www.rpped.com.br
REVISTA
PAULISTA
DE
PEDIATRIA
ARTIGO
ORIGINAL
Evoluc
¸ão
clínica
e
estado
nutricional
de
crianc
¸as
e
adolescentes
asmáticos
acompanhados
em
Unidade
Básica
de
Saúde
Rosinha
Yoko
Matsubayaci
Morishita
∗,
Maria
Wany
Louzada
Strufaldi
e
Rosana
Fiorini
Puccini
DepartamentodePediatria,EscolaPaulistadeMedicina,UniversidadeFederaldeSãoPaulo(Unifesp),SãoPaulo,SP,Brasil
Recebidoem22desetembrode2014;aceitoem8defevereirode2015 DisponívelnaInternetem10deagostode2015
PALAVRAS-CHAVE
Asma; Crianc¸as; Evoluc¸ãoclínica; Atenc¸ãobásica àsaúde
Resumo
Objetivo: Avaliaraevoluc¸ãoclínicaeaassociac¸ãoentreoestadonutricionaleagravidadeda asmaemcrianc¸aseadolescentesmatriculadosemUnidadesBásicasdeSaúde(UBS).
Métodos: Estudodecoorteretrospectivacom219pacientesasmáticos(3-17anos), matricula-dosemUBSdomunicípio deEmbu dasArtes(SP),de2007a2011.Dados secundários:sexo, idade,diagnósticodegravidadedaasma,outrasatopias,antecedentesfamiliaresdeatopia, índicedemassacorporal.Paraavaliaraevoluc¸ãodaasmaforamcoletadosnúmerodecrisesde asma,númerodeatendimentosdeurgênciaedosesdecorticoideinalatóriono6◦e12◦mêsde
acompanhamento.Aanáliseestatísticaincluiutestesdequi-quadradoeíndicedeconcordância Kappa,comníveldesignificânciade5%.
Resultados: Dospacientes,50,5%iniciaramasibilânciaantesdosdoisanos;99,5% apresenta-ramrinitealérgicae65,2%antecedentefamiliarparaatopiapositivo.Quantoàgravidade,a asmaintermitentefoimaisfrequente(51,6%);emrelac¸ãoaoestadonutricional,65,8%dos paci-enteserameutróficos.Nãohouveassociac¸ãoentreoestadonutricionaleagravidadedaasma (p=0,409).Apósumanodeacompanhamento,25,2%dospacientesreduziramasexacerbac¸ões eosatendimentosnasurgênciase16,2%reduziramaquantidadedecorticoideinalatório. Conclusões: O acompanhamento dos pacientes asmáticos em UBS demonstrou melhoria da evoluc¸ãocomreduc¸ãodonúmerodeexacerbac¸ões,dosatendimentosnasurgênciasedasdoses decorticoideinalatório.Nãohouveassociac¸ãoentreoestadonutricionalegravidadedaasma. ©2015SociedadedePediatriadeSãoPaulo.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Esteéumartigo OpenAccesssobalicençaCCBY(https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt).
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:rosinhamorishita@uol.com.br(R.Y.M.Morishita).
http://dx.doi.org/10.1016/j.rpped.2015.02.005
KEYWORDS
Asthma; Children;
Clinicalevolution; PrimaryHealthCare
Clinicalevolutionandnutritionalstatusinasthmaticchildrenandadolescents
enrolledinPrimaryHealthCare
Abstract
Objective: Toevaluatetheclinicalevolutionandtheassociationbetween nutritionalstatus andseverityofasthmainchildrenandadolescentsenrolledinPrimaryHealthCare.
Methods: Aretrospectivecohortstudyof219asthmaticpatients(3to17yearsold)enrolledin primarycareservices(PCSs)inEmbudasArtes(SP),from2007to2011.Secondarydata:gender, age,diagnosisofasthmaseverity,otheratopicdiseases,familyhistoryofatopy,andbodymass index.Toevaluatetheclinicaloutcomeofasthma,datawerecollectedonnumberofasthma exacerbations,numberofemergencyroomconsultationsanddosesofinhaledcorticosteroids atfollow-upvisitsinthe6thand12th months.Thestatisticalanalysisincludedchi-squareand Kappaagreementindex,with5%setasthesignificancelevel.
Results: 50.5%ofpatientsstartedwheezingbeforetheageoftwo years,99.5%hadallergic rhinitisand65.2%hadapositivefamilyhistoryofatopy.Regardingseverity,intermittentasthma wasmorefrequent(51.6%)and,inrelationtonutritionalstatus,65.8%ofpatientshadnormal weight.Therewasnoassociationbetweennutritionalstatusandasthmaseverity(p=0,409). Afteroneyearoffollow-up,25.2%ofpatientsshowedreductioninexacerbationsandemergency roomconsultations,and16.2%reducedtheamountofinhaledcorticosteroids.
Conclusions: The monitoringof asthmatic patients inPCSs showed improvement inclinical outcome,withadecreasednumberofexacerbations,emergencyroomconsultationsanddoses ofinhaledcorticosteroids.Noassociationbetweennutritionalstatusandasthmaseveritywas observedinthisstudy.
©2015SociedadedePediatriadeSãoPaulo.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Thisisanopen accessarticleundertheCCBY-license(https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/).
Introduc
¸ão
Aasmaéumadoenc¸ainflamatóriacomplexa,reconhecida comoumadasdoenc¸ascrônicas maiscomunsdainfância. Caracteriza-se por manifestac¸ões respiratórias recorren-tes e compromete de forma significativa a qualidade de vida.NoBrasil,estudosepidemiológicosfeitosnasúltimas décadas apontam para uma tendência de incremento da prevalênciadeasmaem crianc¸as eadolescentes.1-5 Nesse
mesmoperíodo,temsidoobservadotambémumaumento naprevalênciadesobrepesoeobesidadeemcrianc¸ase ado-lescentesem diversospaísesdomundoe noBrasil,o que se constitui em importante problema de saúde pública.6
Essacondic¸ão é realc¸ada a partir detrês inquéritos naci-onaisdeavaliac¸ão doestadonutricional, de1974 a2009, quedemonstraramelevac¸ãodesobrepesoeobesidadeem crianc¸aseadolescentes,emtodososgruposderendaeem todas as regiões brasileiras.7 A obesidade é uma doenc¸a
multifatorial e complexa e contribui ativamente para o desenvolvimentodedoenc¸ascardiovasculares,hipertensão arterial,diabetesmelittusesíndromemetabólica,alémde exacerbaraasma.8-12
Estudos epidemiológicossugeremumaassociac¸ão entre aobesidadeeaasma,maisconsistenteemadultos,e obser-vamqueosobesosasmáticosapresentammaiorfrequência decrises de exacerbac¸ões, atendimentos nas urgências e necessidade de maiores doses de corticoides inalatórios, além de maior dificuldade no controle da doenc¸a.11,13,14
A associac¸ão entre obesidadee asmaem crianc¸as e ado-lescentesaindaé controversae osestudos,muitasvezes,
usammetodologiasdiferentes,oque explica,emparte, a obtenc¸ãoderesultadosvariados.11,15-21
Em 1988, como parte das atividades do Programa de Integrac¸ão Docente-Assistencial desenvolvidopela Univer-sidadeFederal deSãoPaulo (Unifesp) nomunicípio Embu dasArtes,naRegiãoMetropolitanadeSãoPaulo,foi implan-tado,em parceriacomaSecretariaMunicipaldeSaúde,o Programa de Atenc¸ão às Crianc¸as Portadoras de ‘‘Chiado noPeito’’.Aestruturac¸ãodesseprogramaconsideroucomo princípioopapeldaatenc¸ãobásicanaassistênciaeno acom-panhamentodasmorbidadesmaisprevalentes.Apopulac¸ão doProgramaéconstituídaporcrianc¸aseadolescentescom sibilânciasrecorrentes,que sãoassistidas porumaequipe compostapor pediatras,alunos dagraduac¸ãodo cursode medicinae médicosresidentesdepediatria.Asatividades desenvolvidas pelo Programa incluem consultas médicas, grupos educativos para os familiares e fornecimento das medicac¸õesparaocontroledaasma.
Venturaetal.22avaliaramesseProgramade1988a1993e
observaramqueantesdaimplantac¸ãoamaioriados pacien-tesbuscavaotratamentodadoenc¸aapenasnosperíodosde exacerbac¸õeseemservic¸osdeurgência.Osautores verifi-caramqueapósumanodeacompanhamentoascrianc¸asque mantiverammaioraderênciaforambeneficiadas,apesarda limitac¸ãodemedicamentosdisponíveisnaredepúblicade saúdenaqueleperíodo,comdistribuic¸ãoapenasde bronco-dilatadores,teofilinasecorticoidessistêmicos.Essasituac¸ão semodificouapartir de2009,com aPortarian◦ 2.981do
Considerando a transic¸ão nutricional no Brasil, com reduc¸ão da prevalência da desnutric¸ão e o aumento da obesidade,7fenômenoobservado,também,nomunicípiode
EmbudasArtes,24etendoemvistaumapossívelassociac¸ão
entrea obesidade e a asma com piora daevoluc¸ão, com maiscrisesdeexacerbac¸õeseatendimentosdeurgênciana faixapediátrica,15-21 opresenteestudotevecomoobjetivo
avaliaraevoluc¸ãoclínicaeaassociac¸ãodoestado nutricio-nalcomagravidadedadoenc¸aemcrianc¸aseadolescentes asmáticosmatriculadoseacompanhadosemUnidadeBásica deSaúde(UBS).
Método
Opresenteestudo,decoorteretrospectiva,envolveuo uni-versodecrianc¸asmaioresdetrêsanosatéadolescentesde 17anos,matriculadosnoProgramadeAtenc¸ãoàsCrianc¸as Portadorasde‘‘ChiadonoPeito’’,de1dejaneirode2007 a31dedezembrode2011,emduasUBS,nomunicípiode EmbudasArtes.Dosprontuáriosdospacientesforam cole-tadosdadossecundáriosdaprimeiraconsulta:idade,sexo, idadenaprimeiracrisedesibilânciaeoutrasdoenc¸as ató-picas (rinite,dermatite), internac¸ões préviaspor doenc¸as respiratórias,pesoaonascer,antecedentefamiliarde ato-pia (asma,rinite e dermatite) e diagnóstico dagravidade da asma com o uso dos critérios clínicos da IVDiretrizes Brasileiras para o Manejo da Asma, 2006 (asma intermi-tente,persistenteleve,persistentemoderadaepersistente grave).25 Emrelac¸ão àevoluc¸ãoclínica dadoenc¸a,foram
coletados os números de atendimentos nos servic¸os de urgênciaeascrisesdeasma,alémdasdosesdecorticoide inalatóriosegundoasequipotênciasdoConsensoGINA20122
nosextoeno12◦
mêsdeacompanhamento.Osníveisde con-troledaasmaforamclassificadosno12◦mêsdeseguimento
deacordocomoConsensoGINA2012.2
Osdadosdeantropometria,comoopeso(kg),aestatura (cm)eocálculodeÍndicedeMassaCorporal(IMC)(kg/m2)
emescorezsegundoascurvasdeOMS2006e2007,como usodosprogramasAnthroeAnthroPlus,26,27foramobtidos
dosregistrosdosprontuáriosnaprimeiraconsulta.Ospontos decorteusadosforamdeacordocomz-escore:≥−3a<−2: magreza;≥−2a<+1:eutrofia;≥+1a<+2:riscodesobrepeso (<5anos)esobrepeso(≥5anos);≥+2a<+3:sobrepeso(<5 anos) e obesidade(≥5 anos); ≥+3:obesidade (<5 anos)e obesidadegrave(≥5anos).26,27
FoiconsideradoabandonodoProgramaonão compareci-mentopormaisdeseismesesdaúltimaconsultaeaaltafoi definidaparaoscasosdeasmacontroladasemnecessidade deusodecorticoideinalatório.
Em relac¸ão ao procedimento do estudo, foram identi-ficadas 439 crianc¸as com primeira consulta agendada no período,excluídos92pacientesmenoresdetrêsanose/ou com outras doenc¸as pulmonares e síndromes. No total, 347pacientespreencheramoscritériosdeinclusão.Desses pacientes,houveperdade95indivíduosquefaltaramà pri-meiraconsulta,32prontuáriosnãolocalizadoseumóbito. Foramentãoselecionadosparaoestudo219pacientesque compareceramàprimeiraconsulta.
Apósumanodeacompanhamento,39pacientes(17,8%) abandonaramotratamento.Quatro(1,8%)comasma inter-mitente receberam alta do Programa nesse período; um
pacientecomasmaintermitentemudouparaoutro municí-pio.Duranteesseperíodo,88pacientes(40%)faltarampelo menosaumaconsultae,assim,131compareceramatodas asconsultaspropostaseapresentaramosdadoscompletos paraanalisaraevoluc¸ãoclínicadadoenc¸a.
Paraasanálisesestatísticasforamusadostestesde qui--quadradoparacompararasvariáveiscategóricas,onívelde significânciafoide5%eotesteestatísticobicaudal.Oíndice deconcordânciaKappa foi usadoparaavaliar osnúmeros decrises, atendimentos de urgência e as doses de medi-camentosusadasentreo primeiro e segundosemestrede acompanhamento noPrograma. Foi considerada não con-cordânciaquando ovalor calculado foi igual a zero (=0) econcordânciaperfeitacom índice deKappaigualum. O erropadrãodoíndice de Kappade5% permitiuestimar a significânciaestatísticaeointervalodeconfianc¸ade95%.
EsteestudofoiaprovadopeloComitêdeÉticada Secre-taria Municipal de Saúde de Embu das Artes e também aprovadopeloComitêdeÉticaemPesquisadaUnifesp,n◦
1.821/11.
Resultados
Os219 pacientes que compareceram à primeira consulta apresentaram média de 6,65 anos ±4,89 DP (3-17 anos); a maioria era do sexo masculino (58,4%); 9,3% nasceram combaixopesoe50,5%iniciaramasibilânciaantesdosdois anos;91,7%apresentaramoutrasatopias,quasetodoscom rinitealérgica(99,5%), e46% relataram internac¸ão prévia aoiníciodoacompanhamento.Ahistóriafamiliarpara ato-piafoipositivaem65,2%dospacientes.Quantoàgravidade dadoenc¸a,aasmaintermitentefoimaisfrequente(51,6%) eem relac¸ão àcondic¸ãonutricional houvepredominância deeutrofia(65,8%).EntreospacientesoIMCcalculadoteve média ±DPde17,22±3,34(11,98-36,22Kg/m2)e escorez
de0,48±5,20(−2,72a5,20).
Adistribuic¸ãodospacientessegundooestado nutricio-naleagravidadedaasmanaprimeiraconsultaestádescrita natabela1.Ressalta-sequeaasmagravefoidiagnosticada somente entre os pacientes com sobrepeso e obesidade. Após as análises estatísticas verificou-se que não houve associac¸ão significanteentreoestadonutricional e a gra-vidadedaasma(p=0,409).
Emrelac¸ãoàscrisesdeasma,cercade20%dospacientes nãoapresentaramexacerbac¸õesnoprimeiroe nosegundo semestre.Não houve concordância entreos dois momen-tos pela evoluc¸ão sabidamente heterogênea da doenc¸a (=0,060e p=0,375), porém25,2% dospacientes melhora-ram as exacerbac¸ões e 19,1% passaram a ter mais crises no segundo semestre (tabela 2). Ressalta-se que esses pacientesiniciaram o seguimento noPrograma em meses diferentes do ano e minimizaram, assim, a influência da sazonalidadenafrequênciadasexacerbac¸ões.
Tabela1 EstadonutricionalegravidadedaasmanaprimeiraconsultadoPrograma deAtenc¸ãoàsCrianc¸asPortadorasde ‘‘ChiadonoPeito’’,EmbudasArtes
Gravidadedaasma
Exercício Intermitente Leve Moderada Grave
Estadonutricional N=3 % N=113 % N=54 % N=46 % N=3 %
Magreza 0 0,0 1 20,0 2 40,0 2 40,0 0 0,0
Eutrofia 2 1,4 81 56,3 34 23,6 27 18,8 0 0,0
Riscodesobrepeso 0 0,0 8 40,0 6 30,0 6 30,0 0 0,0
Sobrepeso 1 2,9 16 47,1 8 23,5 7 20,6 2 5,9
0besidade 0 0,0 7 43,8 4 25,0 4 25,0 1 6,2
p-valor=0,409.
Tabela2 Númerodecrisesdeasmanoprimeiroenosegundosemestredeacompanhamentodospacientesmatriculadosno ProgramadeAtenc¸ãoàsCrianc¸asPortadorasde‘‘ChiadonoPeito’’,EmbudasArtes
Númerodecrises---2◦semestre Total
Nenhuma 1a5 ≥6crises
Númerodecrises-1◦ semestre Nenhuma n 9 16 1 26
% 6,9 12,2 0,8 19,8
1a5 n 17 63 8 88
% 13,0 48,1 6,1 67,2
≥6crises n 2 14 1 17
% 1,5 10,7 0,8 13,0
Total n 28 93 10 131
% 21,4 71,0 7,6 100,0
Kappa=0,060;p-valor=0,375.
melhoriae17,6%pioraramoquadro,commaisatendimentos nasurgências.Essaéaexplicac¸ãoparaanãoconcordância entreosresultados.
Atabela4descreveasdosesdecorticoideinalatório usa-das pelos pacientes asmáticos no primeiro e no segundo semestre.Pelosresultadosobservadospode-severificarque houveconcordânciaentreosdoismomentos(p=0,001),com um valor de =0,569, o que aponta concordância mode-rada.Nota-seque73,8%dospacientespermaneceramcom a mesma dose de corticoide no primeiro e no segundo
semestre,o que apontaalta concordância entreos resul-tados nos dois momentos; 10% dos pacientes pioraram e houve a necessidade de iniciaruso docorticoide inalató-rio nosegundo semestre;2,3%usaram dose média e 4,6% dosealta.Dos16,2%pacientesquemelhoraram,8,4% redu-ziram a quantidade e 7,7% pararam de usar medicac¸ão no segundo semestre de acompanhamento. Um paciente que usou associac¸ão corticoide inalatório/broncodilatador de longa durac¸ão nosegundo semestrefoi excluídodessa tabelaparapossibilitaraanáliseestatística.Alémdisso,foi
Tabela3 Númerodeidasaoservic¸odeurgência(SU)pelospacientesnoprimeiroesegundosemestredeacompanhamentono ProgramadeAtenc¸ãoàsCrianc¸asPortadorasde‘‘ChiadonoPeito’’,EmbudasArtes
NúmerodeidasaoSU---2◦semestre Total
Nenhuma 1a2idas 3oumais
NúmerodeidasaoSU---1◦semestre Nenhuma n 57 16 3 76
% 43,5 12,2 2,3 58,0
1a2idas n 24 17 4 45
% 18,3 13,0 3,1 34,4
3oumais n 3 6 1 10
% 2,3 4,6 0,8 7,6
Total n 84 39 8 131
% 64,1 29,8 6,1 100,0
Tabela4 DosesdecorticoideinalatóriousadaspelospacientesnoprimeiroesegundosemestreacompanhadosnoPrograma deAtenc¸ãoàsCrianc¸asPortadorasde‘‘ChiadonoPeito’’,EmbudasArtes
Usoucorticoideinalatório---2◦semestre Total
Nãousou Dosebaixa Dosemédia Dosealta
Usoucorticoideinalatório---1◦semestre Nãousou n 58 1 3 6 68
% 44,6 0,8 2,3 4,6 52,3
Dosebaixa n 1 1 0 0 2
% 0,8 0,8 0,0 0,0 1,5
Dosemédia n 4 2 7 3 16
% 3,1 1,5 5,4 2,3 12,3
Dosealta n 5 0 9 30 44
% 3,8 0,0 6,9 23,1 33,8
Total n 68 4 19 39 130
% 52,3 3,1 14,6 30,0 100,0
Kappa=0,569;p-valor<0,001.
observado que 11,3% dos pacientes no primeiro semestre apresentaramusoirregulardecorticoideinalatórioe8%no segundosemestredeseguimento.
A tabela 5 apresenta os níveis de controle da asma e o estado nutricional no12◦ mês de acompanhamentodos
131 pacientes. Os obesos apresentaram maior proporc¸ão deasmacontrolada(53,3%),seguidadeparcialmente con-trolada (40%) e a forma não controlada (6,7%). Feitas as análises, demonstrou-se quenão houveassociac¸ão signifi-canteentreestadonutricionaleníveisdecontroledaasma (p=0,057).
Discussão
Diantedacrescenteprevalênciadeasma2-5edeobesidade6,7
durante a infância, este estudo buscou estabelecer as relac¸õesentreambas,oimpactosobreaevoluc¸ãodadoenc¸a e os efeitos da intervenc¸ão terapêutica após um ano de acompanhamentodospacientesmatriculadosnoPrograma Atenc¸ãoàsCrianc¸asPortadorasde‘‘ChiadonoPeito’’.
Ao analisar acondic¸ãonutricional dos pacientes asmá-ticos deste estudo, nota-se que os resultados contrastam comosachadosdeVenturaetal.28nomesmoProgramado
município,emboraoscritériosdeclassificac¸ãodacondic¸ão nutricionalsejamdiferentesnosdoismomentosestudados, atéquanto ao uso dotermo desnutric¸ão, e não magreza, comoatualmenteérecomendadopelaOMS;26,27osautores
nãoobservarampacientecomexcessodepesoe38%eram desnutridosnaquelaavaliac¸ão,oquereforc¸aaobservac¸ão do fenômeno da transic¸ão nutricional entre os pacientes desse Programa, como relatado em inquérito nacional, a PesquisadeOrc¸amentosFamiliares2008-2009.7
No presente estudo, ao avaliar o estado nutricional e a gravidade daasma na primeira consulta, observou-se a forma grave apenas em pacientes com excesso de peso, enquantoVenturaetal.observaramaprevalênciamais ele-vadadedesnutric¸ãonoconjuntoasmamoderada/grave,de 1988a1993nomesmomunicípio,apesardadiferenc¸ados critériosdeclassificac¸ãonutricionaladotadanaépoca.28
Emrelac¸ãoaodiagnósticoclínicodegravidadedadoenc¸a naprimeiraconsulta,amaiorfrequênciafoideasma inter-mitente(51,5%)egraveemapenas1,4%,oquedemonstra
umaproporc¸ãosemelhanteàcitada naIVDiretrizes Brasi-leirasparao Manejo daAsma,2006.25 Simões etal.,29 no
municípiodeSalvador, Bahia,descreveram uma prevalên-ciamaiselevadadeasmaleve(40%)egrave(10,8%)emais baixadeintermitente(36%)emoderada(12,8%).
Nopresenteestudo,foiavaliadaainfluênciadoIMC ele-vado e a gravidade da asma e, também, o controle da doenc¸a após um ano de acompanhamento dos pacientes noPrograma.Feitas asanálises, nãoforam demonstradas associac¸õesentreoestadonutricionaleagravidadedaasma eentreoestadonutricionaleocontroledadoenc¸a.
Existe uma heterogeneidade nos estudos sobre a associac¸ãoasmaeobesidadedevidoaousodemétodos dife-rentes para classificar a gravidade da asma, alguns usam sintomas referidos de sibilância, outros usam diagnóstico médicooumensurac¸ãoobjetivacomoespirometriae, por-tanto,demonstramresultadosvariados.OsautoresFarah, Salome,em artigoderevisão,apontaramascontrovérsias daassociac¸ãoobesidadeepiorgravidadedaasma.11Cassol
etal. realizaram umestudo populacional com adolescen-tesnumacidadedaRegião SuldoBrasilenãoverificaram associac¸ãoentreoaumentodeIMCepioradossintomasda asma.16 NosEUA,Rossetal.nãoverificaramdiferenc¸asna
func¸ão pulmonar entrecrianc¸as e adolescentes asmáticos obesosenãoobesos.17Poroutrolado,outraspesquisastêm
evidenciadoassociac¸ãoentreIMCelevadoemaiorgravidade daasma.18,19
Emrelac¸ãoaocontroledaasma,aindanãoestábem esta-belecidaaassociac¸ãoentreaobesidadeepiorcontroleda doenc¸a.OsautoresQuintoetal.observaramqueascrianc¸as e adolescentes com sobrepeso e obesidade apresentaram piorcontroledaasmacommaisexacerbac¸õesemaioruso demedicac¸õesderesgate.21 Kattanetal.descreveramem
estudocom adolescentes asmáticos umaassociac¸ão entre opiorcontroledaasmaeaobesidadenosexofeminino.20
Outrosautoresnãoobservaramdiferenc¸asnosníveisde con-troledaasmaentreospacientesobesosenãoobesos.17,30
Tabela5 Estadonutricionaleosníveisdecontroledadoenc¸anosegundosemestredoacompanhamento
Controledeasma p-valor
Controlada Parcialmente controlada
Não controlada
n % n % n %
Estadonutricional Magreza 1 100,0 0 0,0 0 0,0 0,057
Eutrofia 44 57,9 22 28,9 10 13,2
Riscodesobrepeso 5 50,0 2 20,0 3 30,0
Sobrepeso 18 62,1 8 27,6 3 10,3
Obesidade 8 53,3 6 40,0 1 6,7
quantificac¸ão dos números de crises pode ter sido influ-enciadapelo viés dememória, principalmente quando as exacerbac¸ões ocorreram várias vezes no período de um semestre;osatendimentosnasurgênciasconstituemfatos marcantesna vidadopaciente etornam osregistrosmais fidedignos.Por outrolado,ospacientesiniciaramo segui-mento no Programa em meses diferentes do ano, o que diminuiuoviésdasexacerbac¸õesdaasmapelasazonalidade. Em um ano de acompanhamento 25,2% dos pacientes reduziram as crises e as procuras de atendimentos de urgência. Dos pacientes que apresentaram piora somente 19,1% tiveram mais crises e 17,6% necessitaram de mais atendimentosdeurgênciasnoperíodo.Observou-se quea proporc¸ãodeasmáticosquemelhoraramfoimaiordosque pioraram, o que aponta para o benefício do acompanha-mentonaquelespacientesqueaderiramaoPrograma.
Venturaetal.verificaramqueosasmáticosmoderadose gravesreduziramonúmerodecrisesaoanalisaroperíodo anteseapósumanodeacompanhamento,nasmesmasUBS, de1988a1993.22 Essesautoresobservaram,também,que
o tempo de acompanhamento influenciou a evoluc¸ão da asma moderada, o que demonstrauma melhoria do qua-droclínicocomtemposuperioraumano.Poroutrolado,o tempodeacompanhamentomenoroumaiordoqueumano nãomostroudiferenc¸anaevoluc¸ãodosasmáticosgraves.22
Osresultados encontrados concordaram com o estudo de coorteretrospectivafeitopelosautoresFontesetal.,que avaliaramoacompanhamentodascrianc¸as eadolescentes asmáticosem servic¸ode pneumologiaem Belo Horizonte, Minas Gerais, e observaram uma reduc¸ão significativa na frequênciadeinternac¸õeseatendimentosnasurgênciaspor asmanoperíododeumano.31
Deacordocomopresenteestudo,amaioriadospacientes apresentouadesãoaotratamento.Umaparcelaimportante desses resultados deve ser creditada ao fornecimento de medicamentosparaasmapelasunidadesdesaúdederede pública, incluindo o Município de Embu das Artes, desde 2009, com a Portaria n◦ 2.981 do Ministério da Saúde.23
Houveavanc¸osnaspolíticaspúblicasdesaúdecomo reco-nhecimentodosgestoresdesaúdedeaasmaser umadas doenc¸ascrônicasmaisfrequentes,disponibilizandoparaos pacientesasmáticos, medicamentos comocorticoides ina-latórioscom ousemassociac¸ão combroncodilatadoresde longadurac¸ão,medicamentosderesgate,como-agonistas decurtadurac¸ãoecorticoidesorais.
Amelhoriadaadesãodospacientesefamiliaresao Pro-gramafoidemonstradapelareduc¸ãodataxadeabandono
de53,2%22 desde suaimplantac¸ão nasduas UBSpara
atu-ais17,8%.Essaconstatac¸ãofoitambémdescritaporDalcin etal.,empacientesasmáticosrecrutadosdoambulatóriode umhospitaldePortoAlegre,RioGrandedoSul.Observou-se, ainda,queoacessoaomedicamentoeousoadequadode corticoideinalatórioassociaram-seaocontroledaasma.30
Noentanto, apesarda consistentemelhoria na adesão aoProgramaenoacompanhamento,esteestudoapresenta algumaslimitac¸ões,comoaobtenc¸ãodealgunsdados secun-dários (prontuário), além da perda de informac¸ões sobre pacientesquefaltaramouabandonaramoProgramadurante acoletadedadosdoestudo.Apesardetaislimitac¸ões, pode--seconcluirquenãohouve,nopresenteestudo,associac¸ões entreoestadonutricional,agravidadeeocontroledaasma. Aadesãoaotratamentopossibilitouumareduc¸ãononúmero decrisesdeasmaenosatendimentosdeurgênciaduranteo períododeacompanhamento,alémdadiminuic¸ãonasdoses decorticoideinalatório.Esteestudoressaltaaimportância e a viabilidade do acompanhamento dos pacientes asmá-ticos em UBS. Além disso, a adoc¸ão de políticas públicas quefacilitaram aintroduc¸ãodemedicamentos específicos paraotratamentodaasma,doenc¸acrônicamaisfrequente durante ainfância, na atenc¸ãobásicaem saúde contribui paraosdesfechosfavoráveisdessaevoluc¸ão.
Financiamento
Fundac¸ão de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp),processo2011/51.634-3.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
Agradecimentos
ÀSecretariaMunicipaldeSaúdedeEmbudasArteseà Dis-ciplinadePediatriaGeraleComunitária doDepartamento dePediatriadaEPM/Unifesp.
Referências
controlledasthmaanduncontrolledasthmaticpatients.BrazJ MedBiolRes.2007;40:943---8.
2.GINA. Global Initiative for Asthma. Global Strategy Asthma ManagementandPreventionupdate2012[páginanaInternet]. NIHpublication[2012dec][acessadoem20demarc¸ode2014]. Disponívelem:http://www.ginasthma.org
3.SBPT.SociedadeBrasileiradePneumologiaeTisiologia. Diretri-zesdaSociedadeBrasileiradePneumologiaeTisiologiaparao ManejodeAsma-2012.JPneumol.2012;38(supl1):S51-546. 4.WehrmeisterFC,MenezesAMB,CascesAM,Martínez-Mesa
Bar-rosAJ.Tendênciatemporaldeasmaemcrianc¸aseadolescentes no Brasil no período de 1998 a 2008. Rev Saúde Pública. 2012;46:242---9.
5.SoléD,Camelo-NunesIC,WandalsenGF,MalloziMC.Aasmana crianc¸aenoadolescentebrasileiro:contribuic¸ãodo Internati-onalStudyofAsthmaand AllergiesinChildhood(ISAAC). Rev PaulPediatr.2014;32:114---25.
6.WHO. World Health Organization [página na Internet]. Population-basedPreventionStrategiesforChildhood Obesity--ReportofaWHOForumandTechnicalMeeting-15-17Dec2009. Geneva[acessadoem 20demarc¸ode 2014].Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheetes/fs311/en/ 7.Brasil. Ministério do Planejamento, Orc¸amento e Gestão.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- IBGE [página naInternet]. Pesquisa de Orc¸amentos Familiares 2008-2009. Antropometria e análise do estado nutricional de crianc¸as, adolescenteseadultosnoBrasil.RiodeJaneiro2010[acessado em20demarc¸ode2014].Disponívelem:http://www.ibge.gov. br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pof/2008 2009encaa/default.shtm
8.NogueiraPCK, Costa RF, CunhaJSN, SilvestriniL, Fisberg M. PressãoarterialelevadaemescolaresdeSantos:relac¸ãocom obesidade.RevAssocMedBras.2007;53:426---32.
9.SBP.SociedadeBrasileiradePediatria.Departamentocientífico denutrologia.Obesidadenainfânciaeadolescência:Manualde orientac¸ão.2008.SãoPaulo:116p.
10.DowdJB,ZajacovaA,AielloAE.Predictorsofinflammationin U.S.childrenaged3-16years.AmJPrevMed.2010;39:314---20. 11.FarahCS,SalomeCH.Asthmaandobesity.Aknownassociation
butunknownmechanism.Respirology.2012;17:412---21. 12.GraversenL, SorensenTIA,Petersen L,SovioU,Kaakinen M,
SandbaekA,etal.Preschoolweightandbodymassindexin rela-tiontocentralobesityandmetabolicsyndromeinadulthood. PlosOne.2014;9:e89986.
13.BeutherDA,SutherlandER.Overweight,obesity,andincident asthma:ameta-analysisofprospectiveepidemiologicstudies. AmJRespirCritCareMed.2007;175:661---6.
14.RodrigoGJ,PlazaV.Bodymassindexandresponsetoemergency departmenttreatmentinadultswithsevereasthma exacerba-tions:prospectivecohortstudy.Chest.2007;132:1513---9. 15.FlatermanV,RutherfordGW.Ameta-analysisoftheeffectof
highweightonasthma.ArchDisChild.2006;91:334---9. 16.CassolVE,RizzatoTM,TecheSP, BassoDF,Hirakata VN,
Mal-donado M, et al. Prevalência e gravidade da asma entre adolescentesesua relac¸ão comÍndice de MassaCorporal. J Pediatr(RioJ).2005;81:305---9.
17.Ross KR, Hart MA, Stofer-Isser A, Kibler AMV, Johnson NL, RosenCL,etal.Obesityandobesityrelatedco-morbiditiesina
referralpopulationofchildrenwithasthma.PediatrPulmonol. 2009;44:877---84.
18.Camilo DF, Ribeiro JD, Toro ADC, Baracat ECE, Barros Filho AA. Obesidadeeasma:associac¸ãooucoincidência?JPediatr (RioJ).2010;86:6---14.
19.BlackMH,SmithN,PorterA,JacobsenSJ,KoebnickC.Higher prevalence ofobesity among childrenwithasthma. Obesity. 2012;20:1041---7.
20.Kattan M, KumarR, BloomerbergGR, Mitchell HE,Calatroni A, Gergen PJ, et al. Asthma control, adiposity, and adipo-kines among inner-city adolescents. J Allerg Clin Immunol. 2010;125:583---92.
21.QuintoKB,ZurawBL,PoonKY,ChenW,SchatzM,Christiansen SC.Theassociationofobesityandasthmaseverityandcontrol inchildren.JAllergyClinImmunol.2011;128:964---9.
22.Ventura RN, Naspitz C, Puccini RF, Silva EMK. Avaliac¸ão do programadeatenc¸ãoacrianc¸asasmáticasacompanhadasnas UnidadesdesaúdedoMunicípiodeEmbu,SãoPaulo,noperíodo de1988a1993.CadSaúdePublica.1998;14:117---28.
23.Brasil.MinistériodaSaúde.PortariaN◦2.981/GM,26de
novem-brode2009.Regulamentac¸ãodocomponenteespecializadoda Assistência Farmacêuticanoâmbito deSUS[páginada inter-net] [acessado em 20 de marc¸o de 2014]. Disponível em: http://www.saude.gov.br
24.StrufaldiMWL,DaSilvaEMK,PucciniRF.Sobrepesoeobesidade emescolarespré-púberes:associac¸ãocombaixopesoao nas-cereantecedentesfamiliaresparadoenc¸acardiovascular.Embu - Regiãometropolitana deSão Paulo,2006. Ciência &Saúde Coletiva.2011;16:4465---72.
25.IVDiretrizesBrasileirasparaoManejodaAsma.JBrasPneumol. 2006;32(supl7):S447-74.
26.WHO. World Health Organization. The WHO Child Growth Standards: Length/height-for-age, Weight-for-age and Body massindex-for-age.MethodsandDevelopment.Geneva:World HealthOrganization,2006[páginanainternet].ActaPaediatr Suppl.2006April;450:1-101[acessadoem20demarc¸ode2014]. Disponívelem:http://www.who.int/childgrowth/en/ 27.WHO. World Health Organization. Development of a WHO
growth reference for school-aged children and adolescents [páginanainternet].WorldHealthOrganization.2007; 85:660-7 [acessado em 20 de marc¸o de 2014]. Disponível em: http://www.who.int/growthref/en/
28.VenturaRN,PucciniRF,DaSilvaEMK.Avaliac¸ãonutricionalde crianc¸asportadorasdeChiadonoPeitoatendidasnasUnidades BásicasdeSaúdedoJardimSantoEduardoedoJardimSanta Emília,MunicípiodoEmbu,noperíododemaio/88ajulho/93. RevPaulPediatria.1998b;16:201-7.
29.Simões SM, DaCunha SS, Barreto ML, Cruz AA. Distribuic¸ão da gravidade da asma na infância. J Pediatr (Rio J). 2010;86:417---23.
30.DalcinPTR,MenegotoDM,ZanonatoA,FranciscattoL,Soliman F, Figueiredo M, et al. Factors associated with uncontrol-led asthma in Porto Alegre, Brazil. Braz J Med Biol Res. 2009;42:1097---103.