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Estrutura cristalina e molecular de complexos de ácido pícrico com derivados de ...

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(1)

UHIVERSIDADE DE SAO PAULO

,

,

-INSTITUTO DE FISICA E QUIMICA DE SAO CARLOS DEPARTAMENTO DE FISICA E CIiNCIAS DOS MATERIAlS

ESTRUTURA CRISTALINA E MOLECULAR DE COMPLEXOS DE ACIDO PICRICO COM

DERIVADOS DE PIRIDIHA

Tese apresentada

ao

Instituto

de

Flsica e Qulmica de Sao Carlos, para

obtenyao

do

Titulo

de

Mestre

em

Flsica Aplicada.

Orientador:

Prof. Dr. Regina Helena

de

Almeida Santos

SAO CARLOS

1992

SERVICODE BIBLlOTECA E I~FORMAc;"O _ IFQSC

(2)

rr:i= il~ \

S

UNIV~RSIDADE

.~

DE SAO PAULO

Instltuto de Fislca e Quimlca de580 Carlos Fone (0162) 72-6222 Fax (0162) 72-2218

Av. Dr. Carlos Botelho. 1465

Caixa Postal 369

CEP 13560 - 5ao Carlos - SP Brasil

(3)
(4)

A

Huitos amam

0

poder, outros tem

0

poder de amar.

(SANTANA)

'"

(5)

Agrade~o as pessoas que direta ou indiretamente colaboraram

para a realiza~~o deste trabalho e em especial:

A Profa. Ora. Regina Helena de Almeida Santos pela acolhida,

orienta~~o e compreens~o;

Ao Prof. Dr. Johannes RUdiger lechat pelas sugestoes, criticas

e solicitudes;

Ao Prof. Dr. Walmir Guedes Machado

por ter me iniciado e

incentivado na area de cristalografia;

Ao Prof. Dr. Glaucius Oliva por sua disposiG~o e incentivos

demonstrados;

A Profa. Ora. Sandra Helena Pulcinell i palo fornecimento de

Ao

colega

Fernando

Oelboni

pela

paciencia

e

coleguismo

demonstrados;

Ao Prof. Dr. Milan Trsic pela ajuda e principalmente pela sua

grande amizade;

A todos os professores dos grupos de Cristalografia e Qu~ntica

pela cordialidade e simpatia;

Aos colegas do grupo de cristalografia,

Rodolfo, Eustaquio,

Ricardo Celeste e Ricardo Mercadante pela amizade e discussoes;

A

Angela,

Vania,

Rose

e

Joel

pela

colabora~~o

e

tempo

dispensados;

A meu marido, pela paciencia, incentivo e carinho dispensados

(6)

1.2 -

Analise da estrutura cristalina e liga~~o de hidrogeni0 ••••••••••.•

5

1.2.1 - Estudo de ra;os-x de l;ga~oes de hidrogeni0 .•..•...•.•••••••••••• 6

1.2.2 -

Erros em posi~oes de hidrogeni0 detenminados por raios-x •••••••••7

1 . 2 . 3 -

A geometria de 1iga~oes o-H .•.O •.•.••....•.••.•••...••••.••..••• 8

1.2.4 - 0

diagrama de energia potencial para ligaGoes Q-H •••O ....•.••.••• 8

1.3 -

Metodo de calculo e resultados •.•••.•.•.•.•...••.••••....•..•••...

1 0

11.1 -

Espalhamento de raios-x por um atomo .••••..•.•.••.••.•••.•••.••••

14

11.2 - 0

espalhamento de raios-x por uma molecula .•.•••••.•••...•.•.•.•• 15

11.3 -

Espalhamento de raios-x por um cristal ••••.•••••••••••••.•.•.•... 16

11.4 -

Teor;a de d1fra~~o cinetica e dinamica ••.•.•••••.••••..•••..••••• 18

11.5 -

Fundamentos de difra~~o por cristais .•.•.•••...•...•.•.•••...•

19

11.5.2 - 0

campo ondulat6rio de raios-x na materia •.•••...•.•.•.••••.•

21

II.5.2.1 -

Constante dieH~trica para raios-x •.•...•••.••••...••.•.•.••

21

11.5.2.2 -

A forma diferencial da equa~~o do campo ••...••.•••.••....•.

22

11.5.2.3 -

A forma integral da equaG~o do campo ...••....•••••••.•.•.•.•.

23

11.6.1.1 -

Fatores de estrutura normalizados e un1tarios •.•.•••••••••••.

25

(7)

Capitulo III - Cons1dera~oes sobre difra~~o de ra1os-x e fatores que

afetam as intensidades difratadas •••••••••••••••.•••.•••• 43

III. 4 - DifratOmetro automat ico CAD4 •..••.•••.•.•.•.•..••••.•••.•.•••••.

49

111.4.1 - Localiza~~o e centragem das reflexoes .•••••.••...••••••..••••• 50

111.4.2 - Determina~~o da matriz de orienta~~o e coleta de dados .••..••• 51

111.5 - Fatores que afetam a intensidade •••.•.•.••••••••.••.••.••••••..• 52

Capitulo IV - DeterminaG~o das estruturas

cristal inas e moleculares

dos

complexos formados pelo acido plcrico com piridina-N-6xido e

com

0

4-nitropiridina-N-6xido .•••.•..••••.•.•••....••••••. 58

IV.2 - Estrutura cristalina e molecular do complexo 1:1 formado palo

ac ido picri co com

0

pi rid 1na-N-6x 1do ...•••.•••...•.••... 59

IV.3 - Estrutura cr1stalina e molecular do complexo 1:1 formado palo

acido picrico com

0

nitropiridina-N-6xido •••••.•••••.•.••••••.••• 73

(8)

Fig. 1 - Alguns tipos de ligayoes de hidrogenio ..••...•.•.•.••...•••. 3

Fig. 2 - A variay~o da energ1a potencial Quando urnproton se move ao

longo da linha entre os dois atomos de oxigeni0 ....••.••.•.•••.• 9

Fig. 3 - Curvas

de

potencial

para

transferencia

do

proton em

+ [H 20 ••• H ••• OI-t

z]

12

Fig. 4 - As posiyoes dos atomos em uma cela unitaria ..•...•.•.•..••••••• 15

Fig. 5 - Diagrama vetorial

ilustrando

a

onda

total

espalhada

em urnadire~~o

S

no espayo de difra~~o pelos seis atomos .•••••• 16

Fig. 6 - Diagramas vetoriais ilustrando a onda

total

espalhada

par uma molecula em urns rede cristalina ..•.•.•...•.•.•.•.•••.•• 17

F1

g.

7 - 01

agrama

de Argand ...••••..•...•...••....•...•..••.••..••.. 29

2

Fig. 8 - Representa~~o de

p(r)

e

p

(r) un1d1mens1onais ...•.•.•.•••••. 30

Fig. 9 - P para atan<:>s 19uais 35 +

Fig. 10 - Diagrama de processos de convergencia ...•.•.•...•••••• 38

Fig. 11 - Rela9~0 entre 0 vetor

Sh

e 0 plano hkT •...•.•..••.•••••.•••• 46

F 1 9 • 12 - Lei de Br 899. . . • • . . . • . • . . . • . . . • . . . • • . . • • 47

Fig. 13 - A const ru~~o de Ewa 1d .•.•.•...•...•.•...•.•••.•.•.•.•.•••• 47

Fig. 14 - Metodo de Weissenberg segundo a constru~~o de Ewald .•••••.•••• 48

Fig. 15 - DifratOmetro automatico CAD4 ..•...•...•...•.•.••..•.•••••• 49

Fig. 16 - Perfil da r e f l e x ~ o • • • • • • • . • • . • • • • • • • • • • • • . . . • • • • • • • • • • • • • . • . • • 5 2

Fig. 17 -Ilustra9~0 do efeito do fator de Lorentz na intensidade do

Fig.

19

-

ESQuema

de

l1ga90es

de

hidrogenio

para

os

complexos

piridina-N-6xido.acido picrico e 4-nitropiridina-N-oxido.

S tR v I C O - O - E B I - B U O tE C 'A E

"lwmMAcAo ~

IFOSC

(9)

Tabela IV - Compara~~o de dados experimentais e calculados •••••••••••••• ll

Tabela V - Cados cristalograficos do complexo acido picrico com 0

Tabela VI - Coordenadas at6micas fracionarias e fatores de temperatura

2

isotr6p1cos equivalentes (A ) com os respectivos

desvios

padr~o para

0

piridina-N-6x1do.acido plcrico •••••••••••••.•. 65

Tabela VII - CistAncias 1nteratomicas (A) com os respectivos desvios

padr~o para 0 complexo p1r1d1na-N-6xido.ac1do

plcr1co ••••••

61

Tabela VIII - Angulos interatomicos

( 0 )

com os respect1vos desv10s

padr~o para 0 p1r1d1na-N-6x1do.ac1do plcrico •..••••.•••.•. 68

Tabela IX - Fatores de temperatura an1sotr6picos com os respect1vos

desvios padr~o para 0 p1r1d1na-N-6x1do.acido plcrico •.•••.•. 69

Tabela X - Angulos de tor~~o

( 0 )

com os respect1vos desvios padr~o

para 0 p1r1d1na-N-6xido.ac1do

plcr1co ••••••••.••••.•••.•••••.

1 1

Tabela XI - Cados cristalograficos do complexo ac1do plcrico com 0

Tabela XII - Coordenadas atom1cas fracionar1as e fatores de temperatura

isotr6p1cos equivalentes (A

2

)

com os respect1vos desvios

padr~o para 0 4-nitrop1r1d1na-N-6xido.ac1do

plcrico .••.•.•.

18

Tabela XIII - C1st~nc1as 1nteratOmicas (A) com os desvios para 0

complexo 4-nitrop1r1d1na-N-6x1do.acido

plcrico ••.•...•..•.

80

Tabela XIV - Angulos 1nteratOm1cos

( 0 )

com os respectivos desvios

padr~o para 0 4-nitrop1r1d1na-N-6xido.acido

plcrico ..•••••. 81

Tabela XV - Angulos de tor~~o

( 0 )

com os respect1vos desvios padr~o

para 0 4-n1trop1r1d1na-N-6xido.acido

plcr1co •.•.••••••••..•. 82

Tabela XVI - Fatores de temperatura an1sotr6p1cos com os respectivos

(10)

Neste trabalho s~o apresentas algumas cons1dera<;i3essobre 0

estudo

de

l1ga<;58s de hidrog~n10 encontradas

na

l1teratura.

aspectos

te6ricos de metodos de resolu<;~ode estruturas cristalinas e as estruturas

dos complexos piridina-N-6Xido.acido picr1co (I) e

4-nitropiridina-N-6x1-do.acido picrico (II).

o

complexo

I

cristaliza-se

no

sistema

tricllnlco.

grupo

espacial P1 e

0

II no sistema monocl1nico. grupo espacial ec. tendo em

comum 0 fato de apresentarem duas unidades de complexos independentes por

un1dade assimetrica.

A

forma<;~o dos comp 1exos

I e

II

e

dev ida a

1i9a<;oes de

hidro9~n10

com

esquemas diferentes. tanto a nlvel dos dois complexos

quanto a nlvel de diferen~as encontradas nas un1dades independentes do

mesmo complexo.

(11)

Some cons1derat10ns on the hydrogen bonds as found 1n

l1terature, theoret1cal aspects of crystal structure resolut10n methods

and the structures of the pyr1d1ne-N-oxide.p1cr1c ac1d (I) and

4-n1tropyr1d1ne-N-oxide.p1cr1c acid (11) complexes are presented 1n this

work.

ComplexI crysta11zes 1n the triclin1c system, space group P1,

and complex II 1n the monoc11nic system, space group Cc. For both the

cases two 1ndependentun1ts of the complex are found 1n the assymetr1c

un1t.

lhe complexs I and II format10n 1s mainly due to hydrogen

bonds w1th different schemes,both at the level of the two complexes as at

d1fferences found in the 1ndependentun1ts of the samecomplexo

lhe conclus10n shows a compar1s10nbetween the structure of

(12)
(13)

Em termos gerais pede-se dizer Que na liga~~o de h1drog~n10 um

atomo de hidro~n10

un1co aparece sendo 11gado

a

dois atomos d1st1ntos, urn

dos Quais e mais comumente

0 oxig~nio

(Hiranda,1986).

A l1ga~~o

de

h1drog~nio

e

particularmente 1mportante devido a sua energ1a ser peQuena,

-1

da ordem

de

25 KJ mol

e tambem

ao

grupo

hidroxila

de ocorr~nc1a

freQuente

na ma10ria dos sistemas bio16g1cos.

o

exemplo ma1s

6bv10

desta

l1ga~~0 esta

no

gel0, onde

as

liga~oes entre as moleculas de agua podem ser representadas pelas l1nhas

pont1lhadas

ilustradas na figura

1(a). A

temperaturas

suf1c1entemente

ba1xas ex1ste coordena~~o entre h1drog~n1os e ox1g~n1os dando surg1mento a

urnaestrutura tetraedr1ca relativamente aberta, em volta de cada atomo

de

oXig~nio.

Se

n~o

fosse

pelo

carater

direc10nal

dessas

11ga~oes

de

h1drog~n10

, seria difici 1 ver como esta estrutura aberta poderia

ser

estavel. 0 processo de fus~o pede ser imaginado como a quebra de um carta

numero destas liga~Oes, e a temperatura

ambiente s6 a metade do numero

maximo possivel de tais 11ga~oes im6ve1s se tornam 1nQuebrave1s. A Quebra

de todas elas esta associada com trans1~~0 do liQu1do para a fase gasosa

- t

(calor absorvido

na fus~o , 6.02 KJ mol

; calor absorv1do na sub11ma~ao,

-t

51.2 KJ mol

). Este argumento

sugere,

como

e de fato verdade,

Que

l1Quidos fortemente assoc iados, com a 1ta constante die 1etr1ca ,

98

ra1mente

podem fazer uso deste tipo de l1ga~ao.

Pede-se distinguir no minimo

seis tipos d1stintos de liga~ao de

h1drog~n10. Estes s~o mostrados

na

f1gura 1 e podem ser descritos como:

(a) Intermolecular, estendendo-se sobre mu1tas moleculas.

(b) Intenmolecular,

estendendo-se

sobre

duas moleculas,

as Quais

formam um dlmero.

(c) Intramolecular, na Qual 0 h1drogen10 esta ligado a dois atomos da

mesma molecula mas existe apenas urna liga~~o de hidrog~nio.

(d)

Intramolecular,

na Qual

0

h1drog~nio

e mantido

pelas

duas

l1ga~Oes de h1drogenio iguais (l;ga~oes de h1drogen10 b1furcadas).

(e)

(F

H

F)-

no estado s6lido.

(14)

ta)

Q ·---·H

- 0

"

--/

C-H

H·-C

~

'O-H

----0

/~

o

\

"

.

CI

( c)

T r a n s

( c t.)

O

",0

'"

" ~ '''. .r" ~ "

C

'''H

0

1

,

,

N

/

\

tel

(F - - _ . -- H - - - -- F

f

{ f}

Fig. 1 - Alguns tipos de liga<;6esde, hidrogenio: (a) Agua, mostrando

coordena<;aotetraedrica em volta de cada atomo de oxigenio; (b) 0 dimero

do acido formico; (c) Ortoclorofenol cis e trans (apenas a forma cis

mostra a liga<;ao de hidrogenio); (d) L1ga<;~ode hidrogenio bifurcada em

certos diacil-difenilaminas; (e) A unidade HF;no crlstal lonico K+ (HF2 )-;

(15)

A

primeira

quest~o que

surge refere-se

a

pos1~~0

do atomo

H.Ev1d~ncias obtidas em estudos de ra10s-x podem, em alguns casos, ser

cons1deradas inconclus1vas devido ao pequeno

espalhamento produzido pela

baixa dens1dade

eletronica

ao redor do pr6ton. Entretanto,

evid~nc1as

1ndiretas atrav~s de espectroscop1a de infravermelho e Raman

mostram que

em muitos casos a 11ga~~0 ~ melhor representada como A-H ••.B,onde A-H tem

o

comprimento

normal

para

um

hidreto,

enquanto

que

H ...B

~

consideravelmente maior. Em outras palavras a liga~~o de hidro~nio

forma

urna conex~o fraca entre mol~culas (ou grupos quimicos), as quais apesar

disso conservam sua individualidade. As unidades 11gadas no gal0 s~o ainda

reconheclveis como moleculas de agua , e aquelas no dlmero da figura 1b

s~o reconheclve1s como mol~culas de acido f6rmico.No gel0,a dist~ncia o-H

.

.

~ 1 A, enquanto que a mesma vale 0.96 A para a fase gasosa; a d1stAnc1a

.

0 .•.O,contudo,

~ da ordem de 2.76 A e 0 comprimento

da

liga~~o de

hidrog~nio H •.•O resulta quase duas vezes 0 da 11ga~~0 o-H normal. Em

garal, a posi~~o do hidrogenio em A-H ••.B depende da dist~ncia A ...B , e

se a geometria dos compostos for~a A e B estarem anormalmente juntos,

0

atomo H pode adotar uma posi~ao central. Assim no hidrogenomalonato de

.

potassio a d1st~ncia 0 ...0 ~ 2.49 A, e

0

hidrogenio ~ exatamente central

(Currie

&

Speakman,

1970). Tais casos s~o excepcionais

e em geral a

distAncia A-H assemelha-se a uma liga~~o covalente normal enquanto que

H ...B,a liga~~o de hidro~nio,

~ muito mais longa e muito mais fraca.

Davido a varia~~o do comprimento da 1iga~~o de hidrog~nio para

os mesmos elementos quando em compostos diferentes,n~o e possivel tabelar

energias de liga~~o iInicas, mas a tabela

I

resume a

orden

de grandeza

esperada para estas energias (Mc WeenY,1979). Se a ponte de hidrogenio

~

fraca, a intera~~o entre os sistemas que ela conecta ~, em primeira ordem,

eletrostatica; a energia de liga~~o pode ent~o ser estimada classicamente

a partir do conhecimento

das formas das nuvens

eletrOnicas

dos dois

sistemas. Esta descri~~o ~ substancialmente correta e e suportada pel0

fato de que as liga~oes de hidrog~nio apenas ocorrem entre os atomos de

alta eletronegatividade,

0

que consequentemente produz dipolos fortes, e

pela observa~~o de que, em tais liga~oes,uma regi~o deficiente em ~letrons

(ex: em volta do pr6ton)

ocorre

simultaneamente

a

uma

regi~o rica em

~letrons, tal como

um par livre(ex:UII par livre de oxigenio em HzO).

Pode-se, faci 1mente , verificar porque apenas

0

hidrogfmio

(ou deut~rio)

servira

melhor

como

0

atomo

m~dio

da

liga~~o:Para

que

a

energia

eletrostatica

de

intera~~o

seja maior,

~

desejavel

que

as

unidades

aproximem-se

0

maximo

posslvel.0

.

hidrogenio

possui

duas

propiedades

(16)

ENERGIAS DE lIGAyOES DE HIOROG@NIO

(A-H •••B)

A\B

N 0 F S

C

12

8 -

20

8 - 12

N

12 - 50

12 - 16

...

20

0

16 - 30

12 - 30

F .•• 45

25 - 35

b

S

...

20

a _ Valores de energia em (-) Kj mol-1• A passagem na jun~~o da linha A e

coluna B refere-se a liga~~o de hidrogenio em A_H .•.B.

b

Estes valores s~

para pollmeros (HF)n' e n~o para 0 10n (FHF)-.

adjacente pede se aproximar muito substancialmente, sem a introdu~~o de

grandes termos de energia repulsiva.Para faci11tar a aproxima~~o entre os

eletronegativos

e necessario ter urn atomo eletropositivo no centro,mas,

por exemplo, se 0 H for trocado por Na,

0

ma10r tamanho do atomo Na e a

presen~a de uma camada L interna completa,abriria a estrutura a tal grau

que a energia de liga~~o seria inadequada.A conveniencia de ter um citomo

eletronegativo em cada lade do sistema e explicada de modo similar, porque

neste caso tambem

0

tamanho relativamente pequeno de tais atomos permite

uma aproxima~~o maior de duas moleculas (He Weeny,1979).

Em

uma

aproxima~~o de

ordem

superior,

e

claro,

a

liga~~o

eletrostcitica seria modificada pelos efe1tos de polar1za~~0, com cada

nuvem eletrOn1ca sendo lige1ramente perturbada pela presen~a da outra, e a

contribu1~~o

de van der Waals pode tambem

ser apreciavel.Contudo ta1s

refinamentos n~o afetam 0 quadro geral de 1ntera~~o entre do1s sistemas

d1stintos.

A

liga~~o

de

h1drogen10

e

de

extrema

relevAncia.Todos

os

fenOmenos enumerados a seguir ternna l1ga~~o de h1drogenio a sua origem:

As constantes dieletr1cas anormalmente altas de l1quidos tais

como CH

3

0H,

H

2

0 e HCN,quando comparados

com outros l1quidos, onde os

momentos de dipolo individuais s~o da mesma ordernde grandeza;

A associa~ao que ocorre frequentemente em llqu1dos;

(17)

ta1s como as pur1nas e p1r1rn1d1nas;

o

processo de 11ga~~0 da suje1ra comurn

a

pele do corpo humano;

o

arranjo regular de cade1as polipeptid1cas ern urna estrutura de

proteina na hel1ce dupla de urnac1do nucle1co (Stryer,1915).

De fato,quase todos os processos

b1016g1cos parecem envolver a

l;g a c ;~ o d e h id r o 9 ~ n io e r n a lg u r n e s ta g 1 0 , u r n e x e r n p lo in te r e s s a n te l! 8

anestes1a

(Paolo,1914)

na qual a pot~nc1a

anestes1ca

geralmente

parece

depender da capac1dade de urncomposto de quebrar l1ga~oes de hidrog~n10 no

sistema b1016gico.

Algumas

das

primeiras

evidencias

diretas

de

li9ac;~0 de

hidrogenio foram derivadas da analise por difrac;~o de raios-x em crista1s,

(Mathieson,1965)

; (Blount e outros,1969).A

priori a difrac;~o de raios-x

em cristais

capacita a designac;~o das posic;oes relativas

para todos os

atornos.Quando aplicado a urn cristal molecular,pode

revelar a presen~a de

l1ga~~o de

hidroglmio

"in situ"

, seja entre moleculas diferentes

ou

entre

partes diferentes da mesma molecula.

De acordo com

J.e.

Speakman pode-se fazer um estudo de raios-x e

as liga~oes de hidrogenio do tipo:o-H .•.O

(18)

-•

2.8 A

seria

passivel

de

alguma

forma

de

liga~~o mais

fraca

que

a

coval~ncia normal.Na pratica distancias significantemente menores que 2.4

A s~o raras, a li~~o

de hidro~ni0

seria ent~o ind1cada por d1stancias

0 .•.0 entre 2.4 e 2.8 A.

o

limite superior acima merece

a seguinte considera~~o:

para

exist1r

liga~~o

u.

atomo

de

hidrog~n10

deve

ser

l1gado

~

um

dos

oxig~n1os.Supondo

que

este

esteja

pr6x1mo

~

linha

0 ...0,

deve-se

adicionar, ao ra10 de van der Waals do atomo de oxig~ni0 aceitador (1.40

A), a distancia

o-H

do doador (1.0 A),mais 0 raio de van der Waals do

hidrog~ni0 (0.9 A),dando uma distancia 0 •..0 total de 3.3 A para 0 limite

superior.

Aplica~~o deste criteri0 aos resulados dos trabalhos de raios-x

revelou muitos examplos de liga~~o

o-H ...

O, com as distancias estando no

• •

intervalo 2.5 - 3.2 A. liga~oes com 0 ••.0 ma10r que 2.75 A s~o chamadas de

.

"1ongas", enquanto que aque 1as ent re

2.5 e 2.6 A

s~o as

"curtas"

(Fleischer e outros.1964).

Atualmente

.

existem muitos

exemplos de liga~oes com 0 ...0 entre 2.4 e 2.5

A. Estas

t~m sido

chamadas de liga~oes de hidrogEmio "muito curtas".

(19)

As pos1c;Oes dos H encontradas por d1frac;~o de

raios-x nao tem

boa concord~nc 1a com aque 1as encont radas por neutrons.Em quase todos os

casos

as dist~ncias

A-H

parecem

ser menores

se medidas

a

partir

de

difrac;~o de ra10s-x.

Quando se fala da "posic;~o do atomo de h1drogenio", normalmente

refere-se

a

posic;~o do

pr6ton.Isto

e

0

que

a

analise

de

neutrons

encontra.Associado com 0 pr6ton deve existir um maximo local de densidade

eletrOnica. Este maximo deve coincidi r com 0 pr6ton, ou mu1to

pr6ximo

a

ele.

Em

princlpio,

a

analise

de

ra10s-x

encontra

a

densidade

eletronica ,mas isto n~o e verdade estrita, pela segu1nte raz~o: devido ao

atomo

de

hidrogenio

estar

parto

do

seu

companheiro

covalente

e

eletronegativo, a nuvem local de densidade eletronica podera ser bem pouco

simetrica.O modele usado para qualquer atomo, no refinamento da

estrutura

baseado nos dados de raios-x, e uma distribuic;~o esferica da densidade

eletron1ca.(Qualquer modelo ma1s sofisticado e muito d1flcil de tratar).O

ref1namento

produz

tentativas

de

ajustar

0 modele

para

a

nuvem

n~o

esferica,1mpl1cita,

nos dados observados. Para um hidrogenio ele encontra

um "melhor ajuste" quando a esfera e deslocada da densidade maxima em uma

direc;~o voltada para 0 atomo mais eletronegativo.O erro sera maior quanto

ma1s alta

a

eletronegat1v1dade

do

atomo

ao

qual

0

hidrogen10

esta

covalentemente ligado.

o angulo R-o-H e usua lmente um pouco menor que 0 tetraedrico.

Esta

molecula

formara

uma

ligac;~o de

hidrogenio

com

outro

atorno de

oxi genio, apenas se 0 grupo o-H est 1ver na di rec;~o do atomo aceitador.

Como as energias da ligac;~o de hidrogen10 n~o s~o usualmente grandes

0

bastante

para

causar

grandes

mudanc;as em

angulos

de

valencia,

esta

or1entac;~o favoravel tam que

ser obt1da

forc;osamente pelos

ajustes

de

torc;~o.O alinhamento exato de O_H e

0

n~o e essencial;mas em ligac;

o

es de

hidrogenio fortes O__H ...O e sempre maior

que

1 6 00

Tambem e favoravel

se

a situac;~o conformacional do atomo aceitador

e tal que permita super que

este atomo apresenta um

par livre de eletrons na direc;~o do doador.

SERVICODE BIBLlo"TECA'EiN"FORMA"C,l,O _ IFQSC

(20)

EM

liga~oes

de

hidrog~nio

mais

fracas

estas

considera~oes

geometricas tornam-se

menos importantes.Quando as circunstAncias

n~o

permitem a forma~~o de uma liga~~o de hidrogfmio palpavel , 0 atomo de

hidrog~ni0 ainda causa a m1n1m1za~~0 da energia total,se ele se encontra

mais ou menos na dire~~o de algum atomo eletronegat1vo.

Muitos exemplos de liga~~o de h1drog~n10 bifurcada

podem ser

explicados par uma extens~o desse argumento.um pr6ton pode assim encontrar

um "ponto de repauso" -

till

ponto de energia min1ma - mais ou menos

eQuidistante de dois atomos aceitadores vizinhos.

relevante

discutir

a

representa~~o

grafica

da

energia

potenc 1a1 Quando 0 pr6ton move-se ao 10ngo de uma linha reta ent re do is

atomos de oxig~nio fixos.Algumas situa~oes concebiveis s~o descritas pelas

curvas da figura 2.

A primeira (a) poderia corresponder

a

uma liga~~o

longa entre um grupo hidroxila e um grupo carboni la simples. A posi~~o

media do pr6ton situa-se no minimo de mais baixa energia no estado nonnal,

R-o-H ••.O=C,

enQuanto Que no minimo de maior energia existe a alternativa

- +

tautomerica menos estavel, R-O ...H-O =C.

uma curva de

energia potencial deste

tipo

e

obtida

para a

maioria das 1iga~oes o-H ...O • A segunda curva (b) cor responde a uma

situa~~o onde a liga~~o, embera ainda um pouco longa,tem simetria exata ou

Quase exata.um exempl0 familiar, com simetria virtual,

e

0

gel0.Exlstem

posi~oes

alternativas

para

0

pr6ton;metodos

de

difra~~

encontram

estatisticamente um "meio-pr6ton".

A medida

que

as distAncias

0 ••• 0

decrescem,

a

barreira

de

energia, separando 0 duplo minimo,diminuira em altura,como mostrado em

(c); finalmente esta desaparece,deixando uma curva de minimo unico, a qual

pode ser de formato parab611co indicado pela curva (e), ou de fonnato

achatado (d).Curvas (d) e (e) representam liga~oes genuinamente simetricas

(21)

l

c

'i

.-

u c •

i

• ••~

C 11/

FIGURA 2 - A VARIA~Xo DA ENERGIA POTENCIAL DE UH PR6TON QUE SE MOVE AO

LONGO DE UHA lINHA ENTRE DOIS ATOMOS DE OXIG£NIO.

, # ' ,., "

1.3 - H£TODO DE CAlCULO TEORICO PARA LIGA~OES DE HIDROG£NIO

o

metodo CNDO, "complete neglect of differential overlap"(metodo

quimico

quantico

sem1emplrico),desenvolvido

par

Pople

e

colaboradores

(1965,1966) foi usado para calcular as estruturas eletr3n1cas e energ1as

de varios sistemas modelo

(Schuster,1910). Os calculos foram efetuados

para as estruturas -com ligac;5es de hidrogenio (Y•••H-X) e as

moleculas

1so1adas.As diferenc;as da energia s~o representadas pela equac;~o:

~E = - {E (Y•••H-X ) - (Ey

+

Eax )}

onde:

6E=d1ferenc;a de energia;

E(Y ••.H-X)=energia da molecula;

Ey=energia do atomo Y;

E

Hx

=energ1a dos atomos l1gados H-X.

que da a energ1a da ligac;~ode h1dro~n10.

(22)

TABElA II - GEOMETRIA DAS MOl~CULAS ISOlADAS USADAS EM CAlCUlOS

eNDO

MOL~CULA

H - F

ORIGEM

1 •

R

HF

=1.004 A

R

HF

=1.006 A

R

HO

=1.030 A

·

<HOH=

107 •

1 .

R

HN

=1.066 A

<HNH:106.7

4

:0

1

·

RHc=1,120 A

Rco=1.210 A

<HCH=120

R

HC

=1.080 A

R

NCZ

=1.340 A

.

R

C2C3=1. 390 A

RC3C4=1.~00 A

<CNC=116

<NCC=124

<C

2

C

3

C

4

=120

1:CNDO - ENERGIA MINIMA;

2:VALORES

EXPERIMENTAIS.

(23)

- ~ ~

-TABElA III - DISTANCIAS E ENERGIAS CAlCUlADAS NAS ESTRUTURAS COM

LIGAC~ES DE HIDROG~IO

MOlECUlAS OU tONS

CAlCULOS CNDO/2

y

H - X

R

yX

R

HX

AE

HB

• •

(A)

(A)

(KCAl/MOl)

HzCO

H-NH

z

2.72

1.071

3.6

HzO

H-NH

z

2.69

1.075

4.5

H

3

N

H-NH

z

2.74

1.080

5.8

HzCO

H-OH

2.55

1.040

7.2

HzO

H-OH

2.54

-1.040

8.7

HF

H-F

2.44

1.010

9.4

H

3

N

H-OH

2.58

1.050

11.2

H

2

CO

H-F

2.44

1.017

13.2

H

2

O

H-F

2.42

1.020

15.4

H-F

2.46

1.030

19.4

H

3

N

H-F

2.46

1.030

20.0

H

2

O

H-OH+

2

2.34

1.170

59.7

HO

-

H-OH

2.34

1.170

72.2

F

-

H-F

2.25

1.125

102.1

TABElA IV - COHPARA~Ao DE DADOS EXPERIHENTAIS E CAlCUlADOS

(Schuster, 1970)

• Ryx(A)

(calc.)

2.74

2.54

2.44

2.34

2.34

2.25

HOlECUlA

i

1 ~

H

3N ••• HNH2

H

2

0 .•.HOH

HF •.•HF

[H

20 ••• H ••• OH2]

[HO ..•H .•.OHr

[F..•H •••Fr

.

Ryx(A) a (exp. )

3.10

2.76

2.49

AE

HB

(kcal/mol)

5.8

8.7

9.4

60 7 2 1 0 6

(a) - Dados de difra~ao de raio-x

Na tabela

IV os resultados calculados sao comparados

com os

dados experimentais

disponive1s.No

caso do sistema formaldeido/~gua,

0

(24)

'"I

pequeno.Consistentemente,

as energias de intera~~o s~o mUlto grandes. Nas

estruturas

ligadas fracamente por 11ga~oes de h1drogenl0 a d1feren~a entre

as energ1as ealeuladas e a entalpla de rea~~o na fase de vapor ~ em torno

de

30%.Esta

d1feren~a

aumenta

com

0

aumento

da

for~a

da

liga~~o

de

h1drogen10 alcan~ando eerea de 100% em sistemas com l1ga~oes de h1drogen10

fortes.

As curvas de h1drogenl0 para [H O .•.H-OH

z

]+

para a transferenc1a

2 •

de pr6ton mostram dois mln1mos

para grandes distanc1as

0 _ 0

(R

oo

>2.6 A

-figura 3).Quando a distaneia entre os dois oxigen1os ~ aumentada, a altura

da

barreira

aumenta

rapidamente.Abaixo

de

Roo:

2.6

A,

urn potencial

simetrico com mInimo un1co ~ obtido.

A E (aeu) .

R -

ReA

=2.5 2,62.7.2.8

A

FIG. 3 CURVAS DE POTENCIAL PARA TRANSFER~NCIA DE PROTON EM

+ [HzO ••• H ••• OH

(25)
(26)

Quando um feixe de raios-x interage com a materia espalhando

ocorrem dols processos, 0 espalhamento coerente ou Thomson e 0

espalhamento incoerente ou Compton (Blundell,1976).

o

espalhamento Thomson ocorre quando a radiaG~o-x atinge urn

eletron livre, a influencia do campo eletromagnetico flutuante da onda

incidente forGa 0 eletron a oscilaGoes da mesma frequencia Que a onda

incidente. A carga oscilante forma a fonte de urn ralo-x espalhado

secundarlamente, 0 qual

e

do mesmo cornprimento de onda Que a radiaGao

incidente mas difere na fase por 180°•. Todos os raios espalhados de urn

unico eletron tem a rnesma relaG~ de fase do feixe incidente. Por isso 0

espal hamento e coerente.

A teoria eletromagnetica deste processo de espalhamento,

desenvolvida por J .J .Thomson, mostra que a intensidade espalhada 128, ern

urn angulo 28 de urn feixe de raios-x n~o polarizados e dada por:

4 Z 2 2 4

IZ8

=

lone (l+cos 28)/2r rn c (1)

onde 1 0 e a intensidade do feixe incidente; n e 0 numero efetivo de

eletrons espalhados independentemente; rea distancia total do

espalhamento; e e a carga do eletron; rn e a massa do eletron; e c e a

velocidade da luz. 0 termo (1+cos228) representa a polarizaG~o parcial dos

raios-x espal hados.

A relaG~o inversa entre a intensidade espalhada e rn' a massa do

eletron, demonstra porque apenas os eletrons no titomo contribuern para 0

espal hamento coerente. A massa do proton e aproximadamente 2000 vezes a

massa do eletron e por isse 0 -proton e muito pesado para se tornar urn

emissor secundtirio.

A proporG~o de raios-x espalhados pela materia e fraca. Woolfson

(1970) calculou que a f r a G ~ da radiaGao-x incidente espalhada por urn

"crlstal" composto somente de eletrons Iivres e de dimensoes 1mrn e menos

que 2~.

o poder total dos raios-x espalhados em todos os angulos e

encontrado pela IntegraGao da eQu~~ (1) atraves de todo espa<;<>.

o

espalhamento Compton, ou espalhamento Incoerente e

essencialmente urn efeito de bola de bllhar. Aqui 0 aspecto partfcula de

radlaG~-x e enfatizado. 0 foton Incidente colide com urn eletron e e

desviado de seu camlnho original can alguma perda de energia. Devido a

mudanGa na energia exlste tambem uma mudanGa no comprimento de onda do

ralo espalhado. Para urn unlco atamo, considerado sozinho, 0 espalhamento

(27)

especialmente em grandes angulos de espalhamento. Contudo na difra<;ao de

raios-x por urn cristal. o. espalhamento coerente cooperativo de muitos

t1tomos se torna signlficantemente maior Que a soma das contribul<;oes

incoerentes. 0 espalhamento incoerente

e

portantc usual mente ignorado em

cristalografia de raios-x.

Segundo Blundell,(1976) pode-se derivar a express~o para 0

espalhamento por uma reuni~o de atomos.colocados em posi<;oes definidas em

uma eela unitaria.

Considerando 0 atomo 1 da figura (4 ),0 qual esta a uma distancia

r1 da origem. Esta mudan<;a na origem do centro do atomo, signifiea que a

distancia r na equa<;ao para 0 espalhamento por um atomo se torna r + r l '

Por isso 0 espalhamento pelo Momo 1 relativo ~ nova origem e:

f

1=1V.a" t omop e r ) exp (2rrj(r1+ r). S )dv

=

f;

exp (2rri r 1.5)

f'1

=

1

" t p e r ) exp (211"1r.S )dv

V.a omo

p e r )

=

densidade eletronica

S

=

e 0 vetor de espal hamento e por eonstru<;ao tem a di re<;ao bissetora

entre a onda incidente e a espalhada, e modulo igual a (2/A) sen

e

onde

e

e

0 angulo de espalhamento.

ExpressBes similares podem ser deduzidas para os atemos 2,3 e

todos os outros atomos na cela unitaria.

A onda total espal hada por todos os atomos

e

dada pelo vetor

soma das contribul<;oes de cada urn dos atomos (fig.5). Por isso a onda

total espal hada e dada por:

G(S)

=

f + f + f + •••+ f

(28)

A equa,;~o (3) representa a transformada molecular. A fun<;no

e

complexa e varia continuamente sobre todo 0 espa~ de difra<;ao

s.

FIGURA 5 - DIAGRAMA VETORIAL ILUSTRANDO A ONDA TOTAL ESPALHADA EM UMA

DIRECAo S NO ESPACO DE DIFRACAO PELOS SEIS ,A.TOMOS.

Com 0 intuito de trabalhar a express~o para 0 espalhamento por

urn cristal deve-se primeiro considerar 0 caso de urn cristal

unidimensional. 0 Qual e composto de urn arranjo linear de celas unitarias

com uma dist~ncia que se repete, a. A onda total espalhada pelo cristal

sera a soma das ondas espalha- das por cada cela unitaria.

A onda espalhada pela primeira cela unitaria relativa a origem e

simplesmente G(S). A onda espalhada pela segunda cela unitaria, relativa a

mesma origem, e G(S) exp 21Tia.S, ja Que todas as dist~ncias s~o mudadas

pelo vetor a. A onda espalhada pela n-esima cela unitaria e portanto G(S)

exp 2rri(n-l) a • S. Por isso a onda total espalhada e:

F(S)

=

L T,G(S) exp 2ni(n-l) a • S

n=

onde T e 0 numero total de celas unittirias.

o

modo pelo Qual essas contribui<;oes individuais se adicionam

pode ser visto no diagrama vetorial figura 6 (a). A onda de cada eela

unitaria esta fora de fase com sua vizlnha por uma Quantidade de 2 1 T a • S.

Como0 numero de eelas unltarias se torna grande, a onda espalhada, F(S),

sera aproxlmadamente da mesma ordem de magnitude que G(S), a transformada

SERVICO 0 E B I BL I 0 IE

CAtTN"f

a -R 'M ","

~:i:

0 _ I Fa5c

(29)

molecular, a Qual como ja fol visto,

e

multo peQuena para ser observada.

Como entao

e

QualQuer espalhamento observado para um cristal?

o

espal hamento apenas sera observado Quando a diferen~a de fase

entre as ondas espalhadas por celas unitarias sucesslvas for igual a urn

multiplo inteiro de 211 (fig.6 (b)), Isto e,2n a • S = 2rrh, OU seja, a • S

= h, onde h

e

um lnteiro.

Sobre esta circunst~ncia as ondas se somam construtivamente para

formar uma onda espalhada slgnlficante, a Qual

e

proporclonal em magnitude

~ T x IG{S)I.

Em suma, para uma rede unidimensional, 0 espalhamento apenas

sera observado em uma direGao particular Sonde S satisfaz a eQuaGaoa • S

=

h •

Quando 0 problema

e

estendido para tres dimens5es com uma cela

unitaria definida pelos vetores a,b,c, a condiG~o para difraGao se torna:

a.S=h

b.S=k

c.S=/

onde h,ke / s~o inteiros. Essas equa<;oes s~o conhecidas como as equa<;oes

de Laue.

FIGURA 6 - DIAGRAMAS VETORIAIS ILUSTRANDO A ONDA TOTAL ESPALHADA POR UMA

MOLECULA EM UMA REDE CRISTALINA. (a) A DIFEREN<;A DE FASE ENTRE ONDAS

ESPALHADAS POR CELAS UNITARIAS ADJACENTES E 2" a . S. (b) A DIFERENCA DE

(30)

No espa<;a de dois anos apos a descoberta da difra<;ao de raios-x, Darwin (Azaroff,1974l produziu multos artigos discutindo a intensidade de

difraC;ao de urn cristal perfeito. Sua abordagem tratava 0 fen6meno como

urn problema de difrac;~o Fraunhofer ern tres dimensoes,e se tornou conhecida

como a teoria cinematica de difraC;ao de raios-x. Por esta teoria 0

espalhamen to de volume de urn cristal era considerado independente dos

outros elementos de volume e considerava os raios-x passando pelo cristal

sem espalhamentos secundarlos. Tal tratamento da a dire<;ao dos feixes

difratados, e geralrnente suas intensidadelS, com acuidade bern adequada para

muitos prop6sitos. As suposic;oes basicas da teoria cinematica, contudo,

nao sac completamente justificaveis. Por exemplo, os feixes espalhados no

interior do cristal podem ser reespalhados,e podem combinar novamente com

o feixe primario e com um outro. Darwin rapidamente considerou isto, e fez

concessao para espalhamentos multiplos em sua teoria.

Ewald (Azaroff,1974) tambern tratou do mesmo problema,

independentemente e num maior alcance. Sua tearia, chamada de teoria

din:1mica, leva em considerac;~ todas intera<;oes ondulat6rias no interior

do cristal. Os feixes incidente e difratados sac coerentemente

emparelhados dentro do cristal e rnudam de energia oscllantemente. Assim a

teoria din:1mica considera 0 campo eletromagnetico em um cristal. Para p6s

cristalinos finos a mesma expressao de Intensidade resulta de ambas

teorias. Contudo, quando a difrac;ao de cristais perfeitos grandes e

considerada, a tearia din~mica deve ser usada.

o

fen6meno de difrac;ao de raios-x por cristais resulta de um

processo de espalhamento no qual os raios-x sac espalhados pelos eletrons

dos Momos sem mudanc;a no comprlmento de onda. Urn feixe difratado e

produzido por tal espalhamento apenas quando certas condic;oes geometricas

sac satisfeitas, as quais podem ser expressas em ambas as formas: a lei de

Bragg ou as equa<;oes de Laue. 0 modelo de difraC;ao resultante de um

crlstal. inclulndo ambas as poslc;oes e Intensidades dos efeitos de

difraC;ao. e uma propriedade fisica fundamental da subst~ncia,servindo nao

apenas para sua identificaC;ao raplda, mas tambem para a elucidac;ao

completa da estrutura. A analise das posl<;oes do efelto de difrac;ao leva

Imediatamente ao conhecimento do tamanho, formato, e orlentac;ao da cela

unitaria. Para localizar as poslc;oes dos atomos individuals na cela, as

intensidades devem ser medidas a anaJisadas. 0 mals Importante, em sa

tratando das posic;oes dos atom06, para as Intensidades de difra<;ao

e

a

(31)

Os raios-x sac uma forma de radia<;ao eletromagnetica. Quando

eles interagem com a materia, em geral, eles revelarn duas propriedades de

onda e particula.

As equa<;oes de Maxwell s~o compostas de dois conjuntos de

equa<;oes. Urn conjunto descreve as interrela<;oes de quatro campos

vetoriais, 0 vetor eletrico E, 0 vetor deslocamento eletrico D, 0 vetor

magnetico H, e 0 vetor indu<;aD magnetica B, para uma dada densidade de

carga real p e densidade de corrente re~1 Jt. As equa<;oes sac:

v x H

=

(1/ c)8 D /

a

t + (4 1 1 /c) Jt

v x E

=

(-1 / c)8 B /

a

t

v . D

=

4 1 T Pt

V.B=O

(5)

(6)

(7)

(8)

onde a constante c e a velocidade da luz no vacuo, cujo valor numerico e

aproximadarnente 3x101 0 cm/seg usando 0 sistema Gaussiano de unidades. Ja

que a carga deve ser conservada, a relaG~o de continuidade:

se mantem no espa<;o e tempo.

o

outro conjunto de equa<;oes de Maxwell s~o charnadas de equa<;oes

materiais. Na presen<;a do campo vetorial E, os materiais s~o eletricamente

poJarizados. 0 vetor de polariza<;ao eletrica P de materiais e definldo

pelo momento eletrico por unidade de volume. 0 vetor deslocamento D,entao,

e dado por:

o

=

E + 4np (10)

Similarmente, 0 vetor indu<;ao B pode ser expresso como:

B

=

H + 4nM (11)

onde M e 0 vetor de polariza<;aD magnetica 0 qual e definido pelo memento

magnetlco por unidade de volume.

Para campos suficientemente fracos E e H, os vetores de

polariza<;ao P e M podem ser assumidos como lineares com respeito a E e H,

respectivarnente. Ent~o:

P=NE (12)

M

=

k H (13)

(32)

respectivamente. Em geral, eles devem ser tensores, mas comumente podem

ser assumidos ·como escalares.

Inseri ndo-os nas equa<;oes (10) e (11). pode-se escrever:

0=[ E

B =IiH

( 14)

(15 )

onde os fatores [

=

1+4nN e I i

=

1+411ks~o chamados a constante dieletrica

e permeabilidade magnetica, respectivamente. As equaGoes (14) e (15) sac

representa<;oes alternativas das equa ..Goes rnateriais (10) e (11).

Com a ajuda das equaGoes (10) e (11), 0 conjunto de equa<;oes (5)

a (8) pode ser escrito na forma:

v x B = (l/c)a E / a t + 4n..//c ( 16)

v x B = (-l/c)a B /13 t ( 17)

v E

=

4 1 1 "

P

( 18)

v • B

=

0 (19 )

onde:

J

=

Jt + JP

P

=

P

t +

P

p

e P t e Pp sao dados por:

P

p

=

-v .

P

(22)

Jp

=

a

P /

a

t + c v x M (23)

As quantidades P p e Jp podem ser interpretadas como densidade de

carga e densidade de corrente devido a polarizaGao da materia. Na verdade,

elas satisfazem a relaGao de continuidade (9) por causa do operador

(div,rot) de qualquer vetor ser identicamente nulo.

Origlnalmente as eQuaGoes de Maxwell em suas duas formasforam

estabelecidas para fen6menos eletromagneticos macrosc6picos. Isto e usado,

para postular que as eQuaGoes em (16) a (19)tambem sejam validas para

fen6menos microsc6picos em Qualquer escala. A confirma<;~ do postulado vem

com a comparaGao entre a teoria e as resultados experimentais. Do ponto de

vista microsc6pico, P em (18) e a densidade de carga de nucleos e

eletrons, os quais constituem a materia. Oa mesma forma, J em (16) e a

densidade de corrente devida ao movimento das particulas carregadas.

Obviamente elas satisfazern a relaGOO de continuidade,(9).

As equaGoes de Maxwell macrosc6picas s~ Interpretadas como urna

media espadal das equaGoes microsc6plas da forma (16) a (19).Portanto

para raios-x, estas relaGoes devem ser usadas como as eQuaGoes baslcas. As

equaGoes da forma (5) a (8) podem ser usadas apenas depois das constantes

materiais ( e 11 serern conhecldas prevlarnente.

(20)

(33)

o

problema agora e encontrar 0 campo de onda eletromagnetica

para uma reuniao de particulas carregadas e urn dado campo ondulatorio

incidente.Em primeiro lugar deve-se considerar a constante dieletrica f

adequada para raios-x, a qual e derivada de urn ponto de vista

microscopico. Com 0 prop6sito de simplicidade, urn tratamento classico e

adotado,e a materia constituinte e assumida ser uma reuniao de eletrons.

Os nucleos atomicos s~o assumidos como fixos. Mais tarde, as equa<;oes

fundamentais de 0 sac derivadas nas formas diferencial e integral. Com

isto, 0 conjunto de equa<;oes (16) a (1~) e usado como as leis fisicas

microscopicas. A forma integral

e

aplicada a problemas de espalhamento

cinem3tico por cristais. A forma diferencial

e

adequada a problemas de

propaga<;ao de ondas.

Se urn eletron livre em uma posi<;~o r e submetido ~ uma onda

eletromagnetica, 0 eJetron e movido por for<;a de Lorentz (isto nao

significa Que 0 eletron esteja permanentemente fixe em r Quando tais

campos est~o ausente). Ent~o, um deslocamento adicional x, velocidade x',

e aceleraGao x" sac introduzidas. A eQuaGao classica do movimento deve

ser:

onde V

=

X' + r' e a velocidade do eletron • Para campos vetoriais com a

seguinte dependencia temporal:

E

=

E (r) e -1'"t (25 )

B

=

B(r) e-1loft (26)

A velocidade e deslocamento adicionais sac representados por:

X'

=

i (e/mw)E

2

X

=

(-e/mw )E

(2 7 )

(28)

Assim a parte oscllante da polariza<;~o eletrica e dada por:

P

=

e N(r) X

=

(_e2/mw2) N(r) E (29)

onde N(r) e a densidade de eletrons. A densidade de corrente, de acordo

com a eQua<;ao(23) tern a forma:

(34)

A parte magnetica c rot M e desprezivel ja que a magnetlza~ao Induzlda

pelo campo eletromagnetlco e suficientemente pequeno.

Agora, consideremos as equa~5es de Maxwell (16) a (19». As

partes estaticas ou estacionarias de p e J produzem urn campo vetorial

estatico. Ja que as equa~5es de Maxwell s~o lineares com respeito 8 0 S

campos vetoriais e ape J . pode-se separar a parte estatica da parte

oscilat6ria do campo:

E

=

Eest+ Eosc

Assim, as partes dependentes do tempo de E e B tendo a forma (25) e (26)

tambem satisfazem as equa~5es de Maxwell (16) a (19)

nas quais a densidade de corrente J e dada por (30) e a densidade de carga

p e dada pela divergencia de -P (22)

Sobre tais ci rcunst~ncias, as equaGoes de Maxwell sac

representadas por:

rot B

=

-i(w/c)O (31)

rot E

=

i(w/c) B (32)

div

o

=

0 . (33)

div B

=

0 (34)

onde:

D

=

£:

E

(35)

2 2

(36)

f

=

1 - (4rre

Imw

)N(r)

Obviamente, a quantidade D faz papel de um deslocamento

eletrico, e f pode ser interpretado como a constante dieletrica da materia

para raios-x. Introduzindo a quantidade x

=

£: - 1, obtem-se:

x(r)

=

(-4rre2/mw2)N(r) (37)

Eliminando B das equa~5es (31) e (32), obtem-se:

rot rot E

=

(W/C)2 0

Jf) que E

=

0 - x E e, div D

=

0

~ D -

(1/c

2) a20 I

a

t2

= -

rot rot [ x I (1 + x) 0 ]

onde w2 e substituido pelo operador - ( a z l a t2). Em adi<;~, ja que x e da - 5

ordem de magnitude de 10 , [x I (1 + x)] pode ser substituido

simplesmente por x. Assim, finalmente,

~ D (r,t) - C 1 / c2) ( a2I a t2) 0 (r,t)

= -

rot rot [ x (r) 0 (r,t)] (38)

2

~ OCr) + k OCr)

= -

rot ro t [x (r) 0 (r)]

k

=

w/c

(39)

(35)

Estas sao as eQuaGoes fundamentals do campo vetorial 0 (r,t) ou O C r) na

forma diferenclaJ. 0 vetor B

e

derlvado de E

=

0 / f pelo uso de (32).

Ja Que (38) tem a forma de uma eQua~l'io de onda nao-homogenea,

uma soluGl'io especial, a Qual desaparece no infinito pode ser escrita:

-t

0s(r,t)

=

(1/4n-) I R rot rot [x (r') O(r',t')]dv' (41)

onde R

=

I r - r' I

e

a dist~ncia de r' a r; e t'

e

0 tempo t -

R/c.

Uma

solu<;l'io mais geral pode ser construid.a adicionando QualQuer soluGao

o

(r,t) da eQuaGa<>de onda homogenea (x

=

0) para a equa<;ao acima. Oeste

e

modo, a condi<;ao de contorno requerida para que 0 campo 0 tenda a um campo

o

no infinito

e

automaticamente satisfeita Isto leva a :

e

o

(r,t)

=

0 (r,t) + ( 1 / 4 1 f ) f R-1 rot rot [x (r')D(r',t')]dv' (42)

e

Esta

e

uma representaGl'io integral de (38) (matematicamente falando (42)1

e

uma equaGao integrodiferencial), incluindo a condi<;ao de contorno.

Fisicamente, 0 implica em uma onda incidente, e 0 segundo termo e a onda

e

espa! hada devido ao material. Para urn caso especial, no qual 0 campo

vetorial tern a dependencia do tempo, e -iw t ,a equaGa<>(42) reduz-se a:

o

(r)

=

0 (r) + ( 1 / 4 1 f ) f R-t rot rot [x (r') 0 (r') eik R dv' (43)

e

onde 0 fator comum ,e -iw t,

e

omitido. As equaGoes da forma (42) e (43) s~o

apropriadas para tratar 0 problema de espalhamento.

Finalmente,

e

conveniente notar uma similaridade de (39) com a

equa<;ao de Schrodinger independente do tempo para a onda material:

l'lllJ+ (81f2m)/h2 [E - V(r)]lIJ

=

0 (44)

onde h

e

a con stante de Planck; E a energia total; e VCr)

e

0 potencial

escalar. De fato, pela eficacia da relaGao de Broglie, (8n2m/h2) E

=

K2

=

222

(2n/~), ~ sendo 0 comprlmento de onda no vacuo. ( 8 n m/h ) V(r}lIJ

corresponde a - rot rot x D em (39). A forma integral de (44) e:

Isto corresponde a (43). Em vista da slmilaridade das

fundamentals para tp e 0, n6s podemos esperar Que as teorias de

sejam essenclalmente simllares para ondas materials e para raias-x.

equaGoes

(36)

Para calcular a densidade eletronica

e

necess~rio conhecer

F(hkl) Blundell (1976)ou seJa, conhecer sua amplitude /F(hkl)/ e fase

cfl(hkl). No modelo de difra~ao

e

registrado apenas a intensidade dos raios

difratados. e por isso somente a amplitude,pode ser medlda. loda a

informaG~o das fases e perdida. Portanto. percebe-se que e impossivel

determinar uma estrutura diretamente das medidas do modele de difraGa0

registrado,Ja que parte da InformaGao e perdida. 0 problema da

determinaGl:1o da fase

e

0 problema basico em qualquer determlnaG~o de

estrutu ra cristal ina.

Existem quatro metodos pelos quais 0 problema da fase pode ser

resolvido. sac eles:

a) Metodos diretos;

b) FunGl:1ode Patterson;

c) SubstituiG~o isomorfa;

d) dispersao anomala.

Metodos diretos sac metodos nos quais relaGoes matematicas,

entre os fatores de estrutura,podem ser usadas para obter informaGl:io das

fases. A partir de urn conjunto de dados de intensidade, exploram-se

relaG5es entre os fatores de estrutura, obtidos atraveS de informaG5es

fisicas e quimicas a respeito do problema. S~O aplicaveis a estruturas

pequenas (ate 100 atomos).

A funGl:1o de Patterson consiste em uma serie de Fourier baseada

nos coeficientes F(hkl)2 observaveis experimentalmente. E essencialmente

urn mapa vetorial da estrutura, e e usado para moleculas contendo

relatlvamente poucos atomos (menos que 2 5 ), e pode geralmente ser

interpretado em termos de uma aproximaGl:io da estrutura. Esta interpretaGl:1o

pode subsequentemente ser aperfei<;oada pelo refinamento.

SubstitulGl:io isomorfa e 0 metodo no qual urn atomo pesado e

introduzido em uma estrutura de atomos leves e e usado como urn atomo

marcador para obter informaGl:io da fase.

Dispersao anomala

e

0 metodo pelo qual a informaG:lO da fase e

obtida da informaGl:1o contida no espalhamento per urn atomo, cuja freq encia

de absorGl:iO natural e proxima ao comprimento de onda da radiaGao

incidente. Explora-se a quebra da lei de Friedel (Miranda,1986), IF(h)1

=

F(-h)l, devido ao fen6meno de espalhamento anomalo a fim de obter

informaGl:1o de fases.

A . proxima seGl:io de estudo

e

restrita ao primetro metodo cltado,

(37)

o

termo "direto" (Miranda,1986),

e

usado para designar uma serie

de metodos que se propoem a determinar fases por meios puramente

matematicos, a partir das intensidades medidas.Para estabelecer estas

rela<;oes matematicas (Oliveira,1986),

e

necessario introduzir informa<;oes

fisicas que a priori s~o conhecidas.Estas informa<;oes s§o restri<;oes a

densidade eletronica, p e r ) , a qual pode ser expressa como uma soma de

Fourier. Qualquer restri<;ao imposta

a

densidade eletronica pode ser

traduzida a seus coeficientes de Fourier: os fatores de estrutura. Como

estes tem seus modulos medidos experimentalmente, estas restriGoes recaem

basicamente sobre suas fases.

Inicialmente, ha duas informa<;oes inportantes a respeito de

pC

r): a positividade e a atomicidade da fun<;~o. Estas duas condi<;oes podem

ser expressas como:

p e r) a p2( r)

Esta express~o em termos dos fatores de estrutura, da origem a

equa<;~o de Sayre que sera discutida mais adiante. A condi<;~o de

positividade, traduzida em termos dos fatores de estrutura da origem ao

determinante de Karle-Hauptman,(1950), tambem descrito mais adiante.

Na determjna<;~o de estruturas cristalinas, 0 objetivo e obter

apenas as posi<;oes atemicas (Miranda,1986), e n~o a forma de suas

distribui<;oes. 0 atomo pode ser considerado como um ponto geometrico, 0

que significa que 0 fator de espalhamento atomico assume urn valor

con stante igual ao seu numero atemico. Define-se entao os fatores de

estrutura quasi-normalizados que sac descritos pela express~:

c ( h )

=

(1-1 I2t' N Z 2 1 fih .r (4 7 )

2 LJ•1 J e J

L

N n

(1 -

n - J .1 Jt

Z e 0 numero atemlco;

h representa os indices de Miller;

reO vetor posl<;ao do atorno j ;

(38)

o

tator de normaliza<;~0;"2 garante Que 0 valor rTooi?diode 1£(h)1 2

em todo

o espa~ reci proco, seJa unittirio.

Hauptman e Karle, (1953)jntrod uzi ram 0 tator de estrutura

normalizado E(h):

esta quantidade

e

importante, pois garante a confiabilidade das rela<;5es

de probabilidade que veremos mais adiante. Os fatores de estrutura

normalizados na<> correspondem a ~tomos pontuais, mas sac quantidades

usadas em rela<;oes de probabilidade que dao uma medida correta de

probabilidade estatistica das fases dos fatores de estrutura. Quando nao

se disp5e de nenhuma intorma<;ao, supoe-se Que os ~tomos estejam

uniformemente distribuidos na cela unit~ria, qualQuer posi<;ao e igualmente

provavel, para 0 calculo da media em (48). Neste caso:

E(h)

=

(l/f

h) L j:tcflj exp 21Ti(h.rJ) (49)

no qual fj e 0 fator de espalharnento at6rnico do atomo J ; e c(h) e urn

fator que leva ern considerac;ao a simetria do grupo espacial e garante que

todos os tipos de reflexoes sejam igualrnente considerados:

<IE(h)I2>

=

1 (50)

para todo h.

Uma outra quanti dade, utilizada nos metodos diretos,

e

0 tator

de estrutura unitario, que difere de E(h) apenas por urn tator de escala,

sendo definido como:

U(h)

=

o;t L j=t Z J exp (21Ti h.r

J) (51)

2

o valor esperado de I U(h)1 para urna estrutura de atornos iguais e dada

por:

<IU(h)IZ>

=

E

h

IN

ou seja, 0 valor esperado de I U(h)lz depende do tamanho da estrutura.

o

prirneiro passe em metodos diretos para a determlnac;~ de

fases, usa as desigualdades de Harker e Kasper,(1948). Usando a relac;~

de desigualdade de Cauchy e Schwarz (Miranda, 1986), eles derivaram

rela<;oes de tatores de estrutura, que em determinados casos podern fornecer

informac;oes de tases. Em termos gerais, a positividade da densidade

(39)

obtenc;~o das fases dos fatores de estrutura ou sinais no caso

centro-slmetrico.

Dado urn conjunto de modulos de fatores de estrutura, suas fases possiveis nao sac quaisquer, mas devem ser tais que sua transformada de

Fourier. ou seja, a densidade eletr6nica p e r ) , seja positiva em todo 0

espa<;e>,0 que

e

uma condiC;ao fisica (Lariucci.1984). Como esta

e

uma

condic;ao no espa<;o real (espa<;e>dos r), deve-se levtt-Ia para 0 espaGo

reciproco (espa<;o do h) (Miranda,1986). Posteriormente em 1950, Karle e

Hauptman generalizaram em forma de determinantes todas rela<;oes de

desigualdades existentes. Impondo explicitamente a condiGao de

positividade (nao negatividade) da funGao de densidade eletronica. A

funGao de distribuiGao da densidade eletf'5nica, p e r ) , descreve a estrutura

de urn cristal. Os maximos desta fun<;ao loealizam as posiGoes at6mieas. Por

causa da periodieidade tridimensional, de uma estrutura cristalina, p e r )

pode ser representada por uma serie de Fourier tridimensional.

Considere cfl(r) uma fun<;ao arbitraria de eoefieientes de Fourier

dados por x(r), definida no dominio da eela unitaria:

«P(r)

=.

L

h x(r) exp - (27Tih.r) (52)

se,F(h)

=

Lj=~fj exp h.rj

=

IFhl exp i<l>h (53)

e hermitiano, pode-se construir a forma hermitiana:

L

h Lk XC-h) F(h-k)X(k)

=

Iv

p(r)lcfl(r)1

2

dv (54)

Expressando 0 lade esquerdo desta equa<;aoem forma matricial:

X F XT

=

I p ( r )I «1>(h) I2 dv (55)

onde X

e

0 vetor de coeficientes de Fourier de 4l(r), XT seu transposto

conjugado e F

e

uma matriz quadrada de elemento geral F

hk

=

F(h - k). Se

p e r )

f

0 entao X F XT

f

O . Como0 vetor X

e

arbitrario, pode-se mostrar que

esta condi<;ao Impliea em:

F(-hm)1

F(h1-hm)~o

F (h )

III

Este determinante pode ser de qualquer ordem que qualquer conjunto de

fatores de estrutura pode oeupar a primelra Iinha do determinante, apenas

garantindo que sejarn diferentes entre si. Em geral, usa-se 0 determlnante

de fatores de estrutura unitarlos,q"ue sac mais eficlentes (Main,1976),pols

(40)

1 U(-h 1 ) U( -h

Z) U(-hlll>1

U( h1 ) 1 U(h

1-hz) U(h -h1 III)

U(h

z> U(hz-h1) 1 U(hz-hlll)

0

=

I~

°

III

1 U(h) U(2h)

U(-h)

1

U(h)

U(-2h) U(-h) ~

°

1

Supondo inicialmente uma estrutura centrossimetrica, tal que:U(h) = U(-h),

o determinante resulta:

1-2IU(h)Iz - IU(2h)I2 + 2IU(h)I2 U(2h) ~ 0 (1-U(2h» (1+U(2h» - 21U(h)12 (1-U(2h»-~

°

(1-U(2h» [1+U(2h)-21 U(h)I 2 ] ~

°

-I U(h)-I 2 i (1/2) [1+U(2h)]

Que e uma desigualdade de Harker-Kasper.

Para tornar claro como esta rela<;:io fornece informa<;oes sobre as

fases (Lariuccl,1984), supondo Que IU(h)l= 0,6 e U(2h) = !0,5, a

desigualdade fornece 0,36 ,{ (1/2) (1! 0,5), a qual' s6

e

satisfeita se 0

sinal de U(2h) for positlvo. Isto irnplica Que a fase de U(2h)

e

27f.

Karle e Hauptman (1950), rearranjaram 0 determinante 0

3 para Que

este expressasse a regl:iO de fases para urn unico fator de estrutura, em

terrnos de dois outros fatores de estrutura, cujas fases sejam conhecidas.

°11

U(h-k)

U(h

1

-k)*

111

U(k)

SERVI<;O DE B~;"i;~-;(:;";r~c.:\£!~i~O R -}i;':<;:-A o·~i"FQ SC

(41)

I

I

,

I

,

,

,

/

,

/

,

,,"

.•...

---FIGURA 7 - DIAGRAMADE ARGAND

A fase de F(h), cujo modulo e conhecido esta restrita ~ regiao

do arco AS. Este arco sera tao menor Quanto menor for 0 raio r do circulo

centrado em fer sera tanto menor Quanto maiores forem os valores de

IF(h)l, IF(k)1 e IF(h-k)I.De uma maneira geral, Quanto maior a ordern do

determinante D (ou seja, Quanto mals fatores de estrutura sac conhecldos

III

em modulo e fase) mais Iimltados serao os val ores da fase de urn fator de

estrutura adlclonal.

Em 1952, Sayre, Cochran e Zacharlasen (Miranda,1986),

separadamente, deram 0 passe seguinte no desenvolvirnento dos' metodos

dlretos. Para a aproximaGaD da estrutura composta de atomos iguais,o Que

e

Quase verdadeiro no caso de materials or9~nicos, foi derlvada uma relaGao

exata para fatores de estrutura.

Partindo-se da su posl <;ao, de que, se p e r ) e composta de picos

dlscretos e Identlcos (Larluccl,1984), entao p 2 ( X ) tambem 0 sera, a menos

de urn fator de escala e, ~s vezes, de urn fator de forma :

2

(42)

Esta condl<;ao e lIustrada na figura 8, onde p ( r)

e

composta de "atomos"

2

Iguais e discretos. Pode-se notar Que p (r) possul os plcos na mesma

posi<;ao. porem Ilgeiramente maiores e com forma urn pouco diferente.

FIG.S - REPRESENTM;AO DE p e r ) E p 2 ( r ) UNIDIMENSIONAIS

-1 ~

p (r)

=

V L.h F(h) exp (-2n; h.r) cela

2 -1 2 ~ ~

p (r)

=

(V ) L.h'LJk F(k) F(h') exp (-2nj

Substituindo, h

=

h'+k :

2 -1 2~ ~

P (r)

=

(V ) L.h L.k F(k) F(h-k) exp (-2ni

Em tres dimensoes. pode-se escrever 0 fator

correspondente a p ( x ) como:

h.r) (65)

de estrutura

F(h)

=

Lj:

1fj exp (2nl h.rj)

e para .Momos iguais:

- F(h)

=

f

L

j:1exp (2ni h.rj)

Comop 2 ( r ) tambem possul N atomos nas posiGoes r

j, a sua transformada de

Fourier, ou seja, 0 seu fator de estrutura G(h) sera:

G(h)

=

L

j:19j exp (2n-i h.rj) (68)

onde 9 e a transformada de Fourier de cada pico de p 2 ( r ) . Ent~o:

j 2 -t

P (r)

=

Y LhG(h) exp (-2n-1 h.r) (69)

Assim de (67) e (68), temos:

G(h)

=

F(h)9/f

Substituindo este valor em (69) e igualando a (64), obtem-se a equaG~o de

Sayre:

F(h)

=

y -1( f / g ) Lk F(k) F(h-k) (70)

Esta e uma express~o exata. Para tanto e necessario Que 0 somat6rio ~

dlreita da express~ Inclua um numero suflclente de termos, para Que a

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