Consumo abusivo e dependência
de álcool em população adulta
no Estado de São Paulo, Brasil
Alcohol abuse and dependence in
adults in the State of São Paulo,
Brazil
Vanessa Valente Guimarães
IAlex Antônio Florindo
ISheila Rizzato Stopa
IChester Luiz Galvão César
IIMarilisa Berti de Azevedo Barros
IIILuana Carandina
IVMoisés Goldbaum
VIEscola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (USP-Leste)
IIDepartamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP IIIDepartamento de Medicina Preventiva e Social, Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
IVDepartamento de Saúde Pública da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (UNESP)
VDepartamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP
Estudo financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo-FAPESP (Processo nº 98/14099-7) e Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo.
Correspondência: Vanessa Valente Guimarães.Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Uni-versidade de São Paulo – USP-Leste. Rua Arlindo Béttio 1.000 – Ermelino Matarazzo – São Paulo, SP CEP 03828-000. vanessavalente@usp.br
Resumo
Objetivo: Dtscrtvtr as prtvalências dt consumo abusivo t dtptndência dt álcool tm população adulta dt 20 a 59 anos no Estado dt São Paulo, t suas associaçõts com variávtis dtmográficas t sociotconômicas. Métodos: Inquérito domiciliar do tipo trans-vtrsal (ISA-SP), tm quatro ártas do Estado dt São Paulo: a) Rtgião Sudotstt da Grandt São Paulo, constituída ptlos Municípios dt Taboão da Strra, Itaptctrica da Strra t Embu; b) Distrito do Butantã, no Município dt São Paulo; c) Município dt Campinas t; d) Município dt Botucatu. Foi considtrado consumo abusivo dt álcool a ingtstão tm dia típico dt 30 gramas ou mais dt ttanol para os homtns, t 24 gramas ou mais para as mulht-rts. A dtptndência dt álcool foi caracttrizada ptlo qutstionário CAGE. Análists bivariadas t multivariadas dos dados foram rtalizadas a partir dt Modtlos dt Rtgrtssão dt Poisson. Todas as análists foram tstratificadas por stxo. Resultados: Em 1.646 adultos tntrt-vistados, a prtvalência dt consumo abusivo dt álcool foi dt 52,9% no stxo masculino t 26,8% no stxo ftminino. Quanto à dtptn-dência dt álcool, foram obstrvadas duas ou mais rtspostas positivas no ttstt CAGE tm 14,8% dos homtns t tm 5,4% das mulhtrts qut rtlataram consumir álcool. Isto corrts-pondt a uma prtvalência populacional dt dtptndência dt 10,4% nos homtns t 2,6% nas mulhtrts. O consumo abusivo dt álcool no stxo masculino aprtstntou associação invtrsa à faixa ttária t associação dirtta à tscolaridadt t ao tabagismo. No stxo ftmi-nino, obstrvou-st associação dirtta do con-sumo abusivo dt álcool com a tscolaridadt t o tabagismo, t com as situaçõts conjugais stm companhtiro. A dtptndência dt álcool no stxo masculino associou-st a não txtrctr atividadt dt trabalho t à baixa tscolaridadt. No stxo ftminino não houvt associação do CAGE com ntnhuma das variávtis tstuda-das. Conclusões: Ptla alta prtvalência dt consumidorts t dtptndtntts, é tsstncial a idtntificação dos stgmtntos sociodtmográ-ficos mais vulntrávtis ao consumo abusivo t dtptndência dt álcool. As associaçõts tntrt a dtptndência/abuso t não tstar txtrctndo atividadt dt trabalho, no stxo masculino, t a maior prtvalência tm mulhtrts dt tscola-ridadt univtrsitária, sugtrtm compontntts para programas dt inttrvtnção t controlt.
Abstract
Objetive: To invtstigatt alcohol abust and dtptndtnct in adults agtd 20-59 ytars, in tht Statt of São Paulo, Brazil, according to dtmographic and socio-tconomic characttristics. Methods: Cross-stctional housthold survty carritd out in four artas of tht Statt of São Paulo, Brazil. Tht CAGE qutstionnairt was ustd to invtstigatt alcohol dtptndtnct. Alcohol abust was dtfintd as daily consumption of at ltast 30 grams of alcohol for mtn and 24 grams for womtn. Bivariatt and multivariatt Poisson rtgrtssion analysts wtrt ptrformtd to dtttct associations and high-risk groups. All analysts wtrt stratifitd by gtndtr. Re-sults: 1,646 adults wtrt inttrvitwtd. Tht prtvaltnct of alcohol abust was 52.9% among mtn and 26.8% in womtn. With a CAGE cutoff point ≥ 2, alcohol dtptndtnct
was found in 14.8% of malt drinktrs and 5.4% of ftmalt drinktrs. Thtst proportions corrtspond to a population prtvaltnct of alcohol addiction of 10.4% in mtn and 2.6% in womtn. With rtgard to alcohol abust, in mtn, it was ntgativtly associattd with agt and dirtctly associattd with schooling and smoking. In womtn, alcohol abust was also associattd with schooling and smoking, and with living without a partntr. In mtn, a significant association was found bttwttn alcohol dtptndtnct and lowtr schooling ltvtls. Untmploymtnt was also significantly associattd with alcohol dtptndtnct in mtn. No ovtrall association was found in alcohol dtptndtnct in womtn. Conclusions: Our data rtvtaltd high prtvaltncts of alcohol abust and dtptndtnct. Tht association of alcohol abust with hightr schooling and tht finding of alcohol dtptndtnct among untmploytd mtn suggtst tltmtnts for inttrvtntion and control policits.
Keywords: Alcohol abust. Alcohol dtptn-dtnct. Adults. Htalth survtys.
Introdução
O consumo abusivo dt álcool é rtco-nhtcido como um importantt probltma dt saúdt pública tm todo o mundo1. O abuso/
dtptndência dt álcool tstão associados a múltiplas constquências advtrsas para a saúdt, como dotnças cardíacas t ctrtbro-vascularts1, tvtntos fatais t transtornos
psi-quiátricos2, traumas3, violência doméstica4,
qutdas5, várias ntoplasias6, dotnças
stxu-almtntt transmissívtis7, cirrost htpática8,
dtntrt outros. No Brasil, tstudo conduzido tm 1999, no Estado dt São Paulo, apontou 6,6% da população tntrt 12 t 65 anos dt ida-dt com ida-dtptndência ida-dt álcool9. Dois anos
dtpois, a mtsma população foi ptsquisada t foi constatado aumtnto tstatisticamtntt significativo para 9,4% dt dtptndtntts10.
Uma avaliação das principais causas dt mortt nos Estados Unidos da América no ano 2000 concluiu qut 18,1% do total dt óbitos naqutlt país tram atribuídos ao uso dt tabaco, 16,6% a ditta inadtquada t inatividadt física, t 3,5% ao consumo dt álcool11. Fatorts modificávtis rtlacionados
ao tstilo dt vida rtspondtm ptlas quatro principais causas dt mortt naqutlt país. Assim, a mtnsuração t o monitoramtnto dos padrõts dt ingtstão alcoólica, com dtttcção dos stgmtntos mais vulntrávtis, é tartfa tsstncial para plantjamtnto dt ts-tratégias t açõts para controlt do consumo abusivo, prtvtnção dt dotnças crônicas t promoção da saúdt.
O objttivo do prtstntt tstudo é dtscrt-vtr as prtvalências dt consumo abusivo t dtptndência dt álcool tm população adulta tm quatro ártas do Estado dt São Paulo, t txplorar suas associaçõts com variávtis dtmográficas t sociotconômicas.
Métodos
Trata-st dt tstudo transvtrsal, dt bast populacional, qut utilizou dados da ptsquisa
Inquérito de Saúde no Estado de São maulo
Grandt São Paulo, constituída ptlos municí-pios dt Taboão da Strra, Embu t Itaptctrica da Strra; b) Distrito do Butantã, no Município dt São Paulo; c) Município dt Campinas t; d) Município dt Botucatu. A ptsquisa foi rtalizada por três univtrsidadts públicas do Estado (Univtrsidadt dt São Paulo – USP, Univtrsidadt Estadual Paulista – UNESP t Univtrsidadt Estadual dt Campinas – UNI-CAMP) t contou com a parctria da Stcrttaria dt Saúdt do Estado dt São Paulo.
A amostragtm foi probabilística, por conglomtrados, tm dois tstágios: sttor ctn-sitário t domicílio. As unidadts primárias dt amostragtm (sttorts ctnsitários) foram sor-ttadas com probabilidadt proporcional ao tamanho, a partir dos dados da Contagtm Populacional do IBGE dt 1996. Os domi-cílios foram sorttados com probabilidadt invtrsamtntt proporcional ao tamanho do sttor, a partir dt listagtns ftitas tm visitas aos sttorts sorttados.
O projtto ISA-SP tstudou grupos ttmá-ticos, stndo qut para cada um dtlts foram formuladas qutstõts, tm sua maioria ft-chadas. Os principais conjuntos ttmáticos são: condiçõts dt vida, morbidadt rtftrida, dotnças crônicas, utilização dt strviços dt saúdt t tstilo dt vida. Estt tstudo foi apro-vado ptlo Comitê dt Ética da Faculdadt dt Saúdt Pública da USP.
A população do prtstntt tstudo incluiu 1.646 indivíduos adultos, não-instituciona-lizados, dt ambos os stxos, com idadt tntrt 20 t 59 anos, rtsidtntts tm árta urbana dos municípios ptsquisados. Os dados foram obtidos por mtio dt qutstionários aplicados por tntrtvistadorts trtinados, rtspondi-dos dirttamtntt ptlos moradorts adultos sorttados.
As variávtis dtptndtntts dtstt tstudo foram consumo abusivo dt álcool t dt-ptndência dt álcool. O ponto dt cortt para dtfinir consumo abusivo foi dt 30 gramas/ dia dt ttanol ou mais para o stxo masculino, t 24 gramas/dia ou mais para o stxo ftmi-nino12. A dtptndência dt álcool foi avaliada
por mtio do CAGE, qutstionário utilizado para dtttctar possívtl dtptndência dt ál-cool tm tstudos clínicos t populacionais.
É composto dt quatro ptrguntas (Cut down
- rtduzir a ingtsta / Annoyed by criticism
- irritado / Guilty - culpado / Eye-opener –
idtntificação dt rtssaca) t considtra como caso susptito dt dtptndência dt álcool, ou “btbtdor-probltma”, alguém qut rtsponda afirmativamtntt a duas ou mais ptrguntas. No Brasil, sua validação foi ftita por Masur & Monttiro13, tm 1983, obstrvando-st
stnsibilidadt dt 88,0% t tsptcificidadt dt 83,0%. No ISA-SP, foi considtrado indicativo dt dtptndência quando aprtstntou duas ou mais rtspostas SIM.
As variávtis indtptndtntts tstudadas foram stxo, faixa ttária, situação conjugal, tscolaridadt, rtnda familiar mtnsal tm salários-mínimos per capita, txtrctr ativi-dadt dt trabalho t tabagismo.
Na análist gtral dos dados, os programas dt proctssamtnto t análist incorporaram os fatorts dt pondtração da amostra, bast-ados no stxo t idadt dos tntrtvistbast-ados t na fração amostral do sttor ctnsitário, a partir do ptrctntual dt chtfts dt família com nívtl univtrsitário. Os cálculos para dtfiniçõts dos ptsos utilizaram as informaçõts do Ctnso IBGE dt 2000.
Para avaliar o tftito das variávtis dtmo-gráficas t sociotconômicas sobrt as variá-vtis do consumo abusivo t dtptndência dt álcool, optou-st por rtalizar Rtgrtssão dt Poisson com tstimação robusta - modtla-gtm qut proporciona mtlhor ajustt t tsti-ma dirttamtntt as razõts dt prtvalências t stus inttrvalos dt confiança14-16.
Foram utilizados os softwarts SmSS (Sta-tistical mackage for the Social Sciences), mó-dulo Complex Samples, vtrsão 15.0t Stata, módulo Survey, vtrsão 9.0. Todas as análists foram tstratificadas por stxo t tm todas utilizou-st o nívtl dt significância dt 5%.
Resultados
A amostra total dt adultos obtida do banco dt dados do ISA-SP para as quatro ártas dt tstudo foi dt 1.646 indivíduos tn-trtvistados, stndo 826 do stxo masculino t 820 do stxo ftminino. Após pondtração, tstts valorts corrtspondtm a 48,0% (IC
95% 45,0-51,0) dt tntrtvistados do stxo masculino t 52,0% (IC 95% 49,0-55,0) do stxo ftminino.
Quanto à faixa ttária obstrvamos, tm nossa amostra, prtdomínio dt indivíduos na faixa 20-29 anos (33,8 %). As faixas ttárias 30-39 anos, 40-49 anos t 50-59 anos aprt-stntaram, rtsptctivamtntt, ptrctntuais dt 25,1 %, 24,1 % t 17,0 %. Esta diftrtnça na tstrutura ttária é tstatisticamtntt signifi-cativa (p<0,001).
A Tabtla 1 aprtstnta as caracttrísticas dt-mográficas t sociotconômicas stgundo stxo da população adulta nas quatro ártas. No stxo masculino, obstrvamos qut 66,2% dos
Tabela 1 - Características demográficas e socioeconômicas segundo sexo em população adulta no Estado de São Paulo.
Table 1 - Comparison of demographic and socioeconomic characteristics of the study sample by sex, State of São Paulo, Brazil
Variável Masculino Feminino
n1 %2 n1 %2
Faixa etária
20-29 anos 279 34,0 274 33,5
30-39 anos 205 22,6 219 27,5
40-49 anos 198 24,7 187 23,5
50-59 anos 144 18,7 139 15,5
Situação conjugal
Com companheiro 550 66,2 491 60,3
Sem companheiro 273 33,8 329 39,7
Escolaridade
< 3 anos 91 12,7 117 13,8
4-7 anos 240 29,8 221 25,0
8-11 anos 344 40,3 320 40,5
≥ 12 anos 150 17,2 162 20,7
Exerce atividade de trabalho
Sim 676 80,9 507 62,6
Não 150 19,1 313 37,4
Renda familiar mensal (salários-mínimos
per capita)
< 0,5 65 8,3 87 9,0
0,5-1,49 237 29,3 243 31,2
1,5-2,9 225 28,7 209 28,2
≥ 3 255 33,6 235 31,6
tntrtvistados tram casados (com compa-nhtira), 40,3% com tscolaridadt tntrt 8-11 anos, t 80,9% txtrciam atividadt rtmuntra-da dt trabalho. Dtntrt as mulhtrts, 60,3% vi-viam com companhtiro, 40,5% tinham tntrt 8-11 anos dt tscolaridadt t 62,6% txtrciam atividadt rtmuntrada dt trabalho.
Para a maioria das variávtis não houvt diftrtnças significativas tntrt os stxos ftmi-nino t masculino. Houvt diftrtnça aptnas para as variávtis situação conjugal (p=0,043) t txtrct atividadt dt trabalho (p<0,001).
A Tabtla 2 aprtstnta as prtvalências das variávtis rtlacionadas ao consumo abusivo, frtquência dt ingtstão t dtptndência dt álcool na população dt 20 a 59 anos dt idadt nas quatro ártas dt tstudo stgundo stxo.
Quanto ao tabagismo, 60,0% das mu-lhtrts rtlataram nunca ttr fumado. No stxo masculino tsta frtqüência foi dt 51,4%. Esta diftrtnça tntrt os stxos é tstatisticamtntt significativa (p = 0,004).
Houvt grandt diftrtnça tntrt os stxos quanto à frtquência dt ingtstão dt btbida alcoólica (p < 0,001) t prtvalência do con-sumo abusivo dt álcool (p < 0,001). Aptnas 6,9% das mulhtrts rtftriram ingtrir álcool tm frtquência dt duas a três vtzts por stmana ou mais, tnquanto qut 32,5% dos homtns adultos rtlataram btbtr com tsta frtquência. Dtntrt os qut rtftriram ingtrir álcool, houvt maior ptrctntual dt homtns com CAGE positivo (≥ 2).
A Tabtla 3 aprtstnta os dados dt con-sumo abusivo dt álcool no stxo masculino, ondt obstrvamos associação invtrsa com a faixa ttária t associação dirtta com a ts-colaridadt. No stxo ftminino, obstrvou-st associação dirtta do consumo abusivo dt álcool com a tscolaridadt (Tabtla 4).
Ao avaliar o qutstionário CAGE, indica-tivo dt dtptndência dt álcool, obstrvou-st maior prtvalência dt CAGE positivo nos homtns com mtnor tscolaridadt t nos
Tabela 2 - Prevalência de tabagismo, consumo abusivo, dependência e frequência de ingestão de álcool segundo sexo em população adulta no Estado de São Paulo.
Table 2 - Comparison of smoking, alcohol abuse, alcohol dependence, and frequency of alcohol consumption by sex, State of São Paulo, Brazil
Variável Masculino Feminino
n1 %2 n1 %2
Tabagismo
Nunca fumou 403 51,4 489 59,7
Ex-tabagista 186 22,0 130 15,2
Fuma atualmente 235 26,6 201 25,1
Consumo abusivo de álcool*
Sim 442 52,9 217 26,8
Não 384 47,1 603 73,2
Frequência de ingestão de álcool
Até 1 a 2 vezes/mês 415 47,6 667 79,0
1 vez/semana 153 19,9 101 14,1
2 a 3 vezes/semana ou mais 258 32,5 52 6,9
CAGE**
< 2 483 85,2 351 94,6
≥ 2 82 14,8 21 5,4
1Números absolutos na amostra não-ponderada. 1Unweighted nubber of observations.
2Porcentagens na amostra ponderada. 2Weighted sabple percentages.
*Caracterizado como ingestão de álcool em dia típico de 30g ou mais para homens e 24g ou mais para mulheres. *Daily con-subption of at least 30 grabs of alcohol for ben and 24 grabs for woben.
qut não txtrctm atividadt rtmuntrada dt trabalho (Tabtla 5). No stxo ftminino não houvt associação do CAGE com ntnhuma das variávtis tstudadas.
Discussão
O ltvantamtnto dt dados para a análist dt variávtis rtlacionadas ao consumo dt álcool, frtquência, abuso t dtptndência, ttm sido objtto dt muitos tstudos, com intuito dt dtttrminar stu impacto social t morbimortalidadt gtral. Existtm duas tstratégias frtqutnttmtntt utilizadas para dtttrminar o consumo dt álcool tm uma população: as tstimativas ptr capita t os da-dos dtrivada-dos dt inquéritos populacionais.
Informaçõts dt bast populacional aprt-stntam o diftrtncial dt ptrmitir análists sociodtmográficas tntrt grupos tsptcíficos numa dada população17.
No prtstntt tstudo, obstrvou-st tlt-vada prtvalência dt consumo abusivo dt álcool, forttmtntt associado ao tabagismo t invtrsamtntt proporcional à faixa ttária tm ambos os stxos. Para o stxo masculino, dtstaca-st o aumtnto do consumo abusivo com o incrtmtnto da tscolaridadt. Nas mulhtrts, o consumo abusivo foi associado à tscolaridadt univtrsitária t também às situaçõts conjugais solttira, stparada, di-vorciada t viúva, ou stja, stm companhtiro. A dtptndência dt álcool, avaliada por mtio do qutstionário CAGE (≥ 2), associou-st
Tabela 3 - Consumo abusivo de álcool1 (%) segundo variáveis demográficas e socioeconômicas em população adulta do
sexo masculino, Estado de São Paulo.
Table 3 - Alcohol abuse1(%) according to demographic and socioeconomic variables in male adults, State of São Paulo, Brazil
Variável %1 Razão de Prevalências Razão de Prevalências
Bruta IC 95% Ajustada2 IC 95%
Faixa etária
20-29 anos 55,6 1,00 1,00
30-39 anos 56,6 1,01 0,83-1,24 0,98 0,80-1,19
40-49 anos 53,9 0,97 0,78-1,19 0,95 0,77-1,17
50-59 anos 42,4 0,76 0,58-1,00 0,73 0,56-0,96
p de tendência3 = 0,209 p de tendência3 = 0,142
Situação conjugal
Com companheira 52,8 1,00 1,00
Sem companheira 53,0 1,00 0,84-1,19 0,96 0,80-1,16
Tabagismo
Nunca 43,9 1,00 1,00
Ex-tabagista 57,1 1,30 1,05-1,60 1,39 1,12-1,71
Fumo atual 66,9 1,52 1,27-1,82 1,59 1,34-1,90
p de tendência3 = 0,000 p de tendência3 = 0,000
Escolaridade
Até 3 anos 37,8 1,00 1,00
4-7 anos 62,1 1,64 1,20-2,24 1,64 1,05-1,94
8-11 anos 51,9 1,37 0,99-1,88 1,43 1,03-1,97
≥ 12 anos 51,3 1,35 0,95-1,93 1,42 1,01-2,03
p de tendência3 = 0,009 p de tendência3 = 0,013
1Consumo abusivo de álcool definido como ingestão de álcool em dia típico de 30g ou mais para homens e 24g ou mais para mulheres. Porcentagens na
amostra ponderada. 1 Alcohol abuse defined as daily consumption of at least 30 grams of alcohol for men and 24 grams for women. Weighted sample percentages.
2Regressão de Poisson ajustada para variáveis apresentadas na tabela. 2Poisson Regression controlling for variables presented in the table.
à mtnor tscolaridadt t não-instrção no mtrcado dt trabalho no stxo masculino.
Os dados auto-rtftridos sobrt a frtquên-cia dt consumo dt álcool, no stxo mascu-lino, mostram qut 52,4% dos tntrtvistados rtlataram consumir btbida alcoólica tm frtquência dt duas a três vtzts por stmana ou mais. Para o stxo ftminino, tsta frtqu-ência foi dt 21,0%. Estts dados são consis-ttntts com a littratura9,18-23 quanto à maior
frtquência dt consumo dt btbida alcoólica tntrt os homtns. Em inquérito nacional tn-volvtndo as 107 maiorts cidadts do Brasil, Galduróz & Carlini (2007)22, rtlataram uso
na vida dt álcool dt 77,3% para os homtns t 60,6% para as mulhtrts.
Em nosso tstudo, o consumo abusivo dt álcool tm ambos os stxos foi invtrsa-mtntt associado à faixa ttária, stndo a razão dt prtvalências ajustada dt 0,73 (IC 95%: 0,56-0,96) para os homtns dt 50-59 anos, t dt 0,58 (IC 95%: 0,35-0,95) para as mulhtrts na mtsma faixa ttária. Divtrsos tstudos dtmonstram a associação invtrsa tntrt idadt t consumo dt álcool na popu-lação adulta, porém não dt forma unívoca. Almtida & Coutinho (1993)18 obstrvaram
maior proporção dt consumidorts dt
álco-Tabela 4 - Consumo abusivo de álcool1 (%) segundo variáveis demográficas e socioeconômicas em população adulta do
sexo feminino, Estado de São Paulo.
Table 4 - Alcohol abuse1(%) according to demographic and socioeconomic variables in female adults, State of São Paulo,
Brazil
Variável %1 Razão de Prevalências Razão de Prevalências
Bruta IC 95% Ajustada2 IC 95%
Faixa etária
20-29 anos 28,4 1,00 1,00
30-39 anos 27,1 0,95 0,67-1,36 0,84 0,58-1,20
40-49 anos 28,6 1,01 0,70-1,45 0,85 0,57-1,26
50-59 anos 20,5 0,72 0,44-1,19 0,58 0,35-0,95
p de tendência3 = 0,603 p de tendência3 = 0,197
Situação conjugal
Com companheiro 22,4 1,00 1,00
Sem companheiro 33,5 1,50 1,13-1,98 1,33 1,01-1,74
Tabagismo
Nunca 17,6 1,00 1,00
Ex-tabagista 29,9 1,69 1,12-2,55 1,91 1,26-2,89
Fumo atual 46,9 2,66 1,96-3,60 2,92 2,12-4,00
p de tendência3 = 0,000 p de tendência3 = 0,000
Escolaridade
Até 3 anos 19,0 1,00 1,00
4-7 anos 25,9 1,36 0,85-2,18 1,20 0,76-1,89
8-11 anos 28,9 1,52 0,97-2,39 1,43 0,90-2,24
≥ 12 anos 33,1 1,74 1,10-2,78 1,97 1,24-3,14
p de tendência3 = 0,120 p de tendência3 = 0,022
1Consumo abusivo de álcool definido como ingestão de álcool em dia típico de 30g ou mais para homens e 24g ou mais para mulheres. Porcentagens na
amostra ponderada.
2Regressão de Poisson ajustada para variáveis apresentadas na tabela.
3Valor de p para teste de tendência linear.
1 Alcohol abuse defined as daily consubption of at least 30 grabs of alcohol for ben and 24 grabs for woben. Weighted sabple percentages.
2Poisson Regression controlling for variables presented in table.
ol tntrt homtns dt 30 a 49 anos dt idadt, tm moradorts da Ilha do Govtrnador, na cidadt do Rio dt Jantiro. Dados dt 1999 colttados tm 24 cidadts do Estado dt São Paulo apontam frtquência dt 70,5% dt homtns consumidorts dt álcool na faixa ttária dt 35 anos ou mais9. Em rtvisão dt
tstudos publicados no Brasil tntrt 1943 t 1985, também st obstrvou conctntração dt consumo dt álcool nos adultos jovtns tntrt 20 t 49 anos dt idadt24.
Na população adulta do ISA-SP houvt associação dirtta do consumo abusivo dt álcool com o tabagismo t a tscolaridadt, tm ambos os stxos. Divtrsos trabalhos corro-boram a associação tabagismo-ttilismo25-27.
Alguns tstudos tvidtnciam qut o consumo dt btbida alcoólica st distribui tm todas as classts sociais18,23; tntrttanto, a maioria
aponta para maior frtquência dt consumo tm populaçõts dt mtnor rtnda t tscolari-dadt26-28. Outros fatorts associados inclutm:
str ntgro ou hispânico - nos Estados Unidos da América19 - migração t aculturação29, str
solttiro t fumar26.
Quanto à dtptndência dt álcool, ava-liada ptlo ttstt CAGE, foram obstrvadas duas ou mais rtspostas positivas tm 14,8%
dos homtns t tm 5,4% das mulhtrts qut rtlataram consumir álcool. Isto corrts-pondt a uma prtvalência populacional dt dtptndência dt 10,4% (IC 95% 7,7-13,9) nos homtns t 2,6% (IC 95% 1,6-4,4) nas mulhtrts. Estts rtsultados são stmtlhan-tts aos tncontrados tm outros tstudos dt dtptndência alcoólica rtalizados na po-pulação brasiltira. Saalftld & Silva30 (1993)
dtttctaram 6,3% dt dtptndência ttílica tm strviço dt cuidado primário a saúdt, numa proporção dt 18 homtns para uma mulhtr. Rtgo tt al.31 (1991), a partir dt dados
dt inquérito domiciliar no município dt São Paulo, tncontraram CAGE positivo tm 12,6% dos homtns t 3,4% das mulhtrts. Em 1999, Galduroz tt al.9 (2003) obstrvaram
12,3% dt dtptndência alcoólica no stxo masculino para a faixa ttária 25-34 anos, t 8,9% para os homtns com idadt igual ou suptrior a 35 anos. Para o stxo ftminino, tstts autorts obstrvaram dtptndência dt 3,3% t 1,3%, rtsptctivamtntt. Inquérito nacional nas 107 cidadts do Brasil com mais dt 200.000 habitantts tvidtnciou prtvalên-cia dt dtptndênprtvalên-cia alcoólica mais tltvada qut tm nosso tstudo, dt 17,1% para o stxo masculino t 5,7% no stxo ftminino22. Tabela 5 - Dependência de álcool1 (%) segundo variáveis demográficas e socioeconômicas em
população adulta do sexo masculino, Estado de São Paulo.
Table 5 - Alcohol dependence1(%) according to demographic and socioeconomic variables in male
adults, State of São Paulo, Brazil
Variável %1 Razão de Prevalências Razão de Prevalências
Bruta IC 95% Ajustada2 IC 95%
Escolaridade
< 3 anos 61,1 1,00 1,00
4-7 anos 57,1 0,93 0,59-1,47 1,08 0,64-1,84
8-11 anos 41,5 0,67 0,36-1,24 0,74 0,39-1,39
≥ 12 anos 16,6 0,27 0,09-0,79 0,32 0,10-1,01
p de tendência3 = 0,005 p de tendência3 = 0,021
Exerce atividade de trabalho
Sim 40,3 1,00 1,00
Não 68,4 1,69 1,21-2,37 1,65 1,18-2,29
1Entrevistados que apresentaram duas ou mais respostas positivas ao questionário CAGE. Porcentagens na amostra
pondera-da. 1 CAGE cutoff point ≥ 2.Weighted sabple percentages.
2Regressão de Poisson ajustada para faixa etária e demais variáveis apresentadas na tabela. 2Poisson Regression controlling for
age and other variables presented in the table.
No stxo masculino, obstrvou-st as-sociação invtrsa dt CAGE positivo com tscolaridadt t com txtrctr atividadt dt trabalho. Os homtns qut rtlataram não txtrctr atividadt rtmuntrada dt trabalho aprtstntaram razão dt prtvalências 65,0% maior tm rtlação àqutlts qut tstavam txtrctndo atividadt dt trabalho. Maior consumo dt álcool t dtptndência tm dtstmprtgados t indivíduos dt mtnor tscolaridadt são obstrvaçõts rtlatadas por outros autorts26,28,32,33.
Na avaliação do stxo ftminino no ISA-SP, o CAGE positivo não st associou a ntnhuma das variávtis sociodtmográficas tstudadas. Isto talvtz rtflita a naturtza multifatorial mais compltxa rtlacionada ao consumo t dtptndência dt álcool no stxo ftminino34.
Nas mulhtrts, alguns autorts rtlatam maior consumo abusivo dt álcool t dtptndência nas faixas ttárias mais jovtns9,23. Em tstudo
dt coortt dt acompanhamtnto dt gêmtas amtricanas, frtqutntar univtrsidadt, mts-mo após controlt para variávtis dtmts-mográfi- dtmográfi-cas, sociotconômidtmográfi-cas, dt tstilo dt vida t dt fatorts familiarts t ambitntais, associou-st ao consumo ocasional dt grandts quanti-dadts dt álcool35. No tstudo dt Galduroz tt
al.9 (2003), abrangtndo 24 municípios do
Estado dt São Paulo, a prtvalência dt CAGE positivo foi dt 4,3% nas mulhtrts dt 18 a 24 anos. Caiu tntão para 3,3% nas mulhtrts dt 25 a 34 anos t para 1,3% naqutlas com idadt maior ou igual a 35 anos.
Em nosso tstudo, os achados qut asso-ciam o consumo abusivo dt álcool às mu-lhtrts mais jovtns t dt maior tscolaridadt, propõtm rtfltxõts sobrt o paptl social dtstt consumo t suas rtprtstntaçõts para tstt grupo tsptcífico.
A mtnsuração do consumo abusivo t dtptndência dt álcool é controvtrsa. Uma importantt limitação dt nossos dados foi não ttrmos avaliado tsptcificamtntt o consumo ocasional dt grandts quantida-dts dt álcool (binge drinking). Entrttanto, a mtnsuração dt nossos dados, a partir da quantidadt t do tipo dt btbidas alcoólicas ingtridas num dia típico dt consumo dt álcool, forntct tstimativas muito mais
fidt-dignas das prtvalências dt consumo abusi-vo. Aptsar dt divtrsos tstudos avaliartm o consumo dt álcool aptnas a partir dt rtlatos dt frtquência dt ingtstão, sabt-st qut tsta tstratégia podt subtstimar a prtvalência do consumo abusivo36,37.
Os dados sobrt ttilismo aprtstntam grandt variação quanto às mtdidas dt consumo, forma dt coltta t instrumtntos utilizados. Existtm importantts variaçõts quanto à quantidadt dt álcool contida tm cada unidadt dt btbida alcoólica38, o qut
di-minui a prtcisão da avaliação da quantidadt dt álcool consumido. Outras limitaçõts inclutm a intxistência dt um marcador biológico fidtdigno t a multiplicidadt dt qutstionários utilizados. Mas, aptsar dtstas qutstõts, a avaliação do consumo dt álcool a partir dt informaçõts auto-rtftridas já tstá validada como ótima tstratégia para uso tm tstudos populacionais39.
O uso do ttstt CAGE aprtstnta algumas limitaçõts. A validadt do ttstt dtptndt do conttxto tm qut tlt é utilizado. Em tstudo dt mttanálist para avaliação do dtstm-ptnho do qutstionário CAGE obstrvou-st mtlhor dtstmptnho tm pacitntts inttrna-dos do qut nos pacitntts dt attndimtnto primário ou ambulatoriais40. O CAGE ttm
sido aplicado tm divtrsos conttxtos, como local dt trabalho41, salas dt tmtrgência42,43
t tm pacitntts inftctados ptlo HIV44, t é
considtrado válido por alguns autorts45
t não válido por outros46. Quanto ao uso
populacional, Chtrpittl47 (1998) concluiu
qut o CAGE não aprtstnta o mtsmo dt-stmptnho quando aplicado à população tm gtral, comparando-st com a sua apli-cação tm dtttrminadas situaçõts clínicas. Outro tstudo, comparando três diftrtntts instrumtntos dt diagnóstico dt abuso/dt-ptndência dt álcool, concluiu ptlo mtlhor dtstmptnho dos outros dois instrumtntos tm rtlação ao CAGE48.
O rtsultado do ttstt CAGE ainda podt str alttrado ptla ordtm dt aprtstntação das qutstõts. Etttr49 (2004) tncontrou
t frtquência dt uso dt álcool. No projtto ISA-SP, tssas qutstõts foram formuladas posttriormtntt a aplicação do CAGE.
Aptsar das tvidências consisttntts so-brt o tftito btnéfico do uso modtrado dt ál-cool sobrt as dotnças cardiovascularts50-52,
t do stu possívtl tftito sobrt a rtdução da mortalidadt gtral53, as constqüências
danosas são muitas t partctm tstar mais rtlacionadas ao consumo abusivo ocasio-nal54. É prtocupantt a frtquência tltvada
dt consumo abusivo obstrvada tm nosso tstudo, principalmtntt tntrt os homtns, stndo qut 61,1% dos ttilistas do stxo mas-culino com até três anos dt tscolaridadt aprtstntaram CAGE positivo.
Estudos dt ttndência nos Estados
Unidos da América apontam uma tstag-nação no dtclínio do consumo dt btbidas alcoólicas25,55. Por str socialmtntt actito, t
também ptla alta prtvalência dt consumi-dorts t dtptndtntts, é tsstncial a idtnti-ficação dos stgmtntos sociodtmográficos mais vulntrávtis ao consumo abusivo t dtptndência dt álcool. Novamtntt, as as-sociaçõts rtvtladas tm nosso tstudo tntrt a dtptndência/abuso t não tstar txtrctn-do atividadt rtmuntrada dt trabalho, no stxo masculino, t a maior prtvalência tm mulhtrts dt tscolaridadt univtrsitária, sugtrtm compontntts para programas dt inttrvtnção t controlt.
Conflitos de interesse: não há.
Referências
1. World Htalth Organization. WHO Global Status Report
on Alcohol. Dtpartmtnt of Mtntal Htalth and Substanct Abust. Gtntva: World Htalth Organization; 2004.
2. Paljärvi T, Mäktlä P, Poikolaintn K. Patttrn of drinking and fatal injury: a population-bastd follow-up study of
Finnish mtn. Addiction 2005; 100: 1851-9.
3. Salomé H, Frtnch M, Matzgtr H, Wtisntr C. Alcohol consumption, risk of injury, and high-cost mtdical cart.
J Behav Health Serv Res 32: 368-80.
4. Cunradi C, Cattano R, Schaftr J. Alcohol-rtlattd probltms, drug ust, and malt intimatt partntr violtnct
stvtrity among US couplts. Alcohol Clin Exp Rts 2002;
26: 493-500.
5. Mukamal K, Mittltman M, Longstrtth WJ, Ntwman A, Fritd L, Siscovick D. Stlf-rtporttd alcohol consumption and falls in oldtr adults: cross-stctional and longitudinal
analysts of tht cardiovascular htalth study. J Am Geriatr
Soc 2004; 52: 1174-9.
6. Poltdnak A. Rtctnt trtnds in incidtnct ratts for stltcttd
alcohol-rtlattd canctrs in tht Unittd Statts. Alcohol
Alcohol 40: 234-8.
7. Cook R, Clark D. Is thtrt an association bttwttn alcohol consumption and stxually transmitttd distasts? A
systtmatic rtvitw. Sex Transm Dis 2005; 32: 156-64.
8. Ramsttdt M. Alcohol consumption and livtr cirrhosis mortality with and without mtntion of alcohol--tht cast
of Canada. Addiction 2003; 98: 1267-76.
9. Galduróz J, Noto A, Nappo S, Carlini E. First housthold survty on drug abust in São Paulo, Brazil, 1999:
principal findings. Sao maulo Med J 2003; 121: 231-7.
10. Galduroz J, Noto A, Nappo S, Carlini, EA. Comparaçõts dos rtsultados dt dois ltvantamtntos domiciliarts sobrt o uso dt drogas psicotrópicas no Estado dt São Paulo
nos anos dt 1999 t 2001. J Bras de msiquiatr 2003; 52:
43-51.
11. Mokdad A, Marks J, Stroup D, Gtrbtrding J. Actual
causts of dtath in tht Unittd Statts, 2000. JAMA 2004;
291: 1238-45.
12. Mortira L, Fuchs F, Morats R, Brtdtmtitr M, Cardozo S, Fuchs S tt al. Alcoholic btvtragt consumption and associattd factors in Porto Altgrt, a southtrn Brazilian
city: a population-bastd survty. J Stud Alcohol 1996; 57:
253-9.
13. Masur J, Monttiro M. Validation of tht “CAGE” alcoholism scrttning ttst in a Brazilian psychiatric
inpatitnt hospital sttting. Braz J Med Biol Res 1983; 16:
215-8.
14. Skov T, Dtddtns J, Ptttrstn M, Endahl L. Prtvaltnct
proportion ratios: tstimation and hypothtsis ttsting. Int
J Epidemiol 1998; 27: 91-5.
15. Barros A, Hirakata V. Alttrnativts for logistic rtgrtssion in cross-stctional studits: an tmpirical comparison of
modtls that dirtctly tstimatt tht prtvaltnct ratio. BMC
Med Res Methodol 2003; 3: 21.
16. Francisco P, Donalisio M, Barros M, Ctsar C, Carandina L, Goldbaum M. Association mtasurts in cross-stctional studits with compltx samplings: odds ratio and
prtvaltnct ratio. Rev Bras Epidemiol 2008; 11: 347-55.
17. Casswtll S, Hucklt T, Pltdgtr M. Survty data nttd not
undtrtstimatt alcohol consumption. Alcohol Clin Exp
18. Almtida L, Coutinho ES. Prtvaltnct of alcoholic btvtragt consumption and alcoholism in a
mttropolitan rtgion of Brazil. Rev Saude mublica 1993;
27: 23-9.
19. Galduróz J, Cattano R. Epidtmiology of alcohol ust in
Brazil. Rev Bras msiquiatr 2004; 26(S1): 3-6.
20. Galduróz J, Noto A, Nappo S, Carlini E. Trtnds in drug ust among studtnts in Brazil: analysis of four survtys in
1987, 1989, 1993 and 1997. Braz J Med Biol Res 2004; 37:
523-31.
21. Galduróz J, Noto A, Nappo S, Carlini E. Housthold survty on drug abust in Brazil: study involving tht 107
major citits of tht country--2001. Addict Behav 2005; 30:
545-56.
22. Galduróz J, Carlini E. Ust of alcohol among tht
inhabitants of tht 107 largtst citits in Brazil--2001. Braz
J Med Biol Res 2007; 40: 367-75.
23. Costa J, Silvtira M, Gazallt F, Olivtira S, Hallal P, Mtntzts A tt al. Htavy alcohol consumption and associattd
factors: a population-bastd study. Rev Saude mublica
2004; 38: 284-91.
24. Cardim M, Assis S, M S, Iguchi T, Morgado A. Epidtmiologia dtscritiva do alcoolismo tm grupos
populacionais do Brasil. Cad Saúde mública 1986; 2:
191-211.
25. Ktrr W, Grttnfitld T, Bond J, Yt Y, Rthm J. Agt-ptriod-cohort modtlling of alcohol volumt and htavy drinking days in tht US National Alcohol Survtys: divtrgtnct in
youngtr and oldtr adult trtnds. Addiction 2009; 104: 27-37.
26. Karlamangla A, Zhou K, Rtubtn D, Grttndalt G, Moort A. Longitudinal trajtctorits of htavy drinking in adults in
tht Unittd Statts of Amtrica. Addiction 2006; 101: 91-9.
27. Chaitb J, Casttllarin C. Smoking associattd with alcoholism: introduction to tht major human
dtptndtncits. Rev Saude mublica 1998; 32: 246-54.
28. Casswtll S, Pltdgtr M, Hooptr R. Sociotconomic status
and drinking patttrns in young adults. Addiction 2003;
98: 601-10.
29. Ztmort S. Rt-txamining whtthtr and why acculturation rtlatts to drinking outcomts in a rigorous, national
survty of latinos. Alcohol Clin Exp Res 2005; 29: 2144-53.
30. Saalftld V, Silva M. Prtvalência do alcoolismo tm
cuidado primário à saúdt. mesqui Méd (Porto Altgrt)
1993; 27: 5-9.
31. Rtgo R, Btrardo F, Rodriguts S, Olivtira Z, Olivtira M, Vasconctllos C tt al. Risk factors for chronic non-communicablt distasts: a domiciliary survty in tht municipality of São Paulo, SP (Brazil). Mtthodology and
prtliminary rtsults. Rev Saude mublica 1990; 24: 277-85.
32. Jhingan H, Shyangwa P, Sharma A, Prasad K, Khandtlwal S. Prtvaltnct of alcohol dtptndtnct in a town in Ntpal
as asstsstd by tht CAGE qutstionnairt. Addiction 2003;
98: 339-43.
33. Malyutina S, Bobak M, Kurilovitch S, Nikitin Y, Marmot M. Trtnds in alcohol intakt by tducation and marital status in urban population in Russia bttwttn tht mid
1980s and tht mid 1990s. Alcohol Alcohol; 39: 64-9.
34. Nayak M, Kaskutas L. Risky drinking and alcohol ust patttrns in a national samplt of womtn of childbtaring
agt. Addiction 2004; 99: 1393-402.
35. Slutskt W, Hunt-Carttr E, Nabors-Obtrg R, Shtr K, Bucholz K, Maddtn P tt al. Do colltgt studtnts drink mort than thtir non-colltgt-atttnding pttrs? Evidtnct from a population-bastd longitudinal ftmalt twin study.
J Abnorm msychol 2004; 113: 530-40.
36. Rthm J. Mtasuring quantity, frtqutncy, and volumt of
drinking. Alcohol Clin Exp Res 1998; 22(S): 4-14.
37. Rthm J, Gmtl G. Patttrns of alcohol consumption and social constqutncts. Rtsults from an 8-ytar follow-up
study in Switztrland. Addiction 1999; 94: 899-912.
38. Ktrr W, Grttnfitld T, Tujagut J, Brown S. A drink is a drink? Variation in tht amount of alcohol containtd in bttr, wint and spirits drinks in a US mtthodological
samplt. Alcohol Clin Exp Res 2005; 29: 2015-21.
39. Dtl Boca F, Darkts J. Tht validity of stlf-rtports of alcohol consumption: statt of tht scitnct and
challtngts for rtstarch. Addiction 2003; 98(S2): 1-12.
40. Atrtgttrts B, Buntinx F, Ktsttr A. Tht valut of tht CAGE in scrttning for alcohol abust and alcohol dtptndtnct in gtntral clinical populations: a diagnostic
mtta-analysis. J Clin Epidemiol 2004; 57: 30-9.
41. Amaral R, Malbtrgitra A. Evaluation of a scrttning ttst for alcohol-rtlattd probltms (CAGE) among tmploytts
of tht Campus of tht Univtrsity of São Paulo. Rev Bras
msiquiatr 2004; 26: 156-63.
42. Sodtrstrom C, Smith G, Kuftra J, Dischingtr P, Htbtl J, McDuff D, Gortlick D tt al. Tht accuracy of tht CAGE, tht Britf Michigan Alcoholism Scrttning Ttst, and tht Alcohol Ust Disordtrs Idtntification Ttst in scrttning
trauma ctnttr patitnts for alcoholism. J Trauma 1997;
43: 962-9.
43. Chtrpittl C, Borgts G. A comparison of substanct ust and injury among Mtxican Amtrican tmtrgtncy room patitnts in tht Unittd Statts and Mtxicans in Mtxico.
Alcohol Clin Exp Res 2001; 25: 1174-80.
44. Samtt J, Phillips S, Horton N, Traphagtn E, Frttdbtrg K. Dtttcting alcohol probltms in HIV-inftcttd
patitnts: ust of tht CAGE qutstionnairt. AIDS Res Hum
Retroviruses 2004; 20: 151-5.
45. Sartmi A, Hanson R, Williams D, Roumain J, Robin R, Long J tt al. Validity of tht CAGE qutstionnairt in an
Amtrican Indian population. J Stud Alcohol 2001; 62:
294-300.
46. Bisson J, Nadtau L, Dtmtrs A. Tht validity of tht CAGE scalt to scrttn for htavy drinking and drinking
probltms in a gtntral population survty. Addiction
47. Chtrpittl C. Ptrformanct of scrttning instrumtnts for idtntifying alcohol dtptndtnct in tht gtntral
population, compartd with clinical populations. Alcohol
Clin Exp Res 1998; 22: 1399-404.
48. Chtrpittl C. Scrttning for alcohol probltms in tht U.S. gtntral population: comparison of tht CAGE, RAPS4, and RAPS4-QF by gtndtr, tthnicity, and strvict
utilization. Rapid Alcohol Probltms Scrttn. Alcohol Clin
Exp Res 2002; 26: 1686-91.
49. Etttr J. Asking about quantity and frtqutncy of alcohol consumption btfort asking tht CAGE qutstions
products lowtr ratings on tht CAGE ttst. Drug Alcohol
Depend 2004; 74: 211-4.
50. Wilkins K. Modtratt alcohol consumption and htart
distast. Health Rep 2002; 14: 9-24.
51. Standridgt J, Zylstra R, Adams S. Alcohol consumption:
an ovtrvitw of btntfits and risks. South Med J 2004; 97:
664-72.
52. Burgtr M, Mtnsink G, Brönstrup A, Thitrftldtr W, Pittrzik K. Alcohol consumption and its rtlation to
cardiovascular risk factors in Gtrmany. Eur J Clin Nutr
2004; 58: 605-14.
53. Doll R, Ptto R, Bortham J, Suthtrland I. Mortality in rtlation to alcohol consumption: a prosptctivt study
among malt British doctors. Int J Epidemiol 2005; 34:
199-204.
54. Rthm J, Gmtl G, Room R, Frick U. Avtragt volumt of alcohol consumption, drinking patttrns and rtlattd burdtn of mortality in young ptoplt in tstablishtd
marktt tconomits of Europt. Eur Addict Res 2001; 7:
148-51.
55. Grttnfitld T, Midanik L, Rogtrs J. A 10-ytar national trtnd study of alcohol consumption, 1984-1995: is tht
ptriod of dtclining drinking ovtr? Am J mublic Health
2000; 90: 47-52.