo DFC foram retirados, devido a

manifestações sistêmicas graves do LES, para o tratamento adequado a cada caso. Ao

final do estudo, utilizando a análise “intenção de tratar”, 12 pacientes do grupo CFZ

(75%) e 14 do grupo DFC (82,4%) obtiveram melhora completa ou quase completa das

lesões cutâneas. Os efeitos colaterais foram freqüentes em ambos os grupos, mas

nenhum paciente necessitou interromper o tratamento.

Conclusões: A clofazimina mostrou-se eficaz, semelhante ao difosfato de cloroquina,

no controle das lesões cutâneas do LES.

(14)

1 INTRODUÇÃO

O lúpus eritematoso (LE) é uma doença auto-imune, que pode afetar

exclusivamente a pele (lúpus eritematoso cutâneo-LEC) ou apresentar

comprometimento sistêmico (lúpus eritematoso sistêmico-LES). As lesões cutâneas do

lúpus eritematoso podem ser classificadas em LE específicas e LE inespecíficas. As

lesões cutâneas LE específicas dividem-se em: agudas (lúpus eritematoso cutâneo

agudo-LECA), subagudas (lúpus eritematoso cutâneo subagudo-LECS) e crônicas

(lúpus eritematoso cutâneo crônico-LECC). O LECA inclui o eritema malar e a lesão

maculopapular generalizada. O LECS inclui as formas anular policíclica e a

papuloescamosa (ou psoriasiforme). O LECC inclui o lúpus eritematoso discóide (LED),

o lúpus profundo e o lúpus túmido, entre outros. O LED é considerado localizado

quando acomete apenas a cabeça e/ou o pescoço. Quando as lesões, além da cabeça

e pescoço, acometem outras superfícies corporais, o LED é considerado disseminado

1-3.

As lesões cutâneas LE inespecíficas, que se correlacionam com o

envolvimento sistêmico, ocorrem em aproximadamente 31% dos pacientes com LES e

incluem: fenômeno de Raynaud, vasculite leucocitoclástica, lúpus bolhoso, alopécia,

livedo reticular, entre outras4,5.

A primeira opção de tratamento das lesões cutâneas do LES é através dos

antimaláricos que, nas doses habitualmente utilizadas, apresentam efeitos colaterais

raros6. Estes incluem retinopatia, alterações da córnea, distúrbios da acomodação

visual, náuseas, vômitos, exantema, descoloração dos cabelos, escurecimento da pele,

(15)

Nem todos os pacientes com atividade cutânea do LES respondem aos

antimaláricos; o tratamento dos casos refratários inclui a talidomida9,10, o

metotrexato11,12, a sulfona e alguns retinóides sintéticos13. A grande freqüência de

efeitos colaterais e as contra-indicações para o uso de algumas destas drogas, além

da falta de ensaios clínicos controlados, requerem a pesquisa de novos tratamentos

para as manifestações cutâneas do LES.

Alguns estudos abertos não controlados mostraram bons resultados com

o uso da clofazimina (CFZ) no tratamento do LECC14-17. Relato de casos, igualmente,

sugerem seu uso para tratamento do LECS18. No entanto, não existem estudos

utilizando a CFZ como opção terapêutica no LES. A CFZ, um composto

riminofenazínico largamente utilizado no tratamento da hanseníase, é, em geral, bem

tolerada. Podem ocorrer alterações gastrointestinais, como náusea e diarréia,

geralmente leves. Urina e fezes avermelhadas, prurido cutâneo, ictiose e

hiperpigmentação da lesão também são relatados. Pigmentação rosada a

vermelho-amarronzada na pele e na conjuntiva é comum em tratamentos prolongados, mas

reverte com a suspensão da droga. Entretanto, raramente, são descritos efeitos

colaterais mais sérios, após vários meses de tratamento com doses altas (acima de

(16)

1.1 Objetivo

x Avaliar, através de ensaio clínico controlado e randômico, a

eficácia da clofazimina (CFZ) no tratamento das lesões cutâneas

do lúpus eritematoso sistêmico (LES), comparando-a com o

(17)

2 REVISÃO DA LITERATURA

A terapêutica convencional para as diferentes formas de lesões cutâneas

LE específicas, especialmente as subagudas e o LED, geralmente é semelhante e

consiste no tratamento tópico (além da fotoproteção, uso de corticosteróide tópico) e no

tratamento sistêmico (uso de antimaláricos). Essas lesões devem ser tratadas, precoce

e agressivamente, para prevenir cicatrizes atróficas permanentes, despigmentação e

alopécia cicatricial24,25.

A luz ultravioleta tem importante papel no desencadeamento das lesões

cutâneas. Há longo tempo, é conhecido que a luz ultravioleta de banda B - UVB (290 a

320 nm) é desencadeadora de lesão cutânea26. Estudos in vitro e in vivo têm mostrado

que a exposição à radiação ultravioleta A - UVA (320 a 400 nm) também pode

exacerbar a doença, sendo a fotossensibilidade mais proeminente nos pacientes com

LECS27.

A primeira recomendação a ser dada para todos os pacientes com lesão

cutânea do LE é a de evitar a exposição solar. O uso de chapéus de aba larga e roupas

de manga longa é útil, porém o uso de fotoprotetores tópicos é fundamental. Estes

devem ser de amplo espectro, com fator de proteção solar (FPS) igual ou superior a

1528. Um estudo aberto com 15 pacientes (09 com LED e 06 com LECS) foi realizado

para avaliar a segurança e eficácia de um fotoprotetor de amplo espectro (combinação

de avobenzona, que absorve UVA e padimato O, que absorve UVB) e FPS superior a

15. Neste estudo, com duração de 08 semanas, Callen et al encontraram que o nível

de proteção foi de bom a excelente em 54% dos pacientes29. Mais recentemente, um

(18)

aparecimento de lesões cutâneas, após fotoprovocação, em 08 pacientes com LECS e

03 com LED. Todos os fotoprotetores testados preveniram o desenvolvimento de

lesões cutâneas fotoinduzidas, porém, em graus variáveis. O mais efetivo deles (11/11

pacientes) continha o dióxido de titânio (bloqueador físico – UVA/UVB); o octocrileno,

como protetor UVB e os seguintes, como protetores UVA: mexoryl SX, mexoryl XL,

parsol 178930.

Os corticosteróides (CE) tópicos são indicados para o tratamento das lesões

cutâneas mais localizadas e devem ter a menor potência possível, especialmente no

caso de lesões faciais, para minimizar o risco de atrofia25. Entretanto, o único estudo

controlado duplo-cego, randômico e cruzado, comparando a eficácia de dois CE

tópicos em 78 pacientes com LED, durante 12 semanas, mostrou superioridade da

fluocinonida a 0,05%, um esteróide de alta potência, em relação à hidrocortisona a 1%,

considerado de baixa potência31. CE intralesionais podem ser usados em lesões

localizadas e, habitualmente, utiliza-se infiltrações intradérmicas com triancinolona

acetonida (3mg/ml), em pequenas doses (0,2 ml). Atrofia e alterações pigmentares

podem ocorrer32.

Na literatura, não há estudos controlados e randômicos relacionados à

estratégia terapêutica para pacientes com LES e lesões cutâneas. Baseado na

experiência clínica, o tratamento sistêmico das lesões cutâneas LE específicas tem

como primeira opção os antimaláricos. Destes, os mais utilizados são a

hidroxicloroquina e o difosfato de cloroquina, preconizados nas doses de 6 mg/kg/dia e

4 mg/kg/dia, respectivamente. A retinopatia cloroquínica é descrita em torno de 10%

(19)

hidroxicloroquina. Para o diagnóstico precoce deste efeito colateral, recomenda-se o

exame oftalmológico a intervalos de 03 a 06 meses, nos casos do uso prolongado de

antimaláricos6-8. Os pacientes fumantes devem ser orientados a abandonar o vício,

pois o fumo interfere na eficácia dos antimaláricos, provavelmente devido à alteração

do metabolismo hepático33,34.

A associação de antimaláricos pode ser feita, na falta de resposta ao uso de um antimalárico isolado. Feldmann et al trataram 14 pacientes, previamente não responsivos à monoterapia com cloroquina ou hidroxicloroquina, com a associação de cloroquina (100 mg, 03 vezes ao dia) e quinacrina (65mg, 03 vezes ao dia). Todos os 05 pacientes com LECS e 05 dos 09 pacientes com LED obtiveram resposta satisfatória35. Von Schmiedeberg et al descreveram o caso de 01 paciente com LECS e lúpus túmido, refratário a várias terapêuticas anteriores, com boa resposta após 04 meses do uso de cloroquina e mepacrina36.

A corticoterapia sistêmica pode ser usada nos casos refratários à

terapêutica habitual. O corticosteróide oral, geralmente, melhora as lesões cutâneas

extensas e fotossensíveis do LECS e o LECA; entretanto, não costuma melhorar as

lesões discóides. Seu uso deve ser preferencial nas fases iniciais, até que o

antimalárico se torne eficaz, ou nos casos mais graves e com manifestações

sistêmicas. Devido aos efeitos colaterais, tanto a dose quanto o tempo de uso devem

ser os menores possíveis7,8,13. Goldberg et al descreveram 02 pacientes com LECS,

refratários ao uso de antimalárico e corticosteróide (tópico e oral), que foram tratados

com pulsoterapia de metilprednisolona na dose de 1g/dia, via endovenosa, durante 03

dias. Ambos obtiveram melhora em 01 a 02 semanas37.

Alguns retinóides sintéticos têm sido relatados como eficazes no LED e no

LECS refratários, principalmente a isotretinoína, o etretinato e a acitretina13. Num

estudo aberto com 19 pacientes e lesões cutâneas LE específicas diversas, Ruzicka et

(20)

dos quais 08 apresentaram regressão total das lesões38. Shornick et al descreveram 05

pacientes com LES e lesões cutâneas, além de 01 com LED, todos refratários a

tratamento com CE orais e antimaláricos, que responderam ao uso de

isotretinoína-1mg/kg/dia. As lesões apresentaram recorrência logo após a suspensão da droga. Os

autores encontraram poucos efeitos colaterais, mas o potencial teratogênico deve ser

considerado39. No único estudo controlado duplo-cego, randômico, multicêntrico,

Ruzicka et al compararam o uso da acitretina (50 mg/dia) com a hidroxicloroquina

(400mg/dia) em 58 pacientes com LED ou LECS, durante 08 semanas. Ambas as

medicações apresentaram eficácia em aproximadamente 50% dos casos, porém a

incidência de efeitos adversos foi maior no grupo da acitretina40.

A talidomida tem se mostrado extremamente eficaz nos casos de LED e

LECS refratários aos antimaláricos, porém a sua toxicidade (especialmente

teratogenicidade e neuropatia sensorial) limita o seu uso24. Estudos abertos e não

controlados mostram boa resposta e menos efeitos colaterais com o uso de baixas

doses de talidomida, apesar de alto índice de recidiva após suspensão do

tratamento9,10,41. Housman et al, em estudo retrospectivo de série de 23 casos de LEC

refratário, demonstraram resolução completa das lesões em 74% dos casos, com o uso

de talidomida na dose de 100mg/dia42. No Brasil, Sato et al43 recomendaram o uso de

baixas doses de manutenção (em média, 50 mg/dia) por tempo prolongado, no sentido

de diminuir a recidiva das lesões cutâneas com a retirada da talidomida, o que também

foi sugerido em outro estudo44. Recentemente, Cuadrado et al avaliaram 48 pacientes

com LED (n=18), LECS (n=6) ou LES (n=24), com lesões cutâneas refratárias a vários

(21)

50 mg/dia (n=17) e 50 mg/dias alternados (n=15). O índice geral de resposta clínica foi

de 81% (n=39), independentemente do esquema posológico utilizado. Da mesma

maneira, a alta incidência de neuropatia, que foi observada em 27% dos pacientes,

também não mostrou diferença estatística em relação à dose de talidomida utilizada.

Os autores sugeriram, então, que a talidomida, apesar de eficaz para o tratamento do

LEC grave, deveria ser usada como indutora de remissão e substituída por outra

medicação, na fase de manutenção45.

Alguns outros fármacos já foram descritos no tratamento dos casos de LEC

refratário, como a dapsona , a sulfassalazina e a clofazimina. A dapsona, apesar de

sua potencial toxicidade hematológica, hepática, renal e neurológica, foi usada nas

manifestações cutâneas do LE. Os melhores resultados foram observados no

tratamento das lesões bolhosas LE inespecíficas e no LECS. Entretanto, no LED, os

resultados têm sido desapontadores7,8,13. Delaporte et al trataram 11 pacientes com

LED grave refratário, em estudo aberto, com 2g/dia de sulfassalazina. Destes, 07

pacientes obtiveram resposta completa (entre 07 semanas a 05 meses de uso), 01

melhorou parcialmente e 03 não responderam46.

A partir de meados da década de 1970, surgiram alguns estudos abertos

não controlados e relatos de casos mostrando bons resultados com o uso da CFZ no

tratamento do LECC e do LECS. Mackey e Barnes avaliaram 26 pacientes com LED,

que usaram doses variadas de CFZ, obtendo remissão em 17 deles (65,4%)14. Duprè

et al utilizaram CFZ (100 a 200 mg/dia) em 06 pacientes com LECC, durante 03 meses,

obtendo remissão das lesões em todos os casos, embora os parâmetros de avaliação

(22)

total (n=2), em todos os pacientes com LED que utilizaram clofazimina -100mg/dia, por

06 meses16. Crovato e Levi descreveram 02 casos de LECS refratários ao uso de CE

(tópico e oral) e antimaláricos, que responderam ao uso da clofazimina (100mg/dia) em

poucas semanas18.

O metotrexate (MTX) tem se mostrado útil no controle das manifestações

cutâneas e articulares do LES, com baixa toxicidade e efeito poupador de

corticosteróide47-49. Isto foi demonstrado em 1999, no primeiro estudo duplo-cego,

randômico e controlado com placebo, onde Carneiro e Sato11 analisaram 41 pacientes

com LES tratados com MTX, na dose de 15-20 mg/semana. Boehm et al descreveram,

em estudo retrospectivo, 12 pacientes com LEC refratário aos antimaláricos e/ou

baixas doses de CE, dos quais 10 responderam ao MTX na dose de 10-25

mg/semana50. Kuhn et al, em 2002, apresentaram 01 paciente com LECS grave

refratário, com resposta completa ao MTX12.

Outros imunossupressores têm sido utilizados em lesões cutâneas do LE.

Recentes relatos de casos apontam o micofenolato mofetil como uma boa opção para o

tratamento de casos refratários de LED e LECS51,52. Goyal et al relataram 02 casos de

LES com lesões discóides palmoplantares recalcitrantes, que melhoraram após 03 a 04

meses, usando 1000-1500 mg do micofenolato mofetil, 02 vezes ao dia51. Schanz et al,

mais recentemente, descreveram 02 pacientes com LECS refratário, que usaram

micofenolato mofetil na dose de 2g/dia, com início de melhora em 03 e 04 semanas,

respectivamente52. Callen et al, em estudo clínico aberto, acompanharam 06 pacientes

com LE (04 LECS e 02 LED) e 06 pacientes com vasculite leucocitoclástica (VL), todos

(23)

Dos pacientes com LE, 03 obtiveram uma excelente resposta em 03 meses, 02 não

responderam e 01 teve que ser retirado do estudo por pancreatite. Dos pacientes com

VL, 02 obtiveram resposta completa, 03 obtiveram resposta parcial e 01 não

respondeu53.

Recentes estudos abertos e não controlados, com pequeno número de

pacientes, além de relatos de casos, sugerem eficácia da terapia tópica com

tacrolimus54-56 e pimecrolimus57,58 no tratamento das lesões cutâneas refratárias do

LES, LECS e LED, sem os efeitos indesejáveis de atrofia e telangiectasias, provocados

pela corticoterapia tópica .

A utilização de agentes biológicos no tratamento de lesões cutâneas do LE é

restrita a relatos de casos e teve início com a imunoglobulina intravenosa. De Pità et al

acompanharam 05 pacientes com LES (rash malar e úlceras orais) e 02 pacientes com

LECS, todos refratários, usando 300mg/kg/dia de imunoglobulina intravenosa, durante

05 dias consecutivos, por 12 meses, associada à prednisona, sem resposta em

nenhum dos casos59. Mais recentemente, Goodfield et al obtiveram melhores

resultados, com resposta satisfatória em 07 de 12 pacientes avaliados60.

Atualmente, a terapia biológica, que vem sendo utilizada em doenças

auto-imunes como o LES, abre novas perspectivas para casos refratários. Semelhante à

talidomida, por seus efeitos anti-TNF, é possível que agentes como o infliximabe,

etanercepte e adalimumabe tragam benefício para pacientes com LE cutâneo. No

entanto, paradoxalmente, estes agentes têm sido associados com o desenvolvimento

de lúpus induzido24. Clayton et al relataram o caso de 01 paciente com LECS, com

(24)

melhora dramática com o efalizumabe, um anticorpo monoclonal humanizado que inibe

a ativação de células T61.

3 MÉTODOS

3.1 Seleção de Pacientes

Foram selecionados 33 pacientes do Hospital Universitário Onofre Lopes

(HUOL) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), no período de abril

de 2002 a novembro de 2003. Os seguintes critérios de inclusão foram seguidos:

diagnóstico de LES, de acordo com os critérios de classificação do American College of

Rheumatology (ACR)62; idade igual ou superior a 18 anos; lesões cutâneas em

atividade: eritema malar típico e/ou lesão discóide e/ou lúpus cutâneo subagudo,

caracterizadas clinicamente (apenas nos casos duvidosos, foi realizada biópsia); uso

de dose estável de corticosteróide há, pelo menos, dois meses; concordância em fazer

anticoncepção; ter exame oftalmológico sem retinopatia nos últimos três meses; aceitar

participar do estudo mediante assinatura do termo de consentimento livre e

esclarecido. Os critérios de exclusão utilizados foram: uso atual ou nos últimos três

meses de cloroquina e/ou clofazimina; contra-indicação ao uso de cloroquina e/ou

clofazimina; gravidez ou lactação; uso atual ou nos últimos três meses de

imunossupressor; envolvimento renal, neurológico, hematológico ou outro, que

(25)

3.2 Métodos

Após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN,

foi realizado um estudo intervencional duplo-cego controlado com 33 pacientes, que

foram alocados aleatoriamente “4/4” em dois grupos: um grupo recebeu 100mg de CFZ

(n= 16 pacientes) e o outro grupo recebeu 250 mg de DFC (n= 17 pacientes), ambos

em dose única diária, durante 06 meses. A randomização foi feita pela farmacêutica

que manipulou as medicações, que não teve nenhum contato com os pacientes, com o

objetivo de que os grupos ficassem com um “n” equivalente, caso não fosse atingida a

amostra calculada. Foram realizados sorteios prévios para cada 08 pacientes a serem

incluídos, sendo que 04 destes ficaram num grupo e os outros 04, no outro grupo. A

lista de alocação dos pacientes foi mantida sob sigilo até o término do estudo. Os

medicamentos foram colocados em cápsulas idênticas e embalagens padronizadas,

impossibilitando a identificação de seu conteúdo. Os mesmos foram fornecidos aos

pacientes em quantidade superior ao necessário até a próxima visita, quando eram

devolvidos os frascos utilizados e conferidas as cápsulas restantes, como forma de

avaliar a aderência ao tratamento. Os pacientes também receberam protetor solar com

FPS 60 e de amplo espectro ( butilmetoxidibenzoilmetano = filtro UVA, homosalato e

octiltriazona = filtros UVB, dióxido de titânio - filtro UVA/UVB), que usaram 02 vezes ao

dia, durante todo o estudo.

Os pacientes foram examinados e fotografados em uma consulta inicial e ao

final do primeiro, segundo, quarto e sexto meses do estudo. As avaliações clínicas

foram realizadas por um reumatologista e um dermatologista, que ignoravam o grupo

(26)

laboratoriais gerais (hemograma, contagem de plaquetas, VHS, creatinina,

transaminases, fosfatase alcalina, proteínas totais e frações e sumário de urina) foram

realizados na consulta inicial e ao final do segundo e sexto meses, no laboratório do

HUOL-UFRN. Exames imunológicos (anticorpos antinucleares, perfil de auto-anticorpos

e anticardiolipina) foram colhidos na consulta inicial e enviados para realização no

laboratório da Disciplina de Reumatologia da Escola Paulista de Medicina-Universidade

Federal de São Paulo (UNIFESP). A atividade sistêmica do LES foi avaliada

utilizando-se o questionário MEX-SLEDAI (Mexican version of the Systemic Lupus Erythematosus

Disease Activity Index)63, que foi aplicado durante a visita inicial e ao final do estudo,

sendo considerada exacerbação da doença um aumento de, no mínimo, três pontos.

Durante o período de observação, a dose do corticosteróide foi mantida

estável. Quando houve necessidade de aumento da dose do mesmo e/ou de

introdução de imunossupressores, por manifestações do LES em outros órgãos, os

pacientes foram retirados e analisados de acordo com a randomização (análise

“intenção de tratar”). Nestes casos, os pacientes fizeram uma última avaliação das

lesões cutâneas e os escores obtidos foram repetidos nas avaliações subseqüentes.

A avaliação clínica de resposta ao tratamento foi feita por um exame direto

do reumatologista e do dermatologista, independentemente, a cada visita, através de

uma escala modificada baseada na utilizada por Kragballe et al64 para avaliar psoríase.

Foram atribuídos escores a cada um dos itens e acrescentado o “aparecimento de

novas lesões”, como representado abaixo:

RESPOSTA COMPLETA (melhora total): ausência de doença ativa detectável

(27)

(hiperpigmentação pós-inflamatória não foi considerada doença ativa)

BOA RESPOSTA (boa melhora): diminuição de mais de 50% da extensão e/ou

intensidade(eritema/edema) da lesão .ESCORE 5

RESPOSTA PARCIAL(pouca melhora): diminuição de menos de 50% da extensão

e/ou intensidade(eritema /edema) da lesão. ESCORE 4

AUSÊNCIA DE RESPOSTA(sem melhora): doença (lesão) estável. ESCORE 3

PIORA DA DOENÇA (piora): progressão da lesão. ESCORE 2

ou aparecimento de novas lesões. ESCORE 1

Foram considerados como tendo uma resposta satisfatória os pacientes que

obtiveram, ao final do estudo, escore • 5.

3.3 Análise estatística

A comparação entre os escores dos dois médicos foi feita utilizando-se o

coeficiente de correlação intraclasse. A análise intragrupos, comparando as medianas

dos escores observados nos diversos tempos do estudo, em cada grupo, foi feita com

os testes de Friedman e Wilcoxon. A análise intergrupos foi feita com o teste de

Mann-Whitney. No caso de cruzamento de variáveis categóricas foi usado o teste

qui-quadrado de Pearson; para a verificação da homogeneidade entre os grupos, em

relação às variáveis de controle, utilizou-se o teste de Mann-Whitney. Todos os testes

estatísticos foram avaliados usando-se um nível de significância (Į) igual a 5%, sendo

estatisticamente significantes aqueles que apresentaram nível descritivo (P) menor que

0,05. O tamanho da amostra foi calculado com base num nível de significância (Į) igual

(28)

igual a 0,7, com diferença mínima a ser detectada igual a 0,5 unidade de escore. Para

(29)

4 RESULTADOS

Trinta e três pacientes (16 no grupo CFZ e 17 no grupo DFC) participaram

do estudo e as suas características estão sumarizadas na tabela 1. Não houve

diferença significante entre os grupos quanto ao sexo, raça, idade, tempos médios de

doença e de lesão cutânea, tipo de lesão cutânea ativa e dose média de prednisona.

Tabela 1. Características demográficas e clínicas dos pacientes nos grupos da clofazimina (CFZ) e do difosfato de cloroquina (DFC)

grupo CFZ grupo DFC

( n = 16 ) ( n = 17 ) P

______________________________________________________________________________________________________

Sexo (feminino: masculino) 15:1 16:1 1,000

Cor (branca: parda) 11:5 14:3 0,438

Idade média (anos) 34,0 34,4 0,843

Duração média da doença (meses) 92,1 81,7 1,000

Duração média da lesão (meses) 42,8 18,6 0,168

Tipo de lesão cutânea*

Rash malar 5 4 0,708

LECS, forma anular policíclica 2 1 0,601

LECS, forma psoriasiforme 1 3 0,601

LED, forma localizada 2 6 0,225

LED, forma disseminada 10 8 0,491

(30)

* LECS = lúpus eritematoso cutâneo subagudo, LED = lúpus eritematoso discóide

Em relação aos critérios de classificação do ACR, houve diferença

estatística entre os dois grupos apenas em relação ao antecedente de plaquetopenia,

que foi maior no grupo DFC (P=0,038). Houve uma prevalência significativa de

anti-RNP no grupo CFZ (Tabela 2).

Tabela 2. Perfil de auto-anticorpos dos pacientes dos grupos clofazimina (CFZ) e difosfato de cloroquina (DFC)

______________________________________________________________________________________________________

grupo CFZ grupo DFC

( n = 16 ) ( n = 17 ) P

__________________________________________________________________________________________________________________

Anticorpo antinuclear 16 17 ___

Homogêneo 3 3 1,000

Pontilhado Fino 7 9 0,732

Pontilhado Grosso 7 5 0,481

Anti-DNA nativo 0 1 1,000

Anti-Sm 4 1 0,175

Anti-Ro 3 3 1,000

Anti-RNP 8 2 0,017

Anticardiolipina IgM 5 2 0,225

Anticardiolipina IgG 4 7 0,465

___________________________________________________________________

(31)

A média dos pontos do MEX-SLEDAI inicial no grupo CFZ foi 1,06 e no

grupo DFC foi 0,94 (P=0,48), enquanto que ao final do estudo, foram 2,81 e 0,58,

respectivamente (P=0,19).

Vinte e sete pacientes completaram os seis meses do estudo. Cinco

pacientes do grupo CFZ foram retirados do protocolo, entre o segundo e quarto meses,

devido a exacerbações sistêmicas graves (01 com vasculite necrotizante, 01 com

nefrite lúpica e 03 com envolvimento do sistema nervoso central). O último destes

pacientes apresentou quadro de febre, convulsões e paraparesia assimétrica 05 dias

antes da visita do quarto mês do estudo, indo a óbito no quinto dia de hospitalização,

apesar da terapêutica empregada (pulsoterapias com metilprednisolona e

ciclofosfamida). A necrópsia evidenciou “infarto cerebral direito em plexo coróide,

hemisférios cerebral e cerebelar, associado à hemorragia subaracnoídea direita”. Os

outros 04 pacientes melhoraram após terapêutica apropriada. Apenas uma paciente do

grupo DFC piorou progressivamente e desenvolveu quadro de vasculite necrotizante

nos membros superiores, sendo excluída próximo ao segundo mês do estudo, com

melhora posterior com o uso de altas doses de prednisona e azatioprina. Em relação

ao número de pacientes excluídos, também não houve diferença estatisticamente

significante entre os grupos (P=0,15).

Os escores de resposta atribuídos pelos dois observadores, em cada um

dos tempos do estudo, apresentaram uma excelente correlação (mês 1: ȡ= 0,976; mês

2: ȡ= 0,995; mês 4: ȡ= 0,991; mês 6: ȡ= 0,989). Como todos os coeficientes de

correlação intraclasse foram superiores a 97%, optamos por utilizar um valor médio dos

(32)

Ao final do estudo, utilizando-se a análise “intenção de tratar”, 12

pacientes do grupo CFZ (75%) e 14 do grupo DFC (82,4%) obtiveram melhora

satisfatória das lesões cutâneas (escores • 5), como mostra a figura 1. Ainda que um

menor número de pacientes tratados com CFZ (18,8%) tenham obtido resposta

completa (escore 6) quando comparados aos tratados com DFC (41,2%), a diferença

não foi significante. Da mesma maneira, a proporção de pacientes com escore 5 no

grupo CFZ (50%) não foi estatisticamente diferente do grupo DFC (35,3%) (P=0,24).

Em relação à análise intragrupos (figura 2), no grupo CFZ houve

diferença estatisticamente significante quando se comparou o segundo com o quarto

mês (P=0,028) e o segundo com o sexto mês (P=0,007). No grupo DFC houve

diferença estatisticamente significante quando se comparou o segundo com o sexto

mês (P=0,026) e o quarto com o sexto mês (P=0,010).

Na análise intergrupos, as comparações entre os escores observados nos

dois grupos, em cada um dos tempos do estudo, não mostraram diferença

(33)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

1 2 3 4 5 5,5 6

resposta (escore) p aci en tes ( n ) CFZ DFC

Figura 1. Escore das respostas das lesões cutâneas do lúpus eritematoso sistêmico à clofazimina (CFZ) e ao difosfato de cloroquina(DFC), ao final dos 06 meses de tratamento. Escores altos indicam melhor resposta, variando do 6 (melhora total) ao 1 (aparecimento de novas lesões).

0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0

month 1 month 2 month 4 month 6

p=0,028 Sc or e p=0,007 p=0,01 p=0,026 CDP group CFZ group 0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0

month 1 month 2 month 4 month 6

p=0,028 Sc or e p=0,007 p=0,01 p=0,026 CDP group CFZ group e s c o r e

mês mês mês mês

CFZ

DFC

(34)

clofazimina (CFZ) e do difosfato de cloroquina (DFC), em cada um dos tempos do estudo.

0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0 Month 1 CDP group CFZ group

Month 2 Month 4 Month 6

P=0,324 P=0,114 P=0,356 P=0,246

Sc o re 0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0 Month 1 CDP group CFZ group

Month 2 Month 4 Month 6

P=0,324 P=0,114 P=0,356 P=0,246

Sc o re e s c o r e

mês mês mês mês

CFZ

DFC

Figura 3. Análise intergrupos, comparando os valores de mediana dos escores observados em cada avaliação, nos grupos da clofazimina (CFZ) e do difosfato de cloroquina (DFC), em cada um dos tempos do estudo.

Doze pacientes do grupo DFC e onze do grupo CFZ apresentaram, pelo

menos, um efeito adverso durante o tratamento, mas nenhum deles necessitou da

retirada da droga. Todos os efeitos colaterais foram leves e estão descritos na tabela

3. As figuras 4 e 5 ilustram, respectivamente, 03 pacientes do grupo da CFZ e 03

pacientes do grupo do DFC, antes e após os 06 meses de tratamento.

Tabela 3. Efeitos adversos apresentados pelos pacientes durante o tratamento com clofazimina (CFZ) ou difosfato de cloroquina (DFC).

CFZ (n=16) DFC (n=17)

(35)

______________________________________________________________________________________________________

Cutâneos

Cor vermelho-amarronzada da pele 6 (37,5) 0 (0) 0,007

Hiperpigmentação das lesões 2 (12,5) 1 (5,9) 0,601

Pele seca 5 (31,3) 0 (0) 0,018

Urticária 0 (0) 2 (11,8) 0,485

Manchas hipercrômicas pré-tibiais 0 (0) 2 (11,8) 0,485

Gastrointestinais

Náusea 1 (6,3) 2 (11,8) 1,000

Epigastralgia 3 (18,8) 3 (17,6) 1,000

Diarréia 1 (6,3) 3 (17,6) 0,601

Elevação das transaminases 3 (18,8) 2 (11,8) 0,656

9 Hematológicos 10 11 12

Trombocitopenia 0 (0) 2 (11,8) 0,485

Leucopenia 0 (0) 1 (5,9) 1,000

Outros

Cefaléia 0 (0) 2 (11,8) 0,485

Herpes zoster 0 (0) 1 (5,9) 1,000

(36)

CFZ A CFZ B

(37)

CFZ E CFZ F

Figura 5- Exemplos de pacientes do grupo do difosfato de cloroquina (DFC) antes (A, C, E) e após (B, D, F ) os 06 meses de tratamento.

DFC A DFC B

(38)
(39)

5 DISCUSSÃO

Em nosso estudo, a CFZ se mostrou eficaz, semelhante ao DFC, no

controle das manifestações cutâneas do LES. A análise “intenção de tratar” foi

utilizada por ser a mais adequada para estudos clínicos deste tipo, onde são

considerados todos os pacientes que utilizaram as medicações, independentemente do

tempo. Esta análise tende a evitar as superestimativas de eficácia, uma vez que a

influência de pacientes que não completaram o estudo pode diminuir o efeito esperado

do tratamento.

Na literatura, são raros os estudos clínicos controlados, comparando os

antimaláricos, considerados “padrão ouro”, com outras drogas em pacientes com

lesões cutâneas do LE, sendo a maioria relatos de casos ou de séries de pacientes24,25.

Revisão sistemática recente65, sobre o tratamento do LED, considerou apenas um

único estudo prévio controlado duplo-cego, randômico e multicêntrico, onde Ruzicka et

al compararam o uso da acitretina com a hidroxicloroquina em 58 pacientes com LED

ou LECS. A eficácia foi semelhante (aproximadamente 50% dos casos), porém, a

incidência e gravidade de efeitos adversos foram superiores no grupo da acitretina40.

A CFZ é um composto riminofenazínico que se deposita, por meses, no

tecido gorduroso e nas células do sistema reticuloendotelial66. Seu exato mecanismo

de ação permanece desconhecido, porém são descritas atividades antiinflamatória,

antimicrobiana e imunossupressora, sendo usada, predominantemente, no tratamento

da hanseníase67,68. A CFZ, semelhante à cloroquina, é seqüestrada para dentro dos

macrófagos e estabiliza a membrana lisossomal, o que promoveria um efeito

(40)

oxidantes reativos que são imunossupressores e antimicobacterianos67. Esta

propriedade auto-oxidativa poderia prevenir a multiplicação do Mycobacterium leprae

através da inibição da respiração aeróbica, além de ligar-se ao DNA bacteriano,

inibindo sua replicação69. Uma outra provável ação imunossupressora da CFZ seria a

inibição da proliferação linfocitária70.

Semelhante ao descrito na literatura para estudos feitos com a

hanseníase71,72, os principais efeitos colaterais apresentados pelo grupo CFZ foram

relacionados à pele e ao trato gastrointestinal, sendo os mais freqüentes a cor

amarronzada da pele (37,5%) e a pele seca (31,2%), sem alterações importantes nos

exames laboratoriais de rotina, nem necessidade de retirada da droga.

Neste estudo, os pacientes do grupo CFZ e do grupo DFC foram

comparáveis com relação a dados demográficos, clínicos e laboratoriais. Quanto à

resposta observada nos pacientes que usaram a CFZ, houve uma diferença

estatisticamente significante quando se comparou o segundo com o quarto e com o

sexto mês, o que sugeriu uma tendência à melhora a partir do segundo mês. Nos

pacientes que usaram o DFC, houve diferença estatisticamente significante quando se

comparou o segundo com o sexto e o quarto com o sexto mês, indicando que pareceu

haver uma melhora mais tardia, a partir do quarto mês de tratamento.

Krivanek et al16, que haviam utilizado a CFZ pelo mesmo período de tempo e

na mesma dose por nós utilizada, observaram o início de melhora dos seus pacientes a

partir do terceiro mês. E, apesar de mais tardia, a melhora foi referida em 100% dos

(41)

pequena e não considerou 01 paciente que foi retirado após o segundo mês, devido ao

desenvolvimento de carcinoma de células escamosas na área da lesão de LED.

A cidade de Natal-RN parece ter a maior incidência de LES já descrita: 8,7

casos novos /100.000 habitantes/ ano, o que deve estar relacionado ao seu alto índice

UV (superior a 7+ na maior parte do ano)73. É conhecido que a radiação UV leva a um

acúmulo de células apoptóticas na pele dos pacientes com LEC, com liberação de

substâncias pró-inflamatórias e potenciais auto-antígenos74. A propósito, em recente

estudo descritivo dos pacientes com LES do HUOL/UFRN, encontramos que tanto as

manifestações clínicas mais freqüentes (90,2%) quanto o índice de dano precoce mais

comum (12,5%) foram relacionados às lesões cutâneas, dados estes superiores aos

habitualmente relatados na literatura75. Portanto, a recomendação para o uso regular

de fotoprotetor é rotineira para os nossos pacientes com LES, estejam eles com lesões

cutâneas ativas ou não. Pelos motivos expostos, no presente estudo, achamos

antiético a inclusão de um grupo placebo e reforçamos, entre os pacientes incluídos, a

necessidade da utilização do fotoprotetor fornecido. É importante salientar que, embora

o comprometimento cutâneo no LES, por si só, não seja um achado de gravidade que

indique comprometimento da vida, contribui para a baixa auto-estima e problemas de

relacionamento pessoal e social dos pacientes, refletindo em sua qualidade de vida.

Devido à dificuldade que tivemos para incluir os pacientes com lesões

cutâneas ativas, mas que estivessem com dose estável de corticosteróide e sem usar

antimalárico, obtivemos um número total relativamente pequeno. Isto nos impossibilitou

(42)

Como referido anteriormente, a literatura carece de ensaios clínicos bem

desenhados comparando os diversos tratamentos disponíveis para as lesões cutâneas

do LE. Portanto, este foi o primeiro estudo controlado, duplo-cego e randômico, que

comparou a CFZ com o DFC, evidenciando a eficácia semelhante de ambos no

controle das manifestações cutâneas do LES. Entretanto, apesar da falta de

significância estatística, na maioria, os pacientes excluídos do estudo, devido a

manifestações sistêmicas graves, foram do grupo CFZ. Embora não exista caso de

lúpus induzido pela CFZ descrito na literatura, devido ao pequeno número de pacientes

e à ausência de um grupo placebo em nosso estudo, não podemos excluir a

possibilidade da CFZ ter influenciado essas exacerbações. Os antimaláricos são

utilizados, na prática clínica, como “poupadores de corticosteróide” e redutores de

exacerbações do LES. Em estudo duplo-cego, controlado com placebo em 24

pacientes com LES, o grupo DFC (250 mg/dia) utilizou doses progressivamente

menores de prednisona, quando comparado com o grupo placebo. Neste mesmo

estudo, o risco estimado de reativação da doença foi 4,6 vezes maior no grupo

placebo, quando comparado ao grupo DFC76. Portanto, em nosso estudo, acreditamos

que a diferença de complicações do LES, apresentada pelos 02 grupos, deveu-se ao

efeito do DFC em reduzir a atividade e prevenir as exacerbações sistêmicas da

doença. Sugerimos, pois, que a indicação do uso da CFZ deva ser reservada aos

casos com manifestações exclusivamente cutâneas da doença. Dessa forma, estudos

semelhantes em pacientes com LED devem ser estimulados, no sentido de corroborar

(43)

Como enfatizamos, este foi o primeiro estudo controlado, duplo-cego e

randômico a mostrar que a eficácia da CFZ foi semelhante a do DFC no controle das

manifestações cutâneas do LES. Assim, acreditamos que ele será importante no

incentivo de outros ensaios clínicos, comparando as diversas opções terapêuticas para

as lesões cutâneas LE específicas, com o objetivo de que as estratégias de tratamento

(44)

6 CONCLUSÕES

Em nosso estudo, a CFZ se mostrou eficaz, semelhante ao DFC, no

controle das manifestações cutâneas do LES. O número de pacientes relativamente

pequeno e a falta de dados referentes à eficácia e segurança, a longo prazo, da CFZ

no LES reforçam a necessidade de novos ensaios clínicos controlados e randômicos

para a confirmação dos nossos resultados. Assim, a CFZ poderia ser disponibilizada

como opção terapêutica, uma vez que tem menos efeitos colaterais que as outras

opções de “segunda escolha” disponíveis, em pacientes com atividade de doença

(45)

7 ANEXOS

Anexo 1

PROTOCOLO

Identificação

Nome (Iniciais):_______________________ Data da entrevista:_ ___/____/_______

Registro no Hospital: _______________

Data de nascimento: ____/______/_____ [ idade: ] Sexo: F( ) M( ) Cor: branca ( ) parda ( ) preta ( ) amarela ( )

Tempo de doença: ______________ Tempo de lesão cutânea: _____________

LES - Criterios do ACR

1- Eritema malar( ) 2-Lesão discóide( ) 3-Fotossensibilidade( ) 4-Úlcera oral( ) 5-Artrite não-erosiva( )

6-Serosite : pericardite( ) pleurite( )

7-Lesão renal: proteinúria>0,5g/d( ) cilindrúria( ) 8-Alteração SNC: convulsão( ) psicose( ) 9-Alteração hematológica: anemia hemolítica( ) leucopenia( )

linfopenia( ) plaquetopenia( ) 10-Alteração imunológica: anti-DNA( ) anti-Sm( )

Ac antifosfolípide: anticardiolipina IgM ou IgG ( ) anticoagulante lúpico ( ) VDRL falso-positivo ( )

11-FAN( )

Lesões cutâneas ativas:

Eritema malar ( )

Lesão discóide : localizada ( ) localização ____________________________ disseminada ( ) localização ____________________________

(46)

-Escore de MEX- SLEDAI e manifestação pontuada :

____________________________________________________________________________________ -Outras doenças: _______________________________________________________

-Medicamentos em uso: Prednisona : dose _______mg/dia há ___________ meses Outros medicamentos ____________________________________________________

Avaliações subseqüentes das lesões:

Data: ___/_____/________ 1o mês ( ) 2o mês ( ) 4o mês ( ) 6o mês ( )

FOTOGRAFIAS

ESCORE Reumato Dermato Melhora --- resposta completa (ESCORE 6)

--- boa resposta (ESCORE 5) --- resposta parcial (ESCORE 4)

Estabilidade ---- ausência de resposta (ESCORE 3)

Piora --- progressão da lesão (ESCORE 2) --- novas lesões ( ESCORE 1)

Avaliação de efeitos adversos

:

Queixa:

_____________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________

Intensidade: leve ( ) moderada ( ) grave ( )

Relação com o tratamento: Necessidade de retirada da droga:

não ( ) Sim ( )

(47)

MEX-SLEDAI:

Anexo 2

Termo de consentimento livre e esclarecido para participação em Estudo Clínico

PROTOCOLO CLÍNICO PARA ESTUDO DE EFICÁCIA DA CLOFAZIMINA NAS LESÕES CUTÂNEAS DO LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO

INVESTIGADORES:

Nome-Reumatologista: Dra. Elaine Lira Medeiros Bezerra ou Dra. Maria José Pereira Vilar Nome-Dermatologista: Dr. Pedro Bezerra da Trindade Neto

Nome completo do local de estudo: Hospital Universitário Onofre Lopes / Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Endereço: Av. Nilo Peçanha , 620, Petrópolis, Natal-RN Telefone: 2023719 / 2023746

Caso este termo de consentimento contenha alguma palavra que você não entenda; por favor, pergunte ao seu médico, para que você não fique com nenhuma dúvida.

Você ficará com uma cópia deste termo.

Introdução e Objetivos

(48)

uma medicação que tem efeito antiinflamatório e antimicrobiano, a clofazimina , que já é utilizada em outras

doenças (principalmente a hanseníase); comparando-a com outra medicação normalmente usada para tratamento do LES, o difosfato de cloroquina.

Duração do estudo

A duração planejada deste estudo é de seis meses. No entanto, se for necessário, o estudo poderá ser interrompido ou você poderá ser retirado do estudo a qualquer momento, se for para seu benefício ou do seu interesse fazê-lo.

Descrição do estudo

Trata-se de um estudo em aproximadamente 40 pacientes com Lúpus Eritematoso Sistêmico com lesões de pele em atividade (vermelhas), que receberão clofazimina na dose de 100 mg, uma vez ao dia, ou difosfato de cloroquina na dose de 250mg, uma vez ao dia.

O estudo incluirá cinco visitas: uma para determinar se você poderá participar do estudo e outras quatro: ao final do primeiro, segundo, quarto e sexto meses. Caso você venha a ser retirado do estudo antes dos seis meses, você será solicitado a realizar sua última avaliação.

A cada visita as suas lesões de pele serão fotografadas e você responderá a algumas perguntas sobre como está se sentindo com o tratamento. Serão realizados exames de sangue na primeira, terceira e última visita. Além disto, se você for mulher com suspeita de gravidez, você fará exame para afastar esta possibilidade e deverá manter método anticoncepcional (para evitar a gravidez) durante o estudo.

Você poderá receber a clofazimina na dose de 100mg, uma vez ao dia, ou difosfato de cloroquina na dose de 250mg, uma vez ao dia. O estudo randomizado é aquele no qual é feito um sorteio para ver qual medicamento você receberá; porém, nem você nem seus médicos saberão qual dos dois você vai utilizar. Você receberá um frasco com a medicação em cápsulas, que deverá trazer sempre que retornar às consultas nos dias combinados. Você receberá também protetor solar, que deverá ser aplicado pela manhã e à tarde, além de vales-transporte para comparecer às visitas.

A medicação do estudo deverá ser usada apenas pela pessoa para a qual ela foi receitada e deve ser mantida fora do alcance de crianças.

Efeitos colaterais

De forma geral , tanto a clofazimina quanto o difosfato de cloroquina são bem toleradas.

(49)

Raramente, a clofazimina pode causar coloração vermelho-amarronzada da pele e conjuntiva, que é reversível (melhora com suspensão da medicação) e depende da dose utilizada; urina e fezes avermelhadas; alterações gastrointestinais leves e coceira.

O difosfato de cloroquina é bastante seguro e os efeitos colaterais também são raros. A retinopatia (depósito na retina) pode ocorrer quando a cloroquina for utilizada por longo tempo e em altas doses. Para sua segurança, após os seis meses, você fará um exame de vista (fundo de olho). Outros possíveis efeitos colaterais são alterações da córnea, redução da acomodação visual; exantema; descoloração dos cabelos; escurecimento da pele; desconforto abdominal, náuseas, vômitos; dores de cabeça; zumbidos, tonturas e fraqueza muscular. Você deve comunicar aos médicos do estudo a respeito de todas as doenças , sintomas e alergias que você tenha. Também deve relatar quaisquer outros remédios que esteja tomando atualmente.

Benefícios

Você não terá nenhuma despesa com as medicações nem com os exames relacionados ao estudo. A sua pele poderá melhorar ou não com o tratamento.

As informações obtidas através de sua participação no estudo irão beneficiar outros pacientes com Lúpus.

Confidencialidade

As informações obtidas através deste estudo, incluindo registros clínicos e hospitalares, serão consideradas privilegiadas e confidenciais e não serão liberadas ou reveladas a qualquer pessoa sem o seu consentimento,

exceto aos seus médicos ou a alguém designadas por eles, o patrocinador, o Comitê de Ética da Instituição responsável pelo estudo, ou outras agências regulatórias; quando for necessário.

Os resultados deste estudo podem ser apresentados em congressos ou publicações; entretanto, sua identidade não será revelada nessas apresentações.

Participação Voluntária / Retirada

(50)

Os médicos do estudo podem interromper a sua participação a qualquer momento se decidirem que é o melhor para o seu interesse. Eles também podem fazer isso, se você não seguir as instruções necessárias. Caso tenha outros problemas clínicos, os médicos decidirão se você poderá continuar no estudo.

Consentimento do Paciente

Li e entendi as informações desse estudo e todas as minhas dúvidas em relação ao estudo e à minha participação foram respondidas satisfatoriamente. Dou livremente meu consentimento em participar do estudo até que decida pelo contrário.

Assinando este termo de consentimento, concordo em participar desse estudo e não abro mão, na condição de participante de um estudo de pesquisa, de nenhum dos direitos legais que eu teria de outra forma.

--- --- ---nome do paciente (letra de fôrma) assinatura do paciente data

--- -- ---nome da testemunha (letra de fôrma) assinatura da testemunha data

O paciente acima mencionado recebeu todas as informações sobre o estudo.

--- --- ---nome do reumatologista (letra de fôrma) assinatura do reumatologista data

(51)

8 REFERÊNCIAS

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erythematosus. In: Wallace DJ, Hahn BH. Dubois' lupus erythematosus. 6 ed.

Philadelphia: Lippincott, Williams & Wilkins; p 573-618, 2002.

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erythematosus. J Am Acad Dermatol 4(4):471-475, 1981.

3. Sontheimer RD. The lexicon of cutaneous lupus erythematosus - A review and

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manifestations of lupus erythematosus. Lupus 6(2):84-95, 1997.

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cutaneous manifestations in lupus erythematosus – the Italian experience. Lupus 9(6):

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erythematosus. 6 ed. Philadelphia: Lippincott, Williams & Wilkins; p 1149–72, 2002.

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Tabela 1. Características demográficas e clínicas dos pacientes nos grupos da  clofazimina (CFZ) e do difosfato de cloroquina (DFC)
Tabela 2. Perfil de auto-anticorpos dos pacientes dos grupos clofazimina (CFZ) e  difosfato de cloroquina (DFC)  ______________________________________________________________________________________________________
Figura 1.  Escore das respostas das lesões cutâneas do lúpus  eritematoso sistêmico à clofazimina (CFZ)  e ao difosfato de  cloroquina(DFC), ao final dos 06 meses de tratamento
Figura 3. Análise intergrupos, comparando os valores de mediana  dos escores observados em cada avaliação,  nos  grupos  da  clofazimina (CFZ) e  do  difosfato  de  cloroquina (DFC), em cada  um dos tempos do estudo
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