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Aspectos da determinação da área basal em função da média aritmética dos diâmetros: II - vícios na determinação da área basal retirada.

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Academic year: 2017

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ASPECTOS DA DETERMINAÇÃO DA ÁREA BASAL E M

FUNÇÃO DA MÉDIA ARITMÉTICA DOS DIÂMETROS.

II — Vícios na Determinação da Área Basal Retirada (*).

Ricardo A . A . Veiga ** F. Pimentel Gomes *** Cássio R. M. Godoy ****

Vivaldo F. da Cruz ****

Em estudos teóricos, em amostras geradas em computador, e em desbastes conduzidos em povoamentos florestais, foram determinados os vícios cometidos no cálculo da área basal retirada a partir da média aritmética dos diâmetros. Os resultados contra-indicam êsse tipo de cál-culo para a determinação da área basal retirada, devendo ser utilizada a determinação a partir da soma dos quadrados dos diâmetros.

INTRODUÇÃO

Em manejo florestal, são constantemente necessárias determina-ções da área basal dos povoamentos. Os dados podem ser obtidos com aparelhos de contagem angular ou através de mensuração de diâme-tros em amostras representativas dos maciços.

No caso das parcelas de amostragem, os cálculos de área basal podem ser realizados ou a partir da soma dos quadrados dos diâme-tros, ou a partir da média aritmética dos diâmetros. Embora ambos os processos sejam utilizados, o último pode trazer vícios muitas vezes graves, como procura enfocar o presente trabalho para o caso especí-fico da determinação da área basal a ser retirada em desbaste.

* Trabalho entregue para publicação em 13/8/71.

** Professor Titular de Silvicultura na Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu. *** Professor Catedrático, Chefe do Depto. de Matemática e Estatística da ESALQ.

(2)

MÉTODO

Indiquemos por d o diâmetro de uma árvore, medido por

con-ij

venção a 1,30 m do solo, com i = 1 representando as árvores retiradas em desbaste e i = 2 as remanescentes. Representemos por N o

nú-d

mero de árvores retiradas. A média aritmética dos diâmetros reti-rados será

2 ( L .

1

J

dd - ÈT

d enquanto

representará o diâmetro quadrático médio retirado.

Desse modo, a área basal retirada poderá ser calculada ou a par-tir da média aritmética dos diâmetros

ou também por

T - » 7T _ ,2 7T A T ^ 2

d 4 j J-J 4 d a

essa determinada a partir da soma dos quadrados dos diâmetros. Desenvolvimento Teórica

Procuremos o vício cometido na determinação da área basal a partir da média aritmética dos diâmetros retirados. Em relação à área calculada a partir da soma dos quadrados dos diâmetros, será dado pela tendenciosidade

ou seja

(s d )2

B , - B* = s d?* *

d d

j U

N d

(3)

Desenvolvendo essa equação, teremos

B , - B' - (N - 1) - 2 d d 4 v

d J

d

de modo análogo ao demonstrado para tendenciosidade relacionada à área basald o povamento antes do desbaste (VEIGA, 1971), e a estimativa será dada por

*A ' - — í - ( N . - 1)

s

2

,

d d 4 v

d 7

d

Na prática silvicultural do desbate é comum serem cortadas ár-vores inferiores a um D . A . P . escolhido previamente, incluindo na retirada algumas de diâmetro superior, desde que portadoras de ca-racterísticas indesejáveis. Devido a isso procuraremos estudar o ví-cio B - B' no caso de serem extraídas todas as árvores até

diâ-d diâ-d

metros previamente escolhidos.

Admitamos que os diâmetros medidos a 1,30 m do solo seguem distribuição normal, que é contínua com função de densidade

2 2 1 - ( X -

nf

/2

a

n ( x ) — —_____ e - oo < x < ao

Para a função de distribuição, tem-se

M r , 1 f " ( t * " ) 2 / 2 ^ ^

N ( x ) = - — / e dt

* V

2

*

oo

Para determinação da variância dos diâmetros retirados ( o -d) ,

pode-se partir de

" d ^ M

2 d • ( M

l d }

onde a' e a' representam o primeiro e o segundo momento em

ld 2d

relação à origem, na distribuição. Esses momentos são dados por x 2 2

1 r 2 - (t -

M W

2

o-p

— / t e dt

— p - 0 0 ,

M

2 d x 2 2

1 /• - (t - /_) /2 <7p

."7½—

/ e dt

V

7 2

(4)

1 x

* - ( t - M)^/2 or2

Tyff J

1 e dt

P V

— GO

"'id = " ~

1

Ç -

(t -

/l)

/2 (Tp

,/ o

/ e d t

Estabelecendo-se uma translação de eixos de modo a fazer JJ. = 0, e fazendo a transformação y = t/ o-p, teremos

l r 2 - y?/2

Y T 7 •/ y e d y

2 2

ffd"'P 1 z 2/ P

z 2 ~ 2

2 y 2 x - ôo

i } - y2

/ 2

_ }TT7 J

e dy

_

Mas pela transformação w = y2/ 2 tem-se 0 2

— / y e J dy =

/

2

^

r — OO

1

9-

1/2 - w .

— — — - / w e dw = 0,5

pois a função integrada é par e

0 0 2

1

/* y 2

e " y 1 2 dy =

1

P

(3/2) = 0,5

(5)

Por outro lado a determinação do número de árvores retiradas pode ser feito através de

N

d =

\ - _ = , - / e

- y 2 / 2

dy

r

— 0 0

onde

n 9 0 0 2

— / e

dy = — / e dy =

1

/ 2

V _l

l / 2

^ o

= 0,5

e

i /* - y

/2

J i

— / y e J

dy = _ _ —

-]/ 2

x _ ^

V

2

T

pois a função integrada é impar e

0 0 o

1

f

- y

/2

^ i

n

m 1

— / y e * dy = _ _ _ _

(1) = — _ — .

]/ 2

T

0 ] / 2

7T

Desse modo, considerando-se

_ N

x ix N -

10

X = =

1 0

M

"

M

• ' •

Z =

<r

=

<7 10

P P

chegaremos à equação teórica que indica o vício cometido na deter-minação da área basal retirada a partir da média aritmética:

1 2

(

F

! )

B

d " B

' d = ( N P

F

4>

4

" í " ° '

5

+

F

2 " 0,5 + F3

para z > 0, e

1 2

(F

1

)

B

d " B

' d - t N

p "

*V

4

"T" °'

5

"

F

(6)

para z < O, onde

F _

1

r -

y / 2

1 / T r

0> y

6 d

y

F

- - 1 ^ }

2

2

i/ " 2 V Q/ y

e d

y

F = — i —

r ~

y / 2

i i F

4

=

0,5 + F~

F

5

=

0,5 - ~FI

o o

Estudo em populações geradas

No computador eletrônico

IBM-1130

da Escola Superior de Agri-cultura "Luiz de Queiroz", foram geradas amostras segundo valores previamente escolhidos de a e constantes no quadro I. Os

diâme-tros foram gerados ao acaso de modo a fornecerem acumuladamente os valores de

. 2 / . d.. . 2/. d.. i, ] i ] , 3 i]

para as faixas de extração contendo todas as árvores até o diâmetro limite de

10

d.. ~- fi

13 N

N = 2, 3, . . 12

com a = d representando a média aritmética dos diâmetros das

p

(7)

Estudos em Populações Reais

As tenciosidades foram também calculadas para 15 povoamentos desbastados, cujos dados estão relacionados no quadro I I . Os des-bastes foram conduzidos em Araucária angustifolia (Bert) O Ktze em propriedades da Celulose Cambará, no Estado do Rio Grande do Sul, e em Pinus no Horto Florestal de Tupi, Estado de São Paulo. Os da-dos referentes a Pinus foram cedidos pelo Dr. Alceu de-Arruda Veiga,

(8)

RESULTADOS

Estudos em Amostras Geradas

Com base nos resultados de 2 d e s d2 obtidos nas

di-j ldi-j di-j U

ferentes faixas de extração das 20 populações indicadas no quadro I , foram determinados os valores do vício B — B ' , assinalados no

d d

quadro I I I . Foram também calculados os vícios percentuais, rela-cionados no quadro I V .

Estudos em Amostras Reais

Com os dados coletados na prática e reunidos no quadro I I , fo-A fo-A fo-A fo-A fo-A ram determinadas as tendenciosidades B — B elOO(B — B ' ) / B .

(9)

Para estudos de correlação, tomaram-se as variáveis.

A A

B - B'

X l

= 100 — — (%)

X g = B\ ( c m

2)

2

X „ = sd ( c m )

X 4 = C. V . d (o/o)

empregando-se a transformação

are sen

1 /

P 100

para as variáveis expressas em porcentagem. Encontraram-se os se-guintes coeficientes de correlação linear:

r = 0,6886 **

r l g = 0,7131 **

r = 0,9963

14

com ( * * ) representando a significância ao nível de 1% de probabili-dade, determinada através do teste t com N — 2 graus de liberdade.

Estudos em Amostras Teóricas

Para estudos teóricos tomou-se uma população de {JL = 10,2 cm e o2

= 15,25 cm2

, iguais aos jl e s2

determinados para a amostra 10, P

escolhida por sorteio realizado ao acaso entre 15 relacionadas no quadro I I . As integrais foram solucionadas segundo a Regra de Simpson, com auxílio de computação eletrônica. Os resultados

en-A en-A

(10)

quadro V I . Para comparação foram gerados diâmetros ao acaso com as citadas médias e variância, e a partir dos resultados foram

calcula-A calcula-A

dos os valores correspondentes a B — B ' também apresentados no d d

(11)
(12)
(13)
(14)

DISCUSSÃO

Depreende-se do exame dos dados do quadro I I I que em cada amostra os valores do vício B — B ' aumentam à medida em que

d d

aumenta o valor de N da faixa de extração limitada pelo diâmetro

J N

d.. = JU

13

10

Do quadro I I I observa-se que em populações de idênticos ^ e N , a tendenciosidade é maior nas de maior o , quando se

consi-P consi-P dera a mesma faixa de extração, o que já era de se esperar pela

própria equação deduzida no estudo teórico.

A comparação dos resultados de B — B ' calculados teorica-d teorica-d

mente para faixas de extração limitadas por

a

N

d.. = u

(15)

em populações de Op a e N p previamente escolhidos, com valores

calculados com dados coletados na prática para a amostra 10, aponta a viabilidade de estimativa teórica dessa tendenciosidade a partir das equações apresentadas neste trabalho.

Do exame do quadro I I I depreende-se que os valores encontrados

A A

para B — B ' nas amostras geradas são pequenos quando

compara-d compara-d A A

dos com os relacionados a B — B ' , apresentados por VEIGA P P

(1971). Para desbaste de poucas árvores ou em desbaste de amostra de pequena variância dos diâmetros, como já se discutiu, os valores da tendenciosidade são pequenos, chegando a ser praticamente nulos-Mas para maiores retiradas ou maiores variâncias aumentam, a ponto de ter-se para amostra E 2,30 m2

/ha para a extração até o diâmetro de (12/10)

A Na prática 14 das 15 amostras desbastadas apresentam o vício,

B — B' superior a 0,4 m2

/ha, como mostra o quadro V, encontrando-d encontrando-d

se como o maior valor l,49m2

/ha.

A A

B d - B 'd

O vício 100 aumenta com o aumento da

heteroge-A

neidade dos diâmetros da população retirada, como se depreende dos coeficientes de correlação linear positivos e significativos entre as

estimativas em 15 amostras desbastadas na prática e os valores s2

, s e C. V. correspondentes. A variável que melhor se correlacionou

d d

com o vício foi o coeficiente de variação dos diâmetros retirados. O exame do quadro V I mostra ser variável o valor apresentado por essa tendenciosidade nas diferentes amostras geradas, com a possibilidade de encontrar-se valores altos para

100 *

B

d

inclusive superiores a 90% .

(16)

100 *

é cometido em porcentagens sempre superiores a 5 %, encontrando-se no máximo 12,18%, e com 7 desbaste apresentando porcentagem su-perior a 9%, resultando ser preferível na prática a determinação da área basal retirada a partir da soma dos quadrados dos diâmetros.

CONCLUSÕES

Da discussão dos resultados podem ser tiradas as seguintes con-clusões :

a — A determinação da área basal retirada a partir da média arit-mética dos diâmetros conduz a um vício, quando comparada com a média determinada a partir da soma dos quadrados dos diâmetros, dado por

B - B' = - - — (N _ - 1) , 2

d d 4 d d

e é, pois, diretamente proporcional ao produto do número de árvores pela variância dos diâmetros retirados.

b — As tendenciosidades B — B ;

podem ser determinadas teori-d teori-d

camente para populações com distribuição normal dos diâme-tros, pelas equações

B^ - B ' , - (N - F , ) (7^ R , para z > 0

d d p 4' P 1 ^

B^ - B' = (N - F K) c r 2

R 0 para z < 0 d d p 5 P 2

onde

x N 2 z = x = — ^ - ix - ix x

N

(/x , (7p)

(17)

Determinações realizadas com essas equações não diferiram significativamente dos vícios calculados em povoamento

(18)

c — Os vícios determinados em populações geradas em muitos ca-sos assumiram valores elevados, confirmando os encontra-dos em amostras reais, onde, de 15 povoamentos desbastaencontra-dos

A A

14 apresentaram para B — B ' mais que 0,4m2/ha, enquan-to para d d

A A

100 *

A

7 superaram 9% e todos apresentaram vício superior a 5%. d — Os resultados encontrados em população teóricas, e em

amos-tras geradas e confirmados em povoamentos reais, contra-indicam o uso da média aritmética dos diâmetros para

de-terminação da área basal retirada. SUMMARY

THE USE OF THE ARITHMETIC MEAN OF DIAMETERS I N THE ESTIMATION OF BASAL AREA. I I . BIASES I N THE ESTIMATION OF CUT OUT BASAL AREA.

As shown by PIMENTEL GOMES (1965), the theory proves that the use of the arithmetic mean of diameters to estimate basal areas in forestry leads to a bias. This paper evaluates this bias in the com-putation of cut out basal area in forestry thinnings, by means of theoretical study, samples generated in a computer, and also through the study of actual populations of trees in groves of Araucaria angus¬ tifolia (Bert.) O. Ktze, Pinus elliottii Eng., P. taeda L. and P. caribaea var. hondurensis Mor. The study thus carried out showed that the bias indicated can be rather serious.

LITERATURA CITADA

P I M E N T E L GOMES, F. — 1965 — Inconvenientes do uso do valor médio do diâmetro para determinações da área basal. Anais da E. S. A. "Luiz de

Queiroz" 22: 111-116.

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