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Efeito protetor do suco de laranja vermelha e dieta hiperlipídica nos parâmetros fisiológicos e marcadores bioquímicos em ratos submetidos à dieta hiperlipídica

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Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

Faculdade de Ciências Farmacêuticas

Programa de Pós Graduação em Alimentos e Nutrição

Ciências Nutricionais

Gisele Massafera

Efeito protetor do suco de laranja vermelha e dieta hiperlipídica

nos parâmetros fisiológicos e marcadores bioquímicos em

ratos submetidos à dieta hiperlipídica

Orientador: Profª. Drª. Thais Borges César

Coorientadora: Prof.ª. Drª. Telma Maria Braga Costa

(2)

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

Faculdade de Ciências Farmacêuticas

Programa de Pós Graduação em Alimentos e Nutrição

Ciências Nutricionais

Gisele Massafera

Efeito protetor do suco de laranja vermelha e dieta hiperlipídica

nos parâmetros fisiológicos e marcadores bioquímicos em

ratos submetidos à dieta hiperlipídica

Orientador: Profª. Dr

a

. Thais Borges César

Co-orientadora: Profª. Drª. Telma Maria Braga Costa

Araraquara - SP

2014

Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós

Graduação em Alimentos e Nutrição da Faculdade de

Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual

Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP, como

parte dos requisitos para obtenção do título de Doutor

(3)

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(4)

Folha de Aprovação

Prof. Dra. Thais Borges César

Prof. Dra. Vivian Marques Miguel Suen

Prof. Dr. Anderson Marliere Navarro

Prof. Dr. Luis Vitor Sacramento

(5)

Dedico este trabalho:

Ao meu marido Júlio, que sempre esteve ao meu lado, compartilhando

todos os momentos comigo, sendo sempre meu maior incentivador;

você é o amor da minha vida.

Às minhas filhas, Ana Laura e Isabela, vocês preencheram uma lacuna

que havia em meu coração fazendo com que eu me tornasse um ser

humano melhor, e que a minha vida passasse a ter outro sentido. Sempre

(6)

Agradecimentos

À minha orientadora Prof.ª Dr.ª Thais Borges César expresso o meu profundo

agradecimento pela orientação e apoio incondicionais que muito elevaram os meus

conhecimentos científicos e, sem dúvida, muito estimularam o meu desejo de querer,

sempre, saber mais e a vontade constante de querer fazer melhor. Agradeço também

a confiança que em mim depositou, desde o início, e também o sentido de

responsabilidade que me incutiu em todas as fases do projeto.

À minha Coorientadora Prof.ª Dr.ª Telma Maria Braga Costa, por todas as

oportunidades para que este trabalho fosse finalizado, acreditando na minha

competência.

Às alunas do curso de nutrição da UNAERP que me auxiliaram na coleta de dados à

Maria Fernanda, Ana Paula, Josiani e Taciane, sem vocês isto não seria possível.

À querida amiga Carla Antonietto, que não mediu esforços para me ajudar no biotério.

Aos meus amigos da UNAERP e de fora dela, que fizeram que os meus dias fossem

mais fáceis de serem vividos, por todas as risadas, incentivos, parcerias, enfim, por

tudo de bom que os amigos proporcionam na nossa vida.

À Universidade de Ribeirão Preto pela oportunidade e apoio financeiro deste trabalho.

A Empresa Citrosuco S.A., pela doação do suco de laranja vermelha para a realização

deste trabalho.

(7)

“Não devemos ter medo dos confrontos...

“Até os planetas se chocam e do caos nascem as estrelas.”

(8)

Resumo

MASSAFERA, G. Interação entre o suco de laranja vermelha e dieta hiperlipídica

nos parâmetros fisiológicos e marcadores bioquímicos em ratos. 2014. 70f. Tese

(Doutorado) - Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual

Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, UNESP, Araraquara, 2014.

Tem sido evidenciado que o consumo regular do suco de laranja melhora o perfil lipídico, a pressão arterial, a sensibilidade insulínica, o estresse oxidativo e, reduz o estado inflamatório sistêmico no homem e em animais experimentais. Por sua vez, pouco se conhece sobre os efeitos do suco de laranja de polpa vermelha (SLV), que apresenta teores diferentes dos componentes bioativos encontrados nas laranjas de polpa clara, por exemplo, menor teor de vitamina C, maior concentração de carotenoides. Assim, o objetivo deste estudo foi investigar o efeito do SLV no perfil lipídico, composição corporal e proteção hepática, em ratos tratados com dieta hiperlipídica, que simula importantes efeitos deletérios associados ao desenvolvimento das doenças crônicas. Foram utilizados 60 ratos adultos, divididos em seis grupos que foram tratados com dieta padrão ou hiperlipídica associado a três tipos de ingesta hídrica: água, SLV ou bebida teste (solução aquosa com açúcar). O tratamento durou 30 dias e foram coletadas medidas da massa corporal e ingesta alimentar. Ao final do período os animais foram eutanasiados e o sangue utilizado para determinação dos parâmetros bioquímicos. Os órgãos (rins, baço e fígado) e a gordura abdominal foram coletados para analises posteriores. Os resultados mostraram que os grupos tratados com dieta hiperlipídica ganharam maior massa corporal ao final do período. Todos os grupos que receberam dieta padrão, independente da ingesta hídrica (água, SLV, ou bebida teste), apresentaram maior consumo de dieta. Os animais tratados com SLV apresentaram menor consumo de ração e maior consumo hídrico em comparação aos seus controles. Tanto a glicemia como triglicérides do soro sanguíneo foram reduzidos nos grupos tratados com a dieta hiperlipídica. O colesterol sérico foi aumentado pela dieta hiperlipídica, e foi levemente reduzido pela ingesta do SLV. As enzimas hepáticas, AST e ALT não mostraram efeitos da dieta ou da ingesta hídrica, mas a ALP foi reduzida nos animais que receberam SLV, independente do tipo de dieta. Houve acúmulo de gordura abdominal e de gordura hepática nos grupos tratados com dieta hiperlipídica, mostrando o efeito deletério da dieta hiperlipídica. Em conclusão, o SLV mostrou efeito hipoglicêmico e protegeu parcialmente o tecido hepático na vigência de dieta hiperlipídica.

Palavras-Chaves: Suco de laranja vermelha, dieta hiperlipídica, glicemia, gordura

(9)

Abstract

It has been shown that regular consumption of yellow pulp orange juice improves the

lipid profile, blood pressure, insulin sensitivity, and oxidative stress and, reduces the

systemic inflammatory state in man and experimental animals. On the other hand, little

is known about the effects of the red pulp orange juice (RPOJ), which have different

contents of bioactive components, for example, less amount of vitamin C, but higher

amounts of carotenoids. The objective of this study was to investigate the effect of

RPOJ on the lipid profile, body composition and hepatic protection in rats treated with

high-fat diet, which simulates important deleterious effects associated with the

development of chronic diseases. Adult rats (n=60) were divided into 6 groups that

were treated with standard or high-fat diet associated with three types of drink intake:

water, RPOJ or test drink (solution of water plus sugar), the treatment lasted 30 days

and measurements of body weight and food intake were made. At the end of the period

the animals were euthanized and biochemical parameters were determinated in the

blood serum. Organs (kidney, spleen and liver) and abdominal fat were collected for

further analysis. The results showed that the groups treated with high-fat diet gained

more body mass at the end of the period. All groups that received standard diet,

regardless of fluid intake (water, SLV, or drink test), showed higher feed intake.

Animals treated with SLV showed lower feed intake and increased water consumption

compared to their controls. Both glucose and triglycerides in blood serum was

decreased in the groups treated with the fat diet. Serum cholesterol was increased by

high-fat diet but was reduced by the intake of RPOJ. Liver enzymes, AST and ALT

showed no effects of diet or water intake, but the ALP was reduced in animals

receiving RPOJ, regardless of the type of diet. There was accumulation of abdominal

fat and liver fat in groups treated with high fat diet, showing deleterious effect of high fat

diet. In conclusion, the RPOJ have shown hypoglycemic effect and partial protector to

the liver tissue in the presence of high-fat diet.

(10)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Fruto de laranja da variedade Valência, do grupo das variedades

claras... 21

Figura 2. Fruto de laranja da variedade Moro, do grupo das variedades

sanguíneas... 22

Figura 3. Fruto de laranja vermelha de Mombuca, do grupo das variedades

falsas sanguíneas... 23

Figura 4: Massa corporal inicial (g) de ratos tratados com dieta hiperlipídica e

suco de laranja vermelha... 58

Figura 5: Massa corporal final (g) de ratos tratados com dieta hiperlipídica e suco

de laranja vermelha... 58

Figura 6: Ganho de peso corpóreo (g) de ratos tratados com dieta hiperlipídica e

suco de laranja vermelha... 59 Figura 7: Consumo diário de dieta (g) de ratos tratados com dieta hiperlipídica e

suco de laranja vermelha... 59

Figura 8: Eficiência da dieta em ratos tratados com dieta hiperlipídica e suco de

laranja vermelha... 60

Figura 9: Ingesta hídrica diária (mL) de ratos tratados com dieta hiperlipídica e

suco de laranja vermelha... 60

Figura 10 Glicemia (mg/dL) de ratos tratados com dieta hiperlipídica e suco de

laranja vermelha... 61

Figura 11: Triglicérides (mg/dL) de ratos tratados com dieta hiperlipídica e suco

de laranja vermelha... 61

Figura 12 Colesterol (mg/dL) de ratos tratados com dieta hiperlipídica e suco de

laranja vermelha... 62

Figura 13: HDL (mg/dL) de ratos tratados com dieta hiperlipídica e suco de

laranja vermelha... 62

Figura 14: Atividade antioxidante (mM) de ratos tratados com dieta hiperlipídica

e suco de laranja vermelha... 63

Figura 15: Atividade da enzima fosfatase alcalina (ALP) (U/L) de ratos tratados

com dieta hiperlipídica e suco de laranja vermelha... 63

Figura 16: Massa relativa dos rins (massa órgão/peso corpóreo) de ratos

tratados com dieta hiperlipídica e suco de laranja vermelha... 64

Figura 17: Massa relativa do baço (massa órgão/peso corpóreo) de ratos

tratados com dieta hiperlipídica e suco de laranja vermelha... 64

Figura 18: Massa relativa do fígado (massa órgão/peso corpóreo) de ratos

(11)

Figura 19: Teor de gordura no fígado (g/100g) de ratos tratados com dieta

hiperlipídica e suco de laranja vermelha... 65

Figura 20: Massa relativa da gordura abdominal (massa órgão/peso corpóreo)

(12)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Composição centesimal em macronutrientes das dietas (comercial e

hiperlipídica) oferecidas aos ratos tratados com suco de laranja vermelha... 54

Tabela 2: Parâmetros fisiológicos (Peso corpóreo inicial e final, ganho de peso

corpóreo), consumo dietético e sua eficiência, consumo hídrico em ratos tratados

com dieta comercial e hiperlipídica com diferentes suplementos

hídricos... 55

Tabela 3: Parâmetros bioquímicos plasmáticos (Glicemia, perfil lipídico),

capacidade antioxidante (CAT) e enzimas hepáticas em ratos tratados com dieta

comercial e hiperlipídica com diferentes suplementos

hídricos... 56

Tabela 4: Avaliação dos órgãos em ratos tratados com dieta comercial e

hiperlipídica com diferentes suplementos

(13)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Informação nutricional do suco de laranja clara integral e pasteurizado 24 Quadro 2: Composição de carotenoides do suco de laranja vermelha e clara,

(14)

LISTA DE ABREVIATURAS

LDL-C Colesterol de LDL (Lipoproteína de baixa densidade)

HDL-C Colesterol de HDL (lipoproteína de alta densidade)

ABTS 3-ethylbenzothiazoline-6-sulfonic acid

UV Ultra violeta

DNA Ácido desoxirribonucleico

USDA United States os Agriculture

VLDL Lipoproteínas de muito baixa densidade

ACAT Acil colesterol-acil transferase

AST Aspartato aminotransferase

ALT Alanina aminotransferase

ALP Fosfatase alcalina

CAET Atividade antioxidante em equivalente Trolox

EROS Espécies Reativas de Oxigênio

(15)

SUMÁRIO

Capítulo 1:

1. Introdução... 16

2. Objetivo Geral... 19

2.1. Objetivos específicos... 19

3. Revisão da literatura... 21

Referências... 29

Capítulo 2 4. Artigo... 35

Resumo... 36

Abstract... 37

Introdução... 38

Material e Métodos... 40

Desenho experimental... 41

Análise estatística... 41

Resultados... 42

Discussão... 45

Conclusões... 48

Referências... 50

(16)
(17)

16

1. Introdução

O consumo habitual de frutas e hortaliças na dieta tem sido associado com a redução

do risco de doenças crônicas, como o câncer e a doença arterial coronariana

(KRIS-ETHERTON et al., 2002; ERDMAN et al., 2007). Os efeitos benéficos para a saúde têm sido

atribuídos à ação das vitaminas, minerais e flavonoides, naturalmente presentes em

pequenas quantidades nos alimentos vegetais (LIU, 2004, CHUN; CHUNG; SONG, 2007;

GARDNER; RUXTON; LEEDS, 2007; WATKINS; HANNON; FERRUZZI, 2007). Estudos têm

evidenciado que as frutas cítricas contêm compostos biologicamente ativos que

desempenham funções anti-inflamatórias, antioxidantes, hipolipidêmicas, hipoglicêmicas e

anticarcinogênicas em modelos in vivo e in vitro. Tais efeitos têm sido atribuídos à vitamina

C, aos carotenoides e às flavanonas (KUROWSKA et al., 2000; KUROWSKA e MANTHEY,

2004; GORISTEIN et al., 2007; VINUEZA et al. 2008; TITTAL et al., 2009; JAIN e PARMAR,

2010; AKIYAMA et al., 2010).

Estudo recente mostrou que a ingesta de suco de laranja por indivíduos saudáveis

submetidos a uma dieta rica em gorduras e carboidratos previne o estresse oxidativo e

inflamatório, que pode levar à resistência insulínica (GHANIM et al., 2010). Outros estudos

têm mostrado consistentemente que o consumo crônico de suco de laranja reduz os níveis

séricos de colesterol total e LDL-C e melhora da função endotelial, levando à diminuição do

risco de aterosclerose (CESAR et al., 2010; GUARNIERI et al., 2007) e de hipertensão

arterial (MORAND et al., 2010). Outros mostraram que beber cerca de 500 mL/dia, aumenta

a vitamina C no plasma e reduz as concentrações de marcadores de estresse oxidativo

(SÁNCHEZ-MORENO et al., 2003). Além disso, foi sugerido que a ingesta de suco de

laranja melhora o perfil lipídico e reduz o risco de doenças cardiovasculares (BRESSAN e

COELHO, 2008; KUROWSKA et al., 2000; LIU et al., 2000) podendo suprimir espécies

reativas de oxigênio e processos inflamatórios (KUROWSKA e MANTHEY, 2004). Segundo

Ghanim et al. (2007) o suco de laranja possui efeito anti-inflamatório, sendo capaz de

diminuir a geração de espécies reativas de oxigênio e que este efeito é, provavelmente,

atribuído aos flavonoides: naringina e hesperidina.

Estudos clínicos mostraram que os flavonoides cítricos agem em sinergia com a

vitamina C, potencializando seu efeito antioxidante nas lipoproteínas do sangue

(JOHNSTON; CANDICE; STRONG, 2003; SÁNCHEZ-MORENO et al., 2003a; FRANKE et

al., 2005). Bonifácio e César (2009) destacaram que o consumo regular de suco de laranja

elevou o aporte de vitamina C na dieta e foi associado à menor incidência de hipertensão

arterial e obesidade em homens, sugerindo que o suco, ou seus componentes, auxilia na

(18)

laranja associado ao treinamento aeróbio em mulheres com sobrepeso diminuiu o risco de

doença cardiovascular, pela redução dos níveis de LDL-C e aumento dos níveis de HDL-C.

Riso et al. (2005) demonstraram que o consumo de suco de laranja vermelha aumenta

eficazmente concentrações plasmáticas de antioxidantes.

O estilo de vida e as facilidades do mundo contemporâneo influenciaram

sobremaneira os hábitos alimentares, favorecendo uma dieta calórica com sobrecarga de

carboidratos ou lipídios, conhecida como dieta “ocidentalizada” ou de “fast-food”

(CESARETTI e KOHLMANN JUNIOR, 2004; MENDONÇA e ANJOS, 2004). A quantidade

de pessoas com sobrepeso e obesidade vem aumentando de forma significativa no Brasil e

no mundo, como consequência de fatores endógenos (hereditariedade, fatores congênitos,

psicogênicos, neurológicos e endócrinos) e exógenos (dieta, sedentarismo, etc.). Este último

comporta a maioria dos casos, relacionados a fatores ambientais, principalmente a falta de

atividade física e hábitos alimentares inadequados (ARAÚJO et al., 2009). Com isso, há

aumento das taxas de mortalidade e interferência na qualidade de vida dos indivíduos

(D’ORÁSIO e MOURA, 2007; HARDMAN, 1999; MENDONÇA e ANJOS, 2004; ZAMBON et

al., 2009), tornando-se um assunto preocupante para a saúde pública mundial, pois pode

aumentar a mortalidade geral (RIBEIRO FILHO et al., 2006; SBC, 2005).

A ingesta calórica acima das recomendações energéticas é um fenômeno das

sociedades modernas, e tem, em longo prazo, consequências negativas como o aumento da

incidência de doenças crônicas degenerativas. Em roedores, os experimentos têm verificado

os efeitos da ingesta hiperlipídica a fim de reproduzir o comportamento nutricional humano e

esclarecer esta abordagem alimentar, e suas intercorrências a nível bioquímico e fisiológico

(CESARETTI e KOHLMANN JUNIOR, 2004; DINIZ et al., 2008; DUARTE et al., 2006;

ESTADELLA et al., 2004; PRADA et al., 2004).

Com base nas evidências aqui descritas, a hipótese deste estudo é que o suco de

laranja vermelha tem benéfico no perfil lipídico, na manutenção da composição corporal e

(19)
(20)

2. Objetivo Geral

Avaliar o efeito protetor do suco de laranja vermelha sobre o consumo alimentar, na

composição corporal, perfil lipídico, e parâmetros fisiológicos em ratos alimentados com

dieta hipercalórica.

2.1 Objetivos Específicos

Verificar o efeito protetor do suco de laranja vermelha através dos seguintes parâmetros:

a) Consumo alimentar e hídrico

b) Ganho de peso corpóreo

c) Avaliação da obesidade (peso da gordura abdominal)

d) Avaliação da massa relativa dos órgãos: fígado, rins e baço

e) Análise quantitativa de lipídios hepáticos

f) Dosagens bioquímicas de glicose, triglicerídeos, colesterol total e frações

g) Avaliação do estresse oxidativo

(21)
(22)

3. Revisão de Literatura

As frutas cítricas fazem parte da dieta usual dos brasileiros e, além de serem

importante fonte de vitaminas e fibras, as frutas e sucos cítricos recentemente vêm sendo

reconhecidos por conterem metabólitos secundários incluindo antioxidantes como ácido

ascórbico, compostos fenólicos, flavonoides, limonoides que são importantes para a nutrição

humana (JAYAPRAKASHA e PATIL, 2007). As frutas cítricas foram introduzidas no Brasil

em 1530 pelos portugueses e espalharam-se por todo o país. No início dos anos 2000, o

Brasil possuía mais de um milhão de hectares de plantas cítricas, sendo a maior parte da

produção de laranjas: cerca de 70%, proveniente do estado de São Paulo, destinadas à

fabricação de suco concentrado para exportação (BUBLITZ et al., 2013).

3.1. Laranja Clara (Amarela) e Laranja Vermelha

De acordo com Bitters (1961), as laranjas podem ser divididas pela coloração das

polpas, em brancas ou claras e em laranjas sanguíneas. As claras são caracterizadas pela

cor laranja na polpa e no suco, devido à presença de carotenoides, que são pigmentos com

cor que podem variar entre o amarelo e o vermelho. As variações de cor da polpa de frutos

observadas entre as variedades deste grupo seriam devidas as flutuações na quantidade

dos diferentes carotenoides presentes. De modo geral, os carotenoides possuem baixa

solubilidade em água e elevada solubilidade em solventes orgânicos. A este grupo

pertencem quase que a totalidade das laranjas comerciais cultivadas no mundo, incluindo as

variedades de mesa (laranjas Baías, Navel, Baianinhas e outras), laranjas com baixa acidez

(Laranja Lima, Serra d´agua, por exemplo) e aquelas usadas para a extração de suco (Pera,

Natal, Hamlin, Valência, e outras) (Figura 1),

(23)

22

As laranjas sanguíneas são caracterizadas pela coloração vermelho-intensa

(violácea) da polpa e do suco, devido à presença do pigmento antocianina, solúvel em água.

As antocianinas são pigmentos pertencentes à família dos flavonoides e possuem uma série

de funções na natureza, tais como a proteção de plantas contra o ataque de patógenos,

proteção contra os danos causados pela radiação UV e a pigmentação de flores, frutos e

sementes, com as finalidades de atração de insetos polinizadores e de dispersão de

sementes. Estes compostos têm grande importância na dieta humana, pois participam da

constituição de cores e sabores dos alimentos e podem ser consideradas também como

agentes terapêuticos (LATADO, 2009).

As antocianinas possuem ainda a capacidade de proteção contra o estresse

oxidativo, doenças do coração, certos tipos de câncer e outras doenças relacionadas,

devido a sua capacidade de inativação de radicais livres (FANCIULLINO et al., 2006). Como

exemplos de variedades mais conhecidas e utilizadas de laranjas sanguíneas podem ser

citados: Tarroco, Moro (Figura 2), Sanguíneo doppio, Sanguinella e Sanguinelo, dentre

outras, que são mais cultivadas nas regiões do mediterrâneo e na Índia, por apresentarem

maior aceitação comercial (LATADO, 2009).

Figura 2. Fruto de laranja da variedade Moro, do grupo das variedades sanguíneas.

Há também as laranjas de polpa vermelha, conhecidas como laranjas vermelhas,

falsas sanguíneas ou sanguínea de Mombuca (Figura 3). Os carotenoides licopeno,

betacaroteno, xantinas e outros são responsáveis pela coloração avermelhada da polpa,

sendo que não são detectadas antocianinas nestas variedades (LATADO, 2009). Estudos

sobre a variedade da laranja sanguínea de Mombuca têm sido realizados no Centro APTA

Citros Sylvio Moreira, Instituto Agronômico de Campinas da Secretaria de Agricultura e

(24)

físico-químicas da fruta, que se mostrou semelhante à composição da variedade Pera do Rio

(GHILARDI, 2012).

Figura 3. Fruto de laranja vermelha de Mombuca, do grupo das variedades falsas

sanguíneas.

3.2. Composição do Suco de Laranja Clara e Laranja Vermelha

O suco de laranja constitui um produto complexo, formado por uma solução aquosa

de vários componentes orgânicos voláteis e instáveis, responsáveis pelo seu sabor e aroma,

além de açúcares, ácidos, sais minerais, vitaminas e pigmentos. É um líquido límpido ou

turvo, extraído do fruto da laranjeira (Citrus sinensis), através de processo tecnológico

adequado, não fermentado, submetido a um tratamento que assegura sua apresentação e

comercialização até o momento do consumo (NETO, 1999).

O suco de laranja é o suco de fruta mais consumido no mundo (PEREZ-CACHO e

ROUSEFF, 2008) e é rico em vitaminas, como a vitamina C e o folato, bem como minerais

como potássio e em açúcares naturais e flavonoides cítricos, denominados hesperidina e

naringenina. A ingesta média de flavonoides oriundos dos alimentos vegetais é de cerca de

25 mg/dia em muitos países da Europa, com variações em função dos hábitos alimentares.

As laranjas e seus sucos são boas fontes destes flavonoides e contêm cerca de 40 mg/100g

do alimento, mas perdas consideráveis ocorrem com a remoção da casca, antes do

consumo ou no processo industrial (ARABBI, 2001).

Dos nutrientes mais prevalentes no suco de laranja clara, a vitamina C merece

destaque, pois é encontrada em fontes alimentares específicas como as frutas,

especialmente as cítricas (USDA, 2014). A vitamina C, também denominada ácido

(25)

24

livres superóxido, hidroxilas e oxigênio singlet que podem causar danos a membranas

celulares, DNA e lipídeos plasmáticos (SAUBERLICH, 1994). Além disso, participa como

cofator na biossíntese do colágeno, da carnitina e de neurotransmissores e está associada à

redução do risco de doenças como câncer e doença cardiovascular (SILALAHI, 2002). Os

principais nutrientes presentes em um copo de 200 mL de suco de laranja clara são

mostrados no Quadro 1.

Quadro 1: Informação nutricional do suco de laranja clara integral e pasteurizado.

Nutriente 250 mL

g mg µg Kcal

Energia - - - 120

Água 222 - - -

Proteína 1,5 - - -

Gordura total 0,4 - - -

Carboidrato 29 - - -

Fibra dietética 0,5 - - -

Cálcio - 20 - -

Ferro - 1,1 - -

Magnésio - 27 - -

Fósforo - 1,1 - -

Potássio - 436 - -

Sódio - - 0,2 -

Zinco - 0,2 -

Vitamina A - 22 -

Vitamina C - 86 - -

B-caroteno - - 20 -

Hesperitina - 13,75 - -

Naringenina - 3,86 - -

Fonte: USDA, 2014.

No Brasil são cultivadas variedades de laranjas doces de polpa vermelha, cuja polpa

se distingue devido à presença do licopeno na sua composição de carotenoides em relação

(26)

mL do suco de laranja vermelha das variedades Sanguínea de Mombuca, Baia Cara-Cara e

Valência Puka em relação ao suco de laranja clara (Valencia) (MERUSSI et al., 2012).

Quadro 2: Composição de carotenoides presentes em 250 mL de suco de laranja vermelha

e clara, integral e pasteurizado.

Carotenoides Vermelha Clara

Carotenoides totais 2800 µg 1761 µg

Beta-caroteno 300 µg 20 µg

Criptoxantina 101 µg 67 µg

Luteína + Zeoxantina 92 µg 67 µg

Licopeno 430 µg 0 µg

Latado et al., 2009.

O licopeno é um potente antioxidante natural capaz de suprimir o oxigênio singlet

(ARAB e STECK, 2000) prevenindo a lesão endotelial, reduzindo a síntese do colesterol e a

resposta inflamatória, entre outros (PALOZZA et al., 2010).

De acordo com Merussi et al. (2012) o conteúdo de carotenoides totais do suco de

laranja de polpa vermelha é 48% maior do que a variedade Valencia de laranjas claras.

Especificamente, as concentrações médias de β-caroteno, β-criptoxantina e luteína do suco

de laranja vermelha são 302%, 50% e 37% maiores, respectivamente, do que nas laranjas

claras.

3.3. Efeitos Fisiológicos e Metabólicos do Consumo do Suco de Laranja Clara e Laranja Vermelha

Tem sido sugerido que a ingesta de suco de laranja, ou mesmo de flavonoides

cítricos isolados, pode reduzir a hipercolesterolemia em animais de experimentação.

Experimento em ratos com hipercolesterolemia induzida que receberam dieta com 1% de

flavanonas polimetoxiladas, resultou em diminuição do colesterol de VLDL, colesterol de

LDL e triglicerídeos (KUROWSKA e MANTHEY, 2004). Um estudo com homens e mulheres

moderadamente hipercolesterolêmicos, que consumiam quantidades crescentes de suco de

laranja por semanas consecutivas, mostrou que 750 mL/dia de suco de laranja aumentou

21% o HDL-C, enquanto diminuiu 30% os triglicerídeos e 16% a razão LDL-C/HDL-C

(27)

26

Estudos prévios verificaram um aumento significativo do HDL-C em homens

normolipidêmicos suplementados com suco de laranja (CARNEIRO, 2004) e uma melhora

no perfil lipídico de mulheres suplementadas com suco de laranja e praticantes de exercício

físico (BONIFÁCIO, 2007). Também, a razão LDL/HDL e os radicais livres diminuíram em

homens e mulheres que ingeriram 750 mL de suco de laranja durante três semanas

(FRANKE et al., 2005). Devaraj et al. (2006) verificaram que o suco de laranja suplementado

com fitoesteróis promoveu a redução significativa do colesterol total e colesterol de LDL, e

aumentou o colesterol de HDL em indivíduos saudáveis após 8 semanas de ingesta.

Em relação aos níveis de glicemia, foi mostrada diminuição significativa na glicose de

jejum entre os participantes normolipidêmicos que ingeriram 750 mL de suco de laranja

durante 8 semanas (RODRIGUES, 2007; BASILE et al., 2010). Um estudo recente mostrou

ainda que a ingesta de suco de laranja por indivíduos saudáveis submetidos à dieta rica em

gorduras e carboidratos (dieta inflamatória) previne o estresse oxidativo e inflamatório, que

pode levar à resistência insulínica (GHANIM et al., 2010). Outros estudos têm mostrado

consistentemente que o consumo crônico de suco de laranja reduz os níveis séricos de

colesterol total e LDL-C e melhora a função endotelial, levando à diminuição do risco de

aterosclerose (CESAR et al., 2010; GUARNIERI et al., 2007) e de hipertensão arterial

(MORAND et al., 2010, LIMA et al., 2012).

Também foi relatado que a ingesta de 500 mL de suco de laranja por 14 dias

aumentou a vitamina C plasmática e diminuiu os radicais livres (8-hidroxideoxiguanosina)

em humanos (SÁNCHEZ-MORENO et al., 2003a, b). Estes autores demonstraram que

beber dois copos de suco de laranja (500 mL/dia) aumentou a vitamina C no plasma e

reduziu as concentrações de marcadores de estresse oxidativo. Segundo Ghanim et al.

(2007) o suco de laranja possui um potencial efeito anti-inflamatório e supõem que o suco é

capaz de diminuir a geração de espécies reativas de oxigênio e este efeito é provavelmente

atribuído aos flavonoides: naringina e hesperidina.

BONIFÁCIO e CESAR (2009) destacaram que o consumo regular de suco de laranja

elevou o aporte de vitamina C na dieta e foi associado à menor incidência de hipertensão

arterial e obesidade em homens, sugerindo que o suco, ou seus componentes, auxilia na

prevenção da hipertensão. APTEKMANN e CESAR (2010) relataram que o consumo de

suco de laranja associado ao treinamento aeróbio em mulheres com sobrepeso diminuiu o

risco de doença cardiovascular, pela redução dos níveis de LDL-C e aumento dos níveis de

HDL-C.

Um estudo relatou a associação dos flavonoides cítricos ou flavanonas com redução

do risco de doença arterial coronariana, redução do colesterol sanguíneo, inibição da

(28)

é o principal componente flavonoide encontrado exclusivamente nas frutas cítricas e em

quantidades apreciáveis no suco de laranja. A hesperidina juntamente com a naringenina, o

segundo mais importante flavonoide das frutas cítricas, exibem ação cardioprotetora indireta

por exercer efeito supressor sobre as espécies reativas de oxigênio in vitro (GHANIM, 2007).

Foi sugerido que as flavanonas são capazes de reduzir os níveis de colesterol sanguíneo

por dois mecanismos básicos: 1) inibição da Enzima Acetil-Coenzima-A Acil Transferase

(ACAT), responsável pela esterificação do colesterol hepático, e 2) aumento da atividade

dos receptores celulares de LDL-C (BOK, 1999).

Em relação ao suco de laranja vermelha, apenas um estudo de RISO et al. (2005)

abordou os efeitos deste suco no metabolismo lipídico, verificando que seu consumo

aumentou eficazmente as concentrações plasmáticas de antioxidantes, ou seja, de vitamina

C, criptoxantina, zeaxantina, e cianidina 3-glucosídeo.

Recentemente, o Laboratório de Nutrição da FCFar/UNESP tem realizado estudos

sobre a ação metabólica do suco de laranja vermelha em pacientes com síndrome

metabólica e outros com hepatite C crônica. Nestes estudos foi mostrado que o tratamento

crônico com o suco de laranja vermelha diminuiu 10% o colesterol total, 11% o LDL-C, 20%

a proteína C reativa e 5% a pressão arterial, além de aumentar em 140% a atividade

antioxidante no soro dos voluntários (DOURADO et al., 2011). De forma similar, o consumo

do suco de laranja vermelha por pacientes com hepatite C crônica reduziu em 44,5% a

peroxidação lipídica sanguínea e aumentou 2,5% a capacidade antioxidante no soro dos

indivíduos (LIMA et al., 2013).

Assim, tem sido sugerido que a ingesta regular do suco de laranja vermelha reduz a

peroxidação lipídica e aumenta a capacidade antioxidante no soro de indivíduos com

síndrome metabólica e de pacientes com hepatite C crônica. Isto se deve provavelmente à

ação antioxidante da vitamina C, dos flavonoides e carotenoides presentes neste suco. Vale

ressaltar, que o consumo do suco de laranja vermelha não alterou a peso corpóreo ou a

porcentagem de gordura corporal dos participantes dos estudos realizados. Assim, o suco

de laranja vermelha apresentou propriedades hipolipidêmicas, anti-inflamatória e

antioxidantes, que contribuem para a prevenção ou melhora dos do quadro clínico

relacionado à síndrome metabólica e à hepatite C crônica (SILVEIRA, J. C., 2011;

MANJATE, NASSER e CÉSAR, 2013).

Devido à escassez de estudos sobre as propriedades funcionais do suco de laranja

vermelha, e ao seu potencial já detectado, o objetivo deste estudo foi investigar o efeito

protetor do suco de laranja vermelha, da variedade Mombuca, contra as ações deletérias de

(29)
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(35)
(36)

4. Artigo

Título:

Efeito protetor do suco de laranja vermelha nos parâmetros fisiológicos e marcadores bioquímicos em ratos tratados com dieta hiperlipídica

Protective effect of red orange juice in the physiological parameters and biochemical markers in rats treated with high fat diet

Short title:

Suco de laranja vermelha na dieta Red Orange juice on diet

Autores:

Gisele Massaferaa

Maria Fernanda Molinari Blottab

Telma M. Braga Costab

Thais B. Cesara*

a Departamento de Alimentos e Nutrição, Faculdade de Ciências Farmacêuticas,

Universidade Estadual Paulista, Araraquara, Brasil.

* Autor correspondente: Endereço: Rodovia Araraquara-Jau km 1, Araraquara, SP, Brasil,

14802-901 , Tel.: 55-16-3301-6927; fax: 55-16-3301-6020.

E-mail:tcesar@fcfar.unesp.br

b Curso de Nutrição, Universidade de Ribeirão Preto,

Avenida Costábile Romano 2201,

(37)

36

Resumo

Objetivo

Investigar o efeito do suco de laranja vermelha no perfil lipídico, composição corporal e

proteção hepática, em ratos tratados com dieta hiperlipídica.

Métodos

Foram utilizados 60 ratos adultos, divididos em seis grupos que foram tratados com dieta

padrão ou hiperlipídica associado a três tipos de ingesta hídrica: água, SLV ou bebida teste

(solução aquosa com açúcar). O tratamento durou 30 dias e foram coletadas medidas da

massa corporal e ingesta alimentar. Ao final do período os animais foram eutanasiados e o

sangue utilizado para determinação dos parâmetros bioquímicos. Os órgãos (rins, baço e

fígado) e a gordura abdominal foram coletados para analises posteriores.

Resultados

Os grupos tratados com dieta hiperlipídica ganharam maior peso corporal. Todos os grupos

que receberam dieta padrão, independente da ingesta hídrica (água, SLV, ou bebida teste),

apresentaram maior consumo de dieta. Os animais tratados com SLV apresentaram menor

consumo de ração e maior consumo hídrico em comparação aos seus controles. Tanto a

glicemia como triglicérides do soro sanguíneo foram diminuídos nos grupos tratados com a

dieta hiperlipídica. O colesterol sérico foi aumentado pela dieta hiperlipídica, mas foi

levemente reduzido pela ingesta do SLV. As enzimas hepáticas, aspartato aminotransferase

e alanina aminotransferase não mostraram efeitos da dieta ou da ingesta hídrica, mas a

fosfatase alcalina foi reduzida nos animais que receberam SLV, independente do tipo de

dieta. Houve acúmulo de gordura abdominal e de gordura hepática nos grupos tratados com

dieta hiperlipídica, mostrando o efeito deletério da dieta hiperlipídica.

Conclusões

O suco de laranja vermelha mostrou benéfico no perfil glicêmico e uma leve proteção no

tecido hepático na vigência de dieta hiperlipídica.

Termos de indexação: Suco de laranja vermelha, dieta hiperlipídica, colesterol sérico,

(38)

Abstract

Objective:

The objective of this study was to investigate the effect of red pulp orange juice on the lipid

profile, body composition and hepatic protection in rats treated with high-fat diet.

Methods:

Adult rats (n=60) were divided into 6 groups that were treated with standard or high-fat diet

associated with water, RPOJ or test drink, the treatment lasted 30 days and measurements

of body weight and food intake were made. At the end of the period the animals were

euthanized and the blood serum, organs (kidney, spleen and liver) and abdominal fat were

collected for further analysis.

Results:

The groups treated with high-fat diet gained more body mass. All groups that received

standard diet, regardless of fluid intake have showed higher feed intake. Animals treated with

RPOJ showed lower feed intake and increased water consumption compared to their

controls. Both glucose and triglycerides in blood serum was decreased in the groups treated

with the fat diet. Serum cholesterol was increased by high-fat diet but was smooth reduced

by the intake of RPOJ. Liver enzymes, aspartate aminotransferase and alanine

aminotransferase, showed no effects of diet or water intake, but the alkaline phosphatase

was reduced in animals receiving RPOJ, regardless of the type of diet. There was

accumulation of abdominal fat and liver fat in groups treated with high fat diet, showing

deleterious effect of high fat diet.

Conclusions:

In conclusion, the RPOJ have shown beneficial lipid profile and partial lightweight protection

in liver tissue in the presence of high-fat diet.

Indexing terms: Red pulp orange juice (RPOJ), hyperlipidic diet, blood serum cholesterol,

(39)

38

Introdução

Estudos epidemiológicos sugerem que o consumo de frutas e hortaliças está

inversamente correlacionado com o risco de algumas doenças crônicas. Grande parte deste

efeito protetor tem sido atribuído à atividade biológica dos metabólitos secundários de

plantas1. Neste sentido, a laranja que é uma importante fonte de vitaminas e fibras, vêm

sendo recentemente reconhecida por conter metabólitos secundários antioxidantes como

ácido ascórbico, compostos fenólicos, flavonoides e limonoides2.

O suco de laranja constitui um produto complexo, formado por uma solução

heterogênea aquosa de vários componentes orgânicos, voláteis e instáveis, responsáveis

pelo seu sabor e aroma, além de açúcares, ácidos, sais minerais, vitaminas e pigmentos. É

um líquido extraído do fruto da laranjeira (Citrus sinensis) sendo o suco de fruta mais

consumido no mundo todo, rico em vitaminas, como vitamina C e folato, em minerais como

potássio, em açúcares naturais e em flavonoides cítricos, denominados hesperidina e

naringenina3, 4.

Estudos têm comprovado que a ingesta regular de suco de laranja têm ação benéfica

na saúde. Um estudo relatou a associação dos flavonoides cítricos ou flavanonas com

redução do risco de doença arterial coronariana, redução do colesterol sanguíneo total e de

LDL, inibição da oxidação da LDL e ácidos graxos e ainda redução da agregação

plaquetária5. A hesperidina é o principal componente flavonoide encontrado exclusivamente

nas frutas cítricas e em quantidades apreciáveis no suco de laranja. A hesperidina

juntamente com a naringenina, o segundo mais importante flavonoide das frutas cítricas,

exibem ação cardioprotetora indireta por exercer efeito supressor sobre as espécies reativas

de oxigênio in vitro6.

O suco de laranja e a hesperidina isolada mostraram efeito hipolipidêmico sobre o

colesterol total, LDL-C e triacilgliceróis, e aumento do colesterol de HDL-C 7. Há relatos de

diminuição significativa na glicemia de jejum entre os participantes normolipidêmicos que

ingeriram 750 mL de suco de laranja durante 8 semanas8. Estudo prévio tem sugerido que a

ingesta do suco melhora o perfil lipídico e reduz o risco de doenças cardiovasculares9, 10

podendo suprimir espécies reativas de oxigênio e processos inflamatórios6.

As laranjas podem ser divididas em brancas ou claras, em sanguíneas, e vermelhas

ou falsas sanguíneas. As claras são caracterizadas pela cor amarela da polpa e suco,

devido à presença de carotenoides. A este grupo pertencem quase que a totalidade das

laranjas comerciais cultivadas no mundo, incluindo as variedades de mesa (Baía, Navel,

(40)

laranjas sem acidez (Lima, Serra d´agua). As laranjas sanguíneas são caracterizadas pela

coloração vermelho-intensa (violácea) da polpa e suco, devido à presença do pigmento

antocianina. Como exemplos de variedades mais utilizadas podem ser citados: Tarroco,

Moro, Sanguinella e Sanguinelo, e elas são mais cultivadas nas regiões do mediterrâneo e

na Índia. O grupo chamado “falsas sanguíneas” que apresentam polpa e suco avermelhados

devido à presença de carotenoides, especialmente beta caroteno e licopeno. Um exemplo

típico desta laranja é a sanguínea de Mombuca, que vem sendo cultivada na região de

Cordeirópolis, SP11. Os carotenoides e em especial o licopeno são antioxidantes naturais,

capazes de suprimir o oxigênio singlete prevenindo a lesão endotelial, reduzindo a síntese

do colesterol e a resposta inflamatória12.

Estudo com pacientes portadores da hepatite C crônica, que ingeriram suco de

laranja vermelha regularmente durante dois meses, mostrou redução da peroxidação lipídica

e aumento da capacidade antioxidante no soro sanguíneo13. Outro verificou que a ingesta do

suco de laranja vermelha por indivíduos saudáveis submetidos à dieta rica em gorduras e

carboidratos (dieta inflamatória) preveniu o estresse oxidativo e inflamatório2. Outros

estudos tem demonstrado consistentemente que o consumo crônico de suco de laranja

vermelha reduz os níveis séricos de colesterol total e LDL-C e melhorou a função endotelial,

levando à diminuição do risco de aterosclerose13, 14 e de hipertensão arterial15.

Com base nas evidências aqui descritas, o objetivo deste estudo foi mostrar em

modelo experimental que o suco de laranja vermelha tem efeito benéfico no perfil lipídico, na

manutenção da composição corporal, e proteção hepática contra os efeitos deletérios de

(41)

40

Material e Métodos

Animais

Foram utilizados 60 ratos machos, Wistar, pesando 420-440g, com 150 dias de

idade, que foram alojados individualmente em gaiolas de polipropileno (30 cm x 19 cm x 13

cm), com tampa gradeada de aço inoxidável. O ambiente do biotério é climatizado com

temperatura constante de 23 ± 1ºC, foto período artificial de 12/12 horas e umidade relativa

do 60 ± 5%, alimentados com dieta padrão para roedores e água ad libitum. A Comissão de

Ética no Uso de Animais da Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP, aprovou o protocolo

experimental e todos os animais foram tratados de acordo com os princípios e diretrizes

deste conselho (Protocolo no 110/2011).

Dietas e bebidas

A dieta padrão formulada continha 22% de proteína, 4% de gordura, 56% de

carboidratos e 2% de fibra bruta em 100g de ração e 3,5kcal/g energia metabolizável

(NUVILAB® CR-1, Colombo, PR, Brasil). A dieta hiperlipídica consistiu de uma mistura de

alimentos hipercalóricos, na seguinte proporção: 100g de amendoim torrado moído sem

casca, 100g de chocolate branco e 50 g de biscoito de amido de milho (MAIZENA®) e 150g

de ração NUVILAB®16. Estes ingredientes foram moídos, misturados e oferecidos na forma

de péletes contendo: 25% de proteína, 15% de gordura, 46% de carboidratos e 5% de fibra

dietética em 100g de ração padrão, perfazendo um total de 4,3kcal/g de energia

metabolizável. As dietas e os suprimentos hídricos (água, suco de laranja vermelha ou

bebida teste) foram oferecidos ad libtum e os animais monitorados diariamente para a

ingesta dietética e hídrica, sendo monitorada a massa corporal três vezes por semana.

Um único lote de suco de laranja vermelha (12º Brix) foi fornecido pela Citrosuco S/A

(Matão, Brasil) e utilizado em todo o experimento. O suco de laranja vermelha foi

armazenado em garrafas de 1L a -20oC. A concentração de hesperidina em suco de laranja

vermelha foi de 135mg /L. A composição nutricional do suco de laranja vermelha em 100 ml

foi de: Energia (45 kcal), proteína (0,67g), carboidratos (10g), lipídeos (0,27g), açúcar total

(8,4g), ácido fólico (30µg), ferro (0,27mg), vitamina C (27mg) a hesperidina (12mg),

carotenoides (1240µg) e licopeno (172µg)11. Foi utilizada uma bebida teste, com o objetivo

de se ter uma mistura de açúcares semelhantes ao suco, porém sem os compostos com

ação funcional, e ela foi obtida pela mistura de 52g de sacarose, 25g de frutose, 21g de

glicose, 7,5g de ácido cítrico e 2,5g ácido málico em 1L de água. O consumo de bebida foi

(42)

Desenho Experimental

Os ratos foram divididos aleatoriamente em seis grupos de 10 animais cada,

conforme seguem: (1) Dieta padrão + água, (2) Dieta padrão + suco de laranja vermelha, (3)

Dieta padrão + bebida teste, (4) Dieta hiperlipídica + água, (5) Dieta hiperlipídica + suco de

laranja vermelha e (6) Dieta hiperlipídica + bebida teste.

No final do período experimental (4 semanas), todos os animais foram sacrificados

com injeção intraperitoneal contendo Thiopentax® (40mg/kg peso corporal). Após a

anestesia, foi feita laparotomia peritoneal para coleta de sangue, dos órgãos (fígado, rins,

baço) e da gordura abdominal, que foram em seguida pesados. O sangue foi imediatamente

centrifugado e o soro sanguíneo congelado para análises posteriores. A glicose,

triglicerídeos, colesterol total, colesterol HDL e a atividade das enzimas aspartato

aminotransferase (AST), alanina aminotransferase (ALT) e fosfatase alcalina (ALP), foram

quantificados com kits comerciais Biotecnica® (Varginha, MG, Brasil), utilizando um

analisador automático (MINDRAY BS-380) no Laboratório Clínico UNAERP. A quantidade

de lipídeos no fígado foi determinada pelo método Soxhlet17. A atividade antioxidante total

do soro foi determinada usando o ABTS, de acordo com o método de Misra e Fridovich18,

modificado por Boveris et al19. As análises foram realizadas em triplicatas.

A eficiência das dietas (TED) foi calculada através da fórmula 20:

TED= média de ganho de peso diário (g)

média de consumo de dieta diário (g)

Analise estatística

Os resultados individuais foram expressos como média ± desvio padrão para todos

os grupos experimentais. Os conjuntos de dados foram testados quanto à normalidade e em

seguida realizada análise de Variância (ANOVA) para a comparação entre os grupos,

estabelecendo a significância das diferenças observadas. O nível de significância estatística

(43)

42

Resultados

A composição química e o valor energético das dietas padrão e hiperlipídica

utilizadas neste experimento são apresentadas na Tabela 1. A dieta padrão seguiu a

composição da dieta AIN93-G para roedores21 e foi confeccionada pela NUVLAB, Varginha,

MG. A dieta hiperlipídica foi elaborada artesanalmente no laboratório, e continha amendoim

torrado, chocolate branco, biscoito tipo maisena, complementada com dieta padrão,

conforme descrito anteriormente16.

De acordo com a análise centesimal realizada a dieta hiperlipídica apresentou um

teor 58% menor de umidade do que a dieta padrão. Vale ressaltar que na dieta hiperlipídica

foi adicionado o aglutinante PVP-K30 (All Chemistry do Brasil Ltda.) na mistura dos

ingredientes, seguido de secagem em estufa a 70ºC por 24h, o que diminuiu seu teor de

umidade. Da mesma forma, foi detectada menor proporção de cinzas na dieta hiperlipídica,

o que era esperado, desde que a dieta hiperlipídica foi confeccionada pela mistura de três

alimentos (chocolate branco, amendoim e biscoito doce) adicionada à dieta padrão, sem

haver reposição dos sais minerais.

Por outro lado, as duas dietas foram similares em relação aos teores de proteína

(p>0.05). Ao comparar o teor de lipídeos das duas dietas, observa-se que a hiperlipídica foi

quatro vezes superior à dieta padrão (p<0.05), apresentando assim o valor pretendido para

uma dieta rica em gorduras. Da mesma forma, a dieta hiperlipídica continha 2,5 vezes mais

fibras do que a dieta padrão (p<0.05), devido à contribuição dos ingredientes naturais

utilizados na confecção, como por exemplo, o amendoim e a bolacha maizena® que contem

8,5% e 2,3% de fibras, respectivamente. Já para os teores de carboidratos, a dieta

hiperlipídica apresentou cerca de 16% menos do que a dieta padrão. Para os valores

energéticos houve diferença significativa entre as duas dietas, onde a hiperlipídica forneceu

20% mais energia que a dieta padrão (p<0.05).

A avaliação dos parâmetros fisiológicos, tais como, a peso corpóreo inicial e final, o

ganho de massa, a ingesta hídrica e o consumo de dieta dos animais tratados com dieta

padrão e hiperlipídica, adicionadas de água, suco de laranja ou bebida teste, são mostrados

na Tabela 2. Os resultados mostraram que os grupos tratados com dieta hiperlipídica

ganharam maior massa corporal ao longo do experimento, e apresentaram, em geral, maior

massa corporal final. Por outro lado, todos os grupos que receberam dieta padrão (água,

suco de laranja vermelha, e bebida teste) apresentaram um consumo médio

estatisticamente maior do que nos grupos que receberam a dieta hiperlipídica (água, suco

(44)

dieta padrão mais suco de laranja vermelha e, dieta hiperlipídica mais suco de laranja

vermelha ou água, apresentaram em média menor consumo de ração, comparados aos

demais grupos (p<0.05). Resultados similares foram encontrados para o consumo total da

dieta. A avaliação da eficiência das dietas, que expressa a eficiência da dieta em propiciar

ganho de peso, mostrou que a dieta hiperlipídica foi em média 2.5 vezes mais eficiente que

a dieta padrão.

Ao avaliar o consumo de água, suco de laranja vermelha ou de bebida teste, é

claramente notado que os grupos tratados com suco de laranja tiveram um consumo hídrico

significativamente maior do que os grupos tratados com água ou bebida teste (p<0.05)

(Tabela 2). Independente do tipo de dieta, o volume médio consumido de suco de laranja

vermelha foi maior 2,9 vezes que a água e 1,6 vezes que a bebida teste. Foi também

significativa a diferença entre o consumo médio de bebida teste e água, sendo que a ingesta

de água e bebida teste foi maior na vigência de dieta padrão do que com a dieta

hiperlipídica (p<0.05).

Os níveis glicêmicos no soro sanguíneo dos ratos foram significativamente maiores

nos grupos tratados com a dieta hiperlipídica (p<0.05), no entanto, os grupos tratados com

esta dieta e que consumiram suco de laranja vermelha ou bebida teste apresentaram

valores significativamente menores quando comparados ao grupo que consumiu água. Por

outro lado, os triglicérides foram aumentados pela presença da dieta hiperlipídica, mas

também foram influenciados pelo consumo do suco de laranja vermelha, que reduziu

significativamente (p<0,05) este parâmetro. A dieta hiperlipídica não influenciou o colesterol

sérico apresentando valores levemente aumentados neste grupo e com uma leve redução

causada pela ingesta do suco de laranja vermelha. O HDL-C parece não ter sido

influenciado pelo tipo de suplemento hídrico ou pelo tipo de dieta, pois não apresentou uma

diferença significativamente detectável para estes fatores. Estes resultados são

apresentados na Tabela 3.

A capacidade antioxidante do soro sanguíneo foi significativamente menor nos

grupos tratados com dieta hiperlipídica (p<0.05) (Tabela 3). Já as concentrações das

enzimas hepáticas, aspartato aminotransferase (AST) e alanina aminotransferase (ALT) não

variaram significativamente entre os diferentes grupos analisados. Entretanto, a

concentração da ALP foi significativamente aumentada nos grupos tratados com dieta

hiperlipídica (p<0.05). Entre os animais tratados com dieta padrão, o grupo que recebeu

suco de laranja vermelha apresentou os menores valores de ALP. Efeito similar foi

observado nos grupos tratados com dieta hiperlipídica, cujos menores teores de ALP foram

(45)

44

menor massa relativa dos rins (massa do órgão/peso corpóreo) foi observada nos grupos

tratados com dieta hiperlipídica mais água, ou suco de laranja vermelha, e dieta padrão mais

água, seguidos pela dieta hiperlipídica mais bebida teste (valor intermediário) e dieta padrão

mais suco ou bebida teste (Tabela 4). Por outro lado, não foram detectadas diferenças nas

massas relativas do baço entre os grupos estudados (p>0.05).

A massa relativa do fígado nos animais dos grupos tratados com dieta padrão foram,

em geral, mais elevadas que dos animais tratados com dieta hiperlipídica (p<0.05) (Tabela

4). Adicionalmente, a avaliação da gordura hepática mostrou um acúmulo muito maior de

tecido adiposo nos grupos tratados com dieta hiperlipídica, sugerindo um efeito da

quantidade de gordura sobre o peso do órgão. Finalmente, a gordura abdominal mostrou

uma prevalência do efeito deletério da dieta hiperlipídica, pois os grupos tratados com esta

Imagem

Figura 1. Fruto de laranja da variedade Valência, do grupo das variedades claras.
Figura 3. Fruto de laranja vermelha de Mombuca, do grupo das variedades falsas  sanguíneas
Tabela  1:  Composição  centesimal  em  macronutrientes  das  dietas  (padrão  e  hiperlipídica)  oferecidas  aos  ratos  tratados  com  diferentes  suplementos  hídricos  tratados  com  suco  de  laranja vermelha, Ribeirão Preto, 2013
Tabela  2:  Parâmetros  fisiológicos  (Peso  corpóreo  inicial  e  final,  ganho  de  peso  corpóreo),  consumo dietético e sua eficiência, consumo hídrico em ratos tratados com dieta padrão e  hiperlipídica com diferentes suplementos hídricos, Ribeirão Pr
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Referências

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