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Percolação de elos em Zd no regime altamente supercrítico

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Academic year: 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

INSTITUTO DE CIˆENCIAS EXATAS

Departamento de Matem´atica

Tese de Doutorado

PERCOLAC

¸ ˜

AO DE ELOS EM

Z

d

NO REGIME

ALTAMENTE SUPERCR´

ITICO

R´emy de Paiva Sanchis

Orientador: Gast˜ao de Almeida Braga

Co-orientador: Aldo Procacci

(2)

Resumo

Neste trabalho estudamos o modelo de percola¸c˜ao de Bernoulli nos elos de Zd em que cada elo est´a

aberto independentemente dos outros com probabilidade p ∈ [0,1]. Sejam θ(p) e τf

x,y(p) a probabi-lidade de percola¸c˜ao e a conectividade finita de dois pontos, respectivamente. Enunciamos a seguir os principais resultados dessa tese, todos eles v´alidos para valores do parˆametro p suficientemente pr´oximos de 1.

• Mostramos, atrav´es de uma expans˜ao em pol´ımeros, que as fun¸c˜oes 1−θ(p) eτf

x,y(p) podem ser escritas como uma s´erie de potˆencias absolutamente convergente em (1−p)/p, o que implica que elas s˜ao fun¸c˜oes anal´ıticas.

• No caso em que d≥ 3, obtemos cotas superior e inferior para τf

x,y suficientemente precisas para concluir que a sua taxa de decaimento exponencial, m(p), ´e da forma m(p) = 2(d−

1) ln(1−p) +O(1−p).

• Provamos o comportamento de Ornstein-Zernike para τx,yf , quando os s´ıtios estiverem na mesma dire¸c˜ao principal e quandod≥3.

Abstract

We study the Bernoulli percolation model on edges on Zd where each edge in open with probability

p∈[0,1] independently of one another. Letθ(p) andτf

x,y be the percolation probability and the finite connectivity function, respectively. We state the main results of this thesis. All of them are valid for

p sufficiently close to 1.

• Using a polymer expansion, we prove that 1−θ(p) andτx,yf (p) can be written as an absulutely convergent power series in (1−p)/p. Thus implying that these functions are analytic.

• In the case d ≥ 3, we provide upper and lower bounds for τx,yf sufficiently close from one another to conclude that the rate of the exponential decay, m(p), is of the form m(p) = 2(d−1) ln(1−p) +O(1−p).

• We derive an Ornstein-Zernike assymptotic formula forτf

(3)

Sum´

ario

Cap´ıtulo 1. Introdu¸c˜ao 1

Cap´ıtulo 2. Percola¸c˜ao de elos em Zd 5

1. O modelo 5

2. Plaquetas, contornos e pol´ımeros 6

Cap´ıtulo 3. Expans˜ao em pol´ımeros 11

1. Estimativas de entropia 11

2. A convergˆencia da expans˜ao para a probabilidade de percola¸c˜ao 14

3. A convergˆencia da expans˜ao para a conectividade finita 18

4. Cotas para a conectividade finita 21

Cap´ıtulo 4. O Comportamento de Ornstein-Zernike 29

1. A Separa¸c˜ao de Hiperplanos 29

2. O operador τf 33

3. Propriedades da inversa de τf 34

4. Localiza¸c˜ao dos zeros de ˆM 37

5. Propriedades de ω 40

6. O Comportamento de Ornstein-Zernike 42

Cap´ıtulo 5. Apˆendices 45

1. An´alise Complexa 45

2. Grafos, ´arvores e f´ormulas de domina¸c˜ao 46

Referˆencias Bibliogr´aficas 49

(4)

CAP´ıTULO 1

Introdu¸

ao

Esse trabalho versa sobre alguns aspectos do modelo de percola¸c˜ao independente de elos em Zd no

regime supercr´ıtico. Nesse modelo cada elo que liga vizinhos pr´oximos em Zd, pode estar aberto, com

probabilidade p, ou fechado, com probabilidade 1−p, de maneira independente uns dos outros. O modelo ´e descrito na Se¸c˜ao 1.

Sabe-se que, para d ≥2, existe um valor n˜ao-trivial de p, chamado de ponto cr´ıtico, acima do qual aparece quase certamente um aglomerado infinito no sistema. Consideramos a probabilidade de um dado s´ıtio estar nesse aglomerado, θ(p). Esta fun¸c˜ao do parˆametro p vale zero at´e o ponto cr´ıtico, ´e positiva al´em dele e cresce at´e 1, quando todos os elos est˜ao abertos. N˜ao ´e dif´ıcil ver que essa fun¸c˜ao ´e cont´ınua, exceto eventualmente no ponto cr´ıtico (ver a figura), e Russo [35] mostrou que ela ´e, na realidade, infinitamente diferenci´avel em [0,1] exceto no ponto cr´ıtico. Aparentemente, desde ent˜ao o problema de saber seθ(p) ´e anal´ıtica permaneceu em aberto. Neste trabalho mostramos

TeoremaA fun¸c˜ao θ(p) ´e anal´ıtica na vari´avelp em uma vizinhan¸ca de 1.

Esse resultado ´e obtido ap´os estabelecermos uma representa¸c˜ao em pol´ımeros para θ(p). Provamos, ent˜ao, que a expans˜ao em pol´ımeros ´e convergente sep´e suficientemente pr´oximo de 1. A analiticidade de θ(p) segue da convergˆencia da expans˜ao.

Por um lado podemos obter facilmente uma expans˜ao desse tipo para valores pequenos dep. Neste caso uma expans˜ao convergente ´e obtida usando os aglomerados conexos (lattice animals) como pol´ımeros. J´a o caso em quepest´a pr´oximo de 1 ´e mais delicado. Podemos tentar uma representa¸c˜ao direta, em que os pol´ımeros s˜ao os elos fechados da fronteira dos aglomerados, uma vez que a probabilidade desses elos estarem abertos ´e pequena e vale 1−p. Assim, a s´erie de 1−θ(p) pode ser cotada por uma s´erie em|1−p|, mas para a convergˆencia da s´erie necessitamos que a entropia, quantidade de pol´ımeros de um certo tamanho, seja no m´aximo de crescimento exponencial. Infelizmente essa quantidade cresce mais rapidamente do que qualquer exponencial e a representa¸c˜ao direta n˜ao nos serve.

No entanto, podemos mostrar que h´a uma maneira adequada de definirmos os pol´ımeros, feita na Se¸c˜ao 2, de modo a se obter uma expans˜ao convergente. Os pol´ımeros n˜ao mais s˜ao simplesmente fronteiras de animais, mas fronteiras conexas em um sentido particular. Somos levados a estudar objetos de certa forma duais aos elos do modelo, chamadas plaquetas e conjuntos conexos formados por esses objetos. Uma vez os pol´ımeros definidos, podemos obter boas estimativas de entropia, como ´e feito na Se¸c˜ao 1.

Na Se¸c˜ao 2, mostramos que expans˜ao ´e efetivamente convergente. A t´ecnica de expans˜ao em pol´ımeros nos permite obter um resultado perturbativo, ou seja, para valores depverdadeiramente pr´oximos de 1. Mas, mesmo se acreditamos que o resultado ´e v´alido at´e o ponto cr´ıtico, dever´ıamos lan¸car m˜ao de t´ecnicas completamente diversas para atingir tal objetivo.

(5)

2 1. INTRODUC¸ ˜AO

Uma vez que obtemos essa representa¸c˜ao, podemos analisar outra fun¸c˜ao importante do modelo. Seja

τx,y a probabilidade de dois s´ıtios x e y estarem conectados. Se, na fase subcr´ıtica, a conectividade tem decaimento exponencial na distˆancia entrexey, na fase supercr´ıtica ela n˜ao decai pois h´a sempre uma probabilidade n˜ao-nula dos s´ıtios estarem no aglomerado infinito. Somos levados a considerar ent˜ao τx,yf , a conectividade finita, isto ´e, a probabilidade de dois s´ıtios estarem conectados por um aglomerado finito. Na se¸c˜ao 3 mostramos

TeoremaA fun¸c˜ao τf

x,y(p) ´e anal´ıtica na vari´avelp em uma vizinhan¸ca de 1.

Sabe-se que τx,yf decai exponencialmente em toda a fase supercr´ıtica ( ver [15]) e a representa¸c˜ao em pol´ımeros nos permite obter cotas bastante finas para o decaimento. Denotando por |x−y| a norma do grafo, ou seja, |x−y|=Pi|xi−yi|, para qualquer par de s´ıtios emZd mostramos

Teorema A fun¸c˜ao conectividade finita τf

x,y(p) admite as seguintes cotas para qaisquer x, y ∈ Zd e para λ=λ(p) = (1−p)/p suficientemente pequeno e parad≥3

(0.1) L(x, y)

λ

(1 +λ)2

Nx,y

≤τx,yf (p)≤2L(x, y)λNx,y(1 +Cλ)2Nx,y,

onde L(x, y) = (|x1−y1|+···+|xd−yd|)!

|x1−y1|!+···+|xd−yd|!, Nx,y= 2(d−1)(|x−y|+ 1) + 2e C ´e uma constante que depende somente da dimens˜aod.

Para o modelo em Z2, sabemos que a taxa de decaimento,m(p), satisfaz a rela¸c˜ao m(p) = 2m(1p)

quando p > pc = 1/2 (ver [15]). Para obter esse resultado, usa-se que a redeZ2 ´e dual a si mesma. Em dimens˜oes maiores n˜ao h´a esperan¸ca de se obter resultado an´alogo exato, uma vez que a dualidade est´a ausente. No entanto, o teorema acima nos permite obter uma compara¸c˜ao entre a taxa para

p pr´oximo de 1 e a taxa para p pr´oximos de zero. Mais precisamente, mostramos que a taxa de decaimento ´e proporcional `a quantidade m´ınima de elos fechados necess´arios para obtermos o evento, sendo a constante de proporcionalidade a probabilidade de cada um deles estar fechado. Temos ent˜ao

TeoremaSeja d≥3 ep suficientemente pr´oximo de 1. A taxa de decaimento exponencial da fun¸c˜ao conectividade finita tem o seguinte comportamento

m(p) = 2(d−1) ln(1−p) +O(1−p).

Por outro lado, podemos calcular quanto vale a taxa de decaimento da conectividade para valores de

ppr´oximos de 0, mostrando que ela ´e proporcional ao n´umero m´ınimo de elos abertos necess´arios para a conex˜ao de dois pontos, sendo a constante de proporcionalidade a probabilidade de um elo estar aberto,

m(p) = ln(p) +O(p),

podemos ent˜ao concluir que h´a uma rela¸c˜ao an´aloga ao modelo bidimensional entre os valores das taxas de decaimento, para p≈1, temos

m(p) = 2(d−1)m(1−p) +O(1−p).

(6)

1. INTRODUC¸ ˜AO 3

Obtemos em seguida uma descri¸c˜ao mais precisa do comportamento de τf

x,y, conhecido como com-portamento de Ornstein-Zernike, que d´a uma corre¸c˜ao polinomial ao decaimento exponencial. A denomina¸c˜ao vem de [30]. Um pouco mais precisamente

Teorema Seja d ≥ 3 e tomemos x, y ∈ Zd tais que xy = (x1y1,0,· · · ,0). Ent˜ao existe um

n´umero positivo r tal que a conectividade finita pode ser escrita como

(0.2) τx,yf (p) =C(p, x−y)e−

m(p)|x−y|

|x−y|d−21

, sempre que 1+r1 < p <1,

onde e−m(p) = (1−p)2d−2[1 +f(p)] eC(p, x−y) s˜ao tais que

(0.3) lim

|x−y|→∞C(p, x−y) =

(1−p)4d−d2−1 (2π)d−21

[1 +g(p)]

e f(p), g(p) s˜ao fun¸c˜oes anal´ıticas em p, 1+r1 < p <1, tais que limp→1f(p) = 0 = limp→1g(p).

O m´etodo utilizado n˜ao se aplica ao caso bidimensional e acredita-se, por analogia com o modelo de Ising (ver [24]), que realmente o modelo bidimensional tem um comportamento diferente. Haveria uma corre¸c˜ao polinomial, mas da forma |x−y|−2 e n˜ao com potˆencia 1/2 como seria o caso previsto por Ornstein-Zernike. O comportamento de Ornstein-Zernike est´a associado a um polo simples da transformada de Fourier da conectividade. Em duas dimens˜oes, a singularidade que d´a o decaimento exponencial ´e um ponto de ramifica¸c˜ao.

Na se¸c˜ao 1 usamos a separa¸c˜ao de hiperplanos de Spencer (ver [40, 41]) para obtermos informa¸c˜oes precisas sobre o decaimento exponencial da conectividade finita em uma dire¸c˜ao principal. Observando que a fun¸c˜ao τx,yf pode ser vista como o n´ucleo de um operador no espa¸co ℓ2(Zd), mostramos que

ele admite um operador inverso para valores de p suficientementes pr´oximos de 1 e que o operador inverso decai mais rapidamente que τf naquela dire¸c˜ao. Este ´e o objeto da Se¸c˜ao 3. Esses fatos se refletem na transformada de Fourier do operador inverso deτf, cuja regi˜ao de analiticidade, na vari´avel correspondente `a dire¸c˜ao do decaimento, cont´em um zero. A localiza¸c˜ao desse zero depende das outras vari´aveis. Mostramos que esse zero ´e simples na Se¸c˜ao 4. Finalmente, na Se¸c˜ao 5 achamos o m´ınimo da fun¸c˜ao de localiza¸c˜ao do zero e, na Se¸c˜ao 6, aplicamos um m´etodo de Laplace multidimensional para obtermos o comportamento de Ornstein-Zernike.

O comportamento de Ornstein-Zernike foi obtido de modo rigoroso primeiramente para a correla¸c˜ao do modelo de Ising por Paes Leme [31] que o derivou para altas temperaturas e para o modelo em qualquer dimens˜ao. Schor [36] mostrou que a correla¸c˜ao truncada do modelo de Ising tem esse comportamento para temperaturas muito baixas em dimens˜oesd≥3. Ambos os resultados s˜ao v´alidos para pares de s´ıtios na mesma reta ordenada.

(7)

4 1. INTRODUC¸ ˜AO

quˆantico em um campo transversal [20] e tens˜ao superficial para o modelo Blume-Capel bidimensional em baixas temperaturas [17]. Mais recentemente o resultado de Paes Leme foi estendido para qualquer temperatura supercr´ıtica (acima de Tc) em [12].

Com rela¸c˜ao ao modelo de percola¸c˜ao de Bernoulli, tal comportamento foi obtido para todos valores de p subcr´ıticos [13] e, neste caso, para todas as dire¸c˜oes [11].

(8)

CAP´ıTULO 2

Percola¸

ao de elos em

Z

d

Na primeira se¸c˜ao definimos o modelo e algumas quantidades de interesse, em particular, a probabi-lidade de percola¸c˜ao e a conectividade finita. Na segunda se¸c˜ao, usando um modelo definido em uma caixa finita, obtemos uma representa¸c˜ao da probabilidade de percola¸c˜ao e da conectividade finita em termos de certos objetos duais, chamados pol´ımeros.

1. O modelo

Uma referˆencia j´a canˆonica para o que ser´a feito nessa se¸c˜ao ´e o livro de Grimmett [16].

Seja Zd = {x Rd;xi Z ∀i = 1, . . . , d} a rede discreta d-dimensional. Chamamos cada ponto x

de Zd de s´ıtio ou v´ertice. Se S Zd ´e finito denotamos por |S| a cardinalidade de S. Denotamos

por k · k a norma euclidiana em Zd e por | · |, a norma do grafo em Zd. Um par n˜ao ordenado de

s´ıtios {x, y} que s˜ao vizinhos pr´oximos, isto ´e, tais que kx−yk = 1, ´e chamado de elo. Por vezes ´e interessante termos uma defini¸c˜ao alternativa de elos como todo o segmento que liga dois s´ıtios vizinhos, essa representa¸c˜ao ´e particularmente interessante quando tomamos a redeZdimersa em Rd.

Isso n˜ao dar´a margem a ambig¨uidades. O conjunto de elos de Zd ´e denotado B(Zd). A cada elo e

associamos uma vari´avel aleat´oria ωe que toma valores em{0,1}. Se ωe = 1 dizemos que o elo est´a aberto, caso contr´ario dizemos que ele est´afechado. A vari´avelωetoma o valor 1 com probabilidadepe o valor 0 com probabilidadeq = 1−p,p∈[0,1]. Denotamosµe essa probabilidade. Uma configura¸c˜ao

ω ´e um elemento de Ω ={0,1}B(Zd)

que ´e o espa¸co de configura¸c˜oes. Designamos porF aσ−´algebra gerada pelos conjuntos cil´ındricos. Podemos definir ent˜ao um processo de percola¸c˜ao nos elos de Zd

com parˆametro p como a medida de probabilidade P em (Ω,F) que ´e o produto das medidas µe, P= Π

e∈B(Zd)µe. Quando queremos enfatizar o parˆametrop, escrevemos Pp.

Seja um conjunto finito Λ em Zd. EscrevemosB(Λ) para designar o conjunto de todos os eloseΛ,

i.e. o conjunto de todos os pares {x, y} ⊂ Λ tais que kx−yk = 1 e definimos sua fronteira como

∂Λ ={x∈Λ :∃y6∈Λ tal que ky−xk= 1}. A fronteira de elos de Λ ser´a definida por

(1.1) ∂eΛ ={e∈B(Zd);e={x, y}xΛy6∈Λ}.

Um animal AemZd ´e um subconjunto finito deB(Zd), conexo no sentido topol´ogico. Denotamos os

v´ertices de A por VA. Um caminho entre dois pontos da rede x e y ´e uma sequˆencia finita de elos

{e1, . . . , en}em queei ={xi, xi+1}, todos os v´ertices s˜ao distintos ex1 =xexn+1=y. Um caminho ´e ditoabertose todos os seus elos est˜ao abertos. Dizemos que dois s´ıtiosx, y∈Zdest˜ao conectados para

uma dada configura¸c˜ao quando existe um caminho aberto que os cont´em. Denotamos esse evento por

{x ↔ y}. Dada uma configura¸c˜ao, o aglomerado aberto de um v´ertice x, denotado Cx, ´e o conjunto

(9)

6 2. PERCOLAC¸ ˜AO DE ELOS EMZd

de v´ertices conexo por elos abertos, que cont´em x e maximal com rela¸c˜ao a essa propriedade. A probabilidade de percola¸c˜ao θ(p) ´e a probabilidade de que a origem (ou, por invariˆancia translacional, qualquer outro s´ıtio fixo) tenha um aglomerado aberto infinito.

(1.2) θ(p) =P(|C0|=).

Para qualquer dimens˜aod≥2 existe umvalor cr´ıtico0< pc <1 tal que, quandop < pc a probabilidade de percola¸c˜ao ´e nula e quando p > pc ela ´e estritamente positiva. Se p < pc dizemos que o sistema est´a na fase subcr´ıtica e se p > pc dizemos que ele est´a na fase supercr´ıtica.

Outra fun¸c˜ao que ser´a estudada ´e a probabilidade de que dois s´ıtios estejam conectados, τx,y(p).

(1.3) τx,y(p) =P(x↔y).

Essa probabilidade tende a zero exponencialmente quando a distˆancia entre x e y tende a infinito se o parˆametro do modelo ´ep < pc. No entanto, sep > pc, usando a desigualdade FKG, a unicidade do aglomerado infinito e a invariˆancia por transla¸c˜oes do modelo, temos

τx,y(p) =P(x↔y)≥P(|Cx|=∞ e |Cy|=∞)≥P(|Cx|=∞)·P(|Cy|=∞) =θ(p)2,

ou seja, τx,y(p) est´a uniformemente distante de zero para quaisquer x e y. Definimos ent˜ao, na fase supercr´ıtica, duas fun¸c˜oes que ser˜ao, de certo modo, an´alogas `a conectividade na fase subcr´ıtica:

A conectividade truncada

τx,yt =P(xy)θ(p)2

e aconectividade finita

τx,yf =P(xy|Cx|<).

Sabemos que essas duas quantidades decaem exponencialmente quando kx−yk → ∞ em toda a fase supercr´ıtica e isso acontece com a mesma taxa ou massa (ver [15]). Supondo que x−y =α~v, onde

α∈Re~v Sd−1

lim α→∞

−lnτx,yf

kx−yk =m(p, ~v) = limα→∞

−lnτx,yt kx−yk.

2. Plaquetas, contornos e pol´ımeros

Definimos, finalmente, o modelo de percola¸c˜ao a volume finito. Seja Λ∈ Zd. Uma configura¸c˜ao em

B(Λ) ser´a um elemento de ΩB(Λ)={0,1}B(Λ). Assumiremos que Λ ´e um cubo [−N, N]demZd. Nessa

nota¸c˜ao limΛ→∞significar´a limN→∞.

Uma medida de probabilidadePΛest´a naturalmente definida em ΩB(Λ), a saber, a restri¸c˜ao ao conjunto

B(Λ) da probabilidade de Bernoulli emB(Zd). Dada uma configura¸c˜ao ω em ΩB(Λ) denotamos por

Aω o conjunto de todos os elos abertos deωe porFω o conjunto de todos os elos fechados deω. Logo, a probabilidade dada aω ´e simplesmente

PΛ(ω) =p|Aω|(1p)|Fω|.

Essa probabilidade j´a ´e normalizada

(2.1) X

ω∈ΩB(Λ)

PΛ(ω) = X

ω∈ΩB(Λ)

(10)

2. PLAQUETAS, CONTORNOS E POL´IMEROS 7

Podemos reescrever (2.1) da seguinte forma

(2.2) 1 =p|B(Λ)| X

ω∈ΩB(Λ)

1−p p

|Fω|

.

Definimos, paraλ∈C, a “fun¸c˜ao parti¸c˜ao”

(2.3) ZΛ(λ) =

X

ω∈ΩB(Λ)

λ|Fω|.

Ent˜ao, por (2.2)

(2.4) ZΛ(λ)

λ=1−pp =p

−|B(Λ)|.

Para cada elo fechadoeda configura¸c˜aoω, colocamos um hiper-quadradoe∗unit´ario (d− 1)-dimensio-nal, perpendicularmente ae, com arestas paralelas aos eixos ordenados deZde de modo queeeseja

o baricentro do elo e e do hiper-quadradoe∗. Chamamos esse hiper-quadrado de plaqueta dual a e. Os v´ertices da plaqueta se situam na rede transladada pelo vetor (1/2, . . . ,1/2) ∈Rd. Denotamos por

B∗(Λ) o conjunto das plaquetas duais a B(Λ) e por B(Zd) o conjunto de todas as plaquetas duais.

De maneira geral, dado um subconjunto S ⊂ B(Zd), denotamos por So seu dual, i.e. S={e

B(Zd) : e S}. Em particular, parad = 3, uma plaqueta ser´a simplesmente um quadrado. Dados

dois conjuntos β⊂B∗(Zd) eβB(Zd), escrevemos ββ={eB(Zd) :eβ e eβ}.

Duas plaquetase∗ e ¯eaoincompat´ıveisse elas partilham uma aresta (d−2)-dimensional. Escrevemos

e∗6∼¯e∗. Em d= 3 duas plaquetas s˜ao incompat´ıveis se elas partilham uma aresta. Um conjunto finito

γ ⊂ B∗(Zd) ´e um animal dual se, para qualquer parti¸c˜ao γ = γ1 γ2, existem plaquetas e

1 ∈ γ1 e

e∗

2 ∈γ2 tais que e∗1 6∼e∗2. Denotaremos por Γ o conjunto de todos os animais duais emB∗(Zd) e por ΓΛ, o conjunto de todos os animais duais emB∗(Λ).

Consideramos γ imerso em Rd. Um animal dual γ ´e chamado um contorno de Peierls se Rdγ

tem duas componentes conexas e ´e m´ınimal com rela¸c˜ao a essa propriedade. Neste caso γ particiona

Zd de maneira ´unica em dois conjuntos disjuntos, um finito e outro infinito. Chamamos deinterior

de γ a componente finita e o denotamos por I(γ). Um animal dual γ ´e dito um contorno se existe pelo menos um subconjunto γ′ ⊂ γ que ´e um contorno de Peierls. Seja γ ∈ Γ um contorno e sejam

γ1, . . . , γn os contornos de Peierls nele contidos. DefinimosI(γ) =∪ni=1I(γi). O conjunto I(γ), que ´e finito, ser´a chamado deinterior do contorno γ. Dado um contorno γ ∈Γ ek v´ertices x1, . . . , xk (n˜ao necessariamente distintos), dizemos que γ cerca x1, . . . , xk e escrevemos γ ⊙ {x1, . . . , xk}, se existe um animal A ⊂B(Zd) tal quexi VA para todos i= 1, . . . , k,A ⊂I(γ), e Aγ =. Dizemos que

dois animais duais γ, γ′ Γ s˜ao compat´ıveis, e escrevemos γ γ, se γ γ/ Γ. Denotaremos por

|γ|a cardinalidade deγ, i.e. o n´umero de plaquetas que formam o animal dualγ. Associamos a todo animal dualγ um peso estat´ıstico (ou atividade)λ|γ|. Com essas nota¸c˜oes, dada uma configura¸c˜aoω, existe uma correspondˆencia biun´ıvoca entre o conjunto de elos fechados em B(Λ) e a distribui¸c˜ao de animais duais emB∗(Λ).

A fun¸c˜ao parti¸c˜ao (2.3) pode ser reescrita como

(2.5) ZΛ(λ) = 1 +X

n≥1

X

{γ}n:γiΓΛ

γi∼γj

λ|{γ}n|,

(11)

8 2. PERCOLAC¸ ˜AO DE ELOS EMZd

Definimos a conectividade finita a volume finito por

(2.6) τx,yΛ (p) =PΛ(xy :CxΛ =) =

p|B(Λ)| X

ω∈ΩB(Λ) y∈Cx

Cx∩∂Λ=∅

1−p p

|Fω|

= 1

ZΛ(λ(p))

X

ω∈ΩΛ

y∈Cx

Cx∩∂Λ=∅

λ(p)|Fω|.

Ou seja, τx,yΛ (p) ´e a probabilidade de que x e y estejam conectados atrav´es de um caminho aberto que n˜ao intersecte a fronteira da caixa. Uma nota¸c˜ao mais consistente seria τx,yΛf, mas ficaria muito carregada.

Definimos tamb´em o complementar da probabilidade de percola¸c˜ao a volume finito:

(2.7) θcΛ(p) =P(C ∩∂Λ =∅) = X ω∈ΩΛ C∩∂Λ=∅

p|Aω|(1−p)|Fω|= 1

ZΛ(λ(p))

X

ω∈ΩΛ C∩∂Λ=∅

λ(p)|Fω|.

Podemos ver que, para qualquer p∈[0,1],

(2.8) lim

Λ→∞τ

Λ

x,y(p) =τx,yf (p) e lim Λ→∞θ

c

Λ(p) =θc(p), ondeτf

x,y(p) ´e a fun¸c˜ao conectividade finita definida em (1.3) e θc(p) = 1−θ(p).

Provemos o limite da esquerda em (2.8). Seja r(C) = supx∈Cmax1≤i≤d|xi| o raio do aglomerado C. Por um lado temos:

(2.9) θc(p) =P(|C0|<) =

X

n=0

P(r(C0) =n),

por outro, lembrando que Λ = [−N, N]d, temos:

(2.10) θΛc(p) =PΛ(C06↔Λ) =P(r(C0)< N) =

NX−1

n=0

P(r(C0) =n).

O limite decorre de (2.9) e (2.10). Com rela¸c˜ao `a conectividade finita, o argumento ´e o mesmo.

Em termos de animais duais a condi¸c˜ao de que, na configura¸c˜aoω,yperten¸ca ao aglomerado dex,Cx, e que este n˜ao intersecte a fronteira, corresponde a uma configura¸c˜ao{γ}nque satisfa¸ca duas condi¸c˜oes. Primeiramente deve existir pelo menos um contornoγi que cerque o conjunto{x, y}, i.e. γi⊙ {x, y} e ainda nunhum outro animal dual pode cercar x e n˜ao cercar y ou vice-versa. ´E importante notar que essa condi¸c˜ao se d´a sobre a configura¸c˜ao inteira de animais duais. Se uman-upla n˜ao-ordenada {γ}n de contornos satisfizer essa condi¸c˜ao, denotamos{γ}n⊙ {x, y}.

Logo podemos, lembrando (2.4), (2.5) e (2.6), reescrever a conectividade na nota¸c˜ao de contornos como

(2.11) τx,yΛ (p) =τx,yΛ (λ) λ=1−pp ondeτΛ

x,y(λ) ´e uma fun¸c˜ao de uma vari´avel complexa λdada por

(2.12) τx,yΛ (λ) =

P

n≥1

P

{γ}n: γiΓΛ, γiγj {γ}n⊙{x,0}

λ|{γ}n|

1 +Pn1P{γ}n: γiΓΛ

γi∼γj λ

(12)

2. PLAQUETAS, CONTORNOS E POL´IMEROS 9

Dois animais duais compat´ıveis em Λ∗. Seus interiores s˜ao as regi˜oes em cinza. O animal dual da direita n˜ao atinge a fronteira∂B(Λ) e tem arigem em seu interior. O animal dual da esquerda atinge a fronteira∂B(Λ).

Embora usemos a mesma nota¸c˜ao para designar duas fun¸c˜oes distintas em (2.11), sempre estar´a claro no texto a que fun¸c˜ao estamos nos referindo.

Com rela¸c˜ao `a probabilidade de percola¸c˜ao, a raz˜ao do lado direito de (2.7) nos permite reinterpretar

θcΛ(p) como um valor esperado no sentido cl´assico da mecˆanica estat´ıstica. Come¸cando dessa raz˜ao, desenvolvemos uma representa¸c˜ao paraθc

Λ(p) em termos de animais duais.

Observamos que a condi¸c˜ao no somatorio do lado direito de (2.7) ´e a de somar sobre os ωΛ tais que

C ∩∂B(Λ) =∅pode ser reescrita como a soma sobre configura¸c˜oes de animais duais {γ1, . . . , γn}tais que existe γi com 0∈I(γi). Logo, usando (2.7) obtemos

(2.13) θΛc(p) =

P

n≥1

P

1,...,γn}⊂ΓΛ:γiγjγk: 0∈I(γk)

λ|γ1|. . . λ|γn|

1 + P n≥1

P

1,...,γn}⊂ΓΛ

γi∼γj

λ|γ1|. . . λ|γn|.

Queremos mostrar que existe um disco em torno de λ= 0 no qual as fun¸c˜oesτx,yΛ (λ) e θΛc(λ) podem ser expressas como s´eries convergentes uniformemente no volume, o que nos permitir´a concluir que o limite termodinˆamico dessas fun¸c˜oes, i.e. Λ → ∞, existe e ´e anal´ıtico. Para tanto reescrevemos as raz˜oes (2.12) e (2.13) como s´eries de potˆencias em λ via uma expans˜ao em termos de objetos mais complexos chamados pol´ımeros, que definiremos a seguir.

Seja

Γx1,...,xn ={{γ

1, . . . , γk};∀i, γi∈Γ e para algum j∈ {1, . . . , n}γi⊙ {xj}} e, analogamente,

Γx1,...,xn

(13)

10 2. PERCOLAC¸ ˜AO DE ELOS EMZd

Um pol´ımero ˜γconstitu´ıdo de trˆes contornosγ1,γ2 eγ3.

A ´area em cinza ´e o interior de ˜γ.

Usaremos somente os casos em que {x1, . . . , xn}={x, y} ou{x1, . . . , xn}={x}. Escreveremos

(2.14) Gx1,...,xn = ΓΓx1,...,xn Gx1,...,xn

Λ = ΓΛ∪Γ x1,...,xn Λ .

Definic¸˜ao 2.15. Um conjunto γ ∈ Gx1,...,xn ser´a chamado de pol´ımero. Dizemos que dois pol´ımeros

γi∈ Gx1,...,xneγj ∈ Gx1,...,xns˜ao compat´ıveis, e denotamosγi ≈γj, seγi∪γj∈ G/ x1,...,xn; analogamente,

γi∈ Gx1,...,xn eγj ∈ Gx1,...,xn s˜ao incompat´ıveis, e denotamos γi6≈γj, se γi∪γj ∈ Gx1,...,xn.

Notemos que se γ ∈ Γx1,...,xn e γ Γx1,...,xn, ent˜ao necessariamente γ 6≈ γ. A qualquer γ ∈ Gx,y associamos uma atividadeλ|γ|, onde|γ|´e a cardinalidade deγ, i.e. o n´umero de plaquetas que formam o pol´ımero γ. O interior de um pol´ımeroγ = {γ1, . . . , γn} ´e simplesmente I(γ) = ∪iI(γi). Dizemos que o pol´ımero γ ∈ Gx1,...,xn cerca {x

1, . . . , xn} se γ ∈Γ ´e um contorno tal que γ⊙ {x1, . . . , xn}, ou ent˜ao se γ ={γ1, . . . , γk} ∈Γx1,...,xn e {γ}k⊙ {x1, . . . , xn}. Observamos que se dois pol´ımeros γ e γ′ cercam {x1, . . . , xn},γ⊙ {x1, . . . , xn} eγ′⊙ {x1, . . . , xn}, ent˜ao necessariamente γ 6≈γ′.

(14)

CAP´ıTULO 3

Expans˜

ao em pol´ımeros

O objetivo desta se¸c˜ao ´e mostrar que a representa¸c˜ao das fun¸c˜oesτf(p)x,y eθc(p), usando os pol´ımeros definidos na se¸c˜ao anterior, ´e convergente para valores de p pr´oximos de 1. Primeiramente faremos algumas estimativas do n´umero de animais duais que tˆem certa propriedade. Em seguida, usando essas estimativas, mostraremos a convergˆencia das s´eries que representamτf(p)x,y eθc(p).

1. Estimativas de entropia

Dado e∗0 ∈B∗(Zd), denotamos por Sd o n´umero de plaquetas eincompat´ıveis com e

0. Observamos que Sd = 6(d−1). Denotamos a rede transladada pelo vetor d-dimensional (1/2, . . . ,1/2) por Zd∗ a que chamamos por vezes de rede dual. Provemos inicialmente

Lema1.1. O n´umero de animais duaisγ de um certo tamanho |γ|=nque passam por um ponto dado

x∗Zd∗ cresce, no m´aximo, exponencialmente em |, i.e., para todos xZd∗ enN

(1.2) X

γ: x∗∈γ

|γ|=n

1≤C0n,

onde C0 =Sd−Sd(1 +Sd)1+Sd

Demonstra¸c˜ao. Seja 0∗ a origem da rede dual. Pela invariˆancia translacional, ´e suficiente mostrar

que

(1.3) X

γ: 0∗ ∈γ

|γ|=n

1≤C0n.

Primeiramente observamos que a probabilidade de termos um animal dual fixo γ ´e dada porP(γ) = (1−p)|γ|p|∂γ|onde ∂γ ´e a fronteira do animal dualγ definida como

∂γ={σ /∈γ:σ6∼σ′, para algumσ′ ∈γ}.

Observando que|∂γ| ≤Sd|γ|, temos

X

γ: 0∗∈γ

|γ|=n

(1−p)|γ|pSd|γ|≤ X

γ: 0∗ ∈γ

|γ|=n

(1−p)|γ|p|∂γ|<1,

onde o termo do meio na desigualdade acima ´e a probabilidade de termos um animal dual de tamanho

npassando por 0∗. Temos ent˜ao

X

γ: 0∗ ∈γ

|γ|=n 1≤

1 (1−p)pSd

n

, para qualquer p∈(0,1).

(15)

12 3. EXPANS ˜AO EM POL´IMEROS

Como, parap∈(0,1), temos

min 0≤p≤1

1

(1−p)pSd = (1 +Sd)

1 +Sd

Sd

Sd

,

obtemos a desigualdade

X

γ: 0∗∈γ

|γ|=n 1≤

(

(1 +Sd)

1 +Sd

Sd

Sd)n

.

Assim, o lema est´a provado.

Continuando com a contagem

Lema 1.4. O n´umero de animais duais γ com uma certa cardinalidade |γ| = n tais que 0 ∈ I(γ) cresce, no m´aximo, exponencialmente emn, i.e., para n∈N para qualquer

(1.5) X

γ: 0∈I(γ)

|γ|=n

1≤C1n,

onde C1 = 2dC0 e C0 ´e dado pelo Lema (1.1).

Demonstra¸c˜ao. Usando que o volume do interior de um animal dual γ de cardinalidade n ´e, no m´aximo,nd e aplicando o Lema (1.1), obtemos

X

γ:0∈I(γ)

|γ|=n

1≤nd X

γ:0∗∈γ

|γ|=n

1≤2dnC0n≤C1n.

Finalmente provamos a principal estimativa de entropia para a Se¸c˜ao 2.

Lema 1.6. O n´umero de pol´ımeros γ˜ de uma dada cardinalidade |˜γ| = n e com 0 ∈ I(˜γ) cresce, no m´aximo, exponencialmente emn, i.e., para qualquer n∈N

(1.7) X

˜

γ∈G0: 0∈I(˜γ)

|˜γ|=n

1≤C2n,

onde C2 = 2C1 eC1 ´e dado pelo Lema (1.4).

Demonstra¸c˜ao. Lembremos que o pol´ımero ˜γ ´e uma cole¸c˜ao de animais duais compat´ıveis da forma ˜

(16)

1. ESTIMATIVAS DE ENTROPIA 13

´e imediato ver que a soma (1.7) ´e limitada por cima por

n

X

k=1

X

|γ1|+···+|γk|=n k Y i=1    X

γ: 0∈I(γ)

|γ|=|γi|

1    ≤ n X k=1 X

|γ1|+···+|γk|=n k

Y

i=1

C1|γi|

= n

X

k=1

X

|γ1|+···+|γk|=n

C1n

≤ C1n

n

X

k=1

X

|γ1|+···+|γk|=n 1

≤C1n

n

X

k=1

n−1

k−1

=C1n2n−1 ≤C2n.

(1.8)

A pr´oxima estimativa ser´a usada na Se¸c˜ao 3

Lema 1.9. O n´umero de pol´ımeros que cercam x e y de tamanho n cresce, no m´aximo, exponencial-mente em n

(1.10) X

γ∈Γx,y;γ⊙{x,y} |γ|=n

1< C3n,

onde a constante C3 depende somente da dimens˜ao.

Demonstra¸c˜ao.

X

γ∈Γx,y:|γ|=n 1≤

n

X

k=1

X

n1+···+nk=n k Y i=1     2 X

γ∈Γ:|γ|=niou γ⊙0 ou

γ⊙x 1      ≤ n X k=1

2k X

n1+···+nk=n k

Y

i=1

[2dC1]2ni

= [2dC1]2n n

X

k=1

2k X

n1+···+nk=n 1

≤[2dC1]2n n

X

k=1 2k

n−1

k−1

(17)

14 3. EXPANS ˜AO EM POL´IMEROS

2. A convergˆencia da expans˜ao para a probabilidade de percola¸c˜ao

Usando os pol´ımeros definidos na Se¸c˜ao 1, podemos reescrever

(2.1) 1 +X

n≥1

X

1,...,γn}⊂ΓΛ

γi∼γj

λ|γ1|. . . λ|γn|= 1 +X n≥1

X

{γ˜1,...,γn˜ }⊂GΛ0

˜ γi≈γj˜

λ|˜γ1|. . . λ|γn˜ |

e

(2.2) X

n≥1

X

1,...,γn}⊂ΓΛ

γi∼γj ,γk: 0∈I(γk)

λ|γ1|. . . λ|γn|=X n≥1

X

{˜γ1,...,˜γn}⊂GΛ0

˜

γi≈γj ,˜ ∃γ˜;˜γ⊙{0}

λ|γ˜1|. . . λ|˜γn|.

Observamos que na soma sobre as configura¸c˜oes de pol´ımeros{γ˜1, . . . ,γ˜n}no lado direito de (2.2) um, e somente um, pol´ımero cerca a origem. Por (2.1) e (2.2), temos

(2.3) θΛc(p) =

P

n≥1

P

{˜γ1,...,˜γn}⊂GΛ0

˜

γi≈˜γj , ∃˜γ;˜γ⊙{0}

λ|γ˜1|. . . λ|˜γn|

1 + P n≥1

P

{˜γ1,...,˜γn}⊂GΛ0

˜ γi≈γj˜

λ|γ˜1|. . . λ|˜γn|.

ondeλ=λ(p).

A representa¸c˜ao (2.3) nos permite exprimir θcΛ(p) como uma derivada do logar´ıtmo de uma fun¸c˜ao parti¸c˜ao adequada. Para tanto, definimos uma nova atividade dos pol´ımeros ˜γ. Letα∈Re ˜γ Γ0 e

definimos

(2.4) ρα(˜γ) =

(

(1 +α)λ|˜γ| se ˜γ⊙ {0}

λ|γ˜| caso contr´ario.

Seja ΞΛ, α(λ) a fun¸c˜ao parti¸c˜ao grancanˆonica

(2.5) ΞΛ, α(λ) = 1 +

X

n≥1

X

{γ˜1,...,γn˜ }⊂G0Λ

˜ γi≈γj˜

ρα(˜γ1). . . ρα(˜γn).

Definimos

(2.6) fΛ(λ) =

∂ ∂α

α=0ln ΞΛ, α(λ). Verificamos que

(2.7) θΛc(p) =fΛ(λ(p)).

A vantagem das f´ormulas (2.5) e (2.7) ´e que elas nos permitem reescrever fΛ(λ), e por consequˆencia

θc

Λ(p), diretamente como uma s´erie e n˜ao mais como uma raz˜ao entre duas somas finitas como em (2.3). Na realidade, o lado direito de (2.5) ´e novamente uma fun¸c˜ao parti¸c˜ao grancanˆonica de um g´as de pol´ımeros “hard-core”em que os pol´ımeros s˜ao os objetos emGΛ0, com atividade dada porρα(˜γ) e que interagem por um potencial “hard-core”(no sentido que eles devem ser compat´ıveis). Se definirmos

(2.8) U(˜γi,γ˜j) =

(

(18)

2. A CONVERGˆENCIA DA EXPANS ˜AO PARA A PROBABILIDADE DE PERCOLAC¸ ˜AO 15

o lado direito de (2.5) pode ser reescrito como

(2.9) ΞΛ, α(λ) = 1 +

X

n≥1 1

n!

X

(˜γ1,...,˜γn)∈(GΛ0)n

ρα(˜γ1). . . ρα(˜γn)e

− P

1≤i<j≤n U(˜γi,˜γj)

,

onde (G0

Λ)n ´e o produto cartesianon vezes deGΛ0.

Computamos a expans˜ao da s´erie de Mayer da fun¸c˜ao ln ΞΛ, α(λ) explicitamente (ver por exemplo [10], [21] [39] ou ainda [32]), obtendo

(2.10) ln ΞΛ, α(λ) =

X

n=1 1

n!

X

(˜γ1...˜γn)∈(G0Λ)n

ΦT(˜γ1, . . . ,γ˜n)ρα(˜γ1). . . ρα(˜γn),

onde os coeficientes de Ursell s˜ao

(2.11) ΦT(˜γ1, . . . ,˜γn) =

  

P

g∈Gn

Q

{i,j}∈g

(e−U(˜γi,˜γj)−1) sen≥2

1 sen= 1

,

ondeGn s˜ao os grafos conexos sobre{1,2, . . . , n}(ver apˆendice). O que nos d´a

(2.12) fΛ(λ) =

X

n=1 1

n!

X

(˜γ1...γn˜ )∈(G0Λ)n ∃˜γ;˜γ⊙{0}

k(˜γ1, . . . ,γ˜n)ΦT(˜γ1, . . . ,γ˜n)ρ(˜γ1). . . ρ(˜γn)

onde o inteiro k(˜γ1, . . . ,˜γn), ´e o n´umero de pol´ımeros em (˜γ1, . . . ,˜γn) que cercam a origem. Vemos que k(˜γ1, . . . ,γ˜n)≤n.

Teorema 2.13. Existe uma constante positiva λ0, que ´e independente do volume Λ, tal que a s´erie dada pela equa¸c˜ao (2.12) converge absolutamente para valores complexos de λno disco |λ|< λ0.

Observa¸c˜ao. Na prova do teorema acima veremos queλ0 = 1/(6·2deC0), ondeC0 ´e dado pelo Lema 1.1. Como corol´ario desse teorema, obtemos o resultado principal da se¸c˜ao:

Teorema 2.14. Para qualquer caixa Λ, a fun¸c˜ao fΛ(λ) em (2.12) ´e anal´ıtica no disco complexo

|λ|< λ0 e o limite

(2.15) f(λ) = lim

Λ→∞fΛ(λ)

existe e ´e anal´ıtico no mesmo disco.

Observa¸c˜ao. Pelo Teorema 2.14, a fun¸c˜ao f((1−z)/z) ´e anal´ıtica no dom´ınio complexo D={z ∈

C :|(1z)/z|< λ0} e, por (2.8) e (2.7), f((1p)/p) = θc(p) for p [0,1]. Logo f((1z)/z) ´e a

´

unica continua¸c˜ao anal´ıtica deθc(p) no dom´ınioD.

Demonstra¸c˜ao do Teorema 2.13 No que se segue, iremos cotar, uniformemente em Λ, a s´erie dada pela equa¸c˜ao (2.12). Lembrando que a configura¸c˜ao dos pol´ımeros {˜γ1, . . . ,˜γn} que contribuem para o somat´orio (2.12) tem pelo menos um pol´ımero cujo interior cont´em a origem, obtemos

(2.16) |fΛ(λ)| ≤ X

˜

γ1∈GΛ0:˜γ⊙{0}

|λ||˜γ1|

1 +X n≥2

n

(n−1)!Bn,Λ(˜γ1)

 ,

onde

Bn,Λ(˜γ)≡

X

(˜γ2...˜γn)∈(GΛ0)n−1

ΦT(˜γ,γ˜2. . .γ˜n)λ

Pn i=2|˜γi|

(19)

16 3. EXPANS ˜AO EM POL´IMEROS

Para continuar necessitamos de uma cota superior para Bn,Λ(˜γ). Definimos

(2.17) ν ≡ X

˜ γ∈G0

0∗∈˜γ

(e|λ|)|γ˜|+ X ˜ γ∈G0

˜ γ⊙{0}

(e|λ|)|˜γ|,

observando queνn˜ao depende de Λ pois em (2.17) fazemos a soma sobreG0 e n˜ao emG0

Λ. Na sequˆencia usaremos o seguinte lema cuja prova segue abaixo.

Lema 2.18. Seja n≥2, para qualquerΛ e qualquer pol´ımero γ˜: (2.19) Bn,Λ(˜γ)≤(n−1)!e|γ˜|[2dν]n−1.

Colocando a estimativa (2.19) em (2.16), obtemos

(2.20) |fΛ(λ)| ≤

X

˜ γ∈G0

Λ:˜γ⊙{0}

|λ||˜γ|

1 +e|γ˜|X

n≥2

n(2dν)n−1

 .

A s´erie Pn2n(2dν)n−1 ser´a convergente e limitada por 3 se 2dν <1/2 e essa condi¸c˜ao ser´a satisfeita se |λ| ≤ 1/(4d12eC0), onde C0 ´e a constante do Lema (1.1). Ali´as, usando os Lemas (1.4) e (1.6), obtemos

ν ≤X

n≥1

   X

˜ γ: 0∗∈γ˜

|γ˜|=n

(|λ|e)n+ X ˜

γ: ˜γ⊙{0}|˜γ|=n (|λ|e)n

  ≤X

n≥1

[(|λ|eC1)n+ (|λ|eC2)n].

Lembrando queC2= 2C1, o ´ultimo somat´orio acima converge se|λ|eC1 <1/2 e for menor que 6|λ|eC1 if |λ|eC1 < 1/4. Logo, lembrando que C1 = 2dC0 onde C0 ´e a constante do Lema 1.1, a condi¸c˜ao 2dν < 1/2 ´e satisfeita se |λ|< 1/(4d12eC

0). Se usarmos a cota (2.20), o Lema (1.6) novamente e o fato que Pn2n(2dν)n−1 <3 se λestiver no disco |λ|<1/(4d12eC

0), obtemos

|fΛ(λ)| ≤

X

˜ γ⊙{0}

|λ||˜γ|h1 + 3e|˜γ|i

≤ X

n≥2d

X

˜ γ: ˜γ⊙{0}

|γ˜|=n

h

|λ||γ˜|+ 3(e|λ|)|˜γ|i

≤ X

n≥2d

[(C2|λ|)n+ 3(C2|λ|e)n]

≤ X

n≥2d

h

(2d2C0|λ|)n+ 3(2d2C0|λ|e)n

i

.

A ´ultima soma ser´a absolutamente convergente para |λ|<1/(4d12eC0) e ser´a cotada pelo menos por

|fΛ(λ)| ≤8(Ed|λ|)2d se |λ|< 1 4d12eC

0

,

ondeEd≤(2d+1eC0). Observamos queEd|λ| ≤1/6·2d<1/6 em todo o disco|λ|<1/4d12eC0.

Demonstra¸c˜ao do Lema 2.18. Para obtermos a cota superior (2.19), usaremos a cota (ver o Apˆendice 2) bem conhecida

(2.21) X

g∈Gn

Y

{i,j}∈g

(e−U(˜γi,˜γj)−1)

≤ X

τ∈Tn

Y

{i,j}∈τ

(20)

2. A CONVERGˆENCIA DA EXPANS ˜AO PARA A PROBABILIDADE DE PERCOLAC¸ ˜AO 17

onde a soma da esquerda ´e feita sobre todos os grafos conexos sobre{1,2,· · · , n}, denotados porGne a soma da direita sobre todas as ´arvores no conjunto{1,2,· · · , n}, denotadas porTn. Se fixarmosτ ∈Tn, n˜ao ´e dificil calcularmos exatamente o fator Q{i,j}∈τ|e−U(˜˜ γi,˜γj)1|. Na realidade, segγ

1, . . . ,˜γn) for o grafo sobre{1,2,· · · , n}(n˜ao necessariamente conexo) definido por

(2.22) {i, j} ∈g(˜γ1, . . . ,γ˜n) se e somente se ˜γi 6≈γ˜j, usando a defini¸c˜ao (2.8), obtemos

(2.23) e−U(˜˜ γi,˜γj)−1=

(

0 se ˜γi≈γ˜j 1 se ˜γi6≈γ˜j.

Logo

(2.24) Y

{i,j}∈τ

e−U(˜˜ γi,˜γj)−1=

(

1 se τ ⊂g(˜γ1, . . . ,γ˜n) 0 caso contr´ario

onde τ ⊂ g(˜γ1, . . . ,γ˜n) significa que {i, j} ∈ τ implica {i, j} ∈ g(˜γ1, . . . ,γ˜n). Logo, usando (2.21) e (2.24) podemos cotar |Bn,Λ(˜γ1)|superiormente por

Bn,Λ(˜γ1)≤

X

(˜γ2...˜γn)∈(GΛ0)n−1

 X

τ∈Tn

Y

{i,j}∈τ

|e−U(˜γi,˜γj)−1||ρ(˜γ2)|. . .|ρ(˜γn)|

 

≤ X

τ∈Tn

 X

(˜γ2...˜γn)∈(G0)n−1

Y

{i,j}∈τ

|e−U(˜γi,˜γj)1Pni=2|γ˜i|

 

≤ X

τ∈Tn

   

X

(˜γ2...γn˜ )∈(G0Λ)n−1

g(˜γ1,···,˜γn)⊃τ

|λ||˜γ2|. . .|λ||γn˜ |

   ≡

X

τ∈Tn

̺(τ).

Para obtermos uma cota superior para̺(τ), usaremos a seguinte desiguldade. Seja ˜γ0 fixo e sejaF(˜γ) uma fun¸c˜ao positiva dada. Ent˜ao

(2.25) ̺(τ) = X

{˜γ2...˜γn}∈G0

Y

{i,j}∈τ

|e−U(˜γi,˜γj)−1||ρ(˜γ2). . . ρ(˜γn)|

X

˜ γ:˜γ6≈γ˜0

F(˜γ)≤2d|γ˜0| sup x∗γ˜0

X

˜ γ:x∗˜γ

F(˜γ) + X ˜ γ: 0∈I(˜γ)

F(˜γ)

≤2d|γ˜0|

 X

˜ γ:0∗γ˜

F(˜γ) + X ˜ γ:0∈I(˜γ)

F(˜γ)

≡2d|γ˜0|

X

˜ γ

F(˜γ).

(2.26)

Fixando a ´arvoreτ, sejadi o n´umero de coordena¸c˜ao do v´erticei. Avaliando a soma̺(τ) somando de fora para dentro os pol´ımeros do grafo g(˜γ1,· · · ,γ˜n)⊃τ e usando (2.26), obtemos

̺(τ)≤h2d|˜γ1|

id1Yn

i=2  X ˜ γi ∗h

2d|γ˜i|

idi−1

|λ||γi˜|

(21)

18 3. EXPANS ˜AO EM POL´IMEROS

Assim, usando a estimativa acima e a f´ormula de Cayley, obtemos

Bn,Λ(˜γ1)≤

X

τ∈Tn

̺(τ)

≤ X

d1+···+dn=2n−2

h

2d|γ˜1|

id1 (n−2)!

Qn

i=1(di−1)! n

Y

i=2

 X

˜ γi

∗h

2d|˜γi|

idi−1

|λ||˜γi|

 

≤2(n−1)d(n−1)!

X

d1=1

|γ˜1|d1

d1! n

Y

i=2

X

˜ γi

∗X∞

di=1

|γ˜i|di−1 (di−1)!|λ|

|γi˜|

≤2(n−1)d(n−1)!e|˜γ1| n

Y

i=2

 X

˜ γi

(e|λ|)|˜γi|

 

≤(n−1)!e|γ˜|h2dνin−1.

Demonstra¸c˜ao do Teorema 2.14 Com rela¸c˜ao `a demonstra¸c˜ao do Teorema 2.14, ´e obvio, a partir da demonstra¸c˜ao do Teorema 2.13, quefΛ(λ) ´e anal´ıtica na vari´avelλno disco|λ|< λ0uniformemente em Λ. A existˆencia e analiticidade do limitef(λ) = limΛ→∞fΛ(λ) s˜ao obtidas provando que fΛ(λ) ´e, quandoN → ∞ (e logo Λ→ ∞), uma sequˆencia de Cauchy uniforme no disco |λ|< λ0. Observamos simplemente quefΛ(λ)−fΛ′(λ) (supondo Λ⊂Λ′) pode ser escrito em termos dan-upla de pol´ımeros

(˜γ1, . . . ,γ˜n) em que todos os pol´ımeros tem interse¸c˜ao n˜ao vazia com Λ′\Λ e pelo menos um deles tem a origem em seu interior. Logo, a s´erie de potˆencias em λde fΛ(λ)−fΛ′(λ) come¸ca com pelo menos

uma potˆencia |λ|d(0,∂Λ) onde d(0, ∂Λ) ´e a distˆancia m´ınima entre a origem e a fronteira de Λ. Essa potˆencia levafΛ(λ)−fΛ′(λ) a zero quando Λ→ ∞.

3. A convergˆencia da expans˜ao para a conectividade finita

Procedemos de maneira an´aloga com rela¸c˜ao `a conectividade finita, obtendo

τx,yΛ (λ) =

P

n≥1

P

{γ}n:γi∈GΛx,y, γiγj ∃!γi:γi⊙{x,y}

λ|{γ}n|

1 +Pn1P{γ}n:γi∈GΛx,y

γi≈γj

λ|{γ}n| .

Definimos agora, para α∈R eγ ∈ Gx,y

ρα(γ) =

(

(1 +α)λ|γ| seγ⊙ {x, y}

λ|γ| caso contr´ario

ent˜ao

(3.1) τx,yΛ (p) = d

dαln ΞΛ(α)

α=0,

onde

(3.2) ΞΛ(α) = 1 +

X

n≥1

X

{γ}n:γi∈Gx,yΛ

γi≈γj

n

Y

i=1

(22)

3. A CONVERGˆENCIA DA EXPANS ˜AO PARA A CONECTIVIDADE FINITA 19

A fun¸c˜ao ΞΛ(α) a a fun¸c˜ao parti¸c˜ao grancanˆonica de um g´as de pol´ımeros “hard-core” onde os pol´ımeros γ s˜ao elementos de GΛx,y, eles tˆem atividade ρα(γ) e a condi¸c˜ao “hard-core” ´e expressa pelo fato de que quaisquer dois pares γi, γj em {γ}n devem ser compat´ıveis, sendo que a no¸c˜ao de compatibilidade ´eγi ≈γj.

O logaritmo dessa fun¸c˜ao parti¸c˜ao pode ser expresso em termos de uma s´erie de potˆencias formal. Para simplificar a express˜ao da s´erie de potˆencias, introduzimos algumas nota¸c˜oes. EscrevemosBΛ=

∪n∈N(GΛx,y)n (B=∪nN(Gx,y)n), onde (GΛx,y)n ((Gx,y)n) ´e o produto cartesiano nvezes de GΛx,y (Gx,y),

e denotamos por η um elemento gen´erico de B. Logo, um elemento η ∈ B ´e uma n-upla ordenada (γ1, . . . , γn) em (Gx,y)n para algumn∈N. Se η= (γ1, . . . , γn), escrevemos|η|=Pi=1n |γi|e kηk=n. A s´erie de potˆencias formal para ln ΞΛ(α) pode ser escrita como

(3.3) ln ΞΛ(α) = X

η∈BΛ 1

kηk!Φ

T[η]ρa(η),

onde se η = (γ1, . . . , γn), ent˜ao ρa(η) =Qni=1ρa(γi), e ΦT[η] ´e o fator de Ursell de ordem ndefinido como:

(3.4) ΦT[η] =

        

1 sekηk= 1

0 sekηk ≥2 eg[η]∈/ Gkηk

P

f∈Gkηk f⊂gη

(−1)|f| sekηk ≥2 egη G kηk

Gkηk´e o conjunto de todos os grafos conexos sobre os v´ertices{1,2, . . . ,kηk}egη ´e o grafo com v´ertices

V = {1, . . . ,kηk} e arestas E = {{i, j} : γi 6≈ γj}. Notamos que a defini¸c˜ao (3.4) ´e equivalente `a (2.11). Usando (3.3) em (3.1) temos uma expans˜ao formal expl´ıcita paraτx,yΛ (λ) dada por

(3.5) τx,yΛ (λ) = X

η∈BΛ

η⊙{x,y}

kηk!Φ

T[η]λ|η|,

onde, paraη= (γ1, . . . , γn), a nota¸c˜ao η⊙ {x, y} significa que pelo menos para umi= 1, . . . , n temos

γi: γi⊙ {x, y}. Al´em disso

(3.6) kη = #{i∈ {0, . . . , n}; γi⊙ {x, y}}. Tomando o limite Λ→ ∞ na express˜ao (3.5) podemos tamb´em definir

(3.7) τx,yf (λ) = X

η∈B

η⊙{x,y}

kηk!Φ

T[η]λ|η|,

que representa a expans˜ao da conectividade finita.

Teorema 3.8. Existe uma constante positiva r0, que ´e independente do volume Λ, tal que a s´erie (3.7) converge absolutamente para |λ|< r0 e para todos os paresx, y∈Zd. Al´em disso

(3.9) τx,yf (p) =τx,yf (λ)

λ=(1−p)\p

para qualquer p no intervalo real (1+r10,1].

Demonstra¸c˜ao. A demonstra¸c˜ao ´e bastante semelhante `a da se¸c˜ao anterior. Definimos, paraε≥0,

(3.10) |τf|x,y(ε) =

X

η∈B

η⊙{x,y}

kηk!|Φ

(23)

20 3. EXPANS ˜AO EM POL´IMEROS

Temos, ent˜ao, a cota

(3.11) |τx,yf (λ)| ≤ |τf|x,y(|λ|)≤

X

n=1 1 (n−1)!

X

τ∈Tn

X

η∈B: kηk=n η⊙{0,x}

gη⊃τ

|λ||η|,

onde o fator |ΦT[η]| foi cotado, quando n˜ao-nulo, usando formula de domina¸c˜ao das ´arvores, pelo n´umero de sub-´arvores em gη (ver o apˆendice). Observe que para uma ´arvore fixada τ, {i, j} ∈ τ significa que temos uma soma sobre η = (γ1, . . . γn) de modo que γi 6≈ γj. Devemos, ent˜ao, cotar quantidades da forma Pγ∈Gx,y:γ6≈γ˜0λ|γ|. Usando as defini¸c˜oes da Se¸c˜ao 1, escrevemos

(3.12) X

γ∈Gx,y

γ6≈γ0

λ|γ|≤ |γ0|

h X

γ∈Γ γ6∼ε∗0

λ|γ|+ X γ∈Gx,y

γ⊙{x,y}

λ|γ|i≡ |γ0|

X

γ∈Gx,y

λ|γ|,

onde, por simetria, e∗0 ´e qualquer plaqueta fixada; al´em disso usamos, por (2.14), que Gx,y\Γx,y Γ. Usando (3.12) n˜ao ´e dif´ıcil ver que, para qualquer ´arvore τ com n´umero de coordena¸c˜ao dos v´ertices

d1, . . . , dn respectivamente, temos

(3.13) X

(γ)n∈(Gx,y)n γ1⊙{x,y}

G[(γ)n]⊃τ

|λ||(γ)n|≤ X

γ1∈Gx,y

γ1⊙{x,y}

|γ1|d1|λ|γ1|| n

Y

i=2

X

γi∈Gx,y

|γi|di−1|λ||γi|.

Podemos ver que

x,yf (λ)| ≤

X

n=1

n X

d1+···+dn=2n−2 1≤d1≤n−1

X

˜ γ1⊙{0,x}

|˜γ1|d1

d1! |ρ(˜γ1)| n Y i=2 X ˜ γi

∗ |˜γi|di−1 (di−1)!|ρ

(˜γi)|

≤ ∞ X n=1 n X ˜ γ1⊙{0,x}

X

d1=1

|˜γ1|d1

d1!

|ρ(˜γ1)| n Y i=2    X ˜ γi

∗ X∞

di=1

|

˜

γi|di−1 (di−1)!

|ρ(˜γi)|

   ≤ ∞ X n=1 n X ˜ γ1⊙{0,x}

|ρ(˜γ1)|e|˜γ1| n Y i=2    X ˜ γi ∗

|ρ(˜γi)|e|γi˜|

   ≤ ∞ X n=1 n X ˜ γ1⊙{0,x}

|ρ(˜γ1)|e|˜γ1|

 X

˜ γ

|ρ(˜γ)|e|˜γ|

 

n−1

= X

γ1∈Gx,y

γ1⊙{x,y}

(e|λ|)|γ1||

∞ X n=1 n   X

γ∈Gx,y

(e|λ|)|γ|

 

n−1

.

(3.14)

O ´ultimo somat´orio converge se

(3.15) X

γ∈Gx,y

(24)

4. COTAS PARA A CONECTIVIDADE FINITA 21

Pela Defini¸c˜ao (3.12)

X

γ∈Gx,y

(e|λ|)|γ|= X ˜ γ∋∆0

˜ γ simples

(|λ|e)|γ˜|+ X ˜ γ ˜ γmultiplos

(|λ|e)|γ˜|

=

X

n=1

(|λ|e)n X γ∋∆0 |˜γ|=n

1 +

X

n=4

(|λ|e)n X ˜

γ: ˜γ⊙!{x,y} |γ˜|=n

1

X

n=1

(|λ|e)nC¯n+

X

n=2d

(|λ|e)nCn,

onde ¯Cn=Pγ∈Γ:|γ|=n, γ6∼e∗

01 e Cn=

P

γ∈Γx,y:|γ|=n1.

Usando os Lemas 1.1 e 1.9, vemos que ¯Cn ≤ (C0)n e Cn ≤ (C3)n. Podemos ent˜ao escolher r0 suficientemente pequeno para que, se |λ|< r0, a seguinte desigualdade ´e satisfeita,

(3.16)

X

n=1

(eC0r0)n+

X

n=1

(eC3r0)n < 1 2,

ent˜aoPγ∈Gx,y∗(e|λ|)|γ|<1 e logo (3.14) converge. Lembramos que o raio de convergˆenciar0 em (3.16) n˜ao ´e ´otimo. Portanto podemos concluir que τx,yΛ (λ) ´e uma fun¸c˜ao anal´ıtica de λ se |λ|< r0 e para qualquer Λ. N˜ao ´e dif´ıcil ver que limΛ→∞|τx,yΛ (λ)−τx,yf (λ)|= 0 sempre que|λ|< r0 (ver demonstra¸c˜ao do Teorema 2.14). Isso conclui a demonstra¸c˜ao do Teorema 3.8.

N˜ao ´e dif´ıcil agora obter cotas superior e inferior para a (continua¸c˜ao anal´ıtica de) conectividade finita usando a f´ormula (3.7). No que diz respeito `a cota superior, colocando (3.16) em (3.14) e recordando (1.11) obtemos, para |λ|< r0,

(3.17) τx,yf (λ)≤τfx,y(|λ|)≤4 X γ1∈Gx,y

γ1⊙{x,y}

(e|λ|)|γ1|4

X

n=Nx,y

(Ce|λ|)n≤8(Ce|λ|)Nx,y,

onde Nx,y = (2d−2)(|x−y|+ 1) + 2 ´e o n´umero m´ınimo de plaquetas de um pol´ımero γ tal que

γ⊙ {x, y}.

4. Cotas para a conectividade finita

Obtemos agora uma cota superior e uma cota inferior para a conectividade finita para valores de λ

pr´oximos o suficiente deλ= 0, mais precisamente|λ|< r0, usando a representa¸c˜ao da se¸c˜ao anterior. As cotas que ser˜ao obtidas s˜ao mais finas que as j´a estabelecidas. Com rela¸c˜ao `a cota superior, lembramos que o caso tratado ´e somente o caso em que d≥3. Dado {γ}n⊙ {x, y}, seja γ0⊂ ∪ni=1αi o contorno de Peierls m´ınimo cercando {x, y}. Denotamos nesta se¸c˜ao o conjunto dos contornos de Peierls de B(Zd) porCde modo an´alogo, o conjunto dos contornos de Peierls deB(Λ) ser´aC

Λ.

τpΛ(x, y)≤ X

γ0∈C∗Λ

γ0⊙{x,y}

λ|γ|

P

{γ}n:γiΓΛ

γi⊂(B∗(Λ)−γ), γjγi

λ|{γ}n|

P

{γ}n:γiΓΛ

γj∼γi λ

|{γ}n| ≤

X

γ0∈C∗

γ0⊙{x,y}

(25)

22 3. EXPANS ˜AO EM POL´IMEROS

Devemos, ent˜ao, cotar a s´erie

(4.1) X

γ∈C∗

γ⊙{x,y}

λ|γ|.

Denotando

(4.2) N =Nx,y= 2(d−1)(|x−y|+ 1) + 2,

qualquer contorno de Peierls que cerca {x, y} tem pelo menos N hiper-quadrados. Separamos a s´erie (4.1) em dois termos, o primeiro cont´em a soma de contornos “pequenos”, ou seja, contornos cuja cardinalidade ´e no m´aximo 3d2d42N (a escolha da constante (3d−4)/2(d−1) ficar´a clara no que segue), e a segunda cont´em os contornos “grandes”, com cardinalidade maior do que 3d2d42N. Escrevemos, ent˜ao

(4.3) X

γ∈C∗

γ⊙{x,y}

λ|γ|= X

γ∈C∗:γ⊙{x,y}

N≤|γ¯|≤32dd42N

λ|γ|+ X

γ∈C∗: γ⊙{x,y} |γ|>32dd42N

λ|γ|.

Consideramos primeiramente

X

γ∈C∗: γ⊙{x,y} |γ|>32dd42N

λ|γ|= X n >32dd42N

Fn(x, y)λn,

onde

Fn(x, y) =

X

γ∈C∗: γ⊙{x,y} |γ|=n

1

´e o n´umero de contornos de Peierls de tamanho n cercando {x, y}. Usaremos a cota de Ruelle [34] para valores grandes de n. Fn(x, y)<3n, logo

X

γ∈C∗:γ⊙{x,y} |γ|>32dd42N

λ|γ|≤ X

n>3d−4 2d−2N

λn3n=λN X

n>3d−4 2d−2N

3nλn−N =

=λN X

k>2dd22N

3N+kλk ≤λNX

k≥1

3dkλk≤λN

desde que 3dλ≤1/2. Ent˜ao

(4.4) X

γ∈C∗: γ⊙{x,y} |γ|>32dd42N

λ|γ|≤λN.

Boa parte do resto da se¸c˜ao ser´a dedicado a provar a cota superior do primeiro fator no lado direito de (4.3) que, com exce¸c˜ao de pequenas corre¸c˜oes em (1−p), nos d´a um comportamento exponencial similar ao de (4.4). Primeiramente cotamos

(4.5) X

γ∈C∗:γ⊙{x,y} |γ|=N+k

λ|γ| onde 0≤k≤ (d−2)N

2d−2 .

Seja c um caminho em B(Zd), como definido na Se¸c˜ao 1. Seja Vc o conjunto dos v´ertices de c. Se

B(Vc) =c, dizemos que o caminho ´e umcaminho tubular, por vezes escrevemos simplesmente CT. Se

t ´e um caminho tubular de x a y, chamamos τ = [∂et]∗ de tubo de x a y gerado por t. Se A ´e um animal qualquer,

(26)

4. COTAS PARA A CONECTIVIDADE FINITA 23

.

Denotamos por T∗

x,y o conjunto de todos os tubos de x a y. Observamos que um tubo ´e sempre um contorno de Peierls. Dizemos que um tubo dex ay ´e minimal se |t|=|x−y|. Dizemos que um tubo

τ ∈ T∗

x,y ´e minimal com rela¸c˜ao a um contorno de Peierls γ se I(τ) ⊂ I(γ) e qualquer outro tubo

τ′ ∈ T∗

x,y comI(τ′)⊂I(γ) ´e maior do queτ,|τ′| ≥ |τ|.

Lema 4.7. Seja γ ∈ C∗ um contorno de Peierls tal que {x, y} ⊂ Iγ e seja τ ∈ T

x,y um tubo minimal com rela¸c˜ao a γ. Ent˜ao

(4.8) |γ−τ| ≥ 2d−3

d−1 |τ −γ|.

Demonstra¸c˜ao. Daremos a prova em qualquer dimens˜ao com ˆenfase no caso tridimensional que ´e de mais f´acil visualiza¸c˜ao. Neste ´ultimo caso a (4.8) se escreve

(4.9) |γ−τ| ≥ 3

2|τ −γ|.

Primeiramente provamos que a cada plaqueta em τ−γ podemos associar injetivamente uma plaqueta emγ−τ. Sejaeum elo tal quee∗ ∈τ−γ e sejaz0 um v´ertice dee={z0, z1}que pertence ao caminho tubulartque geraτ. Considere o caminho dos v´erticesz0, . . . , zn,zi−zi−1 =z1−z0 ezn´e o primeiro v´ertice que n˜ao est´a emI(γ). Claramente {zn−1, zn} ∈γ e chamamos essa plaqueta de proje¸c˜ao dee∗ sobreγ, denotando Πγ(e∗). Certamente Πγ(e∗)∈γ−τ caso contr´ario zn−1∈te existiria um caminho mais curto de x ay que, entrez0 e zn seria reto, contradizendo a minimalidade deτ.

SejaVt={x1=x, x2, ..., xn−1, xn=y}o conjunto de v´ertices do CTtque geraτ. Para 2≤i≤n−1, diremos quexi´eretil´ıneose os elos do CT emtque contˆemxis˜ao paralelos, ou seja,xi−xi−1 =xi+1−xi (assumimos que o v´ertice inicial x e o v´ertice final y s˜ao retil´ıneos). Sexi n˜ao ´e retil´ıneo, ´e chamado de cotovelo. Comecemos pelos v´ertices retil´ıneos em t. Para cadaxi retil´ıneo, consideramos os dois planos (hiperplanos sed >3) πi, πi+1 contendo as plaquetas duais aos dois elos {xi−1, xi} e{xi, xi+1} (se i = 1 ou i = n ´e evidente de quais hiperplanos se trata, sendo os v´ertices x e y retil´ıneos por defini¸c˜ao). Sejame∗i,k (k= 1, . . . ,2d−2) as plaquetas duais aos elos que contˆemxi diferentes das duas consideradas acima.

(27)

24 3. EXPANS ˜AO EM POL´IMEROS

Consideremos as duas (2d−4 em geral) plaquetas de γi conectadas a Πγ(e∗), caso haja mais (neste caso elas devem ser exatamente 3, em qualquer dimens˜ao) plaquetas conectadas a Πγ(e∗), por uma das 2d−4 hiper-arestas que n˜ao pertencem aos planosπi eπi+1, podemos escolher uma plaqueta incidente em particular, a dual ao elo que cont´em zn−1 (na nota¸c˜ao que usamos para mostrar a existˆencia da proje¸c˜ao). Ambas as plaquetas (todas as 2d−4) est˜ao em γ−τ e nenhuma pode ser a proje¸c˜ao sobre

γ de alguma outra plaqueta pertencente aτ, j´a que em qualquer dos casos existiria um tubo minimal dentro de γ, contido na regi˜ao do espa¸co entre os dois planosπi eπi+1, que conecta dois cubos deτ, contradizendo novamente a hip´otese de queτ ´e minimal com rela¸c˜ao a γ. Essa situa¸c˜ao ´e ilustrada na Figura 4. No caso 1, os tubos minimais de γ s˜ao mostrados se assumirmos que as plaquetas que pertencem a γi e conectadas a e∗1 est˜ao em τ. No caso 2, tubos m´ınimos em γ s˜ao mostrados se assumirmos que as plaquetas pertencentes a γi e conectadas a e∗1 s˜ao proje¸c˜oes sobre γ de alguma outra plaqueta pertencente a τ.

Nos restam, ent˜ao, os cotovelos. Chamamos novamente dee∗i,kas plaquetas duais aos elos que incidem sobre xi diferentes dos que pertencem ao caminho tubular. Essas plaquetas n˜ao s˜ao todas perpen-diculares a um hiper-plano fixo. Chamemos novamente de e∗ uma das plaquetas e

i,k e assumimos que e∗ ∈τ −γ. Devemos novamente escolher dois planos πi(e∗) e πi+1(e∗). Eles dependem agora da plaqueta e n˜ao somente do v´ertice. Os dois planos πi(e∗) e πi+1(e∗) s˜ao escolhidos de modo que eles sejam perpendiculares ao plano que cont´em os dois elos do caminho tubular e ao plano que cont´em

e∗. Essa escolha pode n˜ao ser ´unica, pois alguns e∗ podem ser paralelos ao plano que cont´em os dois elos do caminho tubular. A constru¸c˜ao pode agora ser repetida do mesmo modo.

Mostramos, ent˜ao, que, a cada plaqueta e∗ ∈τ −γ, podemos associar a proje¸c˜ao e∗1 ∈γ−τ, e ainda (2d−4) plaquetas deγ−τ que n˜ao podem ser a proje¸c˜ao sobreγ de outras plaquetas deτ−γ. Cada uma dessas plaquetas pode ser obtida pela constru¸c˜ao, no m´aximo, 2(d−1) vezes. Isso conclui a prova.

Podemos agora cotar a soma (4.5). Primeiramente observamos que ´a poss´ıvel construir um contorno de Peierlsγ⊙ {x, y}com|γ|=N+kescolhendo inicialmente um tuboτ dexayde tamanho|τ|=N+q

onde 0≤q ≤k, ent˜ao tomando um conjuntoµde |µ|=m plaquetas em τ (µ coincidir´a comτ −γ e

m=|τ−γ|) e colando `as hiper-arestas que est˜ao em uma s´o das plaquetas restantes, ∂sµ, um n´umero de plaquetas igual a k−q+m para reconstruirγ (logo |γ−τ|=k−q+m). Pela cota de Ruelle, o n´umero de maneiras com que podemos colar aos elos em ∂sµ, k−q+m plaquetas para formar um contorno fechado, ´e menor do que 3k−q+m. Observamos que, pelo lema acima, m d−1

d−2(k−q)≡mmax. Para simplificar escreveremos no resto da se¸c˜aoD= dd12. Escreveremos Nαpara indicar Nαquando

α n˜ao for inteiro. Logo temos

(4.10) X

γ∈C∗

γ⊙{x,y} |γ|=N+k

1≤

k

X

q=0

X

τ∈T ∗xy |τ|=N+q

mXmax

m=1

N+q m

3k−q+m≤3dk k

X

q=0

X

τ∈T ∗xy |τ|=N+q

mXmax

m=1

N+q m

.

Lembrando que m≤D(k−q)≤D k≤ N2 e queq≤k≤ 2DN , n˜ao ´e dif´ıcil verificar que

N+q m

≤3q

N m

≤3k

N D(k−q)

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