A P
ERDA
, R
EDESCOBERTA
E
T
RANSFORMAÇÃO
DE
UMA
T
RADIÇÃO
DE
T
RABALHO
:
A
T
EORIA
S
OCIOTÉCNICA
NOS
D
IAS
DE
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OJE
P e t e r Sp i n k *
R
ESUMOt eor ia sociot écn ica de or gan ização de t r abalh o f oi elabor ada n a década de 1 9 5 0 , a par t ir de u m a sér ie de est u dos n a in dú st r ia de car v ão br it ân ica. Nessa abor dagem , a or g an ização f oi con sid er ad a u m p r od u t o d e d ois con j u n t os d e f at or es, sociais e t écn icos, qu e podem ser com bin ados em m u it as m an eir as dif er en t es; cada u m a com su as pr ópr ias im plicações, psicológicas, sociais e econ ôm icas dif er en t es. Ch av e n a elabor ação da t eor ia, f or am os est u dos f eit os n a m in a da aldeia de Ch opw ell, n o n or t e de I n glat er r a, on de n ov os m ét odos m ais colet iv os de or gan ização f or am in t r odu zidos pelos m in eir os, após n egociação com a ger ên cia local. Est e ar t igo t em com o obj et iv o r et or n ar a est es est u dos pion eir os, bu scan do com pr een der su a con t r ibu ição par a as qu est ões da at u alidade, com ên f ase especial às ex per iên cias de econ om ia solidár ia e a bu sca de alt er -n at iv as de dese-n v olv im e-n t o local.
A
BSTRACTh e socio- t ech n ical t h eor y of w or k or g an izat ion w as d ev elop ed in t h e 1 9 5 0 ’s as a r esult of a ser ies of st udies in t he br it ish coal indust r y . I n it , w or k or ganizat ion w as consider ed t o be a pr oduct of t w o gr oups of fact or s, social and t echnical, w hich could be com bin ed in v ar iou s w ay s, each w it h it s ow n psy ch ological, social an d econ om ic im plicat ions. Key t o t he dev elopm ent of t he t heor y w er e t he specific st udies car r ied out in t he Chopw ell m ine in t he nor t h of England w her e new m et hods of collect iv e or ganizat ion had been int r oduced by t he m iner s aft er negot iat ion w it h local m anagem ent . The obj ect iv e of t h is paper is t o r e- ex am in e t h ese ear lier st u dies an d ex per ien ces in t h e ligh t of cu r r en t con cer n s in t h e ar ea of w or k an d em ploy m en t gen er at ion an d local social an d econ om ic dev elopm en t .
* Pr ofessor da EAESP/ FGV
N
I
NTRODUÇÃOo in ício d a d écad a d e 1 9 5 0 , p esq u isad or es d o Tav ist ock I nst it ut e of Hum an Relat ions, de Lon dr es, f or am con v idados a par t icipar da im plan t ação de u m a est r u t u r a r ep r esen t at iv a e con su lt iv a p ar a t od os os f u n cion ár ios d a em p r e sa m et alú r gica Glacier Met al. Du r an t e o p r ocesso, em g r an d e p ar t e ex it oso, u m p r ob lem a con st an t e f oi a d if icu ld ad e d e f or t alecer os v ín cu los r ep r esen t at iv os com os t r ab alh ad or es d o “ ch ão d e f áb r ica” . Não h av ia ex p licação ób v ia; t od os est av am em p en h ad os em f azer d o m od elo r ep r esen t at iv o u m su cesso ex em p lar , m as, m esm o assim , os v ín cu los se desf aziam ( Tr ist , 1 9 8 1 ) . Par a os pesqu isador es f icou a p er g u n t a: p or q u ê?
A r esp ost a v ir ia m ais t ar d e, n os est u d os d o Tav ist ock I nst it ut e so b r e a o r g a-n ização d o t r ab alh o a-n a m ia-n er ação d e car v ão ia-n g lesa, q u e r esu lt ar am a-n a t eor ia sociot écn ica de desen h o or gan izacion al ( Tr ist , Higgin , Mu r r ay an d Pollock , 1 9 6 3 ) . Nessa ab or d ag em , a or g an ização d o t r ab alh o f oi con sid er ad a u m p r od u t o d e d ois con j u n t os d e f at or es, sociais e t écn icos, q u e p od em ser com b in ad os em m u it as m an eir as dif er en t es. Cada com bin ação t r azia su as pr ópr ias im plicações psicológi-cas, sociais e econ ôm icas d if er en t es. Não h av ia u m a m elh or m an eir a d e or g an izar o con j u n t o d e t ar ef as, h av ia som en t e op ções e con seq ü ên cias. Dad a a im p ossib i-lid ad e d e se cr iar u m m od elo n or m at iv o sob r e o q u e ser ia u m p ost o d e t r ab alh o p er f ei t o , a p r o p o st a er a q u e o d esen h o d o s p r o cesso s d e t r ab al h o f o sse ab o r d a-d o a-d e m an eir a colab or at iv a en t r e t r ab alh aa-d or es e en g en h eir os e q u e, n essas d iscu ssões, as op ções t écn icas e as p ossib ilid ad es d e or g an ização social f ossem d iscu t id as con j u n t am en t e n a b u sca d e u m a solu ção m u t u am en t e v iáv el.
A t eor ia sociot écn ica f oi associad a t am b ém a u m a sér ie d e ob ser v ações so-b r e a d em ocr acia n o local d e t r aso-b alh o, en t r e elas a d e q u e q u an d o as p essoas t êm a lib er d ad e d e se or g an izar em em t or n o d as t ar ef as p r od u t iv as, elas t en d em a cr iar m od elos d e or g an ização f lex ív el, n os q u ais as t ar ef as são com p ar t ilh ad as e se d esen v olv em h ab ilid ad es m ú lt ip las ( os ch am ad os ag r u p am en t os sem i- au t ôn o-m os) . Esse t ip o d e or g an ização t eo-m u o-m a cap acid ad e ad ap t at iv a eo-m r elação às f lu t u ações d o p r ocesso p r od u t iv o e p r op icia m elh or ias n a q u alid ad e d e v id a d os t r ab alh ad or es. Qu an d o, ao con t r ár io, a p ar t e t écn ica é p r oj et ad a d e m an eir a in -d ep en -d en t e ( ob e-d ecen -d o a lóg ica -d a m áq u in a) , o r esu lt a-d o é u m a sér ie -d e r est r i-ções às p ossib ilid ad es d e or g an ização social.
Esse f oi o p r ob lem a n a Glacier Met al. Em n ad a aj u d av a cr iar com issões d e f áb r ica com r ep r esen t an t es d os t r ab alh ad or es se a con f ig u r ação d o d ia a d ia, in -clu in d o a m an eir a d e op er acion alizar o p r ocesso p r od u t iv o, n ão p er m it ia su a ef e-t iv a in e-t er ação. Os m ecan ism os ab er e-t os e r elae-t iv am en e-t e d em ocr áe-t icos d e d iscu s-sões en t r e os g er en t es e os r ep r esen t an t es t in h am m u it o p ou co a v er com o d ia-a- d ia f r ag m en t ad o p ela or g an ização d as t ar ef as, a d ist r ib u ição d as m áq u in as n o p r ocesso p r od u t iv o e o t r ab alh o su p er v ision ad o n o ch ão d a f áb r ica.
A ab or d ag em sociot écn ica n u n ca ch eg ou a est ar “ n a m od a” em t er m os ad -m in ist r at iv os; -m es-m o q u e su a in f lu ên cia en t r e p essoas p r eocu p ad as co-m a q u ali-d aali-d e ali-d e v iali-d a n o t r ab alh o t en h a siali-d o r azoáv el, a p on t o ali-d e ser aali-d ot aali-d a n o p r oces-so de pr oj eção de f ábr icas n a Su écia ( Volv o) e n o Can ada ( Sh ell) . Em par t e, su a dif icu ldade f oi in t r ín seca. Não sen do u m a t eor ia n or m at iv a, as su as r espost as er am sem pr e aber t as. Por out r o lado, a ex pr essão “ gr upos sem i- aut ônom os” lev ou m uit as p essoas a ach ar q u e se t r at av a sim p lesm en t e d e u m a p r op ost a n or m at iv a d e t r ab alh o em eq u ip e. A p r op ost a d e “ escolh a or g an izacion al” er a r ad ical, in clu siv e p ela u t ilização d e p esq u isa- ação p ar t icip at iv a com o m ét od o d e an álise e d eb at e ( Spin k , 1 9 7 9 ) . Não aj u dar am , n u m a época em qu e se v alor izav a cada v ez m ais a com p et ên cia d os ex ecu t iv os e g er en t es, as ob ser v ações sob r e a v alid ad e d e m é-t od os au é-t g er en ciad os e sob r e a cap acid ad e d os é-t r ab alh ad or es d e con é-t r olar p r o-cessos p r od u t iv os com p lex os, sem su p er v isão.
saiav a seu s p r im eir os p assos. En t r et an t o, p ar a a g r an d e m aior ia d as lid er an ças em -p r esar iais, a d em ocr acia d a socied ad e e o m u n d o d en t r o d os -p or t ões d as f áb r icas er am t er r en os b ast an t e d if er en t es. Com alg u m as p ou cas ex ceções, as ag en d as em p r esar iais e sin d icais se v olt ar am a ou t r as q u est ões. Par a t od os os ef eit os, a t eor ia sociot écn ica v ir ou m ais u m capít u lo n a h ist ór ia da adm in ist r ação do t r aba-lh o, ar q u iv ad o j u n t o com ou t r os m od elos e t eor ias d o m u n d o p r é- g lob alizad o.
A
PERDA,
REDESCOBERTA E TRANSFORMAÇÃO DE UMA TRADIÇÃO DE TRABALHO(I)
Esse f oi o su b t ít u lo d o liv r o q u e Er ic Tr ist e seu s coleg as escr ev er am em 1 9 6 3 ; o t ít u lo er a “ Escolh a Or gan izacion al” . Em f oco, est av am as v ar iações n os m ét od os d e or g an ização d o t r ab alh o en con t r ad as n a m in er ação d e car v ão n o Nor t e d a I n g lat er r a e, esp ecif icam en t e, as m u d an ças in t r od u zid as p elos m in eir os n a m in a d a ald eia d e Ch op w ell, n o Con d ad o d e Du r h am , p ar t e d a com p an h ia est a-t al de car v ão br ia-t ân ica ( Naa-t ional Coal Board – NCB) .
o-r es d o Tav ist ock I nst it ut e, lideo-r ado poo-r u m m em bo-r o do go-r u po oo-r igin al ( Hu gh Mu o-r o-r ay com o ap oio d e Gu r t h Hig g in ) , r et or n ou ao cam p o d os est u d os d a d écad a d e 1 9 5 0 e, em Bolsov er , ain da f oi possív el en con t r ar pessoas com m em ór ias posit iv as so-br e o “ ex per im ent o” ( Mur r ay , Spink , Higgin & Wade, 1 9 7 9 ) .
Em 1955, o Tavist ock r ecebeu a per m issão do NCB par a an alisar os dif er en t es m ét odos de t r abalh o en con t r ados n a r egião geológica e geogr áf ica de Du r h am , on de as con dições n as cam adas de car v ão er am m ais ou m en os igu ais. Na m edida em qu e os est u dos pr ogr ediam , os pesqu isador es en con t r av am em m in a após m in a a m esm a sit u ação de f r agm en t ação: pequ en as célu las de t r abalh o v olt adas a u m a única t ar efa, com ciclos cur t os e r epet it iv os, com super v isão const ant e e com pr o-blem as pr odu t iv os e sociais. Os en gen h eir os en t r ev ist ados er am con scien t es dos pr oblem as, m as achar am que isso só m elhor ar ia com um aum ent o na m ecanização e um a sim plificação na est r ut ur a de car gos e salár ios; em sum a, com a m oder niza-ção do pr ocesso pr odu t iv o de car v ão e su a in ser niza-ção n o m odelo in du st r ial v igen t e. A m in a de Ch opw ell, qu e er a m u it o sim ilar às dem ais m in as da ár ea, n ão f azia par t e da am ost r a or igin al m as, en qu an t o esper av am a per m issão par a in iciar n u m a ou t r a m in a, segu ir am a su gest ão de u m dos t écn icos do NCB par a v isit á- la por qu e “ lá se f azia algo dif er en t e” . Em Ch opw ell, segu in do a decisão da ger ên cia da m in a de in t r odu zir o m ét odo de longwall, a r epr esen t ação local do sin dicat o t in h a n egociado a ap licação d e alg u m as id éias d e or g an ização d o t r ab alh o d er iv ad as d as su as ex -per iên cias com as equ ipes “ all in ” ou “ com posit e” ( com post o) da par ede cu r t a.
Os d et alh es op er acion ais d a p r op ost a d e or g an ização em ag r u p am en t os d e 4 1 p essoas au t og er en ciad as cob r in d o os t r ês t u r n os d o ciclo d e ex t r ação f or am elab or ad as p elos m in eir os com in cr ív el su cesso. Não h av ia su p er v isão n a ár ea d e t r ab alh o e os en g en h eir os d e p r od u ção se v olt av am às at iv id ad es d e seg u r an ça. No d i a - a - d i a , d u r a n t e m a i s d e u m a n o e m e i o , m i n e i r o s m u l t i - h a b i l i t a d o s in t er cam biav am t ar ef as e t u r n os com u m sist em a de pagam en t o ú n ico e igu al par a t od os, colet iv izan d o e com p ar t ilh an d o su as h ab ilid ad es e con h ecim en t os. A p ar t ir d aq u ele m om en t o, t od os as n ov as f r en t es d e car v ão q u e ab r ir am em Ch op w ell f or am or g an izad as d essa m an eir a e a m in a con t in u ou assim at é o f in al d a su a v id a ú t il, em 1 9 6 6 . For am as ex p er iên cias d essas eq u ip es “ com post as” qu e con st it u í-r a m a p í-r o v a f u n d a m e n t a l co n t í-r a o d e t e í-r m i n i sm o t e cn o l ó g i co e a t e se d a in ev it ab ilid ad e d a f r ag m en t ação d o t r ab alh o.
No r et or n o à aldeia de Ch opw ell du r an t e 1 9 7 7 - 1 9 7 8 ( Mu r r ay , Spin k , Higgin & Wad e 1 9 7 9 ) , f oi p ossív el r est ab elecer con t at o com m u it os d os at or es- ch av e d o per íodo in icial, in clu in do o ger en t e, r epr esen t an t es sin dicais e m em br os- ch av e das eq u ip es or ig in ais, a g r an d e m aior ia ap osen t ad a. Su as m em ór ias d os ev en t os, as at as d as r eu n iões f or m ais d e n eg ociação, os r eg ist r os d os ar q u iv os d a r ep r esen -t ação d o sin d ica-t o e u m q u es-t ion ár io en v iad o p ar a -t od os os m em b r os d as eq u ip es or ig in ais q u e est av am ain d a em b oa saú d e, ser v ir am p ar a cr iar u m a im ag em d os acon t ecim en t os e d e seu s r esu lt ad os. Par alelam en t e, f or am f eit as b u scas ex t en -sas n os ar q u iv os locais, r eg ion ais e n acion ais d a com p an h ia est at al d e car v ão ( NCB) e d ad os ex t r em am en t e p r eciosos f or am en con t r ad os p ar a o p er íod o d e 1 9 5 6 , q u an d o u m est u d o of icial f oi f eit o sob r e sist em as d e p ag am en t o n a in d ú s-t r ia, o q u e p er m is-t iu o r ass-t r eam en s-t o d a p r esen ça d e m és-t od os d o s-t ip o “ com posis-t e” o u “ all in” no país int eir o ( Spink , 1 9 9 9 ) .
Hav ia div er sas cir cu n st ân cias qu e poder iam j u st if icar por qu e a ex per iên cia d e Ch op w ell n ão f oi m ais am p lam en t e d iv u lg ad a e u t ilizad a n a in d ú st r ia d e car -v ão. Um a er a a d if icu ld ad e d e com u n icação n a ép oca, esp ecialm en t e com as ár eas g eog r áf icas m ais d ist an t es. Ou t r a er a a t en d ên cia d os p lan ej ad or es d e p r od u ção d e con ceb er in ov ação com o sen d o u m p r ocesso q u e se in iciav a n os lab or at ór ios t ecn ológ icos d o NCB p ar a d ep ois ser t r an sf er id o p ar a os cam p os d e m in er ação – e não v ice- v er sa. Tam bém , o NCB e o sin d icat o n acion al d e m in eir os (NUM) b u sca-v am os m eios d e in t eg r ar u m con t in g en t e im en so d e m in as d o n or t e ao su l d o p aís, com t od as as su as associações sin d icais d ist r it ais. ( An t es d o p r ocesso d e est at ização, a or g an ização d a m in er ação d e car v ão, t an t o em t er m os d e p r od u ção q u an t o d e r ep r esen t ação, er a b asicam en t e local) . Hav ia n o ar u m a p r eocu p ação com a p r od u ção, t en d o em v ist a a im p or t ân cia d o car v ão e a p ossib ilid ad e d e ou t r as f on t es en er g ét icas. Com essas p r essões, os d if er en t es n om es u sad os n as d iv er sas r eg iões p ar a d escr ev er d if er en t es p ap éis e con t r at os d e t r ab alh o f or am v ist os com o em p ecilh os à n eg ociação d e u m a est r u t u r a salar ial n acion al, em v ez d e p ist as p ar a a id en t if icação d a in ov ação p er if ér ica.
Hav ia t am b ém a ald eia d e Ch op w ell, p or m u it o t em p o u m a v oz in d ep en d en -t e em q u es-t ões sin d icais. Cad a r ep r esen -t ação local d a Associação d e Min eir os d o con d ad o d e Du r h am t in h a su a b an d eir a or n am en t al, lev ad a em p asseat as e m o-m en t os d e g ala. Er ao-m b an d eir as g r an d es, q u e p r ecisav ao-m d e p elo o-m en os q u at r o p e sso a s p a r a ser em car r eg ad as e cu j o d esen h o e im ag en s r ep r esen t ad as er am ob j et os d e m u it a d iscu ssão e d ecisão local. A b an d eir a d e Ch op w ell t in h a t r ês f igu r as: Len in , Kier Har dy ( f u n dador do par t ido t r abalh ist a) e Mar x . Len in e Kier Har d y ap ar ecer am em ou t r as b an d eir as, m as a d e Ch op w ell f oi a ú n ica com a f ig u r a d e Mar x . Ch op w ell er a con sid er ad a com o u m a d as ald eias “ v er m elh as” d e Du r h am , t ít u lo qu e r ecebeu de u m per iódico r egion al, em 1 9 2 6 , em con seqü ên cia de seu t ot al en v olv im en t o n a gr ev e ger al ( Tu r n bu ll, 1 9 7 9 ) . O lem a n a ban deir a er a u m a f r ase do escr it or e poet a r adical n or t e- am er ican o, Walt Wh it m an : “ We t ak e up t he t ask et er nal, t he bur den and t he lesson, Pioneer s O Pioneer s” ( Aceit am os a t ar efa et er n a, o en car g o e a lição, p ion eir os, ó p ion eir os) ( Moy es, 1 9 7 4 ) . Ch op w ell p r o-d u ziu m em b r os o-d e p ar lam en t o e u m p r esio-d en t e o-d o sin o-d icat o e at é h oj e é u m a o-d as ár eas q u e sem p r e el eg e can d i d at o s d e esq u er d a.
Os h om en s e m u lh er es q u e lid er av am os m ov im en t os p olít icos e sin d icais d a aldeia n a década de 1 9 2 0 er am , de acor do com u m h ist or iador local ( Tu r n bu ll, 1 9 7 9 ) , d if er en t es u m d o ou t r o em t er m os d e p er son alid ad e, cr en ças r elig iosas e lu g ar es d e n ascim en t o, m as t od os com p ar t ilh av am o p on t o d e v ist a d e q u e se as p essoas se p r eocu p assem su f icien t em en t e e coop er assem u m as com as ou t r as, a socied ad e p od er ia ser m u d ad a r ap id am en t e. Um d e seu s in f or m an t es d izia: “ A id éia d e coop er ação, d e est ar j u n t os, d e solid ar ied ad e, d e lu t ar p or aq u ilo q u e v ocê j u lg a q u e é seu d ir eit o e n ão aceit ar n ad a m en os. . . . t ev e o ef eit o d e j u n t ar os m em b r os d a com u n id ad e. . . d e f azer o p essoal d e Ch op w ell d if er en t e” .
Já n a d écad a d e 1 9 5 0 , as p osições p olít icas er am m ais v ar iad as, m as, m es-m o assies-m , a r epr esen t ação sin dical de Ch opw ell per es-m an eceu coes-m pr oes-m et ida coes-m a lu t a d os m in eir os p or m elh or es con d ições d e t r ab alh o. Vár ios dos líder es sin dicais ap osen t ad os en t r ev ist ad os n o est u d o d e 1 9 7 7 - 7 8 f izer am q u est ão d e f r isar q u e Ch op w ell n u n ca f oi u m a ald eia com u n ist a. “ Colocam os Len in e Mar x n a b an d eir a e os m an t iv em os lá em r esp eit o a seu p ion eir ism o, em r esp eit o ao q u e b u scar am f azer ” . Alg u n s d os r esid en t es d e Ch op w ell f or am m em b r os d o p ar t id o com u n ist a, m as t am b ém o an ar q u ist a Geor g e Dav id son aj u d ou a cr iar u m clu b e d e d eb at e polít ico n a aldeia em 1 9 1 3 e o gr u po das m u lh er es t in h a discu t ido o su f r ágio f em i-n ii-n o e o coi-n t r ole d a i-n at alid ad e com alg u m as d as f ig u r as i-n acioi-n ais i-n ot áv eis d a época, com o Dor a Ru ssel, e ain da em 1 9 7 7 - 7 8 h av ia m u it os e m u it as socialist as m or an d o n as p eq u en as casas t r ab alh ad or as d a Tr av essa Len in . En t r et an t o, o im p or t an t e p ar a t od os e t od as er a a h er an ça colet iv a d e m elh or ia at r av és d a solid ar ied ad e e d a ação social.
m u it o f ácil, r esu m ia- se n u m a palav r a: “ h ar m on ia” . A palav r a n ão se r ef er ia à r ela-ção en t r e m in eir os e g er en t es ou en t r e m in eir os e a com p an h ia est at al, p or q u e est a er a u m a ár ea d e con f lit o p er m an en t e; a com p an h ia er a est at al, m as as p lcas n a en t r ad a d as in st alações an u n ciav am : “ Pr op r ied ad e Pr iv ad a – NCB – En t r a-d a Pr oib ia-d a” . Ao con t r ár io, a h ar m on ia b u scaa-d a f oi a h ar m on ia en t r e h om en s n a d u p la con d ição d e m em b r os d e u m a com u n id ad e e d e m in eir os; a h ar m on ia n ecessár ia p ar a m an t er a solid ar ied ad e p ar a se j u n t ar e lu t ar p or u m a v id a d ig n a, con -t r a os m é-t od os f r ag m en -t ad os, as escalas d e p ag am en -t o in d iv id u ais, as h or as in cer t as e a su p er v isão con st an t e q u e colocou h om em con t r a h om em e, ev en t u al-m en t e, esp osa con t r a esp osa. Con t r a u al-m sist eal-m a d e t r ab alh o q u e f or çav a as p essoas a d esem p en h ar a m esm a t ar ef a, n o m esm o t u r n o, p or m eses a f io e q u e, d ep en d en d o d as h or as alocad as, p od er ia d est r u ir casam en t os e colocar v izin h o con t r a v izin h o. Mesm o as p r át icas d e r od ízio d e p osição ou t u r n o n o in ício d e u m a n ov a f r en t e d e ex t r ação n ão er am su f icien t es p ar a g ar an t ir alg u m alív io, p or q u e as p r óp r ias con d ições d e t r ab alh o n as f r en t es d e ex t r ação com som en t e u m m et r o d e alt u r a er am u m a f on t e con st an t e d e at r asos e p r ob lem as.
Um dos in f or m an t es de Tu r n bu ll descr ev eu , cr on ologicam en t e, a r ot in a n as p eq u en a s ca sa s:
“ A v ida diár ia da m in h a m ãe er a t ípica da m u lh er do m in eir o do con dado d e Du r h am . Ela se lev an t av a às t r ês h or as d a m ad r u g ad a p ar a p r ep ar ar o caf é da m an h ã e o alm oço ( f r io) par a m eu ir m ão, u m t r abalh ador de f r en t e, q u e in iciav a às q u at r o h or as. Qu an d o ele saía, ela t en t av a d or m ir m ais u m a h or a an t es de in iciar a m esm a r ot in a par a u m dos m eu s ir m ãos m en or es, q u e t r ab alh av a n a p ar t e d e acab am en t o, cu j o t u r n o se in iciav a às seis. Nesse m eio t em p o, m eu p ai, q u e in iciar a seu t u r n o n a n oit e an t e-r ioe-r às d ez, saía d a m in a às seis e e-r et oe-r n av a à n ossa casa p ae-r a seu caf é d e m an h ã. . . . er a sem p r e m eia- n oit e an t es q u e a m in h a m ãe f osse p ar a a cam a ao f in al d e u m d ia n or m al – e o d esp er t ad or est ar ia t ocan d o d e n ov o às t r ês h or as par a in iciar o pr óx im o. ”
Er a n ecessár io, eles ar g u m en t av am , m u d ar as p r át icas q u e colocav am h o-m eo-m con t r a h oo-m eo-m , e cr iar p r át icas eo-m q u e as p essoas p u d esseo-m se er g u er , f icar d e ig u al p ar a ig u al com as d em ais, ap r en d er e en sin ar j u n t o e m an t er a com u n id a-d e con solia-d aa-d a. Nessas a-d iscu ssões, j á t en a-d o em v ist a a am p liação a-d o “ longwall” , alg u m as p essoas lem b r av am as p r át icas an t er ior es com os p eq u en os con j u n t os d e o i t o p esso a s n o “ shor t w all” e com eçav am a elab or ar a p r op ost a d o m od elo com posit e: u m agr u pam en t o de 4 0 5 0 m in eir os qu e t om ar iam con t a de t r ês t u r -n os, f aze-n d o su a p r óp r ia alocação d e p essoas em t ar ef as d e acor d o com a -n eces-sid ad e, cr ian d o m ecan ism os p ar a ap r en d izag em e op or t u n id ad es p ar a f azer o r od ízio d e t ar ef as e t u r n os.
A lu t a d os m in eir os d e Ch op w ell est av a f ocalizad a n o h or izon t e d a com u n i-d ai-d e, n o h or izon t e i-d a ali-d eia. Não q u er iam m u i-d ar o NCB e n em a or g an ização sin d ical d o seu con d ad o. Qu er iam u m a p r át ica alt er n at iv a d e t r ab alh o cot id ian o q u e g ar an t isse a solid ar ied ad e, q u e er a u m d os v alor es- ch av e d a ald eia; en f im , q u e m an t iv esse a com u n id ad e u n id a. Par a os m in eir os, p ar ecia alg o ób v io d e f a-zer : m u d ar as con f ig u r ações d o d ia- a- d ia p ar a p od er t r ab alh ar j u n t o, con st r u ir u m ou t r o cot id ian o.
B
RASIL2003 - 2004
in d icad or m ais d e q u e su f icien t e t an t o d a n ecessid ad e d e m u d an ça q u an t o d e su a d if icu ld ad e. En q u an t o h á p or v olt a d e 5 0 m ilh ões d e b r asileir os ( 3 0 % d a p op u la-ção) b u scan d o sob r ev iv er com m en os d o q u e o eq u iv alen t e a R$ 8 0 , 0 0 per capit a ao m ês, os est u d os f eit os sob r e as t en t at iv as d e d ist r ib u ição d em on st r am q u e a m aior p ar t e d os b en ef ícios e g ast os sociais se d est in am à classe m éd ia e aos r icos ( PNUD, 2 0 0 0 ) . A essa sit u ação, qu e j á é por si cr ôn ica, adicion a- se n os ú lt im os an os o au m en t o d o d esem p r eg o – ch eg an d o n as p r in cip ais r eg iões m et r op olit a-n as a cif r as d e m ais d e 2 0 % – e as t r aa-n sf or m ações a-n a est r u t u r a d o em p r eg o q u e pr odu zir am u m a in v er são t ot al n a r elação en t r e em pr ego f or m al e in f or m al, com a m aior ia d os p ost os d e t r ab alh o sen d o cr iad a d e m an eir a in f or m al ou “ f lex ib ilizad a” ( sem a cober t u r a de ben ef ícios sociais) .
En t r e as m u it as an álises f eit as, h á sin ais d e u m con sen so d e q u e a m u d an -ça d esse q u ad r o t r ist e e m or alm en t e d esaf iad or im p licar á em ações n ão som en t e n o âm bit o da m acr oecon om ia e das polít icas pú blicas m ais ger ais, m as t am bém n a co n st r u çã o d e p r á t i ca s m a i s f o ca d a s e d e e st ím u l o s m ú l t i p l o s à s p e q u e n a s t r an sfor m ações locais ( por ex em plo, Cam ar ot t i & Spin k , 2 0 0 0 , CEPAL/ DFI D, 2 0 0 3 ) . Não é p or acaso q u e au m en t a o n ú m er o d e d isser t ações, t eses e m on og r af ias d e con clu são d e cu r sos d e g r ad u ação v olt ad as p ar a o est u d o in loco d e p ossib ilid a-d es a-d e ação; com o t am b ém au m en t a o n ú m er o a-d e in cu b aa-d or a s a-d e em p r een a-d i-m en t os p op u lar es sen d o con st r u íd os n as p r in cip ais u n iv er sid ad es d en t r o d a r ed e d e ap oio d a Un it r ab alh o. São in d icad or es d a con sciên cia colet iv a d as n ov as g er a-ções sob r e a im p or t ân cia d e m u d an ça n o q u ad r o g er al d e p ob r eza e d esig u ald ad e e n o p ap el d as açõ es l o cai s n esse p r o cesso .
No âm b it o d a d iscu ssão sob r e a econ om ia solid ár ia ou p op u lar ( Bocay u v a Cu n h a, 2 0 0 3 ; Sin ger , 2 0 0 2 ) , com o t am bém n a lider an ça pr át ica ex er cida pelo m o-v im en t o sin d ical com su as ag ên cias alt er n at io-v as d e d esen o-v olo-v im en t o e n as p olít i-cas d e g er ação d e em p r eg o e r en d a im p lan t ad as p or m u it os g ov er n os locais, são com u n s as p r op ost as q u e v in cu lam ações d e ap oio, cap acit ação e m icr ocr éd it o a o s m é t o d o s o r g a n i za ci o n a i s co o p e r a t i v o s co m o t a m b é m a o s p r o ce sso s d e au t og est ão. Há, in ev it av elm en t e, u m a sér ie d e in d ag ações q u e cir cu lam n esse cam p o: sob r e as d if er en t es con cep ções d e coop er at iv ism o, sob r e a au t og est ão e a co- g est ão, sob r e as d if er en t es t er r it or ialid ad es d a ação u r b an a e r u r al, e sob r e os h or izon t es p ossív eis d essas in t er v en ções ( v er Un it r ab alh o, 2 0 0 0 ) . En t r et an t o, h á u m con sen so m ín im o sob r e as p ossib ilid ad es d e con st r u ir r elações econ ôm icas m ais solid ár ias, d e cr iar em p r eg o e r en d a a p ar t ir d e ou t r os p r in cíp ios e d e r ecu p e-r ae-r o son h o d a d ig n id ad e e d a ig u ald ad e. O p e-r ob lem a lev an t ad o p oe-r aq u elas in d a-g ações, com o t am b ém p elas m u it as ex p er iên cias em cu r so q u e n ão são, n ecessa-r iam en t e, ex it osas, é o “ com o” ?
Tr abalh ador es em Em pr esas de Au t ogest ão e Par t icipação Acion ár ia) , f u n dada f or -m al-m en t e e-m 1 9 9 4 , alé-m d e ap oiar as e-m p r esas n a su a con st it u ição e d esen v ol-v im en t o, b u sca con t r ib u ir p ar a “ a con st r u ção d e u m m od elo au t og est ion ár io ( au t og est ão/ co- g est ão d e em p r esas d e p r od u ção in d ú st r ial) at r av és d a ‘in t eli-g ên cia colet iv a’, a cap acid ad e d os t r ab alh ad or es p r od u zir em u m a em p r esa d e p r o-du ção in o-du st r ial, qu e m esm o in ser ida n u m m er cado com pet it iv o, con siga t er n o seu in t er ior r elações m ais f r at er n as e solidár ias” ( ANTEAG, 1 9 9 8 p . X) .
É n est e m om en t o q u e p r ecisam os r et or n ar , em esp aço e t em p o, p ar a a al-d eia al-d e Ch op w ell e f azer al-d o su b t ít u lo or ig in al al-d o liv r o al-d e Tr ist , et .al, u m a sér ie al-d e ap on t am en t os p ar a n ov os cam in h os q u e, d ian t e d e q u est ões n ov as, são cap azes d e r ecu p er ar e t r an sf or m ar t r ad ições p er d id as. Ao f azer isso, p r ecisam os r econ h e-cer q u e o con h ecim en t o cr esce on d e é n ecessár io, ou com o Geor g e Her b er t Mead ar gu m en t ou : “ con h ecim en t o. . . é a descober t a, at r av és da im plicação de coisas e ev en t os, d e alg o. . . q u e p er m it e q u e con t in u em os q u an d o u m p r ob lem a n os p r en -d e. É o f at o -d e p o-d er m os con t in u ar q u e g ar an t e o con h ecim en t o” ( 1 9 5 6 p . 3 2 2 ) . Nesse sen t id o, con h ecim en t o é sem p r e au t óct on e, acon t ece p or q u e é n ecessár io; con seq ü en t em en t e, p r ecisam os aceit ar q u e os sab er es t êm m ú lt ip las or ig en s e q u e a acad em ia é som en t e u m d eles ( Bu r k e 2 0 0 3 ) . Pr ecisam os t am b ém ap r en d er a olh ar p ar a ou t r os esp aços e t em p os, e a b u scar o d iálog o com con h ecim en t os q u e p od em t er m u it o a con t r ib u ir , d esd e q u e ad ap t ad os a u m n ov o con t ex t o h ist ó-r ico e social.
Torna-se vital, na situação atual do país, assumir o esforço investigativo
de procurar os lugares onde as pessoas em situação de pobreza estão
buscan-do suas próprias saídas dentro de seus horizontes com ou sem o apoio das
agências e organizações estatais; procurar os conhecimentos que estão sendo
construídos para poder transferi-los para outros. No Programa Gestão Pública e
Cidadania, por exemplo, há registros de mais de 6 mil experiências subnacionais
de ações de melhoria de serviços públicos com um impacto positivo na
constru-ção da cidadania (http://inovando.fgvsp.br ). Destas, uma porcentagem
crescen-te é voltada para a crescen-temática de geração de emprego e renda e de
desenvolvi-mento local, freqüentemente dentro de uma postura solidária. Na área
não-go-vernamental, há também muitas experiências, que contêm lições importantes e
consolidam novas práticas. Por exemplo, na área da pequena produção fam iliar
agrícola e do vínculo rural-urbano, uma das mais importantes experiências no
país é, sem dúvida, a da Associação dos Pequenos Agricultores do Estado da
Bahia (APAEB), em Valente. O trabalho da APAEB, um processo contínuo de mais
de trinta anos de discussão e mobilização comunitária e da busca local de
possi-bilidades de expansão de horizontes com resultados concretos e de grande
im-pacto, é uma universidade viva de exemplos e conceitos a serem seguidos ou
transferidos para outros campos. (Almeida, 2000; APAEB, 2003; Ferreira de
Oli-veira, 2002 e Teixeira, 2001).
A P
ERDA, R
EDESCOBERTA ET
RANSFORMAÇÃO DE UMAT
RADIÇÃO DET
RABALHO(II)
Est a segu n da lição r em et e t am bém par a a con t r ibu ição pot en cial das pr át icas d os m in eir os d e Ch op w ell e os con ceit os elab or ad os a p ar t ir d elas p ar a a at u alid a-de do t er r en o da econ om ia solidár ia. Dialogar com espaços e t em pos dif er en t es r equ er a con st r u ção de pon t es delicadas en t r e idéias e pr át icas com o pr ocessos sociais e h ist ór icos. O est u d o d e or g an izações e d e p r ocessos or g an izacion ais n ão é o est u do de u m con j u n t o de f en ôm en os qu e se m an t ém est át ico n o t em po, m as, an t es de m ais n ada, é o est u do de f en ôm en os sociais em t em po. Ret om ar a abor -dagem sociot écn ica em bu sca de su a con t r ibu ição par a as qu est ões do pr esen t e t em m u it o do m esm o pr ocesso de r epen sar a par t ir do short wall p ar a o longwall. Há v ín cu los, m as t am bém h á difer en ças; em algu n s casos o t em po e as cir cu n st ân cias aj u dam – por ex em plo, ao t or n ar m ais ex plícit o a dim en são m or al da solidar iedade – em ou t r os casos – com o o u so d a t eor ia d e sist em as ab er t os – n ão.
Com o p esq u isa, a ex p er iên cia d e Ch op w ell d em on st r ou a im p or t ân cia d e se b u scar em solu ções on d e os p r ob lem as est ão sen d o en f r en t ad os e d e cr iar d if e-r en t es d i á l o g o s em esp a ço e t em p o . Ma s co m o ex em p l o , el a d em o n st e-r o u a v u ln er ab ilid ad e d as id éias e d as ex p er iên cias à lin g u ag em em q u e são f or m u la-d as. Da m esm a m an eir a em q u e, p ar a m u it os, as ex p er iên cias la-d os “ shor t w alls ” t in h am p ou co ou n ad a a con t r ib u ir p ar a o m u n d o d os “ longwalls” e a m ecan ização cr escen t e do pr ocesso de m in eir ação, t am bém as pr oposições da t eor ia sociot écn ica e a ex p er iên cia d os ag r u p am en t os au t og er en ciad os f or am v ist as com o r est r it as à ar en a da or gan ização do t r abalh o in du st r ial em países com o o Rein o Un ido, Holan da e Su écia e, m esm o assim , con sider adas u t opicam en t e im pr at icáv eis.
Não h á d ú v id a q u e o t em p o aj u d a a p er m it ir q u e a d en sid ad e e a com p lex i-d ai-d e i-d o caso i-d e Ch op w ell sej am com p r een i-d ii-d as em t er m os cu lt u r ais e p olít icos. Na ép oca d os est u d os d e cam p o, as ciên cias sociais est av am em p len a lu a- d e- m el com a v alor ização d a t eor ia com o p r od u t o in d ep en d en t e d e su as cir cu n st ân cias e, con seq ü en t em en t e, com a im p or t ân cia d os m ét od os q u an t it at iv os n a ar g u m en t a-ção r acion al en t r e alt er n at iv as e com a ob r ig aa-ção ar ist ot élica d a r ep licab ilid ad e n a j u st if icação d e u m f at o. Par a os p esq u isad or es d o Tavist ock, m u it o m ais acost u m a-d os aos m ét oa-d os a-d e est u a-d o a-d e caso e a-d a a-d iscu ssão p sicossocial, f oi u m a escolh a dif ícil, m as n ecessár ia, opt ar por u m a apr esen t ação m ais t écn ica. Af in al, ain da n u t r iam esp er an ças d e q u e as lições ap r en d id as p u d essem ser ap licad as n a p r ó-p r ia com ó-p an h ia est at al d e car v ão. As esó-p er an ças f or am em v ão e o im agin ár io h egem ôn ico do det er m in ism o t ecn ológico , b em com o os v alor es d a m od er n ização, d a h ier ar q u ização e f r ag m en t ação, ap ag ar am q u alq u er ar g u m en t o ao con t r ár io. Ou t r os ap oios p ossív eis, p or ex em p lo em r elação à au t og est ão, só v ir iam m ais t ar d e, com os r esu lt ad os d as ex p er iên cias em I sr ael e, n a ép oca, I u g osláv ia, ou com os est u dos sobr e dem ocr acia in du st r ial n a Nor u ega. Aqu i, sem dú v ida, o t em -p o aj u d a a ab r ir esse lad o d os est u d os e a d em on st r ar u m a im -p or t ân cia q u e t alv ez m uit os nunca t er iam condições de im aginar .
d e m a t e r i a l i d a d e s . Pa r a u s a r o a r g u m e n t o d e La w & Mo l ( 1 9 9 5 ) : “ Ta l v e z m at er ialid ad e e socialid ad e se p r od u zam m u t u am en t e. Talv ez ‘associação’ n ão sej a som en t e u m assu n t o p ar a os ser es sociais, m as t am b ém u m assu n t o d e m at er iais. Talv ez, por t an t o, qu an do olh am os o social, est am os t am bém olh an do a p r od u ção d e m at er ialid ad e. E q u an d o olh am os os m at er iais, est am os t est em u -n h a-n d o a p r od u ção d o social” ( p . 2 7 4 ) .
Na ép oca d os est u d os n a m in a d e Ch op w ell, r ein av am n a ár ea or g an izacion al as in v est ig ações sob r e a b u r ocr acia, e a t ecn olog ia só ser ia in t r od u zid a com o u m a v ar iáv el m ais t ar de; por ex em plo, com o t r abalh o de Woodw ar d ( 1 9 6 5 ) . Na ár ea ep ist em ológ ica, a ciên cia er a ciên cia – sem as d ú v id as q u e ser iam lan çad as n a d écad a d e 1 9 6 0 e 1 9 7 0 n o d eb at e en t r e Ku h n e Pop p er ( Lak at os & Mu sg r av e, 1 9 7 0 ) . No cam po da t eor ia social, o im pact o do gir o lin gü íst ico ( Wit t gen st ein , 1 9 5 3 ) e a con st r u ção social d a r ealid ad e ( Ber g er & Lu ck m an n , 1 9 6 6 ) ain d a est av am p or v ir . Qu ase o ú n ico m od elo m ais d in âm ico e an alít ico p ar a q u est ões sociais e or g an izacion ais q u e ex ist ia f oi o m od elo m ar x ist a q u e, en q u an t o t r azia n ov os e im p or t an t es in su m os p ar a o t er r en o d a socied ad e e d o t r ab alh o ( Polan y i, 1 9 4 4 ) , t in h a p ou co a con t r ib u ir – a n ão ser d e m an eir a con t ex t u al – p ar a os est u d os or gan izacion ais de m icr o e m édio alcan ce.
O d esm on t e d a n oção d e u m a r ealid ad e m at er ial e in d ep en d en t e d as p es-soas, f oi u m p r ocesso len t o, com o t am b ém f oi len t o o r econ h ecim en t o d e q u e as coisas são t an t o p r od u t os sociais q u an t o as or g an izações e q u e, d e m an eir a ig u al, são cap azes d e t am b ém p r od u zir socialid ad es. Ag n es Heller , em 1 9 5 8 , com en t ou : “ O m u n d o n o q u al t r an scor r e a vit a at iva con sist e em coisas p r od u zid as p elas at iv id ad es h u m an as; m as, con st an t em en t e, as coisas q u e d ev em su a ex ist ên cia ex clusiv am ent e aos hom ens t am bém condicionam os seus aut or es hum anos. [ . . . ] A ob j et iv id ad e d o m u n d o – o seu car át er d e coisa ou ob j et o – e a con d ição h u m a-n a com plem ea-n t am - se u m a à ou t r a; por ser u m a ex ist êa-n cia coa-n dicioa-n ada, a ex is-t ên cia h u m an a ser ia im p ossív el sem as coisas, e esis-t as ser iam u m am on is-t oad o d e ar t ig os in coer en t es, u m n ão- m u n d o, se esses ar t ig os n ão f ossem con d icion an t es da ex ist ên cia h u m an a” ( Heller 2 0 0 1 , p. 1 7 ) .
As m áq u in as, as p ar ed es e os ou t r os p ed aços d a v id a d iár ia n ão são ob j e-t os f ísicos in d ep en d en e-t es, m as p r od u e-t os d e p r ocessos sociais e h ise-t ór icos d en sos. Algu m as m at ér ias são en con t r adas n at u r alm en t e; por ex em plo, car v ão ou m ár -m or e; -m as o -m ár -m or e n ão p ed iu p ar a ser -m ár -m or e ou p ar a ser o ch ão d e u -m a casa. A m at er ialidade do m at er ial ch am ado de m ár m or e é u m pr odu t o social, e o m ár m or e d a p ia n a cozin h a é p ar t e con st it u t iv a d e u m p r ocesso social q u e t am -b ém o con st r ói com o p ar t e d a p ia – m esm o q u e se sin t a d or q u an d o se -b at e o cot ov elo con t r a seu can t o!
Hack in g ( 1 9 9 9 ) , n a su a discu ssão r ecen t e de con st r u cion ism o social, f or n e-ceu u m ex celen t e ex em p lo d esse p r ocesso d e m ú lt ip la con st it u ição, a p ar t ir d e u m a an álise d a n oção d a m u lh er r ef u g iad a:
As idéias n ão ex ist em n o v ácu o, h abit am sit u ações sociais. Vam os ch am ar ist o a m at r iz dent r o da qual um a idéia ou conceit o são cr iados. . . A m at r iz den t r o da qu al a idéia de m u lh er r efu giada é for m ada é u m com plex o de in st it u ições, at iv ist as, ar t igos de r ev ist a, adv ogados, decisões j u r ídicas, pr ocedim ent os im igr at ór ios. Par a não falar da infr a- est r ut ur a m at er ial, bar r eir as, passapor t es, u n if or m es, balcões de aer opor t o, cen t r os de de-t en ção, de-t r ibu n ais e os cam pos par a cr ian ças r ef u giadas. Você pode qu er er con sid er ar est es com o sociais p or q u e são seu s sen t id os q u e são im p or -t an -t es par a n ós, m as são m a-t er iais e su a m a-t er ialidade f az u m a dif er en ça su b st an t iv a p ar a as p essoas. I g u alm en t e, as id éias sob r e m u lh er es r ef u -giadas af et am o am bien t e m at er ial ( por qu e m u lh er es r ef u -giadas n ão são v iolen t as e n ão h á n ecessid ad e d e ar m as, m as h á u m a g r an d e n ecessid a-de a-de papel, papel, papel) . . . ( Hack ing, 1 9 9 9 , p. 1 0 )
so-cial e m at er ial on d e t od os os elem en t os f alam à su a m an eir a, em seu t em p o e con st an t em en t e. En t en d id o d essa f or m a, o ar g u m en t o p ós- m od er n o d e q u e t u d o é t ex t o n ão soa t ão est r an h o assim e ser v e com o u m aler t a b ast an t e im p or t an t e p a r a a b u sca d e r el a çõ es eco n ô m i ca s a l t er n a t i v a s e a co n st r u çã o d e n o v a s in t er su b j et iv id ad es solid ár ias e colet iv am en t e au t og est ion ad as. É p or isso q u e é n ecessár io r edescobr ir e t r an sf or m ar u m a t r adição qu e f oi per did a, bu scar in su m os p ar a a con st r u ção d e u m a v id a cot id ian a d ig n a. A econ om ia solid ár ia, as coop er a-t iv as, as ex per iên cias com o a da APAEB, a-t al como a n oção d e m u lh er r ef u g iad a, t êm su as m at er ialid ad es e socialid ad es; com o t am b ém as t êm a econ om ia cap it a-list a, a or g an ização h ier ár q u ica, a f r ag m en t ação, a d esig u ald ad e e a p ob r eza. Nu m est u d o r ecen t e sob r e m u lh er es t r ab alh ad or as d o ser t ão p er n am b u can o, Cor d eir o ( 2 0 0 4 ) an ot ou com o, p ar a p od er t er acesso aos b en ef ícios q u e são d ir ei-t os d e ei-t od os os ei-t r ab alh ad or es r u r ais, elas p r ecisam se ap r esen ei-t ar n a r ep ar ei-t ição d a Pr ev id ên cia p ar a m ost r ar f isicam en t e q u e são t r ab alh ad or as r u r ais; ou sej a com u n h as su j as e q u eb r ad as, com ch in elos d e d ed o e com r ou p a r asg ad a d e t r ab alh o. É assim , ao n eg ar às t r ab alh ad or as a d ig n id ad e d e se v est ir b em p ar a “ ir n a c i d a d e ” , q u e s e m a t e r i a l i z a a a g r e s s ã o q u e é o ap ar t h ei d s o c i a l . O s m acr op r ocessos e os m icr op r ocessos n ão são d ist in t os, os p r ocessos sociais e a ação social f or m am u m a f igu r a só, de du plo r ost o. Sem dú v ida, m u it os ser iam cap azes d e d izer – u m a v ez ch am ad a a at en ção – q u e t ais p r át icas são in aceit á-v eis; m as p ou cos ser iam cap azes d e id en t if icar e com p r een d er t ais p r át icas es-p on t an eam en t e e m u it o m en os d iscu t ir sob r e com o m u d á- las. Por isso es-p r ecisa-m os, ecisa-m ais d e q u e n u n ca, d e Ch o p w el l s e d e Valen t es, cap azes n ão soecisa-m en t e d e d ar v isib ilid ad e aos p r ob lem as, m as d e cr iar cam in h os p ar a q u e ou t r os p ossam ap r en d er e t r an sf er ir essas lições. Não h á d ú v id a q u e, às v ezes, é n ecessár io t er u m con j u n t o de cir cu n st ân cias especiais, cu lt u r ais e sócio- h ist ór icas, par a qu e es-ses cam in h os em er j am ; m as, ig u alm en t e, n ão h á d ú v id a q u e t ais lições d esaf iad o-r as, u m a v ez id en t if icad as, p od em seo-r ap licad as p oo-r t od os.
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