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Insetos associados à cultura da soja no estado do Acre, Brasil.

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INSETOS ASSOCIADOS À CULTURA DA SOJA NO ESTADO DO ACRE, BRASIL

Marcílio José THOMAZINI1

RESUMOzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA - A soja é uma cultura em expansão na região Norte e, no Estado do Acre está em fase de adaptação, o que pode levar ao surgimento de insetos e o comprometimento da produção dessa oleaginosa. Por isto, estudou-se a incidência de pragas e de seus inimigos naturais em onze cultivares de soja, em faixas de 40 χ 8m (320m2

), em uma área de 3520m2

. Em cada faixa monitorada, delimitou-se uma área de 80m2

, onde não houve controle de pragas. Semanalmente, foram realizadas, em cada cultivar, duas amostragens na área pulverizada com inseticidas e duas em área não pulverizada, utilizando-se o método do pano de batida. Além disso, foram coletados

ovos de percevejos-praga para determinação do nível de parasitoidismo dos mesmos. O principal inseto desfolhador foizyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Cerotoma tingomarianus Bechyné (Coleoptera: Chrysomelidae), que

causou maior desfolha nas áreas não pulverizadas, enquanto Lebia concinna Germar (Coleoptera: Carabidae), Callida sp. (Coleoptera: Carabidae) e Tropiconabis sp. (Hemiptera: Nabidae) foram

os predadores mais observados. Os percevejos sugadores de sementes mais representativos foram Piezodorus guildinii Westwood (Hemiptera: Pentatomidae) e Euschistus heros Fabr. (Hemiptera: Pentatomidae), que tiveram 39,9 e 53,3% de seus ovos parasitoidados, sendo 94,5 e 100,0% do parasitoidismo dos ovos desses percevejos efetuado pelo microhimenóptero Telenomus podisi Ashmead (Hymenoptera: Scelionidae).

Palavras-chave: Glycine max, insetos-praga, parasitóides, predadores Insects Associated with Soybean in the State of Acre, Brazil.

ABSTRACT — The soybean crop is increasing in the northern region of Brazil and it is in adaptation to local conditions of the State of Acre, which raises the possibility of occurrence of insect pests. For this reason soybean pests and their natural enemies were studied in eleven soybean cultivars planted in strips of 40 χ 8m (320m2

) in 3520m2

. An area of 80m2

in each strip received no insecticide. Four samplings were made each week in each strip (two samplings were made on each controlled and non controlled areas) with a beating cloth method. Stink bug eggs were collected aiming to evaluate parasitoidism level of soybean pests. The most abundant insect was Cerotoma tingomarianus Bechyné (Coleoptera: Chrysomelidae), with higher defoliation in the non controled area, while main predators were Lebia concinna Germar (Coleoptera: Carabidae), Callida sp. (Coleoptera: Carabidae) and Tropiconabis sp. (Hemiptera: Nabidae). Main

seed sucking bugs were Piezodorus guildinii Westwood (Hemiptera: Pentatomidae) and Euschistus

heros Fabr. (Hemiptera: Pentatomidae), with parasitoidism of 39.9 and 53.3% of eggs of those

bugs, respectively. Telenomus podisi Ashmead (Hymenoptera: Scelionidae) was the most frequent parasitoid with 94.5 and 100.0% of eggs of P. guildinii and E. heros parasitized by this natural enemy respectively.

Key words: Glycine max, insect pests, parasitoids, predators

1

Eng. Agr., D.Sc., Embrapa Acre, Caixa Postal 3 2 1 , 69908-970, Rio Branco, Acre

INTRODUÇÃO

A cultura da soja, antes restrita às regiões Sul e Sudeste, se expandiu, para outras regiões do País, incluindo a Amazônia. No Estado do Acre, esta cultura está em fase experimental

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cultura da soja, d e v i d o à fatores econômicos, sociais e ecológicos.

Qualquer sistema de produção em e x p a n s ã o , p r i n c i p a l m e n t e em monoculturas, como o caso da soja, pode levar a ocorrência de pragas. I n s e t o s d e s f o l h a d o r e s c o m o os b e s o u r o s c r i s o m e l í d e o s são considerados pragas potenciais da soja no Acre (Thomazini, 1999). Com isto, há possibilidades de que a utilização indiscriminada de produtos químicos p o s s a levar à r e s s u r g ê n c i a e à resistência de pragas aos inseticidas, surto de pragas secundárias, impacto sobre inimigos naturais, intoxicação do homem e animais e contaminação

do ambiente (GazzonizyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA et al, 1988). O Manejo Integrado de Pragas, como

u m a das estratégias utilizadas na instalação da cultura da soja, deve incluir o e s t u d o dos i n s e t o s que c a u s a m dano e c o n ô m i c o , s e u s inimigos naturais e os métodos de monitoramento, além de táticas de controle para a redução populacional de pragas (Gallo et ai, 1988; Gazzoni etal, 1988).

E m b o r a m u i t a s e s p é c i e s de insetos, associados à cultura da soja, no B r a s i l , t e n h a m sido r e l a t a d a s (Corrêa et ai, 1977; Nakano et ai, 1981; Gazzoni, 1983; Gallo et ai, 1988; Gazzoni et al, 1988), poucas constituem problemas freqüentes para a m e s m a , c o m o a lagarta-da-soja Anücarsia gemmatalis Hueb. (Lepi-doptera: Noctuidae) e os percevejos, Nezara viridula L. ( H e m i p t e r a : Pentatomidae), Piezodorus guildinii Westwood (Hemiptera: Pentatomidae) e Euschistus heros Fabr. (Hemiptera:

Pentatomidae) (Gazzoni et al, 1988). Os insetos-praga da cultura da soja possuem inimigos naturais (predadores, parasitóides ou entomopatógenos) que regulam suas populações (Gazzoni, 1983; Gallo et al, 1988; Gazzoni et al, 1988, Corrêa-Ferreira & Panizzi, 1999). Dentre esses organismos, os mais promissores são o Baculovirus anücarsia, que causa a doença preta na lagarta-da-soja (Moscardi, 1990), e o complexo de parasitóides de ovos de percevejos que atacam as vagens, principalmente o microhimenóptero Trissolcus basalis (Wollaston) (Hymenoptera: Scelionidae) (Corrêa-Ferreira, 1996; Corrêa-Ferreira & Panizzi, 1999). Moreira & Corrêa-Ferreira (1997) relataram a presença do parasitóide Telenomus podisi Ashmead (Hymenoptera: Scelionidae) em ovos do percevejo Ρ guildinii, no Estado de Roraima. Didonet et al. (1998) verificaram, no Estado do Tocantins, que os principais insetos, associados à três cultivares de soja, foram Cerotoma tingomarianus Bechyné (Coleoptera: Chrysomelidae) e o percevejo fitófago Ρ guildinii, sendo Cycloneda sangüínea L. (Coleoptera: Coccinelidae), Geocoris sp. (Hemiptera: Lygaeidae) e Lebia sp. (Coleoptera: Carabidae) os inimigos naturais mais abundantes.

O objetivo deste trabalho foi determinar os principais insetos-praga e s e u s i n i m i g o s n a t u r a i s m a i s importantes na cultura da soja no

Estado do Acre. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

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J a n e i r o a a b r i l d e 1 9 9 9 , n o M u n i c í p i o de Senador Guiomard, Acre, em uma área de 3520m2

, em onze cultivares de soja, plantadas no dia 30/12/98, em faixas de 40 χ 8m (320m2

), no espaçamento de 0,50m. As cultivares utilizadas foram MT/ B R S - 6 3 ( P i n t a d o ) , M S / B R S - 5 9 (Mandi), MT/BRS-55 (Uirapuru), MT/ BR-53 (Tucano), MT/BR92-4.008, 173 (Piraputanga), MS/BRS-61 (Surubi), BR/EMGOPA-314 (Garça Branca), MT/BR-47 (Canário), MS/ BRS-171 (Campo Grande) e M S / BRS-172 (Tuiuiú). Durante o período de estudo, a temperatura média mensal variou de 29,2e

C, em janeiro, a 25,02

C, em abril. A precipitação total mensal variou de 328,8 mm, em fevereiro, a

183,4 mm, em abril.

A i n c i d ê n c i a de p r a g a s e i n i m i g o s n a t u r a i s foi a v a l i a d a , dividindo-se a área total estudada em d u a s p a r t e s , uma com c o n t r o l e q u í m i c o de pragas e a outra sem controle. Em cada faixa, delimitou-se

uma área de 80m2

onde não foi feito o controle químico (pulverizações com inseticidas). Nas áreas tratadas, foram realizadas seis p u l v e r i z a ç õ e s , em p l a n t a s de soja n o s e s t á g i o s de desenvolvimento V7, R2, R3-4, R4, R5 e R6 (Tab. 1), v i s a n d o ,

p r i n c i p a l m e n t e , o controle dezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA C. tingomarianus (vaquinha).

Semanalmente, foram realizadas quatro amostragens por faixa (duas na área pulverizada e duas na não pulverizada), pelo método do pano de batida (Shepard et al, 1974), com 22 amostragens por semana. Também fo-ram coletados, semanalmente, ovos de percevejos-praga para determinação do índice de parasitoidismo dos mesmos, em 2m de fileira de plantas de soja, em 22 pontos dentro da área experimental. Em cada ponto foram amostrados 2m lineares de soja, examinando-se as plantas e coletando-se as massas de ovos em folhas, hastes e frutos. Os estágios de desenvolvimento da cultura (Fehr et al, 1971) e a porcentagem de desfolha

Tabela 1, Inseticidas aplicados em pulverização para controle de pragas em cultivares de soja.

Senador Guiomard, Acre. 1999. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

N o m e t é c n i c o D o s e p . c. / h a1 E s t á g i o d a

c u l t u r a2 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

c a r b a r y l  1,3 l/ ha  V7 

m e t h a m i d o p h o s  5 0 0 m l/ ha  R2 

p a r a t h i o n m e t h yl  6 0 0 m l/ ha  R3 ­4 

m e t h a m i d o p h o s  5 0 0 m l/ ha  R4 

c a r b a r y l  1,7 l/ ha  R5 

d el t a m e th ri η  3 0 0 m l/ ha  R6 

'p.c./ ha = produto com ercial/ ha 

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foram t a m b é m r e g i s t r a d o s semanalmente.

As posturas de percevejos e as lagartas coletadas no campo foram individualizadas, em laboratório, em placas de Petri forradas com papel filtro umedecido. Diariamente, as posturas foram observadas, anotando-se o número de ninfas eclodidas e de p a r a s i t ó i d e s que e m e r g i r a m . A porcentagem de parasitoidismo foi calculada com base no número de parasitóides emergidos e no de ovos inviabilizados pelo parasitóide. Neste último caso, a verificação foi feita através da dissecação dos ovos, para c o n s t a t a ç ã o da p r e s e n ç a de parasitóides que não emergiram.

As lagartas coletadas foram a l i m e n t a d a s com folhas de soja, tratadas com solução de hipoclorito de sódio à 2 % , o b s e r v a n d o - s e diariamente a presença de parasitóides e lagartas mortas por fungo ou por outras causas.

Os resultados foram expressos em número de adultos/2m de cultura da soja, exceto para os de percevejos, cuja p o p u l a ç ã o foi e x p r e s s a em número de adultos e ninfas, à partir do terceiro instar, quando esses insetos iniciam os danos às plantas de soja

(Corrêa-Ferreira & Panizzi, 1999). zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

RESULTADOS Ε DISCUSSÃO

As principais pragas da soja

fo-ram insetos desfolhadores, como C. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA tingomarianus, que ocorreu em maior

freqüência, tanto no estágio vegetativo quanto no reprodutivo da soja, o que concorda com Thomazini (1999). A população de Diabrotica speciosa

(Germ.) (Coleoptera: Chrysomelidae) foi inferior, tanto na área pulverizada quanto na não pulverizada (Fig. 1). A primeira espécie foi também relatada como de maior freqüência em soja no estado do Tocantins, por Didonet et al. (1998). C. tingomarianus é a principal praga do feijão, no Estado do Acre, onde muitas vezes, inviabiliza o cultivo desta planta. Essa espécie ocorre, também, em caupi e em uma leguminosa conhecida como puerária, as quais são hospedeiros alternativos desse inseto, na entressafra dessas culturas (Fazolin & Gomes,

1993). C. tingomarianus apresentou menores populações e porcentagem de desfolha nas áreas com tratamento químico, onde a desfolha foi, em média, de 3 0 % (Fig. IA). M e s m o com inseticidas, o nível de controle (Gazzoni et ai, 1988), foi atingido em RI (início de florescimento) e sempre superado no desenvolvimento reprodutivo da cultura.

A presença constante de C. tingomarianus, m e s m o após as pulverizações, pode ser explicada, em parte, pela migração de seus adultos de hospedeiros em áreas não pulverizadas para a cultura, além da ocorrência de chuvas logo após a l g u m a s pulverizações.

(5)

média, de 4 5 % (Fig. IB), ou 5 0 % maior que na área pulverizada.

A p o p u l a ç ã o dezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA C. tingomarianus decresceu a partir do

e n c h i m e n t o de g r ã o s , mas a porcentagem de desfolha cresceu até o fim das amostragens (Fig. 1). Tal fato p o d e ser e x p l i c a d o p e l a aproximação das fases de maturação e colheita, quando as folhas da soja c o m e ç a m a ser n u t r i c i o n a l m e n t e menos atraentes para esse inseto. No entanto, a desfolha tende a aumentar,

proporcionalmente, pois a soja não emite mais folhas novas.

A população de lagartas desfolhadoras foi mais reduzida nas duas áreas amostradas, com maior fieqüência da lagarta-da-soja A. gemmatalis, seguida por espécies do gênero Spodoptera (Tab. 2). Lagartas de A. gemmatalis foram mortas pelo fungo Nomuraea rileyi (Farlow), o que pode ter ocorrido devido às condições de alta umidade e temperatura da região, que favorecem a disseminação e a atuação desse fungo, em condições naturais.

V 5 ­ 6  V 7 R1 R2  R 2 ­ 3  R 3 ­ 4 R4 R5  R 5 ­ 6 R6  R 6 ­ 7  R 7 ­ 8 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Est á gi o s d e d e s e n vo l vi m e n t o d a cu l t u r a zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Figura 1. Flutuação populacional de crisomelídeos (Cerotoma tingomarianus e Diabrotica speciosa) e porcentagem de desfolha em cultivares de soja pulverizadas (A) e não pulverizadas

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Das lagartas coletadas e levadas

ao laboratório, apenaszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA A. gemmatalis encontrava-se parasitoidada. De 52

lagartas dessa espécie, 2 5 % estavam parasitoidadas por microhimenópteros das famílias Braconidae e Ichneumonidae e, 75% das mesmas, ou seja, 39 indivíduos, foram mortos pelo fungo N. rileyi (Tab. 2), retratando, em parte, o que ocorre no campo.

A população de predadores foi baixa, com pico ao final da maturação da soja (R7-8), quando foram coletados 1,4 adultos desses insetos por pano de batida na área sem controle químico. Nessa área, o número desses inimigos naturais foi maior durante quase todas as amostragens, mostrando que a população dos mesmos foi negativamente influenciada pelo tratamento químico. As principais espécies de predadores foram Lebia concinna Germar (Coleoptera: Carabidae), Callida sp. (Coleoptera: Carabidae) e Tropiconabis sp. (Hemiptera: Nabidae), correspondendo a 63, 22 e 11%, respectivamente, do número de indivíduos coletados para esse grupo (Fig. 2).

Os principais percevejos fitófagos

foram P. guildinii e E. heros, com 38 e 3 7 % , respectivamente, dos insetos coletados desse grupo. A primeira espécie é relatada em todo o País, enquanto a segunda ocorre nas regiões mais quentes (Corrêa-Ferreira & Panizzi, 1999). Outras espécies como Acrosternum sp. (Hemiptera: Pentatomidae), Dichelops sp. (Hemi-ptera: Pentatomidae) e Euschistus sp. (Hemiptera: Pentatomidae), foram responsáveis por 25% do total coletado.

Os adultos dos percevejos foram c o l e t a d o s à p a r t i r do e s t á g i o reprodutivo R2 (florescimento) na soja pulverizada e em R3-4 (formação de vagens) na não pulverizada, com picos populacionais em R6 (enchimento de g r ã o s ) , q u a n d o s u a s n i n f a s apareceram, e em R7-8 (maturação), na soja com tratamento químico (Fig. 3A) e somente em R7-8 (maturação), na soja sem tratamento (Fig. 3B).

A s p u l v e r i z a ç õ e s , v i s a n d o o controle de C. tingomarianus, não afetaram s i g n i f i c a t i v a m e n t e a população de percevejos, visto que em

R6, após a última pulverização, o nível zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

TabelazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 2. Causas de mortalidade em lagartas coletadas em cultivares de soja. Senador Guiomard. Acre. 1999.

Es p é c i e s d e l a g a r t a s  To t a l d e  L a g a r t a s  L a g a r t a s  l a g a r t a s  p a r a s i t o i d a d a s  c o m  f u n g o1 

Ou t r a s  c a u s a s 

Ν  zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA% Ν  % Ν  % zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Anticarsia gem m atalis 52  13  25  39  7 5  . . . . . . 2 

Spodoptera  s p p .  28  . . . . . . zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 11 

Pseudoplusia incíudens 16  . . . . . . . . . . . . 1  6 

Hedylepta indicata . . . . . . . . . . . . . . .

Ge o m e t r í d e o s  10  . . . . . . . . . . . . 2  2 0 

(7)

de controle de quatro percevejos/2m da

cultura da soja (GazzonizyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA et al, 1988) foi atingido (Fig. 3A). Nesta fase de

enchimento de grãos, a presença de mais de quatro percevejos/2m pode causar dano, mostrando que seria necessário uma pulverização contra esses percevejos nessa fase. Na área não pulverizada, o nível de controle foi atingido apenas em R7-8, quando a soja já estava próxima à colheita, sem necessidade de intervenção química (Fig. 3B).

Isoladamente nenhuma espécie ou grupo de percevejos atingiu o nível de controle nas fases consideradas críticas, R3 a R6 (Fig. 3). A população de P. guildinii superou quatro percevejos/ batida de pano (2m) apenas em R7-8 (próximo à colheita), quando não seria necessário qualquer tipo de controle pois, nessa fase esta praga não causa danos as sementes de soja (Fig. 3A). Isto mostra a importância de se identificar

todas as espécies de percevejos sugadores de sementes e, também, as ninfas maiores para uma avaliação real da população desses grupos de insetos. Apesar das populações das duas principais espécies de percevejos serem semelhantes, o total de ovos de P. guildinii (3020) foi superior ao de E. heros ( 1 1 9 ) . O s í n d i c e s de p a r a s i t o i d i s m o f o r a m d e 3 9 , 9 e 53,3% para P. guildinii e E. heros, r e s p e c t i v a m e n t e . O p r i n c i p a l parasitóide foi o microhimenóptero T. podisi, ocorrendo em 9 4 , 5 % (um parasitóide não identificado ocorreu em 5,5% dos ovos parasitoidados) e 100,0% dos ovos parasitoidados de P. guildinii e E. heros, respectivamente, de forma semelhante ao relatado em ovos de P. guildinii, na cultura da soja em Roraima (Moreira & Corrêa-Ferreira, 1997).

Os índices de parasitoidismo

V5 ­6 V7  R1 R2 R2­3 R3 ­4 R4 R5 R5­6 R6 R6­7 R7 ­8 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Estágios de desenvolvim ento da cultura

Figura 2. Flutuação populacional de insetos predadores (Lebia concinna, Callida sp., Tropiconabis sp.) em cultivares de soja pulverizadas e não pulverizadas com inseticidas. As

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podem ter sido responsáveis, ao menos em parte, pelo baixo nível populacional de percevejos (adultos e ninfas), p r i n c i p a l m e n t e na área sem pulverização, onde o nível de controle para os mesmos não foi atingido nas

fases críticas da cultura da soja. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

CONCLUSÕES

Nas áreas amostradas, localizadas no Estado do Acre, o principal inseto-praga da cultura da soja é o crisomelídeo

desfolhador C.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA tingomarianus. Várias espécies do complexo de

percevejos sugadores de sementes, principalmente Ρ guildinii e E. heros, são pragas potenciais da cultura da soja, nesta região.

Os principais inimigos naturais de insetos da soja, nesta região, são o parasitóide de ovos de percevejos T. podisi e o fungo N. rileyi, que ocorre em

lagartas desfolhadoras.

AGRADECIMENTOS O autor agradece ao acadêmico de agronomia, da Universidade Federal do Acre, Josimar Batista Ferreira, ao Assistente

A zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

7 ­

ε

ÇN 5 

tf) 

O

Ξ 4

> zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA c 3

V 5 ­ 6  V 7 R1 R2 R2­3 R3­4 R4 R5  R 5 ­ 6 

Β • Piezodorus guildinii

• Euschistus heros zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA • — out ros 

•  total 

V 5 ­ 6  V 7 R1  R 2  R 2 ­ 3 R3­4 R4 R5  R 5 ­ 6 R6  R 6 ­ 7 R7­6 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Est á gi o s d e d e se n vo l vi m e n t o d a cu l t u ra

Figura 3. Flutuação populacional de percevejos fitófagos (adultos + ninfas acima do terceiro

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de Pesquisa Charles Rodrigues da Costa e ao laboratorista Waldemir de Souza e Silva, pelo auxílio nas coletas de dados e condução do trabalho em laboratório; à Dra. Beatriz Spalding Corrêa-Ferreira e ao Dr. Antonio Ricardo Panizzi da Embrapa Soja, pela identificação dos parasitóides e predadores e pela identificação dos percevejos,

respectivamente. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

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Imagem

Figura 1. Flutuação populacional de crisomelídeos (Cerotoma tingomarianus e Diabrotica  speciosa) e porcentagem de desfolha em cultivares de soja pulverizadas (A) e não pulverizadas
Tabela zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA  2. Causas de mortalidade em lagartas coletadas em cultivares de soja
Figura 2. Flutuação populacional de insetos predadores (Lebia concinna, Callida sp.,  Tropiconabis sp.) em cultivares de soja pulverizadas e não pulverizadas com inseticidas
Figura 3. Flutuação populacional de percevejos fitófagos (adultos + ninfas acima do terceiro

Referências

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