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Aspectos de uma Universidade Empreendedora? Um estudo de caso a partir de elementos dramatúrgicos em uma Instituição de Ensino Superior da Região Metropolitana do Recife

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Academic year: 2017

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Faculdade Boa Viagem – DeVry Brasil Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – CPPA

Mestrado Profissional Em Gestão Empresarial

Felipe Cavalcanti de Sá

Aspectos de uma Universidade Empreendedora?:

um estudo de caso a partir de elementos dramatúrgicos em uma instituição de ensino superior da região metropolitana do Recife

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FACULDADE BOA VIAGEM – DeVry Brasil CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – CPPA

MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL – MPGE

CLASSIFICAÇÃO DE ACESSO A DISSERTAÇÕES

Considerando a natureza das informações e compromissos assumidos com suas fontes, o acesso a dissertação do Mestrado Profissional em Gestão Empresarial – MPGE do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – CPPA – da Faculdade Boa Viagem é definido em três graus:

 Grau 1: livre (sem prejuízo das referências ordinárias em citações diretas e indiretas);  Grau 2: com vedação a cópias, no todo ou em parte, sendo, em conseqüência, restrita a

consulta em ambientes de bibliotecas com saída controlada;

 Grau 3: apenas com autorização expressa do autor, por escrito, devendo, por isso, o texto, se confiado a bibliotecas que assegurem a restrição, ser mantido em local sob

chave ou custódia;

A classificação desta dissertação se encontra, abaixo, definida por seu autor.

Solicita-se aos depositários e usuários sua fiel observância, afim de que se preservem as condições éticas e operacionais da pesquisa científica na área de administração.

Título da Dissertação: “ASPECTOS DE UMA UNIVERSIDADE EMPREENDEDORA?: um estudo de caso a partir de elementos dramatúrgicos em uma instituição de ensino superior da região metropolitana do Recife”

Nome do autor: Felipe Cavalcanti de Sá Data da Aprovação: 30 de abril de 2014 Classificação conforme especificação acima: Grau 1 

Grau 2

Grau 3 

Recife, 30 de abril de 2014

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FELIPE CAVALCANTI DE SÁ

ASPECTOS DE UMA UNIVERSIDADE EMPREENDEDORA?:

um estudo de caso a partir de elementos dramatúrgicos em uma instituição de ensino superior da região metropolitana do Recife

Dissertação apresentada à Banca Examinadora do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração da Faculdade Boa Viagem – Devry Brasil, para obtenção do título de Mestre em Gestão Empresarial.

Linha de Pesquisa: Gestão Humana, Social e Tecnológica das Organizações

Orientadora: Dra. Maria Auxiliadora Diniz de Sá

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FACULDADE BOA VIAGEM – DeVry Brasil CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – CPPA

MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL – MPGE

ASPECTOS DE UMA UNIVERSIDADE EMPREENDEDORA?:

um estudo de caso a partir de elementos dramatúrgicos em uma instituição de ensino superior da região metropolitana do Recife

FELIPE CAVALCANTI DE SÁ

Dissertação submetida ao corpo docente do

Mestrado Profissional em Gestão Profissional (MPGE) do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração (CPPA) da

Faculdade Boa Viagem – Devry Brasil e aprovada em 30 de abril de 2014

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Sa11a Sá, Felipe Cavalcanti de.

ASPECTOS DE UMA UNIVERSIDADE EMPREENDEDORA?: um estudo de caso a partir de elementos dramatúrgicos em uma instituição de ensino superior da região metropolitana do Recife / Felipe Cavalcanti de Sá – Recife: FBV / Devry, 2014. 129f.: il.

Orientador(a): Maria Auxiliadora Diniz de Sá.

Dissertação (Mestrado) – Faculdade Boa Viagem – Devry. Inclui anexo e apêndice.

1. Empreendedorismo. 2. Cultura empreendedora. 3. Educação empreendedora. I. Título.

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AGRADECIMENTOS

a Deus, pela força, pela constante presença, pelas portas abertas: uma abençoada conspiração em meu favor;

aos meus pais, pela confiança constante em todos esses anos de estudos, me permitindo errar e aprender sempre, além de serem os patrocinadores deste curso;

à minha tia Germana, pelo incentivo a cursar o Mestrado, convencendo minha mãe a investir nessa ideia (risos);

à minha orientadora Maria Auxiliadora Diniz de Sá,

pela orientação neste trabalho, pela amizade, pelas conversas, por acreditar em mim, por ter me aceito como orientando;

à professora Elizabeth Tschá, a primeira orientadora e a idealizadora deste estudo;

à examinadora externa Maria de Lourdes,

que contribuiu significativamente na qualificação do projeto desta dissertação;

à examinadora interna Hajnalka Gati

que contribuiu significativamente na qualificação do projeto desta dissertação;

à direção da IES, locus desta pesquisa

por permitir que este estudo fosse realizado e pela participação neste;

aos professores dessa instituição, que gentilmente aceitaram participar desta pesquisa;

aos alunos participantes deste estudo,

que gentilmente aceitaram participar desta pesquisa.

A todos, meu muito obrigado!

O Senhor te abençoe e te guarde;

mmm

O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti,

e tenha misericórdia de ti;

mmmmmm

O Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.”

(7)

“O mundo inteiro é um palco

E todos os homens e mulheres não passam de meros atores

Eles entram e saem de cena

E cada um, no seu tempo, representa diversos papéis.”

(8)

RESUMO

A fim de identificar aspectos de uma cultura e educação empreendedoras em uma instituição de ensino superior (IES) da região metropolitana do Recife e suas contribuições para a formação de competências empreendedoras de seus concluintes e egressos do curso de graduação em Administração, esta pesquisa buscou analisar o papel da Direção (4 diretores: Diretores Acadêmico, da Escola de Negócios, do curso e de extensão), as atuações dos Atores (12 docentes) e as percepções da Platéia (50 alunos) do curso de graduação em Administração dessa instituição. Para tanto, o método qualitativo foi escolhido para coletar dados por meio de entrevistas por pauta, questionário online e documentos, para posteriormente tratá-los pela análise de conteúdo e dramaturgia. Conclui-se que a referida instituição de ensino superior é reconhecida pela Platéia (alunos) pelos aspectos de uma cultura e educação empreendedoras, bem como pelos atores e diretores que o Cenário e o Roteiro são propícios para uma formação das competências empreendedoras de sua Platéia.

(9)

ABSTRACT

In order to identify aspects of a culture and entrepreneurial education at a higher education institution (HEI) in the metropolitan region of Recife and its contributions to the formation of entrepreneurial competencies of its senior undergraduates and graduates of the Business Administration course, this study aimed to examine the role of Directing (4 directors: Director Academic, Business School, graduate and extension), the performances of Actors (12 teachers) and the perceptions of the Audience (50 students) of the business administration graduation course of this institution. Thus, the qualitative method was chosen in order to collect data through structured interviews, online questionnaire, and documents that will enable further data processing through content analysis and dramaturgy methods. It is concluded that such higher education institution is recognized by the Audience (students) for its entrepreneurial education and cultural aspects as well as for the actors and directors who understand that the Scenario and Screenplay are propitious to develop its Audience entrepreneurial competencies.

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – Diretrizes para atividades do ensino do Empreendedorismo 39

QUADRO 2 – Objetivos da Educação Empreendedora 40

QUADRO 3 – Antiga Escola versus a Nova Escola do empreendedorismo 41 QUADRO 4 – Subdivisão das atividades de desenvolvimento de empreendedores 43 QUADRO 5 – Autores mais citados sobre o conceito de ‘Competências’ 47

QUADRO 6 – Competências empreendedoras 51

QUADRO 7 – Desenho da Pesquisa 54

QUADRO 8 Sujeitos da Pesquisa 56

QUADRO 9 – Dimensões da Pesquisa 57

QUADRO 10 – Estrutura curricular dividida em categorias 78

QUADRO 11 – Ambientes disponíveis pela faculdade 79

QUADRO 12 – Recursos disponíveis pela faculdade 79

QUADRO 13 – Dados demográficos dos sujeitos da Pesquisa 80

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Elementos dramatúrgicos e os constructos 17

FIGURA 2 – Centro de Empreendedorismo como um hub de conexões 38 FIGURA 3 – Convite aos docentes por e-mail particular 61 FIGURA 4 – Convite aos alunos egressos pelo Facebook (em particular) 61 FIGURA 5 – Convite aos alunos concluintes pelo Facebook 62

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Número de registros das expressões 19

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – Percepção do aluno sobre suas competências 82 GRÁFICO 2 – Satisfação do aluno com a formação acadêmica 84 GRÁFICO 3 – Escala de valor para as competências empreendedoras em curso 85 GRÁFICO 4 – Importância das atividades complementares 88

GRÁFICO 5 – Avaliação da Rede de Relacionamentos 89

GRÁFICO 6 – Disciplinas cursadas segundo a relevância para a formação técnica 90

GRÁFICO 7 – Escala de valor para Liderança 91

GRÁFICO 8 Escala de valor para Inovação 92

GRÁFICO 9 – Escala de valor para Empreendedorismo 93

GRÁFICO 10 – Competências empreendedoras (Cooley, 1990) 95 GRÁFICO 11 – Ambientes e recursos usados pelos alunos 97

GRÁFICO 12 – Pretensão de abrir o próprio negócio 97

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 15

1.1 Contextualização do problema 15

1.2 Objetivos da pesquisa 17

1.2.1 Objetivo geral 17

1.2.2 Objetivos específicos 17

1.3 Justificativas 19

1.3.1 Justificativas teóricas 19

1.3.2 Justificativas práticas 20

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 22

2.1 Empreendedor(ismo) 22

2.2 Cultura Empreendedora 30

2.3 Educação Empreendedora 35

2.4 Competências empreendedoras 45

3 METODOLOGIA DA PESQUISA 53

3.1 Caracterização da Pesquisa 53

3.2 Desenho da Pesquisa 54

3.3 Locus da Pesquisa 55

3.4 Sujeitos da Pesquisa 55

3.5 Dimensões da Pesquisa 56

3.6 Instrumentos de Coleta dos dados 58

3.7 Tratamento dos dados 59

3.8 Processo de coleta dos dados 61

3.9 Limites da Pesquisa 62

3.10 Limitação da Pesquisa 63

4 ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 64

4.1 Segundo a DIREÇÃO 64

4.2 Segundo os ATORES 70

4.3 Segundo o ROTEIRO 76

4.4 Segundo o CENÁRIO 79

4.5 Segundo a PLATÉIA 80

5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES 100

5.1 Recomendações 102

5.2 Sugestões para futuros trabalhos 104

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APÊNDICES

Apêndice A – Roteiro de Entrevista por pauta: Atores (docentes) 116 Apêndice B – Roteiro de Entrevista por pauta: Direção (diretores) 119 Apêndice C – Questionário de pesquisa: Platéia (alunos concluintes e egressos) 122

ANEXOS

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1.INTRODUÇÃO

Neste capítulo, apresentam-se os tópicos introdutórios deste trabalho: a contextualização do problema, a pergunta de pesquisa, os objetivos geral e específicos, como também as justificativas teórica e prática para a efetivação deste estudo.

1.1 Contextualização do problema

Nos últimos tempos, a educação de ensino superior no Brasil vem se democratizando tornando-se acessível, desejada e disputada diante das muitas instituições de ensino e das ofertas de cursos, bem como da facilidade de ingresso e do interesse, cada vez maior, de alunos que procuram aumentar suas chances de empregabilidade no mercado de trabalho, seja para ocupar um posto ou para manter-se nele.

Nesse cenário, parece imprescindível a preocupação de uma instituição de ensino superior (IES) com a qualidade do serviço educacional prestado, seja na formação acadêmica ou formação profissional de seus alunos, uma vez que qualquer esforço nesse processo educacional visa à preparação ao mercado de trabalho, à sociedade e à transferência dos conhecimentos, sendo assim, necessário rever essa formação de profissionais.

Corroborando com Demo (2009, p. 1), acredita-se que “a Universidade poderia ser uma das instituições mais relevantes da sociedade e da economia, tendo em vista o seu papel educador e formador, mas o que se tem visto é a permanência na condição de centro de treinamento de recursos humanos”, o que “pode até satisfazer o ego da classe média e alta em termos de acesso a diploma, mas pratica a subalternidade do conhecimento meramente copiado”.

Sendo assim, formar profissionais competentes, empreendedores e empregáveis deveria ser o maior esforço de uma universidade que deseja ser referência na qualificação de seus alunos para empreenderem esforços na geração de ideias, novos negócios e mais empregos, preparando esses profissionais para a autonomia, cidadania e carreira profissional.

(16)

Constata-se com isso, que o sistema de formação profissional do administrador no Brasil está em crise, assim como estão em crise vários outros sistemas e várias áreas de formação profissional. Observa-se, portanto, uma tentativa de dar algum valor, na acepção plena do termo empreendedorismo. Sabe-se que não é novidade para aluno ou professor que, pelo menos ocasionalmente, há revisões de currículos como forma de adaptar o curso às mudanças ambientais (DORNELAS, 2014).

Para Abranches (2014), o ensino do empreendedorismo deveria ser incluído na grade escolar desde o ensino infantil, como forma de inserir a cultura empreendedora desde cedo, ao invés de se abordar esse assunto apenas na faculdade, quando os jovens já têm, em geral, certa opinião formada a respeito do futuro profissional, o que torna mais difícil a mudança de visão e comportamento.

Ao estimular o comportamento empreendedor, as instituições de ensino poderiam ter um papel fundamental em cumprir a alteração do modelo social, oferecendo uma formação acadêmica, multidisciplinar e generalista, despertando nos alunos características que se tornassem indispensáveis para o sucesso dos futuros profissionais, afirma Friedlaender (2004).

Esse olhar para o ensino do empreendedorismo – considerado pelos especialistas da área como vital para a formação dos profissionais deste momento da economia – significa uma quebra de paradigma na tradição didática, uma vez que aborda o saber como consequência dos atributos do ser, afirma Dolabela (2000).

(17)

47,6% concordam totalmente com a afirmação: “muitas vezes, penso em me tornar um empreendedor”.

Logo, o comportamento empreendedor dos alunos deve ser estimulado, fomentado e desenvolvido durante todo o curso de graduação de uma instituição de ensino superior, principalmente nos cursos de formação de gestores, como o de Administração, onde a exigência, tradicionalmente, é maior para a criação, gestão e sustentabilidade de empresas. Diante disso, cabe a reflexão sobre os esforços que a educação superior tem feito pela empregabilidade de seus educandos, competência de seus educadores e competitividade das instituições de ensino, o que exige um repensar desse processo que se tem ao fomentar uma educação que desenvolva o senso de autoconfiança e independência aos beneficiados por ela. Basil e Cook (1978) entendem que as universidades contemporâneas servem ao mesmo tempo como fonte de conhecimentos teóricos e formação profissional e como um dos principais modelos para iniciador de mudança social.

Para tanto, esta pesquisa prossegue a partir da seguinte questão: quais os aspectos de uma cultura e educação empreendedoras em uma instituição de ensino superior (IES) da região metropolitana do Recife e suas contribuições para a formação de competências empreendedoras de seus concluintes e egressos do curso de graduação em Administração? Como se vê na Figura 1, os

elementos dramatúrgicos são usados com fins de entender como um vê o outro, havendo uma combinação desses aspectos com os

constructos desta pesquisa. Para proceder à pesquisa neste

estudo, e para um melhor entendimento dos constructos, a direção (diretores) será estudada quanto à cultura empreendedora, enquanto que os atores (docentes) serão estudados quanto à educação

(18)

1.2 Objetivos da pesquisa

1.2.1 Objetivo geral

 Identificar aspectos de uma Cultura, Educação e Competências empreendedoras em uma instituição de ensino superior (IES) da região metropolitana do Recife, a partir da perspectiva dramatúrgica, no curso de graduação em Administração.

1.2.2 Objetivos específicos

 Analisar o papel da Direção (diretores Acadêmico, da Escola de Negócios, do curso e de extensão) da instituição de ensino superior e do curso de graduação em Administração quanto à Cultura empreendedora;

 Analisar as atuações dos Atores (docentes) do curso de graduação em Administração de uma instituição de ensino superior quanto à Educação empreendedora;

 Analisar o Roteiro (site, Projeto Político-pedagógico do Curso (PPC) e planos de ensino) das cenas dos atores (docentes) do curso de graduação em Administração de uma instituição de ensino superior quanto à Educação empreendedora;

 Analisar o Cenário (ambientes e recursos) do palco pela Platéia (alunos concluintes e egressos) do curso de graduação em Administração de uma instituição de ensino superior quanto às Competências empreendedoras;

(19)

1.3 Justificativas da pesquisa

Richardson (2012) afirma que os motivos de ordem teórica e prática são definidos para justificar a pesquisa. Para tanto, devem-se explicitar: a experiência vivida em relação ao fenômeno; a formulação do problema que se pretende estudar; quais as contribuições do trabalho; sendo assim, seguem as justificativas.

1.3.1 Justificativas teóricas

Diante do atual momento de novas e renovadas áreas do conhecimento que a educação, mercados e sociedade testemunham e, por isso, se vêem desafiados a uma adequação ou a um rompimento de velhos métodos do compartilhar desses conhecimentos, é que a tecnologia, informações e formas de (re)pensar serão determinantes para a permanência e solidez dessas organizações aprendentes e adaptáveis.

Estudar sobre universidade empreendedora sob a metáfora da dramaturgia será o diferencial deste trabalho de pesquisa, afinal, o método de tratamento dos dados ainda é de pouco uso nos trabalhos pesquisados e na literatura selecionada para a elaboração das teorias que servirão de fundamento para a elaboração dos instrumentos de coleta de dados (Tabela 1). Portanto, busca-se uma ruptura dos tradicionais métodos de pesquisa qualitativa para uma compreensão das percepções dos sujeitos desta pesquisa, contribuindo para a ciência, visto que há uma escassez de trabalhos científicos fazendo uso da metáfora dramatúrgica como método qualitativo de pesquisa, no tratamento dos dados coletados.

TABELA 1 –Número de registros das expressões

EXPRESSÕES PESQUISADAS SCIELO* (Brasil) CAPES** Scholar*** Google SPELL****

“Cultura empreendedora” 3 108 2.300 3

“Educação empreendedora” 0 88 888 2

“Universidade empreendedora” 3 144 485 2

“Competências empreendedoras” 3 55 656 11

“Comportamento empreendedor” 12 148 2.090 10

* Scientific Electronic Library Online ** Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

*** Google acadêmico

****Scientific Periodicals Electronic Library

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Além disso, tratar de cultura empreendedora e suas contribuições para a formação de competências empreendedoras junto ao público concluinte e egresso também será a grande contribuição deste trabalho para um estudo em que as percepções desses são indispensáveis para uma revisão do espetáculo oferecido por parte das IES e visto por esse público, determinante para a retenção e atração de uma audiência que busca formação acadêmica reconhecida pela qualidade do ensino, pela competência de seu corpo docente e pelo valor agregado à carreira desse profissional.

Porém, qualquer conclusão deste estudo dará fundamentos para rever as ações de todos envolvidos neste palco.

1.3.2 Justificativas práticas

Este estudo visa contribuir para uma avaliação das ações do curso de graduação em Administração de uma determinada IES. Logo, busca-se (re)conhecer a percepção de alunos concluintes e egressos para se projetar uma formação acadêmica e profissional mais próxima às exigências do cenário atual, ambiente onde a demanda por profissionais mais empreendedores – ou seja, mais capazes de pensar como donos de negócio, detentores de princípios, características e comportamentos daqueles que são chamados de líderes, visionários e realizadores: os empreendedores – será determinante para a sobrevivência das organizações públicas ou privadas, sociais ou empresariais, de causas ou de negócios.

Além disso, pretende-se questionar quais os diferenciais da instituição de ensino –locus desta pesquisa – em relação às demais instituições também de ensino superior da região metropolitana do Recife, uma vez que não há missão, valores e visão do curso de graduação, mas da empresa estudada, um entrave para a avaliação da performance específica de cada curso quando o assunto é formação acadêmica, empregabilidade e carreira empreendedora, uma vez que nem todas as instituições brasileiras de ensino superior adotam essa postura, esse meio, esse fim.

(21)

às reais demandas, exigências e tendências do mercado de trabalho em qualquer lugar do mundo – sob a perspectiva de um profissional qualificado para atuar em qualquer segmento do mesmo.

(22)

2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo, apresentam-se os fundamentos teóricos relativos aos temas que embasam esta pesquisa. São eles: Cultura empreendedora, Educação empreendedora e Competências empreendedoras como constructos deste estudo.

2.1 Empreendedor(ismo)

Originado do inglês entrepreneurship, significando aquele que incentivava brigas – e sem conotoção econômica alguma (FILION, 1999) –, o termo empreendedorismo é, hoje, assunto de produções acadêmicas, alternativa de geração de empregos, possibilidade de encontrar-se com a vocação, sonho de tocar o próprio negócio, garantia de evolução no âmbito das ideias, do conhecimento e da tecnologia, resultando assim no progresso.

Leite (2014a) defende a ideia de que a criação de empresas é o fenômeno imprescindível para a manutenção e renovação do tecido econômico de todas as sociedades orientadas pela livre iniciativa, concorrência e mercado. Representa a oferta de novos empregos, amplia a gama de produtos/serviços e gera impostos.

Empreender, portanto, é uma atividade em processo que geralmente envolve: uma oportunidade, um ou mais indivíduos pró-ativos, um contexto organizacional, risco, inovação e recursos, podendo resultar em uma nova empresa, valor, produtos ou processo novos, lucro ou benefício pessoal/social e desenvolvimento/crescimento econômico (MORRIS; LEWIS; SEXTON, 1994).

A temática do empreendedorismo não é nova. Pode-se dizer que possivelmente o primeiro uso do termo foi relacionado ao viajante italiano Marco Polo – no século XIII. Na Idade Média, foi associado a grandes projetos de produção com o uso de recursos disponíveis, provenientes do governo do país, sem assumir grandes riscos. Já no século XVIII, o empreendedorismo foi diferenciado do capitalismo, e no final do século XIX e início do XX, confundido com o ato de administrar organizações, mas a serviço do capitalismo (DORNELAS, 2001).

(23)

Como se vê, o termo vem se aperfeiçoando para sua real essência: percepção e aproveitamento de novas frentes de trabalho, ideias, oportunidades, conhecimento e negócios. São causas como essas que fazem muitos brasileiros – apesar de poucos conhecimentos e experiências, mas com muita determinação, criatividade e ousadia – abrirem seus negócios, ainda que inicialmente pequenos e informais, movidos pela paixão e desejo de sucesso duradouro ou por essa onda de empreendedorismo tão em voga e oportuna – mas, em muitos casos, não dura tanto.

Talvez seja esta uma das causas da precoce mortalidade das micro e pequenas empresas no Brasil nos três primeiros anos de funcionamento: empreender sem identificar oportunidade, sem conhecer o mercado, sem perfil de empreendedor, sem foco, sem estratégias, sem competências, sem inovação, sem aprendizado contínuo, sem comprometimento com o crescimento econômico e social nem com o futuro da empresa, caracterizando, assim, uma cultura empreendedora despreocupada com a sustentabilidade, longevidade e prosperidade de seus negócios.

Isso é preocupante e perigoso, já que poderá criar uma percepção de considerar natural, comum, habitual o abrir e fechar de empresas como um abrir e fechar de olhos, provocando prejuízos financeiros, sociais e emocionais ao empregador e aos empregados, pelos desgastes da alta rotatividade.

Gerber (2011, p. 22-25) apresenta três personalidades que correspondem a papéis organizacionais. São eles:

 O Empreendedor, que transforma a situação mais trivial em uma oportunidade excepcional; é visionário; sonhador; o catalisador da mudança; vive no futuro, nunca no passado e raras vezes no presente; nos negócios, é o inovador, o grande estrategista, o criador de novos métodos para penetrar nos novos mercados; para ele, as pessoas são obstáculos no caminho da realização de seu sonho; sem o Empreendedor, não haveria inovação;

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 O Técnico: que é o executor; adora consertos; gosta de ter o que fazer e de saber que as tarefas podem ser cumpridas; vive no presente; para ele, pensar é desnecessário, a não ser quando se pensa no trabalho a ser feito; não se interessa por ideias, interessa-se pelo modo de fazer; sem o Técnico, não haveria execução.

Empreender pelo motivo certo é um bom negócio: emprega o desempregado, inclui socialmente o excluído, satisfaz o cliente pelo bom produto vendido e/ou serviço prestado, abre novas fronteiras, eleva a qualidade de vida, exercita a paixão, o entusiasmo, a vocação por quem empreende e contagia a todos os que no negócio se envolvem, ganhando parceiros, apoio e até crédito.

Empreendedorismo, portanto, está relacionado à identificação, análise e implementação de oportunidades de negócio, tendo como foco a inovação e a criação de valor (DORNELAS, 2001, p.) e que venham a ser valores econômicos, sociais e humanos, com vistas à criação de um mercado competitivo, à inovação dos processos, produtos e serviços, ao desenvolvimento e crescimento econômico, à elevação do nível de qualificação dos empregados na empresa e, principalmente, ao favorecimento de uma cultura de empreendedorismo para a longevidade, sustentabilidade e prosperidade de suas atividades produtivas.

Sendo assim, a (r)evolução do empreendedorismo é para o século XXI muito mais que a revolução industrial representou para o século XX – assim pensou Timmons (). E essa revolução – não mais silenciosa, como propôs Timmons – está nas mãos de quem “está disposto a enfrentar tempo ruim, cara feia, juros altos, crises políticas e incertezas” (BRITTO; WEVER, 2003, p. 41).

Quanto ao Empreendedor, agente do empreendedorismo, Pombo (2014, p. 45) o considerou “um ser social e, assim sendo, é fruto da relação constante entre os talentos e características individuais e o meio em que vive”, o empreendedor, também definido como sendo aquele capaz de deixar os integrantes da empresa surpreendidos, sempre pronto para trazer e gerir novas ideias, produtos ou mudar tudo o que já existe, é um otimista que vive no futuro, transformando crises em oportunidades e exercendo influência nas pessoas para guiá-las em direção às suas ideias (FELIPPE, 1996).

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velho para se criar o novo (SCHUMPETER, ). Por isso é que também se diz que o empreendedor imagina, desenvolve e realiza visões (FILION, 2000).

O termo empreendedor – entrepreneur de origem francesa, é usado para designar aquele que assume riscos e começa algo novo (DORNELAS, 2001, p.), ratificando o conceito já dado pelo economista austríaco Schumpeter ao sugerir uma destruição criativa – assume variadas definições, mas em todas elas, palavras em comum como oportunidade, risco e inovação estarão sempre presentes, pois trata-se de um comportamento assumido diante de necessidades de criação, mudança, crescimento, desenvolvimento e prosperidade.

Leite (2012) defende a ideia de que o empreendedor é um individuo capaz de estimular a criação do futuro, dotado de rara sensibilidade para antever uma situação determinada com os olhos da fé, que quando empreende possibilita a todos os seus colaboradores a escolha do melhor caminho para o sucesso do empreendimento. Para esse mesmo autor, o empreendedorismo é baseado nos seguintes princípios:

 Busca de oportunidades;

 Processo decisório, baseado em múltiplos estágios;  Emprego de recursos de outras pessoas;

 Gestão de rede de contatos e relacionamentos;  Reconhecimento e recompensa pelo valor criado.

Os três principais teóricos do pensamento empreendedor discorrem sobre esse tema, em diversas áreas, mesmo com enfoques diferentes: sob a perspectiva econômica, Joseph Schumpeter defende a ‘destruição criativa’; David McClelland sob a perspectiva psicológica, aborda a teoria de necessidades: afiliação, poder e realização; já a visão de Peter Drucker é reconhecida pela perspectiva da gestão.

A seguir, vemos um resumo dos estudos elaborados sobre o desenvolvimento da teoria do empreendedorismo e o termo empreendedor (LEITE, 2012, p. 131-132):

 Idade Média: um indivíduo que administra projeto de produção em larga escala;  Século XVIII: indivíduo com o comportamento voltado para o risco de ter lucro

(prejuízo) na fixação de um preço num contrato com o governo;

(26)

 Beaudeu (1797): indivíduo assumindo riscos, planejando, supervisionando e organizando;

 Jean-Baptiste Say (1803): separa os lucros do empreendedor do lucro do capitalista;  Francis Walter (1876): estabelece distinção entre os que fornecem fundos (capital) e

recebem lucros gerados por sua capacidade gerencial;

 Joseph Schumpeter (1934): um inovador que desenvolve tecnologia inédita;  David McClelland (1961): um tomador de risco moderado;

 Peter Drucker (1964): maximiza oportunidades;

 Albert Shapero (1975): toma iniciativa, organiza alguns mecanismos socioeconômicos e aceita risco de fracasso;

 Karl Vesper (1976): parece diferente de economistas, engenheiros, gestores e políticos;

 GiffordPinchot (1983): intrepreneur é um empreendedor dentro de uma organização já estabelecida;

 Robert Hishrich (1985): empreendedorismo é um processo de criação de algo diferente, com valor pela dedicação do tempo necessário, assumindo o acompanhamento financeiro, psicológico e riscos sociais pelo empreendimento, e recebendo pelo resultado recompensas monetárias e gratificação pessoal.

São os empreendedores, gente que ousa dar a vida a uma ideia, atravessar a primeira crise, a segunda, a terceira, cair e se levantar, por isso tem em seu currículo histórias de surpreender e lições para encorajar pelas experiências de se empreender. Tudo para garantir que seu sonho se transforme num grande, duradouro e bem-sucedido negócio.

Se o ato de empreender não é ciência nem arte, mas uma prática, assim defende Drucker (1991), o empreendedor tem suas características reforçadas ao longo do ato, aperfeiçoando suas deficiências, fraquezas, como também conhecimentos, atitudes e habilidades, numa tentativa de qualificar os feitos do mesmo.

(27)

Estimuladas a empreender, as pessoas são criativas e inovadoras dentro do círculo da sua competência, concluem Kast e Rosenzwieg (1980). É necessário estabelecer uma estrutura e um ambiente propícios às novas ideias para que o empreendedorismo se institua desde o início numa organização (DRUCKER, 2008), não apenas como um meio de se ampliar o nível de inovação (PINCHOT, 1989) e prosperidade (TAYLOR, 2008), mas como um sistema de se organizar o negócio de modo que o trabalho recupere a expressão alegre da contribuição da pessoa à sociedade (PINCHOT, 1989).

Muitas são as atribuições e papéis desempenhados pelo empreendedor, pois nisso está seu diferencial como cidadão onde quer que ele se encontre: motor da economia, agente de mudanças, sonhador e realizador, responsável pelo crescimento econômico e desenvolvimento social, protagonista e autor de si mesmo, líder, capaz de alterar o mundo, um insatisfeito que transforma seu inconformismo em descobertas e propostas positivas para si mesmo e para os outros (DOLABELA, 2006). Trata-se de quem ousa viver, fazer e conquistar o que ainda não foi descoberto, identificado, explorado.

Podem assumir esse comportamento, o pesquisador, o funcionário público, o empregado da empresa, o político, os governantes, o professor, o artista, o escritor, o estilista, o publicitário, o poeta, o voluntário de uma ONG, uma autoridade religiosa, um produtor de eventos, o empresário etc. (DOLABELA, 2006). O que se vê é que qualquer um pode empreender, desde que a autoconfiança, a habilidade em assumir riscos, a flexibilidade, uma forte necessidade de se realizar e um desejo intenso de se tornar independente sejam visíveis em suas atitudes (AGOSTINI, 2014) sempre ousadas, originais, arrojadas, desafiadoras – e como não poderiam deixar de ser – inovadoras.

Um comportamento de empreendedor – com um perfil de tantas qualificações, inúmeros atributos e diversas competências – também tem sido exigência de muitas, boas e grandes empresas no Brasil aos candidatos às vagas de trainee e cargos de nível intermediário e estratégico. Muitos executivos chegaram ao topo de suas organizações – assim como suas empresas – graças a esse desejo de fazer acontecer, adotando valores, caminhos e estratégias para garantir uma carreira profissional progressiva e bem-sucedida.

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realização pessoal e de entendimento e construção da liberdade humana, o que significa abertura para a originalidade, permissão para os erros e inovação para a liderança.

Isso resulta numa busca insaciável por pioneirismo, excelência e inovação nos mercados em que o entrepreneur atua e interage, o que faz que esse tipo de comportamento – como sendo o ‘dono do negócio’ – seja bem aceito nas organizações onde esses trabalham. Em outros tempos, tal comportamento era visto como uma ameaça pelos gestores pelo medo de perda de poder.Kaufmann (1990) enfatiza que a capacidade empreendedora está na habilidade de inovar, de se expor a riscos de maneira inteligente e de se ajustar às rápidas e contínuas mudanças do ambiente de forma rápida e eficiente.

Para Filion (1999), um empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões, além de ser uma pessoa criativa, marcada pela capacidade de estabelecer e atingir objetivos, mantendo um nível de consciência do ambiente em que vive e utilizando-o para detectar oportunidades de negócios. Aos dispostos a aplicar sua criatividade em uma nova ideia, seja para identificar novos clientes, ou, ainda, para distribuir ou produzir de maneira diferente, algumas características são comuns quanto ao modo como eles imaginam, projetam e operam seus sistemas de atividade.

A partir de um resultado de pesquisa junto aos empreendedores mais bem-sucedidos, um perfil foi traçado com as características daqueles que buscam a mudança, reagem a ela e vislumbram uma oportunidade, nem sempre vista pelos demais. É o empreendedor que cria algo novo, diferente, transformando valores e conseguindo conviver com as incertezas e riscos inerentes ao negócio (DRUCKER, 1991).

Para isso, Filion (2000) destaca os fatores decisivos para a excelência, o sucesso e a prosperidade tanto de seu negócio quanto de sua carreira:

 Valores e cultura de empreendedorismo adquiridos por meio de contato com, pelo menos, um modelo empreendedor durante sua juventude;

 Experiência em negócios;  Diferenciação;

 Comprometimento;

 Trabalhadores incansáveis;

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 Trabalham em rede com moderação;

 Têm o próprio sistema de relações com os empregados;  Controladores do comportamento das pessoas ao seu redor;  Aprendizagem dos próprios padrões.

Com tantos aspectos positivos que desenham o perfil do empreendedor, há de se pensar que o mesmo seja um infalível, um “super-herói”, um mito, um posto inalcançável, um prestígio para poucos. Na realidade, empreender é um comportamento, que ao se exercer, tende a ser natural, espontâneo, chegando a ser despercebido por quem o pratica. Empreendedorismo é o espírito empreendedor, é a prática de empreender (o ato, a ação árdua, criativa, difícil e arrojada), é o resultado (efeito) dessa prática (a empresa, o empreendimento, o negócio). Não é arte nem ciência, mas sim prática e disciplina.

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2.2 Cultura Empreendedora

Entende-se por cultura um fenômeno dinâmico e presente em todos os momentos desempenhado e criado pelas interações sociais, moldada por comportamento de liderança através de um conjunto de estruturas, rotinas, regras e normas que orientam, restringem e determinam o comportamento (SCHEIN, 1985). Para Ernest (1985, p. 49), “a cultura é um sistema de valores e crenças compartilhados que modelam o estilo de administração de uma empresa e o comportamento cotidiano de seus membros”.

No entanto, não há, na literatura, um consenso para conceito de cultura, como também não se pode apontar com precisão os motivos que trouxeram o uso dessa expressão para abrangência maior e mais direcionada às organizações. Vejamos a evolução dessa definição e como foi usado ao longo das gerações, fases e fatos marcantes:

 A origem etimológica da palavra cultura remonta no verbo latino colere que, na antiga Roma, associava-se ao trabalho agrícola de cultivar a terra, de semear a natureza. O emprego do termo evoluiu ainda na própria Roma, passando à ideia de refinamento e sofisticação pessoal ou ainda de cultivo da natureza humana (SANTOS, 1983);

 Ao final do século XVIII, os estudos apontam que na Germânia usava-se o termo

kultur para se referir aos aspectos espirituais de uma comunidade, enquanto que a palavra francesa civilisation referia-se às realizações materiais de um povo (LARAIA, 2009);

 Em 1917, ambos os termos foram sintetizados pelo britânico Edward Tylor (1871, apud LARAIA, 2009) no vocábulo inglês culture que, tomado em seu amplo sentido etnográfico, remete-se a conhecimento, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábito adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade;

 Para o antropólogo americano Harris (1969), ao escrever um ensaio acerca do entendimento humano, John Locke procura demonstrar que a mente humana não ultrapassa uma caixa vazia no momento do nascimento, com capacidade ilimitada de obter conhecimento, pelo processo permanente de aprendizagem de uma cultura que se inicia com assimilação de valores e experiências a partir do nascimento de um indivíduo e que se completa com a morte, chamado de endoculturação pelo próprio John Locke;

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meados da década de oitenta, as organizações eram vistas, quase sempre, apenas como uma forma racional de coordenar e controlar um grupo de pessoas (SMIRCICH, 1983).

 Em 1983, o periódico Administrative Science Quarterly aprofundou as relações acadêmicas aos estudos organizacionais, quando Smircich (1983) traçou diretrizes para o entendimento de conceitos de cultura organizacional, dentre as quais se podem destacar a distinção entre a noção de cultura como variável independente, ou algo que a empresa possui, e a noção de cultura como metáfora da realidade organizacional, ou algo que a organização é de fato.

Na tentativa de integrar a visão que se tem de cultura com a de cultura organizacional, Fleury (2002) define a cultura não apenas como instrumento de poder, mas também como um

conjunto de representações sociais imaginárias que se constroem nas relações cotidianas da organização, expressas em valores, normas, significados e interpretações, visando um sentido de direção e unidade fazendo com que a organização seja fonte de identidade e de reconhecimento para seus membros.

Segundo Maranhão (2012), as definições sobre cultura organizacional trazem, como ideia central, a noção de um fenômeno estruturante, padronizante e estabilizante do comportamento, da maneira de agir e de pensar, da performance dos valores, das crenças e da transmissão de informações. Sabe-se que toda cultura organizacional é composta por alguns elementos que integram o constructo cultura, alguns mais citados pela literatura especializada, a saber: valores; crenças e pressupostos; ritos, rituais, cerimônias; estórias e mitos; tabus; heróis; normas (TAMAYO, 1996; NAVES; COLETA, 2003; FREITAS, 2007).

Quanto à Cultura Empreendedora, sabe-se que essa expressão vem sendo difundida e definida como um sistema abrangente de atividades que fomentem uma educação voltada à liderança, à inovação e ao empreendedorismo, sistema esse bem maior que apenas disponibilizar cursos de criação de novos negócios, estimular a formalização desses negócios e criar ambientes e dispor de recursos propícios ao gerenciamento de empresas.

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agregando valor, ou seja, toda e qualquer solução que gere mais valor, novos conhecimentos, novas e melhores soluções para problemas (DAVILA et al, 2007).

De um modo geral, inovação é o “esforço para gerar novidade, novos processos, novas práticas, novos métodos, enfim, novas ações com base em informação e conhecimento, tendo a ambiência das comunidades educacionais, tanto a interna como as condições gerenciais, de infra-estrutura e tecnológica, como a externa como as redes sociais como fatores que possibilitam o desenvolvimento do compromisso das pessoas com a inovação, afirma Souza

et al (2013)

Para Dornelas (2001), o SEBRAE é um dos órgãos mais conhecidos pelo pequeno empresário brasileiro, que busca junto a essa entidade todo o suporte de que precisa para iniciar sua empresa, bem como consultorias nas áreas de gestão como finanças, mercado e estratégias. Nestes órgãos, podem-se citar alguns exemplos como: Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (ANPROTEC), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ENDEAVOR.

Em se tratando de cultura empreendedora em instituições de ensino superior, Leite (2012) constata que, enquanto que na universidade tradicional as atividades de ensino, pesquisa e extensão estão voltadas prioritariamente para a produção de conhecimentos e formação de especialistas, na universidade empreendedora, agregam-se ao tradicional os aspectos da inovação tecnológica (geração, adoção e transferência) e da formação de empreendedores, em resposta às demandas da sociedade em permanente estado de transformação.

A cultura empreendedora em Instituições de Ensino Superior (IES) também pode ser entendida como Universidade Empreendedora que, segundo Ropke (1998) apud Guaranys (2010), pode significar três coisas, embora todos os três aspectos sejam condições necessárias e suficientes para tornar uma universidade empreendedora:

1. A universidade, como uma organização, se torna empreendedora;

2. Os membros da universidade – corpo docente, discente e funcionários – se tornam, de alguma maneira, empreendedores;

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Uma universidade empreendedora possui três missões: ensino, pesquisa – que tem foco na transferência de conhecimento, sobretudo em tecnologia para o setor produtivo, através da geração de empresas e da elevação do nível tecnológico das empresas existentes – e desenvolvimento social e econômico.

Cinco caminhos são apontados por Clark (1998 e 2000) para a formação de um ambiente empreendedor numa IES. São eles:

1. Reforçar o núcleo gerencial; incrementar o desenvolvimento das unidades periféricas à estrutura tradicional: escritórios de transferência de tecnologia e de consultoria,

2. Educação continuada e unidades multidisciplinares; 3. Ter uma base de financiamento diversificada;

4. Ter departamentos acadêmicos tradicionais engajados no empreendedorismo; 5. Internalizar a cultura empreendedora.

Já Etzkowitz (2003) apresenta seis elementos-chave de uma universidade empreendedora: 1. A organização do grupo de pesquisa;

2. A criação de uma base de pesquisa com potencial comercial;

3. O desenvolvimento de mecanismos organizacionais para levar a pesquisa para fora da universidade como propriedade intelectual protegida;

4. A capacidade de organizar empresas dentro da universidade;

5. A integração de elementos da academia e da empresa em novos formatos, como os centros de pesquisa universidade-indústria;

6. A atuação no desenvolvimento econômico e social regional.

Segundo Guaranys (2010), os seguintes aspectos caracterizam o modelo proposto de uma universidade empreendedora:

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 Ensino de empreendedorismo em nível de graduação (formação complementar através do domínio adicional), pós-graduação e extensão (educação continuada);

 Formação de uma nova geração de empreendedores;

 Organizações que realizam serviços profissionais por meio do trabalho de alunos, sob a orientação de professores, com vistas à prática profissional e ao atendimento de necessidades da sociedade (Empresa Júnior; Núcleo de Prática Jurídica; Serviço de Psicologia Aplicada etc.);

 Incubadoras que apóiam a criação e a consolidação de empresas como forma de transferência de conhecimento (tecnologia e gestão) para a sociedade, gerando desenvolvimento socioeconômico e regional (Incubadora Tecnológica; Cultural etc.);  Realização de ações de disseminação da cultura empreendedora e apoio a

empreendimentos sociais e econômicos, com o objetivo de gerar sustentabilidade e desenvolvimento socioeconômico regional (Incubadora de cooperativa populares; Incubadora social de comunidades; Desenvolvimento Local – Cidades/Municípios/Comunidades; Arranjos Produtivos Locais (APLs) etc.);

 Os dirigentes da universidade empreendedora são empreendedores, e são escolhidas pessoas com características empreendedoras para os cargos gerenciais;

 Possui governança interna que gera articulação permanente entre os diversos atores da universidade empreendedora;

 Possui governança externa que gera comprometimento e fluxo de informações com seus financiadores e parceiros;

 Os recursos financeiros são de origem diversificada (próprios, públicos e privados), com o propósito de promover a auto-sustentabilidade;

 Dirigentes e docentes propõem atividades, participam ativamente delas e/ou as lideram com outras organizações em sua região, comunidades, cidades, setores da economia ou áreas cientificas, como contribuição para a sociedade (conselhos, grupos de discussão, painéis, seminários, congressos etc.).

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2.3 Educação Empreendedora

Considerando que as instituições de ensino são as grandes disseminadoras do conhecimento, e que podem ser formadoras de indivíduos empreendedores, é necessário que estas deixem de lado a forma arcaica de ensino, a qual se preocupa unicamente com a formação de funcionários e utilizem estratégias inovadoras que facilitem o processo de aprendizagem dos alunos.

Segundo Freitas (2008), a educação empreendedora se trata de conjunto de ações desenvolvidas pelo sistema educacional com o objetivo de valorizar o papel do empreendedor, disseminar a cultura empreendedora e despertar vocações empresariais. Busca criar na escola e na sociedade uma mentalidade empreendedora através do estímulo à geração de negócios. Para tanto, as universidades precisam estar em sintonia com as transformações, visando à alta qualificação das pessoas e a preparação delas para o mercado de trabalho e dos negócios, em especial, para a constituição de empresas voltadas para o desenvolvimento de novos produtos, processo e serviços, capazes de desenvolver um ambiente propício à disseminação da cultura empreendedora.

No entanto, o que se percebe é um distanciamento do que é ensinado na graduação com a realidade socioeconômica atual. De acordo com Hoeltgebaum e Tomio (2002), os cursos de graduação geralmente utilizam exemplos de grandes empresas ou corporações, sendo que as empresas de micro e pequeno porte somam a grande maioria das empresas registradas no Brasil. É por meio de um ensino, voltado para as necessidades sociais da comunidade que se formarão futuros e verdadeiros empreendedores.

Segundo Ferreira e Mattos (2003), as práticas de ensino que incentivam o empreendedorismo são aquelas que simulam uma situação de empreendimento e que são atividades práticas, interativas e construtivistas. Para esses mesmos autores (2003), as metodologias que se limitam à simples transmissão de conhecimento, tendem a inibir o potencial de autodesenvolvimento e criatividade dos alunos. Conforme Marcarini, Silveira e Hoeltgebaum (2003) quanto mais o estudante é exposto a experiências empreendedoras, maior será seu potencial empreendedor.

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de Management of New Enterprises, para 600 alunos do segundo ano do MBA em Administração. Em fevereiro de 1947, 188 estudantes começam o curso. Um pouco mais tarde, em 1953, Peter Drucker agrega ao ensino de empreendedorismo o conceito de inovação e inicia o curso Entrepreneurship and Innovation, na New York University. (KATZ, 2003) No Brasil, o primeiro curso de empreendedorismo acontece em 1981, na Fundação Getúlio Vargas, como disciplina ‘Novos Negócios’ no curso de especialização em Administração para Graduados, ministrada pelo Professor Ronald Degen. Vejamos o histórico do ensino do empreendedorismo no país (DOLABELA, 2000) apresentado a seguir:

 Em 1984, na Fundação Getúlio Vargas em São Paulo, com a disciplina ‘Criação de Novos Negócios – Formação de empreendedores’ no curso de graduação em Administração de Empresas, ministrada pelo professor Ronald Degen;

 Em 1984, na Universidade de São Paulo, com a disciplina ‘Criação de empresas’ no curso de graduação em Administração de empresas, ministrada pelo professor Silvio Aparecido dos Santos;

 Em 1984, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com a disciplina ‘Criação de empresas’ no curso de graduação em Ciência da Computação, ministrada pelo professor Newton Braga Rosa;

 Em 1985, na Universidade de São Paulo, com a disciplina ‘Criação de empresas e Empreendimentos de Base Tecnológica’ no curso de pós-graduação em Administração de Empresas tendo a Faculdade de Economia e Administração (FEA) como responsável;

 Em 1996, na Universidade Federal de Pernambuco, com a disciplina ‘Empreendedorismo’ no curso de graduação em Ciência da Computação, ministrada pelo professor Fábio Silva e Hermano de Moura.

Outras iniciativas também merecem destaque, ainda segundo Dolabela (2000) como:

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volver estudos na área de Empreendedorismo, na Universidade Federal de Minas Gerais;

 Em 1992: O Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR), responsável por aproveitar resultados acadêmicos na indústria, na Universidade Federal de Pernambuco e Fundação de Apoio à Ciência do Estado de Pernambuco (FACEPE);

 Em 1995: A Escola de Empreendedores, responsável por sensibilizar o ensino do empreendedorismo, na Universidade de Brasília e SEBRAE do Distrito Federal;  Em 1996: O Projeto Gênesis, responsável por estimular a incubação universitária, no

Programa Softex em parceria com o CNPQ;

 Em 1996: O Projeto Softstart, responsável por estimular o ensino do empreendedorismo, no Programa Softex em parceria com o CNPQ;

 Em 1996: O Projeto Gênesis para a Inovação e Ação Empreendedora, responsável por desenvolver atividades nas áreas de incubação de empresas, de pesquisa e ensino de empreendedorismo, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro;

 Em 1997: A Rede de Ensino Universitário de Empreendedorismo (REUNE), responsável por disseminar o ensino de empreendedorismo nas universidades mineiras, no Instituto Evaldo Lodi (IEL), Sebrae MG e Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais e Fundação João Pinheiro.

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empreendedora na comunidade, como na busca de exemplos, casos e histórias que possam influenciar, educar e inspirar alunos.

Da mesma forma, o CE precisa ter forte integração com outras partes da universidade, uma vez que o tema empreendedorismo é transversal, não só abrangendo a criação de novos negócios, mas o desenvolvimento de uma série de competências pessoais que servem para qualquer tipo de carreira.Sendo assim, o CE deve atuar como um elemento central que estabelece conexões de alto valor para os meios, funcionando como um tipo de hub de interesses que usa as relações para gerar benefícios para todos, conforme apresentado na Figura 2.

FIGURA 2 – Centro de Empreendedorismo como um hub de conexões

Fonte: Hashimoto (2013)

Para Carson e Gilmore (2000), os CE contribuem com o desenvolvimento do ensino de empreendedorismo e geram receita adicional por meio de consultoria e atividades de pesquisa. Além dessas categorias, Menzies (2009) também sugeriu atividades de ensino:

Pesquisa: atividades relacionadas com a geração do conhecimento em empreendedorismo, aprimorando a qualidade do conteúdo explorado em sala de aula e conduzido pelo corpo de professores pesquisadores (SANDBERG & GATEWOOD, 1991). Envolve a produção acadêmica de artigos, livros, relatórios e outras formas de publicação;

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Prática: Atividades relacionadas com a aplicação do conhecimento em empreendedorismo. Envolve não só atividades de consultoria, mas uma variedade grande de iniciativas que englobam competições em geral: de pitching, de planos de negócios, de inovação e criatividade, de sumários executivos, feiras de negócios etc. Filion (2000) ressalta as diretrizes – guias, rumos e indicadores – para um ensino em que o empreendedorismo seja mais que uma disciplina ou curso, mas um estilo de gestão, de atuação, de vida, como se vê no quadro abaixo.

QUADRO1 – Diretrizes para atividades do ensino do Empreendedorismo

 Cada curso deverá ser concebido de modo a permitir que cada participante identifique o que quer aprender e defina a estrutura na qual vai aprender (Filion, 1989);

 Cada curso deverá incluir estratégias de multiinstrução;  Cada curso deverá ser concreto e prático;

 Cada curso deverá apresentar material que será útil na prática quando o curso estiver concluído;

 Cada curso deverá ser visto pelos participantes como uma atividade de aprendizagem, e não apenas como transmissão de conhecimento pelo professor;

 Cada curso deverá incluir interação com empreendedores reais por meio de estudos de casos, vídeos e reuniões com empreendedores em sala de aula e trabalhos de campo em que pelo menos um empreendedor seja estudado a fundo;

 Cada curso deverá incluir acompanhamento pessoal dos objetivos de aprendizagem de cada participante. A formação empreendedora lembra a formação de liderança ao requerer um mínimo de acompanhamento individual;

 Os estudos de casos deverão ser adaptados às características da área. Eles deverão ajudar os participantes a aprender a entender contextos e a definir situações.

Fonte: FILION, 2000

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Sobre o Empreendedorismo dentro de uma instituição de ensino superior, Brito Filho (1999) relata que este pode ser o elo que falta para a cooperação entre a universidade e a empresa. De acordo com o autor, a aproximação da universidade com o setor produtivo nos anos 90 foi apenas por uma questão de sobrevivência entre as partes, mas que representou avanços significativos para a sociedade, devido aos resultados que se propôs alcançar.

A seguir, os objetivos da Educação Empreendedora aqui apresentados, segundo Rabbior (1990).

QUADRO2 – Objetivos da Educação Empreendedora

 Conscientizar a respeito do empreendedorismo e da carreira empreendedora, lançando sementes para o futuro;

 Influenciar/desenvolver atitudes, habilidades e comportamentos empreendedores;

 Desenvolver qualidades pessoais relacionadas às competências necessárias para o mundo moderno: criatividade, assumir risco e assumir responsabilidade;

 Estimular a criação de negócios/novas iniciativas. Apoiar o desenvolvimento destas;

 Gerar empregos;

 Desenvolver conhecimentos, técnicas e habilidades focado no mundo dos negócios e necessários para a criação de uma empresa;

 Auxiliar empreendedores e empresas, através de conhecimento e ferramentas, a melhorar sua competitividade.

Fonte: Rabbior (1990) adaptado por Lopes (2010)

Uma universidade que almeja assumir um perfil empreendedor deveria ter como meta primária a criação de um setor interativo capaz de atuar como um núcleo de empreendedorismo. Este núcleo estaria atrelado a um ambiente empresarial dentro da universidade, integrado fortemente ao ensino, extensão e pesquisa, de tal maneira que as demais ações de interação com o setor produtivo ocorreriam espontaneamente (BRITO FILHO, 1999).

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Vejamos o quadro a seguir com a comparação das realidades do modelo de educação: a tradicional e a empreendedora, a que oprime e a que liberta, como bem apregoava Paulo Freire (1968) em sua reverenciada obra A Pedagogia do Oprimido.

QUADRO 3 – Antiga Escola versus a Nova Escola do empreendedorismo

A ANTIGA ESCOLA DIZIA A NOVA ESCOLA DIZ

Não pense muito acerca do empreendimento. Execute-o.

Empreendedores bem-sucedidos são pensadores críticos, bem como orientados para a ação.

Encontre qualquer oportunidade. Não importa qual seja. Agarre-a. Coloque-a em prática.

Construa e confie na experiência pessoal em atividades industriais, nos conhecimentos técnicos anteriormente adquiridos. Isto contribui

para a formação da “experiência empreen

-dedora”.

Espere no mínimo você ter 35 anos. Qualquer idade pode ser a idade certa, porém as carreiras singulares mostram que se deve começar o mais cedo possível.

Fazer primeiro o plano de negócios. Planos de negócios tomam muito tempo e não são apropriados para muitos empreendimentos. Fazer um criativo

Focalizar exclusivamente a “venture statrt-up”,

quase sempre o empreendimento inicial. “Empreendedorismo” é uma carreira, composta mais frequente que nunca, de múltiplas ventures.

Como tal, outras iniciativas “empreendedoras”

existem junto às janelas de oportunidades que se abrem para o primeiro empreendimento.

Valorizar de forma exagerada todas as sugestões que lhes são feitas.

Empreendedores bem-sucedidos filtram com bastante cuidado as sugestões que recebem.

Pouco ou quase nada se discute sobre questões éticas. Na melhor das hipóteses dedicam umas horas de reflexão sobre o tema, e não certamente como um princípio do curso.

O respeito pela ética é um fator crítico para o sucesso a longo prazo para o empreendedor. As questões ligadas à ética são itens fun-damentais do programa do curso.

Fonte: Leite, 2012

São várias as ações que podem auxiliar no desenvolvimento do empreendedorismo dentro das universidades:

 Criação de disciplinas que estejam voltadas a este tema, tanto na graduação quanto na pós-graduação;

 Incentivo à criação de empresas juniores e incubadoras de empresas;

 Sistema de consultoria envolvendo os docentes e discentes das universidades e o setor produtivo.

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 Descrever o papel do empreendedorismo e sua contribuição para o desenvolvimento econômico do seu país;

 Reconhecer a necessidade de um processo contínuo de aprendizagem para a expansão de seu empreendimento;

 Identificar, através de um conjunto de processos, seus pontos fortes e fracos como empreendedor;

 Identificar novas oportunidades de negócios e ampliação dos mercados já existentes;  Desenvolver um plano de negócio que inclua vários componentes, tais como aspectos

financeiros, produção, recursos humanos e marketing;

 Identificar e utilizar serviços de apoio de entidades voltadas para o fomento do empreendedorismo;

 Ser capaz de implementar estratégias gerenciais eficazes.

Dolabela (2003, p. 106) defende a ideia de que as relações sociais e a vida pessoal impregnadas pela emoção consistem a matéria-prima do sonho e a base mais rica para dar significado aos conteúdos das disciplinas. Ainda segundo o autor, ao abraçar a pedagogia empreendedora, o professor estará se envolvendo em uma estratégia de ensino-aprendizagem com estas características:

A partir dos escritos de Hynes (2005) é proposto um modelo de processo para a educação empreendedora que designa estruturas alternativas e mecanismos de conhecimento, para assegurar que a aprendizagem correta ocorra. Para isto, metas são estabelecidas para a aprendizagem de conhecimentos, habilidades e atributos. Hynes subdivide em três as atividades de desenvolvimento de empreendedores em:

Para Ferreira e Mattos (2003), o empreendedorismo dificilmente poderia ser ensinado, nesta linha de raciocínio; destaca-se que um dos grandes problemas enfrentados no ensino de empreendedorismo é a ideia de que as características empreendedoras são inatas ao ser humano e, desta forma, apenas pequena parte delas estaria providas do ato de empreender. Por fim, segundo pesquisa da Endeavor (2012, p. 45-46) sobre Empreendedorismo nas Universidades, as instituições de ensino superior devem:

 Incentivar o ensino através da experiência;  Aprofundar o ensino do empreendedorismo;  Distribuir melhor a oferta de cursos;

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 Aproximar ainda mais a universidade do mercado de trabalho;  Fazer com que o estudante se sinta capaz;

 Estimular o empreendedorismo entre as mulheres.

O quadro abaixo apresenta meios, recursos e a importância de se abordar o empreendedorismo, segundo Hynes (2005), com atividades desenvolvidas para fins de ensino-aprendizagem.

QUADRO 4 – Subdivisão das atividades de desenvolvimento de empreendedores

Métodos Recursos Importância

Métodos didáticos (Teóricos)

Aulas expositivas, prescrição de leituras, adoção de livros de texto, elaboração de planos de negócio e promoção de seminários.

O uso desses métodos didáticos ajuda os estudantes a usar dados imediatos e analisar e interpretar esses dados; e fornecem informações que ajudam osdiscentes a alcançar os objetivos cognitivos do programa com métodos de construção de habilidades.

Métodos de Construção de

Habilidades

Estudos de casos, discussões em grupo, brainstorming e assemelhados.

Estes métodos são usados para aumentar a efetividade no comportamento dos estudantes, o que resulta na melhoria de habilidades pré-existentes e no desenvolvimento de novas habilidades.

Métodos de Descoberta (Experiências)

Resolução de problemas e situações do mundo real, contatos com organizações externas para a constituição de relacionamentos úteis para a carreira profissional.

Esses métodos encorajam a aprendizagem através da desco-berta e da aprendizagem experiência.

Fonte: Hynes (2005), adaptado por Santa Rita et al. (2008).

Para tanto, Tomaz e Bittencourt (2013, p. 312) sugerem programas e metodologias para uma educação empreendedora, uma educação em que os jovens desenvolvam habilidades e que disseminem conhecimentos para o empreendedorismo e para a inovação:

 Jogos empresariais: games que além de proporcionar conhecimento possibilitam o entretenimento e a integração dos estudantes com conteúdos que podem ser explorados e associados ao empreendedorismo;

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 Dinâmicas: explorar temas que desenvolvam conhecimento, habilidades e atitudes empreendedoras;

 Debates: a partir das vivências, de textos, dos filmes e dos jogos utilizados para disseminar o empreendedorismo;

 Estudos de caso: tomando por base os livros editados pelo Sebrae com histórias de sucesso.

Para Filion (2003), a educação representa um papel fundamentalno desenvolvimento de uma sociedade empreendedora e, muitas vezes, supõe erequer dimensões mais ligadas à aprendizagem da liderança e a outros conhecimentos do que às práticas de negócios.

Por fim, segundo Volker (2001), a Universidade, através do ensino do empreendedorismo, deve por meio da capacitação dos seus alunos a aquisição das riquezas do conhecimento, da comunicação e da criatividade, podendo conscientizar os seus alunos sobre a riqueza na forma de bens e na forma de capital (humano, social, intelectual, monetário entre outros). Essa construção passa, evidentemente, pelos processos de produção, concentração, distribuição e ampliação desses capitais.

Imagem

TABELA 1 –  Número de registros das expressões EXPRESSÕES PESQUISADAS  SCIELO*
FIGURA 2 – Centro de Empreendedorismo como um hub de conexões
FIGURA 3 – Convite aos docentes por e-mail particular
FIGURA 5 – Convite aos alunos concluintes pelo Facebook (grupo fechado da disciplina)
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Referências

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