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Escola dominical: história e situação atual

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Academic year: 2017

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DE MESTRADO

EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO

ANDRÉ LUIZ RAMOS

ESCOLA

DOMINICAL:

HISTÓRIA

E

SITUAÇÃO

ATUAL

SÃO PAULO

(2)

ANDRÉLUIZRAMOS

ESCOLA

DOMINICAL:

HISTÓRIA

E

SITUAÇÃO

ATUAL

Dissertação apresentada ao Programa de pós-graduação em Ciências da Religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie, como parte dos requisitos para obtenção do título de mestre em Ciências da Religião.

Orientador: Prof. Dr. João Batista Borges Pereira.

SÃO PAULO

(3)

ESCOLA DOMINICAL: HISTÓRIA E SITUAÇÃO ATUAL.

Dissertação apresentada ao Programa de pós-graduação em Ciências da Religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie, como parte dos requisitos para obtenção do título de mestre em Ciências da Religião.

Orientador: Prof. Dr. João Batista Borges Pereira.

Aprovado em de de 2013.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. João Batista Borges Pereira (Orientador) Universidade Presbiteriana Mackenzie

Prof. Dr. Antônio Máspoli de Araújo Gomes Universidade Presbiteriana Mackenzie

(4)

A

GRADECIMENTOS

A Deus que tem sido o motivo da minha alegria constantemente; Por isso, sou

grato de todo o coração.

À minha família querida, presente de Deus na minha vida. Este trabalho também

é conquista de todos vocês pela compreensão, pelas noites mal dormidas e feriados

não aproveitados, tudo visando à conclusão desta obra. Deus os recompense.

Ao Conselho da 1ª Igreja Presbiteriana de Nova Iguaçu, minha Igreja querida e

acolhedora que me recebeu vindo do mundo, me preparou e me encaminhou para o

ministério da Palavra e hoje, depois de certo tempo volto para pastoreá-la. Isto é

bênção de Deus!

Aos parentes e amigos de ministério a minha gratidão.

Ao Prof. Dr. João Batista Pereira Borges, meu orientador, de quem pude durante

o tempo de estudo e de acompanhamento receber as mais ricas orientações, sua larga

experiência, dedicação e seriedade para com o estudo contribuíram muito para o meu

crescimento; não tenho como pagar, mas rogo a Deus que o recompense de forma

especial.

À Universidade Presbiteriana Mackenzie por me proporcionar à conclusão de

mais um curso.

Aos professores e direção do Curso Ciências da Religião, minha gratidão pelas

(5)

Ao Prof. Dr. Antonio Maspoli de Araújo Gomes, amigo dos pastores,

principalmente os do Rio de Janeiro, minha gratidão, pelos seus conselhos e ajuda.

Deus o recompense!

(6)

PENSAMENTOS

SINTO VERGONHA DE MIM

Sinto vergonha de mim, por ter sido educador de parte deste povo, por ter batalhado sempre pela justiça, por compactuar com a honestidade, por primar pela verdade, e por ver este povo já chamado varonil, enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim, por ter feito parte de uma era que lutou pela democracia, pela liberdade de ser e ter que entregar aos meus filhos, simples e abominavelmente a derrota das virtudes pelos vícios, a ausência da sensatez no julgamento da verdade, a negligência com a família, célula-mater da sociedade, a demasiada preocupação com o ‘eu’ feliz a qualquer custo, buscando a tal ‘felicidade’ em caminhos eivados de desrespeito para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim pela passividade em ouvir, sem despejar meu verbo a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e vaidade, a tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido, a tantos ‘floreios’ para justificar atos criminosos, a tanta relutância em esquecer a antiga posição de sempre ‘contestar’, voltar atrás e mudar o futuro.

(7)

Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo deste mundo!

‘De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude. A rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto’.

Rui Barbosa

Verdades da Profissão de Professor

“Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho. A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda” .

Paulo Freire

“O saber deve ser como um rio, cujas águas doces, grossas, copiosas, transbordem do indivíduo, e se espraiem, estancando a sede dos outros. Sem um fim social, o saber será a maior das futilidades”.

(8)

RESUMO

O autor procura mostrar nesta pesquisa a história da escola dominical, os desafios superados ao longo dos anos, bem como a contribuição dos missionários e igrejas a fim de que esta escola se tornasse uma realidade a partir do seu surgimento. Nesta tentativa, o autor procurou mostrar que a escola dominical contribuiu direta e indiretamente na formação da cultura e da personalidade das pessoas nela inseridas.

Para isto, o estudo apresenta um resumo da história da escola dominical para situar o leitor no tempo, com o objetivo de acompanhar a trajetória, ser crítico e ponderável na avaliação da situação atual. Por este motivo, o autor se preocupa em apresentar a estrutura da escola dominical, as mudanças sofridas ao longo dos anos, assim como a proposta pedagógica para dinamizar o serviço educacional nas igrejas protestantes que desenvolvem este sistema de educação cristã. Além disso, objetivou-se ainda saber da força de influência da escola dominical no passado e sua utilidade na atualidade.

Por isto, o autor apresenta uma entrevista envolvendo alguns intelectuais, cujas respostas apresentadas serviram como instrumento de avaliação do grau de importância desta agência educadora da fé cristã, bem como a qualidade do ensino ministrado nas igrejas de cunho reformado.

As conclusões a que o autor chegou demonstram suficientemente que a escola dominical carece de novos desafios, mas, reconhece, que mesmo assim tem contribuído para o crescimento comportamental, social, intelectual e espiritual das pessoas, bem como não tem deixado de cumprir o seu papel na sociedade por meio das igrejas e por isso, tem se esforçado por meio da liderança em procurar apresentar o melhor para que a escola dominical continue contribuindo e colocando na sociedade brasileira pessoas preparadas e comprometidas com a educação.

(9)

ABSTRACT

The author tries to show in this research the history of Sunday school, overcome

challenges over the years, as well as the contribution of the missionaries and churches

in order that this school becomes a reality from your appearance. In this effort, it

became apparent the Sunday school contributed directly and indirectly in the formation

of culture and personality of the people in it inserted.

For this, the study begins by presenting an overview of the history of Sunday

school to situate the reader in time in order that monitoring the trajectory could be critical

and weighty in present status. For this reason, the author is concerned to present the

structure of the Sunday school, the changes undergone over the years, as well as the

pedagogical proposal to streamline the education service in the churches that develop

this system of Christian education. Moreover, our goal is also to know the strength of

influence of the Sunday school in the past and its usefulness today.

Therefore, the author presents a survey of some intellectuals, whose answers

presented served with an instrument of assessing the degree of importance of this

agency educator of the Christian faith, as well as the quality of education in the

Reformed churches.

The conclusions the author reached demonstrates that the Sunday school needs

new challenges, but recognizes that even so has contributed to the growth behavioral,

(10)

the churches and therefore has struggled through leadership in seeking to present the

best Sunday school to continue contributing and putting people in Brazilian society

highly prepared and committed to education, and the growth of people.

(11)

S

UMÁRIO

INTRODUÇÃO ...13

CAPÍTULO 1 – RESUMO DA HISTÓRIA DA ESCOLA DOMINICAL ...25

CAPÍTULO 2 – ESTRUTURA E PROPOSTA PEDAGÓGICA DA ESCOLA DOMINICAL ...47

2.1 – Os modelos pedagógicos da Escola dominical ...61

2.2 – Escola dominical X Escola Secular ...65

2.3 – Os método pedagógicos da Escola dominical ...67

2.3 – Organização da Escola dominical ...73

CAPÍTULO 3 – ESCOLA DOMINICAL E A INTELIGÊNCIA BRASILEIRA ...77

3.1 – Entrevista com Osvaldo Henrique Hack ...95

3.2- Entrevista com Solano Francisco Portela Neto ...98

3.3- Entrevista com Guilhermino da Silva Cunha ...103

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...122

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...129

(12)

INTRODUÇÃO

O presente trabalho objetiva mostrar por meio de pesquisa de coleta de dados e

análise de observação participante, que a escola dominical é uma agência educadora

e que no seu contexto histórico encontra-se o objetivo inicial que era alcançar as

crianças que viviam nas ruas ocupando-lhes o tempo com trabalho necessário. Na

verdade, a escola dominical tem uma história que inspira, comove e desafia o ser

humano a ser útil na sociedade, pois, sua preocupação no passado estava voltada em

alcançar as crianças de rua. Hoje, os objetivos das escola s dominicais estão mais

voltados para dentro, no sentido de tentar oferecer conforto e segurança para os seus

alunos.

Mesmo tendo feito isto, consciente ou até mesmo inconscientemente, a escola

dominical tem cumprido o seu papel e procurado alcançar os objetivos propostos como,

por exemplo, preparar o aluno para a vida. O campo de atuação desta escola é amplo

e os seus resultados devem ultrapassar suas fronteiras ou campo de atuação. Como

resultado do seu trabalho, esta pesquisa mostrará que pessoas de diferentes níveis

sociais e culturais passaram pela escola dominical quando crianças, mas que por

motivos diversos, não permaneceram.

Para alcançar os objetivos de preparar, educar treinar e promover o crescimento,

esta dissertação de mestrado apresentou o aspecto histórico da escola dominical no

local do seu nascimento, ou seja, na Inglaterra mostrando como foi o desenvolvimento

dela no transcorrer dos anos, até à sua chegada no Brasil, bem como destacar seus

(13)

passado um momento de crise educacional, o que se reflete na atualidade. Pretende-se

ainda demonstrar com base em textos e pesquisas, que a escola dominical precisa ser

relevante para a sociedade na realização de trabalho social, sua preocupação

educacional, religiosa bem como despertar a sua importância para a atualidade. Por

esse e outros motivos, a escola dominical não deve ser considerada como um

apêndice da igreja, mas sim, um instrumento de transformação e formação da pessoa

toda1 e da sociedade.

Esta pesquisa tem por objetivo refletir a respeito da importância e do tipo de

ensino que ao longo dos anos tem sido ministrado nas escola s dominicais das

diversas igrejas protestantes do solo brasileiro. O foco principal deste trabalho estará

voltado para análise e compreensão de textos e entrevistas a respeito da história e

situação atual da Escola dominical. O presente trabalho não tem como objetivo

principal refletir o tema em outro contexto que não seja o brasileiro; a não ser no que se

refere à história.

Tendo como objetivo geral apresentar com base numa filosofia de educação a

relevância histórica e cultural da escola dominical na vida das pessoas, esta pesquisa

também especifica os objetivos demonstrando que a fundamentação histórica da escola

dominical é importante para se entender o seu objetivo inicial, para poder refletir a

respeito da estrutura atual e, do tipo de ensino ministrado na Escola dominical. Além

disso, pretendesse ainda neste campo e atuação dos objetivos específicos apresentar

possibilidade de mudanças e destacar pontos fortes e valores presentes na escola

dominical.

(14)

Reconhecendo que a escola dominical é uma ferramenta de utilidade para as

igrejas protestantes de linha histórica reformada, percebe-se que ela tem sofrido certa

desvalorização até mesmo por não acompanhar as mudanças do contexto em que se

encontra inserida e como consequência, tem gerado um esquecimento com relação à

sua importância e os seus feitos no passado. Por isso, na análise sistemática destes

problemas, serão apresentadas respostas às seguintes indagações: Qual a

importância da fundamentação histórica para o entendimento dos objetivos atuais da

escola dominical? A estrutura atual da escola dominical bem como o seu tipo de

ensino têm condições de desafiar seus participantes a uma compreensão da

importância dos seus pontos fortes e valores na atualidade? Pode a escola dominical

contribuir na formação da vida familiar e no desenvolvimento da sociedade brasileira?

Como hipóteses a serem trabalhadas, esta dissertação sustenta a tese de que a

fundamentação histórica é importante para entender os objetivos primordiais da escola

dominical e que ela através do ensino, pode influenciar as famílias a serem úteis na

sociedade.

Na área eclesiástica, o trabalho desenvolvido pela Escola dominical ao longo dos

anos, tem sido qualificado como relevante, mas carecendo de melhorias e

objetividades para a sua eficácia. Mesmo reconhecendo a deficiência do ensino

ministrado na Escola dominical em algumas áreas, ela, tem conseguido alcançar os

objetivos propostos no que diz respeito a educar vidas, pois não se pode negar a

atuação do aspecto espiritual que age independentemente da fraqueza do ser humano,

(15)

Foi esta forma simples de ser desta agência educadora, que levou o pesquisador

a se debruçar sobre o tema na tentativa de tornar conhecidos os feitos da escola

dominical a partir do seu reconhecimento de agência de transformação da pessoa toda.

Portanto, o motivo da escolha do tema desta dissertação, justifica-se pelo fato do

mesmo ser relevante e de poder contribuir nas seguintes áreas:

Quanto à relevância acadêmica, este trabalho poderá contribuir no desafio de

pesquisar e conhecer os objetivos da escola dominical que não estão limitados apenas

ao círculo eclesiástico, bem como desafiar a comunidade acadêmica a produzir mais

materiais relevantes nesta área do ensino. Com relação à relevância social, espera-se

que a divulgação deste trabalho possa contribuir no sentido de que as pessoas tenham

acesso às informações a respeito da influência da escola dominical ao longo dos anos,

bem como despertar o interesse das comunidades eclesiásticas, no sentido de

desenvolverem projetos sociais relevantes. Portanto, pode se dizer em resumo que

foram o interesse e o desafio que levaram o pesquisador a desenvolver o assunto no

sentido tentar contribuir para o entendimento do tema proposto, bem como o

envolvimento do mesmo no assunto.

Para facilitar o entendimento do tema proposto, tentou-se argumentar com os

autores na intenção de organizar seus pensamentos a respeito do assunto, bem como

comparar cada pensamento fazendo com que eles se comuniquem entre si. Por isso,

neste trabalho, o referencial teórico está pautado no autor Ken Hemphill2 devido à sua

contribuição histórica a respeito da escola dominical, por sua longa experiência no

(16)

assunto e além do mais, ele é citado por uma grande maioria que já escreveu sobre o

tema.

Ao descrever a história do surgimento da escola dominical, Ken Hemphill diz que

“o modelo britânico de Escola dominical era principalmente uma escola missionária com propósito de oferecer educação básica aos que não podiam frequentar as escola s

públicas” (HEMPHILL KEN,1977,12). Nota-se que o objetivo primordial não foi criar classe para estudo da bíblia e sim, procurar ocupar o tempo das crianças que viviam

nas ruas. Este foi o modelo britânico de Escola dominical que com o passar dos anos

deixou de existir, surgindo assim então, uma escola ensinada por voluntários que

oferecia um currículo especificamente protestante.

. Em 1785 as ideias de Raikes3 alcançaram William Fox que era diácono da

igreja batista, que impressionado por elas fundou a primeira organização tendo como

objetivos, “evitar os vícios, encorajar a operosidade e as virtudes, debelar as trevas da

ignorância, difundir a luz do conhecimento e ajudar o homem a entender seu lugar

social no mundo” (ARMSTRONG, 1994,p.74).

Apesar de a escola dominical ter surgido com o objetivo de tirar as crianças

das ruas, com o passar dos anos, as dificuldades também aumentaram. Sherron

George contribuiu para este entendimento quando afirmou que “a escola dominical precisa estar mais integrada às atividades da Igreja. Deve estar comprometida com a

problemática do dia a dia. Deve ser dinâmica ao ponto de desafiar, convocar para um

viver cristão tão somente à prática da religião” (GEORGE, 1993, 84). Como se pode perceber, os objetivos da Escola dominical são amplos e sobre tudo desafiadores.

(17)

Com o intuito de criar um ambiente favorável ao ensino, a escola dominical

comporta diversas classes com idade que varia de uma classe para outra. É na escola

dominical que o aluno aprende conforme ensino ministrado, os valores, morais e

cristãos para o viver em sociedade. O ensino percorrerá diversas fases no processo de

formação do aluno. Eric Erikson ao discorrer a respeito das fases do desenvolvimento

humano, diz que cada etapa da vida é de vital importância para o ser humano. Ao

cumprir as várias etapas da vida, a criança crescerá consciente a respeito do seu papel

no mundo. Isto aliado ao conhecimento adquirido na escola dominical poderá fazer

uma grande diferença na vida desta criança. Sherron George vai argumentar que a

escola dominical tem condições de contribui na vida do individuo preparando-o para a

vida.

Esta dissertação escolheu como forma metodológica a analise de textos

previamente selecionados que servirão de entendimento do assunto a ser apresentado.

Para fundamentar a tese de que a escola dominical com seu contexto histórico poderá

ser uma ferramenta de grande utilidade para as igrejas, pois tem contribuído para a

educação das pessoas, bem como para a formação das famílias e vivência em

sociedade. Para a elaboração deste trabalho o autor se valeu da análise de vários

escritores em diferentes épocas do momento histórico e teve como fonte primária para

a pesquisa bibliográfica, livros e escritos sobre o assunto, e como fontes secundárias,

internet, artigos e periódicos. Outrossim, além da parte bibliográfica, esta dissertação

elaborou entrevistas com base em questionário previamente preparado para entrevistar

pessoas selecionadas cujas vidas foram influenciadas pelo ensino da escola

(18)

ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

Esta dissertação com base na revisão da literatura examinou escritos existentes

a respeito da escola dominical, sua história e situação atual, explorou citações a

respeito do tema bem como, forneceu elementos que poderão auxiliar as comunidades

eclesiásticas a entenderem a importância da escola dominical e dos objetivos desta

trabalho. Portanto, no estudo de obras que tratam especificamente da história da escola

dominical, constatou-se a posição de autores que trataram o tema com dedicação

especial, ao passo que outros, não deram muito ênfase ao assunto e até mesmo

julgando desnecessária a presença da escola dominical. Dentre os que se importaram

com a escola dominical destacam-se: Hemphill, George, Olivetti, Gilberto, Marra, e

Armstrong.

Hemphill em Redescobrindo a Alegria das Manhãs de Domingo (1977), trata de forma abrangente os meios e modos de dinamizar a escola dominical. Mesmo sendo

o livro escrito para os batistas, pois isto é notório nos exemplos e modelos

apresentados, a obra de Hemphill num todo valoriza o trabalho da escola dominical.

Para o autor, a escola dominical é uma excelente ferramenta integrada de crescimento

da igreja. Mesmo defendendo esta tese, ele encontrou oposição de alguns pastores que

não aceitavam esta tese dizendo que se de fato a escola dominical é uma ferramenta

de auxilio ao crescimento da igreja, eles diziam: “alguém desligou a minha”. (HEMPHIL,

(19)

Argumentando ainda a respeito dessa descrença na escola dominical como

ferramenta de crescimento para a igreja, ele tenta desmistificar o assunto apontando a

posição de alguns líderes e o desafio dos defensores da existência da escola

dominical argumentando:

Isso parece difícil de acreditar quando alguns escritores que tratam do assunto em pauta estão predizendo a extinção da escola dominical. Eles a rotularam de dinossauro, uma relíquia de uma época que passou. Alguns argumentam que a Escola dominical foi uma ferramenta de crescimento importante no passado, mas está entrando em extinção. Será que têm razão?

Ao deixar a pergunta no ar, ou seja, “será que têm razão?”, o seu objetivo na obra

citada é procurar apresentar respostas plausíveis que possam mostrar para as

lideranças que a Escola dominical pode ser útil no crescimento da igreja, mas isto,

ele procura fazer com cautela para não deixar margem de dúvida a respeito do seu

posicionamento.

Ao procurar fazer esta demonstração, ele reconhece que algumas coisas ou

ajustes precisam ser feitos e admite ao dizer com toda convicção após análise dos

fatos: “creio que alguns ajustes no sentido de modernização e contextualização, a

estrutura da Escola dominical pode ser curada da sua moléstia de crescimento e

tomar sua posição como ferramenta de crescimento da igreja do século 21. É possível

reanimar o leviatã do crescimento da igreja” (HEMPHIL, 1977, p, 9).

(20)

do programa educacional na igreja local é a visão docente do pastor, ou seja, se o

ensino não caminha bem, tem algo de errado com a visão do líder. Além do mais, ela

entende que na igreja local a escola dominical é uma agência de atividades

educacionais e que o alvo da escola dominical é a edificação e o treinamento dos

membros em todas as faixas etárias (GEORGE, 1993, p. 149). Ela argumenta ainda

que a escola dominical não deve ser um fim em si mesma e não deve objetivar apenas

a transmissão de informações bíblicas e doutrinárias”. Sendo assim, a escola dominical tem por obrigação trabalhar a pessoa toda. Sua vida intelectual, espiritual,

emocional e comportamental. Ela deve preparar os/as alunos/as para desenvolverem

seus ministérios e viverem a ética cristã (GEORGE, 1993.p,150).

Partindo do princípio de que a Escola dominical é uma força evangelizadora,

Olivetti, em seu livro Aprimorando a Escola Dominical, diz que a escola dominical

“será, porém, uma força maior, e mais eficiente, se os seus oficiais, professores e

alunos se capacitarem dessa responsabilidade e dessa possibilidade e se capacitarem

para essa gloriosa tarefa” (OLIVETTI,1992. p.82). Ele deixa claro que é preciso haver uma tomada de consciência por parte das pessoas envolvidas e isto sendo feito, será

possível influenciar as pessoas que estão fora do contexto da escola dominical, bem

como aqueles que não acreditam mais nesta Agência Educadora.

Outro defensor árduo da Escola dominical é Claudio Marra. Em sua obra A Igreja Discipuladora – Orientações da Bíblia e da História para o cumprimento de nossa missão, após fornecer um resumo histórico do surgimento da escola dominical até a

(21)

igrejas evangélicas do país” (MARRA, 2007, P. 39). Isto quer dizer que a escola dominical é importante para o desenvolvimento e crescimento da igreja.

Ao concluir este capítulo histórico a respeito da Escola dominical, Marra

demonstrou que:

(...) embora a Escola dominical tenha vindo para ficar, a falta de professores treinados tem sido uma séria dificuldade para a Educação Cristã nas igrejas. A publicação de lições padronizadas, a esporádica organização de escola s para treinamento de obreiros leigos e organização de congressos periódicos e geograficamente isolados foram tentativas bem-intencionadas de resolver o problema. Mas elas não conseguiram suprir a falta de treinamento regular de professores nas igrejas locais. Como já ocorrera ao longo dos séculos, mas a maioria dessas tentativas falhou, o que se depreende do clamor por professores capacitados que houve na maioria das igrejas. (MARRA, 2007,p. 40).

Marra aponta em suas palavras uma parte dos problemas que as escola s dominicais

têm enfrentado - o treinamento de professores. Este é um dos desafios dos educadores

cristãos do século 21, mas não pode ser o principal.

Antonio Gilberto, no livro Manual da Escola Dominical, edição atualizada, após traçar resumidamente a história da escola dominical, afirma que esta escola hoje no

Brasil defronta-se com problemas sociais e morais idênticos aos que precederam a

fundação da Escola dominical na Inglaterra. Ele afirma que a solução cabal para esses

males que tanto preocupam o governo e as autoridades em geral, está na regeneração

(22)

Deus precisa, pois, explorar todo o potencial da escola dominical, como agência de

ensino da Palavra de Deus e evangelização em geral (GILBERTO, 1974,p.119).

Dois textos que mais se aproximam do objetivo proposto para este trabalho; um

é texto de Hemphill, que de forma abrangente e clara faz uma pesquisa bem

fundamentada a respeito do assunto que servirá também como referencial teórico para

esta dissertação. O outro é o livro Igreja Ensinadora de George Sherron que traz uma contribuição prestimosa a esta pesquisa.

Com a revisão de literatura foi possível chegar a um entendimento com relação à

importância do assunto na pesquisa realizada. É perceptível por meio deste trabalho,

que há uma carência de mais obras de qualidade e de referência em língua portuguesa

a respeito do assunto que contemplem os objetivos e desafios da Escola dominical

na atualidade.

Para facilitar o entendimento dos assuntos tratados, esta dissertação foi

desenvolvida em três capítulos, e o conteúdo abordado está organizado de forma

pedagógica na seguinte ordem de compreensão:

Introdução, na qual é apresentado a delimitação do tema, os objetivos gerais e

específicos, a problematização, as hipóteses, a justificativa, a delimitação e a

metodologia a ser abordada.

O capítulo um apresenta um esboço histórico da Escola dominical tendo como

(23)

chegada e estabilidade no Brasil, bem como os modelos pedagógicos, métodos

pedagógicos e estratégia de crescimento da Escola dominical.

O capitulo dois contém a estrutura e proposta pedagógica da Escola dominical.

O terceiro e último capítulo tem como objetivo primordial desenvolver e discorrer a

respeito do tópico a Escola dominical e a inteligência brasileira, cujo propósito, é

apresentar por meio da pesquisa de campo, pessoas que na infância foram

influenciadas pela Escola dominical. O objetivo desta entrevista é mostrar a força que

(24)

CAPÍTULO 1

RESUMO DA HISTÓRIA DA ESCOLA DOMINICAL

Para entender a história da escola dominical é fundamental relembrar a

Reforma Protestante que direta ou indiretamente influenciou missionários na dedicação

ao ensino da Bíblia. Este movimento despertou uma identidade religiosa nas pessoas à

medida que passaram a conhecer a Bíblia como regra de fé e prática. Visto não fazer

parte desta dissertação apresentar toda a história da Reforma, o que seria impossível

neste momento, será apresentada de forma sucinta, a contribuição de alguns

reformadores tais como Martinho Lutero,Philip Melanchton e João Calvino objetivando

realçar o espírito cristãos que os levou a influenciar de forma eficaz o tecido da vida

cristã em todos os aspectos. Estes reformadores destacam-se neste aspecto, sem,

entretanto, desmerecer nomes importantes tais como Ulrico Zuínglio e John Knox, até

mesmo em considerar que este último, tenha promovido “a ideia de que os objetivos da educação são aprender a ler e treinar a juventude nas virtudes, preparado-a para ser

útil ao mundo e para glorificar a Deus” (ARMSTRONG, 1992, p.63). Além disso,

convém lembrar que estes personagens e Inácio de Loyola, que foi o fundador da

Companhia de Jesus, atuaram eficazmente em favor do progresso da educação.

Após sua conversão ou novo entendimento da fé cristã, Lutero insistiu num ponto

que incomodava a liderança, ou seja, o despreparo e relaxamento dos clérigos. Estes

que tinham a responsabilidade de nutrir o rebanho, não o estavam fazendo. Desta

(25)

condenação da venda de indugências4. Para Lutero, o Papa não tinha autoridade

docente, e nem o Concílio podia definir artigos de fé que contradiziam os ensinamentos

da Bíblia (GEORGE, 1987, P. 79).

Tomando como base e orientação o Velho Testamento, Lutero desenvolveu um

estilo de educação tendo a família como objetivo principal. “Ele entendeu que o lar não

dispunha dos meios para satisfatoriamente cumprir a sua missão, por isso, o Estado

deveria assumir a responsabilidade do ensino das crianças, e os pais deveriam oferecer

um ambiente doméstico que tivesse condições de conduzir a aprendizagem”

(ARMSTRONG, 1992, p. 61).

A respeito de Philipp Melanchton, pode se dizer que foi um homem estudioso e

por isso, destacou-se nas letras e chegou a presidir a Universidade de Wittenberg, onde

procurou levar os professores a uma conscientização de que deveriam ensinar com

base no Credo Apostólico. A adoção desse credo, deu à educação superior condição

de ensinar a verdade baseada em princípios bíblicos, sem receio das tendências

modernas. Melanchton, foi um grande talento da Reforma, amigo de Calvino e uma

pessoa muito respeitada pelas autoridades de sua época. Ele não pertenceu ao clero

de Roma, nem tampouco se incorporou ao da Reforma. Profundo, contudo, foi o seu

saber teológico e valioso o curso que prestou às letras e ao movimento reformador de

seu século. Ele e Calvino foram os maiores teólogos do círculo dos primitivos

reformadores (LESSA, p.56).

4 Na doutrina católica Indulgência (do latim indulgentia, que provém de indulgeo, "para ser gentil") é o

(26)

Além disso, Melanchton foi um pedagogo no seu tempo e tinha a preocupação

voltada para área do ensino. Escreveu vários artigos que serviram de lei na Saxônia.

Devido ao seu conhecimento, foi procurado por diversas escola s a fim de ajudar nas

reformas internas. Ajudou a reformar várias universidades e escreveu livros e artigos

didáticos para serem usados nas escolas. Assim sendo, ele procurou valorizar a

educação, colocando-a à disposição de todos.

João Calvino por sua vez, foi outro gigante da Reforma, mais conhecido por seus

escritos, dedicação e zelo pelas coisas santas. O seu principal objetivo foi estudar com

afinco a Bíblia para poder escrever um tratado sobre a fé cristã, possibilitando às

pessoas uma melhor compreensão dos ensinos bíblicos.

Calvino tinha uma visão e paixão educacionais muito grandes e, uma aguda

sensibilidade sociocultural. Percebeu os reclamos da sociedade e da igreja no momento

histórico, inclusive grande necessidade de instituições e estruturas educacionais para a

população em geral e para a igreja. Por isso, nos últimos anos de seu ministério,

fundou a Academia de Genebra. Durante o tempo que esteve em Genebra, realizou

várias propostas educativas para a cidade e com relação aos professores, para ele, não

bastava ter conhecimento pedagógico e sim, ser ministro dedicado à palavra e estar

bem preparado para atuar como um “ponta de lança” no ataque contra a ignorância e o

pecado que assolava Genebra (FREITAS, 2001, p45). O currículo de Calvino continha o

melhor da educação humanística, juntamente com os princípios calvinistas (GEORGE,

1987,p. 81).

Calvino escreveu muitos livros, dentre eles os quatro volumes das Institutas e

(27)

catequética. Para ele, tal instrução tinha alguns objetivos fundamentais, como “manter a

união dentro das igrejas e entre elas para preservar a doutrina e ajudar as crianças

batizadas a apropriarem pessoalmente da fé cristã (GEORGE, 1997, p. 81).

A respeito da contribuição de Lutero e Melanchthon sobre o assunto, escreveu

resumidamente Maria Lúcia de Arruda Aranha:

Lutero e Melanchthon trabalharam intensamente para a implantação da escola primária para todos. É a primeira vez que se fala em educação universal. Ao mesmo tempo, Lutero solicita às autoridades oficiais que assumam essa tarefa, pois a educação para todos deve ser da competência do Estado. Mas, é bem verdade, há uma nítida distinção: para as camadas trabalhadoras é preconizado um tipo mais simples de educação primária elementar e, para as camadas privilegiadas, a possibilidade do ensino médio e superior. Dentro do espírito do humanismo, Lutero repudia os castigos e critica o verbalismo oco da Escolástica. Propõe jogos, exercícios físicos, música(seus corais se tornaram famosos), valoriza os conteúdos literários e recomenda o estudo da história e da matemática (ARANHA, 1989, p.106,107).

Outro educador que marcou a época foi João Amós Comênius, o autor de a

Didática Magna, livro este que se tornou conhecido, não por sua vontade, mas porque

fora descoberta trazendo excelentes contribuições no cenário educacional. Comênius

foi um homem avançado em termos de conhecimentos para a sua época, mas como

um dos seus objetivos era ensinar tudo a todos, ele não se deixou levar pelo

(28)

tinha para desempenhar ou seja, a educação. A respeito deste educador escreveu Inez

Augusto Borges:

Todo educador consciente da extensão de sua tarefa deverá preocupar-se, em algum momento com duas questões fundamentais, a saber: a natureza do ser ao qual deve educar e o alvo final desta educação. Muito se tem falado sobre educação transformadora, mas é preciso responder à questão sobre “o que” deve ser transformado “em quê”? Esta preocupação será considerada irrelevante apenas para aqueles cujo objetivo educacional consista unicamente em transmitir conhecimentos, sem refletir sobre a possibilidade de estar, através do ensino, formando e transformando a personalidade do educando. Muitas pesquisas de educadores decorrem dessa necessidade de conhecer melhor o ser humano e descobrir o modo como este aprende, visando a adequação de seus recursos pedagógicos à capacidade e necessidade dos alunos. Outros preocupam-se com a questão da motivação (por quê o ser humano tem desejo ou necessidade de aprender?) para tornarem o ensino tão interessante quanto possível, e assim por diante (BORGES, 2001, p. 61, 62).

As ideias de Comênius com relação ao valor do ser humano, e a tentativa de descobrir

como este ser aprende, estão presentes na formação do aluno e na escola dominical.

Portanto, o que a Reforma fez foi infundir no coração dos missionários, este amor e

preocupação com o seu reino. Hoje, estas ideias devem ser trabalhadas e

desenvolvidas através das lições que as escolas dominicais utilizam e ministradas

pelos seus professores nas mais diversas classes.

Tendo apresentado este pequeno resumo a respeito da Reforma protestante e

alguns vultos principais que se destacaram, ainda se faz necessário, conhecer os

fatores históricos que antecederam este momento de criação, crescimento e expansão

(29)

lembrar que a prática do ensino já existia, mas não com essa nomenclatura como é

conhecida.

Quando o Novo Mundo foi colonizado pelos europeus eles, trouxeram suas

ideias educacionais e as introduziram na América. Segundo Armstrong, “na América do Norte, os protestantes e evangélicos dominaram a cena religiosa e educacional,

enquanto na América do Sul a conquista ibérica trouxe consigo o predomínio da Igreja

Católica” (Armstrong, 1992,69). Com isso, pode se dizer que a educação protestante como é conhecida na história e nas igrejas evangélicas da América Latina não é

originária diretamente da Europa pelo que aconteceu na Reforma Protestante, mas sim,

é originária da América do Norte; com exceção dos luteranos. Mesmo tendo sua

origem na América do Norte ela não foi totalmente isenta de influência europeia, pois

os missionários que chegaram eram europeus como por exemplo Robert Kalley5.

Quando a Educação Cristã chega à América do Norte, os colonizadores eram

protestantes, o que poderia redundar em benefícios educacionais, principalmente

levando-se em conta que o objetivo primordial deles era que os filhos aprendessem a

ler e principalmente ler as Escrituras. O que facilitou este avanço, foi o fato deles terem

levado suas congregações e costumes de vida o que segundo Armstrong, ofereciam

base para o desenvolvimento da educação protestante. Comentando um pouco mais

esta ideia de crescimento, Armstrong afirma que “o desenvolvimento da educação cristã

era regional, realizando-se mais ou menos em três regiões – a Nova Inglaterra, as colônias centrais e as da colônias dos Sul” (Armstrong, 1992, 70).

(30)

Na Nova Inglaterra, a educação protestante seguia o puritanismo calvinista. Para

eles, tudo que faziam na vida tinha que estar debaixo da direção de Deus. Eles

cumpriam os mandamentos, principalmente o de educar os filhos, prova disto é que não

deixavam de praticar o culto doméstico, reservando pelo menos uma hora durante a

semana para a prática de exercício espiritual no lar. Além desta preocupação com a

família, os educadores estabeleceram também escola s como sinal de crescimento e

necessidade, com isso, criaram as escola s de damas, cujos objetivos eram ensinar às

crianças os rudimentos da educação e de todo o povoado; escola s de gramáticas que

preparavam os jovens para o ministério e por fim, a educação superior com a criação

das universidades.

Nas colônias centrais, a educação também teve o seu avanço a ponto dos

presbiterianos terem que organizar em 1746, a Universidade de Princeton e depois de

aproximadamente 22 anos, a Igreja Reformada fundou com muito sacrifício a

Universidade de Rutger. Segundo Armstrong, a primeira Universidade sem filiação

religiosa a ser criada foi a Universidade da Pensilvânia em1755.

As colônias desfrutavam de uma comunhão interna parecia ser duradoura até o

momento do avanço da ciência que traz consigo pensadores tais como Descartes,

Kant, Galileu, Leibnz e outros. As contribuições desses intelectuais conseguiram criar

individualismo e lançar dúvidas com relação a fé e até mesmo zombando do

cristianismo e negando a inspiração das Escrituras.

Além do mais, houve uma imigração em massa de pessoas sem filiação religiosa

que resolveram deixar as colônias e expandir-se para o oeste. Por causa disso, a

(31)

se separam. A comunidade evangélica assume a direção e responsabilidade da

educação religiosa, ao passo que o Estado passa a se encarregar da educação secular.

A instrução religiosa fica com os protestantes e eles dão continuidade ao

processo de ensino e aprendizagem, usando os domingos para o exercício dessa

prática religiosa que mais tarde será conhecida por Escola dominical.

Como ficou demonstrado, ao longo dos anos, a educação tem provado ser uma

agência de transformação e formação em vários aspectos da sociedade bem como na

vida do ser humano. Com o alcance dos objetivos educacionais, fica claro que

nenhuma pratica educativa é neutra em si mesma, basta para isso ver o que a

educação tem feito e alcançado.

A educação planejada pode alcançar os objetivos para os quais foi destinada

podendo até mesmo romper barreira que impeça o seu crescimento. A história tem

mostrado as lutas que a educação e educadores têm travados para alcançar seus

alvos, vencendo os obstáculos e as dificuldades para fazer valer a força educacional.

João Calvino por exemplo, após sua passagem por Genebra em 1536 resolveu aceitar

o convite de Guilherme Farel, o que pareceu mais uma “imprecação”, para usar sua

experiência para tirar a cidade do baixo nível moral que se encontrava (NICHOLS,

2008,175).

Olhando pelo viés da educação, tanto a protestante quanto a secular, a história

mostra as lutas e dificuldades enfrentadas a fim de que a educação tivesse um papel

transformador na vida das pessoas, principalmente de algumas crianças que

(32)

poderiam ter um futuro promissor e a sociedade, teria menos delinquentes transitando

de um lado para outro.

Traçar um esboço do surgimento da escola dominical requer trazer para o

presente, os fatos mencionados para que à luz da história e da educação protestante,

seja possível analisar o avanço e avaliar os desafios educacionais que a primeira

escola dominical propôs. Além disso, requer-se ainda mostrar que esta escola tem

influenciado direta e indiretamente a vida das pessoas ao longo dos anos, algumas

chegando até mesmo a assumir cargos importantes, enquanto que outras, embora

não o confirmem, também não negam.

O surgimento do conceito de escola dominical é antigo e não se sabe ao certo

quem foi que cunhou este termo. Alguns afirmam que a Escola dominical remota aos

tempos do Conde Zinzendorf, conhecido como pietista que viveu no século XVIII.

Outros argumentam e indicam pessoas diversas na história tais como John Wesley, o

fundador da Igreja Metodista, e outros atribuem ao ministro metodista chamado

Daughasday. Pode se dizer que o termo escola dominical teve seu início na

Inglaterra no século XVIII. No ano de 1780 na cidade de Gloucester na Inglaterra, onde

Robert Raikes ficou conhecido como “o pai da Escola dominical” (Armstrong, 1994,

p.73). Raikes exercia a função de jornalista e desenvolveu um sistema de aulas cujo

objetivo era alcançar os meninos de rua, evitando assim a criminalidade. A história diz

que ele “contratou por conta própria, professores, que ensinavam crianças que

trabalhavam nas fábricas durante seis dias da semana, e que aos domingos ficavam

(33)

Raikes foi um homem de visão que usou o próprio jornal para expandir as suas

ideias a respeito da Escola dominical. Em 1785 as ideias de Raike alcançaram

William Fox. Ele Nasceu no mesmo ano de Raikes, e recebeu a instrução religiosa

quando ainda era criança e quando chegou à fase adulta, tornou-se um excelente

homem de negócio vindo a exercer o seu ministério como diácono da Igreja Batista em

London. William Fox Ficou preocupado com a situação dos pobres. Ele particularmente

ficou horrorizado porque tais pessoas não podiam ler a Bíblia, por isso, ele pensou

como seria possível os pobres terem acesso ao entendimento e leitura da Bíblia. A ideia

que surgiu, foi que isso seria possível através da Escola dominical; com isso, Raikes e

Fox enviam cartas para várias empresas, solicitando apoio na concretização dos

objetivos. Deste esforço empregado por Fox e Raikes, foi criada a sociedade para

promover o ensino aos domingos, o que ficou mais tarde conhecido como sociedade da

Escola dominical. Sendo assim, Fox alcançou alguns dos seus objetivos tais como

“evitar os vícios, encorajar a operosidade e as virtudes, debelar as trevas da ignorância,

difundir a luz do conhecimento e ajudar o homem a entender seu lugar social no mundo

(Armstrong, 1994,p.74). Percebe-se com esses objetivos que as escola s dominicais

eram destinadas aos pobres que deveriam ser instruídos no contexto e no nível

social-econômico de cada um.

Apesar da oposição de alguns, o movimento de escola dominical alcançou uma

proporção considerável ganhando mais adeptos às ideias iniciais de Raikes chegando

alcançar no ano de 1797 aproximadamente 250 mil crianças matriculadas somente nas

(34)

Inglaterra e o governo britânico. Ela foi rejeitada porque dava aos leigos e pobres o

controle e autoridade e por isso, foi considerada uma divisão e ameaça para apontar a

exploração de um serviço bem feito pelas pessoas, mas mau pago pelos ricos. Por

outro lado, outros apoiavam as ideias de Raikes e traziam seus amigos para assistirem

na escola dominical. O conteúdo programático consistia em aprender a ler tendo a

Bíblia como cartilha. Um simples movimento que começou cujo objetivo era ensinar a

criança a ler, agora alcança as igrejas dos Estados Unidos que também puderam

desempenhar excelente papel na área educacional.

A ideia se expandiu e a escola dominical alcançou o caminho do crescimento

chegando em 1796 mais de 400,000 alunos. A estimativa mais modesta diz que este

número chegou a 500,000 em 1811 e após a morte de Raikes em 1831 este número

chegou a mais de um milhão de alunos matriculados.

A ideia de reunir o povo para estudar a Bíblia já existia, mas não tinha a

conotação de escola dominical. Claudio Marra traça um perfil histórico da Escola dominical mostrando com mais clareza o surgimento da mesma nos Estados Unidos.

Ele diz que “esse sistema foi mais tarde melhor e mais completamente organizado”

(MARRA, 2007, 25). Na verdade, este sistema foi uma “segunda forma de Educação Cristã” que proporcionou o estabelecimento definitivo da Escola dominical no século XIX.

O movimento da Escola dominical alcança as igrejas dos Estados Unidos, mas

de forma diferente. Não foi por meio dos pastores e líderes, mas como afirma Marra,

(35)

partes do país o que foi então denominado “Sabbath School”, que adotava material de ensino específico” (MARRA,2007,25). É bem verdade que estes leigos já conheciam a força do ensino, sabendo que ele é capaz de mudar a vida das pessoas.

A chegada da escola dominical aos Estados Unidos não foi bem aceita no

começo tendo em vista a pratica existente de outro modelo como o “Sabbath School”.

Marra diz que a Primeira Igreja Presbiteriana de Princeton só aceitou o novo modelo de

Escola dominical em 1818. No que diz respeito às outras denominações, elas levaram

mais ou menos tempo para aceitarem a inovação. Os metodistas já haviam, desde

Wesley, no século anterior, adotado com entusiasmo a escola dominical; os batistas

os acompanharam pouco depois e os presbiterianos, agora sob influência do

movimento reavivalista, adotaram também o novo modelo. Alguns grupos, como os chamados Batistas Primitivos no sul dos Estados Unidos, rejeitaram a Escola

dominical, bem como outras inovações” (MARRA, 2007, 25).

Como se pode perceber, o movimento de Escola dominical não foi bem aceito

por todos, mesmo sendo um instrumento de união e crescimento das igrejas, algumas

não abriram as portas para recebê-lo, talvez, por não verem ainda segurança no

movimento, ou, temendo que houvesse uma invasão de pessoas pobres na igreja.

História da Escola dominical no Brasil

Desde o seu surgimento, a escola dominical passou a ser um forte instrumento

de divulgação do evangelho e meio estratégico de aproximação das pessoas . Sendo

criado na Inglaterra, este movimento alcançou também os Estados Unidos e, chega ao

(36)

Ao contrário do que muitos pensam a escola dominical no Brasil não começou

com o casal Kalley, mas sim com o missionário metodista Spaulding em 29 de abril de

1836. A respeito deste missionário e de seu trabalho, Claudio Marra diz que a chegada

dele “foi marcada por tal dinamismo que, apenas quatro meses depois (1º de setembro de 1836), ele já tinha ótimas notícias a dar ao secretário correspondente da Sociedade

Missionária da Igreja Metodista Episcopal” (MARRA, 2007, 26). O relatório prestado

mostra como o missionário foi bem sucedido no alcance dos seus objetivos. Ele informa

à Missão o seguinte: “conseguimos organizar uma Escola dominical, denominada Escola dominical Missionária Sul-Americana, auxiliar da União das Escola s

Dominicais da Igreja Metodista Episcopal (...). Mais de quarenta crianças e jovens se

tornaram interessados nela (...). Está dividida em oito classes com quatro professores e

quatro professoras. Nós nos reunimos às 16h30 aos domingos (...). Atualmente

parecem muito interessados e ansiosos por aprender...” (MARRA 2007,26).

Apesar deste relatório motivador, os olhos do missionário Spaulding se voltaram

para outro lado sombrio da história que muitos não quiseram mencionar. Ao mesmo

tempo em que via o interesse do povo pela Escola dominical, outras pessoas não

puderam ter acesso devido à escravidão que era muito forte no país. A respeito da

impressão do missionário Spauding sobre a escravidão no Brasil, Mariana Ellen Santos

Seixas em seu trabalho Protestantismo, política e educação no Brasil: a propaganda do progresso e da modernização falando desta impressão:

(37)

destino às margens sangrentas da África, nesse negócio de pirata. Os magistrados, solenemente juramentados a fazer cumprir as leis, frequentemente fecham os olhos e recebem subornos. Ninguém ousa cumprir as leis, e ninguém poderia se quisesse tão fraco é o princípio moral neste governo. Tudo o que podemos fazer é usar diligentemente e mui discretamente os meios, observar os sinais dos tempos, e entrar por toda porta aberta pela Providência, para prestar-lhes serviço...

Se por um lado, havia a facilidade de pregar o evangelho tendo em vista a aceitação

das pessoas, por outro, imperava a tristeza da escravidão. Mesmo não podendo fazer

nada no momento, a não ser ensinar as Escrituras, pode se conjecturar que se este

missionário permanecesse no Brasil, a escola dominical teria outra história e os

caminhos seriam bem diferentes. Infelizmente tendo que retornar para o campo de

origem, o trabalho iniciado por Spaulding não foi adiante e com isso, o casal de

congregacionais6 Robert Reid Kalley e sua esposa Sarah Poulton Kalley, chegam ao

Brasil em 10 de maio de 1855 assumindo o novo desafio. Logo de início se

estabeleceram em Petrópolis e no dia 10 de agosto deram inicio à primeira escola

dominical começando com 8 crianças em junho de 1856 e chegando em outubro do

mesmo ano com 25 alunos matriculados.

A grande dificuldade do casal residia na preocupação de encontrar algum

substituto, pois de vez enquanto o casal tinha que viajar e na maioria das vezes não

tinha quem o substituísse. Tendo que mudar para o Rio de Janeiro, o trabalho iniciado

em Petrópolis perde a sua continuidade e uma nova escola nasce na casa do casal. A

história tem mostrado que os missionários na sua grande maioria transformaram suas

(38)

casas em verdadeiros espaços do saber. Antonio Gouvêa de Mendonça em seu livro O

Celeste Porvir, afirma que

os pastores e missionários presbiterianos usavam como estratégia missiológica, estabelecer escolas paroquiais como forma de educar o povo para que pudesse ler a Bíblia. O Rev. Miguel Torres fez o mesmo a ponto da escola por ele fundada ser conhecida como “A Escola de ‘seu’ Miguel, que começara em casa de D. Bárbara, foi instalada no prédio onde é hoje o hotel de Caldas. Morava o Rev., na própria casa do externato. A sala de aula era a mesma que servia para Escola dominical e cultos”. Na parede estava escrito em letras garrafais: “Eis -nos, grande Instrutor...” (MENDONÇA, 1984, p.13)

Esta forma de usar o lar como lugar de evangelização e educação, realmente foi bem

aproveitada, e quem dela fez uso pode ver os resultados. Nos primórdios, os

missionários usaram as casas até mesmo devido as dificuldades de se pagar o aluguel,

ou na hipótese do trabalho não vingar, não teriam prejuízo algum.

Depois de certo tempo com residência fixa no Brasil, Robert Kalley e sua esposa

Sarah Kalley voltam em definitivo para a Escócia, deixando o trabalho iniciado nas

mãos da Igreja Fluminense que eles mesmos haviam fundado. Com a saída do casal

Kalley em definitivo, chega no Brasil no dia 12 de agosto de 1859 o jovem pastor

Ashbel Green Simonton. Com o espírito aventureiro e decidido, Simonton chega para

evangelizar e doar sua vida na causa da evangelização.

Tendo passado por várias dificuldades, mas vencendo quase todas, este jovem

pastor americano, em pouco tempo realiza o trabalho singular no solo brasileiro,

conhecendo as riquezas da terra e se aperfeiçoando na língua portuguesa. Como o

(39)

funda a 1ª escola dominical em 22 de abril de 1860, com cinco crianças e no seu

diário ele fez o seguinte registro: “no último domingo, dia 22, realizei uma Escola dominical em minha própria casa. Foi meu primeiro trabalho em português. As crianças

dos Eubamks estavam todas presentes” (SIMONTON, 2002, p. 140). É importante destacar que a escola dominical com Simonton começou com crianças e na sua

própria casa. No livro Os Pioneiros – Presbiterianos do Brasil 1859-1900, Alderi Souza Matos afirma que Blackford cunhado de Simonton, também usou a residência para o

funcionamento da escola dominical às quartas-feiras (MATOS, 2004, P.33).

Mesmo ministrando suas aulas na escola dominical para as crianças, Simonton

tinha uma preocupação não só com a transmissão do ensino, bem como com o

aprendizado. Ao relatar ainda em seu diário é perceptível essa preocupação quando

conclui:

Domingo dirigi a Escola dominical com o mesmo número de pessoas e o mesmo interesse. Amália e Mariquinhas acham difícil entender John Bunyan. Elas não tem base para suas lições; é algo diferente do que jamais ouviram, viram ou sentiram, de modo que não podem entendê-las bem. Pobres meninas, estou profundamente interessado por elas (SIMONTON, 2002, p. 141).

Como professor, Simonton tinha uma preocupação fundamental, de que as crianças

aprendessem a lição; é por essa razão, que ele diz estar interessado nelas, pois sabia

que desta internalização do ensino ministrado, dependeria o crescimento espiritual

delas. Portanto, os professores precisam ficar atentos com relação ao retorno que os

alunos dão a respeito do ensino recebido. Claudio Marra destaca que John Beatty

Howell rejeitou 12 candidatos à pública profissão de fé por julgar que não estavam

(40)

ignorância da verdade religiosa e da doutrina evangélica. É inconcebível que filhos de

pais crentes conheçam tão pouco as verdades bíblicas e tenham ideias tão vagas das

doutrinas fundamentais da fé” (MARRA, 2007,p. 30). Não basta a pessoa permanecer

na igreja ou Escola dominical, é necessário que ela demonstre que está crescendo e

aprendendo com o passar do tempo.

Ao falar da necessidade de se aprender na escola dominical Mendonça deixa

claro que as reuniões religiosas que aconteciam nas igrejas dos protestantes

brasileiros eram chamadas de “trabalho”, mas ele faz uma diferença e comenta:

“exceto a escola dominical, da qual participam também os adultos, cuja divisa é

“aprender”. Aprende-se a vida toda. Nela estão presentes pessoas que nasceram no

protestantismo e que no fim da vida ainda ali permanecem” (MENDONÇA, 1984,

p.107). Na mesma direção caminha a educadora e pastora Sherron George afirma que

a educação é um processo continuo, ou seja, é feito o tempo todo e “para alcançar a

pessoa toda e a igreja toda em todo tempo, é preciso que a Educação Cristã se

desenvolva por meio do ensino formal, informal ou intencional” (GEORGE, 1993, p.20). Ainda sobre o mesmo assunto, para Vicente Temudo Lessa, a “educação sistematizada dos filhos da igreja é pela igreja e para a igreja” (LESSA, 2010, p.552).

Após o período de experiência e de adaptação, a escola dominical seguiu o seu

objetivo contando sempre com pessoas capacitadas que ajudaram direta ou

indiretamente na concretização dos alvos dessa agência educadora. Dentre tais

pessoas registra-se o nome de Shneider. Homem inteligente que falava vários idiomas.

(41)

Janeiro usando para isso diversos equipamentos, o que resultou na conversão do

escritor e filólogo Júlio Ribeiro (MATOS, 2004, p.44).

Outra pessoa de influência na Escola dominical que também ajudou no seu

crescimento foi a missionária Mary Parker Dascomb. Segundo Matos, ela foi a

primeira educadora americana a ser enviada para o Brasil em 1866 para ser

professora dos filhos do presbiteriano James Monroe que era na época o cônsul

americano no Rio de Janeiro. A respeito dela, Chamberlain faz um relato dizendo que

“desde de março de 1871, tem funcionado sob a direção da Sra. Mary P. Dascomb

duas aulas, sendo uma frequentada por 23 meninos e meninas inglesas e a portuguesa

por 10 meninos e meninas”. No relatório da escola dominical de Brotas diz que no dia 7 de setembro quando foi a criada a Escola dominical ela ficou como responsável pela

classe (MATOS, 2004,pp.67, 68).

Por sua vez, James Burton Rodgers ficou conhecido como o ministro da

“reconstrução”, pois como pastor auxiliar da igreja do Rio de Janeiro, na qual só assumiu efetivamente em 1896, promoveu algumas reformas no templo que ficava na

Travessa Barreira, que segundo o historiador Alderi Souza Matos, foi o primeiro templo

presbiteriano do Brasil. Diz o relato que o teto desta igreja ameaçava a cair e Burton foi

desafiado a concertar. A escola dominical desta igreja foi reorganizada por Myron

Clark fundador da Associação Cristã de Moços (MATOS, 2004, p.21).

Cumprindo o seu objetivo de educar as pessoas, a escola dominical

(42)

Charlotte Kemper que dedicou toda a vida como educadora na formação e educação

de alguns candidatos ao ministério no Brasil tais como: José Ozias Gonçalves e

Paschoal Luiz Pitta. Residindo em Lavras – Minas Gerais, durante 20 anos, ela foi a

“responsável pelo preparo das Lições Internacionais da Escola dominical, que eram

utilizadas no Brasil, Portugal e outros lugares” (MATTOS, p. 209). A escola dominical deve participar da conquista dos perdidos para Cristo como um dos objetivos supremos

de fazer com que eles conheçam a verdade e sejam livres (FLAKE, 1922p. 106)

A escola dominical é um vasto campo para o labor cristão, quer àqueles que a

organizaram e administram, quer aos que constituem o seu corpo docente. Ensinar na

escola dominical é um labor de grande responsabilidade, um privilégio deveras

elevado. Cada classe assemelha-se a um pequeno rebanho. Os que ensinam e

educam desempenham o papel de verdadeiros pastores.

Adolpho Machado Corrêa em seu livro A Carreira cristã registra que é um

privilégio “Proclamar na escola dominical a grandiosidade do Evangelho, a beleza e nobreza dos ensinamentos bíblicos e o esplendor incomparável da pessoa sagrada e

divina de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador!” (CORREIA, 1979, p. 178)

Outra pessoa que ajudou não só no processo de consolidação, mas também no

de crescimento da Escola dominical, foi o presbítero Eliézer dos Santos Saraiva, que

foi membro ativo da Igreja Unida de São Paulo. Alderi de Souza Mattos diz que ele foi

considerado “o paladino da escola dominical”. Ainda a respeito dele Matos informa que

(43)

bom período de tempo. Foi um idealizador e grande incentivador da escola dominical

chegando a promover as primeiras convenções de escola s dominicais”. Na verdade,

este homem dedicou parte da sua vida para ver o progresso de crescimento da escola

dominical. Ele sonhou alto com este projeto e a sua morte, conforme afirmou Matos, “foi inesperada, talvez devido à emoção por ter visto um projeto seu aprovado”.Falando ainda a respeito do assunto ele registra:

Sua morte se deu em circunstâncias inusitadas. Tendo levado ao Conselho da Igreja Unida aprovar um plano que muito agradou, devia expô-lo igualmente ao plenário da Escola dominical. A solenidade começou com um discurso do pastor, Rev. Miguel Rizzo Jr., no qual este expressou todo o reconhecimento da igreja pelo imenso trabalho do Dr. Eliézer. O homenageado comoveu-se até as lágrimas. Nessas circunstâncias é que começou a falar. Falou da forma planejada por cerca de quinze minutos. Ao terminar a exposição desfaleceu; só conseguia dizer umas poucas palavras. Passou a noite inconsciente e às oito horas do dia seguinte faleceu. Eliezer foi membro do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina. (MATOS, 2004, p.459).

Com a morte do presbítero Eliézer, a igreja local perde o seu grande idealizador e

incentivador, homem que colocou o coração nesta obra e acreditou no sucesso e na

força da Escola dominical.

Desde a sua criação, a escola dominical tem procurado ser um instrumento

importante na formação religiosa do povo, bem como tem buscado cumprir os seus

(44)

melhor o assunto, Zózimo Antonio Passos Trabuco conceitua os termos da seguinte

forma:

A Escola Bíblica Dominical era fundamental enquanto Escola porque a educação constituía-se um valor importante no pensamento missionário como elemento evangelizador e civilizatório. Era importante por ser Bíblica, ou seja, voltada principalmente ao estudo dos textos bíblicos que fundamentavam as crenças batistas e a visão de mundo do grupo sobre a sociedade. E por ser Dominical, uma vez que a guarda do Domingo de acordo com a interpretação batista do quarto mandamento, era a evidência de uma vida genuinamente cristã, e o descumprimento injustificado desse mandamento era motivo de disciplina e até exclusão (TRABUCO, 2009, p. 41).

Além do significado dos termos, percebe-se a sinceridade com que as pessoas

deveriam tratar a escola dominical e principalmente o domingo que é dedicado a ela.

Por isso, pode se dizer que a escola dominical tem sido um poderoso instrumento de

doutrinação e formação, que ao longo dos anos, tem levado a pessoa a assumir um

compromisso de fidelidade e amor com relação ao ensino bem como com a

capacitação dos alunos ali matriculados.

O espaço da escola dominical tem que ser visto como um lugar importante que

a igreja como responsável pela educação cristã tem ao seu dispor, nesta escola onde

o educando não termina o ciclo dos estudos; as ações da escola dominical, são

educativas e preparam o educando para a vida. Além disso, no espaço da Escola

dominical pratica-se a cidadania, ensina-se a solidariedade, desperta vocações e

prepara as pessoas para serem agentes de transformação numa sociedade de

(45)

A partir do entendimento da Bíblia como Manual do ensino, Jorge Freitas em

sua dissertação de mestrado define escola dominical como “espaço onde se pode

tratar com mais profundidade a educação cristã; esse espaço não pode apenas se

referir com exclusividade à Bíblia, antes porém, a Bíblia referenda ações educativas

que resultem uma prática que trate o ser humano criado a imagem e semelhança de

Deus. inserindo-o em seu próprio meio social de maneira que os/as alunos/as da

Escola dominical conheçam a Igreja especialmente a igreja local; descobrindo suas

Imagem

Figura nº01 - Escultura do Presb. Ouvidio em exposição
Figura nº 03    Edilson, ao lado da esposa, Helena, presenteia o presidente Lula com  uma de suas obras
Figura Nº 03 Série Braga

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