• Nenhum resultado encontrado

Relação entre estresse percebido e qualidade de vida em pessoas idosas

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Relação entre estresse percebido e qualidade de vida em pessoas idosas"

Copied!
113
0
0

Texto

(1)

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

RELAÇÃO ENTRE ESTRESSE PERCEBIDO E QUALIDADE DE VIDA EM PESSOAS IDOSAS

ISABELLA DANTAS DA SILVA

(2)

ISABELLA DANTAS DA SILVA

RELAÇÃO ENTRE ESTRESSE PERCEBIDO E QUALIDADE DE VIDA EM PESSOAS IDOSAS

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para a obtenção do título de Doutora em Ciências da Saúde.

Orientadora: Profª. Drª Iris do Céu Clara Costa

(3)

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (Biblioteca da FCM)

S586r Silva, Isabella Dantas da.

Relação entre estresse percebido e qualidade de vida em pessoas idosas / Isabella Dantas da Silva. -- Campina Grande, 2014.

Originalmente apresentada como Tese ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para a obtenção do título de Doutora em Ciências da Saúde da autora (Doutora – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2014).

Referências.

1. Envelhecimento. 2. Estresse. 3. Qualidade de vida. I. Título.

CDU-612.67:159.944.4(043.2)(813.2)

(4)

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Prof. Dr. Eryvaldo Sócrates Tabosa do Egito

(5)

ISABELLA DANTAS DA SILVA

RELAÇÃO ENTRE ESTRESSE PERCEBIDO E QUALIDADE DE VIDA EM PESSOAS IDOSAS

Aprovada em: 08/08/2014

Banca Examinadora

Presidente da Banca:

Profª. Drª. Iris do Céu Clara Costa (UFRN)

Membros da Banca:

Prof. Dr. Antônio Medeiros Júnior (Membro Interno – UFRN) Profª. Drª. Fábia Barbosa de Andrade (Membro Interno – UFRN) Profª. Drª. Maria do Carmo Eulálio (Membro Externo – UEPB) Profª. Drª. Walda Viana Brígido de Moura (Membro Externo – UFC)

(6)

DEDICATÓRIA

A Deus, que me ilumina e dá forças para continuar lutando. A minha família, meu porto seguro, presente em todos os momentos da minha vida. Aos idosos participantes da pesquisa, sem eles também não teria sido possível.

(7)

AGRADECIMENTOS

Agradeço, a Deus, pelo dom da vida, as bênçãos e a força para enfrentar as dificuldades e superá-las.

À Professora Dra. Iris do Céu Clara Costa, pela confiança e incentivo em todo o percurso, sem me deixar desanimar nos momentos mais difíceis, e com muita compreensão me permitiu chegar até aqui, sempre mostrando que é possível vencer obstáculos.

A minha família, meu alicerce. Em especial aos meus Pais, meus amigos e companheiros de todas as horas, que me educaram com muita dedicação e dignidade, uniram esforços e sacrifícios para que fosse possível mais esta conquista. As minhas filhas, que me ensinaram o sentido da vida, me fizeram conhecer o amor incondicional e por elas junto forças para continuar lutando. Ao meu esposo, que sempre esteve ao meu lado, apoiando, incentivando e colaborando de forma essencial em toda a minha caminhada.

Aos Professores da banca examinadora, pela atenção e disponibilidade de participar da banca, colaborando para o aprimoramento deste estudo.

Aos Idosos, que participaram desta pesquisa muito gentilmente e permitiram a concretização deste estudo.

Aos amigos, que se fizeram presente, compartilhando angústias, dificuldades, experiências e alegrias.

Muito Obrigada!!!!!!

(8)

“Concedei-me Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar; coragem para modificar aquelas que posso, e sabedoria para distinguir umas das outras.”

Reinhold Niebuhr

(9)

RESUMO

O envelhecimento é um processo multifatorial, influenciado por mudanças biológicas, sociais e psicológicas que pode estar associado ao desenvolvimento de estresse e ao comprometimento da qualidade de vida. O objetivo deste trabalho foi investigar a relação entre o estresse percebido e a qualidade de vida em pessoas idosas de um município estado da Paraíba. O estudo teve um delineamento transversal e descritivo, com abordagem quantitativa, amostragem do tipo snowboll e não probabilística, com amostra composta por 253 idosas para a análise dos dados. Foram realizados análises descritivas e testes paramétricos e não-paramétricos entre as características da amostra, adotando um nível de significância de 5%. Utilizou-se como instrumentos um questionário sócio-demográfico e epidemiológico, o Índice de Barthel, a Escala de Atividades Instrumentais de Vida Diária de Lawton e Brody, as Escalas de Estresse Percebido (PSS-14 e PSS-10) e o SF-36, para avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde. As idosas participantes apresentaram o seguinte perfil sócio-demográfico e epidemiológico: idade média de 71,3 anos; 80,2% casadas ou viúvas; 55,3% praticam alguma atividade física; aproximadamente 50% tinham menos de 8 anos de estudo; 76,7% recebiam até dois salários mínimos por mês; a maioria, 82,2%, vivia com a família; e 87,4% apresentava alguma doença crônica. Com relação ao estresse percebido foi possível identificar que as pontuações da PSS-14 e PSS-10 variaram entre 2 e 53 e 4-39, respectivamente, sendo que a quantidade de participantes com valores PSS-14 ≥ 28 e PSS-10 ≥ 21 foram de 15,8% (n = 40) e 20,6% (n= 52), respectivamente. Na avaliação da qualidade de vida relacionada a saúde, os escores do SF-36 foram menores nas dimensões de dor (62,7) e aspectos físicos (63,6) e maior nas dimensões aspectos sociais (84,4) e saúde mental (75,6). Observou-se uma correlação negativa e estatisticamente significativa entre os valores de estresse percebido e os domínios do SF-36 (p <0,001). O estresse percebido relacionou-se tanto com os aspectos físicos e funcionais, como com a saúde mental das idosas, apresentando uma associação com a qualidade de vida de forma global, sendo um ótimo indicador da qualidade de vida das idosas.

(10)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABVD’s Atividades Básicas de Vida Diária AIVD’s Atividades Instrumentais de Vida Diária ANOVA Análise de Variância

CEP Comitê de Ética em Pesquisa

CESED Centro de Ensino Superior e Desenvolvimento CNS Conselho Nacional de Saúde

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística OMS Organização Mundial de Saúde

PSS Perceived Stress Scale QV Qualidade de Vida

SF-36 Medical Outcomes Study 36-item Short-Form Health Survey TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(11)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 12

2 JUSTIFICATIVA 16

3 OBJETIVOS 17

3.1 OBJETIVO GERAL 17

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 17

4 MÉTODOS 18

4.1 TIPO DE ESTUDO 18

4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA 18 4.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO 19 4.4 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS 19 4.5 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS 20 4.6 ANÁLISE DOS DADOS E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 21

4.7 ASPECTOS ÉTICOS 22

5 ARTIGOS PRODUZIDOS 23

5.1 ARTIGO 1 – PERFIL SÓCIO DEMOGRÁFICO E HÁBITOS DE VIDA DE IDOSOS PARTICIPANTES DE GRUPOS DE CONVIVÊNCIA (SOCIO- DEMOGRAPHIC PROFILE AND LIFESTYLE OF ELDERLY PARTICIPANTS MEMBERS OF COMMUNITY GROUPS). Aceito para publicação na Revista Fisioterapia Ser. ISSN: 1809-3469. Qualis B5 da CAPES para Área Medicina II

23

5.2 ARTIGO 2 – ASSESSING THE PERCEIVED STRESS AND QUALITY OF LIFE OF ELDERLY WOMEN. Submetido para publicação Archives of Gerontology and Geriatrics. ISSN: 0167-4943. Qualis B1 da CAPES para Área Medicina II.

37

5.3 ARTIGO 3 ASSESSING ASPECTS OF SOCIAL NETWORK ON THE QUALITY OF LIFE OF ELDERLY WOMEN. Submetido para publicação no Journal of Aging Studies. ISSN: 0890-4065. Fator de impacto 1,4. Qualis B2 da CAPES para Área Medicina II.

63

6 COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E SUGESTÕES 80

(12)

REFERÊNCIAS 84

APÊNDICES 91

APÊNDICE 1 - QUESTIONÁRIO SÓCIO-DEMOGRÁFICO E EPIDEMIOLÓGICO

92

APÊNDICE 2 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 94

ANEXOS 97

ANEXO 1 – ÍNDICE DE BARTHEL 98 ANEXO 2 - ESCALA DE ATIVIDADES INSTRUMENTAIS DE VIDA DIÁRIA DE LAWTON E BRODY

100

ANEXO 3 – ESCALA DE ESTRESSE PERCEBIDO (PERCEIVED STRESS SCALE -PSS)

101

ANEXO 4 - INSTRUMENTO PARA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE (MEDICAL OUTCOMES STUDY 36-ITEM SHORT-FORM HEALTH SURVEY / SF-36)

102

ANEXO 5 - APROVAÇÃO DO CEP/CESED 106 ANEXO 6 - CÓPIA DE ACEITE DO ARTIGO NA REVISTA FISIOTERAPIA SER

107

ANEXO 7 - CÓPIA DA SUBMISSÃO DO ARTIGO NA REVISTA ARCHIVES OF GERONTOLOGY AND GERIATRICS

108

ANEXO 8 - CÓPIA DA SUBMISSÃO DO ARTIGO NO JOURNAL OF AGING STUDIES

110

ANEXO 9 - PARTICIPAÇÃO NO ESTUDO DA FRAGILIDADE EM IDOSOS BRASILEIROS (REDE FIBRA)

112

(13)

1 INTRODUÇÃO

Os primeiros estudos acerca do estresse, como conhecido atualmente, remontam a década de 50 do século passado, onde, inicialmente buscava-se compreender o comportamento dos soldados no pós-guerra e também o comportamento/desempenho do indivíduo na execução de atividades, quando submetido a condições estressantes1,2,3.

As pesquisas desenvolvidas por Selye e Lazarus1,2,3,4,5, destacam que os indivíduos podem responder ao estresse de várias maneiras, havendo o surgimento da síndrome da adaptação geral, a qual indica que algo que provoca estresse coloca em perigo a vida, e fatores que coloquem em risco a vida provocam respostas adaptativas na forma de estresse.

A partir de então, tem havido muito interesse em todo o mundo na análise da influência do estresse no comportamento social e no desenvolvimento de doenças em vários segmentos/tipos de populações. Os estudos destacam que o estresse tem se tornado uma das características mais importantes da sociedade moderna, com grande impacto no comportamento social, na saúde física e mental e, por conseguinte, na qualidade de vida (QV) da população6,7,8,9,10. Há várias evidências relacionando estresse, com problemas de saúde como depressão, ansiedade, doenças cardiovasculares, câncer e vários outros problemas5,11,12,13,14. Por outro lado, uma situação ou evento para ser considerado estressante, deve ser percebido como tal, assim, é importante avaliar o nível de estresse percebido quando se avalia o impacto do estresse psicológico na saúde, porque o estresse só ocorre, quando o indivíduo percebe que as demandas impostas pelo meio, pela sociedade, excedem sua capacidade adaptativa12,14.

(14)

associados ao desenvolvimento de diversas doenças relacionadas a velhice, como depressão, suicídio, alterações hormonais, etc18,19,20.

Os pioneiros em destacar associações entre estresse e envelhecimento16,17 indicaram a importância da execução em conjunto de estudos longitudinais e transversais para um melhor entendimento da influência e interação do estresse com o envelhecimento; e que o envelhecimento da população mundial requer um acompanhamento e um aumento contínuo do interesse de psicólogos e profissionais da saúde, para se ter uma melhor análise das causas do estresse e de formas para uma melhor convivência com estas causas por parte da população idosa.

Buscando uma maneira de melhor lidar com o estresse na população idosa, a literatura3,16,17 advoga que: deve-se abandonar abordagens simplistas do estresse, já que este é um reflexo de efeitos fisiológicos, sociais e emocionais e característico de cada indivíduo; que a convivência/gerenciamento do estresse deve levar em consideração a variabilidade no processo de envelhecimento, as fontes estressoras e os padrões de comportamento que surgem em resposta as condições do meio; como também não se deve levar em consideração a idade por si só na análise do envelhecimento, mas o significado dos acontecimentos estressantes vistos na continuidade da vida de uma pessoa devem ser considerados.

A população idosa, proporção de pessoas com mais de 60 anos de idade, vem aumentando rapidamente em todo o mundo, como reflexo da queda da mortalidade e da taxa de fecundidade. No Brasil, essa tendência provocou a duplicação da população idosa entre 1900 e 1989 e vem fazendo com que se estime uma população em 2050 com mais de 22% de idosos22.

Desde os primeiros estudos fundamentais16,17,23, abordando a influência do estresse no comportamento social e sua associação com o envelhecimento, foi observado que existiam dificuldades em mensurar os níveis de estresse no indivíduo. Nesses estudos, já se destacava que o estresse deve ser considerado como um reflexo complexo do indivíduo ao meio ambiente, consistindo de diferentes variáveis inter-relacionadas, ao invés de uma variável simples que possa ser facilmente mensurada.

(15)

uma grande lacuna no conhecimento, e no entendimento da sistemática entre estresse, envelhecimento e o enfrentamento/gerenciamento do estresse na velhice, em virtude da falta de ferramentas que subsidiem a análise de uma variável complexa, multidimensional e multidisciplinar como o estresse, permitindo sua análise de forma global e, ao mesmo tempo, que leve em consideração a visão do indivíduo com relação a sua própria situação.

Neste sentido, vários instrumentos e escalas para análise dos níveis de estresse nas populações foram desenvolvidos. Segundo a literatura24 existem basicamente três formas de medir o estresse. A primeira é direcionada à presença de agentes estressores específicos; a segunda, aos sintomas físicos e psicológicos do estresse e a terceira visa mensurar a percepção de estresse individual de forma global, independente dos agentes estressores. Buscando contribuir para uma análise mais global da percepção do estresse, Cohen, Kamarck, e Mermelstein25 desenvolveram um instrumento para medida do estresse de forma global, a escala de estresse percebido, do inglês Perceived Stress Scale (PSS). A PSS é um instrumento de avaliação através de auto-relato, que mensura como situações na vida de um indivíduo são percebidas, por ele, como situações ou estados estressantes. Como uma avaliação global do estresse, a PSS não mede o mesmo conceito de sofrimento psíquico, ela mede o grau em que situações na vida de um indivíduo são avaliadas como estressantes24,25, tendo sido projetada para avaliar a importância da interpretação subjetiva dos acontecimentos da vida.

A PSS foi originalmente desenvolvida25 como uma escala de 14 itens (PSS-14) que avalia a percepção de experiências estressantes em relação ao mês anterior, através de uma escala tipo Likert de cinco pontos. Em seguida, os autores Cohen e Williamson24 observaram que uma escala com 10 itens (PSS-10) apresentava maior associação com características psicométricas em relação a escala original.

(16)

como em grávidas, sobreviventes de suicídio, pacientes amputados, cegos, mulheres obesas na pós-menopausa, pessoas com incontinência urinária, pacientes com câncer, dentre outros.

No entanto, pouquíssimos estudos34,35,36,37 são observados abordando a relação entre estresse percebido e a qualidade de vida em idosos, apesar da importância desta relação no entendimento de como o idoso percebe as alterações do envelhecimento e as demandas e exigências da sociedade moderna, e as reflete na sua percepção de qualidade de vida.

O conceito de qualidade de vida surgiu como terminologia científica na década de 1960. Ele é descrito como o grau em que as pessoas se percebem capazes fisicamente, emocionalmente, mentalmente e socialmente38. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a QV é conceitualmente definida como a percepção do indivíduo de seu/sua posição dentro de um contexto de cultura particular e de um sistema de valor, nos quais vive, bem como sua posição em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Esta definição está relacionada ao bem-estar pessoal através de vários aspectos, tais como saúde física, lazer, satisfação pessoal, hábitos e estilo de vida, estado psicológico, nível de dependência, suas crenças e relações com o ambiente/sociedade e suas relações sociais38,39,40.

(17)

2 JUSTIFICATIVA

A motivação para o desenvolvimento desta pesquisa advém de dois fatores de grande importância, social e econômica, atualmente, os elevados níveis de estresse da sociedade moderna e o envelhecimento da população. A Organização Mundial de Saúde41,42, considera o estresse uma epidemia global, estando vinculado ao desenvolvimento de várias doenças e a um grande montante de custos para empresas e governos.

O Brasil também segue esta tendência mundial, atingindo, segundo a literatura43, o marco de 40% na população de São Paulo. Outros estudos44,45 reforçam esses dados e indicam que uma parcela de 79% a 88% das amostras populacionais analisadas no estado de São Paulo apresentam sintomas significativos de estresse.

Por outro lado, a OMS em 200546 destacava que até 2025, o Brasil será o sexto país do mundo em número de idosos, já tendo ultrapassado 21,7 milhões em 2010, representando 11,3% da população total47.

Relacionado a estes dois fatores, tem-se que o envelhecimento pode estar associado ao estresse, em virtude das alterações sociais, físicas e, por vezes, econômicas, que o idoso sofre durante a velhice. Esse comportamento de estresse vem se acentuando, em consonância com a tendência mundial, particularmente no Brasil, onde o idoso se depara com questões como suporte social inadequado, atendimento de saúde deficiente e baixos valores de aposentadorias, o que dificulta o envelhecimento de forma saudável e compromete sua qualidade de vida. Assim, verifica-se a grande importância da análise dos níveis de estresse nos idosos.

(18)

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

• Investigar a relação entre o estresse percebido e qualidade de vida em pessoas idosas residentes em um município do estado da Paraíba.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Traçar o perfil sócio-demográfico de idosas no município de Campina Grande – PB. • Avaliar a qualidade de vida e a capacidade funcional das idosas participantes da pesquisa.

(19)

4 MÉTODOS

4.1 TIPO DE PESQUISA

A pesquisa foi realizada segundo a abordagem quantitativa, sendo um estudo sobre qualidade de vida relacionada à saúde das idosas em Campina Grande-PB e sua relação com o estresse.

O enfoque quantitativo caracteriza-se pelo emprego da quantificação, tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas.

O estudo teve um delineamento transversal e descritivo, onde foram apresentadas características do grupo pesquisado, com relação ao perfil sócio-demográfico, a presença e o nível de estresse, qualidade de vida, capacidade funcional e a relação entre ambos.

4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população do estudo foi compreendida por idosos com 60 anos ou mais residentes no município de Campina Grande-PB. O critério utilizado para definir a pessoa idosa é o adotado pela Organização Mundial de Saúde, considerando o aspecto cronológico, que configura idoso nos países em desenvolvimento, a exemplo do Brasil, as pessoas com idade igual ou superior a 60 anos.

(20)

4.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

Os critérios de inclusão para participação na pesquisa foram: ter idade maior ou igual a 60 anos; morar em Campina Grande-PB e aceitar o convite para participar voluntariamente.

Os critérios de exclusão foram: ter algum tipo de dificuldade de compreensão ou demência que impossibilitasse entender plenamente os instrumentos para coleta de dados; ter se submetido a algum procedimento cirúrgico nos últimos três meses; ou não completar a entrevista.

4.4 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS

Dentre os instrumentos, inicialmente, foi utilizado um questionário contendo questões de caráter socioeconômico, demográfico e hábitos de vida (APÊNDICE 1), elaborado para esta pesquisa.

Para avaliação da capacidade funcional foram utilizados:

- O Índice de Barthel48 (ANEXO 1), para avaliar a independência física nas atividades básicas da vida diária (ABVD’s), que consiste em um questionário de 10 itens com três níveis de respostas, com a pontuação variando de 0 a 100 pontos, onde: 0-60 sugere dependência total ou dependência severa, 61-90 dependência moderada e 91-99 ligeira dependência. Uma pontuação de 100 indica que o paciente é independente da assistência de outros49,50.

- A Escala de Atividades Instrumentais de Vida Diária de Lawton e Brody51,52 (ANEXO 2), é composta por 8 itens referentes a capacidade de usar o telefone, fazer compras, preparar refeição, tarefas domésticas, trabalhos manuais, usar meio de transporte, manejo de medicações e dinheiro. Esses itens são pontuados de 1 a 3: independência nessas atividades é marcada como "3", precisando de ajuda parcial é classificada como "2", e precisando de ajuda total é pontuado como "1". A soma das pontuações dos itens representa a pontuação total, que variam de 8-24. Aqueles com pontuação de 17 ou mais, são considerados independentes na realização das atividades instrumentais de vida diária (AIVD’s)53-56.

(21)

indivíduo se sente oprimido por situações estressantes que ocorreram no mês anterior. Os itens são pontuados em uma escala do tipo Likert de 5 pontos, variando de nunca (0); quase nunca (1); às vezes (2); com bastante frequência ou quase sempre (3); a muito frequentemente ou sempre (4). A soma das pontuações dos itens representa a pontuação total, com uma possível faixa de 0 a 56 no PSS-14 e de 0 a 40 no PSS-10 (retiradas as questões 4, 5, 12 e 13). As questões com conotação positiva (4, 5, 6, 7, 9, 10 e 13) têm sua pontuação somada invertida, da seguinte maneira, 0=4, 1=3, 2=2, 3=1 e 4=0. As demais questões são negativas e devem ser somadas diretamente e escores mais altos refletem maior estresse percebido.

O estresse percebido foi classificado baseado na pontuação total para PSS-14 como "baixo ou moderado" (0 - 28) ou "alto ou muito alto" (29-56) e na pontuação total de PSS-10 como "baixo ou moderado" (0 - 20) ou "alto ou muito alto" (21 - 40). As escalas de estresse percebido, PSS14 e PSS-10, foram traduzidas e validadas em Português do Brasil13, 57.

A qualidade de vida relacionada à saúde foi avaliada através do Medical Outcomes Study 36-item Short-Form Health Survey (SF-36) (ANEXO 4), que é um

questionário amplamente utilizado, validado para quantificar relatos subjetivos de saúde em termos de estado funcional, estado emocional e bem-estar geral. O SF-36 foi traduzido e validado em vários idiomas e culturas, incluindo Português do Brasil58, composto por 36 itens, distribuídos em oito domínios: capacidade funcional (dez itens); aspectos físicos (quatro itens); dor (dois itens); estado geral da saúde (cinco itens); vitalidade (quatro itens); aspectos sociais (dois itens); aspectos emocionais (três itens); saúde mental (cinco itens) e mais uma questão de avaliação que permite comparar a condição de saúde atual com a de um ano atrás. Cada dimensão é pontuada em uma escala de 0 a 100, com escores mais altos, refletindo uma melhor qualidade de vida.

4.5 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS

(22)

Desenvolvimento (CESED) e só teve início após a emissão de parecer favorável (ANEXO 5), com o número da CAAE: 4991.0.000.405-09.

O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE 2), contendo informações acerca da pesquisa, foi previamente lido pelo entrevistador, para o conhecimento dos objetivos, métodos a serem utilizados e aspectos éticos que serão resguardados, e posteriormente aos esclarecimentos o termo foi assinado pelo participante.

Para a coleta de dados, o entrevistador leu todos os instrumentos, mesmo para os instrumentos auto-aplicáveis, uma vez que a dificuldade dos idosos em responder os questionários, poderia influenciar nos resultados da pesquisa. Os idosos foram entrevistados individualmente, não sendo delimitado o tempo de duração e respeitando as suas limitações.

A coleta dos dados foi realizada no município de Campina Grande – PB, segunda maior cidade do estado da Paraíba, durante o período de novembro de 2012 a março de 2013.

4.6 ANÁLISE DOS DADOS E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Após a coleta dos dados, todos foram inseridos e armazenados em uma planilha eletrônica do programa Microsoft Excel®, para posterior análise estatística descritiva das características e aspectos sócio-demográficos da amostra, utilizando medidas de frequência absoluta e relativa, tendência central (média) e de variabilidade (desvio-padrão) das variáveis. As demais análises foram realizadas nos softwares OriginPro 8 (OriginLab Coorpororation) e Statistica 7 (StatSoft, Inc.), de acordo com a padronização e validação de cada instrumento, com o nível de significância de 5%.

A consistência interna dos dados foi analisada usando o alfa de Cronbach. Para análise dos dados, foram utilizadas análises descritivas, testes paramétricos e não-paramétricos, como: Shapiro–Wilk, Qui-quadrado, Mann Whitney, correlação de Spearman, Análise de Variância (ANOVA), Post Hoc de Tuckey, Kruskal-Wallis e

(23)

apresentados em forma de tabelas, cruzando-se os dados para melhor compreensão e discussão.

4.7 ASPECTOS ÉTICOS

Esta pesquisa teve seu desenvolvimento de acordo com a Resolução 466/1259 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos, baseando-se nos princípios básicos da bioética: autonomia, beneficência, não-maleficência e justiça.

As informações sobre a pesquisa estão contidas no TCLE (APÊNDICE 2) que foi assinado pelos participantes, atestando a voluntariedade de participação no estudo, ficando assegurado total anonimato e sigilo sobre as informações coletadas, como também, a privacidade e o direito de desistir em qualquer momento da pesquisa.

(24)

5 ARTIGOS PRODUZIDOS

5.1 ARTIGO 1 – PERFIL SÓCIO DEMOGRÁFICO E HÁBITOS DE VIDA DE IDOSOS PARTICIPANTES DE GRUPOS DE CONVIVÊNCIA (SOCIO- DEMOGRAPHIC PROFILE AND LIFESTYLE OF ELDERLY PARTICIPANTS

MEMBERS OF COMMUNITY GROUPS). Aceito para publicação na Revista

Fisioterapia Ser. ISSN: 1809-3469. Qualis B5 da CAPES para Área Medicina II.

RESUMO

A população idosa vem aumentando em todo mundo e este crescimento traz a consciência da existência da velhice como uma questão social. Objetivo: Traçar o perfil sócio-demográfico e hábitos de vida de idosos participantes de grupos de convivência. Métodos: Estudo transversal e exploratório, realizado em centros de convivência para idosos no município de Campina Grande-PB, composto por 109 idosos, com idade superior a 60 anos, com amostragem não probabilística. Para avaliação do perfil utilizou-se um formulário contemplando aspectos sócio-demográficos e hábitos de vida. Resultados: A idade variou de 60-88 anos, com uma média de 73,4 anos (± 6,7), havendo a predominância do sexo feminino (89%), da faixa etária de 70-79 anos em ambos os sexos; 62,4% (n=68) são aposentados, 56,9% (n=62) possuem menos de 8 anos de estudo, 92,7% (n=101) apresentam rendimentos entre 1 e 2 salários mínimos, 45,9% (n=50) são viúvos, embora 76,1% (n=81) tenham referido morar com algum familiar. Todos os entrevistados estão ligados a uma religião; 70,6% (n=77) praticam algum tipo de atividade física e dentre os que praticam atividades 36,7% (n=40) a fazem de 1 a 3 vezes por semana. Conclusões: Os idosos participantes de grupos de convivência apresentaram perfil semelhante ao de idosos participantes de outros grupos de convivência de regiões culturalmente e economicamente distintas, havendo uma predominância de mulheres, com baixa escolaridade e renda, que moram com a família e que têm hábitos de vida saudáveis.

(25)

ABSTRACT

The elderly population is increasing worldwide and this growth brings the awareness of the existence of old age as a social issue. Objective: Describe the socio- demographic profile and lifestyle of elderly participants members of community groups. Methods: Cross-sectional exploratory non-probability sampling study, conducted in elderly support groups of the city of Campina Grande- PB, containing a sample of 109 individuals aged over 60 years. It was used a questionnaire containing socio-demographic and lifestyle characteristics. Results: The age ranged from 60-88 years with an average of 73.4 years (± 6.7), with female predominance (89 %). There is a predominance of elderly in the range of 70-79 years, in both genders. The majority of the elderly were retired 62.4 % (n = 68), 56.9 % (n = 62) had less than 8 years of studying time, 92.7 % ( n = 101) have incomes between 1 and 2 minimum wages, 45.9 % (n = 50) are widowed, although 76.1 % ( n = 81) said they live with a family member. All respondents have some kind of religion, 70.6 % ( n = 77) and is engaged in some kind of physical activity. Among those who practice activities 36.7 % (n = 40) to do it one to three times a week. Conclusions: The elderly participants of support groups in Campina Grande have characteristic similar to those of older participants of other support groups from culturally and economically distinct regions. The elderly had a predominance of women with low education and income, live mostly with family and have healthy lifestyle.

Keywords: Support group. Aging. Quality of life. Socialization.

INTRODUÇÃO

(26)

forma rápida e não é acompanhada de melhorias nas condições socioeconômicas e de assistência à saúde da população.

Os idosos nem sempre recebem o suporte social adequado para conviver com o envelhecimento de forma saudável, verificando-se que o processo de envelhecimento torna o idoso mais vulnerável a processos patológicos, ao isolamento e segregação social, fatores estes que podem proporcionar um impacto na qualidade de vida da pessoa que envelhece[3].

Dentre os vários aspectos que vêm sendo analisados com relação a qualidade de vida da população idosa tem-se a socialização e a prática de atividades físicas. A influência das relações sociais na qualidade de vida de idosos vem sendo foco de várias pesquisas,[4-8] observando-se que a integração social é um fator positivo à saúde, importante para proteger os idosos de riscos psicossociais e para diminuir os sentimentos de insegurança no ambiente urbano.

A Qualidade de Vida envolve aspectos amplos, baseia-se em três princípios fundamentais: capacidade funcional, nível socioeconômico e satisfação com as atividades diárias, apresentando também, relação com a autoestima, bem-estar pessoal, capacidade física, estado emocional, interação social, atividade intelectual, suporte familiar e situação econômica,[9] podendo ser comprometida, mediante as consequências do próprio envelhecimento, que comumente sobrevém associado a patologias crônico-degenerativas, estilo de vida, fatores políticos e de desenvolvimento humano em que o indivíduo está inserido.[10,11]

(27)

MATERIAIS E MÉTODOS

A pesquisa foi do tipo transversal e exploratória, onde foram apresentadas características do grupo pesquisado, com relação ao perfil sócio-demográfico e epidemiológico e hábitos de vida, em um período de tempo determinado.

A população foi composta por idosos com idade igual ou superior a 60 anos residentes no município de Campina Grande-PB e a amostra não probabilística por acessibilidade, composta por 109 idosos que participam de grupos de convivência e desejaram participar voluntariamente deste estudo.

Antecedendo a coleta de dados, o projeto de pesquisa foi submetido à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ensino Superior e Desenvolvimento e só teve início após a emissão de parecer favorável, com número de CAAE 0152.0.405.000-11 e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelos participantes.

Foram coletadas informações sobre os aspectos sócio-demográficos e epidemiológicos e hábitos de vida, para determinação dos parâmetros: sexo, idade, estado civil, condição trabalhista e de moradia, escolaridade, rendimentos, prática de atividades físicas, religião, qualidade subjetiva do sono e presença de doenças crônicas. A qualidade subjetiva do sono foi analisada com base na pergunta: “Como você classifica a qualidade do seu sono?” e nas possíveis respostas: “muito ruim”, “ruim”, “regular”, “bom” e “muito bom”.

Foi realizada a análise estatística descritiva das características e dados sócio-demográficos da amostra. Foram usados os testes de variância, teste t e teste de χ2 de Pearson para avaliar possíveis diferenças significativas entre as características dos idosos participantes do grupo. Todas as análises estatísticas foram executadas com um nível de significância de 5%. As análises foram realizadas no software OriginPro 8 (OriginLab Coorpororation).

RESULTADOS

(28)

idades dos sexos (p=0,103), ao nível de significância de 5%. Verifica-se predominância de homens e mulheres na faixa etária de 70-79 anos.

Com base na Tabela I, observa-se que 62,4% (n=68) dos idosos são aposentados, 56,9% (n=62) possuem menos de 8 anos de estudo, 92,7% (n=101) apresentam rendimentos entre 1 e 2 salários mínimos, 66,6% (n=8) dos homens são casados e 49,5% (n=48) das mulheres são viúvas, embora 76,1% (n=83) tenham referido morar com algum familiar. Não foi observada relação de dependência entre as características “condição de trabalho”, “escolaridade”, “rendimentos” e “condição de moradia” com o gênero. Entretanto, verificou-se que, no nível de 5% de significância, há dependência entre o “estado civil” e o gênero, havendo uma predominância dos homens na condição “casado”, e nas mulheres na condição “viúva”.

Tabela I. Características Sócio-Demográficas da amostra. Campina Grande-PB, 2013.

Característica Total

n (%) Homens n (%) Mulheres n (%) P Idade (Anos)

60-69 32 (29,4) 1 (8,3) 31 (32,0)

70-79 58 (53,2) 7 (58,4) 51 (52,6)

> 80 19 (17,4) 4 (33,3) 15 (15,4)

Média (Desvio Padrão) 73,4 (6,7) 76,4 (5,0) 73,1(6,8) p = 0,103

Condição Trabalhista

Aposentado 68 (62,4) 11 (91,6) 57 (58,7)

Trabalhando Fora de Casa 12 (11,0) 1 (8,4) 11 (11,3)

Dona de Casa 29 (26,6) 0(0,0) 29 (30,0) p > 0,05

Escolaridade (anos)

< 8 62 (56,9) 6 (50,0) 56 (57,7)

9-12 35 (32,1) 4 (33,3) 31 (32,0)

> 12 12 (11,0) 2 (16,7) 10 (10,3) p > 0,05

Rendimento (em salários mínimos)

1 a 2 101 (92,7) 11 (91,6) 90 (92,8)

3 a 4 8 (7,3) 1 (8,4) 7 (7,2) p > 0,05

Estado Civil

Casado 35 (32,1) 8 (66,6) 27 (27,8)

Divorciado 8 (7,3) 2 (16,7) 6 (6,2)

Solteiro 15 (13,8) 0 (0,0) 15 (15,5)

Viúvo 50 (45,9) 2 (16,7) 48 (49,5)

Outro 1 (0,9) 0 (0,0) 1 (1,0) p < 0,05

Condição de Moradia

Com a Família 83 (76,1) 10 (83,3) 73 (75,3)

Sozinho 26 (23,9) 2 (16,7) 24 (24,7) p > 0,05

(29)

Para análise dos hábitos de vida, foram pesquisadas informações acerca da qualidade subjetiva do sono, prática de atividades físicas, alcoolismo e tabagismo, conforme apresentadas na Tabela II.

Tabela II. Hábitos de vida e doenças crônicas da amostra. Campina Grande-PB, 2013.

Característica Total

n (%) Homens n (%) Mulheres n (%) p Atividade Física

(vezes/semana)

0 32 (29,4) 2 (16,6) 30 (30,9)

1-3 40 (36,7) 3 (25,0) 37 (38,2)

≥ 4-5 37(33,9) 7 (58,3) 30 (30,9) p > 0,05

Qualidade do Sono

Muito Ruim 8(7,3) 0(0,0) 8 (8,2)

Ruim 9 (8,3) 1 (8,3) 8 (8,2)

Regular 40 (36,7) 5 (41,7) 35 (36,2)

Boa 32 (29,4) 6 (50,0) 26 (26,8)

Muito Boa 20 (18,3) 0 (0,0) 20 (20,6) p > 0,05

Número de Doenças Crônicas

0 12 (11,0) 2 (16,7) 10 (10,3)

1 37 (33,9) 7 (58,3) 30 (30,9)

2 29 (26,7) 3 (25,0) 26 (26,8)

≥ 3 31 (28,4) 0 31 (32,0) p > 0,05

Alcolismo

Sim 2 (1,8) 0 (0,0) 2 (2,1)

Não 107 (98,2) 12 (100) 95 (97,9) p > 0,05

Fuma

Sim 5 (4,6) 0 (0,0) 5 (6,2)

Não 104 (95,4) 12 (100) 92 (94,8) p > 0,05

Fonte: Dados da pesquisa, 2013.

Todos os entrevistados estão ligados a uma religião e 70,6% (n=77) praticam algum tipo de atividade física e dentre os que praticam atividades, 58,3% (n=7) dos homens a fazem de 4 a 5 vezes por semana e 38,2% (n=37) das mulheres de 1 a 3 vezes por semana. Quando questionados acerca do consumo de bebida alcoólica, 98, 2% (n=107) negaram tal consumo e 95,4% (n=104) não fumam.

(30)

Tanto na prática de atividades físicas, avaliação da qualidade subjetiva do sono, presença de doenças crônicas e características de fumar e beber não houve diferença significativa entre os sexos, ao nível de significância de 5%.

Ao se analisar possíveis relações de dependência entre a prática de atividade física e a qualidade subjetiva do sono e entre a prática de atividade física e a presença de doenças crônicas (e sua quantidade) não se observou associações estatisticamente significativas, ao nível de 5%. No entanto, ao se analisar a dependência entre qualidade do sono e número de doenças crônicas, observou-se, ao nível de significância de 5%, um valor de χ2

de Pearson calculado superior ao valor tabelado, rejeitando-se a hipótese de independência, verificando-se nos idosos analisados uma relação de dependência entre que a qualidade do sono e o número de doenças crônicas. Aqueles que referiram apresentar nenhuma ou apenas 1 doença crônica têm uma melhor qualidade de sono.

DISCUSSÃO

Os avanços da medicina e as melhorias nas condições gerais de vida da população têm repercutido na expectativa média de vida do brasileiro, que em 1940 era de 45,5 anos de idade, passando para 72,7, em 2008, ou seja, mais 27,2 anos de vida. Segundo a projeção do IBGE, em 2050 o país alcançará uma expectativa média de vida de 81,29 anos na sua população[15]. Fato que já pode ser observado na presente pesquisa, onde a faixa etária de 70-79 anos é a mais representativa.

Estudos afirmam que a vida mais longa das mulheres tem sido atribuída a diversos fatores como: menos vulnerabilidade biológica, busca por assistência médica com mais frequência, menor exposição aos riscos e maior procura por apoio social. Entretanto, dentro dos grupos de idosos analisados a média de idade foi similar entre homens e mulheres, apesar da absoluta maioria de mulheres que compõe o grupo.

(31)

também foi observado um maior número de viúvas (48%), e entre os homens participantes de casados, 66,6%.

Estudo da ONU mostra que, nos países mais desenvolvidos, a proporção de idosos vivendo com os filhos diminuiu substancialmente com o avançar da idade, verificando-se que quanto maior o nível de desenvolvimento econômico do país, menores são as taxas de co-residência entre os idosos. Isso pode estar relacionado a melhora nas condições física e mentais do idosos desses países, com o aumento dos serviços de apoio de saúde e social, possibilitando maior independência ao idoso. Em contrapartida, em muitos países em desenvolvimento, a porcentagem de pessoas idosas que moram com os filhos continua elevada, mesmo com o aumento da longevidade, seja por uma questão cultural, seja por limitações no grau de independência dos idosos[15,17].

No caso do Brasil, particularmente, a co-residência permanece elevada entre os idosos, tal como evidenciado na Tabela I; contudo, cresce, ao longo dos anos, a proporção de idosos brasileiros morando sozinhos. De acordo com o IBGE,[15] o número de idosos que moram sozinhos no Brasil vem aumentando, alcançando a proporção de 13,2% em 2006.

Apesar da velhice não ser sinônimo de doenças ou incapacidades, sabe-se que nessa fase da vida as pessoas tendem a estar mais susceptíveis a problemas de saúde e, conseqüentemente, carentes de apoio. Idosos que vivem e convivem com outras pessoas, sejam elas parentes ou não, parecem estar mais bem amparados em caso de problemas de saúde[18].

(32)

As políticas públicas governamentais brasileiras têm procurado implementar modalidades de atendimento aos idosos tais como, Centros de Convivência – espaço destinado à prática de atividade física, cultural, educativa, social e de lazer, como forma de estimular sua participação no contexto social que se está inserido. Os múltiplos aspectos que caracterizam o processo de envelhecimento clamam para a necessidade de propiciar à pessoa idosa atenção abrangente à saúde na prática. Busca-se com isso não somente o controle das doenças, mas, e principalmente, bem-estar físico, psíquico e social, com a preservação da sua autonomia pelo maior tempo possível e melhora da qualidade de vida[20].

Pesquisas[21] evidenciam que grupos de convivência proporcionam aos idosos um sentimento de perseverança e de vinculação social, com o desenvolvimento de laços de amizades, trocas de sentimentos, experiências e conhecimentos que contribuem para melhora da qualidade de vida. Por outro lado, estudos evidenciam que a falta de socialização dos idosos provoca diminuição da qualidade de vida[22].

O bem-estar proporcionado pela participação do idoso em atividades em grupo contribui para sua conscientização sobre a importância do autocuidado, como também, oportuniza a vivência e troca de experiências que movimentam suas vidas. Estudos[23,24] revelaram dados positivos sobre a qualidade de vida dos idosos pertencentes a uma instituição de recreação, destacando que a saúde e a independência foram os principais determinantes da felicidade, bem como o reforço da percepção de convívio social, o que melhora a autoestima.

Todos os idosos participantes da pesquisa estão ligados a uma religião, e estudos destacam, que a fé religiosa e a espiritualidade estão associadas a uma melhor forma de enfrentar problemas, maior maleabilidade ao estresse, orientação otimista da vida, maior apoio social e menores níveis de ansiedade, com consequente, melhor percepção do estado geral de saúde e favorecendo a socialização, independente do tipo de crença/religião[25].

(33)

Conforme Cruz[27] todas as mudanças sofridas com o avançar da idade fazem com que as pessoas busquem meios para viver melhor, reduzindo os fatores de risco para morbidades e mortalidade, onde o controle de vícios como o fumo e o álcool, estão incluídos, uma vez que adotando um estilo de vida mais saudável aumentam a expectativa de vida.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD 2009[19] destacam que na avaliação subjetiva do estado de saúde, mesmo que 77,4% dos idosos tenham declarado sofrer de doenças crônicas, 45,5% declararam seu estado de saúde como muito bom ou bom. Apenas 12,6% disseram ter a saúde ruim ou muito ruim, em especial, os idosos com 75 anos ou mais, os de cor preta ou parda e os que viviam com renda familiar de até ½ salário mínimo. A percepção do próprio estado de saúde entre as mulheres com 60 anos ou mais ficou distribuída da seguinte forma: 45,2% muito bom/bom; 41,9% regular e 12,9% ruim/ muito ruim, resultados positivos também foram observados na presente pesquisa, o que permite observar que a socialização, através da participação em grupos de convivência, o convívio familiar e a prática de atividades físicas e religiosas e hábitos de vida saudáveis, favorecem uma melhor avaliação da saúde e da qualidade de vida.

CONCLUSÃO

(34)

REFERÊNCIAS

1. Pereira RJ, Cotta RM, Franceschini SCC et al. Contribuição dos domínios físico, social, psicológico e ambiental para a qualidade de vida global de idosos. Rev Psiquiatr RS 2006; 28:27-38.

2. Joia LC, Ruiz T, Donalision MR. Condições associadas ao grau de satisfação com a vida entre a população de idosos. Rev Saúde Pública 2007; 41(1):131-8.

3. Lima MG, Barros MBA, César CLG et al. Health related quality of life among the elderly: a population-based study using SF-36 survey. Cad. Saúde Pública 2009; 25:2159-2167.

4. Cavaleiro P, Morino-Abbele F, Bertocci, B. The social relations of the elderly. Archives of Gerontology and Geriatrics, Suppl. 2007; 1:7–100.

5. Routasalo PE, Tilvis RS, Kautiainen H, Pitkala KH. Effects of psychosocial group rehabilitation on social functioning, loneliness and well-being of lonely, older people: randomized controlled trial. Journal of Advanced Nursing 2009;65(2):297– 305.

6. Fothergill KE, Ensminger ME, Robertson J, Green KM, Thorpe RJ, Juon HS. Effects of social integration on health: A prospective study of community engagement among African American women. Social Science & Medicine 2011;72:291-298.

7. Nicholson NR. A Review of Social Isolation: An Important but Underassessed Condition in Older Adults. The Journal of Primary Prevention 2012;33:137–152.

(35)

9. Santos SR, Santos IBC, Fernandes MGM et al. Qualidade de vida do idoso na comunidade: aplicação da Escala de Flanagan. Rev Latino-Am Enfermagem 2002;10(6):757-64.

10. Ribeiro AP, Souza ER, Atie S et al. A influência das quedas na qualidade de vida de idosos. Ciência & Saúde Coletiva 2008; 13:1265-1273.

11. Almeida EA, Madeira GD, Arantes PMM et al. Comparação da qualidade de vida entre idosos que participam e idosos que não participam de grupos de

convivência na cidade de Itabira-MG. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2010; 13:435-43.

12. Rocha, S V. et al. Qualidade de vida entre mulheres participantes de grupos de convivência. Revista APS. Juiz de Fora, 2010; 13(3):352-356, jul/set

13. Rufine MFC, Formiga NS, Valentini F, Melo GF. Escala de Qualidade de Vida: análise estrutural de uma versão para idosas. Ciência & Saúde Coletiva, 2013; 18(3):1993-2000.

14. Lustosa LP, Marra TA, Pessanha FPAS, Freitas JC, Guedes RC. Fragilidade e funcionalidade entre idosos frequentadores de grupos de convivência em Belo Horizonte, MG. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol. Rio de Janeiro, 2013; 16(2):347-354

15. IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Sinopse dos resultados do censo. Brasil 2010. Disponível em: <http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse>. Acesso em: 30 set. 2013.

16. Ferreira, J. M.; Cunha, N. C. V.; Menut, A. Z. C. Qualidade de Vida na Terceira Idade: um Estudo de Caso do SESC Alagoas. Revista eletrônica de gestão organizacional. Alagoas, 2010; 8:118-135, jan/Abr.

(36)

18. Camargos, MCS, Rodrigues, RN. Idosos que vivem sozinhos: como eles enfrentam dificuldades de saúde. CEDEPLAR/UFMG, Caxambu, MG. Trabalho apresentado no XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, set./out 2008.

19. IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Síntese de Indicadores Sociais: Uma Análise das condições de vida da população brasileira. Rio de Janeiro, 2010.

20. Freitas, EV, Py, L, Cançado, FAX, et al. Tratado de geriatria e gerontologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

21. Oliveira, MQ, Queiroz MB. O “olhar” da pessoa idosa acerca da participação em grupos de convivência: contribuindo para a melhoria da qualidade de vida. Revista portal de divulgação 2012; 19:31-40.

22. Bodner, E, Cohen-Fridel, S, Yaretzky, A. Sheltered housing or community dwelling: quality of life and ageism among elderly people, International Psychogeriatrics 2011; 23:1197–1204

23. Penna, FB, Santo, FHE. O movimento das emoções na vida dos idosos: um estudo com um grupo da terceira idade. Revista eletrônica de enfermagem 2006; 8:17-24.

24. Ferraz AF, Peixoto MRB. Qualidade de vida na velhice: estudo em uma

instituição pública de recreação para idosos. Revista eletrônica de enfermagem 1997; 31:316-38.

(37)

26. Ursine, PGS, Cordeiro, HÁ, Morais, CL. Prevalência de idosos restritos ao domicílio em região metropolitana de Belo Horizonte (Minas Gerais, Brasil). Ciência e saúde coletiva. Belo Horizonte 2011;16(6):2953-2962.

(38)

5.2 ARTIGO 2 – ASSESSING THE PERCEIVED STRESS AND QUALITY OF LIFE OF ELDERLY WOMEN. Submetido para publicação Archives of Gerontology and Geriatrics. ISSN: 0167-4943. Qualis B1 da CAPES para Área Medicina II.

Abstract

The aim of this work was to analyze the influence of perceived stress on the quality of life of elderly female residents in a small town. Data were obtained from the responses of 253 elderly women to the PSS-14, PSS-10 and SF-36 questionnaires. The internal consistency of the instruments was assessed using Cronbach’s alpha. Parametric and non-parametric tests were applied to identify possible significant differences in the distribution of the values among the groups. Spearman and Pearson correlations were used to analyze the instruments and characteristic relationships. Multiple regressions were performed to examine the associations between the perceived stress and characteristics of the sample and the domains of the SF-36. Cronbach’s α of the PSS-14 and PSS-10 were 0.75 and 0.89, respectively, and ranged from 0.76 to 0.91 in the dimensions of the SF-36, indicating adequate internal consistency of the data. The level of perceived stress in the elderly of this study has a statistically significant influence (p <0.001) on the distribution of values in all the domains of the SF-36. A significant correlation was found between perceived stress values determined by the PSS-14 and PSS-10 scales and all the domains of the SF-36 (p<0.001). Higher levels of stress are associated with lower values in the domains of the SF-36 (p <0.001). Perceived stress shows a statistically significant negative association with the domains of the SF-36 and is an excellent indicator of the quality of life in the group of elderly people under study.

Keywords: Perceived stress; Quality of life; Elderly women

INTRODUCTION

(39)

represent more than 22% of the population in 2050 (Carvalho, Rossato, Fuchs, Harzheim, & Fuchs, 2013).

Aging is a multifactorial process that is influenced by biological, psychological and social (Santos, Dantas, & Moreira, 2011) changes. These changes can lead to disabilities, dependence, and diminished social interaction, altering ways of viewing their function in society (Faria, Teixeira-Salmela, Nascimento, Costa, Brito, & Rodrigues-de-Paula, 2011), and may lead to the development of high stress levels. Stress is also a reflection of the changes caused by aging, and when high, is closely associated with various diseases of old age (Aquino et al., 1996, Beekman et al., 2000 and Swaab et al., 2005), such as depression, suicide, hormonal changes, etc.

In recent years, many researchers have shown increasing interest in understanding the influence of stress on the behavior and quality of life of populations. Psychological stress occurs when a person perceives that demands imposed by the environment, by society, exceed their adaptive capacity (Cohen et al., 1995 and Wang et al., 2011). There is ample evidence linking stress with health problems such as depression, anxiety, cardiovascular disease, cancer, and other adverse health outcomes (Cohen et al., 1993, Reis et al., 2010 and Wang et al., 2011). On the other hand, a situation or event to be considered stressful must be perceived as stressful via perceptual processes; hence, it is important to evaluate the level of perceived stress when assessing the impact of psychological stress on health.

(40)

situations in an individual's life are assessed as stressful (Cohen et al., 1983 and Mitchell et al., 2008). The PSS was designed to assess the importance of the subjective interpretation of life events.

The PSS was originally developed (Cohen, Kamarck, & Mermelstein, 1983) as a scale of 14 items (PSS-14), which evaluates the perception of stressful experiences in the previous month, using a five-point Likert scale. The authors (Cohen & Williamson, 1988) subsequently found that a 10-item scale (PSS-10) (removing the four lowest loading items of the 14-item version) showed stronger psychometric characteristics than the original scale.

Pursuant to the popularization of the PSS scale, several studies have investigated the association between perceived stress and a variety of health issues such as depression, immune and anti-inflammatory response, risk of infection in the elderly, self esteem and memory deficits in the elderly, etc. (Stowell et al., 2001, Santos et al., 2012 and Reis et al., 2010). Among the several studies (Mitchell et al., 2008, Cox et al., 2004, Daubenmier et al., 2006, Imayama et al., 2011, Karam et al., 2012, Rasmussen et al., 2012 and Tudoran and Furtunescu 2013) that have used the PSS, many have sought to analyze the relationships between perceived stress and quality of life in specific populations, such as in pregnant women, suicide survivors, eye amputated patients, sarcoidosis patients, postmenopausal obese women, people with urinary incontinence, cancer patients, etc. However, no studies are available involving the analysis of the relationship between perceived stress and quality of life of elderly women.

(41)

Various aspects of quality of life of the elderly have been analyzed, seeking to correlate them with characteristics such as socialization, practice of physical activity, economic and educational level, sleep quality, etc. However, there are very few studies (Chao and Lu, 2011 and Tudoran and Furtunescu, 2013) that address the relationship between perceived stress and the quality of life of the elderly, despite the importance of this relationship in understanding how the elderly accept the changes resulting from aging and the demands and requirements of modern society, and which are reflected in their perception of quality of life. Moreover, measuring perceived stress levels and assessing their correlations with perceived Health Related Quality of Life scores may provide valuable information for medical doctors, public health officers, and for social interventions (Tudoran & Furtunescu, 2013). This study therefore aims to analyze the influence of perceived stress on the quality of life of elderly female residents in a small town and the influence of socio-demographic characteristics on this perception.

METHODS

Study design

(42)

Instrument

The participants answered a socio-demographic questionnaire, from which the following data were obtained: age, employment status, years of (formal) education, income, housing condition, marital status, frequency of weekly physical activity, subjective sleep quality, number of chronic diseases, and participation in elderly support groups. Subjective sleep quality was assessed based on the question: “How do you rate the quality of your sleep?” and on the possible responses: “very poor,” “poor,” “fair,” “good” and “very good.” In the data analysis, the responses “very poor,” “poor” and “fair” were grouped in the category of ‘Poor sleep,’ while the responses “good” and “very good” were placed in the category of ‘Good sleep’

The perceived stress of elderly women was assessed using the Perceived Stress Scale (PSS) (Cohen et al., 1983 and Cohen and Williamson, 1988). PSS measures the extent to which an individual feels overwhelmed by stressful situations that occurred during the preceding month. The items are scored on a Likert-type scale ranging from never (0); almost never (1); sometimes (2); and fairly often (3); to very often (4). The sum of the item scores represents the total score, with a possible range of 0 to 56 in the PSS-14 and 0 to 40 in the PSS-10; and higher scores reflect greater perceived stress. There are no specified thresholds in the literature; thus, in this study, the perceived stress was classified, based on the global PSS-14 score, as “Low or Moderate” (0 – 28) or “High or Very High” (29 – 54), and upon the global PSS-10 score as “Low or Moderate” (0 – 20) or “High or Very High” (21 – 40). The perceived stress scales, PSS14 and PSS-10, have been translated and validated in Brazilian Portuguese (Luft et al., 2007 and Reis et al., 2010).

(43)

assistance from others [Shah et al., 1989, Peruzza et al., 2003 and Sainsbury et al., 2005).

The functional abilities of older adults and the evaluation of the impact of cognitive impairment on routine activities were assessed using Lawton and Brody’s Instrumental Activities of Daily Living (IADL) Scale (Lawton and Brody, 1969 and Lawton, 1988). The IADL scale consists of 8 items involving the ability to use the telephone, food preparation, shopping, housekeeping, laundry, transportation, taking medications and money management. These items are scored from 1 to 3: independence in these activities is scored as “3,” needing partial help is scored as “2,” and needing total help is scored as “1” point. The sum of the item scores represents the total score, ranging from 8–24. Those with scores of 17 or more are considered independent in performing instrumental activities of daily living (Shelkey and Katz, 1999, Gold 2012, Karakurt and Ünsal, 2013 and Arslanta et al., 2014).

The quality of life of elderly women was assessed using the SF-36, which is a widely used questionnaire validated to quantify subjective reports of health in terms of functional status, emotional status and general well-being. The SF-36 (Short-Form (36) Health Survey) has been translated and validated in many languages and cultures, including Brazilian Portuguese (Ciconelli et al., 1999). The SF-36 is a generic measure of eight domains of overall physical and mental health, comprising 36 questions distributed among eight different dimensions of health: physical functioning (PF); role-physical (RP); bodily pain (BP); general health (GH); vitality (VT); social functioning (SF); role-emotional (RE); and mental health (MH). Each dimension is scored on a scale of 0 to 100, with higher scores reflecting better quality of life.

Statistical Analysis

(44)

significant differences in the distribution of the scale values or in the means among the groups. Spearman and Pearson correlations were used to analyze the instruments and characteristic relationships. Multiple regressions were performed to examine the associations between the characteristics of the sample and the scales or domains of the SF-36. All the statistical analyses were performed at a 5% level of significance. The analyses were performed using OriginPro 8 (OriginLab Corporation) and Statistica 7 (StatSoft, Inc.) software.

RESULTS

The average age of the study participants (Table 1) was 71.3, with ages ranging from 60 to 100 years; 80.2% of the participants were married or widowed; 55.3% of the participants engage in some physical activity; approximately 50% of the participants had less than 8 years of schooling; 76.7% received up to 2 minimum wages per month; the majority, 82.2%, lived with their family; and 87.4% of the participants had some type of chronic disease. The majority of the participants (88.1%) presented a slight dependence or independence according to the BI score, and 97.6% were considered independent in performing instrumental activities of daily living.

The PSS-14 and PSS-10 (Table 2) scores ranged from 2 to 53 and from 4 to 39, respectively, and presented Cronbach’s alpha of 0.89 and 0.78, respectively. The literature reports Cronbach’s alpha values ranging from 0.75 to 0.89 for the PSS-14, and from 0.75 to 0.91 for the PSS-10 (Cohen et al., 1983, Cohen and Williamson, 1988, Mitchell et al., 2008, Reis et al., 2010 and Wang et al., 2011). The SF-36 scores were lower in the dimensions of bodily pain (62.7) and role-physical (63.6) and higher in the dimensions of social functioning (84.4) and mental health (75.6). The values of Cronbach’s alpha ranged from 0.76 to 0.91: PF (0.89), RP (0.89), BP (0.77), GH (0.80), VT (0.79), SF (0.76), RE (0.91), and MH (0.85), indicating internal consistency of the data (Brazier et al., 1992 and Bland and Altman, 1997).

(45)

condition, frequency of physical activity, quality of sleep, number of chronic diseases, and the condition of dependence or independence in performing basic daily activities. Note that the groups that presented altered stress levels also showed statistically significant changes in the distributions of values in some of the SF-36 domains. Except for the educational level of the group, all the other aforementioned indicators showed changes in five or more of the SF-36 domains. These changes were observed not only in the domains that strongly influence the participants’ mental health (VT, SF, RE and MH) (Ware & Kosinsli, 2001) but also in the other domains. This indicates that factors that influence stress levels also strongly influence the quality of life of the elderly analyzed in this study, not only in the domains high correlated with physical health (such as PF and RP) (Ware & Kosinsli, 2001) but also in those significantly correlated with mental health.

Table 1. Characteristics of the study sample

Characteristic n (%)

Age (years)

60-69 112 (44,3%)

70-79 106 (41,9%)

≥ 80 35 (13,8%)

Mean (Standard Deviation – SE of mean) 71.3 (7.4a – 0.5b) Work status

Inactive/Retiree 121 (47.8%)

Active 51 (20.2)

Homemaker 81 (32.0)

Education (years)

≤ 8 126 (49.8%)

9-11 75 (29.6%

≥ 12 52 (20.6%)

Monthly per capita income (minimum wage)

1-2 194 (76.7%)

3-4 48 (19.0%)

> 4 11 (4.3%)

Living condition

Lives with family 208 (82.2%)

Lives alone 44 (17.4%)

Other 1 (0.4%)

Marital Status

Married 101 (39.9%)

Divorced 19 (7.5%)

Single 30 (11.9%)

Widower 102 (40.3%)

Other 1 (0.4%)

Participation in conviviality group

Yes 102 (40,3%)

(46)

Physical activity (Times per week)

0 113 (44.7%)

1-3 72 (28.5%)

≥ 4 68 (26.8%)

Sleep Quality

Very Poor 14 (5.5%)

Poor 22 (8.7%)

Regular 93 (36.8%)

Good 77 (30.4%)

Very Good 47 (18.6%)

Number of Chronic Diseases

0 32 (12.6%)

1 84 (33.2%)

2 75 (29.7%)

3 47 (18.6%)

> 3 15 (5.9%)

Barthel Scale – Score > 90 223 (88.1%)

Lawton and Brody’s IADL – Score > 16 247 (97.6%)

a

Standard deviation, b Standard Error

Table 2. PSS and SF-36 scores and stratification according to the perceived stress level

Instrument Mean (SD)a

Median; Range

PSS-14 (SF-36 Mean (SD)a) PSS-10 (SF-36 Mean (SD)a)

SF-36 PSS ≤ 28 PSS > 28 p value PSS ≤20 PSS>20 p value

PFb

66.7 (26.2)

70.0; 0-100 69.9 (25.3)

49.3 (23.8)

< 0.001c 69.8 (25.2)

53.4 (26.7)

< 0.001c

RPb

63.6 (41.8)

75.0; 0-100 70.7 (39.2)

25.6 (34.2)

< 0.001c 70.8 (38.9)

33.2 (39.8)

< 0.001c

BPb

62.7 (22.9)

62.0; 0-90 65.5 (22.1)

47.5 (21.2)

< 0.001c 65.2 (22.0)

50.1 (23.3)

< 0.001c

GHb

68.4 (24.0)

72.0; 5-100 72.3 (21.8)

47.3 (24.3)

< 0.001c 72.6 (21.8)

48.2 (24.1)

< 0.001c

VTb

68.0 (21.7)

70.0; 5-100 72.6 (18.5)

44.4 (20.9)

< 0.001c 72.5 (18.7)

47.7 (22.7)

< 0.001c

SFb

84.4 (23.3)

100.0; 0-100 88.6 (18.6)

61.9 (31.8)

< 0.001c 88.7 (18.7)

65.4 (30.8)

< 0.001c

REb

70.8 (41.7)

100.0; 0-100 77.3 (38.5)

36.7 (42.0)

< 0.001c 77.3 (38.4)

43.6 (44.1)

< 0.001c

MHb

75.6 (21.4)

100.0; 0-100 80.2 (17.3)

50.9 (24.0)

< 0.001c 80.2 (17.4)

54.8 (24.3)

< 0.001c

PSS-14 19.9 (9.1) 19; 2-53 PSS-10 14.7 (7.2) 14; 0-39

a

(47)

Table 3 – PSS and SF-36 scores of the characteristics of the participants in this study, stratified by groups*

PSS-14 PSS-10 PFa RPa BPa GHa VTa SFa REa MHa

Age (years)

60-69 21.1 (9.2)

15.8 (7.3) 67.8 (25.2) 59.6 (41.7) 59.1 (21.8) 65.7 (25.9) 65.9 (22.0) 80.0 (25.9) 65.5 (44.7) 70.6 (23.4)

70-79 19.0 (9.1)

13.9 (7.3) 69.9 (24.9) 66.3 (41.5) 66.0 (24.3) 72.2 (21.6) 70.2 (21.6) 87.5 (20.2) 76.7 (37.4) 80.1 (18.1)

> 80 18.9 (8.5)

13.8 (6.9) 53.3 (29.5) 68.6 (43.0) 64.4 (21.0) 65.3 (23.4) 68.0 (20.9) 88.9 (21.8) 70.5 (42.6) 77.7 (21.3)

p value 0.182 0.116 0.011 0.303 0.046 0.152 0.319 0.085 0.226 0.008

Work status

Inactive/Retiree 19.6 (8.2)

14.8(6.8) 65.8 (26.8) 68.1 (40.4) 62.4 (22.0) 68.1 (23.9) 68.6 (20.5) 85.7 (21.4) 76.3 (38.8) 76.0 (19.9)

Active 18.2 (9.4)

13.1(7.3) 71.8 (24.2) 65.2 (39.7) 61.7 (22.1) 73.2 (22.6) 74.4 (17.7) 84.3 (23.7) 74.5 (39.8) 78.3 (19.2) Homemaker 21.3(10.0) 15.7(7.9) 64.8 (26.3) 55.9 (44.4) 63.8 (24.9) 65.9 (24.9) 63.2 (24.7) 82.4 (25.8) 60.5 (45.4) 73.2 (24.7)

p value 0.143 0.139 0.294 0.128 0.681 0.203 0.049 0.601 0.030 0.694

Education (years)

≤ 8 21.7 (8.7)b

16.2(7.0) b 62.4 (25.5) 58.1 (43.2) 60.6 (24.4) 65.7 (25.3) 65.4 (22.7) 81.5 (26.3) 64.0 (43.3) 73.5 (23.2)

9-11 17.6 (8.3)c

13.0(6.8)c 70.3

(27.1) 66.3 (41.8) 65.5 (22.7) 71.3 (21.2) 73.9 (19.8) 86.3 (20.9) 76.4 (39.0) 78.4 (18.8) ≥12 18.8 (10.4)bc 13.6 (8.1)c 71.7 (25.1) 73.1 (36.7) 63.7 (18.7) 70.8 (24.2) 65.9 (20.6) 88.5 (18.0) 79.5 (39.1) 76.7 (20.1)

p value 0.005 0.001 0.016 0.106 0.419 0.254 0.016 0.477 0.019 0.478

Monthly income (minimum wage)

1-2 20.2 (8.9)

15.1(7.1) 64.7 (26.7) 59.7 (42.9) 62.3 (23.8) 67.3 (23.8) 67.2 (22.1) 83.2 (24.4) 68.6 (42.4) 74.9 (21.8)

3-4 17.7 (7.8)

12.6(6.4) 71.6 (24.6) 76.0 (36.1) 63.2 (20.0) 69.1 (25.4) 70.3 (19.3) 90.4 (15.9) 77.8 (38.5) 79.4 (18.5)

> 4 23.9 (15.1)

17.1 (11.6) 82.7 (12.9) 79.5 (33.2) 67.5 (19.8) 84.4 (14.8) 71.8 (25.3) 78.4 (28.0) 81.8 (40.5) 71.3 (26.6)

p value 0.079 0.053 0.040 0.038 0.753 0.027 0.558 0.196 0.171 0.412

Living condition

Lives with

family 20.5 (8.9)

15.2 (7.1) 65.5 (26.2) 60.9 (42.0) 61.7 (22.8) 66.9 (24.3) 66.5 (21.4) 83.7 (23.8) 68.8 (42.4) 74.5 (21.9)

Lives alone 17.4 (9.7)

12.6 (7.8) 73.7 (23.4) 77.8 (37.4) 68.4 (22.2) 76.5 (20.4) 76.5 (20.1) 89.8 (16.5) 82.6 (35.6) 82.1 (16.5)

p value 0.041 0.026 0.055 0.015 0.055 0.012 0.002 0.231 0.040 0.033

Marital Status

Married 19.8 (9.1)

14.7 (7.3) 66.6 (27.2) 62.6 (41.7) 63.3 (22.5) 68.2 (23.1) 66.9 (21.6) 85.9 (21.8) 70.3 (41.6) 76.2 (22.1) Divorced 18.9(9.5) 14.1 (8.0) 71.3(24.1) 65.8 (45.0) 59.9 (22.4) 68.8 (26.0) 66.1 (23.0) 86.2 (19.9) 77.2 (41.7) 74.9 (21.5) Single 21.4(10.3)

15.9 (8.7) 65.0 (26.8) 60.8 (46.3) 56.8 (26.6) 70.3 (26.4) 65.7 (23.5) 85.4 (20.3) 68.9 (41.9) 74.3 (22.2)

Widower 19.7 (8.7)

14.6 (6.8) 66.5 (25.7) 65.4 (40.4) 64.0 (22.2) 67.9 (24.2) 70.2 (21.3) 82.2 (26.3) 71.6 (41.8) 75.7 (20.8)

p value 0.786 0.813 0.851 0.932 0.702 0.891 0.597 0.906 0.812 0.911

Participation in conviviality group

Yes 18.6 (9.4)

14.1 (6.7) 67.2 (25.3) 65.9 (42.0) 65.2 (24.0) 69.8 (21.3) 71.5 (19.2) 87.9 (21.1) 74.8 (39.1) 80.6 (17.8)

No 20.7 (9.5)

15.1 (7.6) 66.3 (26.8) 62.1 (41.7) 61.0 (22.0) 67.4 (25.7) 65.7 (23.0) 82.0 (24.5) 68.2 (43.3) 72.2 (23.0)

p value 0.073 0.282 0.881 0.327 0.122 0.858 0.069 0.019 0.274 0.003

Physical activity (Times per week)

0 22.1 (9.7)b

16.4 (7.9)b 60.0 (27.0) 57.7 (42.0) 58.8 (23.0) 63.7 (25.2) 63.2 (22.1) 78.8 (27.3) 63.7 (44.2) 71.2 (23.3)

1-3 18.2 (9.7)c

13.5 (6.7)c 70.4 (25.5) 67.4 (41.7) 62.4 (23.3) 70.4 (23.4) 71.0 (19.8) 87.3 (18.8) 72.2 (41.1) 77.8 (19.7)

≥ 4 18.0 (7.6)c

13.3(6.1)c 73.9

(22.9) 72.8 (37.8) 69.5 (20.8) 74.2 (21.2) 72.8 (21.7) 90.6 (18.0) 81.4 (35.7) 80.6 (18.6)

p value 0.003 0.004 0.001 0.042 0.007 0.016 0.005 0.012 0.023 0.016

Sleep Quality

Poor sleep 22.2 (9.0)

16.6 (7.2) 64.0 (27.1) 57.8 (41.8) 58.3 (23.2) 62.3 (24.8) 64.1 (22.1) 80.8 (25.0) 66.7 (43.9) 69.7 (22.6)

Good sleep 17.5 (8.6)

Imagem

Tabela I. Características Sócio-Demográficas da amostra. Campina Grande-PB,  2013.  Característica Total  n (%)  Homens  n (%)  Mulheres  n (%)  P  Idade (Anos)  60-69  32 (29,4)  1 (8,3)  31 (32,0)  70-79  58 (53,2)  7 (58,4)  51 (52,6)  &gt; 80  19 (17,4
Tabela II. Hábitos de vida e doenças crônicas da amostra. Campina Grande-PB,  2013.  Característica Total  n (%)  Homens  n (%)  Mulheres  n (%)  p  Atividade Física  (vezes/semana)  0  32 (29,4)  2 (16,6)  30 (30,9)  1-3  40 (36,7)  3 (25,0)  37 (38,2)  ≥
Table 1. Characteristics of the study sample
Table 2. PSS and SF-36 scores and stratification according to the perceived stress  level  Instrument Mean  (SD) a Median; Range  PSS-14 (SF-36 Mean (SD) a )  PSS-10 (SF-36 Mean (SD)a)  SF-36     PSS ≤ 28  PSS &gt; 28  p value  PSS ≤20 PSS&gt;20  p value
+6

Referências

Documentos relacionados

Com a medida T-unit, que avalia as produções individuais, foi possível observar uma queda no índice de erros do pré-teste para o teste imediato em ambos os grupos,

Aos 7, 14 e 21 dias após a emergência (DAE), foi determinado o índice SPAD no folíolo terminal da quarta folha completamente expandida devido ser esta folha recomendada para verificar

No entanto, para aperfeiçoar uma equipe de trabalho comprometida com a qualidade e produtividade é necessário motivação, e, satisfação, através de incentivos e política de

No entanto, maiores lucros com publicidade e um crescimento no uso da plataforma em smartphones e tablets não serão suficientes para o mercado se a maior rede social do mundo

devidamente assinadas, não sendo aceito, em hipótese alguma, inscrições após o Congresso Técnico; b) os atestados médicos dos alunos participantes; c) uma lista geral

Em síntese, no presente estudo, verificou-se que o período de 72 horas de EA é o período mais ad- equado para o envelhecimento acelerado de sementes de ipê-roxo

De modo geral, conclui-se que: o uso de energia nas propriedades avaliadas está diretamente relacionada às tecnologias empregadas, bem como, os gastos com energia e energéticos

Chegamos ao título do presente estudo: “A via crucis do corpo da mulher: trajetos de violência na literatura brasileira sob a ótica dos direitos humanos das mulheres”,