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Tendência secular em estatura: uma revisão da literatura.

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Academic year: 2017

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Tendência secular em estatura:

uma revisão da literatura

Se cular he ig ht tre nd : a lite rature re vie w

1 Dep artam en to d e Nu trição Socia l e Ap lica d a , In st it u t o d e N u t riçã o Josu é d e Ca st ro, Un iv ersid a d e Fed era l d o Rio d e Ja n eiro. Av. Briga d eiro Trom p ow sk y s/no, Bloco J, 2oa n d a r, Rio d e Ja n eiro, RJ 21941- 590, Bra sil. gk a c@gb l.com .b r

Gilb ert o Ka c 1

Abst ract T h is p a p er p resen t s a lit era t u re rev iew of secu la r h eigh t t ren d s. T h e p rin cip a l t op ics in clu d ed w ere d efin it ion of t h e p h en om en on , u se of h ist orica l d a t a set s on h eigh t a s a n a lt ern a -t iv e a p p roa ch for m on i-t orin g econ om ic ch a n ges, -t h e m a in -t h eort ica l ex p la n a -t ion s of -t h e p h e-n om ee-n oe-n , t h e b egie-n e-n ie-n g of m ilit a ry a e-n t h rop om et ry, a e-n d p a st a e-n d cu rree-n t u se ie-n m ea su rie-n g sec-u la r h eigh t t ren d s in recrsec-u it s a n d ch ild ren . Th e m ost im p ort a n t ressec-u lt s sh ow ed t h a t t h e p osit iv e secu la r t ren d ca n b e a t t rib u t ed t o en v iron m en t a l in flu en ces, esp ecia lly im p rov em en t s in h ea lt h , econ om ic, a n d socia l con d it ion s. T h e m ea n rep ort ed ra t es in h eigh t in crea ses v a ried w it h a ge, socioecon om ic st a t u s, a n d cou n t ry, so on e m u st ex ercise ca u t ion in d ra w in g in feren ces. W orld W a r II slow ed t h e t ren d in sev era l cou n t ries, in clu d in g Bra z il, b u t t h e t ren d w a s st ron ger in t h e p ost - w a r p eriod t h a n in t h e b egin n in g of t h e cen t u ry. Fin a lly, w e ob serv ed t h a t d a t a from m ili-t a ry a n ili-t h rop om eili-t ry a re ili-t h e m osili-t com m on sou rce for esili-t im a ili-t in g secu la r h eigh ili-t ili-t ren d s.

Key words Secu la r Tren d ; Bod y Heigh t ; An t h rop om et ry; M ilit a ry Person n el; N u t rit ion

Resumo Esse t ra ba lh o con st it u i-se em u m a rev isã o d e lit era t u ra sobre t en d ên cia secu la r em es-t a es-t u ra ( T SE). Os p rin cip a is es-t óp icos a b ord a d os fora m a d efin içã o d o fen ôm en o, a u es-t iliz a çã o d e d a d o s h i st ó ri co s d e est a t u ra co m o est ra t égi a a lt ern a t i v a n o m o n i t o ra m en t o d e m u d a n ça s econ ôm ica s, a s p rin cip a is ex p lica ções t eórica s su gerid a s p a ra a ocorrên cia d o fen ôm en o, o in ício d a a n t rop om et ria m ilit a r, su a u t iliz a çã o n o p a ssa d o e n o p resen t e, e a m a gn it u d e d a t en d ên cia em recru t a s e n a p o p u la çã o i n f a n t i l. Os p ri n ci p a i s a ch a d o s rev ela ra m q u e a T SE t em si d o a t rib u íd a , sob ret u d o, a in flu ên cia s a m b ien t a is, em p a rt icu la r, a m elh oria s n a s con d ições sa n it á ria s, econ ôm ica s e socia is. As it a x a s m éd ia s d e in crem en it o v a ria ra m con form e a id a d e, o esit ra -t o sócio- econ ôm ico e o p a ís con sid era d o; p or-t a n -t o, d ev e- se -t er ca u -t ela n a s com p a ra ções in -t er-p oer-p u la cion a is. A Segu n d a Gu erra M u n d ia l red u z iu a t en d ên cia em d iv ersos er-p a íses, en t re eles o Bra sil, m a s a s t a x a s d e in crem en t o n o p ós- gu erra fora m a in d a m a iores d o q u e a s ob serv a d a s n o in ício d o sécu lo. Con st a t ou - se, p or fim , q u e d a d os p rov en ien t es d a a n t rop om et ria m ilit a r sã o os m a is u t iliz a d os p a ra est im a t iva s d e TSE.

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Introdução

A p resen te revisão ab ord a a ocorrên cia d e Ten -d ên cia Secu lar em Estatu ra (TSE) com b ase n a red u zid a literatu ra p rod u zid a n o Brasil, e, p rin -cip a lm en te, en fo ca n d o a exten sa p ro d u çã o a ca d êm ica in tern a cio n a l. Em d iversa s situ a ções, as in vestigações con d u zid as p elo p resen -te a u to r co m recru ta s d a Ma rin h a d o Bra sil co n stitu íra m se em a p o rte teó rico p a ra a lgu -m as d iscu ssões.

En tre os tóp icos d iscu tid os, m erece d esta-qu e a in teressan te abordagem p rop osta p or u m gru p o d e econ om istas lid erad os p or Dr. Wiliam Fogel, d a Escola d e Econ om ia d e Ch icago. Tra-ta-se d e u m a estratégia m etod ológica q u e p er-m itiu avaliar, coer-m b ase eer-m d ad os d e estatu ra, a evolu ção d as con d ições econ ôm icas d a p op u -lação n orte-am erican a dos sécu los XVII e XVIII.

Ou tro tóp ico d e d estaq u e é a d iscu ssão so-b re d eterm in an tes d a TSE. Nesta seção, en fati-za-se p rin cip alm en te o efeito das variáveis eco-ló gica s. As exp lica çõ es gen ética s ta m b ém sã o p on tu ad as, n o en tan to, d ad a su a p equ en a con -trib u ição, b em com o p ela au sên cia d e eco n os m eios acadêm icos, esta foi m an tida ao m ín im o.

Por fim , ap resen tse u m a exten sa ab ord a-gem so b re a m a gn itu d e d a TSE n o Bra sil e n o m u n d o, a ssim co m o d a d o s d e in vestiga çõ es ca lca d a s n a An tro p o m etria Milita r. Va le frisa r q u e n ã o é ob jetivo d este texto com p a ra r d ire-tam en te a p resen ça d e TSE em d iversos p aíses e co n texto s, o q u e certa m en te resu lta ria em gra n d es d iferen ça s q u a n to a o in ício, d ireçã o, velocid a d e e exten sã o d a s m u d a n ça s. Esp era -se, n o en ta n to, p erm itir q u e o leitor ca p tu re a d im en sã o co m q u e a TSE o co rreu n o m u n d o n o s ú ltim o s 150 a n o s, b em co m o o s d iverso s fatores qu e in terferiram n a su a ocorrên cia, co-m o, p or execo-m p lo, a Segu n d a Gu erra Mu n d ial.

Definição do fenômeno

O fen ôm en o d e Ten d ên cia Secu lar em Estatu ra ( TSE) é d efin id o com o a ocorrên cia d e a ltera -çõ es n a id a d e em q u e se a tin ge u m a d eterm i-n ad a estatu ra i-n a ii-n fâi-n cia ou ad olescêi-n cia, ou a estatu ra fin al alcan çad a p ela p op u lação ad u l-ta d e u m p aís (Van Wierin gen , 1986). Este fen ô-m en o p o d e ser p o sitivo, n ega tivo, o u , a in d a , esta r a u sen te (Ma lin a , 1990). Exem p lo d a p ri-m eira situ a çã o é a ob serva çã o cori-m u ri-m d e q u e crian ças h oje são, em m éd ia, m ais altas qu e al-gu m a s gera çõ es a n terio res, co m o o b ser va d o p or Mon teiro et al. (1994) p ara o Brasil. Em con traste, verificase em algu n s p aíses em d esen -vo lvim en to q u e a d u lto s e cria n ça s p o ssu em

h oje estatu ras m ais b aixas qu e gerações p rece-d en tes. Este é o caso rece-d a p op u lação ch ilen a, qu e exp erim en to u red u çã o em esta tu ra m éd ia d e 5,5 cm en tre 1920 e 1960 (Ma lin a , 1990). Ten -d ên cia secu la r n ega tiva em esta tu ra ta m b ém fo i evid en cia d a p a ra m en in o s gu a tem a lteco s d e a lto estra to só cio -eco n ô m ico en tre 5 e 17 an os, m ed id os en tre 1972 e 1990. A taxa d e d ecréscim o foi d e 0,48 cm / a n o e correla cio n o u -se estatisticam en te com a red u ção n o p rod u to d o m éstico b ru to to ta l e co m a d im in u içã o n a p rod u ção d e alim en tos (Bogin et al., 1996). Já a a u sên cia d e ten d ên cia secu la r p o d e d eco rrer d e d u as situ ações. Prim eiro, o alcan ce p or p ar-te d a p op u lação d o seu p oar-ten cial gen ético m á-xim o d e crescim en to n o qu e tan ge ao tam an h o e tem p o d e m a tu ra çã o ; segu n d o, co n d içõ es am b ien tais in satisfatórias p ara p erm itir a ocor-rên cia p o sitiva d e ten d ên cia secu la r (Ma lin a , 1990). No ta -se, p o rta n to, q u e o p ro cesso d e ten d ên cia secu lar é estreitam en te associad o a variações d as con d ições am b ien tais.

Tendência secular: est at ura como parâmet ro na avaliação das condições de vida

A in vestigação d a ten d ên cia secu lar em estatu -ra é co n sid e-ra d a a tu a lm en te u m a im p o rta n te a ltern a tiva n o m o n ito ra m en to d e m u d a n ça s n os p ad rões econ ôm ico e d e saú d e e n u trição, co m p a ra d a s à s o b tid a s co m in d ica d o res eco -n ôm icos (Fogel et al., 1982; Ta-n -n er, 1982; Flou d , 1984; Flou d et al., 1990). Assim , a u tilização d e d ad os d e estatu ra é u m a estratégia m etod oló -gica q u e vem sen d o exp lora d a p a ra ca ra cteri-zar o p ad rão d e vid a d as p op u lações, ten d o co-m o eco-m b asaco-m en to os trab alh os d e Villerco-m é n a Fran ça e Ch ad wick n a In glaterra n o sécu lo XIX. Este p ilar teórico fica b em caracterizad o ao ser con sid erad o o segu in te p ostu lad o d e Villerm é: “as circu n stân cias qu e acom p an h am a p obrez a a t ra sa m a id a d e em q u e a est a t u ra fin a l é a l-can çad a e d im in u em a estatu ra ad u lta

“(Viller-m é, 1829, ap u dTan n er, 1981:162).

A rela çã o en tre esta tu ra e co n d içõ es a m -b ien tais está -b em d ocu m en tad a p or u m a série d e estu d o s co n d u zid o s p o r im p o rta n tes p esq u isad ores, com o Qu etelet, Boas e Tan n er, en -tre o u tro s. Se gu n d o Eve le th & Ta n n e r (1990), m ed id as d e estatu ra ou p eso, assim com o a es-ta tu ra fin a l a tin gid a p o r u m a p o p u la çã o e a s taxas d e m u d an ças n a estatu ra d u ran te os an os d e crescim en to, “reflet em d e form a a cu ra d a o est a d o d a sa ú d e p ú b lica d e u m p a ís e o est a d o n u tricion al m éd io d e seu s cid ad ãos” (Eveleth &

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-b ém foi con sid erad a em u m a recen te p u -b lica-ção d a Organ izalica-ção Mu n d ial d e Saú d e: “em p o-p u la ções econ om ica m en t e d eso-p riv ilegia d a s, a baix a estatu ra em ad u ltos tam bém p od eria ser u sad a com o u m in d icad or d a in iqu id ad e sócio-econ ôm ica” (WHO, 1995:72).

Um p on to relevan te qu e d eve ser d estacad o é a am p la d isp on ib ilid ad e d e séries tem p orais com d ad os d e estatu ra, p rin cip alm en te n a Eu -ro p a e Esta d o s Un id o s, segu n d o u m a série d e ca tego ria s (o cu p a çã o, lo ca liza çã o geo grá fica , estra to s eco n ô m ico s, esco la rid a d e, en tre o u -tras). Esta característica p erm ite o d esen volvi-m en to d e p arâvolvi-m etros volvi-m ais refin ad os p ara ava-lia çã o d e m u d a n ça s a lo n go p ra zo n o p a d rã o d e vid a, com p arad as às ob tid as com in d icad o-res d e ren d a p er cap ita, além d e ad icion ar, em m a is d e u m sécu lo, a n á lises so b re o s efeito s exercid os p or m u d an ças n a econ om ia n a q u a-lid a d e d e vid a d a s p o p u la çõ es (Fo gel et a l., 1982; Fogel et al., 1983). A existên cia d estas sé-ries tem p orais d eriva p rin cip alm en te d e regis-tros m ilitares, cen sos e m esm o in q u éritos d o-m icilia res. Co n stitu eo-m -se, p o rta n to, u o-m a es-tratégia altern ativa p ara an álises sob re o estad o n u tricio n a l e q u a liestad a estad e estad e viestad a , co m p le -m en tan d o ou tros ín d ices, co-m o ren d a p er ca-p ita e con su m o d e alim en tos (Fogel et al., 1982; Fogel, 1986; Flou d , 1984) ou com o va riá vel si-m ilar aos ín d ices con ven cion ais u tilizad os esi-m estatísticas vitais (Van Wierin gen , 1986).

A relação ent re mort alidade e a TSE

Algu n s estu d o s d em o n stra ra m q u e, m esm o com o d eclín io d as taxas d e m ortalid ad e, d ife-ren ças n o crescim en to en tre classes sociais p er-sistem (Sm ith et al., 1980). Esta ob servação n ão ch ega a su rp reen d er, visto ser o even to u m a o co rrên cia co m u m a vá rio s p a íses. No Bra sil, p or exem p lo, a m ortalid ad e in fan til vem d ecli-n aecli-n d o d esd e as d écad as d e 30/ 40 d este sécu lo e, n o en tan to, ain d a p erm an ecem elevad os os d iferen cia is en tre estra to s d e ren d a n o q u e se refere a d esn u trição p or d éficit estatu ral (Mon -teiro et al., 1995a).

O com p ortam en to d e q u ed a n a m ortalid a-d e in fa n til p a ra a s a-d iferen tes regiõ es a-d o p a ís n a s ú ltim a s seis d éca d a s (1930/ 86) é d escrito p or Sim ões & Mon teiro (1995). A d écad a d e 30 fica m arcad a com o o p on to em qu e a qu ed a d a m ortalid ad e in fan til in icia-se n o Brasil, ou , p e-lo m en o s, é o q u e se su p õ e, já q u e n ã o estã o d isp o n íveis d a d o s d e p erío d o s a n terio res. O qu e se ob servou foi u m a ten d ên cia geral d e d eclín io p ara o p aís com o u m tod o (71%). No en -tan to, foram en con trad as d istin tas taxas d e

re-d u ção segu n re-d o região, varian re-d o re-d e 65% p ara o No rd e ste a 79% p a ra o Su l e Su d e ste. Po d e -se su sp eitar q u e, n as d écad as su b seq ü en tes, m e-lh orias n o estad o n u tricion al tam b ém p ossam ser ob servad as, m an ifestad as, p or exem p lo, n o au m en to grad ativo n a estatu ra m éd ia d a p op u -lação in fan til ou ad u lta.

De fa to, d a d os d e Ka c (1998) p a ra recru ta s d a Ma rin h a d o Bra sil n a scid o s e n tre 1940 e 1965 d e m o n stra ra m u m a a sso cia çã o e n tre a q u e d a n a m o rta lid a d e in fa n til e a u m e n to d a e sta tu ra m é d ia a d u lta . Ne ste e stu d o, o a u to r rep ortou elevad as taxas d e au m en tos em esta-tu ra p ara o p eríod o 1940-1965, esp ecialm en te p ara o q u in q u ên io 19601965 (coeficien te an -gu la r = 0,266; p = 0,045). Ad em a is, se-gu n d o o teste d e Sh effe, a ú n ica m éd ia d e estatu ra q u e d iferiu p a ra to d o o p erío d o fo i a d o ú ltim o qu in qu ên io.

Ou tros trab alh os tam b ém verificaram u m a relação estreita en tre o p erfil d e m orb i-m orta-lid ad e e a ocorrên cia d e TSE. Tan n er (1966), em u m a exten sa revisão d e m ais d e 100 trab alh os, con statou qu e o in ício d a TSE em vários p aíses coin cid iu com o d eclín io n as taxas d e m ortalid a ortalid e. Do p o n to ortalid e vista q u a n tita tivo, a sim u -la çã o re a liza d a p o r Flo u d (1984) n o s d á u m a d im en sã o in teressa n te. Segu n d o este a u to r, a re d u çã o d e u m ó b it o p o r m il n a scid o s vivo s p o d eria sign ifica r u m a u m en to d e 0,02 cm n a estatu ra m éd ia (Flou d , 1984). Ou tra im p ortan -te evid ên cia p rovem d e u m a ex-ten sa série h is-tórica p ara recru tas su ecos, on d e os au tores ve-rificaram q u e d u ran te u m a lon ga ep id em ia d e có lera n ã o o co rrera m a u m en to s n a esta tu ra m éd ia (San d b erg & Steckel, 1987).

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Correntes explicativas e fatores determinantes da TSE

No s ú ltim o s 150 a n o s, o b servo u -se ten d ên cia p ro gre ssiva p a ra u m a u m e n to n a e sta tu ra d e in d ivíd u os n os p aíses in d u strializad os ocid en -ta is e em a lgu n s p a íses em d esen vo lvim en to (Ba kwin & McLa u gh lin , 1964; Ta n n e r, 1966; Ro ch e, 1979; Va n Wie rin ge n , 1986; Eve le th & Ta n n e r, 1990; Ma lin a , 1990; Mo n te iro e t a l., 1994). As taxas m éd ias, sob retu d o p ara p op u la-çõ es eu ro p éia s, va ria m co n fo rm e a id a d e e o estrato sócio-econ ôm ico, alcan çan d o em torn o d e 1,0 a 1,3 cm / d écad a p ara crian ças en tre 5 e 10 an os; 1,9 a 2,5 cm / d écad a d u ran te a ad oles-cên cia e 0,6 a 1,0 cm / d écad a n o in ício d a id ad e ad u lta (Tan n er, 1966; Malin a, 1990).

Os a u m en to s o b ser va d o s em esta tu ra co -m u -m en te tê-m sid o atrib u íd os a -m elh orias n as con d ições san itárias, econ ôm icas e sociais. No en tan to, in flu ên cias gen éticas com o a h eterose já foram p ostuladas, com o verem os m ais ad ian -te. Para a m aioria d as p op u lações, con tu d o, os d ois fatores exógen os m ais im p ortan tes qu e in -flu en cia m o crescim en to sã o p o ssivelm en te a n u trição e a p resen ça/ au sên cia d e d oen ças.

De u m a fo rm a ge ra l, a s e xp lica çõ e s te ó rcas oferecid as su gerem im p ortan tes con trib u i-çõ es d o m eio a m b ien te, d esem p en h a n d o u m fo rt e p a p e l o d e se n vo lvim e n t o e co n ô m ico e social (Van Wierin gen , 1986; Sh atru gn a & Rao, 1987; Ji & Oh sawa, 1993; Mon teiro et al., 1994). As in flu ên cias am b ien tais caracterizam -se, p or exem p lo, p or u m au m en to n a d isp on ib ilid ad e d e alim en tos, m elh orias d as con d ições san itá-ria s e cu id a d o s em sa ú d e, en tre o u tro s ( Va n Wierin gen , 1986; Grein er & Gord on , 1992).

Os e st u d o s q u e t ê m co m o ce r n e a in ve s-t iga çã o d e d es-term in a n s-tes só cio -eco n ô m ico s (classe social, tip o d e trab alh o, ren d a p er cap i-ta, características d a fam ília) in flu en cian d o os p ad rões d e crescim en to e d e TSE con firm am a im p ortan te con trib u ição d os m esm os. Steckel (1983), p or exem p lo, ap on ta a in flu ên cia q u e a ren d a p er ca p ita exerce n a esta tu ra : o co efi-cien te d e correlação en tre estatu ra e o logarit-m o d e ren d a p er cap ita foi d e 0,84, ten d o cologarit-m o b ase estu d os realizad os em 16 p aíses, sob retu -d o eu ro p eu s e a siá tico s. O a u to r -d em o n stro u tam b ém q u e u m au m en to d e 0,1 n o coeficien -te d e Gin i p o d e red u zir a esta tu ra em m a is d e 3,0 cm e qu e a d iferen ça n a estatu ra ad u lta m é-d ia fo i é-d e q u a se 13,0 cm q u a n é-d o co m p a ra é-d o s in d ivíd u o s d o se xo m a scu lin o co m re n d a p e r cap ita d e 150 e 5000 d ólares. San d b erg & Steckel (1987), p or su a vez, in vestigaram a in flu ên cia d a h istória econ ôm ica n a estatu ra d e recru ta s su eco s en tre 1760 e 1880. Os a u to res co n

-clu íra m q u e, à exceçã o d e p erío d o s d e crise e ou tros p ercalços, com o u m a ep id em ia d e cóle-ra, o au m en to da estatu ra m édia foi con sisten te com m elh orias n a h istória econ ôm ica em geral.

Ou tro im p ortan te d eterm in an te d a TSE é a red u ção n o tam an h o d a fam ília, resu ltan te d e m elh orias n o n ível sócio-econ ôm ico com o u m to d o ( Va n Wierin gen , 1986). Au to res co m o Gold stein (1971) e Ron a et al. (1978) evid en ciara m q u e cria n ça s p roven ien tes d e gciara n d es fa -m ília s in glesa s e escocesa s a p resen ta ra -m -m é-d ia é-d e esta tu ra in ferio r à q u ela s n a scié-d a s em p eq u en as fam ílias, m esm o ap ós con trole p ara variáveis sócioecon ôm icas. Estes m esm os au -tores ob servaram ain d a u m a associação en tre o tip o d e trab alh o d o p ai (m an u al, n ão m an u al) e a estatu ra d os filh os, em favor d os m ais q u a-lificad os. Um ou tro in teressan te estu d o con si-d era n si-d o esta tu ra e cla sse so cia l é o si-d e Wa lker et a l. (1988). Este a u to res a n a lisa ra m u m a am ostra d e 7735 h om en s d e m eia id ad e n asci-d os n a Grã-Bretan h a en tre 1919 e 1939 e ob ser-varam d iferen ças em estatu ra d e q u ase 6,0 cm en tre as classes sociais extrem as, assim com o a p re se n ça d e TSE p a ra a m b a s a s ca te go ria s d e tra b a lh a d o re s. No e n ta n to, a d ife re n ça e n tre trab alh ad ores m an u ais e n ão m an u ais au m en -tou d e 2,0 cm em 1920 p ara 3,0 cm em 1939. Já a e st a t u ra m é d ia d e t ra b a lh a d o re s m a n u a is n a scid o s em 1938 era a m esm a q u e a q u ela d e trab alh ad ores n ão m an u ais n ascid os em 1920, d em o n stra n d o a existên cia d e u m d iferen cia l d e q u ase 20 an os n a estatu ra en tre estas cate-gorias.

O estudo con duzido p or Kac & San tos (1997) em recru ta s e a lista d o s d a Ma rin h a d o Bra sil tam b ém revelou resu ltad os qu e com p rovam as d iferen ças em TSE con form e grau d e escolari-d aescolari-d e e regiões escolari-d o p ais. O coeficien te escolari-d e regres-são en tre estatu ra e an o d e n ascim en to foi p o-sitivo e esta tistica m en te sign ifica tivo (0,337 cm / an o) p ara alistad os com 8 a 11 an os d e es-colarid ad e, en qu an to qu e p ara alistad os com a m a is b a ixa esco la rid a d e (1 a 4 a n o s) a a n á lise d e regressão in d icou u m coeficien te n egativo. As an álises realizad as segu n d o regiões d o p ais são p articu larm en te im p ortan tes n o Brasil, d a-d a a in ten sa h etero gen eia-d a a-d e a-d a s m esm a s. Desta form a, d iferen ças n as taxas d e TSE en tre regiões, com o as ob servad as p or Kac & San tos (1997) e p or Kac (1998), sign ificam d esigu ald a-d es sociais e econ ôm icas.

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p or exem p lo, ap esar d o elevad o n ível m éd io d e vid a , d iferen ça s em esta tu ra en tre cla sses so -cia is a in d a p ersistem ( Wh in cu p et a l., 1988; Ku h et al., 1991).

Deve-se d eixar claro q u e u m con ju n to b asta n te a m p lo e h etero gên eo d e va riá veis a m -b ien tais exp lica em gran d e p arte a ocorrên cia d o fen ôm en o d e ten d ên cia secu lar em estatu ra, n o en tan to, vejam os a teoria qu e p ostu la in -flu ên cias gen éticas n a ocorrên cia d e TSE. A exp licação m ais u tilizad a exp recon iza q u e au m en -tos n as com b in ações gen éticas h eterozigóticas n a rep ro d u çã o d e a n im a is e p la n ta s leva ria a u m au m en to n o tam an h o d as esp écies. É tam -b ém con h ecid a com o a teoria d o vigor h í-b rid o (Hulse, 1957; Hen n en berg & Van der Berg, 1990).

A in d ica çã o m a is d ireta d a o co rrên cia d e h eterose foi d ad a p or Hu lse (1957). Em seu es-tu d o em vilarejos su íços, o au tor con statou qu e filh os d e p ais p roven ien tes d e localid ad es d is-tin tas e exogâm icas, ap resen taram estatu ra 2,0 cm su p erior d o qu e aqu elas crian ças cu jos p ais eram oriu n d os d e u m a m esm a localid ad e (vila-rejos en d ogâm icos). En tre as p rin cip ais lim ita-çõ es d o estu d o d e Hu lse, d esta ca -se o fa to d e q u e n ão estavam d isp on íveis m ed id as d e esta-tu ra d o s p a is, d e fo rm a q u e n ã o fo i p o ssíve l com p rovar se as estatu ras d e filh os h eterozigó-ticos d iferiram m ais d o q u e a estatu ra d e seu s p ais, em com p aração com o ou tro gru p o. Um a ou tra lim itação foi a in d icação d o p róp rio au -tor d e qu e existiam im p ortan tes d iferen ças cu l-tu ra is en tre os gru p os. Por fim , Hu lse n egou a existên cia d e in flu ên cias d o tam an h o d a fam í-lia n a esta tu ra , q u e era m en o r n o gru p o h ete-rozigótico. Fica claro qu e a h ip ótese d a h etero-se só p od eria etero-ser com p rovad a caso tod os os fa-tores acim a m en cion ad os fossem exclu íd os.

Rejeitan d o a h ip ótese d e h eterose e d e ou tras m u d an ças gen éticas, com o o p resen te au to r p refere fa zer, a o co rrên cia d e TSE in evita velm en te reca i so b re o s d iverso s fa to res a m -b ien tais d iscu tid os n o in ício d esta seção.

A magnit ude da TSE

A o co rrên cia d e TSE p o sitiva em esta tu ra está b em d o cu m en ta d a p a ra p a íses d a Eu ro p a , além d o Jap ão e Estad os Un id os (Tan n er, 1966; Ta ka h a si, 1966; Greu lich , 1976; Ro ch e, 1979; Flo u d , 1984; Va n Wierin gen , 1986; Ma lin a , 1990). É im p ortan te d eixar claro, m ais u m a vez, q u e a d escriçã o d a m a gn itu d e d a TSE n o s d i-verso s p a íses d eve ser ca u telo sa m en te in ter-p retad a, já q u e os con textos h istóricos, econ ô-m ico s e so cia is sã o d istin to s. Desta fo rô-m a , a s in ferên cias devem ser m an tidas n o âm bito p

ar-ticu lar d e cad a con texto, sob retu d o tem p oral. Ou tro a sp ecto q u e ta m b ém d eve ser m en cio -n a d o é a p o ssib ilid a d e d e q u e estim a tiva s d e TSE b asead as em d ad os p roven ien tes d e p op u -la çõ es m ilita res a p resen tem viés d e seleçã o. Essa d iscu ssão, n o en tan to, foge ao escop o d es-ta revisão.

O a m b ien te cria d o p rin cip a lm en te n o s an os segu in tes à Segu n d a Gu erra Mu n d ial p o-d e ser co n sio-d era o-d o co m o u m a im p o rta n te si-tu a çã o exp erim en ta l p a ra o essi-tu d o d e efeito s ad versos n a ocorrên cia d e TSE e n o crescim en -to in fan til. A escassez d e alim en -tos, d e serviços d e saú d e e d e ou tros b en s e serviços essen ciais fo ra m fa to re s re sp o n sá ve is p a ra q u e te n d ê n -cias secu lares em estatu ra cessassem tem p oraria m en te em a lgu n s p a íses d a Eu rop a e n o Ja -p ã o ( Ta ka h a sh i, 1966; Va la stovsky, 1966; Va n Wierin gen , 1986).

No Bra sil, o s e fe ito s d a Se gu n d a Gu e rra Mu n d ial n a ocorrên cia d e TSE foram in vestiga-d os p or Kac (1998), com b ase em vestiga-d avestiga-d os vestiga-d e es-ta tu ra d e recru es-ta s d a Ma rin h a n a scid o s en tre 1940 e 1965. Este a u to r o b ser vo u q u e, n o d e -co rrer d a p rim eira m eta d e d a d éca d a d e 40, h ou ve u m d eclín io n a m éd ia d e estatu ra d e 1,1 cm . Esta q u ed a n a s m éd ia s d e esta tu ra fo ra m atrib u íd as aos efeitos d a Segu n d a Gu erra Mu n d ia l. O a rgu m en to resid e n o fa to d e q u e a in -flu ên cia exercid a p elo am b ien te n a d eterm in a-çã o d a esta tu ra a d u lta o co rre p rin cip a lm en te n o s p rim eiro s a n o s d e vid a ( Wa terlow, 1988; Ta n n er, 1989). Mesm o n ã o esta n d o en vo lvid o d iretam en te n a gu erra, está claro qu e a con ju n -tu ra e co n ô m ica fo i d e sfa vo rá ve l a o Bra sil n a ép oca, com o d em on straram d ad os d e Oliveira & Lob o (1992).

A in vestiga çã o co n d u zid a p o r Cern eru d & Lin d gren (1991), b asean d o-se em registros es-colares d e estatu ra p ara q u atro coortes n asci-d as em 1933, 1943, 1953 e 1963 em Estocolm o, dem on strou aum en to estatural p or década m ais m a rca n te p a ra cria n ça s n a scid a s en tre 1933 e 1943, qu e p ara as coortes p osteriores à Gu erra. A d iferen ça n a estatu ra en tre as coortes d e 1933 e 1943 foi de 1,0 cm n a idade de 7 e 10 an os e d e qu ase 2,0 cm p ara crian ças com 13 an os. A p ar-tir d a co o rte d e 1943, cria n ça s d e 7 a n o s n ã o m ais ap resen taram elevações n a estatu ra, en q u a n to a s co m 10 e 13 a n o s red u zira m o s a u -m en to s q u a se à -m eta d e. U-m a sp ecto i-m p o r-tan te qu e d eve ser con sid erad o n a avaliação d e TSE n essas faixas etárias é o tem p o d e m atu ra-çã o sexu a l, q u e p o d e ter exercid o in flu ên cia n as d iferen ças ob servad as p elos au tores.

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em on straem d ad os d e escolares d e Oslo (Bru n d -tlan d et al., 1980). Estas crian ças ap resen taram u m in crem en to esta tu ra l m éd io d a o rd em d e 1,0 cm p ara m en in os e d e 1,4 cm p ara m en in as en tre 1960 e 1975. Tan n er (1966) refere qu e ap ós a gu erra a TSE foi ain d a m aior d o qu e a evid en -ciad a n a p rim eira m etad e d o sécu lo XX em al-gu n s p aíses. Esta ten d ên cia tam b ém foi ob serva d a p o r Ka c (1998) p a ra d a d o s co n tem p o râ -n eos (1970-77) d a Mari-n h a d o Brasil.

Con sid eran d o-se em p articu lar as p op u la-ções asiáticas e seu s d escen d en tes m igran tes, algu n s estu d os tam b ém ap on taram com o p rin cip a is ca u sa s p a ra a o co rrên cia d e TSE a s in -ten sa s m elh o ria s n a s co n d içõ es só cio -eco n ô-m icas (Greu lich , 1976; Tan n er et al., 1982).

Ta n n er et a l. (1982) a va lia ra m a TSE, esta -tu ra se n ta d a e co m p rim e n to d a s p e rn a s e m crian ças jap on esas en tre 5 e 17 an os. Os resu ltad os d em on straram q u e a estatu ra ad u lta au -m en tou 4,3 e 2,7 c-m p ara h o-m en s e -m u lh eres, en qu an to qu e a estatu ra sen tad a p raticam en te n ão au m en tou . Estes resu ltad os, em con ju n to com os d e Ud ju s (Ud ju s, 1964, a p u dTan n er et

al., 1982), d em on straram ser o in crem en to d as p ern as o p rin cip al resp on sável p ela ten d ên cia secu lar n as m ed id as ad u ltas d e estatu ra.

No Brasil foram d esen volvid os até h oje d ois in q u éritos an trop om étricos d e rep resen tativi-d a tativi-d e n a cio n a l. O p rim eiro fo i co n tativi-d u zitativi-d o em 1974/ 75 ( Via ca va et a l., 1983), e o segu n d o foi realizad o em 1989 (In an , 1990). A an álise sob re TSE realizad a p or Mon teiro et al. (1994, 1995b ) u tilizo u d a d o s p ro d u zid o s p o r e ste s in q u é ri-tos e teve com o b ase três coortes, q u ais sejam , in d ivíd u o s n a scid o s en tre 1951-53, 1966-68 e 1982-83. Estim o u -se a esta tu ra m éd ia a o s 7 an os n a segu n d a e terceira coorte e aos 22 an os n a p rim eira e segu n d a coortes. Esta m etod olo-gia fo i in icia lm en te p ro p o sta p o r Mo n teiro & Torres (1993).

Os resu lta d o s p a ra o p a ís co m o u m to d o ap on tam au m en tos su p eriores a 3,5 cm aos 6 e 7 a n o s (co m p a ra çã o en tre a s co o rte d e 1967 e 1982). Ten d ên cia s m a is a n tiga s (co m p a ra çã o d a s coortes d e 1952 e 1967) revela ra m u m a u -m en to p ara ad u ltos joven s (22 an os) -m ais -m o-d esto, n o en tan to sign ificativo, o-d a oro-d em o-d e 1,3 cm p ara h om en s e d e 1,0 cm p ara as m u lh eres. Segu n d o os au tores, os resu ltad os en con trad os p ara as crian ças (2,4 cm / d écad a) são excep cion a is, u ltra p a ssa cion d o, p o r exem p lo, o s verifica -d o s p a ra a Ch eco slová q u ia (1,0 cm / -d éca -d a ) e Ch in a (1,8 cm / d écad a).

An á lises so b re a evo lu çã o d a esta tu ra se -gu n d o as regiões d o p aís ap on taram p ara u m a ten d ên cia sem p re p ositiva. Novam en te, as ten -d ên cias m ais recen tes foram -d e m aior m agn

i-tu d e. O d éficit m éd io em esta i-tu ra a o s 7 a n o s p ara m en in as estu d ad as p ela PNSN d as regiões Su l, Su d este e Cen tro -Oeste era d e a p en a s 1,5 cm em relação às m ed ian as d o Nation al Cen ter for Health an d Statistics, en q u an to p ara as re-giõ es No rte e No rd este este va lor a tin gia 5,0 a 7,0 cm , resp ectiva m en te, em 1989. Qu a n d o a ten d ên cia foi avaliad a segu n d o tercis d e ren d a fam iliar p er cap ita, observou se claram en te au -m en tos p ara tod as estas categorias. Qu an d o a a n á lise fo i rea liza d a em rela çã o a d éficits d o NCH S, a p en a s o tercil d e m a io r ren d a a p roxi-m o u -se d a referên cia e, roxi-m esroxi-m o a ssiroxi-m , a in d a apresen tou um déficit de 0,8 e 0,2 cm para m en i-n os e m ei-n ii-n as, resp ectivam ei-n te. Para o tercil de m en or ren da, este déficit foi da ordem de 6,0 a 7,0 cm . Em su m a, m esm o com a ocorrên cia d e for-te for-ten dên cia secular em estatura, as crian ças bra-sileiras d e b aixa ren d a n ão alcan çam as m ed ia-n as d e estatu ra d a referêia-n cia ia-n orte-am ericaia-n a. Ko ifm a n (1987) in vestigo u a evo lu çã o d a estatu ra d e crian ças en tre 6 e 9 an os n o b airro d e Irajá, n o Rio d e Jan eiro. En tre 1959 e 1970, o a u m en to fo i d e 2,6 cm a o s 6 e 8 a n o s; 2,8 cm a o s 7 a n o s e 1,0 cm a o s 9 a n o s. Os a u m en to s em estatu ra foram m arcad os p or u m a d escon -tin u id ad e p ara os n ascid os em 1961-62, p rovavelm en te d evid o a u m a in ten sa recessã o eco -n ôm ica -n este p eríod o. E-n tre 1970 e 1971, verificou se u m a estab ilid ad e n as m éd ias d e esta -tu ra, q u e, segu n d o o au tor, p ôd e ser associad a a u m au m en to n a m ortalid ad e in fan til.

Pe rce b e -se, p o rta n to, q u e sã o e sca sso s o s estu d os en focan d o o p rocesso d e TSE n o Brasil n a p op u lação geral ou m esm o em p op u lações p a rticu la re s. Me sm o o e stu d o d e Mo n te iro e t al. (1994) só p erm itiu com p arar a d in âm ica d o fen ôm en o a p artir d e d ois recortes tem p orais. Por ou tro lad o, é crescen te o n ú m ero d e in ves-tigações q u e an alisam o assu n to com b ase em d ad os m ilitares, com o será d iscu tid o ab aixo.

Ant ropomet ria M ilit ar

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O u so d e d a d o s a n tro p o m étrico s p rove-n ierove-n tes d a s Força s Arm a d a s em p esq u isa s so-b re TSE tem com o u m d os p ilares os estu d os d e Villerm é n a Fran ça. Este au tor su geriu qu e m u -d an ças n a estatu ra m é-d ia -d e u m a n ação eram sen síveis a co n d içõ es n u tricio n a is e a m b ien -tais, e p erm itiu q u e estas in form ações fossem u tilizad as em an álises sob re m u d an ças econ ô-m icas e sociais. Ain d a n o in ício d o sécu lo XIX, Villerm é an alisou d ad os sob re a estatu ra d e re-cru ta s fra n ceses e con sta tou q u e 45% d o tota l d e recru tas (1816-17) tin h am estatu ra su p erior a 165 cm , p rop orção esta q u e p assou a 50% n o p erío d o 1826-27, leva n d o -o a co n clu ir q u e “o a u m en t o n a est a t u ra en t re 1816- 1827 p od eria d erivar d e ou tras cau sas, com o u m d ecréscim o, m esm o q u e p eq u en o, n a m iséria” ( Villerm é,

1829, ap u dTan n er, 1981:162).

Nos Estad os Un id os foi a seleção d e recru -ta s p a ra a Revo lu çã o Am erica n a (1775-1783) q u e estim u lou o in ício d a an trop om etria m ili-tar. A p artir d esta, variáveis com o estatu ra, p e-so e o ín d ice d e m assa corp oral p assaram a ser u tiliza d a s n a se le çã o d e re cru t a s (Go rd o n & Fried l, 1994).

A an álise d e d ad os an trop om étricos p ara a Revolu ção Am erican a ap on tou p ara u m a estatu ra m éd ia d e a p roxim a d a m en te 173 cm (So -koloff & Villaflor, 1982). Esta m éd ia, referen te a in d ivíd u o s en tre 24 e 35 a n o s, leva a crer q u e, já n esta ép oca, n orteam erican os d e cor b ran -ca estariam se ap roxim an d o d os p atam ares d e estatu ra d a era m od ern a. Esta afirm ativa é cor-rob orad a p elo fato d e qu e esta m éd ia era d e 2,5 a 10,1 cm m aior d o qu e a rep ortad a p ara d iver-so s p a íses eu ro p eu s n o fin a l d o sécu lo XVII e in ício d o sécu lo XVIII, a lém d e serem virtu a lm en te idên ticas às lm édias de estatu ra de recru -ta s a lis-ta d o s p a ra a Segu n d a Gu erra Mu n d ia l. Dep reen d e-se d este fato q u e m elh orias n u tricion ais ocorreram m ais ced o e d esen volveram -se d e fo rm a m a is rá p id a n o s Esta d o s Un id o s (Sokoloff & Villaflor, 1982; Fogel et al., 1983).

A u tiliza çã o crescen te d e gra n d es b a n co s an trop om étricos m ilitares p od e ser evid en cia-d a p elo con sicia-d erável n ú m ero cia-d e trab alh os q u e se b asearam n estes registros. Su a u tilização h o-je n ão m ais se restrin ge à seleção d e in d ivíd u os p a ra o serviço m ilita r, sen d o co m u m a n á lises so b re TSE, co m o d em o n stra ra m d iverso s tra -b a lh os ( Terren a to & Ulizzi, 1983; Flou d , 1984; Victora et a l. 1989; Sob ra l, 1990; Ma rcon d es & Marqu es, 1993; Figu eiró, 1994; Paiva, 1994; We-b er et al., 1995; Kac & San tos, 1997; Kac, 1998). Im p ortan tes an álises d e d ad os em estatu ra m éd ia d e recru tas d e p aíses eu rop eu s n o p erío-d o erío-d e 1760 a 1975 p o erío-d em ser en co n tra erío-d a s em Flo u d (1984). O q u e se evid en cio u p a ra to d o s

o s p a íses fo i u m co n sid erá vel a u m en to n a es-ta tu ra m éd ia d os recru es-ta s a o lon go d o tem p o. Este a u m en to o co rreu , n o en ta n to, d e fo rm a b a sta n te d iversa en tre o s vá rio s p a íses. Os re-cru tas h olan d eses foram os q u e ap resen taram a m a io r esta tu ra m éd ia n o fin a l d o p erío d o (180,1 cm ), segu id os d os recru tas su ecos (178,4 cm ). Para estes p aíses, a ten dên cia foi, resp ecti-vam en te, de 1,37 e 0,99 cm / década. Em u m blo-co in term ed iário, blo-com ten d ên cias d e 0,88 cm / d écad a, estão a Noru ega e a Fran ça. As ten d ên -cias p ara os d em ais p aíses estu d ad os foram as segu in tes: Bélgica (0,74 cm / década), Itália (0,64 cm / d écad a) e Din am arca (0,53 cm / d écad a).

Flou d (1984) con sid erou ain d a, p or m eio d e a n á lise d e regressã o, a rela çã o en tre esta tu ra , taxa d e m ortalid ad e in fan til e p rod u to p er ca-p ita d om éstico b ru to. A eq u a çã o d e regressã o foi d esen h ad a d e form a qu e o gru p o p ara com -p arações in ter-p o-p u lacion ais fosse con stitu íd o p ela exp eriên cia d a p op u lação italian a. Os re-su ltad os d em on straram qu e, em con ju n to com as d em ais variáveis d a eq u ação (variáveis “in -d ica-d oras” u tiliza-d as p ara averigu ar se a exp e-riên cia p a ra o s d em a is p a íses d iferiu d a q u ela d a p o p u la çã o ita lia n a ), a ta xa d e m o rta lid a d e in fan til e o p rod u to p er cap ita d om éstico b ru to e xp lica ra m 96% d a s d ife re n ça s n a e st a t u ra en tre as p op u lações eu rop éias d esd e 1880. Ao se co n sid e ra r e st a s va riá ve is se p a ra d a m e n t e (a ssu m in d o -se q u e a s d em a is m a n tivera m -se con stan tes), os resu ltad os d em on straram q u e o au m en to d e u m d ólar n o p rod u to p er cap ita d om éstico (con stan te p ara os p reços d e 1970) estaria acom p an h ad o d e u m in crem en to n a es-tatu ra d a ord em d e 0,003 cm (Flou d , 1984).

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o-ca s d e p eq u en o d ecréscim o (1943/ 47 e 1957/ 60) e d e estab ilização (1960-1967), d ecorren tes, segu n d o os au tores, d e d ificu ld ad es econ ôm i-cas. As variações n a estatu ra estiveram in tim a-m en te rela cio n a d a s co a-m a s ten d ên cia s a p re-sen tad as p elo salário m ín im o real (r = 0,63), o q u e exp lico u m u ita s d a s q u ed a s e d o s in crem en tos. Para o coeficien te d e crem ortalid ad e in -fan til esta relação n ão ocorreu (r = -0,54).

Ma rcon d es & Ma rq u es (1993) estu d a ra m a evolu ção d a estatu ra em in d ivíd u os ap tos p ara o ser viço m ilita r (Exército ) en tre 1979 e 1991 em 24 esta d o s b ra sileiro s. Os resu lta d o s d e -m on strara-m q u e ocorreu u -m a elevação n a es-ta tu ra m é d ia p a ra a gra n d e m a io ria d o s e ses-ta- sta-d o s. Os m a io re s in cre m e n to s p a ra o s in sta-d iví-d u os com o m ais alto grau iví-d e escolariiví-d aiví-d e fo-ra m o b ser va d o s n o Sergip e (4,0 cm ), segu id o d e Min a s Gera is (3,9 cm ) e Ma to Gro sso (3,0 cm ). Nã o fo ra m o b ser va d o s in crem en to s n o Esp írito San to, Ceará, Am ap á e Acre.

Os au tores ob servaram ain d a qu e n en h u m a m éd ia d e esta tu ra , seja em 1979 o u em 1991, su p erou o p ercen til 50 d a referên cia d o Natio-n a l CeNatio-n ter fo r Hea lth Sta tistics (NCHS), q u e é de 178,6 cm . Qu an do a com p aração foi feita em rela çã o à referên cia Sa n to An d ré, cu ja m éd ia d e esta tu ra é d e 173 cm , sete esta d o s (Min a s Gera is, Ba h ia , Sergip e, Pa ra íb a , Ma to Gro sso, Ma to Gro sso d o Su l, Distrito Fed era l e Go iá s) n ão su p eraram o p ercen til 50. Já em 1991, seis estad os con tin u avam n ão su p eran d o o p ercen -til 50 da referên cia San to An dré (Paraíba, Ceará, Rio Gran d e d o Norte, Piau í, Am azon as e Pará). No estu d o rea liza d o p o r Pa iva (1994) fo i a n a lisa d a a TSE d e 4.447 in d ivíd u o s a lista d o s n a Ju n ta Militar d e Rio Bran co, Acre, en tre 1948 e 1974. A ten d ên cia foi p ositiva e o in crem en to m éd io em estatu ra foi d e 0,07 cm / an o. O au tor o b ser vo u u m a d im in u içã o d o d éficit em rela -çã o a o NCH S d e 14,5 cm em 1962 p a ra 9,6 em 1974, n o en ta n to, a m a io r m éd ia d e esta tu ra o b ser va d a n o p erío d o (167,2 cm ) situ a va -se ab aixo d o p ercen til 10 d o NCHS. Qu an to ao local d e n ascim en to, con statou se u m a ten d ên -cia d e crescim en to sem elh an te en tre os n asci-d os n o Acre e em ou tros estaasci-d os.

A rela çã o en tre esta tu ra e sa lá rio m ín im o foi in versa , en q u a n to o p reço d a b orra ch a em d ólar acom p an h ou a ten d ên cia crescen te p ara estatu ra. A escolaridade au m en tou 100% n o p e-ríod o estu d ad o, p assan d o d e 2,7 p ara 5,4 an os d e estu d o, e a relação en tre escolarid ad e e es-tatu ra sign ificou u m au m en to d e 0,06 cm p ara cad a an o a m ais d e escolarid ad e (Paiva, 1994). Figu eiró (1994) an alisou a TSE em alistad os n o exército n o esta d o d e Pern a m b u co en tre 1979 e 1990. A d iferen ça n a estatu ra en tre o p

ri-m eiro e o ú ltiri-m o a n o estu d a d o fo i d e 3,7 cri-m p a ra o co n ju n to d o s a lista d o s, 3,6 cm p a ra o s resid en tes em á rea s u rb a n a s e 3,5 cm p a ra o s residen tes em área ru ral. Foram observados au -m en tos e-m tod as as categorias d e escolarid ad e e de ocu p ação. As m aiores variações em estatu -ra fo-ram en con t-rad as p a-ra in d ivíd u os com p ri-m eiro gra u cori-m p leto (4,6 cri-m ). O ri-m a ior in cre-m en to segu n d o ocu p ação foi ob servad o en tre trab alh ad ores n ão esp ecializad os (6,2 cm ).

Segu n d o a a u to ra , a ten d ên cia verifica d a en tre os in d ivíd u os alistad os em Pern am b u co en tre 1979 e 1990 foi m aior d o q u e a m éd ia d a região Nord este, n o en tan to, in ferior ao ob ser-vad o n as regiões m ais d esen volvid as d o p aís e n os p aíses d esen volvid os. O d éficit d e estatu ra p ara id ad e (< -2 escores Z) foi sem p re su p erior a o o b ser va d o p a ra a p o p u la çã o d e referên cia n o rte-a m erica n a e va rio u d e 45% em 1979 a 24% em 1990.

Ka c & Sa n to s (1997) e Ka c (1998), estu d a -ra m o fen ô m en o d e TSE n a p o p u la çã o d e re-cru ta s e a lista d o s d a Ma rin h a d o Bra sil en tre 1940 e 1965 e d u ran te a d écad a d e 70 (1970-77). Os resu lta d o s d em o n stra ra m im p o rta n te a u -m en to n a esta tu ra -m éd ia p a ra o Bra sil co -m o u m tod o n o p eríod o 1940-65 (0,105 cm / an o), e va lo res su b sta n cia lm en te m a is eleva d o s p a ra a ten d ên cia co n tem p o râ n ea (0,315 cm / a n o – a lista d o s e 0,266 – recru ta s). Os a u to res co n -clu íram , n o en tan to, qu e os resu ltad os verificad os p ara a Marin h a verificad evem ser vistos com cau -tela, d ad a a p oten cial p resen ça d e viés d e sele-ção, e n ão p od em ser d iretam en te extrap olad os p a ra a p o p u la çã o b ra sileira , em fa ce d a s d ife-ren ça s existen tes n a s ca ra cterística s a n trop o-m étricas e sócio-econ ôo-m icas d e recru tas/ alis-tad os e a p op u lação em geral.

Verificou -se, p ortan to, q u e ain d a é escassa a literatu ra sob re TSE em p op u lações m ilitares d o Brasil, qu an d o com p arad a à literatu ra eu ro-p éia e n ortam erican a, o qu e, sem d ú vid a, d e-m an d a n ovas in vestigações sob re o tee-m a.

Conclusões

Há fartas evid ên cias n a literatu ra en fatizan d o a relevân cia d e an álises d e TSE com o p arâm e-tro / p ro ce d im e n to p a ra m o n ito ra r m u d a n ça s em saú d e e n u trição. Os estu d os d e Fogel et al. (1982), Fogel (1986), Flou d (1984), Flou d et al. (1990) e Tan n er (1982) d em on straram con cre-ta m en te a p oten cia lid a d e d estes d a d os a p a r-tir d e an álises d e gran d es b an cos d e d ad os h is-tóricos.

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a existên cia d e TSE. Existe u m a forte su sp eita, ain d a p ou co testad a n o Brasil, d e q u e a q u ed a n a m ortalid ad e in fan til coin cid iria con seqü en -tem en te com o in ício d o p rocesso d e ten d ên cia secu lar em estatu ra. Segu n do Tan n er (1966), d i-verso s estu d o s em p a íses eu ro p eu s ta m b ém con stataram esta relação.

En tre as corren tes qu e ten tam exp licar o fe-n ôm efe-n o, d estaca-se a q u e su gere im p ortafe-n tes co n trib u içõ es d o m eio a m b ien te, d esem p e -n h a-n do u m forte p ap el o dese-n volvim e-n to eco-n ô m ico e so cia l q u e p o d e ser tra d u zid o, p o r exem p lo, p elo au m en to n a d isp on ib ilid ad e d e alim en tos e m aior acesso a serviços essen ciais. As exp lica çõ es gen ética s n ã o en co n tra m res-p ald o n os m eios cien tíficos.

A revisã o d e litera tu ra d em o n stro u a in d a q u e a m a gn itu d e d a TSE em cria n ça s va rio u co m a id a d e, p a ís d e n a scim en to, tip o d e tra -b alh o d o p ai e n íveis d e ren d a e qu e é escassa a literatu ra sob re o fen ôm en o n o Brasil.

Existem fortes evid ên cias, in clu sive p ara o Brasil, d e qu e a Segu n d a Gu erra Mu n d ial d im i-n u iu a força da TSE. Por ou tro lado, ap ós a gu er-ra verificou -se em d iversos p aíses u m a TSE p o-sitiva e ain d a m ais forte d o qu e a ob servad a n a p rim eira m etad e d o sécu lo XX.

Em rela çã o a a n tro p o m etria m ilita r, a s ta -xa s rep o rta d a s ta m b ém va ria ra m en tre o s d

i-versos p aíses e con statou -se q u e, m esm o com os p rob lem as m etod ológicos existen tes n estes ban cos de dados, estas in form ações são as m ais u tiliza d a s n a ca ra cteriza çã o d e TSE. Ou seja , d ad os d e estatu ra p roven ien tes d e b an cos m ili-tares são e sem p re foram a form a m ais com u m d e se estu d ar TSE em ad u ltos.

Deve-se ter cau tela em relação as com p ara-ções qu an to a m agn itu d e d a TSE rep ortad a p e-la litera tu ra , já q u e a s d iversa s in vestiga çõ es en volvem con textos d os m ais variad os. No en -tan to, q u an d o o en foq u e são p op u lações m ilita res, a com p a ra çã o p od e ser m a is d ireilita , ob -ser va n d o sem p re a s rela çõ es tem p o ra is e o s con textos sociais.

Ain d a q u e in ú m e ro s e stu d o s so b re TSE já t e n h a m sid o re a liza d o s, u m a sé r ie d e q u e s-t õ e s a in d a p e r m a n e ce e m a b e r s-t o, co m o, p o r e xe m p lo, q u e m u d a n ça s n a s co n d içõ e s a m b ien ta is d o p ó sgu erra p o d em ser co n sid era d a s co m o d e t e rm in a n t e s d a p e rsist e n t e p re sen ça d e TSE n a q u eles p a íses o n d e a ten d ên -cia já era p ron u n -ciad a? Será q u e existem d iferen ça s sistem á tica s n a o co rrên cia d e TSE en -tre os sexos? A in terp retação d a ocorrên cia d e TSE é so m e n t e p o sit iva o u e xist e m a sp e ct o s n e ga t ivo s? Est a s sã o p e rgu n t a s im p o r t a n t e s q u e so m e n t e e st u d o s m a is co m p le xo s se rã o cap azes d e resp on d er.

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