REVISTA
BRASILEIRA
DE
ANESTESIOLOGIA
PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologiawww.sba.com.br
ARTIGO
CIENTÍFICO
Isoflurano
fornece
neuroprotec
¸ão
em
lesão
cerebral
hipóxico-isquêmica
neonatal
por
inibic
¸ão
da
apoptose
De-An
Zhao
∗,
Ling-Yun
Bi,
Qian
Huang,
Fang-Min
Zhang
e
Zi-Ming
Han
TheFirstAffiliatedHospitalofXinxiangMedicalUniversity,DepartmentofPediatrics,Weihui,China
Recebidoem16defevereirode2015;aceitoem22deabrilde2015
PALAVRAS-CHAVE
Isoflurano; Hipocampo; Lesãocerebral; Neuroprotec¸ão; Apoptose
Resumo
Justificativaeobjetivos: Isoflurano é um éter volátil halogenado usado para anestesia por via inalatória. É amplamente usado na clínica como um anestésico para inalac¸ão.A lesão hipóxico-isquêmicaneonatalocorrenocérebroimaturoeresultaemmortecelulartardiavia excitotoxicidadeeestresseoxidativo.Isofluranomostrouterpropriedadesneuroprotetorasque formam umabasebenéfica para oseuusotanto em culturadecélulas quanto emmodelos animais, incluindováriosmodelos delesão cerebral.Nossoobjetivo foideterminaroefeito neuroprotetordeisofluranoemhipóxiacerebraleelucidaromecanismosubjacente.
Métodos: Fatiasdehipocampo,emfluidocerebrospinalartificial(CSFA)comglicoseeprivac¸ão deoxigênio,foramusadascomoummodeloinvitrodehipóxiacerebral.Opicodepopulac¸ão ortodrômica(PPO)eopotencialdelesãohipóxica(PLH)foramregistradosnasregiõesCA1e CA3.Aconcentrac¸ãodeneurotransmissoresdeaminoácidosnasoluc¸ãodeperfusãodasfatias dehipocampofoimedida.
Resultados: O tratamento com isoflurano retardou a eliminac¸ão do PPO e melhorou a recuperac¸ão do PPO; diminuiu a frequência do PLH, retardou o início do PLH e aumentouadurac¸ãodoPLH.Otratamentocomisofluranotambémdiminuiu aliberac¸ãode neurotransmissoresde aminoácidosinduzida pelahipóxia, comoaspartato,glutamato e gli-cina,masosníveisdeácido ␥-aminobutírico(GABA)estavamelevados.Estudosmorfológicos mostramqueotratamentodeedemacomisofluranoatenuouoedemadeneurônios pirami-daisnaregiãoCA1.Tambémreduziuaapoptose,comomostradopelaexpressãoreduzidada caspase-3egenesPARP.
Conclusões: Isofluranomostrouumefeitoneuroprotetornalesãoneuronalnohipocampo indu-zidaporhipóxiaatravésdasupressãodeapoptose.
©2016SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eum artigo OpenAccess sobumalicenc¸aCCBY-NC-ND( http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:zhaodean17@gmail.com(D-A.Zhao).
http://dx.doi.org/10.1016/j.bjan.2016.08.003
KEYWORDS
Isoflurane; Hippocampus; Braininjury; Neuroprotection; Apoptosis
Isofluraneprovidesneuroprotectioninneonatalhypoxicischemicbraininjury bysuppressingapoptosis
Abstract
Backgroundandobjectives: Isoflurane is halogenated volatile ether used for inhalational anesthesia.Itiswidelyusedinclinicsasaninhalationalanesthetic.Neonatalhypoxicischemia injuryensuesintheimmaturebrainthatresultsindelayedcelldeathviaexcitotoxicityand oxidativestress.Isofluranehasshownneuroprotectivepropertiesthatmakeabeneficialbasis ofusingisofluraneinbothcellcultureandanimalmodels,includingvariousmodelsofbrain injury.Weaimedtodeterminetheneuroprotectiveeffectofisofluraneonhypoxicbraininjury andelucidatedtheunderlyingmechanism.
Methods:Ahippocampalslice,inartificialcerebrospinalfluidwithglucoseandoxygen depri-vation,wasusedasaninvitromodelforbrainhypoxia.Theorthodromicpopulationspikeand hypoxicinjurypotentialwererecordedintheCA1andCA3regions.Aminoacid neurotransmit-tersconcentrationinperfusionsolutionofhippocampalsliceswasmeasured.
Results:Isofluranetreatmentcauseddelayedeliminationofpopulationspikeandimprovedthe recovery of population spike; decreased frequency of hypoxic injury potential, postponed theonsetofhypoxicinjurypotentialandincreasedthedurationofhypoxicinjurypotential. Iso-fluranetreatmentalsodecreasedthehypoxia-inducedreleaseofaminoacidneurotransmitters suchasaspartate,glutamateandglycineinducedbyhypoxia,butthelevelsof␥-aminobutyric acidwereelevated.Morphologicalstudiesshowedthatisofluranetreatmentattenuatededema ofpyramidneuronsintheCA1region.Italsoreducedapoptosisasevidentbyloweredexpression ofcaspase-3andPARPgenes.
Conclusions:Isofluraneshowedaneuro-protectiveeffectonhippocampalneuroninjuryinduced byhypoxiathroughsuppressionofapoptosis.
©2016SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Thisisan openaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense( http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
Introduc
¸ão
Aslesõescerebraishipóxicascausamváriascondic¸ões pato-lógicas, o que também pode ocorrer durante cirurgias cardíacas e neurológicas. O mecanismo subjacente desse tipo de lesão cerebral ainda não foi esclarecido. Como protegero cérebro de umalesão hipoxêmicae como tra-tar tal lesão cerebral continua a ser um desafio clínico. Ostratamentoscomhipotermiaepré-isquemia apresenta-ramefeitoprotetor sobreocérebro,1,2 massãodifíceisde fazerclinicamente,enquantoostratamentos farmacológi-cossãoclinicamentemaispráticos.Duranteasúltimastrês décadas,oefeitoneuroprotetordosanestésicostematraído grandeatenc¸ãodosclínicos.
Isoflurano [2-cloro-2-[difluorometoxi)-1; 1,1-trifluoro--etano,CHF2-O-CHCl-CF3]éuméterhalogenadousadopara anestesiaporinalac¸ão.Juntamentecomenfluranoe halo-tano,substituiuoséteresinflamáveisusadosnosprimórdios da cirurgia. Por ser um isômero estrutural do enflurano, recebeu o nome de isoflurano e, portanto, ambos têm a mesmafórmulaempírica.Éumamisturaracêmicados isô-merosóticosRe S.Atualmente,seu usomédicoemseres humanoscomec¸aadiminuir.Ésubstituídoporsevoflurano, desfluranoepeloanestésicointravenosopropofol.Ousode isofluranoaindaéfrequenteemanestesiaveterinária. Pro-pofolpode reduzir o fluxo sanguíneoarterial no cérebro, apressãointracranianaeometabolismoemantero supri-mentodesangue eataxa deoxigênio.Propofolmelhorou
o suprimentodeoxigêniodurante ahipóxia, oquesugere efeitos protetores contra a hipóxia cerebral.3---5 Estudos sugeremque propofol desempenha umpapel na protec¸ão dosistemanervosocentral(SNC)atravésdamodulac¸ãode Ca2+,radicaislivresdeoxigênio,receptoresdeácido gama--aminobutírico (GABA) e receptor de N-metil-D-aspartato (NMDA).6---9Contudo,algunsdadossugeremquepropofolnão apresentouefeitoprotetor cerebralapós cirurgiacardíaca eatépiorouahipóxiacerebral10 equeahipotermia,enão propofol, éum neuroprotetor.1 Todososanestésicos volá-teisdiferem em potência, efeitos adversose custose são amplamenteusadosduranteacirurgiaemhumanos recém--nascidos e durante a pesquisa neonatal em animais.Em estudosdelesãocerebralhipóxico-isquêmicaneonatal, iso-flurano mostrou ter func¸ões neuroprotetoras.11 Isoflurano foiestudadoem modelosanimaisdeváriasdoenc¸as, como inflamac¸ãopulmonaragudainduzidaporlipopolissacarídios (LPS),12 lesão pulmonar aguda,13 estresse oxidativo indu-zido por glicose,14 lesão renal por isquemia/reperfusão15 e lesão cardíaca.16 Isoflurano mostrou fornecer protec¸ão contralesãoemelhorarváriosresultadosfuncionais negati-vosnessesmodelos.
comoanestésicoemcirurgiaparaamodelagemde hipóxia--isquemianeonatallevou aespeculac¸õesdequeisoflurano podeterefeitos protetores emrecém-nascidos. Em parti-cular, isofluranomostra neuroprotec¸ão em vários modelos deAVC,incluindohemorragiasubaracnoidea(HSA),19 oclu-são da artéria cerebral média (OACM),20,21 hemorragia intracerebral,22 lesão cerebral traumática23 e lesão cere-bralhipóxico-isquêmicaneonatal.24Umestudomostrouque duashoras deexposic¸ãoaisofluranonãocausaram neuro-apoptoseem cérebros de adultose sugere que a demora em reduzir os processos gliais após a exposic¸ão a iso-flurano pode explicar por que alguns anestésicos voláteis podemconferirneuroprotec¸ãoapósacidentevascular cere-bralexperimental.25
Alega-se que isoflurano é tanto neuroprotetor quanto neurotóxico;entretanto,aalegac¸ãodequeisofluranocausa apoptose neural permanece controversa. Neste estudo, investigamososefeitosdaexposic¸ãodeisofluranoafatiasde hipocampocerebralderatoseavaliamosafunc¸ão apoptó-tica.Parainvestigarosefeitosemecanismosdeisoflurano, avaliamos asalterac¸õesneurológicas e osgrausde neuro-gênesee apoptoseem ratos após seremexpostos avárias concentrac¸õesdeisoflurano.Oobjetivogeraldesteestudo foi encontrar evidências que demonstrassem que o tra-tamento com isoflurano tem efeitos neuroprotetores no cérebro durante a hipóxia. Semelhantemente aos resulta-dosdeváriosestudos,nãoencontramosevidênciademorte celular cerebral ou neurogênese em tecidos cerebrais de hipóxia-isquemianeonatalapósanestesiacomisoflurano.
Métodos
Animaisexperimentais
Todososprotocolos depesquisa com animaisforam apro-vados pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Animais da instituic¸ão. Os animais foram alojados e mantidos sob o protocolodefinido em ciclos de claro-escuro (12 horas) e em temperatura ambiente mantida a 25±1◦C. Sessenta
ratosSpragueDawley (SD),nosétimo diapós-natal(peso: 16-18g),foramalocadosrandomicamenteemcincogrupos (n=12): Grupo (i) recebeu tratamento de normóxia para controle.QuarentaeoitoratosSDforamsubmetidosà hipó-xiae,emseguida,redistribuídosemquatrogrupospara:(ii) hipóxia(Hx);(iii)HX-isofluranoa0,5%;(iv)HX-isofluranoa 1,5%;(v)HX-isofluranoa2,5%.
Hipóxia-isquemianeonatal
Osratosdosgrupos(ii-v)foramanestesiadoscomhalotano a3%eposteriormentesubmetidosaumaincisãocervicalde 3mmnalinhamédia,deacordocomoprocedimentopadrão. Aartériacarótidaesquerdafoiexpostaecoaguladacomo usodeumaunidadedeeletrocautériobipolar;emseguida, aincisãocirúrgicafoifechadapormeiodeadesivotópico. Apósumperíododerecuperac¸ãode3horas,osratosforam colocadosemumacâmaracomoO2a8%eN2a92%por45 minutos.Atemperaturadacâmarafoimantidaa37◦C.Os
ratos dogrupocontrole (tempo zero) foramsubmetidos à explorac¸ãodaartériacarótidaesquerdasemcauterizac¸ão.
Exposic¸ãoaisoflurano
Os ratos foram preparados para a exposic¸ão a isoflurano após18hde hipóxia. Foramcolocadosem contêineres de plásticoeexpostosaisofluranopor6hininterruptas. Usou--se ar como transportador com um fluxo total de gás de 2L.min-1. Durante a exposic¸ão a isoflurano, os contêine-res foram mantidos a 37◦C mediante um dispositivo de
aquecimento. Os níveis de isoflurano, oxigênio e dióxido decarbono foram monitoradosna câmara via monitor de gás.Após 6h, aadministrac¸ão deisoflurano foi interrom-pidaeosratosforamexpostossomenteaar.Apósobservar asualivremovimentac¸ão,osratos foramrecolocadosnas gaiolasmaternas.Afrequênciarespiratóriaeacordapele dosratosforammonitoradas duranteaexposic¸ãoa isoflu-rano.Osratosobservadoscomqualquercasodeapneiaou hipóxiaforamimediatamenteexpostosaareexcluídosda experiência.Osratosdogrupocontroleforamcolocadosem contêinersemelhanteaodosratosdogrupoisoflurano,mas foramexpostossomenteaarpor6h.
Preparac¸ãotecidual
Apóso períododerecuperac¸ão,osratos foram anestesia-doscomisoflurano.Aperfusãotranscardíacafoifeitacom fosfato de formalina tamponada a 10%, de acordo com o protocoloanterior.Oscérebrosforamextraídosdoscrânios mediante procedimento cirúrgico e armazenados em for-mol tamponado a 10% por 48h. Em seguida, o tecido foi congelado-seccionadoem fatiasde30mm,comum micró-tomoLeicaSM2000R(Leica,Alemanha).Secc¸õesdaregião dohipocampoforamselecionadasdeformarandômicapara aanálisehistológicaeoutrosestudos.
Examehistopatológico
Os ratos expostos a isoflurano, bem como os do grupo controle, foram sacrificados após 6h (n=3). As fatias de hipocampodosratosdecadagrupoforamfixadasem meta-nola0,1%eembebidasemceraapósadesidratac¸ão.Blocos detecidoforamcortadosemfatiasde5mmdeespessurae coradoscomhematoxilinaeeosina (HE),deacordocomo protocolopadrão.Osresultadosforamexaminadosem deta-lhesobummicroscópiodeluzparadeterminarasalterac¸ões morfológicasempartesdasregiõesCA1eCA3.
Registrodopotencialextracelular
desaparecer.Cadagrupocontinhaoitoamostras. O decai-mentodePPOfoidefinidocomooperíododetemponoqual umaPPOtornou-seindetectávelapósaprivac¸ãode oxigê-nio.A amplitudedarecuperac¸ão deumaPPOfoi definida comoaproporc¸ãodaamplitudedePPOapósumahorade perfusãocomLCRanormalduranteaamplitudedePPOantes daprivac¸ãodeoxigênio.Ataxaderecuperac¸ãodaPPOfoi definidacomo a percentagemdefatiasdohipocampo nas quais a recuperac¸ão da amplitude dePPO atingiu 60% da amplitudedePPOantesdaprivac¸ãodeoxigênio.Oiníciodo PLHfoidefinidocomooperíododetemponoqualoPLHfoi registradoapós aprivac¸ãode oxigênio.A durac¸ãodoPLH foidefinidacomootempodedurac¸ãodoPLH.Aincidência dePLHfoidefinidacomoaporcentagemdefatiasdo hipo-camponasquaisosPLHforamregistradosapósaprivac¸ão deoxigênio.
Análiseemlíquidocromatográficodealto desempenho(LCAD)
Asfatiasdehipocampodosratosdecadagrupo(n=3)foram incubadas em LCRa (NaCl 124Mm; KCl 3,3mM; NaH2PO4 1,24mM; MgSO4 2,4mM; NaHCO3 25,7mM; CaCl2 2,4mM) comesemglicose(10,0mM)a37,5◦Cpor2-2,30h.Ovolume
de fluxo foi de 200mLmin.L-1. Após 15min, o LCRa de perfusão de cada grupo foi coletado e centrifugadopara sobrenadante límpido. O sobrenadante foi processado paraanáliseem LCADde acordocomo protocolopadrão, comasmodificac¸õesnecessárias.AfasemóvelAfoi consti-tuídaporacetatodesódio(0,5M,pH6)com0,05%deTHF. A fasemóvel Bfoi constituída por metanol. Osseguintes gradientesdelavagem(minutos,FaseB%)foramusados:0, 30%;7,60%;9,30%;comvelocidadede0,9mL.min−1, tem-peraturaa35◦C,ema330nmeexa456nm.Oagentes
dederivac¸ãousadosforamOPA,2-MCE,hidróxidode sódio--ácidobóricoemetanol(pH9,6).Osagentesdederivac¸ão (25mL)e asamostras(25mL)foramincubadaspor2minà temperaturaambiente.Ovolumedeinjec¸ãofoide20mL. Ascurvaspadrãoforampreparadascom10;5;2,5;1,25e 0,625mMdeAsp,Glu,Gln,GlyouGABA(graudoLCAD).As concentrac¸ões(mM)deAsp,Glu,Gln,GlyeGABAna perfu-sãodoLCRaforamcalculadascombasenascurvaspadrão.
PCRemtemporeal(PCR-TR)
Asfatiasdehipocampodecadagrupo(n=3)foram conge-ladasrapidamente a 80◦C em tubos paramicrocentrífuga
livresdeRNase nomomentodadissecc¸ãoparaPCR-TR.O RNAtotalfoiisoladodostecidoscomoreagenteTrizol (Invi-trogen,EUA), deacordocom asinstruc¸ões dofabricante. RNAtotal(1g)foiincubadocom200ngdehexâmeros ale-atórios, 0,5mM dNTPs e água livre de RNase a 65◦C por
10min(Invitrogen).Emseguida,tampãodeprimeiracadeia (5×), 5mM DTT,40 Ude ARNase A e 200 Ude transcrip-tasereversa (SuperScriptIII)foramadicionados.A mistura
dereac¸ãofoi incubadaàtemperaturaambientepor 5min e, em seguida,a 50◦Cpor 60min, a 70◦Cpor 15min e a
4◦C por10min. PCRquantitativa em temporealfoi feita
comoSistemaABI7500paraPCRemTempoReal(Applied Biosystems).Osensaiosparaosníveis-alvodeDNAc foram feitoscomsondasTaqManMGBmarcadascomcoranteFAM
(AppliedBiosystems)emumareac¸ãode20Lcom2Lde DNAc,corantesdereferênciapassivaROXemisturaTaqMan UniversalPCR(AppliedBiosystems).Osconjuntosdeprimers
específicos usados e seusnúmeros de sequência são:poli (ADP-ribose)polimerase-1(PARP-1)25591Rn00565018mLe caspase-3 (Casp-3), cisteína protease relacionada à apop-tose 25402Rn00563902mL. As quantidades relativas de ambos os RNAm foram determinadas pela normalizac¸ão deseusníveisa18SnomesmoDNAc.
Análiseestatística
Todos os valores foram expressos em média com desvio padrão(DP).Osdadosforamanalisadoscomosprogramas estatísticosSPSSv.17eSystatSigmaPlot10.0.Asignificância estatísticafoicalculadacomotestetdeStudenteanálise devariânciasimples (Anova)paracomparac¸õesmúltiplas. Valoresdep<0,05foramconsideradosestatisticamente sig-nificativos.
Resultados
EfeitodotratamentocomisofluranosobrePPO ePLHapóshipóxia-isquemianeonatal
PPO e PLH foram registrados na região CA1. No grupo hipóxia, o tempo médio de decomposic¸ão da PPO foi de 144±21s; a taxa derecuperac¸ão da PPO foi de 22% e a amplitudederecuperac¸ãofoide24±9%.Em1,5%e2,5%dos gruposexpostosaisoflurano,otempodedecomposic¸ãoda PPOfoisignificativamenteprolongadoeataxaeaamplitude derecuperac¸ãodaPPOaumentaram,emcomparac¸ãocom osvaloresdogrupohipóxia.Nãohouvealterac¸ão significa-tivadotempodedecomposic¸ão,amplitudeeporcentagem derecuperac¸ãodaPPOnogrupoexpostoaisofluranoa0,5% (fig. 1A). No grupo hipóxia, o tempo médio para o início do PLH foi de 403±56s; a durac¸ão média do PLH foi de 104±14s e a incidência doPLH foi de aproximadamente 100%.AincidênciadoPLHfoireduzida,oiníciodoPLHfoi retardadoeadurac¸ãodoPLHfoiprolongadaem1,5%e2,5% dos grupos expostos a isoflurano,em comparac¸ão com os valoresdogrupo hipóxia.Osparâmetrosacimanãoforam estatisticamentesignificativosnogrupoexpostoaisoflurano a0,5%(fig.1B).
Efeitodaexposic¸ãoaisofluranosobrealiberac¸ão deaminoácidosneurotransmissores
300
A
B
∗
∗
∗ ∗
∗ ∗
∗ ∗
∗
∗
∗ ∗
∗
∗ ∗ ∗
∗
250
200
Tempo de
decomposição (s)
Início (s)
Taxa de recuperação (%)
Duração (s)
Taxa da amplitude de
recuperação (%) Incidência (%) 150
100
50
100
80
60
40
20
0
250
200
150
100
50
0
100
80
60
40
20
0
120
100
80
60
40
20
0
+
0 +
0,5 +
1,5 +
2,5
Isoflurano (%)
0
800
600
400
200
0
Hipóxia +
0 +
0,5 +
1,5 +
2,5
Isoflurano (%) Hipóxia
Figura1 OefeitodeisofluranosobrePPOePLH.Tempodedecomposic¸ão(s),taxaderecuperac¸ão(%)eamplitudederecuperac¸ão
(%)daPPO(A); oinício(s),adurac¸ão(s)eaincidência(%)doPLH(B)foramestimadoscomo descritonasec¸ãoMétodos(n=3; *p<0,05vs.grupohipóxia).
umneurotransmissor.Nesteestudo,medimosdiretamentea concentrac¸ãodeaminoácidosneurotransmissoresnasoluc¸ão deperfusãodasfatiasdohipocampoduranteahipóxiacom LCAD. As concentrac¸ões dos neurotransmissores Asp,Glu, GlieGABAforamsignificativamenteelevadas(p<0,05)no grupo hipóxia em comparac¸ão com as dogrupo controle--normóxia(tabela1). Asconcentrac¸õesdeAsp, Glu,Glie GABAaumentaram em1,32; 1,27;1,78 e 1,17vezes, res-pectivamente.Aexposic¸ãoaisofluranoreduziuosníveisde Asp, Glu e Gli deforma dose-dependente, especialmente em1,5%e2,5%.Porém,aexposic¸ãoaisofluranoaumentou
continuamenteosníveisdeliberac¸ãodeGABA,com signifi-cânciaestatística.Oníveldeliberac¸ãoGlnnãofoialterado pelahipóxiaoupelaexposic¸ãoaisoflurano(tabela1).
Isofluranomelhoraasalterac¸õesmorfológicas emfatiasdehipocampohipoxêmico
Os estudos histológicos com a colorac¸ão com HE (fig. 2) mostraram que os neurônios piramidais na região CA1 do hipocampo ficaram intumescidos. As bordas celulares
Tabela1 Oefeitodeisofluranonaliberac¸ãodeaminoácidosneurotransmissoresdasfatiasdehipocampo(pmoL.L-1)
Grupo Asp Glu Gln Gli GABA
Controle 2,03±0,12 1,85±0,12 0,77±0,05 1,05±0,07 1,79±0,08 Hipóxia(Hx) 2,68±0,14a 2,35±0,09a 0,76±0,05 1,87±0,04a 2,09±0,06a Hx-ISF0,5% 2,61±0,15a 2,42±0,11a 0,75±0,04 1,78±0,07a 2,21±0,09a,b Hx-ISF1,5% 2,44±0,13a,b 2,01
±0,14a,b 0,71
±0,05 1,65±0,09a 2,43
±0,12a,b Hx-ISF2,5% 2,41±0,14a,b 1,92±0,12b 0,72±0,04 1,57±0,07a,b 2,55±0,14a,b
ISF,isoflurano.
Figura 2 Colorac¸ão com HE das fatias de hipocampo. (A) controle normóxia; (B) hipóxia (Hx); (C) Hx-isoflurano a 0,5%; (D)Hx-isofluranoa1,5%;(E)Hx-isofluranoa2,5%.Acolorac¸ãocomHEfoifeitacomodescritonasec¸ãoMétodos(n=3).
ficaram indistintas e os núcleos diminuíram e escurece-ram. Osdados dacolorac¸ão sugerem que danoscelulares ocorreram no grupo hipóxia. Além disso, o tratamento com isoflurano melhorou essas alterac¸ões morfológicas induzidas por hipóxia nos neurônios piramidais de modo dose-dependente.
Isofluranosuprimiuaapoptoseinduzida porhipóxia-isquemianeonatal
Quantificamos osníveis de RNAmdoPARP e da caspase-3 no hipocampo com a PCR-TR. As quantidades relativas a ambososRNAmforamdeterminadaspelanormalizac¸ãode seusníveis a18Snomesmo DNAc. Osníveis daexpressão logdosgenesforamexpressosemtermosdealterac¸ãoem dobro,em comparac¸ão comosníveis dos animaisde con-trole.Afigura3mostraqueoRNAmdacaspase-3aumentou cerca de duas vezes após hipóxia-isquemia neonatal, em comparac¸ãocomogrupocontrole-normóxia.Aumentosde
RNAmnacaspase-3sãoumaevidênciadiretadainduc¸ãode apoptoseem fatiasdohipocampo. Ainduc¸ãodeapoptose requeraativac¸ãodacaspase-3,queclivaosubstratonuclear PARP.AanálisedoRNAmdoPARPmostrouqueo seunível aumentou1,86 vezapósahipóxia, em comparac¸ãocom o grupo controle-normóxia. Os aumentos doRNAm do PARP confirmaramainduc¸ãodeapoptoseemfatiasdohipocampo. Alémdisso,aexposic¸ãodeisofluranoaessestecidosmostrou reduc¸ãodose-dependentedosníveisdeexpressãodeambos os genes. Isoflurano diminuiu os níveis de RNAm do PARP edacaspase-3comsignificânciaestatística.Esses resulta-dosmostramqueaapoptoseinduzidaporhipóxia-isquemia neonatalésuprimidapelaexposic¸ãoaisoflurano.
Discussão
2,5
A
B
Caspase-3
PARP
∗
∗ ∗#
∗# ∗#
∗# ∗#
∗# 1,5
Alteração em dobro
Alteração em dobro
1
0,5
0 2
2,5
1,5
1
0,5
Hipóxia Isoflurano (%)
0
–
0 0 0,5 1,5 2,5
+ + + +
2
Figura3 PCRquantitativaem temporeal(PCRq-TR)paraa
caspase-3(A)ePARP(B).RNAtotalfoiisoladodefatiasde hipo-campo(n=3).DNAcfoisintetizadoeaPCRq-TRfoifeitacomo descritonasec¸ãoMétodos.
cerebral de ratos sob hipóxia-isquemia. Observamos prin-cipalmente que isoflurano não altera a neurogênese e não causa a morte celular neuronal em várias formac¸ões do hipocampo. Nossas descobertas demonstram que iso-fluranoproporciona neuroprotec¸ão aosuprimiraapoptose induzidaporhipóxia.
Fatiasdehipocamposãocomumenteusadasem pesqui-sasdelesãocerebralinduzidaporhipóxiaedesuaprotec¸ão farmacológica.Osneurônios piramidais do hipocampo são ascélulasmaissensíveisàhipóxia, dosquaisosneurônios piramidaisemCA1sãomaisvulneráveisàhipóxia.Comoas sinapsessãoformadasentreCA1eCA3,apopulac¸ãodepico ortodrômico(PPO) podeser registradaem CA1 quandoas colaterais de Schafferestão em CA3. Consequentemente, a PPOdemonstraalterac¸ões aparentesdurante ahipóxia. Estudosanterioresdemonstraramumareduc¸ãonaamplitude daPPOduranteahipóxia,umindicadordedisfunc¸ão sináp-ticaeperdadacapacidadeexcitatória.Essasalterac¸õesda PPOsãoreversíveisseosuprimentodeoxigêniofor restau-radoatempoeoatrasonodesaparecimentodaPPOsugere que os neurônios sãomenos vulneráveis à hipóxia.26 Por-tanto,otempodedecomposic¸ãodaPPOpós-hipóxiapode serusadocomoumparâmetroparaavaliaratolerânciados neurônios.Opotencialdelesãohipoxêmica(PLH)éum indi-cadorde dano hipoxêmico irreversível induzido em fatias
dehipocampo.27,28 Oinícioe adurac¸ãodoPLH estão cor-relacionadoscomodanohipoxêmico.Oaparecimentomais prolongadodePLHcorrelacionacomrecuperac¸ãomaisfácil paraafatiadehipocampoapósarestaurac¸ãodosuprimento deoxigênio.Seo aparecimentodoPLH for postergadoou prolongado,odanoneuronalseráadiado.
Investigamoscomoisofluranoafetaospotenciais evoca-dosemfatiasdehipocampohipoxêmico.Nosgruposhipóxia, otempomédiodedecomposic¸ãodaPPOfoide aproximada-mente144segundos,ataxaderecuperac¸ãoeaamplitude daPPOdiminuíramapósarestaurac¸ãodeoxigênioe supri-mentodeglicose(fig.1A).Esseresultadoindicouquehouve danohipoxêmicona transmissãosinápticaentreos neurô-niosdohipocampo.Aexposic¸ãoaisofluranocausouaumento dose-dependentedataxaderecuperac¸ãodaPPOeda ampli-tudedaPPO.Issosugere queotratamentocomisoflurano aumentou a tolerância da fatia de hipocampo à hipóxia. Oatraso noiníciodo PLH,a extensãodadurac¸ão doPLH eareduc¸ãodaincidênciadoPLHcomdosesdiferentesde isofluranotambémdemonstraramqueaexposic¸ãoa isoflu-ranoadia aocorrência dedanoshipoxêmicos irreversíveis eaumentaa durac¸ãodos danosreversíveis.Em conjunto, essesdadossugeremqueotratamentocomisofluranoreduz odanohipoxêmicodeneurônioseprotegeasfunc¸ões sináp-ticasdedanoshipoxêmicos.
O efeito protetor de isoflurano pode advir da inibic¸ão deumaminoácidoneurotransmissorcomo Glu, um neuro-transmissorimportantedaregiãoCA1dohipocampo.Relatos sugeremque osaminoácidos excitatórios (AAE), incluindo GlueAsp,desempenhamumpapelfundamental no meca-nismo de lesão cerebral hipoxêmica.29-31 O receptor de NMDA é um importante receptor de AAE e sua ativac¸ão resultana sobrecarga deCa2+ intracelular na hipóxia.32,33 Nogrupohipóxia,asconcentrac¸õesdeAspeGlunasoluc¸ão deperfusãoaumentaram1,32e1,27vez,respectivamente (tabela1).Otratamentocomisofluranoreduziualiberac¸ão de Asp e Glu induzida por hipóxia e reduziu assim a toxicidade excitatória. GABA é um neurotransmissor ini-bitório no sistema nervoso central que pode proteger os neurônioscontradanoshipoxêmicos.34,35 Esteestudo mos-trou que o tratamento com isoflurano pode aumentar a concentrac¸ãodeGABAnolíquidodeperfusão,oquepode ser ummecanismo neuroprotetor de isoflurano durante a hipóxia.Relatou-sequeoutroanestésico(propofol)aumenta aafinidade entreGABAe seureceptor;dessaforma,ativa diretamenteoreceptordeGABApararesultaremmelhoria dofluxo decorrente pelamembrana e a inibic¸ão hipopo-larizadainduzidaporGABA.3Glicina(Gli)éummodulador deAAEque aumentaasensibilidadedoreceptordeNMDA aosAAE e amplifica a toxicidade excitatória induzidapor EAA.36-38ObservamosqueaGliestavaaumentadanogrupo hipóxia,oquepodefacilitaratoxicidadeexcitatória(tabela 1). O tratamento com isoflurano reverteu o aumento da concentrac¸ão de Gli induzida por hipóxia de um modo dose-dependente, o que sugere os efeitos protetores de isofluranonoSNC.Osdadosnão mostraramefeitode iso-flurano sobre a liberac¸ão de Gln, o que pode não estar diretamenteassociadoaomecanismoneuroprotetorde iso-flurano.AhipóxiacerebralpodeprovocarexaustãodeATP, influxode Na+ e Cl− e efluxo de K+ e H
aumentodos receptoresde NMDAdependentes do influxo deCa2+.IssoresultaemsobrecargadeCa2+intracelularque iniciaa ativac¸ão enzimática, hidróliseproteica, formac¸ão deradicaislivres deoxigênio,danosaoDNAemorte celu-larneuronal.Nossosdadosmostramqueisofluranodiminui oedemacelularinduzidoporhipóxiaeodanomitocondrial. Combasenosdados,conjecturamosqueoutrospotenciais mecanismospelosquaisisofluranoexerceprotec¸ãocontraos danoshipoxêmicosaoSNCincluemamodulac¸ãodeCa2+,a depurac¸ãoderadicaislivresdeoxigênio,asobrerregulac¸ão do receptor de GABA e a inibic¸ão do receptor de NMDA. Alémdisso, descobrimosque otratamento comisoflurano causou a inibic¸ão dos níveis de RNAm da caspase-3 e do PARPinduzidosporhipóxia.Aapoptosepodeserexecutada principalmenteporduasvias:aviaintrínseca(mitocondrial) dependentedacaspase-9eaviaextrínsecadependenteda caspase-8.Ambaslevamàativac¸ãodoexecutorda caspase-3que,eventualmente,provocaamortecelularporclivagem deumasériedesubstratosnuclearesecitoplasmáticoscomo o PARP. Este estudo descobriu que isoflurano suprimiu os níveis deexpressão dos genes apoptóticos dacaspase-3 e doPARP,deformadose-dependente(fig.3).
Em conclusão, a exposic¸ão a isoflurano fornece neuroprotec¸ãocontralesõeshipóxico-isquêmicascerebrais emratos.Aexposic¸ãoaisofluranoreduzodanohipoxêmico aosneurônioseprotegeasfunc¸õessinápticasdedanos hipo-xêmicos. Isofluranoreduz osníveis de liberac¸ão deAsp e Gluinduzidosporhipóxiaeaumentaaliberac¸ãodeGABA. Esses aminoácidos neurotransmissores ajudam a proteger contradanoshipoxêmicosaoSNC.Omecanismobásicopor trásdessaneuroprotec¸ãopareceserainibic¸ãodaapoptose induzidaporhipóxia.Esteestudoincideluzsobreousode isofluranocomoumanestésicoseguroempráticasclínicas, bemcomoempráticasveterinárias.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
Referências
1.FeinerJR,BicklerPE,EstradaS,etal.Mildhypothermia,but not propofol,is neuroprotective inorganotypic hippocampal cultures.AnesthAnalg.2005;100:215---25.
2.Kataoka K, Yanase H. Mild hypothermia --- A revived coun-termeasureagainstischemicneuronaldamages.NeurosciRes. 1998;32:103---17.
3.HaraM,KaiY,IkemotoY.PropofolactivatesGABAA receptor--chloride ionophore complex in dissociated hippocampal pyramidalneuronsoftherat.Anesthesiology.1993;79:781---8.
4.KochsE,HoffmanWE,WernerC,etal.Theeffectsofpropofol onbrainelectricalactivity,neurologicoutcome,andneuronal damagefollowingincompleteischemiainrats.Anesthesiology. 1992;76:245---52.
5.HansP,BonhommeV,ColletteJ,etal.Propofolprotects cul-tured rat hippocampal neurons against N-methyl-d-aspartate receptor-mediatedglutamatetoxicity.JNeurosurgAnesthesiol. 1994;6:249---53.
6.Daskalopoulos R, Korcok J, Farhangkhgoee P, et al. Propo-fol protectionofsodium-hydrogen exchange activitysustains glutamate uptake during oxidative stress. Anesth Analg. 2001;93:1199---204.
7.Grasshoff C, Gillessen T. The effect of propofol on increa-sedsuperoxide concentrationin culturedrat cerebrocortical neuronsafter stimulationof N-methyl-d-aspartatereceptors. AnesthAnalg.2002;95:920---2.Tableofcontents.
8.O’SheaSM,WongLC,HarrisonNL. Propofolincreases agonist efficacyattheGABA(A)receptor.BrainRes.2000;852:344---8.
9.YanoT,NakayamaR,UshijimaK.Intracerebroventricular propo-folisneuroprotectiveagainsttransientglobalischemiainrats: extracellularglutamatelevelisnotamajordeterminant.Brain Res.2000;883:69---76.
10.TsaiYC,HuangSJ,LaiYY,etal.Propofoldoesnotreduceinfarct volumeinratsundergoing permanentmiddlecerebralartery occlusion.ActaAnaesthesiolSin.1994;32:99---104.
11.BurchellSR,DixonBJ,TangJ,etal.Isofluraneprovides neuro-protectioninneonatalhypoxicischemicbraininjury.JInvestig Med.2013;61:1078---83.
12.ChungIS,KimJA,ChoiHS,etal.Reactiveoxygenspeciesby iso-fluranemediatesinhibitionofnuclearfactorkappaBactivation inlipopolysaccharide-inducedacuteinflammationofthelung. AnesthAnalg.2013;116:327---35.
13.HarrJN,MooreEE,StringhamJ,etal.Isofluranepreventsacute lunginjurythroughADP-mediatedplateletinhibition.Surgery. 2012;152:270---6.
14.KinoshitaH,MatsudaN,IranamiH,etal.Isoflurane pretreat-mentpreservesadenosinetriphosphate-sensitiveK(+)channel functioninthehumanarteryexposedtooxidativestresscaused byhighglucoselevels.AnesthAnalg.2012;115:54---61.
15.KimM,KimN,D’AgatiVD,etal.Isofluranemediatesprotection fromrenal ischemia-reperfusioninjuryviasphingosinekinase andsphingosine-1-phosphate-dependentpathways. AmJ Phy-siolRenalPhysiol.2007;293:F1827---35.
16.LangXE, WangX,ZhangKR,etal.Isofluranepreconditioning confers cardioprotection by activationof ALDH2. PLoSONE. 2013;8:e52469.
17.SasaokaN,KawaguchiM,KawaraguchiY,etal.Isofluraneexerts ashort-termbutnotalong-termpreconditioningeffectin neo-natalratsexposedtoahypoxic-ischaemicneuronalinjury.Acta AnaesthesiolScand.2009;53:46---54.
18.Ferriero DM, Bonifacio SL. The search continues for the elusive biomarkers of neonatal brain injury. J Pediatr. 2014;164:438---40.
19.Altay O, SuzukiH, HasegawaY, et al. Isoflurane attenuates blood-brainbarrierdisruptioninipsilateral hemisphereafter subarachnoidhemorrhageinmice.Stroke.2012;43:2513---6.
20.Li H, Yin J, Li L, et al. Isoflurane postconditioning reduces ischemia-inducednuclearfactor-kappaB activationand inter-leukin1betaproductiontoprovideneuroprotectioninratsand mice.NeurobiolDis.2013;54:216---24.
21.LiL,ZuoZ.Isofluranepostconditioninginducesneuroprotection viaAktactivationandattenuationofincreasedmitochondrial membranepermeability.Neuroscience.2011;199:44---50.
22.KhatibiNH,MaQ,Rolland W,etal.Isoflurane posttreatment reducesbraininjuryafteranintracerebralhemorrhagicstroke inmice.AnesthAnalg.2011;113:343---8.
23.StatlerKD,AlexanderH,VagniV,etal.Isofluraneexerts neuro-protectiveactionsatornearthetimeofseveretraumaticbrain injury.BrainRes.2006;1076:216---24.
24.Zhou Y, Lekic T, Fathali N, et al. Isoflurane posttreat-ment reduces neonatal hypoxic-ischemic brain injury in rats by the sphingosine-1-phosphate/phosphatidylinositol-3-kinase/Aktpathway.Stroke.2010;41:1521---7.
25.DallasenRM,BowmanJD,XuY.Isofluranedoesnotcause neuro-apoptosisbutreducesastroglialprocessesinyoungadultmice. MedGasRes.2011;1:27.
27.Fairchild MD, Parsons JE, Wasterlain CG, et al. A hypoxic injurypotentialinthehippocampalslice.BrainRes.1988;453: 357---61.
28.SickTJ,SolowEL,Roberts ELJr. Extracellularpotassiumion activityandelectrophysiologyinthehippocampalslice: para-doxicalrecoveryofsynaptictransmissionduringanoxia.Brain Res.1987;418:227---34.
29.Pellegrini-GiampietroDE, Gorter JA, Bennett MV, et al. The GluR2(GluR-B)hypothesis:Ca(2+)-permeableAMPAreceptors inneurologicaldisorders.TrendsNeurosci.1997;20:464---70.
30.HiroseK,ChanPH.Blockadeofglutamateexcitotoxicityandits clinicalapplications.NeurochemRes.1993;18:479---83.
31.Kollegger H, McBean GJ, Tipton KF. Reduction of striatal N-methyl-d-aspartate toxicity by inhibition of nitric oxide synthase.BiochemPharmacol.1993;45:260---4.
32.Salinska E, Pluta R, Puka M, et al. Blockade of N-methyl--d-aspartate-sensitive excitatory amino acid receptors with 2-amino-5-phosphonovalerate reduces ischemia-evoked cal-cium redistribution in rabbit hippocampus. Exp Neurol. 1991;112:89---94.
33.XieY, ZachariasE,HoffP,et al.Ion channelinvolvementin anoxicdepolarizationinducedbycardiacarrestinratbrain.J CerebBloodFlowMetab.1995;15:587---94.
34.Cobas A, Fairen A, Alvarez-Bolado G, et al. Prenatal deve-lopment of the intrinsic neurons of the rat neocortex: a comparativestudyofthedistributionofGABA-immunoreactive cellsandtheGABAAreceptor.Neuroscience.1991;40:375---97.
35.LauderJM,HanVK,Henderson P,etal.Prenatalontogenyof theGABAergicsystemintheratbrain:animmunocytochemical study.Neuroscience.1986;19:465---93.
36.Globus MY, Busto R, Martinez E, et al. Comparative effect of transient global ischemia on extracellular levels of glu-tamate,glycine,and gamma-aminobutyricacid invulnerable and nonvulnerable brain regions in the rat. J Neurochem. 1991;57:470---8.
37.KempJA,LeesonPD.TheglycinesiteoftheNMDAreceptor-five yearson.TrendsPharmacolSci.1993;14:20---5.