Tendência secular em est at ura em recrut as da
M arinha do Brasil nascidos ent re 1940 e 1965
Se cular tre nd s in the stature o f Brazilian Navy
re cruits b o rn fro m 1940 to 1965
1 Dep artam en to d e Nu trição Socia l e Ap lica d a , In st it u t o d e N u t riçã o Josu é d e Ca st ro, Un iv ersid a d e Fed era l d o Rio d e Ja n eiro. Ru a Briga d eiro Trom p ow sk y s/no, Bloco J, 2oa n d a r, Rio d e Ja n eiro, RJ 21941- 590, Bra sil.
Gilb ert o Ka c 1
Abst ract Th e p resen t p a p er rep ort s d a t a on secu la r t ren d s in t h e st a t u re of Bra z ilia n N a v y re-cru i t s b orn from 1940 t o 1965. T h e fi n a l sa m p le i n clu d ed 3269 i n d i v i d u a ls a ged 18.00- 18.99. St at ist ics p erform ed w ere: An ov a (on e-w ay an d t w o-w ay), Sh effe t est , sim p le lin ear regression be-t w een sbe-t a be-t u re a n d yea r of b irbe-t h , a n d m u lbe-t ip le lin ea r regression a d ju sbe-t in g for lev el of sch oolin g (b et a coefficien t ) a n d ch i- sq u a re. Resu lt s in d ica t ed a p rogressiv e grow t h t ren d in st a t u re of 0.1 cm /yr. for t h e cou n t ry a s a w h ole. Th e t ren d w a s a lso ob serv ed for n ea rly a ll region s a n d t w o ou t of t h ree lev els of sch oolin g an d can be ex p lain ed by im p rovem en t in som e of t h e cou n t ry’s h ealt h in d ica t ors. On e im p ort a n t ch a ra ct erist ic w a s a h igh er lev el of sch oolin g ob serv ed a m on g N a v y recru it s, su ggest in g t h a t t h ese in d iv id u a ls rep resen t a h igh ly select grou p , a n d t h a t t h erefore d a -t a on -t h e N av y can n o-t be ap p lied d irec-t ly -t o -t h e Braz ilian p op u la-t ion as a w h ole.
Key words Bod y Heigh t ; An t h rop om et ry; N u t rit ion ; M ilit ary Person n el
Resumo O p resen t e a rt igo a p resen t a d a d os sob re t en d ên cia secu la r em est a t u ra em recru t a s d a M arin h a d o Brasil n ascid os n o p eríod o 1940-1965. A am ost ra fin al con st it u iu -se d e 3.269 in d iv í-d u os com ií-d a í-d e en t re 18,00- 18,99 a n os. Fora m rea liz a í-d a s a s a n á lises est a t íst ica s: An ov a (o n e -waye two-way), t est e d e Sh effe, regressão sim p les en t re est at u ra e an o d e n ascim en t o e m ú lt ip la, con t rolan d o p ara escolarid ad e (coeficien t e an gu lar), e Qu i-Qu ad rad o. Os resu lt ad os d em on st ra-ra m ex ist ên cia d e u m au m en t o p rogressiv o em est at u ra-ra d a ord em d e 0,1 cm /an o p ara-ra o con ju n t o d a s regiões d o Pa ís. Ta m b ém se verificou t en d ên cia p osit iva em q u a se t od a s regiões e est ra t os d e escolarid ad e. Em n ív el n acion al, est e au m en t o p od e ser at ribu íd o a m elh orias em algu n s in d ica -d ores sa n it á rios. Argu m en t a - se q u e os resu lt a -d os n ã o p o-d em ser -d iret a m en t e ex t ra p ola -d os p a ra a p op u la çã o b ra sileira com o u m t od o, u m a v ez q u e os jov en s q u e se a list a m n a M a rin h a a p re-sen t am u m p erfil an t rop om ét rico e sócio-econ ôm ico d iferen ciad o d aqu ele d a p op u lação geral.
Introdução
Ten d ên cia secu lar em estatu ra p od e ser d efin i-d a co m o a o co rrên cia i-d e m u i-d a n ça s n a ii-d a i-d e em qu e se atin ge u m a d eterm in ad a estatu ra ou m o d ifica çõ es n a esta tu ra a d u lta fin a l d e u m a p op u lação (Van Wierin gen , 1986). Lou is Villerm é p o d e ser co n sid era d o p io n eiro n a rea liza -ção d e an álises sob re ten d ên cia secu lar em es-tatu ra em razão d e seu s estu d os sob re o cresci-m en to físico d e recru tas fran ceses n o in ício d o sécu lo XIX. Por m eio d eles d em on strou qu e são gran d es as in flu ên cias exercid as p elo m eio am -b ien te n a estatu ra fin al alcan çad a p or u m a p o-p ulação (Villerm é, 1829 ao-p ud Tan n er, 1981:162). O fen ô m en o d e ten d ên cia secu la r é rele -van te, tan to p or razões p ráticas, com o teóricas. Deve-se esta r a ten to, p o r exem p lo, a o efeito q u e o m esm o p o d e exercer n a u tiliza çã o d e cu rvas d e crescim en to p ara avaliação d o esta-d o n u tricio n a l (Ga rn , 1987). Um a o u tra a b o r-d a gem é a q u e p er m ite, co m b a se em séries h istórica s d e esta tu ra , ca ra cteriza r m u d a n ça s n os p ad rões econ ôm icos e d e q u alid ad e d e vi-d a vi-d e p o p u la çõ es (Fo gel et a l., 1982; Ta n n er, 1982; Flou d et al., 1990).
A ocorrên cia d e ten d ên cia secu lar em esta -tu ra está b em d ocu m en tad a p ara a Eu rop a, Es-tad os Un id os e Jap ão ( Tan n er, 1966; Greu lich , 1976; Roch e, 1979; Fogel et al., 1983; Eveleth & Ta n n er, 1990; Flou d et a l., 1990; Ma lin a , 1990; Grein er & Go rd o n , 1992). Os p ro gressivo s a u -m en tos ob servad os n as -m éd ias d e estatu ra são atrib u íd os d e form a geral a m elh orias n as con -d içõ es a m b ien ta is, in clu in -d o m a io r a cesso a ser viço s d e sa ú d e, m a io r d isp o n ib ilid a d e d e a lim en to s, m elh o ria d e co n d içõ es só cio econ ôm icas, eecon tre ou tros (Fogel, 1986; Vaecon Wieriecon -gen , 1986).
No Brasil, são escassos os estu d os en focan -d o a evolu ção -d a estatu ra a-d u lta b asea-d os em séries tem p orais. Dad os p roven ien tes d e in sti-tu içõ es m ilita res têm sid o o s m a is freq ü en te-m en te u tilizad os p ara caracterizar este tip o d e ten d ên cia ( Victo ra et a l., 1989; Ma rco n d es & Marqu es, 1993; Figu eiró, 1994; Paiva, 1994). No en ta n to, a m a ioria d os estu d os en foca n d o sé-ries h istóricas restrin ge-se a regiões esp ecíficas do País. Recen tem en te, algu n s au tores têm p ro-cu rad o com p en sar a escassez d e trab alh os sob re ten d ên cia secu la r a tra vés d e a n á lises sob a -sead as em estu d os tran sversais d e rep resen ta-tivid ad e n acion al (Mon teiro et al., 1994, 1995). O p resen te artigo an alisa a ten d ên cia secu -la r em esta tu ra d e recru ta s d a Ma rin h a Bra sileira n ascid os en tre 1940 e 1965, com p lem en -tan d o an álises d e d ad os m ais con tem p orân eos ap resen tad os em ou tro trab alh o (Kac & San tos,
1997). São feitas tam b ém con sid erações teóri-co-m etod ológicas sob re a u tilização d e b an cos d e d ad os an trop om étricos p roven ien tes d e in s-titu ições m ilitares visan d o a caracterização d e ten d ên cia secu lar em estatu ra.
M at erial e mét odos
A a n á lise fo i rea liza d a ten d o co m o referên cia u m b an co d e d ad os con ten d o as segu in tes va-riáveis: d istrito e d ata d e recru tam en to, d ata e loca l d e n a scim en to, esta tu ra em cen tím etros (sem p recisão d ecim al) e escolarid ad e. Os d ad o s fo ra m co le ta ad o s ad e u m a rq u ivo lo ca liza -d o n a Diretoria -d e Pessoal Militar -d a Marin h a (DPMM), situ ad a n a cid ad e d o Rio d e Jan eiro, q u e cen traliza in form ações d os recru tad os d e tod os os seis Distritos Navais d o Brasil. A id ad e foi calcu lad a, valen d o-se d as variáveis d ata d e recru tam en to e d ata d e n ascim en to. A variável local d e n ascim en to, d isp on ível segu n d o a Un i-d a i-d e i-d a Fei-d era çã o, fo i a gru p a i-d a i-d e a co ri-d o com as regiões. Com o o u n iverso n ão p ôd e ser p recisam en te estim ad o, ob jetivou -se alcan çar u m a am ostra d e 10% d o total d e registros. Para tan to, sistem aticam en te, d e cad a d ez fich as d e recru tam en to, foram coletad os d ad os d a d éci-m a. O total d e registros coletad os foi d e 6.758. A se ju lgar p elos d ad os an alisad os, gran d e p ar-te d os recru tad os p ela Marin h a p rovêm d as re-giõ es Su d este (28,8%) e No rd este (31,7%), o qu e foi tam b ém ob servad o n a an álise d e d ad os con tem p orâ n eos con d u zid a p or Ka c & Sa n tos (1997).
Com relação à id ad e, a gran d e m aioria d os 6.758 registros d e recru tad os era d e in d ivíd u os en tre 17 e 21 a n os d e id a d e (96,4%), com u m a con cen tração em 18 (48,4%) e 19 an os (22,4%) (in d ivíd u os recru tad os tard iam en te). Estes d a-d os estão a-d e acora-d o com os critérios a-d e alistam en to d a Ma rin h a , q u e in d ica alistam q u e o s ra p a -zes d evem se alistar n o an o em qu e com p letam 18 an os. Havia n o b an co d e d ad os u m a p equ e-n a qu ae-n tid ad e d e ie-n d ivíd u os com id ad e m ee-n or q u e 17 a n o s (1,1%), p a rcela sign ifica tiva d a q u a l d eve esta r a sso cia d a a erro d e co leta d a s d atas d e n ascim en to. Havia tam b ém u m a p or-cen tagem b aixa d e in d ivíd u os com id ad e m aior qu e 21 an os (2,5%), qu e d eve se referir a joven s qu e se alistam tard iam en te.
q u estã o d a m o b ilid a d e p o p u la cio n a l (m a n u -ten ção n o b an co d e d ad os som en te d os in d iví-d u o s q u e n a scera m e fo ra m recru ta iví-d o s n u m a m esm a regiã o ), o q u e red u ziria a in d a m a is o tam an h o da am ostra. Restaram , p ortan to, 3.269 in d ivíd u o s, o q u e co rresp o n d eu a 48,4% d a am ostra coletad a in icialm en te. As an álises fo-ram realizad as segu n d o q ü in q ü ên io d e an o d e n a scim en to, q u a is seja m : 1940-44, 1945-49, 1950-54, 1955-59 e 1960-65.
Den tre a s va riá veis p resen tes n o b a n co, a esco la rid a d e, tra n sfo rm a d a em n ú m ero d e an os d e in stru ção, é a m ais estreitam en te asso-ciad a à con d ição sócio-econ ôm ica. Esta variá-vel fo i a gru p a d a em três ca tego ria s: 1-4; 5-8 e 9-11 an os d e in stru ção. Foram elim in ad os 177 ca so s (5,4%) em ra zã o d a fa lta d e in fo rm a çã o d e escolarid ad e.
Não foi p ossível ob ter in form ações d etalh a-d as acerca a-d os p rocea-d im en tos em p regaa-d os n a coleta d os d ad os d e estatu ra. Nas fich as, os va-lores d e estatu ra estão registrad os em n ú m eros in teiros. Visan d o in vestigar a p resen ça d e viés d e a feriçã o, a n a lisa ra m -se a s freq ü ên cia s d e va lo res d o ú ltim o d ígito d e esta tu ra a o lo n go d o p eríod o. Para tan to, in icialm en te foi realiza-d o u m teste realiza-d e arealiza-d erên cia à realiza-d istrib u ição u n iform e, a fiiform d e verifica r a existên cia d e co n cen -tração em algu m d ígito. Em segu id a, testou -se, a tra vés d o Qu i-Qu a d ra d o (co m p a ra çã o en tre p rop orções), se elas se m an tiveram con stan tes ao lon go d a série.
As ta xa s d e ga n h o m éd io em esta tu ra a o lo n go d o s q ü in q ü ên io s fo ra m ca lcu la d a s va -len d o -se d o s co eficien tes a n gu la res gera d o s com b ase em m od elos d e regressão lin ear, q u e tin h a m co m o va riá ve l d e p e n d e n te a e sta tu ra e in d ep en d en te o a n o d e n a scim en to. Fo ra m realizad as an álises d e variân cia (on e-w ay) en
-tre estatu ra e q ü in q ü ên io d e n ascim en to, teste d e Sch effe p a ra id en tifica r d iferen ça s en tre m éd ia s, An ova (t w o- w a y), visa n d o id en tifica r
d iferen ças n as m éd ias d e estatu ra a cad a p erío-d o erío-d e cin co an os en tre as regiões, e a in teração en tre esta s d u a s va riá veis n a evo lu çã o d o n ú -m ero d e an os d e in stru ção. Fora-m d esen volvi-d as ain volvi-d a an álises volvi-d e regressão m ú ltip la, ten volvi-d o co m o va riá vel d ep en d en te a esta tu ra e in d e -p en d en tes o an o d e n ascim en to e o n ú m ero d e an os d e in stru ção, com o ob jetivo d e in vestigar o efeito d a escolarid ad e n a ocorrên cia d a ten -d ên cia secu lar em estatu ra.
As a n á lises esta tística s fo ra m co n d u zid a s com os p acotes SPSS/ PC+ (Marija, 1992) e Ep i-In fo 6.01 (Dean et al., 1995).
Resultados
As an álises sob re a existên cia d e viés d e aferi-ção d em on straram u m a con cen traaferi-ção n as p ro-p orções d o ú ltim o d ígito d e estatu ra term in a-d o s em 0 e 5 (χ2= 38,8; g.l. = 9; p <0,000012). Qu an d o se com p araram as p rop orções d e cad a d ígito ao lon go d os q ü in q ü ên ios p elo teste d o Qu iQu ad rad o, n ão foram d etectad as d iferen -ça s esta tistica m en te sign ifica n tes. Os resu lta-d os lta-d as an álises su gerem q u e, m esm o estan lta-d o p re se n te, o vié s d e a fe riçã o d istrib u iu -se d e fo rm a re la tiva m e n te h o m o gê n e a a o lo n go d a série.
A ten d ên cia d a s m éd ia s d e esta tu ra p a ra o Brasil com o u m tod o d em on strou q u e ocorreu u m au m en to d a ord em d e 0,105 cm / an o n o in -terva lo d e 25 a n os (p <0,01). A evolu çã o d a estatu ra ao lon go d esses an os ap resen tou in ten -sid ad es d istin tas d e acord o com o q ü in q ü ên io (Figu ra 1). No d ecorrer d a p rim eira m etad e d a d écad a d e 40, h ou ve u m d eclín io n a m éd ia d e estatu ra d e 1,1 cm . A p artir d a segu n d a m etad e d essa m esm a d éca d a , a ten d ên cia fo i d e a u -m en to. O teste d e Sch effe in d icou q u e a -m éd ia p ara o ú ltim o q ü in q ü ên io d iferiu d as d em ais e o s resu lta d o s d a a n á lise d e va riâ n cia on e w a y d em o n stra ra m a existên cia d e d iferen ça s en t re a s m é d ia s d e e st a t u ra a o lo n go d o s q ü in -q ü ên ios.
A Ta b ela 1 a p resen ta va lo res d e esta tu ra m éd ia ao lon go d o p eríod o segu n d o q ü in q ü ê -n io s d e -n a scim e-n to p a ra a s ci-n co regiõ es d o Pa ís e p a ra o Bra sil em gera l. Ob ser va ra m -se au m en tos sign ifican tes n as m éd ias p ara tod as
Fig ura 1
Evo lução d a e statura mé d ia d e re crutas d a Marinha se g und o q üinq üê nio d e nascime nto . Brasil, 1940 a 1965.
167 167,5 168 168,5 169 169,5 170 170,5
171 recrutas
60-65 q üinq üênio de nascimento 55-59
50-54 45-49
40-44
e
st
at
u
ra
m
é
d
ia
as regiões, com exceção d o Nord este. Tam b ém verificou -se u m d eclín io n as m éd ias d e estatu-ra n a p a ssa gem d o p r im eiro p a estatu-ra o segu n d o q ü in q ü ên io em tod as as regiões, com exceção d o Su d este. A reto m a d a d a m éd ia d e esta tu ra verificad a n o in ício d o estu d o ocorreu n o qü in -qü ên io 50-54 p ara as regiões Nord este, Cen tro-Oeste e No rte, en q u a n to, p a ra a regiã o Su l, o m esm o o co rreu a p en a s n o q ü in q ü ên io 55-59. É ju sta m en te n a p a ssa gem d este q ü in q ü ên io p a ra o ú ltim o q u e o co rrera m o s m a io res ga -n h os -n a estatu ra m éd ia -n a região Su l (1,6 cm ), Cen tro-Oeste (1,4 cm ) e Norte (2,6 cm ). As m ag-n itu d es d os valores d o coeficieag-n te aag-n gu lar ob-servados p ara estas regiões foram , p ortan to, ex-trem am en te in flu en ciad os p elos gan h os n esse p erío d o. As ta xa s d e ga n h o m éd io ca lcu la d a s co m b a se n o co eficien te a n gu la r d em o n stra -ra m q u e o No rte (0,179 cm / a n o ; p <0,01) e o Cen tro-Oeste (0,179 cm / an o; p <0,01) foram as regiões q u e ap resen taram as m aiores taxas d e ga n h o, segu id a s d a regiã o Su l (0,120 cm / a n o ; p <0,05) e Su d este (0,110 cm / an o; p <0,01) ( Ta-b ela 2).
Qu an d o as m éd ias d e estatu ra foram com -p a ra d a s -p o r regiã o, -p erceb eu -se cla ra m en te d o is gru p o s d istin to s, so b retu d o a p a rtir d o q ü in q ü ên io 50-54: o p rim eiro, com p osto p elas regiões m ais desen volvidas (Su l, Su deste e Cen -tro-Oeste), a p resen tou sistem a tica m en te m é-d ia s m a is eleva é-d a s q u e o segu n é-d o gru p o, q u e in clu i o Norte e o Nordeste, as du as regiões eco-n om icam eeco-n te m eeco-n os deseeco-n volvidas do País (Fi-gu ra 2). As d iferen ça s n a s m éd ia s d e esta tu ra en tre as regiões foram estatisticam en te sign ifi-can tes ao lon go d os qü in qü ên ios, com o revela-ram os resu ltad os d a an álise d e variân cia tw o-w ay. Não foi id en tificad a in teração sign ifican te
en tre os efeitos p rin cip ais.
Persiste a ten d ên cia secu la r em esta tu ra ap ós estratificação p or escolarid ad e (Figu ra 3). Mesm o n ão ten d o sid o d etectad o u m au m en to esta tistica m en te sign ifica n te em esta tu ra n o gru p o d e m ais b aixa in stru ção (coeficien te an -gu la r = 0,03; p >0,05), a s evid ên cia s sã o cla r a s p a ra a s d em a is ca tegoria s. Os in d ivíd u os com cin co a o ito a n o s d e in stru çã o a p resen ta ra m in crem en to m éd io d e 0,121 cm / a n o (p <0,01), en qu an to qu e p ara os com n ove a 11 an os o in crem en to foi u m p ou co m aior (coeficien te an -gu lar = 0,149 cm / an o; p <0,05).
Bu scou se avaliar a p ossib ilid ad e d e a ten -d ên cia p ositiva -d e a u m en to em esta tu ra esta r a sso cia d a em p a rte a o a u m en to n o s n íveis d e escola rid a d e. Isto p orq u e o n ú m ero m éd io d e a n o s d e in stru çã o d e recru ta d o s d a Ma rin h a au m en tou d e 3,8 p ara 8,1, n o Brasil, en tre 1940 e 1965. Os au m en tos em an os d e escolarid ad e Tab e la 1
Evo lução d a e statura mé d ia d e re crutas d a Marinha se g und o q üinq üê nio d e nascime nto e re g ião . Brasil, 1940 a 1965.
Região Amost ra M édia D. P.
Sul
40-44 26 170,4 5,7
45-49 22 169,4 5,1
50-54 94 169,1 6,0
55-59 132 170,0 6,2
60-65 130 171,6 5,6
Sudest e
40-44 66 169,6 5,6
45-49 47 170,6 6,2
50-54 249 169,7 5,9
55-59 328 170,9 6,2
60-65 252 171,4 6,5
Cent ro-O est e
40-44 21 168,4 6,2
45-49 18 167,3 5,4
50-54 73 169,3 6,1
55-59 84 169,9 6,0
60-65 154 171,3 6,0
N ordest e
40-44 109 168,4 5,6
45-49 86 167,0 5,1
50-54 268 168,3 5,7
55-59 303 168,4 5,8
60-65 269 169,0 6,2
N ort e
40-44 10 166,4 5,0
45-49 30 165,0 6,1
50-54 155 166,6 5,2
55-59 190 166,3 6,0
60-65 153 168,9 6,2
Brasil
40-44 232 168,9 5,6
45-49 203 167,8 5,8
50-54 839 168,6 5,8
55-59 1037 169,1 6,3
segu n d o regiã o fo ra m b a sta n te d istin to s a o lon go d o p eríod o (Tab ela 3). As m éd ias m ais d o q u e d ob raram n as regiões Su d este e Nord este. É in teressa n te o b serva r q u e o No rte a p resen -tou as m aiores m éd ias d e escolarid ad e, sem p re su p erio res à s verifica d a s p a ra o Bra sil co m o u m tod o. Nã o ob sta n te, a s m éd ia s d e esta tu ra p ara esta região estão en tre as m en ores d o País. Ou tra ob servação qu e con firm a essa ten d ên cia d e au m en to n a escolarid ad e foi a in versão n as p ro p o rçõ es en tre a s ca tego ria s d e esco la rid a -d e. Aqu eles com u m a qu atro an os -d e in stru ção rep resen tavam 81% em 1940-44 e ap en as 9,6% em 1960-65; já o s recru ta s co m cin co a o ito an os d e in stru ção au m en taram su a p articip a -çã o d e 17,5 p a ra 65,2% n o m esm o p erío d o. Ch am a aten ção, ain d a, o fato d e qu e h á con sis-tên cia en tre os n íveis d e escolarid ad e n o p erío-d o 1940-65 e a q u eles erío-d a erío-d éca erío-d a erío-d e 70 (Ka c & San tos, 1997).
An álises d e regressão m ú ltip la ten d o com o va riá vel d ep en d en te a esta tu ra e co m o va riá -veis in d ep en d en tes o n ú m ero d e a n o s d e in s-tru çã o e a n o d e n a scim en to d em o n stra m q u e o co rreu u m a red u çã o d a o rd em d e 27% a p ó s aju ste p ara escolarid ad e p ara o Brasil com o u m tod o ( Tab ela 2). As taxas d e gan h o d e estatu ra m a n tê m -se, n o e n ta n to, p o sitiva s e e sta tisti-ca m en te sign ifitisti-ca n tes (co eficien te a n gu la r = 0,076; p <0,01). Dep reen d ese, co n seq ü en te -m en te, qu e o gan h o e-m estatu ra está associad o a o recru ta m en to d e joven s d e crescen te n ível sócio-econ ôm ico. En tre as regiões, os resu lta-dos das an álises de regressão m ú ltip la dem on s-tra ra m q u e, a p ós con trola d a a escola rid a d e, a ten d ên cia secu lar d esap areceu n o Su l e Su d es-te. No Cen tro -Oeste e No rte, o s co eficien tes a ju sta d o s fo ra m 38,8% e 30,2% in ferio res a o s n ão aju stad os, resp ectivam en te (Tab ela 2).
Ta m b ém fo ra m rea liza d a s a n á lises d e re-gressã o exclu in d o -se o p rim eiro q ü in q ü ên io, em razão d a q u ed a ob servad a n a estatu ra m é-d ia é-d u ran te o p eríoé-d o n o q u al estava em cu rso a Segu n d a Gu erra Mu n d ia l ( Ta b ela 2). Co m o esp erad o, as taxas d e gan h o torn aram -se m ais p ro n u n cia d a s segu n d o regiã o e esco la rid a d e. Os a u m en to s va ria ra m d e 10,9% n o No rte a 40,6% n o Su l. Pa ra o Bra sil, o a u m en to fo i d e 34,6%. Na região Nord este, com a exclu são d o p rim eiro qü in qü ên io, a taxa d e gan h o p assou a ser esta tistica m en te sign ifica n te (co eficien te a n gu la r = 0,08 cm / a n o ; p <0,05). O m esm o ocorreu p ara os in d ivíd u os d e m ais b aixa esco-larid ad e (coeficien te an gu lar = 0,120; p <0,05). As an álises d e regressão esp ecíficas p ara o p e-río d o 1940 a 1944, p a ra o Bra sil e segu n d o re-giões, d em on straram q u e n este q ü in q ü ên io os valores d o coeficien te an gu lar foram n egativos,
Tab e la 2
Co e ficie nte s ang ulare s ajustad o s e não ajustad o s, co m e se m o p rime iro q üinq üê nio d e nascime nto , d a re g re ssão e statura, ano d e nascime nto e e sco larid ad e , p ara re crutas d a Marinha. Brasil, 1940-1965.
Região 1940 a 1965 1940 a 1944 1945 a 1965
C. A. C. A. C. A. C. A. C. A.
Ajustad o Ajustad o
Sul 0,120* 0,09 ns -0,617ns 0,202* 0,189** Sud e ste 0,110* 0,05 ns 0,493ns 0,134** 0,06 ns Ce ntro -O e ste 0,179* 0,129** -2,61** 0,214* 0,178** No rd e ste 0,04 ns 0,005 ns 0,08ns 0,08** 0,04 ns No rte 0,179* 0,125** -0,677ns 0,201* 0,151** Brasil 0,105* 0,076* -0,03ns 0,159* 0,131*
C. A. = Co e ficie nte ang ular.
C. A. Ajustad o = Co e ficie nte ang ular ajustad o p e la e sco larid ad e . * p < 0,01
** p < 0,05
Fig ura 2
Evo lução d a e statura mé d ia d e re crutas d a Marinha se g und o q üinq üê nio d e nascime nto e re g ião . Brasil, 1940 a 1965.
164 165 166 167 168 169 170 171 172
60-65 q üinq üênio de nascimento 55-59
50-54 45-49
40-44
No rte No rdeste Centro -O este Sudeste Sul
e
st
at
u
ra
m
é
d
ia
Sul Sudeste
171,6 170
169,1 169,4
170,4
171,4 170,9
169,7 170,6
169,6
Centro -O este 168,4 167,3 169,3 169,9 171,3
No rdeste 168,4 167 168,3 168,4 169
com exceção do Nordeste e do Su deste, qu e n ão a p resen ta ra m d eclín io n a esta tu ra m éd ia . Es-tes valores, con tu d o, só foram estatisticam en te sign ifican tes p ara a região Cen tro-Oeste.
As an álises d e regressão m ú ltip la sem o p ri-m eiro q ü in q ü ên io (con trolan d o p ara escolari-d aescolari-d e) eviescolari-d en ciaram q u e n o Su escolari-d este e n o Nor-d este a ten Nor-d ên cia Nor-d esa p a receu , en q u a n to n o Su l (coeficien te an gu lar = 0,189; p <0,05), Cen -tro-Oeste (coeficien te an gu lar = 0,178; p <0,05) e n o Norte (coeficien te an gu lar = 0,152; p <0,05) a ten d ên cia m an teve-se p resen te.
Discussão
Os resu lta d o s d este tra b a lh o d em o n stra m in -co n testa velm en te a o -co rrên cia d e ten d ên cia secu lar em estatu ra a p artir d a segu n d a m eta-d e eta-d a eta-d écaeta-d a eta-d e 40 eta-d este sécu lo n o Brasil.
É in teressan te ob servar qu e os in crem en tos alcan çad os n este p eríod o são b em m en ores d o q u e a q u eles o b tid o s p a ra a lista d o s e recru ta -d o s n a sci-d o s n a -d éca -d a -d e 70 (Ka c & Sa n to s, 1997). Esta s d iferen ça s p o d em ser exp lica d a s p elo fato d e qu e m elh orias sign ifican tes n o d e-sen volvim en to san itário refletiram n a estatu ra som en te a p artir d a d écad a d e 60. Com relação à m ortalid ad e in fan til, p or exem p lo, Sim ões & Mon teiro (1995) d em on straram ter sid o in ten -so o d eclín io (20% a 30%) p a ra este in d ica d o r en tre os an os 40 e 50. Se a qu ed a d a m ortalid a-d e foi p articu larm en te p ron u n ciaa-d a a p artir a-d a
d écad a d e 40, esp erar-se-ia qu e seu s efeitos so-b re a esta tu ra a d u lta se m a n ifesta ssem d u a s d écad as d ep ois. De fato, verificaram -se, n este estu d o, eleva d a s ta xa s d e ga n h o em esta tu ra n este p erío d o, co m o d em o n stra ra m o s co efi-cien tes a n gu la res gera d o s a p a rtir d e regres-sões com o q ü in q ü ên io 1960-1965 (coeficien te an gu lar = 0,236 cm / an o; p <0,05). Ad em ais, se-gu n d o o teste d e Sh effe, a ú n ica m éd ia d e esta-tu ra qu e d ifere em tod o o p eríod o é a d o ú ltim o qü in qü ên io.
Um a ressa lva a ser feita so b re a u tiliza çã o d e d ad os d e estatu ra origin ários d e b an cos d e d a d o s m ilita res visa n d o à ca ra cteriza çã o d e ten d ên cia secu lar d iz resp eito à seletivid ad e d a am ostra. O rigoroso p rocesso d e seleção im p lem en tad o p elas Forças Arlem ad as torn a, selem d ú -vid a, o gru p o p ara qu al as an álises foram reali-za d a s m u ito seletivo e, co n seq ü en tem en te, in a p ro p ria d o p a ra a rea liza çã o d e in ferên cia s p op u lacion ais p ara o Brasil com o u m tod o. Um exem p lo ca ra cterístico é o d a regiã o No rte d o País, n a qu al verificou -se a m ais elevad a m éd ia d e an os d e in stru ção, su gerin d o qu e ap en as os in d ivíd u os d e m aior escolarid ad e seriam sele-cio n a d o s. No q u e ta n ge à to ta lid a d e d a s re-giões, esta é recon h ecid a com o a d e m en or es-colarid ad e (IBGE, 1963).
Ou tro p o n to q u e d eve ser co n sid era d o d iz resp eito à s in ter-rela çõ es en tre o a u m en to d e escolarid ad e in flu en cian d o o au m en to m éd io d e estatu ra. De fato, os resu ltad os d as an álises d e regressã o m ú ltip la d em o n stra ra m q u e a ten d ên cia d esa p a receu em a lgu m a s regiõ es a p ó s o co n tro le p a ra a esco la rid a d e. Assim , n estas regiões, o au m en to em estatu ra p od e ser atrib u íd o ao recru tam en to d e in d ivíd u os com cad a vez m ais escolarid ad e e, p or con seq ü ên -cia , à in co rp o ra çã o d e recru ta s co m m a io res n íveis d e in stru ção.
O resu ltad os rep ortad os p or Mon teiro et al. (1994, 1995), q u e co m p a ra ra m d u a s co o rtes n ascid as em 1952 e 1967 com id ad e d e 22 an os, a p o n ta m p a ra u m ga n h o d e 1,3 cm (0,09 cm / a n o ), d iferen cia d o s só cio -eco n o m ica m en te. No p eríod o en tre 1952 e 1965, a taxa m éd ia ob-ser va d a p a ra o s recru ta d o s d a Ma rin h a fo i d e 0,166 cm / an o (p <0,01), o qu e reforça a id éia d e q u e estes joven s a p resen ta m u m p erfil a n tro -p om étrico d iferen ciad o d o d a -p o-p u lação geral, já q u e os d ad os rep ortad os p or Mon teiro et al. (1994, 1995) p rovêm d e b an cos d e d ad os d e re-p resen tativid ad e n acion al.
O in crem en to m éd io o b serva d o n este tra -b a lh o p a ra o s recru ta s d a Ma rin h a n a regiã o Su l d o País foram com p arad os com os rep orta-d os p or Victora et al. (1989), p ara os recru tas orta-d o Exército. O q u e se ob servou foi q u e a taxa m é-Fig ura 3
Evo lução d a e statura mé d ia d e re crutas d a Marinha se g und o q üinq üê nio d e nascime nto e e sco larid ad e . Brasil, 1940 a 1965.
164 165 166 167 168 169 170 171
1 a 4
5 a 8
9 a 11
60-65 55-59
50-54 45-49
40-44 q üinq üênio
de nascimento
e
st
at
u
ra
m
é
d
ia
1 a 4 5 a 8
170,2 168,5
168,1 168
168,8
170,2 169,4
168,7 167,8
169
d ia verifica d a n o p resen te estu d o (0,12 cm / an o) é relativam en te p róxim a d aq u elas rep or-tad as p ara os Mu n icíp ios d e Pelotas (0,10 cm / a n o ), Ba gé (0,08 cm / a n o ) e Rio Gra n d e (0,15 cm / an o).
É in teressa n te o fa to q u e se refere a o efei-t o d a Se gu n d a Gu e r ra Mu n d ia l. Os a ch a d o s
d e Ta n n e r (1966) e vid e n cia ra m u m a d e sa ce -lera çã o n o crescim en to p o r ca u sa d o s efeito s d a gu erra em algu n s p aíses, sob retu d o d a Eu -rop a (Valastovsky, 1966) e n o Jap ão (Takah ash i, 1966). No p resen te estu d o, o b ser vo u -se u m a d im in u içã o n a esta tu ra en tre o p rim eiro e se-gu n d o qü in qü ên io p ara o Brasil com o u m tod o e em tod a s a s regiões, à exceçã o d a regiã o Su -d este. Esta q u e-d a n as m é-d ias -d e estatu ra p o-d e ser a trib u íd a a o s efeito s d a Segu n d a Gu erra Mu n d ial, já q u e a in flu ên cia exercid a p elo am -b ien te n a d eterm in a çã o d a esta tu ra a d u lta o co rre p rin cip a lm en te n o s p rim eiro s a n o s d e vid a ( Wa terlow, 1988; Ta n n er, 1989). É im p o r-ta n te q u e estes a ch a d o s seja m rela tiviza d o s q u an d o d iscu tid a a situ ação b rasileira, n a m e-d ie-d a em qu e tan to os p aíses e-d a Eu rop a, com o o Ja p ã o, estivera m en vo lvid o s d ireta m en te n a gu erra.
Mesm o n ão ten d o estad o en volvid o d ireta-m en te n a gu erra , está cla ro q u e a co n ju n tu ra econ ôm ica foi d esfavorável ao Brasil n a ép oca. Segu n d o d ad os d e Oliveira & Lob o (1992), a in -flação qu e h avia sid o d e ap en as 39% en tre 1929 e 1939, elevo u -se p a ra 129% n o p erío d o d e gu erra , ten d o d eca íd o p a ra 86% en tre 1940 e 1947. Ou tra in fo rm a çã o releva n te refere-se à alta d os p reços d e 19 gên eros alim en tícios b á-sicos, q u e h avia sid o d e 11% ao an o en tre 1935 e 1938, ten d o d isp a ra d o p a ra 103% en tre d e-zem b ro d e 1940 e n ovem b ro d e 1944. Estes d a-d os reforçam a h ip ótese ap resen taa-d a n o p ará-grafo an terior.
Em resu m o, os ach ad os d este trab alh o d em on straem a p resen ça d o fen ôem en o d e ten d ên -cia secu la r em esta tu ra n a a m o stra estu d a d a . Ad em ais, recru tas com m aior escolarid ad e, ou seja, d e m elh or stat u ssócio-econ ôm ico, ap
resen taram as m aiores taxas d e gan h o. Verificou -se a in d a q u e a ten d ên cia o b -serva d a n este p e-ríod o foi m en os in ten sa d o qu e a rep ortad a p a-ra a d écad a d e 70. Qu an d o se realizou con trole p a ra a esco la rid a d e em n ível n a cio n a l, a ten d ên cia p erm a n eceu ; to d a via , a s red u çõ es en -con trad as em tod os os coeficien tes d em on stra-ra m q u e o s ga n h o s em esta tu stra-ra estivestra-ra m a s-so cia d o s à seleçã o d e recru ta s co m m a io r es-colarid ad e. Por fim , argu m en tou -se q u e d ad os d e esta tu ra d e recru ta s d e in stitu ições m ilita -res u tiliza d o s p a ra ca ra cteriza r ten d ên cia se-cu lar em estatu ra d evem ser vistos com cau tela , e q u e o s re su lt a d o s e n co n t ra d o s n ã o p o d em ser d ireta m en te extra p o la d o s p a ra a p o -p u lação b rasileira em face d as d iferen ças exis-t e n exis-t e s n a s ca ra cexis-t e rísexis-t ica s a n exis-t ro p o m é exis-t rica s e só cio e co n ô m ica s e n t re re cru t a s e a p o p u la -ção em geral.
Tab e la 3
Evo lução d o núme ro mé d io d e ano s d e e stud o p ara re crutad o s p e la Marinha se g und o q üinq üê nio d e nascime nto e re g ião . Brasil, 1940-1965.
Q üinqüênio Amost ra M édia D. P.
Sul
40-44 23 4,3 2,8
45-49 21 6,0 2,5
50-54 91 6,5 2,3
55-59 128 7,8 1,8
60-65 128 7,7 3,0
Sudest e
40-44 60 3,6 2,7
45-49 42 5,3 2,4
50-54 237 5,7 2,3
55-59 318 6,9 2,4
60-65 242 8,2 1,9
Cent ro-O est e
40-44 17 4,1 2,6
45-49 18 4,4 2,3
50-54 71 5,5 2,4
55-59 72 7,6 2,1
60-65 135 7,4 2,5
N ordest e
40-44 101 3,7 2,3
45-49 79 5,3 2,2
50-54 256 6,0 2,3
55-59 276 6,9 2,3
60-65 255 8,2 1,7
N ort e
40-44 10 4,4 2,8
45-49 30 6,9 2,5
50-54 144 7,3 1,9
55-59 186 8,4 1,7
60-65 152 8,6 1,9
Brasil
40-44 211 3,8 2,5
45-49 190 5,5 2,4
50-54 799 6,2 2,3
55-59 980 7,4 2,2
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