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Uma análise empírica sobre a importância do comércio internacional para o crescimento dos municípios brasileiros

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Academic year: 2017

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FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE E ECONOMIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA

MESTRADO EM ECONOMIA DO DESENVOLVIMENTO

DIOGO DA SILVA METZDORFF

UMA ANÁLISE EMPÍRICA SOBRE A IMPORTÂNCIA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL

PARA O CRESCIMENTO DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS.

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PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE E ECONOMIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA

MESTRADO EM ECONOMIA DO DESENVOLVIMENTO

DIOGO DA SILVA METZDORFF

UMA ANÁLISE EMPÍRICA SOBRE A IMPORTÂNCIA DO COMÉRCIO

INTERNACIONAL PARA O CRESCIMENTO DOS MUNICÍPIOS

BRASILEIROS.

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DIOGO DA SILVA METZDORFF

UMA ANÁLISE EMPÍRICA SOBRE A IMPORTÂNCIA DO

COMÉRCIO INTERNACIONAL PARA O CRESCIMENTO DOS

MUNICÍPIOS BRASILEIROS.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Economia do Desenvolvimento.

Orientador: Prof. Dr. Carlos Eduardo Lobo e Silva Co-orientador: Prof. Dr. Túlio Antonio Cravo

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Dados Internacionais de Catalogação e Publicação (CIP)

M596u Metzdorff, Diogo da Silva

Uma análise empírica sobre a importância do comércio internacional para o crescimento dos municípios brasileiros / Diogo da Silva Metzdorff. – Porto Alegre, 2015.

82 f.

Diss. (Mestrado) – Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia, PUCRS.

Orientador: Prof. Dr. Carlos Eduardo Lobo e Silva. Co-orientador: Prof. Dr. Túlio Antonio Cravo.

Bibliotecário Responsável

Ginamara de Oliveira Lima

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Life is really simple, but we insist on making it complicated.

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AGRADECIMENTOS

À minha família. Meus pais, Arnoldo e Cleusa pelos ensinamentos e apoio incansável. Ao meu irmão, Rodrigo, pela amizade.

À Fernanda pelo companheirismo, carinho e paciência durante todos os momentos.

Ao professor Túlio Antonio Cravo pela amizade, pelos ensinamentos, pela disponibilidade e dedicação demonstrada ao longo de todo este trabalho.

Aos professores da PUC-RS, em especial ao professor Carlos Eduardo (Cadu) pelas sugestões, compreensão e empenho em auxiliar.

Aos meus professores, fundamentais para conclusão desta etapa. Desde a graduação na Unisinos até o mestrado no PPGE da PUC-RS.

Aos meus amigos, pela compreensão nos momentos em que estive ausente.

Aos meus colegas do mestrado pela convivência, em especial à Marívia pela colaboração nesta dissertação.

Á CAPES pelo auxílio financeiro para viabilização deste objetivo.

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RESUMO

Esta dissertação analisa o crescimento dos municípios brasileiros entre 2000 e 2010 com ênfase na participação do comércio internacional neste processo. O modelo de convergência neoclássico aumentado serve de base para a inserção do comércio internacional. A presença do comércio internacional na equação de crescimento é motivada pelas ideias de Thirlwall (1979) que considera restrição no balanço de pagamentos importante aspecto nesse processo. São utilizadas quatro proxies de comércio internacional: Exportação, Importação, Abertura Comercial e Balança Comercial dos municípios. Além disso, também é incluída na dissertação, a investigação sobre o efeito da intensidade tecnológica do comércio externo municipal, divido entre alta e baixa tecnologia. A inclusão do comércio internacional ao modelo de convergência neoclássico para uma análise regional dos municípios brasileiros é uma contribuição do presente estudo. Análise do crescimento econômico e comércio externo em nível regional para o Brasil ainda não havia sido o foco de uma pesquisa. O método utiliza a estimação por efeitos fixos para dados em painel e testes de robustez utilizando GMM para controlar endogeneidade. Os resultados demostram efeito positivo das variáveis de comércio internacional sobre o crescimento econômico para os municípios brasileiros.

Palavras-Chave: Comércio internacional; convergência; crescimento

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ABSTRACT

This dissertation analyzes the growth of Brazilian cities between 2000 and 2010 with an emphasis on the participation of international trade in this process. The increased convergence neoclassical model provides the basis for the insertion of international trade. The presence of international trade in the growth equation is motivated by Thirlwall (1979) ideas, which considers that the balance of payments constraint an important aspect in this process. Four international trade proxies are used: Export, Import, Trade Liberalization and Trade Balance of the municipalities. In addition, it is also included as exogenous variable the technological intensity of the municipal foreign trade, divided between high and low technology. The inclusion of international trade to the neoclassical convergence model for a regional analysis of Brazilian municipalities is a contribution of this study. Analysis of economic growth and foreign trade at the regional level to Brazil had not yet been the focus of a research. The method uses the estimation of fixed effects panel data and robustness tests using GMM to control endogeneity. The results demonstrate positive effect of international trade variables on economic growth for the municipalities.

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LISTA DE FIGURAS

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LISTA DE TABELAS

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LISTA DE QUADROS

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LISTA DE SIGLAS

GMM – Método de Momentos Generalizados

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Base de Dados) MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior NCM – Nomenclatura Comum do Mercosul

PME – Pequenas e Médias Empresas

RAIS – Relação Anual de Informações Sociais SECEX - Secretária de Comércio Exterior

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 13

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 18

2.1 Modelos de Crescimento e Convergência ... 18

2.2 Convergência e Crescimento: O caso do Brasil ... 21

2.3 Comércio internacional e Crescimento... 23

3. ASPECTOS METODOLÓGICOS ... 29

3.1 Modelo de Crescimento Econômico com comércio internacional ... 29

3.2 Base de Dados ... 30

4. ANÁLISE DESCRITIVA DOS DADOS ... 37

4.1 Heterogeneidade da Renda per capita dos estados ... 37

4.2 Anos de Estudo – Capital Humano ... 39

4.3 Indicadores de Comércio Internacional ... 41

5. MODELO EMPÍRICO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 45

5.1 Modelo Empírico ... 45

5.2 Método de Estimação ... 46

5.3 Análise dos Resultados ... 47

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 58

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 61

ANEXOS ... 67

ANEXO I - Dedução do modelo de convergência ... 67

ANEXO II - Estimação dos resultados através do Método GMM ... 71

ANEXO III - Resultados estimados para os estados brasileiros ... 78

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O crescimento econômico das nações sempre despertou o interesse dos economistas. Diversos estudos se dedicaram em compreender os motivos que levam ao crescimento e as disparidades entre diferentes países e regiões. Diante de diversas teorias desenvolvidas nas últimas décadas, o modelo neoclássico de crescimento elaborado em 1956 por Robert Solow se destaca. Este modelo aponta que há uma tendência ao equilíbrio entre as economias, já que a presença de rendimentos decrescentes leva à convergência da renda per capita.

A partir do artigo seminal de Solow (1956), muitos estudos foram desenvolvidos seguindo sua teoria. A aplicação empírica do trabalho de Solow trouxe consigo críticas e consequentemente melhorias ao modelo. Barro (1991), Barro e Sala-i-Martin (1992) e Sala-i-Martin (1996) incluem variáveis condicionantes com características de retornos crescentes ao modelo neoclássico. Mankiw, Romer e Weil (1992) formalizam o modelo neoclássico com a inclusão de capital humano. Os trabalhos envolvendo crescimento econômico derivados de Solow buscam de maneira geral comprovar através de análise empírica a hipótese de convergência.

Com relação às pesquisas direcionadas para o Brasil, existem vários trabalhos que empregam o modelo neoclássico de crescimento para verificar a suposição de convergência. Ferreira e Ellery (1996) e Santos e Carvalho (2007) analisam a evidência de convergência condicional da renda per capita para os estados brasileiros. Cravo e Soukiazis (2006) e Vergolino et al. (2004) abordam a importância do capital humano como fator de convergência. Com foco regional, Coelho e Figueiredo (2007) analisam o tipo de convergência para os municípios brasileiros. A adição de novas variáveis ao modelo de crescimento econômico por ser vista no trabalho por Cravo et al. (2012), que avaliam a relação entre Micro e Pequenas Empresas e o crescimento econômico.

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produtividade através da influência via externalidades geradas pelas exportações e traz vantagens competitivas para a economia (Araujo e Soares, 2011).

O referencial econômico assume que o comércio internacional pode ser importante para um país atingir um maior crescimento econômico. Entretanto, a dificuldade em analisar esta variável e a possibilidade de endogeneidade na relação sempre resultou em opiniões contraditórias diante da difícil precisão sobre o seu real efeito no crescimento econômico, conforme apontam Rodríguez e Rodrik (2001). Com isso, a análise desta variável necessita a sustentação de um forte embasamento teórico e também de um modelo econométrico adequado.

A importância da dinâmica externa para o crescimento econômico é defendida por Thirlwall (1979). Segundo o autor, a taxa de crescimento de determinada economia é limitada pela sua taxa de crescimento potencial. A taxa de crescimento potencial é definida através da taxa de crescimento do PIB mundial, multiplicado pela elasticidade-renda das exportações e dividido pela elasticidade-renda da demanda por importações. Esta equação determina a existência de uma restrição no balanço de pagamentos que limita o

crescimento econômico. Este conceito ficou conhecido como “Lei de Thirlwall”.

Desequilíbrios no balanço de pagamentos são prejudiciais à economia como um todo, seja regional ou global. A inconsistência no balanço de pagamentos abre espaço para aumento na volatilidade e fluxos de capitais especulativos, gerando instabilidade no câmbio, que leva os países à necessidade da utilização de suas reservas para compensar este desequilíbrio. Diversos estudos comprovam esta relação e a robustez da “Lei de Thirlwall”

segundo aponta Thirlwall (2011).

O equilíbrio do balanço de pagamentos também pode ser relevante sob uma perspectiva regional. Conforme observa Thirlwall (1980), o que é valido para países, também é para regiões. A restrição no balanço de pagamentos pode ter impacto sobre o crescimento e a taxa de desemprego de uma região, ou seja, com o mesmo reflexo que a lei de Thirlwall tem sobre os países.

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(2006) e Guan e Hong (2012) analisam o papel das exportações e importações numa perspectiva regional. A interação entre capital humano, comércio internacional e crescimento é abordada por Chuang (2000) e Fraga e Bacha (2012). O estudo de Soukiazis e Antunes (2011) é a principal referência para esta dissertação, nele os autores trabalham com a relação entre comércio externo, capital humano e crescimento, numa análise regional.

Já para o caso brasileiro, a literatura envolvendo crescimento econômico e comércio internacional foi pouco explorada. Apesar da existência de trabalhos envolvendo modelos de export-led-growth para o Brasil, como de Araujo e Soares (2011), não foi encontrado na literatura estudos que englobassem o modelo de convergência com inclusão de capital humano e comércio internacional para o nível regional da forma como proposto nesta dissertação.

Este trabalho, portanto, busca analisar a importância do comércio internacional como fator determinante para o crescimento dos municípios brasileiros. O estudo visa observar as disparidades entre crescimento econômico e comércio externo para os municípios e responder a seguinte questão: Qual a importância do comércio internacional para o crescimento econômico dos municípios brasileiros?

Os dados de comércio externo do Banco Mundial (2013) demostram que

o Brasil ainda é um país bastante “fechado”. Num ranking com dados disponíveis para 184 países e blocos econômicos, o Brasil ocupa a 183º posição com abertura comercial1 de 27%. O fato de o país possuir uma grande

extensão geográfica e populacional tem impacto sobre essa participação externa, todavia, é possível traçar uma comparação com os demais BRICS. A África do Sul ocupa a 119ª posição com abertura de 65%; a Índia está na 157ª colocação com 53%; a Rússia é a 161ª colocada com 50%; a China também apresenta abertura de 50% e está na 164ª posição. Todos bem acima do Brasil.

Para avaliar a participação do comércio externo no crescimento são utilizadas as exportações e importações municipais. O nível de intensidade tecnológica das variáveis de comércio externo também é incluído no estudo. O

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trabalho busca traçar a relação do viés externo dos municípios e seu crescimento econômico para o período entre 2000 e 2010.

O modelo empírico empregado nesta dissertação sustenta-se no modelo neoclássico de Solow (1956) adaptado por Mankiw et al. (1992) e suas extensões do tipo de Barro/Sala-i-Martin para a análise da convergência com a inclusão de aspectos de crescimento endógeno. Através dos dados municipais de PIB per capita, exportações, importações, capital humano, taxa de crescimento populacional, este trabalho busca observar o crescimento econômico regional no modelo de convergência condicional. A escassez de estudos para o caso brasileiro e o surgimento de novos artigos deste perfil no âmbito global, tanto para a Europa como para os países asiáticos (Cândido e Lima, 2010; Soukiazis e Antunes, 2011; Yao, 2006), instigam a utilização do modelo de convergência para o Brasil.

A análise empírica para o crescimento e comercio internacional pode demonstrar diferenças comerciais e a consequência para o crescimento econômico dos municípios brasileiros. Este estudo pode servir para adoção de políticas públicas que estimulem a vocação externa nas regiões. Municípios com maior grau de comércio com o exterior podem servir de exemplo para desenvolvimento de outras regiões.

Esta dissertação divide-se em seis capítulos. Na sequência desta introdução, a sessão seguinte apresenta o referencial bibliográfico que serve de sustentação ao trabalho.

O segundo capítulo se decompõe em três sessões. Na primeira, realiza-se uma abordagem dos principais modelos de crescimento. O ponto de partida é o modelo neoclássico, são discutidos rapidamente os modelos endógenos, e em seguida o modelo neoclássico com adição de capital humano. A sessão se preocupa também em tratar os conceitos de convergência. Nesta parte são apresentados alguns resultados empíricos para convergência.

O referencial bibliográfico envolvendo crescimento e convergência para o caso brasileiro é discutido na segunda parte do capítulo dois. São analisados os trabalhos envolvendo convergência para estados, municípios e regiões brasileiras, assim como os resultados encontrados pelos autores.

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crescimento e comércio externo, também é incluído a bibliografia que trata da importância do capital humano nesta relação.

No terceiro capítulo são discutidos os aspectos metodológicos. Neste capítulo se discute o modelo de crescimento neoclássico com inclusão de capital humano. A origem da base de dados e os procedimentos adotados para construção das variáveis empregadas na equação também são abordadas.

O capítulo quatro traz a análise descritiva dos dados de renda per capita, capital humano e abertura comercial para os estados brasileiros. São apresentadas as características das variáveis antes da estimação do modelo empírico.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Modelos de Crescimento e Convergência

A referência para modelos de crescimento neoclássico é o artigo de Robert Solow (1956). No modelo neoclássico de Solow, os fatores de produção (capital e trabalho) apresentam rendimento decrescente, a função de produção tem rendimento constante e o nível de tecnologia é exógeno. No longo prazo, a taxa de crescimento iguala a taxa de depreciação do estoque de capital e do crescimento demográfico. Neste modelo, é o progresso tecnológico que altera a função de produção. Desta maneira, como os rendimentos são decrescentes nos fatores, a economia de determinado país ou região tende a um estado estacionário. Esta teoria leva a suposição de que os países tem tendência à convergência da renda per capita.

Os modelos de crescimento neoclássicos, posteriores ao modelo de Solow, buscam tanto evidências empíricas como novas respostas. A investigação de Romer (1986) surge da crítica ao modelo de Solow. Segundo o autor, a aplicação empírica do modelo de Solow não reflete o comportamento da economia dos países. A relação preexistente entre rendimento decrescente dos fatores e taxa crescimento é rejeitada. Romer assume o progresso tecnológico como endógeno ao modelo e retornos crescentes de escala para função de produção. A importante contribuição do autor é a inclusão do conhecimento como um insumo e a geração de spillovers.

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Barro (1991) retoma o modelo neoclássico de convergência e investiga, através de uma análise empírica para 98 países, a hipótese da taxa de crescimento do produto ser inversamente proporcional ao nível de renda per capita inicial. Ao rever o modelo neoclássico, Barro assume novamente retornos decrescentes para os fatores de produção. Assim como Romer (1986), Barro também encontra resultados pouco consistentes. Entretanto, o autor utiliza a taxa de matrícula escolar como proxy para o nível de capital humano e encontra resultados consistentes. Através da inclusão de capital humano ao modelo neoclássico, Barro reafirma a existência de convergência para a renda per capita dos países.

Barro e Sala-i-Martin (1992) analisam a convergência para 48 estados norte-americanos através do modelo neoclássico. A partir do pressuposto que os estados possuem características semelhantes com relação às preferencias e tecnologia, a evidência empírica confirma a presença de convergência condicional para o crescimento do produto per capita nestes estados.

Mankiw et al. (1992) ampliam o modelo neoclássico de Solow incluindo capital humano e analisam os dados de vários países para o período entre 1960 e 1985. Os dados utilizados incluem: renda real, consumo privado, consumo do governo, investimento e população. Como proxy para capital humano foi utilizado uma variável de educação (fração da população matriculada no secundário entre 12 e 17 anos multiplicado pela fração de trabalhos em idade escolar). Os autores conseguem provar que a taxa de crescimento populacional e de poupança afetam a renda na mesma direção apresentada por Solow em seu trabalho teórico. A inclusão de uma proxy para acumulação de capital humano possibilita resultados mais consistente.

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A hipótese de convergência da renda per capital, introduzida por Solow (1956) sofreu mudanças ao longo do tempo. A validade desta proposição passou a ser definida através de novos conceitos conforme o desenvolvimento da teoria de crescimento neoclássico. A convergência proposta por Solow passou a ser conhecida como Convergência Absoluta. A teoria apresenta ainda outros dois tipos: convergência condicional e clubes de convergência. Galor (1996) define os três tipos de convergência:

i. Convergência-β absoluta: a renda per capita das economias

converge para um único steady-state, independente da sua condição inicial.

ii. Convergência-β condicional: a renda per capita de cada economia

converge para um steady-state, de acordo com as suas características estruturais. Permite a possibilidade de mais de um estado estacionário. Economias com a mesma estrutura convergem ao mesmo steady-state, independente da sua condição inicial. iii. Clubes de Convergência: a renda per capita de cada economia

converge para um steady-state, de acordo com as suas características estruturais e também quando as condições iniciais forem semelhantes.

Há ainda uma alternativa aos conceitos de Convergência-β, a

Convergência-σ. Este tipo de convergência, definido por Barro e Sala-i-Martin (1995) se refere à dispersão da renda per capita. A economia apresenta Convergência-σ se existir redução na dispersão da renda per capita das

economias ao longo do tempo.

Frente às contribuições tanto da teoria neoclássica como de crescimento endógeno, o trabalho de Temple (1999) fornece uma síntese sobre a literatura do crescimento econômico. O autor expõe como ocorre a incorporação de aspectos do modelo endógeno à análise de crescimento econômico neoclássico.

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de mensuração. Já relacionado ao método, são apontadas as diferenças entre estimação por dados em painel e série de dados e as qualidades e ineficiências de cada um. O autor afirma que os dados em painel apresentam resultados melhores se comparado aos demais, pois conseguem manter as características dos países. O autor ainda dedica uma sessão para analisar diversas variáveis que são utilizadas em modelos de crescimento. Além de tratar da importância do capital humano, o autor também aborda as possibilidades de utilizar o comércio externo como variável exógena.

2.2 Convergência e Crescimento: O caso do Brasil

A bibliografia para o Brasil sobre crescimento e convergência apresenta uma série de estudos. Uma ampla gama desta literatura envolve a análise de convergência de renda para os estados brasileiros e municípios. Apesar de algumas diferenças na metodologia, a ampla maioria dos trabalhos encontra evidências a favor da hipótese de convergência condicional no Brasil, principalmente quando foi utilizado o capital humano para controlar diferenças nas características regionais. Uma segunda via, enfatiza os aspectos de convergência e crescimento de renda para determinadas regiões. Uma terceira corrente, mais próxima do caminho seguido neste trabalho, adiciona novas variáveis ao modelo de crescimento e verifica seu impacto no crescimento. Nesta linha, encontram-se os trabalhos que incluem variável para capital humano e também autores que analisam crescimento econômico com ênfase no aspecto geográfico.

Ferreira e Ellery (1996) analisam a presença de convergência na renda per capita para os estados brasileiros entre 1970 e 1990 através dos testes de convergência-β e convergência-σ. O modelo empregado pelos autores segue o utilizado por Barro e Sala-i-Martin (1992) para os estados norte-americanos, apesar de verificar a presença de convergência, a velocidade desta foi inferior à registrada para os estados dos EUA e regiões da Europa.

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brasileiros entre 1980 e 2002. Os resultados encontrados pelos autores sugerem a presença de convergência de renda per capita nos estados brasileiros para o período analisado. Ambos os testes apresentarem resultados favoráveis para hipótese de convergência.

Coelho e Figueiredo (2007) analisam a convergência de renda para os municípios brasileiros entre 1970 e 2000. Seu objetivo é identificar qual o perfil de convergência dos municípios brasileiros, isto é, se há convergência absoluta, convergência condicional ou clubes de convergência. Os autores encontram a evidência empírica de que a convergência em clubes é a que se sobressai, com destaque para a diferença entre os municípios do norte e nordeste (baixa renda) e do sul e sudeste (alta renda). As variáveis adicionais que mostram maior relevância ao resultado foram estoque de capital físico, características demográficas e estoque de capital humano.

Já Vergolino et al. (2004) verificam a hipótese de convergência da renda per capita para as regiões brasileiras entre 1970 e 1996 através da metodologia de Barro e Sala-i-Martin. O elevado grau de heterogeneidade entre as regiões afeta a dinâmica de crescimento. Nesta perspectiva, foram encontrados dois clubes de convergência condicional: um norte e sul e outro com as demais regionais. Entretanto, a utilização de dummies regionais e a inclusão de variável para capital humano fez com que os resultados se tornassem mais robustos e reduzisse o impacto das diferenças regionais, reagindo de acordo com o referencial teórico sobre convergência.

Em uma linha semelhante à de Vergolino et al. (2004), Cravo e Soukiazis (2006) examinam a importância do capital humano como fator de convergência para os estados brasileiros entre 1980 e 2000 através de análise em painel. As proxies de capital humano utilizadas foram taxa de analfabetismo, taxa de matrícula na escola secundária, número de anos de escolaridade e número de artigos publicados em periódicos internacionais. Estas variáveis conseguem captar diferenças no processo de convergência dos estados e consequentemente reduzir as diversidades estruturais no processo de crescimento. O resultado final mostra que a inclusão do capital humano confirma a hipótese de convergência condicional para os estados brasileiros.

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que considera interdependência entre regiões. Segundo os autores, as diferenças entre cada região num país como o Brasil pode apresentar resultados com menor robustez. Para tal abordagem, utilizam o conceito de Áreas Mínimas Comparáveis (AMC) entre 1980 e 2007. A inclusão do capital humano deixa os resultados mais robustos e controla as diferenças estruturais existentes entre os estados brasileiros.

Penna e Linhares (2013) focam na heterogeneidade do processo tecnológico para analisar a convergência de renda nos estados brasileiros através de dados em painel entre 1970 e 2006. Este trabalho vai de encontro ao modelo de Barro e Sala-i-Martin (1992), pois assume progresso tecnológico como homogêneo gerando estimações inconsistentes e viesadas. Os autores analisam as distintas participações do progresso tecnológico no crescimento. Os resultados encontrados mostram divergência entre os testes de convergência-β e convergência-σ. Os autores chamam atenção para presença de dois clubes de convergência: centro-sul e norte-nordeste.

Em seu trabalho, Cravo et al. (2010) analisam a importância das Pequenas e Médias Empresas (PMEs) para o crescimento econômico através do modelo neoclássico de Solow adaptado com a inclusão de novas variáveis. A série compõe os dados para os estados brasileiros para o período entre 1985 e 2004, com média de 3 anos. Esta ampliação do modelo possibilita a análise da influência de outras áreas da economia sobre o crescimento econômico. Os resultados encontrados pelos autores indicam que PMEs são negativamente correlacionadas com o crescimento econômico. O resultado negativo é reflexo do baixo nível de capital humano destas empresas.

2.3 Comércio internacional e Crescimento

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Brasil2, a relação ente comércio internacional e crescimento econômico sobre

uma perspectiva regional ainda é pouco explorada, diferentemente da literatura internacional, aonde diversos trabalhos examinam o comportamento correlato desta variável com o crescimento.

Comércio internacional e crescimento para países em desenvolvimento é a abordagem de Greenaway et al. (2002). Os autores avaliam a importância da política comercial de liberalização através de três indicadores diferentes, relacionados à alteração nas tarifas comerciais impostas pelos países e o crescimento gerado. Os resultados encontrados sugerem que a liberalização comercial tem impacto favorável sobre o crescimento econômico dos países, entretanto, ressaltam que este movimento deve ter acompanhamento de outras políticas para que obtenham maior êxito. Os autores concluem que países com maior orientação à atividade externa obtêm ganhos e apresentam maior crescimento.

Em paralelo aos trabalhos sobre abertura comercial e redução nas barreiras, inúmeras pesquisas focam na relação entre crescimento e comércio internacional. Balassa (1978) utiliza a relação entre exportações e crescimento para demonstrar as vantagens na comparação com políticas de substituição de importações e encontra resultados robustos. Além da evidência da importância do comércio, o autor compara os resultados dos países analisados, o que fortalece a sua hipótese.

Guan e Hong (2012) utilizam dados entre 1960 e 2010 para os Estados Unidos para analisar a relação de causalidade entre comércio externo e crescimento econômico. Os autores encontram uma relação bidirecional entre exportações e PIB e ausência de relação entre importações e o PIB. Os autores concluem que a política americana pode promover o crescimento através das exportações, mas não há o mesmo efeito ao restringir as importações.

Cândido e Lima (2010) analisam crescimento econômico e comércio internacional para determinados países asiáticos (Coreia do Sul, Filipinas, Malásia, Indonésia, Taiwan, China, Hong Kong e Índia) entre 1995 e 2005. O principal objetivo é observar a relação comércio externo versus crescimento,

2

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retirando a influência de demais fatores sobre a análise. Para conseguir alcançar seu alvo, os autores utilizam a análise de dados em painel. O painel permite que as características individuais de cada país sejam mantidas e a utilização de variáveis instrumentais permite controlar os problemas de endogeneidade. Os autores chamam a atenção para a não trivialidade desta relação e reforçam o argumento de que se esta relação não for acompanhada por uma forte base teórica e empírica, pode perder sua validade. Os resultados encontrados demonstram que o comércio externo apresenta influência positiva e significativa no crescimento.

Observar a relação entre comércio externo e crescimento se torna uma tarefa bastante delicada. Muitos estudos não consideram esta variável como um fator que consiga explicar o crescimento de forma clara e precisa, já que comércio externo pode causar o crescimento, mas o contrário também pode ser verdadeiro. Contudo, um caminho que apresenta robustez na relação entre crescimento e comércio externo é via restrição no balanço de pagamentos, baseado no trabalho seminal de Thirlwall (1979). Os autores desta corrente argumentam que além de um déficit externo no fluxo de capitais, problemas no balanço de pagamentos podem gerar grandes desequilíbrios e trazer obstáculos ao crescimento econômico (Jayme Jr, 2001).

O caminho então para análise do efeito do comércio externo sobre o crescimento econômico encontra embasamento no trabalho de Thirlwall (1979). Segundo o autor, a taxa de crescimento econômico apresenta uma restrição pela taxa de crescimento potencial. Desta forma, o crescimento econômico é limitado pela seguinte equação: multiplicação da taxa de crescimento do PIB mundial pela elasticidade-renda das exportações divido pela elasticidade-renda

das importações. Esta definição ficou amplamente conhecida como “Lei de Thirlwall”.

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No contexto dos trabalhos de convergência, a evidência empírica tem demonstrado que um bom modelo passa pela adoção de variáveis de capital humano consistes. O papel do comércio externo sofre influencia desta variável. O capital humano aparece como um dos fatores determinantes para explicar a diferencia entre taxas de crescimento seja entre países ou regiões (Barro, 1991; Mankiw, Romer e Weil, 1992; Temple, 1999).

Diferente da sua associação com crescimento econômico, o elo entre comércio externo e capital humano possui maior comprovação e aceitação na teoria econômica. Fraga e Bacha (2012) analisam o impacto do capital humano sobre a evolução das exportações dos estados brasileiros entre 1995 e 2006. Entre as principais contribuições dos autores está a confirmação da relação significativa entre as duas variáveis em questão. A intensidade das exportações também pode ser verificada pelas diferentes características de cada estado brasileiro.

Sustentado na teoria de crescimento endógeno, Chuang (2000) analisa a relação comportamental entre comércio externo, capital humano e crescimento para Taiwan entre 1952 e 1995. Os resultados demonstram que existe uma relação positiva e de longo prazo entre exportações, capital humano e crescimento econômico. Mas, apesar de não encontrar efeitos diretos entre crescimento e exportações, há um canal que une as duas: o capital humano. As exportações e competição internacional geram uma melhora na mão-de-obra e consequentemente afeta o crescimento econômico.

Com foco na perspectiva do comércio externo e crescimento regional, Yao (2006) busca compreender a importância do comercio para o crescimento econômico da China. Além de observar o comportamento das exportações chinesas, o autor analisa também o movimento do Investimento Estrangeiro Direto (IED). O estudo envolve 28 províncias chinesas entre 1978 e 2000 e utiliza dados em painel para evitar a ocorrência de regressões espúrias. Para resolver problemas de endogeneidade, o autor estimou uma equação para cada IED e exportações, além da regressão para crescimento. O autor emprega o estimador GMM com resultados significativos, favoráveis à hipótese da relação positiva das exportações e do IED para o crescimento chinês.

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do crescimento das regiões, estudos com foco no papel do comércio internacional estão presentes em menor número.

Um motivo pode estar baseado no fato de que, diferente dos países, as regiões podem incorrer em déficits comerciais sem grandes impactos para a sua economia. Como o balanço de pagamentos é um conjunto de entradas e saídas do país, gerido pela união, um déficit comercial regional vai refletir apenas na esfera nacional, conforme aponta Ramos (2007).

Contudo, Thirlwall (1980) discorda da linha de estudos que reduz a importância do comércio externo para as regiões. Segundo o autor, o desemprego e o crescimento regional tem forte relação com o desequilíbrio no balanço de pagamentos da região. As regiões apresentam um amplo mercado comercial, livre mobilidade de fatores e a interdependência com outras áreas em termos de insumos é maio. Desta forma, déficits comerciais regionais refletem a falta de competitividade da região, o qual pode restringir o crescimento e pressionar a elevação do desemprego.

De acordo com Antunes (2010), o estudo do comércio externo também pode ser importante no aspecto regional, pois os desequilíbrios comerciais são cobertos pelos governamentais federais, o que não é sustentável no longo prazo. Estas transferências se mostram ineficientes com relação à alocação dos recursos. Ou seja, a competitividade comercial regional é um fator de extrema importância para toda a economia.

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as variáveis para comércio externo contribuem para o crescimento econômico regional.

(31)

3. ASPECTOS METODOLÓGICOS

3.1 Modelo de Crescimento Econômico com comércio internacional

O modelo empregado para análise do crescimento econômico no Brasil caminha na mesma linha utilizada por Soukiazis e Antunes (2011), discutido na sessão anterior deste trabalho. O diferencial do modelo atual, na comparação com outros estudos realizados para o país, consiste na adição de uma variável para comércio externo.

Mesmo diante da existência de diversas análises relacionadas ao modelo de convergência para o caso brasileiro, a inclusão do comércio externo permite que seja traçada mais uma perspectiva para esta questão. Além do enfoque tradicional sobre as exportações e importações, este trabalho também utiliza uma agregação por nível de intensidade tecnológica. Este procedimento busca captar a influência do nível de tecnologia dos produtos da balança comercial sobre o crescimento econômico.

Com base no referencial bibliográfico abordado no capítulo anterior, a equação de convergência empregada nesta dissertação possibilita a inclusão de variáveis com características de rendimentos crescentes. Além da utilização de uma proxy para capital humano, uma proxy para comércio externo também está presente na equação. O modelo final escolhido segue Mankiw et al. (1992) e adaptação proposta por Soukiazis e Antunes (2011), o qual é definido através da equação3 (3.1):

� − � = � + � � − � −

× ln( �,�+ � + ) + � − ln( �,�) + � −

× ln(ℎ�,�) + � −� ( �,�) + �,� (3.1)

3

(32)

Aonde, é a renda per capita, é taxa de crescimento populacional anual, é o crescimento da tecnologia, é a taxa de depreciação, é a taxa de poupança (investimento), é o capital humano e o comércio externo. Já , e são as elasticidades de, respectivamente, capital físico, capital humano e comércio externo. Sendo que � = − −� , com a velocidade de convergência. é uma constante (assumindo progresso técnico para todas economias) e é não apenas o nível de tecnologia, mas também a dotação de recursos. O termo são os efeitos específicos da economia que não variam no tempo. Por último, �� é o termo do erro que varia com relação à região e ao tempo. Desta forma, o interesse principal desta análise é a mensuração do impacto da inclusão da variável (comércio internacional) ao modelo (Soukiazis e Antunes, 2011).

3.2 Base de Dados

Este trabalho analisa o crescimento econômico através dos 5565 municípios brasileiros para o período entre 2000 e 2010. A disponibilidade dos dados trouxe restrições ao período escolhido. O objetivo foi selecionar os dados mais recentes, disponíveis a partir dos anos 2000. A amostra selecionada contém os dados para renda per capita, taxa de crescimento populacional, capital humano e comércio internacional, além de dummies regionais e dummy para royalties de petróleo.

Os municípios brasileiros foram selecionados como centro deste estudo para que fosse possível avaliar a importância do comércio internacional no âmbito regional analisar a influência de no crescimento. É válido salientar a vantagem da utilização de dados municipais, pois geram um número maior de observações e consequentemente regressões mais robustas.

(33)

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para chegar ao PIB per capita, dividiu-se o PIB a preços constantes pela população de cada município. Os dados populacionais também foram retirados do IBGE4. Por fim, extraiu-se a

taxa de crescimento anual do PIB per capita municipal.

A taxa de crescimento populacional anual foi obtida através da base de dados populacional do IBGE, já utilizada para a mensuração do PIB per capita. Conforme sugere a literatura sobre o tema, foi somado à taxa de crescimento populacional o valor de 0,05 que representa a taxa de crescimento da tecnologia e de depreciação5.

A construção da variável de capital humano realizou-se através dos dados municipais de escolaridade do banco da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). Apesar da disponibilidade de dados da base do IBGE, optou-se por utilizar a base de dados da RAIS, pois possui disponibilidade de dados anuais, reduzindo o uso de valores projetados. Com o objetivo de obter a média de anos de escolaridade de cada município, os dados foram adaptados. O quadro 1 foi utilizado para geração dos dados, aonde o número de indivíduos com cada escolaridade é multiplicado pela escolaridade correspondente ao respectivo ano da coluna “Anos Adicionado à Escolaridade”. Estes valores foram somados e divididos pelo número total de indivíduos da base para município. Obteve-se assim a média de anos de escolaridade de cada município para indivíduos do mercado de trabalho formal.

4

Os dados de 2000 e 2010 são originados do CENSO demográfico, de 2007 são provenientes da contagem de população e para os demais anos foi utilizada a projeção do IBGE.

5

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Quadro 1 – Classificação de Escolaridade de Acordo com a RAIS

Escolaridade RAIS

Anos Adicionados à Escolaridade

Analfabeto 0

4ª Série Incompleto 1

4ª Série Completo 4

8ª Série Incompleto 5

8ª Série Completo 8

2º Grau Incompleto 9

2º Grau Completo 11

Superior Incompleto 12

Superior Completo 15

Fonte: Cravo, Becker e Gourlay (2012).

As variáveis de comércio internacional, principal objeto de estudo deste trabalho, têm origem nos dados de exportação e importação dos municípios brasileiros em dólares (US$), disponibilizados pela Secretária de Comércio Exterior (SECEX), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Os valores foram transformados em reais (R$) de acordo com o câmbio médio anual, disponível no Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEADATA). Os dados de exportação e importação foram utilizados para elaboração das proxies de comércio externo, .

Para análise do impacto do comércio externo sobre o crescimento econômico foram construídas diversas proxies. Optou-se por mais de uma proxy para que fosse possível captar esta relação em diferentes aspectos. As variáveis têm origem nos dos dados da exportação e importação da SECEX.

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pelo PIB, Bal-com-mun/PIB, obtida pelas exportações subtraída das importações e divido pelo PIB corrente de cada ano. Estas quatro variáveis são denominadas proxies de comércio externo.

Um segundo grupo de proxies relacionadas ao comércio internacional foi construído: proxies de intensidade tecnológica das exportações e importações municipais. A elaboração destas variáveis ocorreu através de uma série de procedimentos desenvolvidos para que fosse possível transformar os dados de comércio externo oriundos da SECEX em uma classificação por nível de intensidade tecnológica por município.

O passo inicial foi buscar as exportações e importações municipais da SECEX, porém, diferente do grupo de proxies de comércio externo, desta vez, além do detalhamento por município, também foi feito um segundo, por grupo de produto através da Nomenclatura Comum do Mercosul6 (NCM) com nível de agregação SH 4 dígitos. A figura 1 demonstra os níveis de agregação do NCM.

Figura 1 - Sistemática de classificação dos códigos na Nomenclatura Comum do MERCOSUL.

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Como o objetivo deste segundo grupo de proxies é classificar as exportações por nível de intensidade tecnológica e a partir daí, mensurar a eficiência através da segregação dos produtos exportados, optou-se por seguir a taxonomia de PAVITT (1984). A classificação dos produtos por intensidade

6

A Nomenclatura Comum do Mercosul é um sistema de classificação de oito dígitos das mercadorias adotada pelo bloco, que baseia-se no Sistema Harmonizado (SH). Os seis primeiros dígitos do NCM são originados pelo SH, enquanto os dois dígitos finais são uma classificação própria do Mercosul.

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tecnológica sugerida por Pavitt baseia-se numa agregação por setor produtivo, no qual as características das firmas definem a sua classificação tecnológica.

A classificação setorial de Pavitt foi descrita por Xavier et al. (2008) através da divisão dos setores em: a) produtos primários; b) indústria intensiva em recursos naturais, indústria intensiva em outros recursos agrícolas, indústria intensiva em recursos minerais e indústria intensiva em recursos energéticos; c) indústria intensiva em trabalho; d) indústria intensiva em escala; e) fornecedores especializados; f) indústria intensiva em Pesquisa & Desenvolvimento.

A compatibilização dos dados de exportação e importação da SECEX com a classificação setorial de Pavitt foi possível através de um tradutor7. Para se chegar à classificação de Pavitt, antes foi necessário transformar os dados classificados por NCM com agregação de SH a quatro dígitos para sua correspondência na classificação SITC 8 (Standart International Trade Classification) revisão 2 com cinco dígitos. De posse dos dados classificados através do SITC, os dados foram classificados novamente de acordo com a taxonomia de Pavitt através da ordenação definida no quadro 2.

Quadro 2 – Classificação Pavitt para Intensidade Tecnológica

CLASSIFICAÇÃO SUGERIDA SETORES CORRESPONDENTES

CTP1 - Produtos primários Agrícolas, minerais e energéticos;

CTP2 - Indústria intensiva em recursos naturais

Indústria agroalimentar, indústria intensiva em outros recursos agrícolas, indústria intensiva em recursos minerais e indústria intensiva em recursos energéticos;

CTP3 - Indústria intensiva em trabalho ou tradicional

Bens industriais de consumo não duráveis tradicionais: têxteis, confecções, couro e calçado, cerâmico, produtos básicos de metais, dentre outros;

CTP4 - Indústria intensiva em escala

Indústria automobilística, indústria siderúrgica e bens eletrônicos de consumo;

CTP5 - Fornecedores especializados

Bens de capital sob encomenda e equipamentos de engenharia;

7

Tradutor desenvolvido por Xavier et al. (2008), baseado no tradutor elaborado por Laplane et al. (2001).

8

(37)

CTP6 - Indústria intensiva em pesquisa e desenvolvimento (P&D)

Setores de química fina (produtos farmacêuticos, dentre outros), componentes eletrônicos, telecomunicação e indústria aeroespacial.

Fonte: Cunha et al. (2011)

A tradução foi realizada tanto para os dados de exportação quanto para importação. Com os dados ordenados por nível de intensidade tecnológica, agrupados por município através do software estatístico SPSS, se conseguiu classificar os dados de comércio internacional por nível de intensidade tecnológica. Contudo, mais um procedimento foi necessário para a incorporação dos dados ao modelo. Com intuito de classificar os dados do menor ao maior grau de intensidade tecnológica foi realiza a segmentação exposta no quadro 3.

Quadro 3 – Segmentação para Classificação por Intensidade Tecnológica.

CLASSIFICAÇÃO SEGMENTADA

Segmentação 1

CTP1 - Produtos primários

CTP2 - Indústria intensiva em recursos naturais

CTP3 - Indústria intensiva em trabalho ou tradicional

Segmentação 2

CTP4 - Indústria intensiva em escala CTP5 - Fornecedores especializados CTP6 - Indústria intensiva em pesquisa e desenvolvimento (P&D)

Fonte: Elaborado pelo autor

(38)

Com o objetivo de controlar o efeito das receitas de petróleo recebidas pelos municípios foi criada mais uma variável. A sua elaboração foi possível através da base de dados do Mestrado em Planejamento Regional e Gestão de Cidades da UCAM-Campos na Universidade Candido Mendes. Com valores de royalties de petróleo recebidos pelos municípios brasileiros foi gerada uma variável dummy, Royalties, indicando o município que receberam royalties de petróleo no período selecionado.

(39)

4. ANÁLISE DESCRITIVA DOS DADOS

Os dados empregados nesta dissertação possuem classificação a nível municipal. Esta condição de agregação dos dados foi utilizada para melhorar a estimação das regressões devido à maior heterogeneidade ao nível estadual. Contudo, este capítulo, da análise descritiva dos dados, vale-se das variáveis a nível estadual. O excesso de dados no nível municipal dificulta este tipo de análise.

A apresentação dos dados em nível estadual ajuda a compreender as características e peculiaridades de cada variável empregada no modelo e também demonstrar de forma ampla o comportamento de cada região brasileira. Desta maneira, esta sessão é fundamental para compreensão da análise empírica e dos resultados, que serão discutidos no capitulo seguinte. O anexo III traz os dados para os principais municípios brasileiros.

4.1 Heterogeneidade da Renda per capita dos estados

A renda per capita no Brasil está retratada na tabela 1 através dos valores deflacionados de 2000 (em R$) para o período entre 2000 e 2010. Neste período a renda per capita brasileira passa de R$ 6.430 para R$ 8.820. Já uma análise detalhada demonstra diferenças significativas, verifica-se grande variabilidade na renta per capita no período selecionado entre os estados brasileiros.

A maior renda per capita em toda a série é do Distrito Federal com R$ 26.098 por habitante em 2010. Este valor reflete o peso do governo federal sobre a renda nacional. O maior estado brasileiro, São Paulo, aparece em segundo lugar com renda acima de R$ 10.000 em todo o período e termina no ano de 2010 com R$ 13.494 por habitante.

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3.513 e R$ 3.784, respectivamente. A renda estadual per capita destes, todos das regiões norte e nordeste, representa aproximadamente ¼ da renda per capita de São Paulo.

Dois estados apresentam comportamento interessante: Tocantins e Roraima. Ambos saem das últimas posições no ranking para assumir uma zona intermediária. O crescimento na renda per capita no período é de 163% para Tocantins a R$ 5.560 e 87% para Roraima a R$ 6.270. Contudo, mesmo com o avanço ainda estão longe das principais economias do país.

Além dos estados do Sudeste, a região Sul também apresenta resultados elevados. As 7 primeiras posições do ranking pertencem a estados deste eixo. Estes números demonstram a disparidade entre as regiões brasileiras e a heterogeneidade da renda no Brasil, fato que se intensifica na análise dos dados municipais que podem ser visualizados no ANEXO III deste trabalho.

Tabela 1 – Renda per capita dos Estados brasileiros

Estado Class. 2000 2000 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2010 Class. 2010

Acre 20º 3.048 3.908 3.852 4.223 4.218 4.180 5.030 5.123 5.161 18º Alagoas 24º 2.471 2.798 2.777 2.922 2.954 3.065 3.353 3.224 3.513 25º Amapá 13º 4.216 5.146 4.540 4.747 4.622 5.072 5.868 5.711 5.516 16º Amazonas 8º 6.663 6.020 5.912 6.525 6.502 7.021 7.464 7.254 7.663 11º Bahia 15º 3.666 3.756 3.672 3.905 4.147 4.108 4.457 4.337 4.912 19º Ceará 22º 2.774 3.101 3.026 3.123 3.186 3.345 3.519 3.681 4.113 23º Distrito Federal 1º 14.224 21.372 20.643 20.938 21.750 22.321 23.290 23.800 26.098 1º Espírito Santo 6º 6.880 6.855 6.879 8.106 8.731 9.044 10.303 10.472 10.432 6º Goiás 12º 4.276 5.876 5.793 5.890 5.666 5.911 6.609 6.666 7.251 12º Maranhão 27º 1.616 2.189 2.271 2.424 2.616 2.747 2.956 3.159 3.074 27º Mato Grosso 11º 5.297 6.581 7.552 9.083 8.422 7.326 8.558 9.280 8.765 8º Mato Grosso do

Sul 10º 5.656 5.814 6.403 6.392 6.025 6.288 7.103 7.344 7.927 10º Minas Gerais 9º 5.888 5.731 5.793 6.307 6.310 6.545 7.165 7.367 8.001 9º Pará 21º 3.007 3.252 3.247 3.507 3.537 3.704 4.010 4.137 4.578 21º Paraíba 23º 2.670 2.938 2.918 2.844 2.956 3.269 3.489 3.554 3.784 24º Paraná 7º 6.847 7.425 7.982 8.161 7.779 7.808 8.991 8.762 9.287 7º Pernambuco 16º 3.655 3.592 3.484 3.572 3.739 3.875 4.199 4.175 4.829 20º Piauí 26º 1.863 2.112 2.173 2.228 2.332 2.500 2.668 2.781 3.156 26º Rio de Janeiro 3º 9.513 9.582 9.134 9.907 10.119 10.503 11.014 11.192 11.358 3º Rio Grande do

(41)

Rio Grande do Sul 4º 8.302 8.348 8.570 8.682 8.380 8.492 9.551 9.513 10.533 5º Rondônia 14º 3.888 4.452 4.813 4.870 5.291 4.980 5.906 6.200 6.737 13º Roraima 17º 3.347 5.407 5.441 4.973 5.120 5.387 6.029 6.131 6.270 14º Santa Catarina 5º 7.844 8.276 8.587 9.055 9.164 9.281 10.206 10.543 10.887 4º São Paulo 2º 9.919 11.006 10.794 10.916 11.328 11.606 12.972 12.660 13.494 2º Sergipe 19º 3.283 4.200 4.174 4.249 4.300 4.488 4.986 5.062 5.164 17º Tocantins 25º 2.117 3.799 4.221 4.429 4.373 4.279 5.105 5.292 5.560 15º Sul 7.664 8.016 8.380 8.633 8.441 8.527 9.583 9.606 10.236 Sudeste 8.050 8.294 8.150 8.809 9.122 9.425 10.363 10.423 10.821 Centro-Oeste 5.076 6.090 6.583 7.122 6.705 6.508 7.423 7.763 7.981 Norte 3.755 4.569 4.575 4.754 4.809 4.946 5.630 5.693 5.926 Nordeste 2.813 3.133 3.097 3.202 3.331 3.489 3.775 3.802 4.122 Brasil 6.430 6.955 6.932 7.224 7.347 7.532 8.278 8.277 8.820

Fonte: IPEADATA (2014) – Elaborado pelo autor.

Apesar da melhora dos estados do Norte e Nordeste, ainda há uma forte discrepância com as regiões do Sul e Sudeste com relação à renda. O passo seguinte deste trabalho, estimação do modelo de crescimento, pretende elucidar de forma mais clara esta relação.

4.2 Anos de Estudo – Capital Humano

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Fica evidente o avanço na média de anos de estudo no período selecionado para todos os estados. Em 2000 a média brasileira era de 6,9 anos de estudo e passa para 9,3 anos em 2010, um avanço de 35,6% no período. O crescimento anual médio foi de aproximadamente 3,1%.

O Distrito Federal apresenta maior nível educacional ao longo de toda a série. Em 2000 a média era de 9,9 anos e passa para 10,9 anos em 2010. Contudo, a capital federal possui características distintas, o que prejudica a sua comparação com relação aos demais estados. Já Alagoas tem o pior resultado, com média de 5,6 anos em 2000. Posição que mantém em 2010 com média 8 anos de estudo por trabalhador formal.

Com exceção de Alagoas, percebe-se uma recuperação na maioria dos estados nordestinos no período analisado, com o maior avanço ao longo da série. Roraima parte de uma média de 6,4 anos em 2000 para 10,2 anos em 2010, crescimento de 59% no período. Comportamento semelhante de outros estados da região. A inclusão da população ao mercado de trabalho nestas regiões ao longo do período ajuda a explicar este comportamento, diferente de economias mais desenvolvidas como Sul e Sudeste.

Os estados do Sul apresentam em toda série dados elevados para capital humano. Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná possuem resultados semelhantes. Saindo de uma média próxima de 7 anos para acima de 9 anos de escolaridade. Os estados do Centro-Oeste deixam a desejar, apresentando os piores resultados regionais na série.

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Tabela 2 – Anos de Escolaridade RAIS (Em anos)

Estado 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Acre 6,7 6,8 6,9 7,3 7,6 8,0 8,3 8,5 8,7 9,1 9,2 Alagoas 5,6 6,0 6,1 6,2 6,5 6,8 7,2 7,4 7,6 7,9 8,0 Amapá 6,1 6,9 7,4 7,3 7,3 7,7 8,2 8,7 9,0 9,3 9,4 Amazonas 8,2 8,5 7,9 8,2 8,3 8,8 9,4 9,7 9,9 10,1 10,1 Bahia 6,5 6,9 7,2 7,5 7,7 8,0 8,2 8,5 8,7 9,0 9,1 Ceará 6,8 7,1 7,4 7,8 8,0 8,4 8,7 9,1 9,2 9,5 9,6 Distrito Federal 9,9 10,0 10,1 10,3 10,4 10,5 10,6 10,7 10,8 10,9 10,9 Espírito Santo 6,7 7,1 7,6 7,9 7,9 8,2 8,4 8,6 8,8 9,0 9,2 Goiás 6,4 6,7 6,9 7,1 7,4 7,7 7,8 8,1 8,3 8,5 8,6 Maranhão 7,5 7,9 8,2 8,6 8,7 9,1 9,5 9,6 9,8 10,0 10,2 Mato Grosso 6,2 6,5 6,9 7,2 7,3 7,6 7,8 7,9 8,1 8,4 8,5 Mato Grosso do Sul 5,9 6,3 6,6 7,1 7,2 7,5 7,8 8,0 8,1 8,3 8,5 Minas Gerais 6,2 6,5 6,7 7,0 7,1 7,4 7,6 7,8 7,9 8,2 8,3 Pará 6,4 6,8 7,0 7,2 7,2 7,7 7,9 8,1 8,4 8,5 8,7 Paraíba 6,6 7,0 7,2 7,6 7,7 8,1 8,3 8,7 8,9 9,5 9,8 Paraná 7,3 7,5 7,8 8,0 8,1 8,4 8,6 8,8 8,9 9,1 9,2 Pernambuco 6,7 6,8 7,1 7,6 7,6 8,2 8,4 8,7 8,8 9,2 9,3 Piauí 7,7 8,0 8,4 8,7 8,9 9,2 9,4 9,7 9,8 10,0 10,1 Rio de Janeiro 7,5 7,8 8,0 8,2 8,3 8,6 8,7 8,9 9,0 9,2 9,3 Rio Grande do Norte 6,9 7,4 7,7 8,1 8,2 8,6 8,7 9,0 9,2 9,5 9,9 Rio Grande do Sul 7,6 7,8 7,9 8,2 8,3 8,5 8,7 8,9 9,0 9,2 9,3 Rondônia 6,6 7,0 7,3 7,5 7,7 8,0 8,2 8,5 8,7 9,0 9,1 Roraima 6,4 6,2 7,6 8,4 8,4 8,8 8,8 9,3 9,8 10,1 10,2 Santa Catarina 7,2 7,4 7,6 7,9 8,0 8,3 8,5 8,6 8,8 9,0 9,2 São Paulo 6,9 7,2 7,4 7,8 7,9 8,1 8,3 8,5 8,7 8,9 9,1 Sergipe 6,0 6,3 6,9 7,3 7,5 7,9 8,2 8,4 8,7 8,8 8,9 Tocantins 6,7 7,3 7,5 7,8 7,8 8,2 8,4 8,5 8,6 9,1 9,2

Fonte: RAIS (2014) – Elaborado pelo autor.

4.3 Indicadores de Comércio Internacional

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se constatar através dos dados, já que a abertura comercial média brasileira não foi superior a 20% do PIB em nenhum momento do período analisado.

Todavia, encontram-se várias características dentro do mesmo país. Ao passo que temos estados extremamente fechados, com abertura inferior a 5%. Também é possível deparar regiões com maior dinamismo, as quais apresentam valores entre 20% e 50%. Estas diferenças dentro do mesmo país servem de estímulo para este trabalho, que busca analisar a importância do dinamismo externo para as regiões brasileiras.

Tabela 3 – Abertura comercial dos Estados brasileiros com relação ao PIB (em %).

Estado 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Acre 0,62 1,06 0,76 0,58 0,72 0,72 0,97 0,71 0,63 0,46 0,49 Alagoas 6,81 10,18 12,59 11,23 11,92 11,65 11,09 9,89 10,30 8,81 8,72 Amapá 4,99 3,49 2,18 2,20 5,72 5,20 5,74 5,85 6,43 6,01 8,56 Amazonas 51,33 54,65 55,58 58,62 53,01 53,79 43,29 36,82 44,22 31,48 35,83 Bahia 16,46 20,27 20,65 23,51 26,21 25,01 25,35 22,77 22,65 17,02 17,77 Ceará 9,82 11,03 11,93 12,32 11,38 9,05 9,68 9,89 8,65 7,02 7,77 Distrito Federal 2,01 2,63 3,19 2,70 2,21 2,41 2,24 2,36 1,94 1,85 2,02 Espírito Santo 41,70 47,10 50,39 56,39 51,40 49,91 47,89 43,60 49,09 35,87 41,88 Goiás 6,41 7,74 7,62 10,63 12,42 12,24 11,76 14,59 17,40 15,08 14,82 Maranhão 19,10 24,07 28,75 23,34 26,63 25,54 26,14 27,91 33,06 16,16 26,19 Mato Grosso 13,83 22,07 27,96 27,18 27,85 29,64 29,24 26,84 31,22 32,13 27,87 Mato Grosso do Sul 6,68 13,50 15,57 15,83 19,64 25,06 24,40 24,14 31,97 25,41 25,65 Minas Gerais 17,26 19,13 20,27 20,41 21,44 22,05 20,78 20,06 22,67 18,69 20,63 Pará 25,95 26,79 28,58 30,70 33,51 32,43 36,05 33,68 36,64 31,25 31,60 Paraíba 4,46 4,23 4,62 4,99 6,08 4,66 4,13 4,75 4,45 4,12 4,97 Paraná 24,03 31,52 29,85 29,93 32,09 27,98 25,47 25,75 30,50 21,91 22,78 Pernambuco 8,28 10,60 9,64 9,45 8,48 7,76 7,08 8,10 8,85 7,14 8,11 Piauí 2,39 2,02 2,40 2,42 2,68 1,61 1,26 1,38 2,28 2,48 2,54 Rio de Janeiro 8,93 11,96 15,43 15,98 17,57 14,69 14,84 15,67 17,71 14,20 15,86 Rio Grande do

Norte 4,41 6,28 8,12 10,91 13,39 7,14 5,32 4,52 4,00 2,92 3,29 Rio Grande do Sul 21,93 26,48 27,45 30,19 32,24 28,98 27,40 27,77 30,25 22,85 19,97 Rondônia 3,22 3,32 6,09 3,37 3,79 4,25 6,04 6,82 7,54 5,50 4,94 Roraima 0,79 0,94 1,16 0,71 0,80 0,76 1,04 0,83 0,70 0,81 0,53 Santa Catarina 15,50 18,76 21,44 21,62 24,08 22,21 22,07 23,04 24,20 21,10 22,57 São Paulo 19,59 23,04 22,82 23,08 26,49 22,98 22,55 21,60 22,68 17,10 16,93 Sergipe 3,47 3,60 4,31 3,85 3,58 2,90 2,49 3,28 2,96 2,16 1,88 Tocantins 0,86 0,31 2,10 2,76 5,28 4,65 5,18 4,00 6,18 5,59 5,96 Média 12,62 15,07 16,35 16,85 17,80 16,86 16,28 15,80 17,75 13,89 14,82

(45)

O estado que apresenta maior abertura comercial média em toda a série é o Espírito Santo com 45% do seu PIB. O máximo atingido pelo estado foi 56% em 2003. Estados que ganharam importância no período, como produtores de commodities agrícolas, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, passaram de uma abertura em torno de 10% para próximo de 25%. Credita-se a este movimento a aceleração no preço das commodities internacionais no período e o crescimento da atuação destes estados neste segmento.

Acre e Roraima estão entre os estados mais fechados no período, em ambos a abertura comercial fica abaixo dos 2% do PIB durante toda a série. Com comportamento semelhante, estão os estados nordestinos que, apesar da sua localização na costa brasileira o que poderia ser um facilitador para maior dinamismo externo, apresentam baixa abertura comercial. O único estado que se sobressai nesta região é a Bahia que exibe abertura do comércio superior a 20% ao longo do período, bastante acima da média regional que se situa próxima de 10%. Outro produtor de commodities que também se destaca é o Pará que termina a séria com abertura superior a 30%.

Mais uma vez, o ponto fora da curva é o Distrito federal, que apesar de alta renda apresenta baixa abertura. Este resultado é em virtude do perfil da região que compõe-se basicamente do setor de serviços.

Gráfico 1 – Abertura Comercial com relação ao PIB

Fonte: IBGE e IPA – Elaborado pelo Autor. 5 10 15 20 25 30 35

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

(46)

Chama a atenção um movimento de redução na abertura comercial brasileira. Até o ano de 2004, o país apresentava crescimento na abertura comercial na média dos estados ao passar de 12% em 2000 para 18% em 2004, entretanto, a partir de 2005 percebe-se uma retração, e a série se encerra com abertura comercial média dos estados de 15%.

(47)

5. MODELO EMPÍRICO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

5.1 Modelo Empírico

O modelo empírico utilizado neste trabalho, já discutido na sessão 3, segue a linha generalizada com adaptações sugeridas pela literatura9. Desta forma, a

equação de convergência com do comércio internacional para dados em painel apresenta a seguinte forma:

� �� �,� = �� �,�− + ( �,� + � + ) + (� çã �,�)

+ ( �,�) + �,�

�,� = �,�+ �,� (5.1)

Aonde, são os efeitos individuais regionais específicos e é o termo do erro idiossincrático. O índice � se refere ao município e o termo ao tempo. A equação relaciona a taxa de crescimento do PIB per capita de cada município com relação ao seu período inicial e ainda um conjunto de fatores condicionais. Dentre as variáveis do modelo estão taxa de crescimento populacional10 e educação, que reporta os anos de escolaridade dos indivíduos

no mercado de trabalho formal e é a proxy de capital humano. Por fim, a variável de comércio externo, Comex, aonde são empregadas as proxies de comércio externo e de intensidade tecnológica, conforme descritos no capítulo 3.

O objeto deste modelo é analisar o comportamento das varáveis explicativas sobre a taxa de crescimento do PIB per capita dos municípios brasileiros. Espera-se um sinal negativo do PIB per capita inicial sobre a variável explicada, que, em linha com a literatura de crescimento, indica que regiões mais pobres tendem a crescer mais rápido do que regiões mais ricas.

9

Islam (1995), Caselli et. al. (1996), Temple (1999) e Soukaizis e Antunes (2011).

10

(48)

O comportamento aguardado pela taxa de crescimento populacional é que tenha impacto negativo sobre a taxa de crescimento. Uma vez que os recursos disponíveis precisam ser amplamente distribuídos entre a população, o crescimento desta variável tem influência negativa no crescimento.

Espera-se que a variável de capital humano, Educação, seja positiva e robusta. Isto é, municípios que possuem população com maior nível de escolaridade tendem a crescer mais rápido que municípios com nível educacional mais baixo.

Em linha com a literatura, a expectativa é que as variáveis de comércio internacional apresentem comportamento positivo. Procura-se evidenciar o comportamento das variáveis de comércio externo por nível de intensidade tecnológica, com a expectativa de que municípios que apresentem uma pauta de maior intensidade tecnológica tendam a crescer mais rápido, contudo, podem-se encontrar relações dúbias neste processo e com isso, espera-se elucidar esta relação.

A inclusão de dummies regionais tem o objetivo de captar o efeito de cada região brasileira no modelo e o impacto na convergência. A presença da dummy de Royalties de petróleo busca captar o efeito desta receita para o crescimento econômico dos municípios e com expectativa que tenha impacto positivo.

5.2 Método de Estimação

O modelo empregado neste trabalho é o de dados em painel. A análise de dados em painel explora da melhor maneira a heterogeneidade dos dados ao longo da série quando comparado ao cross-section.

(49)

controle da heterogeneidade. Outra vantagem destacada pelo autor é a possibilidade de utilização de vários instrumentos, reduzindo assim os problemas de erro de mensuração e endogeneidade.

O método de estimação empregado é de efeitos fixos. Este método permite controlar os efeitos das variáveis omitidas. Por meio dele, supõe-se que há variação do intercepto entre cada município, contudo os parâmetros permanecem constantes ao longo da amostra. Como os parâmetros não sofrem variação, todas as diferenças de comportamento são captadas pelo intercepto.

O modelo de regressão simples com inclusão de variáveis dummies, representando os interceptos de cada indivíduo, também permite a estimação do método de efeitos fixos. Esta variação é empregada para análise das variáveis através da inclusão de dummies regionais e também de dummies temporais (Wooldridge, 2002).

5.3 Análise dos Resultados

A tabela 4 apresenta os resultados obtidos através da estimação da equação 5.1 pelo método de efeitos fixos. Para a estimação do modelo é utilizada amostra com 5565 municípios brasileiros para o período entre 2000 e 2010. Os resultados são favoráveis à hipótese do trabalho, que consiste em demonstrar a importância da inserção externa aliado ao capital humano como propulsor do crescimento econômico regional. No anexo II são reportados os resultados estimados para os dados municipais através do método de momentos generalizados (GMM). No anexo III estão incluídos os resultados da regressão de convergência para os estados brasileiros.

Referências

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