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A taxa de desenvolvimento de força durante contrações isocinéticas dos extensores do joelho não é afetada pelo alongamento estático em indivíduos ativos.

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www.rbceonline.org.br

Revista

Brasileira

de

CIÊNCIAS

DO

ESPORTE

ARTIGO

ORIGINAL

A

taxa

de

desenvolvimento

de

forc

¸a

durante

contrac

¸ões

isocinéticas

dos

extensores

do

joelho

não

é

afetada

pelo

alongamento

estático

em

indivíduos

ativos

Renata

Helena

Souza,

Camila

Coelho

Greco

e

Benedito

Sérgio

Denadai

LaboratóriodeAvaliac¸ãodaPerformanceHumana,DepartamentodeEducac¸ãoFísica,InstitutodeBiociências,Universidade EstadualPaulista,RioClaro,SP,Brasil

Recebidoem10defevereirode2013;aceitoem12deabrilde2014

DisponívelnaInternetem24deagostode2015

PALAVRAS-CHAVE

Flexibilidade; Forc¸aexplosiva; Torque;

Concêntrico

Resumo Esteestudoobjetivouinvestigarainfluênciadoalongamentoestático(AE)nopico detorque(PT)enataxadedesenvolvimentodeforc¸a(TDF)dosextensoresdojoelho.Doze indivíduosativosfizeramosseguintestestesemordemaleatória:1)Cincocontrac¸ões isociné-ticasconcêntricasmáximasparaosextensoresdojoelho(EJ)emcadavelocidadeangular(60e 180◦.s−1)paradeterminaroPTeaTDF;e2)Omesmoprotocoloapósdoisexercíciosde

alonga-mentoparaosEJ(10×30sparacadaalongamento).OPTeaTDFnãoforammodificadospelo AE.Otempocorrespondenteaosdeltasdosângulosiniciaisdomovimento(90-80◦)a180.s−1

foimenorapósoAE.Pode-seconcluirqueoAEpodeaumentaravelocidadedemovimentos explosivos,semafetaroPTeaTDFdeindivíduosativos.

©2015ColégioBrasileirodeCiênciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todosos direitosreservados.

KEYWORDS

Flexibility;

Explosivestrength; Torque;

Concentric

Therateofforcedevelopmentduringisokineticcontractionsofkneeextensorsisnot influencedbyactivestaticstretchinginactiveindividuals

Abstract Theobjectiveofthisstudywastoinvestigatetheinfluenceofactivestaticstretch (SS)onthepeaktorque(PT)andrateofforcedevelopment(RFD)ofkneeextensors.Twelve activesubjectsperformedthefollowingtestsinrandomorder:1)Fivemaximalisokinetic con-centriccontractionsforkneeextensorsat60and180◦.s−1todeterminePTandRFD,and;2)

ThesameprotocolaftertwoSS exercisesforthedominantlegextensors(10×30sforeach exercise).TherewasnomodificationofPTandRFDaftertheSSforbothvelocities.Thetime

Autorparacorrespondência.

E-mail:bdenadai@rc.unesp.br(B.S.Denadai).

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbce.2015.08.008

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correspondingtothedeltaofinitialanglesofmovement(90-80◦)at180.s−1wassignificantly

reduced after SS. Itis possibleto conclude thatSS exercises may increase the velocity of movementduringexplosiveactions,withoutmodifingthePTandRFD.

©2015ColégioBrasileirodeCiênciasdoEsporte.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Allrights reserved.

PALABRASCLAVE

Flexibilidad; Fuerzaexplosiva; Torque;

Concéntrico

La tasa de desarrollo de la fuerza durante las contracciones isocinéticas de los extensoresdelarodillanoesafectadaporestiramientoestáticoactivoenpersonas activas

Resumen Elestudioexaminólosefectosdeestiramientosestáticos(EE)enelpico(PT)yla tasadedesarrollodelafuerza(TDF)delosextensoresdelarodilla.Docesujetosactivos reali-zaronlossiguientestestsenordenaleatorio:1)Cincocontraccionesisocinéticasconcéntricas máximasdelosextensores dela rodilla(ER)encadavelocidad angular(60y180◦.s−1)para

determinarelPTyTDF;2)elmismoprotocolodespuésdelosejerciciosdeestiramientopara ER(10×30sparacadatramo).ElPTyTDFnosemodificaronporEE.Eltiempocorrespondiente alosdeltasdelosángulosinicialesdemovimiento(90-80◦)a180.s−1fuemenordespuésde

EE.SepuedeconcluirqueelEEpuedeaumentarlavelocidaddelosmovimientosexplosivossin afectarelPTyTDFdeindividuosactivos.

©2015ColégioBrasileirodeCiênciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todoslos derechosreservados.

Introduc

¸ão

Oalongamentomusculartemsidofrequentementeprescrito comoformadepreparac¸ão neuromuscular,principalmente antesdeexercíciosqueenvolvemvelocidadeeforc¸a.Ouso desses exercíciostemsido sustentadona premissadeque ao aumentara amplitudedemovimento articular,o alon-gamentopréviopodemelhorarodesempenhoe/oureduzir o número de lesões músculo-tendíneas (Smith, 1994). No entanto, apesar de seu uso frequente, ainda não se tem na literatura umconsenso sobrea durac¸ão e o tipo ideal dealongamentoaserfeitopreviamenteaumtreinamento ou competic¸ão que possa não comprometer a forc¸a sub-seqüente,aprimorarodesempenhoeprevenirlesões.

De fato, diversos estudos têm verificado que o alon-gamento pode comprometer a habilidade do músculo de produzirforc¸a(picodetorque)analisado nacondic¸ão iso-métrica(Behmetal.,2004;Ogura etal.,2007),isotônica (Nelsonet al.,2005; Yamaguchi;Ishii,2005)e isocinética (Cramer et al., 2006, 2007; Marek et al., 2005). Fatores comoovolumetotaldasessãodealongamentoeotempo decorrido entre essa e o treino e/ou competic¸ão pare-cem modular o grau decomprometimento daforc¸a (pico de torque) (Cramer et al., 2005; Mchugh e Nesse, 2008; Simic et al., 2013). A diminuic¸ão da forc¸a (pico de tor-que) apóso alongamentotem sidoatribuídaà diminuic¸ão dodriveneural(Avelaetal.,1999)edostiffnessdo com-plexotendão-aponeurose.Esseúltimopodeafetararelac¸ão tensão-comprimentomusculare/ouavelocidadede encur-tamentodosarcômero(Nelsonetal.,2001).

A forc¸a explosiva muscular é dependente da taxa de aumentodaforc¸a noiníciodacontrac¸ão muscular(p.ex.,

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a fasetardia e o pico de torqueforam significantemente diminuídos.É importante destacarque a TDFmax medida em condic¸ões isométricas e isocinéticas podeser influen-ciada por diferentes mecanismos (Corvino et al., 2009). Confirmandoessesachados,Wilhelmetal.(2013) verifica-ramqueaTDFisométricamedidaemdiferentesintervalos detemponãofoisignificativamentecorrelacionada coma alturadesaltocomcontramovimento.Nesteestudo, entre-tanto, verificou-se uma correlac¸ão significativa(r=0,513, p<0,001) entre o pico de torque a 180◦.s−1 e a altura desalto. Assim,paraummelhor entendimento das possí-veisinterac¸ões exercício dealongamento-forc¸a explosiva, éimportantequeseconhec¸ammaisosefeitosdoprimeiro sobreaTDFmaxmedidaemcontrac¸õesisocinéticas.

Desse modo, o objetivo deste estudo foi investigar emindivíduos ativos a influênciadoalongamentoestático ativoprévionopico detorque(PT) e na TDFmaxdurante contrac¸ões isocinéticas concêntricas a 60 e 180◦.s−1. Baseadonas modificac¸õesneuromusculares induzidas pelo alongamento(Avelaetal.,1999;Nelsonetal.,2001;Oliveira etal.,2012;Simicetal.,2013),foihipotetizadoque ape-nasoPT,enãoaTDFmax,seriaafetadopeloalongamento estáticoativo.

Materias

e

métodos

Sujeitos

Participaram deste estudo 12 sujeitos ativos com as seguintes características: idade=21,5±2,7 anos; esta-tura=172,4±18,3cm;emassacorporal=77,3±10,2kg.Os voluntárioseramestudantesdeeducac¸ão físicaenvolvidos recreacionalmente em esportes (vôlei,basquetebol, fute-bol),semparticipac¸ão,entretanto,emsessõesregularesde treinamentodeforc¸amusculare/ouaeróbionosúltimosseis meses.Osvoluntários,após serinformados textuale ver-balmentesobreosobjetivoseametodologiadesseestudo, assinaramumtermodeconsentimentolivreeesclarecido. OprotocolodesteestudofoiaprovadopeloComitêdeÉtica emPesquisadainstituic¸ão naqualo estudofoiconduzido (Protocolo2218/2009).

Delineamentoexperimental

Osindivíduosforamsolicitadosacomparecernolaboratório em três ocasiões dentro de duas semanas. Os voluntá-rios foram submetidos aos seguintes protocolos, em dias diferentes: 1) Familiarizac¸ão com o teste no dinamôme-troisocinético; 2) Testeno dinamômetro isocinéticopara adeterminac¸ãodoPTe daTDFmaxnasvelocidadesde60 e180◦.s−1(controle);e3)Exercíciosdealongamentocoma execuc¸ãosubsequentedotestenodinamômetroisocinético, conformedescritonoitem2(Pós-Alongamento).Os proce-dimentos2e3foramfeitosdeformaaleatóriaemrelac¸ão à ordem das velocidades e do alongamento. O intervalo entreostestesfoidepelomenos48horase não ultrapas-souomáximode96horas.Osindivíduosforaminstruídosa chegarao laboratóriodescansadosehidratados, compelo menostrêshorasapósaúltimarefeic¸ão.Cadaindivíduofoi

avaliadonomesmohoráriododia(±2h)paraminimizaros efeitosdavariac¸ãodiurnabiológica.

Determinac¸ãodopicodetorqueeda desenvolvimentodeforc¸amáxima

Paraadeterminac¸ãodoPTedaTDFmaxforamfeitascinco contrac¸ões máximas concêntricas dos extensores do joe-lhono dinamômetro isocinético (Biodex System 3, Biodex MedicalSystems,Shirley,N.Y.)nasduasvelocidades anali-sadas(60e180◦.s−1).Aamplitudedemovimentofoide10◦ a 90◦, considerandoque 0corresponde à extensão com-pletadojoelho.Foifeitoumperíododecincominutosde recuperac¸ãoentreascontrac¸õesfeitasnasdiferentes velo-cidades. Foi usado somente o membrodominante para a mensurac¸ãodotorque.Osdadosdetorqueforamcoletados comumafreqüênciade1.000Hzcomousodeummódulode aquisic¸ãodesinaisbiológicos(EMGSystemdoBrasil®) sin-cronizadocomodinamômetroisocinético.Posteriormente, osdadosforamfiltrados(filtroButterworth,quartaordem) eanalisadosnosoftwareMatLab6.5.OPTcorrespondeuao maiorvalordetorqueproduzidoapartirdoscincoesforc¸os. Foramdeterminadostambémoânguloeotempo(APTeTPT, respectivamente)nosquaisoPTfoiatingido,comotambém otorqueobtidoemdiferentesdeltasdeamplitudede movi-mentonasduasvelocidades.Foramanalisadososdeltasnos seguintes intervalos: 90-88◦,88-85,85-80, 80-75e 75 --APT.ATDFfoicalculadaemintervaloscrescentesde1ms estipulando-seoiníciodacontrac¸ãocomosendoovalorde torqueacimade8N.m(Oliveiraetal.,2013a,b).ATDFmax foiconsideradacomoamaiorinclinac¸ãodacurva momento--tempo. Foramdeterminados tambémo ânguloeotempo nosquaisforamatingidos aTDFmax(ATDF eTTDF, respecti-vamente).

Exercíciosdealongamento

Foramfeitosdoisexercíciosdealongamentoparao quadrí-ceps:umnaposic¸ãodepéeooutroemdecúbitolateral.No primeiro exercício,oindivíduo segurouo tornozelocom a mãoopostaaomembroquefoialongadoeprojetou ligeira-menteacristailíacaparafrentedapernadeapoio.Nesse, o indivíduo evitoufazer a rotac¸ão do tronco.No segundo exercício,oindivíduocontraiuoabdômenetrouxeopéem direc¸ãoàregiãoglúteaefezaflexão dequadril ede joe-lho. Houveumaleveprojec¸ãodacristailíaca parafrente. Foramfeitas10repetic¸õesde30sparacadaalongamento, comrecuperac¸ãode20sentrecadaalongamento.Os volun-táriosforamorientadosafazeroalongamentoatéoponto ondefosseatingidoumdesconfortomoderado,porémsem dor.Entreasessãodealongamentoeascontrac¸ões isociné-ticashouveapenasumintervalosuficienteparaacomodaro voluntárionodinamômetro(até60s).

Análiseestatística

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Tabela1 Valoresmédios±DPdopicodetorque(PT),doângulo(APT)edotempo(TPT)obtidosa60e180◦.s−1nascondic¸ões

ControleePós-Alongamento.N=12

Controle Pós-Alongamento

60◦.s−1 180.s−1 60.s−1 180.s−1

PT(N.m) 262,3±35,8 183,7±23,8 262,1±42,7 182,6±20,6

APT(◦) 65,0±4,3 65,2±8,1 65,8±3,8 64,9±8,4

TPT(ms) 377,5±74,7 157,5±47,6 396,6±76,5 155,8±53,5

Tabela2 Valoresmédios±DPdataxadedesenvolvimentodeforc¸amáxima (TDFmax)doângulo (ATDF)edotempo(TTDF)

obtidosa60e180◦.s−1nascondic¸õesControleePós-Alongamento.N=12

Controle Pós-Alongamento

60◦.s−1 180.s−1 60.s−1 180.s−1

TDFmax(N.m.s−1) 1531,2±239,1 1076,8±171,5 1459,9±370,0 1078,3±183,7

ATDF(◦) 89,1±17,1 75,9±4,1 86,0±2,2 77,3±5,4

TTDF(ms) 68,3±20,8 98,3±27,5 67,5±39,1 86,6±30,2a

a p<0,05emrelac¸ãoàcondic¸ãocontrole.

estatísticafoifeitanoSPSS(14.0;SPSS,Inc.,Chicago,IL)e emtodosostestesfoiadotadoumníveldesignificânciade p<0,05.

Resultados

Osvaloresmédios±DPdoPT,doângulo(APT)edotempo (TPT) obtidos a 60 e 180◦.s−1 nas condic¸ões controle e pós-alongamento estão expressos na tabela 1. Não houve modificac¸ãosignificativaapósosexercíciosdealongamento noPT,APT,TPTnasduasvelocidadesanalisadas(p>0,05).

Osvalores médios±DP daTDFmax, do ângulo(ATDF) e dotempo(TTDF)obtidosa60e180◦.s−1nascondic¸ões con-troleepós-alongamentoestão expressosna tabela2.Não houvemodificac¸ãosignificativana TDFmax enoATDF após osexercíciosdealongamentonasduasvelocidades analisa-das(p>0,05).Por outro lado,o TTDF obtidoa 180◦.s−1 foi significativamentemenorapósoalongamento.

A figura 1 apresenta os valores médios±DP do tor-que e do tempo no qual o maior torque foi atingido em diferentes deltas de amplitude de movimento, obtidos a 60◦.s−1 nas condic¸ões controle e pós-alongamento. Não houvemodificac¸ãosignificativaapósosexercíciosde alon-gamentonasduasvariáveisanalisadas(p>0,05).

300

200

To

rque (N.m) 100

0

90-88 88-85 85-80

60 pré 60 pós

Ângulo (graus)

A

B

80-75 75-AngPT

500 400

Te

mpo (ms) 200 300

100 0

90-88 88-85 85-80

60 pré 60 pós

Ângulo (graus)

80-75 75-AngPT

Figura1 Valoresmédios±DPdotorque(A)edotemponoqualomaiortorquefoiatingido(B)emdiferentesdeltasdeamplitude

demovimento,obtidosa60◦.s−1nascondic¸õesControle(Pré)ePós-Alongamento(Pós).N=12.

(5)

300

200

To

rque (N.m) 100

0

90-88 88-85 85-80

180 pré 180 pós

Ângulo (graus)

A

B

80-75 75-AngPT

500 400

Te

mpo (ms) 200 300

100 0

90-88 88-85 85-80

180 pré 180 pós

Ângulo (graus)

80-75 75-AngPT

Figura2 Valoresmédios±DPdotorque(A)edotemponoqualomaiorvalordetorquefoiatingido(B)emdiferentesdeltasde

amplitudedemovimento,obtidosa180◦.s−1nascondic¸õesControle(Pré)ePós-Alongamento(Pós).N=12.

AngPT,ângulodopicodetorque.*p<0,05emrelac¸ãoàcondic¸ãocontrole.

Afigura2apresentaosvaloresmédios±DPdotorquee dotemponoqualomaiortorquefoiatingidoemdiferentes deltasdeamplitudedemovimento,obtidosa180◦.s−1nas condic¸õescontroleepós-alongamento.Houvereduc¸ão sig-nificativadotemponoqualomaiortorquefoiatingidoapós osexercíciosdealongamentonosdeltasdosângulos90-88◦, 88-85◦e85-80.

Discussão

Oprincipalobjetivodeste estudofoi investigarem indiví-duosativosainfluênciadoalongamentoestáticoativoprévio comdurac¸ão total de10min noPT e na TDFmax durante contrac¸õesisocinéticasconcêntricasa60e180◦.s−1.Nosso principalachado foi que, paraos dois extensoresdo joe-lho, essas variáveis não se modificam após esse tipo de alongamento,independentementedavelocidadeanalisada. Noentanto,areduc¸ãodoTTDF edotemponecessáriopara se deslocar nos ângulos iniciais do movimento obtidos a 180◦.s−1sugerequeumefeitopositivodessetipode alon-gamentoem algunsparâmetrosneuromusculares,podendo serinteressante em condic¸õesprévias deesforc¸osdealta velocidade. Entre os fatores que podem auxiliar a expli-car essa resposta estão o drive neural e as propriedades intrínsecasmusculares,jáqueessestendemaserbastante importantesnafaseinicialdacontrac¸ãomuscular(Andersen eAagaard,2006).

Osefeitosagudosdoalongamentosobreaforc¸a(torque) aindasãoaparentementecontraditórios.Entreosprincipais fatoresquepodemexplicaressasdiferenc¸aspodemoscitar otempototal(Ryanetal.,2008)eotipodealongamento (p.ex.,dinâmicoouestático)(Sekiretal.,2010),aforma pelaqualaforc¸aémedida(p.ex.,isotônica,isocinéticae isométrica)(Ryanetal.,2008)eo comprimentomuscular (p.ex.,ânguloarticular)noqualaforc¸aémedida(Mchugh

e Nesse,2008).Em relac¸ão aesseúltimofator(i.e, com-primento muscular), tem-se hipotetizado que a mudanc¸a dacomplacênciadotendãodeterminadapeloalongamento permite um maior encurtamento muscular para um dado comprimentomuscular.Essamudanc¸apodedeslocaracurva da relac¸ão comprimento-tensão para a direita e diminuir mais a forc¸a em comprimentos musculares menores. De fato,Mchughe Nesse(2008)verificaramque adiminuic¸ão do torqueisométrico muscular é maiorem comprimentos muscularesmaisencurtados.Poroutrolado,MchugheNesse (2008)verificaramdentrodasmesmascondic¸ões experimen-tais[p. ex.,voluntários,tipo (estático) e durac¸ão(9min) dealongamento]queoalongamentoprévionãomodificouo picodetorque(concêntricoeexcêntrico)medidoa60◦.s−1. Em nossoestudo, noqual ascondic¸ões experimentais são similares ao estudo anterior, também não foi verificado efeitodoalongamentoprévionoPTenoAPTmedidosa60 e180◦.s−1.Assim,o achadodeque oPTisocinéticonãoé afetadopeloalongamentopodeserexplicado,pelomenos emparte,pelofatodeesseocorreremumângulo(p.ex., APT=∼65◦)maispróximodomaiorcomprimentomuscular, noqualosefeitosdoalongamentosãomenores.

Osefeitos dos exercícios de alongamento sobre a res-posta aguda da forc¸a (torque) medidos isometricamente parecem ser dependentes da durac¸ão total. Baseadosem seusdadosenosexistentesnaliteratura,Ryanetal.(2008)

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(2006), com um protocolo de alongamento com durac¸ão totalsimilarao estudo anterior(∼15,5min), encontraram também uma diminuic¸ão significativa de 3,4% no PT das contrac¸õesconcêntricas do quadríceps nasduas velocida-des(60e240o.s−1).Nopresenteestudo,nãofoiencontrada modificac¸ãosignificativanoPTnasduas velocidades(60e 180o.s−1)após umprotocolodealongamentoestático com durac¸ãototalde10min.Assim,parecequeainterac¸ãoentre osefeitosdoalongamentoestáticoesuarespectivadurac¸ão tambémestão presentes durante a contrac¸ão isocinética. Desse modo, é possível que exista também umlimiar de durac¸ãodealongamento(p.ex.,acimade10min)quepode distinguirentredecréscimosignificativoenãosignificativo notorqueisocinéticodeindivíduosativos.

Amáximataxadeaumentodeforc¸aquepodesergerada pelo músculo (TDFmax) tem importância funcional para determinaraforc¸aquepodesergeradanasfasesiniciasda contrac¸ãomuscular(0a200ms).ATDFéimportantepara contrac¸õesrápidasefortes(p.ex.,umgolpedecaratêou boxe)queenvolvamumtempodeexecuc¸ãoporvoltade50 a200m.Poucosestudostêmanalisado osefeitosdo alon-gamentosobreaTDF(Oliveiraetal.,2012).Oliveiraetal. (2012) verificaram reduc¸ão (5-7%) apenasda TDF na fase maistardia(>150ms), medida durantecontrac¸ões isomé-tricas,após10mindealongamento.ATDFmedidanasfases maisiniciaisdacontrac¸ãomuscular(<100ms),períodono qual a TDFmax é obtida, não foi modificadapelo alonga-mento.Oliveiraetal.(2012)propuseramqueareduc¸ãodo drive neural(Avela etal., 1999)e o aumentoda compla-cênciadotendão(Nelsonetal.,2001),queinfluenciam a TDFnafasetardiadacontrac¸ãoeaforc¸amáxima(Grimby et al., 1981; Bojsen-Møller et al., 2005), podem explicar esses diferentes efeitos sobre a TDF medida nos diferen-tesintervalos dacontrac¸ãomuscular. Nopresenteestudo, nãohouvemodificac¸ão significativana TDFmax e noATDF. Assim, parece que a forc¸a explosiva obtida nas fases ini-ciaisdacontrac¸ãomuscular nãoé afetada negativamente peloalongamentoestáticoativo.Emconjunto,essesdados podem ajudar a explicar os diferentes efeitos do alonga-mentosobremovimentosexplosivos. Enquantoaalturade salto(squatecontramovimento)foireduzidaapóso alonga-mento(4-7%)(BehmeKibele,2007),Youngetal.(2004)não verificaramalterac¸ãodavelocidadedopéduranteochute nofutebol.Essesmovimentosexplosivosapresentam dife-rentesdurac¸ões(chute∼ 80mse saltovertical∼ 250ms) e sãopotencialmente influenciadospor diferentesfatores neuromusculares.

Interessantemente, houvereduc¸ão significativano TTDF a180o.s−1apósoalongamento.Alémdisso,houvereduc¸ão significativadotempo nosdeltas iniciaisdaamplitude de movimento(p.ex.,90-88◦,88-85e85-80),semmudanc¸as correspondentes do torque.Nossos dados concordam com

Cramer et al. (2007), que verificaram reduc¸ão no tempo de acelerac¸ão após o alongamento estático. O tempo de acelerac¸ãofoidefinidocomootempodoiníciodaproduc¸ão develocidadeconcêntricaao iníciodavelocidadeangular constante(BrowneWhitehurst,2003;Brownetal.,1995). Assim,parece queo alongamentoestáticoleva os múscu-losextensoresdojoelhoaaceleraremmaisrapidamenteo membrodorepousoatéavelocidadeconstante.Essesdados apoiama teoria deNelson etal. (2001)de queo alonga-mento estáticoaumentariaa velocidadedeencurtamento

dossarcômerosepoderiaresultaremreduc¸ãodaproduc¸ão deforc¸aemumdeterminadotempoemfunc¸ãodamudanc¸a darelac¸ãoforc¸a-velocidade.Nossosdados,entretanto, con-firmamapenasemparteessahipótese,jáqueotorquenão foimodificadonosângulosiniciaisdomovimento(figura2). Portanto,oalongamentoestáticopoderiaserbenéficoantes demovimentos explosivos que apresentam durac¸ões mais curtas(p.ex.,até∼100ms),poispodeaumentara veloci-dadedeexecuc¸ãosemcomprometeraTDFnesseperíodo.

Conclusão

Oalongamentoestático,feitocomdurac¸ãode10min,não influenciaoPTeaTDFmaxemcontrac¸õesconcêntricas iso-cinéticasdosextensoresdojoelho,independentementeda velocidadeanalisada.Noentanto,navelocidadealtaa TDF-max é atingida mais rapidamente e o membro apresenta ummenor tempopara sedeslocar nos ângulos iniciaisdo movimento. Fatores como um maior drive neural e uma maiorvelocidadedeencurtamentodossarcômerospodem ajudaraexplicaressasrespostasmaisrápidasnoinícioda contrac¸ão.Assim,comooPTe aTDFmaxnãose modifica-ram,pode-sesugerir,nascondic¸õesdopresenteestudo,que oalongamentoestáticopodeserinteressantecomoparteda preparac¸ãoparaesforc¸osrápidos.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

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Referências

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