UNI VERSI DADE FEDERAL DO RI O GRANDE DO NORTE
PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO EM ENGENHARI A ELÉTRI CA - PPgEE
Car los August o de Oliveir a Jr .
DESENVOLVI MENTO DE UM PROTOCOLO DE
COMUNI CAÇÃO PARA AUTOMAÇÃO DE
SUBESTAÇÕES MÓVEI S VI A SATÉLI TE
Car los August o de Oliveir a Jr .
DESENVOLVI MENTO DE UM PROTOCOLO DE
COMUNI CAÇÃO PARA AUTOMAÇÃO DE
SUBESTAÇÕES MÓVEI S VI A SATÉLI TE
Disser t ação de m est rado com o obj et ivo da obt enção do grau de m est r e em Engenhar ia Elét r ica subm et ida ao Program a de Pós- gr aduação em Engenhar ia Elét r ica da Univer sidade Feder al do Rio Gr ande do Nor t e, na ár ea de concent r ação Aut om ação de Sist em as de Ener gia Elét r ica.
Or ient ador :
Prof. Dr. Marcos Ant onio Dias de Alm eida
Co- or ient ador :
Prof. Dr.- I ng. Manoel Firm ino de Medeiros Jr.
Divisão de Serviços Técnicos
Catalogação da publicação na fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede
Oliveira Júnior, Carlos Augusto de.Desenvolvimento de um protocolo de comunicação para automação de subestações móveis via satélite / Carlos Augusto de Oliveira Júnior. - Natal, RN, 2005.
68 f.
Orientador : Marcos Antonio Dias de Almeida. Co-orientador : Manoel Firmino de Medeiros Júnior.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica.
1. Automação – Dissertação. 2. Protocolos de comunicação – Dissertação. 3. Subestações elétricas – Dissertação. 4. Satélite – Dissertação. I. Almeida, Marcos Antonio Dias de. II. Medeiros Júnior, Manoel Firmino de. III. Título.
Car los August o de Oliveir a Jr .
DESENVOLVI MENTO DE UM PROTOCOLO DE
COMUNI CAÇÃO PARA AUTOMAÇÃO DE
SUBESTAÇÕES MÓVEI S VI A SATÉLI TE
Disser t ação de m est rado com o obj et ivo da obt enção do grau de m est r e em Engenhar ia Elét r ica subm et ida ao Program a de Pós- gr aduação em Engenhar ia Elét r ica da Univer sidade Feder al do Rio Gr ande do Nor t e, na ár ea de concent r ação Aut om ação de Sist em as de Ener gia Elét r ica.
Aprov ado em : ___/ ___/ _____
_______________________________________
Prof. Dr. Marcos Ant onio Dias de Alm eida
________________________________________
Prof. Dr.- I ng. Manoel Firm ino de Medeiros Jr.
______________________________________
Prof. Dr. Paulo Sérgio da Mot t a Pires
Aos m e u s pa is, m inh a fa m ília , e a Eli,
Agr a de cim e n t os
• A Deus;
• Ao pr ofessor Mar cos Dias. Sem o seu apoio e com pr eensão, est e t rabalho não ser ia possível;
• Ao pr ofessor Manoel Fir m ino, pelo apoio e pelo ex em plo;
• Ao PPgEE da UFRN, por perm it ir o desenvolvim ent o dest e m est r ado;
• À Coser n, por t er acr edit ado no m eu t rabalho e pot encial;
• À Aut ot r ac que, em par cer ia com a Coser n, apoiou est e pr oj et o;
• A Albany Pit a Xavier , Rober val, Raim undo D’Anj our e Daniel Br az. Est as pessoas t am bém for am fundam ent ais no desenvolvim ent o dest e t r abalho;
• Aos pr ofessor es Gilber t Azevedo e Paulo Mot t a, pela disponibilidade;
Re su m o
Um a das decisões t écnicas m ais im por t ant es para se aut om at izar um a
subest ação e t or ná- la desassist ida r efer e- se ao m eio de com unicação ent r e est a
subest ação e o Cent r o de Oper ações. Nor m alm ent e as em pr esas do set or elét r ico
opt am por usar r ádio ou fibr a ót ica, dependendo das dist âncias e infr a- estr ut ur a
disponível em cada sit uação.
Essa r egra se aplica a subest ações com uns. Subest ações m óveis são um
caso par t icular , pois são concebidas para uso em sit uações sazonais,
em er gências, m anut enções pr event ivas ou cor r et ivas. Dessa for m a, as soluções
de t elecom unicações para subest ações com uns não são facilm ent e aplicáveis às
m óveis, sej a devido à inexist ência de infr a- est r ut ur a ( m eio de com unicação) , ou
à dificuldade de inser ir , em um cur t o espaço de t em po, as infor m ações da
subest ação m óvel num a r ede de aut om ação exist ent e.
Consider a- se, ent ão, que par a at ender aos r equisit os de m obilidade
apr esent ados, o m eio de com unicação ideal deve for necer cober t ura em um a
gr ande ár ea geográfica. Os cust os de im plant ação de um a infr a- est r ut ur a desse
por t e são m uit o elevados, por ém os ser viços de um a oper adora exist ent e podem
ser usados. Dois ser viços que at endem bem a esses r equisit os são o sat élit e e a
t elefon ia celu lar .
Nest e t r abalho, é apr esent ada um a solução para autom ação de
subest ações m óveis at ravés de enlace via sat élit e. O pr oj et o foi im plantado na
concessionár ia de ener gia COSERN, com sucesso. A operação t or nou- se
t r anspar ent e aos operador es. Out r os benefícios obt idos for am segurança
A solução apr esent ada é um pr oj et o pilot o, volt ado não só par a
subest ações, m as par a aplicações cuj o volum e de dados t ransm it idos sej a
pequeno, e há dificuldades quant o ao m eio de com unicação. Apesar do sat élit e
t er sido usado, pode- se obt er o m esm o r esult ado usando- se a t elefonia celu lar ,
at r avés de Shor t Messages ou via r ede de com ut ação de pacot es, com o o GPRS
Abst r a ct
One of t he m ost im por t ant decisions t o t ur n a substat ion aut om at ic and no
at t ended it r elat es t o t he com m unicat ion m edia bet w een t his substat ion and
Oper at ion Cent er . Gener ally ener gy com panies uses r adio or opt ic fiber ,
depending of dist ances and infr ast r uct ur e of each sit uat ion.
This r ule applies t o com m on substat ions. Mobile subst at ions ar e a
par t icular case, t her efor e t hey ar e conceived for use at pr ovisional sit uat ions,
em er gencies, pr event ive or corr ect ive m aint enance. Thus t he t elecom m unicat ion
solut ion used at com m on substat ions are not applied so easily t o m obile
subst at ions, due absence of infr ast r uct ure ( m edia) or difficu lt y t o inser t t he
m obile subst at ion dat a in exist ing aut om at ion net w or k not long.
The ideal m edia m ust supply cover ing in a gr eat geogr aphic ar ea t o sat isfy
pr esent ed r equir em ent s. The im plant at ion cost s of t his big infr ast r uct ur e ar e
expensive, how ever a exist ing oper at or m ay be used. Tw o ser vices t hat fulfill
t hat r equir em ent s ar e sat ellit e and cellu lar t elephony.
This w or k pr esent s a solut ion for aut om at ion of m obile subst at ions t hr ough
sat ellit e. I t w as successfully im plant ed at a brazilian elect r ic ener gy
concessionair e nam ed COSERN. The oper ation becam e t r anspar ent t o oper at or s.
Ot her got t en benefit s had been oper at ional secur it y, qualit y in t he supply of
elect r ic ener gy and cost s r educt ion.
The pr oj ect pr esent ed is a new solut ion, designed t o subst at ions and
gener al applicat ions w her e few dat a should be t r ansm it t ed, but t her e is
difficult ies in r elat ion t o t he m edia. Despite t he sat ellit e having been used, t he
sam e r esult ed can be got t en using celullar t elephony, t hr ough Shor t Messages or
List a de ilu st r a çõe s
Figur a 2.1 Ar quit et ur a de aut om ação usando cart ões de saídas e de ent r adas analógicas
e digit ais. ... 19
Figur a 2.2 Ar quit et ur a de aut om ação usando prot ocolos de com unicação. ... 21
Figur a 2.3 Com ponent es principais de um sist em a SCADA ... 23
Figur a 2.4 Tela de um sist em a super visór io. ... 25
Figur a 3.1 Ciclo Per gunt a- r espost a do m est r e par a o escr av o ... 28
Figur a 3.2 Repr esent ação gr áfica da v arr edur a cíclica. ... 29
Figur a 3.3 Repr esent ação da t écnica de Envio por Exceção. ... 31
Figur a 3.4 Repr esent ação da t écnica de Mensagens Não- solicit adas ... 33
Figur a 4.1 Vist as lat er ais da SE Móv el da COSERN ... 42
Figur a 4.2 Det alhes da m ont agem da SE Móv el em subest ação fix a. ... 43
Figur a 4.3 Ar quit et ur a do sist em a im plem ent ado na COSERN... 46
Figur a 4.4 Flux ogr am a sim plificado do pr ogr am a Redirecionador ... 48
Figur a 4.5 Visor de Telas do SAGE ... 49
Figur a 4.6 Visor de Alar m es do SAGE ... 50
Figur a 4.7 Edit or de t elas SigDr aw ... 51
Figur a 4.8 Tela pr incipal da SE Móv el no Sist em a Super visório ... 53
Figur a 4.9 Tela de m edição da SE Móv el no Sist em a Super visór io ... 54
Figur a 4.10 Ar quit et ur a do sist em a pr opost a para a COSERN ... 56
List a de Ta be la s
Tabela 2.1 Gr andezas nor m alm ent e m edidas at rav és de cart ões de ent r ada analógica . 20
Tabela 3.1 Cam adas do m odelo OSI e descrição. ... 27
Tabela 3.2 Pr ot ocolos norm alm ent e usados em subest ações. ... 27
Tabela 4.1 Pont os de super visão e cont r ole escolhidos par a a SE Móv el ... 44
List a de a br e v ia t u r a s e sigla s
CA: Cor r ent e Alt er nada.
CC: Cor r ent e Cont ínua.
CELPE: Com panhia Ener gét ica de Per nam buco.
COELBA: Com panhia Energét ica da Bahia.
COI : Cent r o de Oper ação e I nfor m ação da COSERN.
COSERN: Com panhia Energét ica do Rio Grande do Nor t e.
CRC: Cyclic Redundant Check.
DEC: Dur ação Equivalent e por Consum idor.
DNP3.0: Dist r ibut ed Net w or k Pr ot ocol ver sion 3.0
GPS: Global Posit ioning Syst em .
I EC6 0870- 5: Pr ot ocolo definido pela I nt er nacional Elect r ot echnical
Com ission para aut om ação de r edes dist r ibuídas.
I ED: I nt elligent Elect r onic Device.
I SO: I nt er nat ional St andards Organization.
MI P: Mobile I nt er face Pr ot ocol.
OSI : Open Syst em s I nt er connect ion Refer ence Model.
P3C: Pr ot ocolo de Com unicação Com pact o da COSERN.
SAGE: Sist em a Aber t o de Ger enciam ent o de Ener gia.
SALL: St at e And Logic Language.
SCADA: Super visor y Contr ol And Dat a Acquisit ion.
SE: Subest ação.
TC: Tr ansform ador de Cor r ent e.
TP: Tr ansfor m ador de Pot encial.
Sum á r io
1 I nt r odução ... 15
2 Aut om ação de Subest ações de Ener gia Elét rica... 17
2.1 Unidades Ter m inais Rem ot as... 18
2.2 SCADA ... 22
3 Pr ot ocolos de Com unicação SCADA ... 26
3.1 Env io por Ex ceção... 30
3.2 Var r edur a de I nt egridade... 31
3.3 Mensagens Não- solicit adas ... 32
4 Aut om ação de Subest ações Móv eis ... 34
4.1 Meio de Com unicação ... 35
4.2 Sist em a Via Sat élit e ... 37
4.3 Pr ot ocolo de Com unicação ... 38
4.4 Est udo de Caso... 41
4.5 Sugest ão de Tr abalhos Fut ur os... 55
5 Conclusões... 60
Refer ências ... 62
1 I nt r odu çã o
O desem penho das concessionár ias quant o à cont inuidade do ser viço
pr est ado de ener gia elét r ica é m edido pelas agências fiscalizador as com base em
indicador es específicos. A Agência Nacional de Ener gia Elét r ica – ANEEL –
especifica m et as par a os indicador es, as quais ger am m ult as caso não sej am
cum pr idas pelas concessionár ias.
A busca da m elhor ia da qualidade tem levado nat uralm ent e as
concessionár ias a aut om at izar em seu parque inst alado, m inim izando
int er r upções e o t em po de r estabelecim ent o. Um a conseqüência nat ural é t or nar
as subest ações desassist idas, ou sej a, sem oper ador es fixos nos cent r os de
cont r ole, j á que a oper ação do sist em a passa a ser cent ralizada e infor m at izada.
Ainda visando à qualidade do for necim ento, t em se t or nado fr eqüent e o
uso de subest ações m óveis, que são unidades de r eser va par a vár ias
subest ações convencionais, com a facilidade de poder em ser conectadas ao
sist em a em um cur t o espaço de t em po. Sua ut ilização se t or na ainda m ais
im por t ant e ao assegurar, rapidam ent e, a reposição dos ser viços de ener gia em
em er gências, t ais com o incêndios ou inund ações, ou r epondo cent r os vit ais, t ais
com o ár eas de conser vação de alim ent os, pr odut os m edicinais, hospit ais,
escolas, cargas t em porár ias para obras ou sazonais, et c ( TRAFO, 2004) . Out r a
aplicação com um par a as subest ações m óveis é a execução de r epar os e
m anut enções pr event ivas em t r ansfor m ador es de pot ência de subest ações, sem
a necessidade de int er r upção do for necim ent o de ener gia elét r ica.
Devido à sua car act er íst ica nat ural de m obilidade, aut om at izar um a
subest ação m óvel r equer um a solução especial. A grande dificuldade est á no
m eio de com unicação, j á que a subestação m óvel pode ser inst alada em vár ios
nor m alm ent e a concessionár ia não dispõe de infr a- est r ut ur a de t elecom unicações
e aut om ação adequada a est a par t icular idade, consider ando os cur t os espaços de
t em po disponíveis para inst alação.
Assim , para at ender às necessidades apr esent adas, e visando evit ar cust os
alt os de im plant ação de um a nova infr a- est r ut ur a, é possível ut ilizar - se os
ser viços de um a operador a de t elecom unicações exist ent e. Est e t r abalho
apr esent a a solução desenvolvida par a aut om ação de subest ações em r edes de
t elecom unicações com t r oca de m ensagens, com o o Shor t Message da t elefonia
celular ou alguns sist em as de sat élit e. A solução consist iu no desenvolvim ent o de
um prot ocolo de com unicação cuj a caract er íst ica pr incipal é a quant idade
r eduzida de caract er es par a t r afegar as infor m ações, visando ao uso de
m ensagens binár ias com quant idade de caract er es lim it ado.
Além do pr esent e t ext o de int r odução, est e t r abalho é com posto por m ais
quat r o capít ulos. O Cap. 2 apr esent a um a fundam ent ação geral sobr e aut om ação
de subest ações de ener gia elét r ica; a seguir , o Cap. 3 apr esent a det alhes sobr e
pr ot ocolos de com unicação usados em sistem as SCADA. O Cap. 4 apr esent a a
ar quit et ur a da solução, além do est udo de caso de um a im plem ent ação e os
r esult ados obt idos. Enfim , o Cap. 5 apr esent a as conclusões gerais do t rabalho
2 Au t om a çã o de Su be st a çõe s de En e r gia Elét r ica
St r auss ( 2003, p. 1, t radução nossa) define a aut om ação de sist em as de
pot ência com o “ um sist em a par a ger enciar , cont rolar e pr ot eger sist em as de
ener gia elét r ica. I st o é garant ido obt endo- se infor m ações em t em po- r eal do
sist em a, usando poder osas aplicações de cont r ole, locais e r em ot as, e pr ot eção
elét r ica avançada” .
Em um a subestação de ener gia elét r ica, basicam ent e, os it ens que com põe
sua aut om ação são os seguint es:
• Equipam ent os a ser em aut om at izados;
• Disposit ivos de pr ot eção;
• Disposit ivos de cont r ole e m onit or ação;
• Elem ent os de com unicação.
Os equipam ent os a ser em aut om at izados são os pr incipais equipam ent os
da subest ação com o disj unt or es, religador es, chaves seccionador as,
t r ansfor m ador es, bancos de capacit or es, et c. Nor m alm ent e, cada um desses
equipam ent os possui um r elé associado, execut ando funções de pr ot eção. Os
m ais com uns são os r elés de sobr ecor r ent e ( usados, por exem plo, em
disj unt or es, r eligador es, chaves) , r eligam ent o ( r eligador es) , difer enciais
( t r ansfor m ador es, barr am ent os) , et c.
Os disposit ivos de cont r ole e m onit oração execut am com andos sobr e os
equipam ent os da subestação, por exem plo, podem abr ir ou fechar um
equipam ent o de disj unção. Tam bém m onit or am var iáveis discr et as – estado
fechado ou aber t o do equipam ent o, se e quais pr ot eções at uaram , et c – e
No set or indust r ial, o disposit ivo que execut a funções de cont r ole e
m onit or ação de pr ocessos são os Cont r olador es Lógicos Progr am áveis – CLPs.
Em aut om ação de subest ações, os m esm os CLPs podem ser usados. Ent r et ant o,
o disposit ivo m ais adequado para esse fim é cham ado de Unidade Term inal
Rem ot a – UTR, que ser á vist o em det alhes na Seção 2.1. É im por tant e cit ar
ainda que, com o avanço da t ecnologia e o uso cada vez m ais com um de r elés de
pr ot eção digit ais, esses disposit ivos at ualm ent e incor por am tam bém funções de
cont r ole, m onit or ação e com unicação.
Os elem ent os de com unicação são necessár ios par a levar as inform ações
de m onit or ação e cont r ole ent r e os equ ipam ent os para um cent r o de cont r ole,
dist ant e da subest ação. São ut ilizados cabos de cobr e, cabeam ent o de r edes,
fibr as ót icas, m odens e r ádios.
2 .1 U n id a d e s Te r m in a is Re m ot a s
Ant es da t ecnologia digit al, a aut om ação em subestações se r esum ia aos
quadr os de com ando cont endo cir cuit os envolvendo r elés, t em por izador es e
cont at or es, ou cir cuit os elet r ônicos. Não havia super visão r em ota ou cent ros de
cont r ole.
At ualm ent e ex ist em vár ias ar quit et ur as aplicáveis à aut om ação de
subest ações de ener gia elét r ica, nor m alm ent e baseadas em Unidades Term inais
Rem ot as - UTRs. As UTRs foram desenvolvidas com o obj et ivo de at uar com o
unidade de com unicação e int er face ent re os inst r um ent os de cam po e um
com putador m est r e. São ut ilizadas para colet ar um a grande quant idade de
infor m ações digit ais e analógicas, com o alar m es, event os e m edições, e
Quando se iniciou o uso de CLPs e UTRs, um a ar quit et ur a norm alm ent e
usada dent r o das subest ações er a a da Figur a 2.1.
Figura 2.1 Arquitet ura de aut om ação usando cartões de saídas e de ent radas analógicas e digitais.
Na Figur a 2.1, a UTR m onit ora os equipam ent os da subest ação atr avés de
car t ões de ent r ada digit ais e analógicos. Par a am bos os car t ões, as infor m ações
são levadas at ravés de vár ios cabos m et álicos, do quadro de com ando dos
equipam ent os at é a UTR. Sinais digit ais são r epr esent ados por um par de fios,
sendo um a r efer ência e o out r o a infor m ação em si. Tensões posit ivas
( t r adicionalm ent e + 24Vcc, + 48Vcc ou + 125Vcc) r epr esent am , norm alm ent e, o
est ado digit al 1, enquant o que ausência de t ensão significa est ado digit al 0.
Para m edições, com o as cor r ent es e t ensões em subest ações possuem
gr andezas elevadas e per igosas, os cart ões de ent r adas analógicas lêem
gr andezas conver t idas para níveis baixos at ravés de t ransform ador es par a
Tabela 2.1 Grandezas norm alm ente m edidas at ravés de cartões de ent rada analógica
Grandeza medida Transformador/Transdutor Padrão da Amplitude (Brasil)
Corrente (na alta tensão) TC - Transformador de Corrente 5A
Tensão (alta tensão) TP - Transformador de Potencial 115V
Potência, energia
(alta tensão) TPs e TCs 115V (TPs) e 5A (TCs)
Outras: corrente e tensão (baixa e
alta tensão), temperatura, etc Transdutor 0-20mA ou 4-20mA
Para enviar com andos aos equipam ent os, a UTR pode ut ilizar car t ões de
saídas digit ais. Os car t ões de saídas digit ais possuem r elés de cont at o seco, por
onde é possível env iar sinais de t ensão. Por exem plo, par a fechar um disj unt or,
envia- se um a t ensão posit iva ( equivalent e a um sinal digit al “ 1” ) par a
det er m inado bor ne no quadr o de com ando do equipam ent o.
Com o avanço da t ecnologia, os novos r elés digit ais, cham ados de r elés
m ult ifunção, incor por am , além da função de prot eção, funções de contr ole,
m onit or ação e com unicação. Assim , t odas as m edições – t ensão, corr ent e,
pot ência, et c – e est ados associados ao equipam ent o pr ot egido est ão disponíveis
no r elé, e a UTR passa a r eceber as infor m ações dir et am ent e do r elé via
pr ot ocolo de com unicação, at r avés de cabos, ou, pr efer encialm ent e, fibr a ót ica,
im une a r uídos elet r om agnét icos dent r o da subest ação. Essa arquit et ur a é vist a
Figura 2.2 Arquitet ura de aut om ação usando protocolos de com unicação.
Para a UTR, um r elé digit al com funções de com unicação de dados é
consider ado um I ED - I nt elligent Elect r onic Device, ou Disposit ivo Elet r ônico
I nt eligent e. A UTR pode se com unicar não som ent e com r elés, m as t am bém com
out r os t ipos disposit ivos na subest ação, com o sensor es, cont r olador es de bancos
de bat er ias ou ger ador es et c, desde que eles sej am I EDs, ou sej a, possuam a
“ int eligência” par a “ conver sar ” atr avés de um pr otocolo de com unicação.
Apesar de ser em com uns, as ar quit et ur as apr esent adas nas figuras 2.1 e
2.2 não são as únicas. Além do m ais, é possível usar , na m esm a subest ação,
idéias de am bas sim ult aneam ent e. Assim , não exist e um a ar quit et ur a de
aut om ação de subest ações padr onizada.
As figur as 2.1 e 2.2 apr esent am diagr am as dentr o da subest ação. Par a
levar as infor m ações da UTR da subest ação at é o cent r o de cont r ole, é pr eciso
usar um m eio – ger alm ent e r ádio, fibr a ót ica ou sat élit e – t r anspor tando um
pr ot ocolo de com unicação. No cent r o de cont r ole, um equipam ent o
m icr oprocessado – um com put ador ou outr a UTR – usando o m esm o prot ocolo
r ecebe as infor m ações de t odas as subestações, com plet ando o sist em a SCADA,
At ualm ent e algum as UTRs possuem capacidade de pr ogr am ação em
linguagem de alt o nível, sendo possível conver t er os est ados, m edições e
cont r oles em var iáveis dent r o do pr ogr am a. I sso per m it e, ent r e out r os, a
aut om ação de pr ocessos, por exem plo:
• Cont r ole do nível de t ensão at r avés de chaveam ent o de bancos de
capacit or es;
• Cont r ole de vent ilação for çada de t r ansfor m ador es baseado na carga;
• Descar t e aut om át ico de consum idor es em casos de sobr ecar ga.
2 .2 SCAD A
A sigla SCADA significa Super visor y Contr ol And Dat a Acquisit ion, Contr ole
Super visór io e de Aquisição de Dados. Boyer ( 2004, p.9, t r adução nossa) define
SCADA com o sendo “ a t ecnologia que habilit a um usuár io a colet ar dados de um
ou m ais equipam ent os dist ant es e a enviar inst r uções de cont r ole lim it adas a
est es equipam ent os” . Do pont o de vist a de aut om ação de subest ação, a
t ecnologia SCADA t or na desnecessár io o oper ador est ar fisicam ent e próxim o aos
equipam ent os, pois perm it e que eles t r abalhem em um cent r o de cont r ole e,
m esm o dist ant es, m onit or em e cont r olem processos dist r ibuídos em locais
r em ot os ( EPG COMPANI ES, 2004) .
As concessionár ias de ener gia elét r ica ou em pr esas do set or de ener gia, ao
aut om at izar am o seu parque de subest ações, deixam - nas desassit idas
localm ent e. Não são m ais necessár ios operador es t r abalhando em t ur nos. Todas
as infor m ações im por t ant es e os cont r oles dos equipam ent os ficam disponíveis
24h no cent r o de cont r ole da em pr esa, sendo, assim , oper ados r em otam ent e. A
Figura 2.3 Com ponent es principais de um sistem a SCADA1
Na Figur a 2.3, est ão r epr esent adas as UTRs ou, do inglês, RTU - Rem ot e
Ter m inal Unit . Cada RTU r epr esent a um a subest ação aut om at izada. A MTU é a
Mast er Ter m inal Unit, ou Unidade Ter m inal Mest r e – UTM. É um a UTR ou out r o
equipam ent o com a função de concent rar as infor m ações de todas as out ras e
r epassar est as inform ações ao com put ador do operador , cham ado de I nt er face
Hom em - Máquina, I HM.
Na I HM, execut a- se um pr ogr am a cham ado de Super visór io, cuj a função
pr incipal é apr esent ar as unidades m onit or adas, alarm es e contr oles de for m a
am igável ao oper ador . Tam bém r ealiza arm azenam ent o ( hist ór ico) de est ados e
m edidas, sendo possível, por exem plo, t r açar - se a cur va de car ga de
det er m inado alim ent ador . Há vár ios sist em as super visór ios, de diver sos
fabr icant es, e out ras t antas funcionalidades par t icular es de cada pr ogram a.
Em algum as ar quit et ur as, o pr ópr io pr ogram a super visór io faz o papel de
Unidade Term inal Mest r e, usando placas de r ede ou por tas RS- 232, por exem plo,
para int er face com as UTRs. I sso ex ige u m a m áquina m ais r obust a e confiável.
Exer cendo função de UTM ou não, desej a- se que a m áquina execut ando o
super visór io sej a im une a vír us e at aques de hacker s, e, para isso, são adot as
m edidas t écnicas de segur ança.
Figura 2.4 Tela de um sistem a supervisório.
No j ar gão t écnico usado no Br asil, às vezes o t er m o SCADA é at r ibuído
exclusivam ent e ao pr ogram a super visór io, m as sabe- se que SCADA r epr esent a
t odo o sist em a, da I HM at é os I EDs, incluindo t odos os equipam ent os e
3 Pr ot ocolos de Com un ica çã o SCAD A
Para dois ou m ais equipam ent os int eligent es se int er com unicar em , t or
na-se necessár io o uso de um pr ot ocolo de com unicação. Halsall ( 1996, p. 14)
define pr ot ocolo sim plesm ent e com o um conj unt o de r egras para t r oca de
m ensagens. De fat o, os docum ent os oficiais dos pr ot ocolos de com unicação
definem r egr as par a cada bit , palavra ou pacot e de byt es t r ocado ent r e os
equipam ent os, para o cor r et o t ráfego de infor m ações.
Exist em cent enas de prot ocolos de com unicação par a cent enas de
aplicações. No m er cado de aut om ação, o ideal t ant o par a os for necedor es quant o
para os usuár ios é a m odular idade, além da padronização dos pr ogram as e
equipam ent os. Com o isso é dificilm ent e alcançável em um livr e- m er cado de
fabr icant es, passa a haver um gr ande int er esse em que os disposit ivos
int eligent es “ conver sem ” com t odos os out r os, ou sej a, que exist am nor m as
t écnicas de aceit ação univer sal ( MORAES, 2001, p.95) .
Em 1977 a I nt er nat ional St andards Or ganizat ion ( I SO) pr opôs um m odelo
de r efer ência para int er conexão univer sal de equipam ent os digit ais, cham ado
OSI , Open Syst em s I nt er connect ion Refer ence Model. Esse m odelo baseia- se em
cam adas, sendo que cada um a das cam adas execut a um a função bem definida
no sist em a de com unicação. As cam adas oper am de acordo com um pr ot ocolo
definido, a fim de t r ocar m ensagens com um a cam ada sim ilar em um sist em a
r em ot o ( HALSALL, 1996, p. 14) .
No docum ent o que descr eve o padrão, a I SO ( 1996, p. 1) definiu que o
obj et ivo do Modelo de Refer ência é for necer um a base com um para o
desenvolvim ent o de padrões par a int er conexão de sist em as. O m odelo OSI est á
Tabela 3.1 Cam adas do m odelo OSI e descrição.
Ca m ad a Fu n çã o
7 Ap lica çã o Program a do usuário. Aplicat ivo que desej a enviar inform ações pela rede de
com unicação.
6 Ap r ese n t a çã o Responsável pela sintaxe na represent ação dos dados. Assegura que os
dados serão recebidos e com preendidos pelo receptor.
5 Se ssã o Cont rola a com unicação ent re as aplicações, est abelecendo, gerenciando e
finalizando conexões (sessões) ent re as aplicações.
4 Tr a nsp or t e
Cont rola o fluxo de dados, por exem plo, quebrando m ensagens em pacotes m enores, e assegurando que esses pacotes cheguem de form a ordenada no dest ino.
3 Red e
Cuida do roteam ent o das m ensagens. Em um a rede com plexa, com vários cam inhos para se chegar ao m esm o dest ino, a cam ada de rede aj uda a enviar a m ensagem pelo m elhor cam inho.
2 En la ce d e d ad os
Cam ada responsável pela t ransm issão confiável de inform ação at ravés do enlace físico. Envia blocos de dados com o necessário cont role de erro (bit s de paridade, quadros de CRC – Cyclic Redundancy Check) e de fluxo.
1 Física Cam ada obrigatória em qualquer prot ocolo de com unicação, converte os
dados que devem ser enviados em sinais elét ricos.
Cada cam ada do m odelo de r efer ência pr est a um ser viço para a cam ada
super ior , e ut iliza ser viços da cam ada infer ior , com cer t a confiabilidade
( SI LVEI RA, 1998, p.186) .
St r auss ( 2003, p. 67) apr esent ou alguns dos pr otocolos de com unicação
m ais ut ilizados em subest ações, confor m e Tabela 3.2.
Tabela 3.2 Prot ocolos norm alm ente usados em subestações.
Pr ot ocolo Or igin a lm en t e u sad o p or
V e locid ad e Pr in cíp io d e a cesso Ca m ad as OSI
MODBUS Gould- Modicon 19.2 kbps Varedura cíclica 1,2,7
SPABUS ABB ( exclusivo) 19.2 kbps Varedura cíclica 1,2,7
DNP3.0 GE- Harris 19.2 kbps Varedura cíclica2 1,2,73
I EC 60870- 5 Todos 19.2 kbps Varedura cíclica 1,2,7
MODBUS+ Gould- Modicon Token 1,2,7
PROFI BUS Siem ens 12 Mbps Token 1,2,7
MVB ABB 1.5 Mbps TDM 1,2,74
FI P Merlin- Gerin 2.5 Mbps TDM 1,2,7
Et hernet + TCP/ I P Todos 10 Mbps CSMA/ CD 1- 7
LON ABB ( exclusivo) 1.25 Mbps PCSMA/ CD 1- 7
UCA 2.0 GE 10 Mbps CSMA/ CD 1- 7
2 Em adição, o uso de Mensagens Não- solicit adas, det alhadas na Seção 3.3. 3
Para est e prot ocolo, foi adicionada um a quart a cam ada que não se enquadra ex at am ent e no m odelo OSI .
No Br asil, pode- se cit ar alguns pr ot ocolos ut ilizados com o o Modbus, o I EC
60870- 5 e o DNP3.0.
O Modbus é um pr ot ocolo aber t o, cuj as especificações podem ser
livr em ent e baixadas pela I nt er net . Segue o esquem a m est r e- escravo t r adicional,
ou sej a, o equipam ent o m est r e sem pr e inicia a com unicação, enviando um a
m ensagem de “ per gunta” ender eçada a um escr avo, que r esponde com out r o
pacot e. Esse pr ocesso é cíclico, com o r epr esent ado na Figura 3.1.
Figura 3.1 Ciclo Pergunta- resposta do m est re para o escravo5
A essa per gunta cíclica do m est r e dá- se o nom e de varr edura ( polling) . A
Figur a 3.2 r epr esent a graficam ent e o ciclo de var r eduras e r espost as.
Figura 3.2 Representação gráfica da varredura cíclica.
Os pr ot ocolos I EC e DNP3 podem funcionar ut ilizando o m esm o pr ocesso
cíclico ou usar t écnicas m ais avançadas, para ot im izar o uso do m eio de
com unicação e t ent ar obt er r espostas m ais r ápidas quando da m udança das
infor m ações, com o as t écnicas de Com unicação por Exceção e Mensagens
Não-solicit adas.
Os prot ocolos usados em sist em as SCADA nor m alm ent e não im plem ent am
t odas as cam adas do m odelo OSI . O I EC60850- 5, por exem plo, usa um a
ar quit et ur a de 3 cam adas: a física, a de enlace e a de aplicação ( SUBRAMANI AN;
HOSANI ; SAMUEL, 2001. pg. 276) , assim com o o DNP3 ( v. Tabela 3.2) . Essa
ar quit et ur a foi especificada pela I nt er national Elect r ot echnical Com m ission ( I EC) ,
e é denom inada Enhanced Per form ance Archit ect ur e – EPA ( SMI TH; MCFADYEN,
1997a, p. 1- 1, 1997b, p. 1- 1) .
Var r edur a
Var r edur a
Respost a ( t odos os dados)
Respost a ( t odos os dados)
Mensagens Cíclicas
Respost as
3 .1 En v io p or Ex ce çã o
Em pr ot ocolos que usam var r edur a cíclica com o o Modbus, o t elecont r ole
em t em po r eal depende dir et am ent e do t em po que o m est r e leva par a var r er
t odos os escr avos em seqüência na r ede. A duração dest e ciclo est á ligada
pr incipalm ent e à velocidade ( baud rat e) da com unicação e ao t am anho dos
pacot es ( m ensagens) tr ocadas.
Para ot im izar o uso do m eio de com unicação, per m it indo um núm er o
m aior de escravos num a m esm a r ede, a técnica de Envio por Exceção faz com
que o escr avo r esponda apenas às infor m ações que m udaram de est ado,
cham adas de event os. Se um a infor m ação digit al m uda de 0 par a 1 ou
vice-ver sa, um event o é gerado, e deve ser enviado pelo escr avo. Par a cada valor
analógico, é possível configur ar bandas m or t as a fim de se delim it ar quais
alt er ações de m edidas são significat ivas, e para as quais deve- se gerar event os.
O m est r e deve ser at ualizado com t odos os event os.
Figura 3.3 Representação da técnica de Envio por Exceção.
3 .2 Va r r e d u r a d e I n t e g r id a d e
Mesm o com a t écnica de com unicação por exceção, é necessár ia um a
var r edur a ger al após um t em po est abelecido, por exem plo, de 15 em 15
m inut os, com o na Figur a 3.3. A essa per gunt a do m est r e dá- se o nom e de
Mest re Meio de com unicação Escravo
Var redur a 1 ( I nt egr idade, a cada 15m in.)
Respost a ( t odos os dados)
Mensagens Cíclicas
Respost as
Varr edur a 3 ( event os)Respost a ( apenas o que m udou)
ACK ( ev ent os r ecebidos com sucesso) Varr edur a 2 ( event os)
Respost a ( apenas o que m udou)
Var r edur a de I nt egr idade, devido ao fat o de que a per gunta ocorr e par a gar ant ir
que os dados na t ela do super visór io r et r atam fielm ent e o que está acont ecendo
no cam po. Se não acont ecessem as var r edur as de int egr idade per iodicam ent e,
algum as infor m ações dem orar iam m uit o para ser em at ualizadas, j á que só
ser iam enviadas se houvesse m udança de est ado. Nesse caso, a int egr idade dos
dados não est ar ia per feit am ent e gar ant ida.
3 .3 M e n sa g e n s N ã o- solicit a d a s
O uso da t écnica de Mensagens Não- solicit adas ( Unsolicit ed Messages)
consist e no m est r e ficar em “ silêncio” , esper ando o escr avo enviar m ensagens
quando ocorr er um a m udança de est ado digit al ou um a alt er ação significat iva
num a m edição. Assim , a t écnica usa a m esm a idéia da Com unicação por
Exceção, por ém o escr avo inicia a com unicação quando é necessár io ( OLI VEI RA
Jr .; MONTE, 2002) . Essa t écnica perm it e que os est ados no sist em a SCADA
est ej am at ualizados o m ais br evem ent e possível e o sist em a se apr oxim e m ais
do t em po r eal.
Com m ensagens não solicit adas, a varr edur a de int egr idade, além de
garant ir a int egr idade dos dados na est ação m est r e, t em a função de t est ar a
com unicação com o escravo, t or nando os dados inválidos caso a com unicação
t or ne- se falha.
A Figur a 3.4 r epr esent a a t écnica de Mensagens Não- solicit adas,
Figura 3.4 Representação da técnica de Mensagens Não- solicitadas
ACK ( Mens. recebida com sucesso)
M e n s. N ã o- solicit a da ( a pe n a s e ve n t os)
ACK ( Mens. recebida com sucesso)
M e n s. N ã o- solicit a da ( a pe n a s e ve n t os)
Varr edur a de I nt egr idade ( a cada 15m in.)
Respost a ( t odos os dados)
Mensagens Cíclicas
Respost as
Mensagens Espont âneas
Mest re Meio de com unicação Escravo
Varr edur a de I nt egr idade ( a cada 15m in.)
Respost a ( t odos os dados)
(Meio de comunicação ocioso)
(Meio de comunicação ocioso)
4 Au t om a çã o de Su be st a çõe s M óv e is
Para se aut om at izar subest ações de ener gia elét r ica, a escolha do m eio de
com unicação ent r e a subest ação e o Cent r o de Oper ações é um a decisão
fundam ent al, que envolve fat or es t écnicos e cust os elevados. É com um as
em pr esas do set or elét r ico opt ar em por fibr a ót ica, quando as dist âncias são
r elat ivam ent e pequenas, ou r ádio, para dist âncias m aior es. Sist em as de sat élit e
t am bém são usados, pr incipalm ent e em casos onde a concessionár ia não dispõe
de infr a- est r ut ur a de t elecom unicações, e decide aut om at izar o seu par que em
um pr azo pequeno. Nest e caso, a concessionár ia paga um a valor m ensal pelo
uso do sist em a a um a oper adora.
Essas r egras se aplicam a subestações com uns. Subest ações m óveis são
um caso par t icular , pois são um a est r ut ur a r eduzida de um a subest ação,
m ont ada sobr e um veículo, concebidas par a uso em m anut enções pr event ivas,
sit uações sazonais, m anut enções cor r et ivas e at é em em er gências. As duas
últ im as sit uações fazem com que o pr óxim o local onde um a subest ação m óvel
ser á inst alada não sej a bem definido. Dev ido a esse m ot ivo, aliado ao fat o de
que as ár eas onde as concessionár ias at uam são gr andes, geralm ent e m ilhar es
de quilôm et r os quadr ados, as soluções para subest ações com uns não são
facilm ent e aplicáveis às m óveis. Mesm o que j á exist am infr a- est r ut uras de
t elecom unicações e aut om ação disponíveis, não é sim ples inser ir , em um cur t o
espaço de t em po, as infor m ações da subest ação m óvel na r ede de aut om ação
exist ent e.
Consider a- se, ent ão, que par a at ender aos r equisit os de m obilidade
apr esent ados, o m eio de com unicação ideal deve for necer cober t ura em um a
por t e são m uit o elevados, por ém os ser viços de um a oper adora exist ent e podem
ser usados, com o o sat élit e ou a t elefonia celular .
4 .1 M e io d e Com u n ica çã o
A necessidade de aut om ação de subest ações m óveis t r az par a as
concessionár ias um pr oblem a de t elecom unicações: qual m eio de com unicação
ut ilizar , em qualquer local onde a subest ação est iver inst alada? Par t indo do
pont o que a subest ação m óvel ser á inst alada unicam ent e nas subest ações fixas,
o desej ável é se ut ilizar a infr a- est r ut ur a de t elecom unicações exist ent e em cada
subest ação, consider ando, por exem plo, que t odas as subest ações possuem um
sist em a de rádio. No ent ant o, para se execut ar est a solução, um out r o canal de
r ádio pr ecisar ia est ar disponível ou ser ia necessár io com par t ilhar o canal
exist ent e. I sso se aplica de for m a sem elhant e a out r os m eios de com unicação.
Um a out r a opção ser ia ut ilizar - se a UTR – Unidade Ter m inal Rem ota – de
cada subest ação fixa, par a varr er , via pr otocolo de com unicação, out r a UTR na
subest ação m óvel. I st o foi suger ido por Ehr enr eich ( 1998) . Com est a solução,
ser ia necessár io r e- configur ar as UTRs de todas as subest ações fixas e configurar
a subest ação m óvel no Sist em a Super visór io um núm er o de vezes igual ao
núm er o de subestações.
Todas essas soluções dem andar iam gast os elevados com
com issionam ent os, hom em - hor a e m at er iais, j á que se cr iar ia um a solução
par t icular par a cada subest ação fixa, além de que ser ia necessár ia passagem de
cabos em t odas elas. A configuração de vár ias subest ações r epet idas t am bém
degradar ia a per form ance do sist em a super visór io, j á que a quant idade de
pont os passíveis de defeit o no sist em a de aut om ação e de t elecom unicações
aum ent ar ia consider avelm ent e.
Por out r o lado, t em se t or nado com um o uso de celu lar es ou sist em as
sat élit e nas concessionár ias de ener gia par a t rafegar m ensagens com poucas
infor m ações. Funcionár ios m unidos com apar elhos celular es do t ipo PDA6
r ealizam as leit ur as dos m edidor es de energia r esidenciais, at ualizando o sist em a
de for m a on- line, e não m ais ao final do dia, enviando m ensagens cont endo as
infor m ações necessár ias par a um a cent ral; viat ur as m unidas de t eclado e display
usam sist em as sat élit e par a t r ocar m ensagens sobr e ocorr ências e at endim ent os
com os cent r os de cont r ole.
O obj et ivo dest e t rabalho é usar est e t ipo de arquit et ur a – tr oca de
m ensagens ent r e um a cent r al e um equipam ent o r em ot o – para aut om at izar
subest ações m óveis, devido à por t abilidade dos equipam ent os de com unicação,
adequada à inst alação no veículo que t r an spor ta a subest ação m óvel, além da
sim plificação da solução, que ser á independent e das r edes de aut om ação e
t elecom unicações das subest ações fixas.
A aut om ação da subestação m óvel ser t ot alm ent e independent e da fixa
por si só j á j ust ifica est e t r abalho, pois pode ocor r er um sinist r o num a
subest ação ( um sur t o elet r om agnét ico, por exem plo) , onde seus sist em as de
aut om ação e t elecom unicações sej am afet ados, ou sej a, não poderão ser usados
caso um a subest ação m óvel sej a inst alada na sit uação em ergencial.
Ent r e o sat élit e e o celu lar , os sist em as via sat élit e possuem a vant agem
de que a cober t ur a, na m aior ia dos casos, é m elhor do que a da t elefonia celular .
6 A enciclopédia elet rônica Wik ipedia ( 200 5) define PDA - Personal digit al assist ant , t am bém con hecido por
I sso é fundam ent al par a as concessionár ias que at uam em gr andes ár eas
geográficas.
4 .2 Sist e m a Via Sa t é lit e
A em pr esa Aut ot r ac Com ér cio e Telecom unicações S/ A for nece, no Br asil,
um ser viço de t elecom unicações denom inado “ Aut ot rac Sat élit e” . Est e sist em a é
ut ilizado por vár ias em pr esas brasileir as, inclusive vár ias concessionár ias de
ener gia. O produt o foi or iginalm ent e desenvolv ido par a contr ole de fr ot as de
veículos, em em pr esas t r anspor t adoras, por exem plo, at r avés de localização
geográfica e t r oca de m ensagens. Cada veículo possui um t er m inal conect ado a
um a ant ena para enviar e r eceber m ensagens de t ext o de/ par a um Cent r o de
Cont r ole. Cada ant ena possui int egr ados um GPS ( Global Position Syst em ) , para
per m it ir funções de rast r eam ent o, e um m ódulo m icr opr ocessado, com fins de
per m it ir a ligação de um t eclado alfanum ér ico com display, para o usuár io da
viat ur a ou o m ot or ist a escr ever e ler m ensagens.
Nesse m ódulo t am bém est á disponível um a por ta RS- 232 par a conexão
com com putador es, palm t ops ou outr os disposit ivos, ut ilizando um prot ocolo de
com unicação pr opr iet ár io denom inado Mobile I nt er face Pr ot ocol - MI P. At ravés
dest e pr ot ocolo, t am bém é possível ler e enviar m ensagens binár ias usando a
m esm a ant ena.
A idéia dest e t r abalho é apr oveit ar est a fu ncionalidade par a t ransm it ir as
infor m ações de subest ações m óveis para o Sist em a Super visór io do Cent r o de
Oper ação ut ilizando m ensagens binár ias, t endo em vist a que o sist em a Aut ot r ac
Sat élit e j á é ut ilizado por vár ias concessionár ias br asileir as. Par a conduzir o seu
desenvolvim ent o, ser á consider ada um a unidade de subest ação m óvel a ser
Para efet uar a aquisição de dados e cont r ole dos equipam ent os da
subest ação, é necessár ia a inst alação de um a Unidade Ter m inal Rem ota – UTR.
Nela deve est ar disponível um a int er face RS- 232 par a “ conver sar ” , via pr ot ocolo
de com unicação MI P, com o m ódulo m icr opr ocessado, e ler / enviar as m ensagens
binár ias.
No lado do cent ro de cont r ole, a outr a UTR deve execut ar a função de
m est r e, e colet ar os dados da UTR escrava, at ravés de conexão a out r o m ódulo
m icr oprocessado ( e ant ena) , para, da m esm a form a, ler e enviar as m ensagens
binár ias para a subestação m óvel.
4 .3 Pr ot o colo d e Com u n ica çã o
Escolhida a arquit et ur a do sist em a, rest a definir o pr ot ocolo de
com unicação ent r e a UTR Mest r e e a UTR da subest ação m óvel, j á que o
pr ot ocolo de com unicação MI P só é usado para as UTRs cont r olar em as ant enas
da Aut ot rac, ou sej a, ler e enviar m ensagens. O MI P não foi pr oj et ado par a
aut om ação, e não dist ingue pont os digit ais, analógicos e de cont r ole. Por t ant o,
um out ro pr ot ocolo de com unicação se faz necessár io, e o cont eúdo das
m ensagens binár ias ser á exatam ent e as m ensagens dest e prot ocolo.
Sua escolha est á dir et am ent e ligada ao fat or cust o, por que cada
m ensagem t r ocada at r avés da r ede de t elecom unicações da Aut otr ac é t ar ifada
da seguint e for m a:
Cust o = Valor Por Mensagem + ( Núm er oDeCar act er es x Valor Por Caract er e)
Assim sendo, visando r eduzir os cust os de oper ação da subest ação m óvel,
m inim izar o núm er o de m ensagens enviadas e o núm er o de car act er es enviados
em cada m ensagem .
Tr abalhando- se em cim a dessas duas pr em issas, desenvolveu- se um novo
pr ot ocolo, denom inado Pr ot ocolo de Com unicação Com pact o da COSERN – P3C,
que possibilit ou a solução final.
4.3.1 O Pr ot ocolo P3C
O pr ot ocolo P3C é cham ado “ com pacto” por que deve t rafegar um núm ero
m inim izado de car act er es a fim de r eduzir a t ar ifação; e é cham ado “ da
COSERN” por que foi a Com panhia Ener gét ica do Rio Gr ande do Nor t e que
necessit ou aut om at izar sua subestação m óvel, e per m it iu o desenvolvim ent o e
im plem ent ação dest e t r abalho.
Além da r edução de cust o de oper ação da subest ação m óvel, out ras
vant agens obt idas com o desenvolvim ent o do P3C foram :
• Elim inou- se o cust o de com pr a da “ licença” de um pr otocolo exist ent e;
• Rápida im plem ent ação nas Unidades Ter m inais Rem ot as;
• Flex ibilidade, de acordo com as necessidades da solução;
• Possibilidade de out r as aplicações.
O P3C é um pr ot ocolo assíncr ono7, pr oj et ado t al que o m ínim o de
infor m ações é tr ansit ada em cada m ensagem , para r eduzir o núm er o de
caract er es t ar ifados. Por exem plo, par a um a ar quit et ur a pont o- a- pont o, ou sej a,
apenas um m est r e e um escr avo em um enlace, o pr ot ocolo foi im plem ent ado
sem enviar infor m ações dos ender eços de or igem e dest ino, at é por que essa
7
infor m ação j á é levada pelo prot ocolo MI P. Ent r et ant o, ist o é facilm ent e
im plem ent ado caso haj a necessidade em out r a solução.
Out r o ar t ifício usado par a r eduzir a quant idade de caract er es por
m ensagem foi a de om it ir caract er es de cont r ole de er r o ( Cyclic Redundant
Check – CRC) . O cont r ole de er r os foi garant ido pelo CRC do pr ot ocolo MI P, no
qual o P3C est á “ encapsulado” na com unicação com as ant enas.
Para m inim izar o envio de m ensagens for am usadas duas t écnicas dent r o
do P3C: a t écnica de Mensagens Não- solicit adas, e a nova t écnica, aqui
desenvolvida, de I nt egr idade pelo Escr avo.
Confor m e descr it o na Seção 3.3, as Mensagens Não- solicit adas per m it em
que o m est r e fique em “ silêncio” , esper ando o escr avo enviar pacot es quando
ocor r er um a m udança de est ado digit al ou um a alt er ação significat iva num a
m edição.
4.3.2 I nt egr idade pelo Escr avo
Em pr otocolos de com unicação, m esm o usando a t écnica de Mensagens
Não- solicit adas, sabe- se que o m est r e deve ver ificar , em um per íodo definido, se
o escr avo está funcionando corr et am ent e. Assim , o m est r e execut a um a
Var r edur a de I nt egr idade após um t im eout8 configur ado pelo usuár io. A
I nt egr idade, confor m e definida na Seção 3.2, t em com o obj et ivo indicar um a
falha de com unicação e at ualizar t odos os pont os super visionados no Sist em a
Super visór io.
No pr ot ocolo P3C, além do m est r e poder enviar m ensagens pedindo
I nt egr idade, o escr avo pode enviá- la espont aneam ent e. Se o m est r e r ecebe um a
8
I nt egr idade espontânea do escravo, r einicia a cont agem do t im eout , ou sej a, não
envia m ais o que ser ia o seu pr óxim o pedido de I nt egr idade, pois acabou de
r ecebê- lo. A est a t écnica Oliveir a Jr . ( 2004) deu o nom e de “ I nt egr idade pelo
Escr avo” .
Além disso, no pr ot ocolo P3C, se o escr avo pr ecisar enviar um event o,
pode fazer ist o at ravés de um a r esposta de I nt egr idade. Assim , o m est r e
t am bém r einicia seu t im eout quando r ecebe qualquer m ensagem espont ânea do
escr avo.
Ut ilizando- se as t écnicas de Mensagens Não- solicit adas e I nt egr idade pelo
Escr avo, e configurando- se adequadam ent e os t im eout s de I nt egr idade do
m est r e e do escr avo, consegue- se que o m est r e envie apenas o pr im eir o pedido
de I nt egr idade, quando ele é in icializado. Em sit uação nor m al, t odas as
I nt egr idades seguint es ser ão enviadas pelo escr avo, r eduzindo a quant idade de
m ensagens enviadas pelo m est r e, e conseqüent em ent e r eduzindo os cust os por
envio de m ensagens, com o vist o ant er iorm ent e.
As definições do pr ot ocolo P3C encont r am - se no Anexo I .
4 .4 Est u d o d e Ca so
A solução desenvolvida foi im plem ent ada na COSERN no ano de 2003 e
est á funcionando per feit am ent e at é o pr esent e.
A COSERN usa o sist em a Aut ot r ac Sat élit e e adquir iu, em 2002, um a
Figura 4.1 Vist as laterais da SE Móvel da COSERN
A Figur a 4.2 apr esent a out ras fot os, quando da m ontagem da SE Móvel
Para aut om at izar a SE Móvel, o pr im eir o passo foi inst alar um a UTR, para
aquisição e cont r ole dos pont os. A par t ir do pr oj et o da SE Móvel, analisou- se
quais pont os ser iam super visionados ( estados, alarm es e m edições) e quais
ser iam cont r olados. A Tabela 4.1 apr esent a os pont os escolhidos.
Tabela 4.1 Pontos de supervisão e cont role escolhidos para a SE Móvel
Est ado do disj unt or MT
Alar m e baixa pr essão SF6 disj unt or MT Bloqueio baix a pr essão SF6 disj un t or MT Sobr ecor r ent e MT - Relé TPU
Sobr ecor r ent e f ase MT - Relé SPAJ Sobr ecor r ent e neut r o MT - Relé SPAJ Tem per at ur a do Óleo - R26
Alar m e r elé Bucholz - 6 3 B Desligam ent o r elé Bucholz - 63 B Alivio de p r essão - 6 3A
Relé de bloqueio at uado - 8 6 Difer encial - TPU
Falha na v ent ilação for çada Relé de flux o - 63 M
Falha na bom ba pr incipal Falha na bom ba r eser v a
Ser v iços aux iliar es - Alim ent ação ex t er na Com ando local/ r em ot o
Def eit o no r et if icador
Car t ão file 1 slot 4 ( ACT) sem defeit o Car t ão file 1 slot 5 ( TDO) sem defeit o Car t ão file 1 slot 6 ( ADI ) sem def eit o UTR - Est our o de m em ór ia
Tensão 1 25 Vcc Cor r ent e fase A Cor r ent e fase B Cor r ent e fase C Tensão de linha AB Tensão de linha BC Tensão de linha CA Pot ência At iv a Pot ência Reat iv a Fat or de Pot ência
Aber t ur a/ Fecham ent o disj unt or AT Desbloqueio R86
Aber t ur a/ Fecham ent o disj unt or MT Habilit a/ Desabilit a Var r edur a SE Móv el Digit al
Analógico
A UTR escolhida foi o m odelo C50, de fabr icação da Foxboro. Foi m ontada
aproveit ando- se um painel j á exist ent e na pr ópr ia SE Móvel e seus car t ões foram
int er ligados elet r icam ent e aos devidos cont at os secos ( est ados digit ais e
alar m es) , TPs, TCs ( m edições) e bobinas de r elés ( pont os de cont r ole) , t udo de
acordo com o proj et o cr iado, considerando os pont os da Tabela 4.1.
A UTR Foxbor o foi escolh ida porque dispõe, em sua CPU, de um a por t a
RS-232 pr ogr am ável. Est a por t a foi usada para com unicação com o contr olador da
ant ena do sist em a de t elecom unicações via Sat élit e.
A solução im plem ent ada ut ilizou est a int er face RS- 232 da ant ena
com unicando- se com a int er face RS- 232 da UTR, cuj o pr ot ocolo de com unicação
pode ser pr ogram ável at r avés da linguagem de alt o nív el SALL – St at e And Logic
Language, pr opr iet ár ia da Foxbor o. A linguagem SALL é um a adaptação da
linguagem C volt ada à Rem ot a C50.
Do lado do Cent r o de Oper ações, out ra UTR do m esm o fabr icant e faz o
papel de m est r e da com unicação. Da m esm a for m a que na SE Móvel, est a UTR
m est r e cont r ola o m ódulo m icr opr ocessado da Aut ot r ac para enviar e ler
m ensagens binár ias atr avés da ant ena por t át il. A Figur a 4.3 apr esent a a
Figura 4.3 Arquitet ura do sistem a im plem ent ado na COSERN
Para as inform ações chegar em ao Cent r o de Oper ações, a UTR m est r e
t am bém funciona com o escrava do Sist em a Super visór io, r epassando as
infor m ações obt idas da SE Móvel.
Na Figur a 4.3, um a infor m ação da subest ação m óvel é t ransform ada em
m ensagem de pr ot ocolo P3C, enviada at ravés da ant ena na SE Móvel par a o
sat élit e, que r eencam inha est a m ensagem a um ser vidor da Aut ot rac. A
m ensagem é lida na Coser n por um ser vidor execut ando um pr ogram a
( det alhado na Seção 4.4.1) com a função de r edir ecionar a m ensagem r ecebida
at é o Cent r o de Cont r ole. Par a isso, ele envia a m esm a m ensagem novam ent e
pelo sat élit e, usando o própr io ser vidor da Aut ot rac, e as infor m ações são
r ecebidas pela ant ena inst alada no Cent r o de Cont r ole. O cam inho de volt a, para
levar m ensagens de pr ot ocolo do Cent r o de Cont r ole at é a subest ação m óvel,
4.4.1 Pr ogr am a Redir ecionador
No sist em a da Aut ot r ac, não é possível o envio dir et o de um a m ensagem
de um veículo para outr o, ou de um a antena par a out ra. Todas as m ensagens
pr ecisam ser tar ifadas pelo for necedor do ser viço.
Assim , confor m e a Figur a 4.3 ant er ior , todas as m ensagens enviadas
at r avés de ant enas t em com o dest ino um ser vidor da Aut ot rac, onde ficam
ar m azenadas. Nest e ser vidor , é r ealizada a t ar ifação da m ensagem , e ela é,
ent ão, escr it a num banco de dados Oracle em um ser vidor da COSERN. Para
garant ir a cont inuidade do ser viço, exist em dois enlaces int er ligando est es dois
ser vidor es, um dedicado em Fr am e Relay e o out r o r edundant e at r avés da
I nt er net .
Para que a m ensagem enviada pela UTR da SE Móvel possa chegar à
ant ena da UTR Mest r e e vice- ver sa, foi preciso desenvolver um pr ogr am a para
r edir ecionar as m ensagens. O pr ogram a, desenvolvido em Visual Basic, ver ifica a
or igem de cada m ensagem e deduz o seu dest ino, escr evendo um a t abela Oracle
de envio de m ensagens que é lida const ant em ent e pelo ser vidor da Aut ot r ac.
Esse pr ocesso de envio é o m esm o de quando um operador do Cent r o de
Oper ações digit a um a m ensagem para um a viat ur a.
A Figur a 4.4 apr esent a, de for m a sim plificada, um fluxogram a do
Figura 4.4 Fluxogram a sim plificado do program a Redirecionador
Apesar do pr ogram a Redir ecionador ser um pont o chave para o sucesso da
solução, ele ger a um pr oblem a de t ar ifação dupla. Cada m ensagem t r afegada
ent r e a UTR Mest r e e a SE Móvel, com o passa no sist em a sat élit e duas vezes,
t am bém é t ar ifada de for m a duplicada9.
No caso da COSERN, ist o não foi im pedit ivo, pois a r elação cust o- benefício
com pensou a dificuldade: a fr eqüência de ut ilização da SE Móvel nessa
concessionár ia é de alguns dias por m ês, gerando um a cont a m ensal
r elat ivam ent e pequena. Mesm o com o custo duplicado, o valor gasto a m ais não
9 Mais adiant e será propost a um a m elhoria relacionada para t rabalhos fut uros.
I NÍ CI O
Tem m ensagem
nov a?
É da SE Móv el?
É da UTR Mest re?
Regist r a no ar quiv o de log a m ensagem não pr ocessada
Env iar par a UTR Mest re
Env iar par a SE Móv el
Mar car m ensagem com o lida
j ust ificou in vest im ent os, na época da im plant ação, em um a ar quit et ur a
ot im izada, que evit asse a t ar ifação dupla.
4.4.2 Sist em a Su per v isór io
O pr ogr am a super visór io ut ilizado na COSERN é o Sist em a Aber t o de
Ger enciam ent o de Ener gia – SAGE ( XAVI ER, 2003) . O SAGE é um dos poucos
pr ogr am as dest e t ipo desenvolvido por um a em pr esa brasileir a, o Cent r o de
Pesquisas de Ener gia Elét r ica – CEPEL10. É um sist em a m odular e r obust o. Possui
ver sões par a Unix e Linux, e a COSERN execut a o SAGE em sist em a operacional
Sun Solar is. As figur as 4.5 e 4.6 apr esent am algum as t elas do SAGE.
Figura 4.5 Visor de Telas do SAGE11
10
Sit e na I nt ernet : w w w .cepel.br
Figura 4.6 Visor de Alarm es do SAGE12
O SAGE foi configur ado para com unicar - se com a UTR m est r e e solicit ar
dela os pont os digit ais e analógicos r ecebidos da SE Móvel, além de cont rolar as
saídas digit ais. A configur ação é feit a em u m a base de dados em for m at o t ext o.
As t elas são desenhadas em um aplicat ivo própr io, denom inado SigDr aw. A
Figur a 4.7 apr esent a um a t ela do SigDr aw .
Figura 4.7 Edit or de telas SigDraw13
A com unicação com a UTR m est r e é r ealizada em prot ocolo DNP3.0.
Confor m e a Seção 3, o DNP3.0 é um dos pr ot ocolos par a r edes dist r ibuídas
at ualm ent e m ais ut ilizados em aut om ação de sist em as elét r icos.
4.4.3 Resu lt ados
Desde a sua aquisição, a subest ação m óvel da COSERN t em sido
lar gam ent e ut ilizada no seu sist em a elét r ico em m anut enções pr event ivas e
cor r et ivas de t r ansfor m ador es de pot ência. De out ubr o de 2002 a dezem br o de
2003, calcula- se que a ener gia não int er r om pida, durant e essas m anut enções,
t enha sido de 8.654 MWH, o que r epr esent a um fat ur am ent o de quase R$
895.000,00. Já o cust o social14 evit ado, para o r efer ido per íodo, é est im ado, pela
pr ópr ia COSERN, em 34 m ilhões de r eais. Essa econom ia, por si, j á j ust ifica um
cuidado t odo especial que se deve t er com a ener gia for necida aos client es e at é
m esm o com a própr ia conser vação da SE Móvel. A sua aut om ação garant e que
alar m es im por t ant es, que podem ser um aler t a de que det er m inado equipam ent o
da pr ópr ia subestação m óvel pode danificar - se, sej am m onit orados pelo cent r o
de cont r ole em t em po r eal.
As figur as 4.8 e 4.9 r epr esent am as t elas ut ilizadas pelo Cent r o de
Oper ação para super visão e cont r ole da Subestação Móvel quando em
funcionam ent o.
14 Nest e cont ex t o, o cust o social é um v alor m onet ário que est im a o quant o a concessionária dev eria gast ar, em
Figura 4.8 Tela principal da SE Móvel no Sistem a Supervisório15
Figura 4.9 Tela de m edição da SE Móvel no Sistem a Supervisório16
As t elas de oper ação per m it em ver ificar o est ado de chaves, disj unt or es,
car r egam ent o do t r ansfor m ador e as t ensões do banco de bat er ias e do
barr am ent o de 13,8 kV. Foi adicionado um cont r ole que in ibe ou habilit a a
var r edur a da SE Móvel ( v. Figura 4.8) , par a se evit ar cust os quando a m esm a
não est iver inst alada.
A aut om ação da SE Móvel t em beneficiado a COSERN em diver sos
aspect os, ent r e os quais pode- se dest acar :
• Segur ança oper acional - O Cent r o de Oper ações volt a a possuir
cont r ole e super visão de t odo o seu par que elét r ico em 69 e 13.8 k V;
• Qualidade no for necim ent o de ener gia elét r ica – A subest ação m óvel
per m it e a r ealização de m anut enções sem a int er r upção no
for necim ent o de ener gia. Em caso de falt as ( cur t os- cir cuit os) , o
t elecom ando da subest ação m óvel per m it e r ápido r estabelecim ent o no
for necim ent o de ener gia, cont r ibuindo tam bém com a m elhor ia do
índice de DEC ( Dur ação Equivalent e por Consum idor ) ;