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Açaí como fonte de ferro: mito ou realidade?.

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Academic year: 2017

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NOTAS Ε COMUNICAÇÕES

AÇAÍ COMO FONTE DE FERRO: MITO OU REALIDADE?

Lucia K i y o k o Ozaki YUYAMA1

; J a i m e Paiva Lopes AGUIAR1

; Danilo SILVA FILHO2

; Kaoru YUYAMA2

; Déborah Inês Teixeira FÁVARO3

; Marina Beatriz Agostini VASCONCELLOS3

.

RESUMO - Considerando-se que pouco se conhece sobre os constituintes nutricionais do açaí, determinou-se o teor de ferro no "vinho" pela técnica de Análise por Ativação com Nêutrons Instrumental. Foram analisadas amostras de açaí provenientes do Pará, assim como dos municípios de Anamã, Codajas, Tabatinga, Benjamin Constant, Parintins e Barcelos, AM. De acordo com os resultados obtidos, v e r i f i c o u - s e que o peso médio dos frutos variaram de 0,83g a 2 , 0 4 g e semente de 0,59g a 1,38 ± 0,13g. Verificou-se baixos teores de ferro com concentrações variando de 289,8 ± 37,8 μ g a 1093,5 ± 22,0pg%, demonstrando que o açaí como fonte de ferro é pouco expressivo.

Palavras-chave: açaí, ferro, ativação neutrônica instrumental.

Açaí as an Iron Source: Myth or Reality?

ABSTRACT - Considering that there is little information about nutritional components of Açai, the iron content in Açai "wine" was determined by Instrumental Neutron Activation Analysis

technique. Açaí samples from Pará state, as well as Anamã, Codajas, Tabatinga, Benjamin Constant, Parintins and Barcelos counties, of Amazon state were analyzed. According to the findings, it was observed that the mean weight of the fruit ranged from 0 . 8 3 g to 2.04g and the seeds from 0 . 5 9 g to 1.38 ± 0 . 1 3 g . It was observed a low iron content with concentrations that range from 289.8 ± 37.8 μ g to 1093.5 ± 22.0 μ g%, showing that açaí, as an iron source, is rather poor.

Key-words: açaí, iron and neutron activation analysis

A região Amazônica é detentora da maior diversidade de espécies frutíferas, com g r a n d e potencia l econômico e nutricional (Noda et ai,

1997, Yuyama et ai, 1997; Aguiar ., 1996). Apesar do conhecimento da composição química em relação aos macro nutrientes dos alimentos da r e g i ã o a m a z ô n i c a , a i n d a há uma grande lacuna no que se refere aos elementos minerais, em especial os micros, para a maioria dos alimentos, n e c e s s i t a n d o p o r t a n t o , de uma

ampliação da base de dados.

Dentre as fruteiras existentes, o açaizeiro {Euterpe oleracea Mart.) palmeira típica do Pará, tem a sua peculiaridade como fonte de matéria prima para produtos alimentares como o palmito (Bovi & Castro, 1993) e o fruto. Do fruto extrai-se uma bebida tradicionalmente conhecida como "vinho" de açaí. A origem desta bebida está entre as etnias da Amazônia, sendo também muito apreciada pela população amazônida, podendo ser

1

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia — INPA/CPCS. Av. André Araújo 2936. Petrópolis, Manaus-AM. CEP- 69.083-000. Ε mail: yuyama@inpa.gov.br

2

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia — INPA/CPCA. Av. André Araújo 2936. Petrópolis, Manaus-AM. CEP- 69.083-000

3

Supervisão de Radioquímica - IPEN/CNEN - CP. 11049, CEP 05422-970, São Paulo-SP. Suporte financeiro: FINEP/PPG-7, Proc. 64.99.0477.00, INPA: PPI.1-3100.

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consumida com açúcar e farinha de mandioca ou tapioca (Prance & Silva, 1975), ou ainda com camarão ou peixe salgado, hábito muito comum entre os paraenses (Rogez, 2000).

Estudos demonstram que o suco de açaí é essencialmente energético ( C a v a l c a n t e , 1996, Aguiar, 1996, FIBGE, 1982, Chaves & Pechinick,

1948) com elevada concentração de fibra a l i m e n t a r (Aguiar, 1996). E n t r e t a n t o , no que se refere aos elementos minerais, particularmente o ferro, há muito o que se estudar uma vez que a literatura é escassa e os dados são pouco confiáveis em função da c o m p i l a ç ã o , q u a n t i d a d e de amostras utilizadas, metodologias e variação edafoclimático.

Este estudo objetivou quantificar o teor de ferro d o açaí (vinho) procedente do Pará e de diferentes Municípios do Estado do Amazonas.

Foram coletadas amostras representativas de aproximadamente 2500 frutos de açaí, procedentes dos municípios: Anamã, Codajás, Tabatinga e Benjamin Constant, caracterizando o Ecossistema da Bacia do Rio Solimões, AM, assim como Parintins: Ecossistema da Bacia do Rio Amazonas, AM, Barcelos: Ecossistema da Bacia do Rio Negro, AM e Belém, PA. Os frutos fo­ ram transportados até o Laboratório de Nutrição e Físico-Química de Alimentos da Coordenação de Pesquisa em Ciência da Saúde do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia — INPA, onde foram viabilizadas em 15 frutos, as medidas de peso dos: frutos, semente e epicarpo+ mesocarpo, assim como a avaliação do diβmetro. Paralelamente,

procedeu-se a um ensaio preliminar para fins de extração do suco. Após o recebimento dos frutos, os mesmos fo­ ram selecionados, lavados e imersos em solução de hipoclorito de sódio a 2% por 30 minutos. A seguir procedeu-se ao enxág٧e, amolecimento em água morna a uma temperatura de 45e

C por uma hora e extração do suco em despolpadeira elétrica. Para tanto, foram utilizados 1900 g de frutos para 800 mL de água durante o processo de extração. Salienta-se que as peças de madeira constante na despolpadeira elétrica original, foram substituídas por aço inoxidável, para fins de extração do suco, eliminando assim, uma variável a mais de contaminação (microbiológica e minerais). Em relação as demais amostras, seguiu-se o m e s m o procedimento de extração. O suco assim obtido, foi liofilizado até peso constante para a determinação do teor de umidade. Uma alíquota foi enviada ao Laboratório de Radioquímica do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares-IPEN/ CNEN, São Paulo, para a análise do teor de ferro, pela técnica de Análise de Ativação com Neutrons Instrumen­ tal (AANI), conforme descrição no trabalho de Yuyama et al (1997). Foi testada a sua precisão e exatidão por meio de análise de material de referência certificado Oyster Tissue (NIST-SRM 1566 a). Para efeito de análise estatística foi utilizada a análise de variβncia pelo teste F e o teste de Tukey com 5% de probabilidade para fins de comparação entre as médias das diferentes populações de açaí. (Pimentel Gomes, 1987).

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peso do fruto, semente, percentual de epicarpo + mesocarpo e diβmetro, constatou-se que o maior percentual do fruto (70%) é constituído pela semente, com uma variação de 6 3 % a 77%. Em relação a parte comestível (epicarpo + mesocarpo), o percentual foi de 25%, com uma variação de 17 a 2 9 % (Tab. 1). Valores e s s e s c o n s i d e r a d o s altos q u a n d o comparados com os de Aguiar et ai. (1980), cuja proporção comestível do açaí foi de apenas 6,7%; assim como 17% nos t r a b a l h o s d e C h a v e s & Pechnik (1948) e 12% no achado mais recente de Rogez (2000). A grande variação se deve provavelmente, a técnica de separação da polpa, número de frutos analisados, assim como a v a r i a b i l i d a d e genética dos frutos coletados em diferentes Ecossistemas. O rendimento do suco após a extração em despolpadeira elétrica foi de 26%, ou seja, em lOOg de açaí, extrai-se 26 g de suco. Obviamente, o rendimento do s u c o , estará c o n d i c i o n a d o p r i n c i p a l m e n t e a e s p e s s u r a do e p i c a r p o + m e s o c a r p o , safra e tamanho dos frutos.

No que se refere a elementos minerais (Tab. 2,) verificou-se que no geral, o suco de açaí, apresenta baixa c o n c e n t r a ç ã o de ferro, c o m u m a variação de 290 a 1093 ^ig%. Ao longo de um mesmo Ecossistema como a Bacia do rio Solimões, constatou-se que o teor de ferro dos frutos p r o v e n i e n t e s dos M u n i c í p i o s d e Anamã e Benjamin Constant foram significativamente maiores (p<0,05) q u a n d o c o m p a r a d o s c o m os de Tabatinga e Codajás, demonstrando a variabilidade entre as populações densidade de plantas e composição q u í m i c a do solo. As m a i o r e s concentrações foram verificadas nos frutos oriundos dos municípios de Parintins (Bacia do Rio Amazonas) e Barcelos (Bacia do rio Negro). O açaí procedente da Ilha das Onças, Pará, apresentou uma concentração de ferro significativamente inferior (p<0,05) quando comparado com a de Parintins.

As variações de 1,5 mg/100g de matéria seca (Rogez, 2000) a 11,8 mg por lOOg da parte comestível (FIBGE,

1982) e os aqui encontrados, reforçam a necessidade de uma base de dados

Tabela 1. Peso do fruto, semente c epicarpo + mesocarpo c diβmetro do açaí de diferentes

procedências.

Procedência Peso fruto (g)

Média dp

Peso semente (g) Média dp %

Epicarpo + mesocarpo (g) Média dp %

Diâmetro (cm) Média dp

Anamã 1,02 ± 0,09 0,65 ± 0,1 (63%) 0,32 ± 0,04 (29%) 1,0 ± 0,05

Barcelos 1,21+ 0,09 0,79 ± 0,07 (65%) 0,35 ± 0,01 (29%) 0,99 ± 0,07

Pará 1,75 ± 0,35 1,33 ± 0,33 (76%) 0,34 ± 0,06 (20%)

Tabatinga 2,04 ± 0,17 1,38 ± 0,13 (69%) 0,55 ± 0,07 (28%) 1,44 ± 0,63

B. Constant 1,2 ± 0,12 0,76 ± 0,08 (63%) 0,35 ± 0,04 (29%) 1,19 ± 0,06

Parintins 1,65 ± 0,11 1,28 ± 0,08 (77%) 0,28 ± 0,05 (17%) 1,27 ± 0,05

Codajás 0,83 0,59 ( 77%) 0,19 ± 0,09 (23%)

Média 1,38 ± 0,43 0,97 ± 0,34 (70%) 0,34 ± 0,1 (25%) 1,18 ± 0,19

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com a c o m p o s i ç ã o de a l i m e n t o s produzidos no país. Esta lacuna leva profissionais de nutrição a utilizar as informações disponíveis na literatura internacional, e não verdadeiras para o teor de nutrientes e compostos não nutritivos de alimentos consumidos no Brasil.

Se a composição dos alimentos é uma i n f o r m a ç ã o básica para o estabelecimento de diversas ações em saúde até análises de abrangência macro, como viabilizar tais ações se a b a s e de dados é d u v i d o s a ? Atualmente, as tabelas de Composição Química de alimentos em português mais utilizadas por profissionais de nutrição (FIBGE, 1982, Franco, 1999) são c o m p i l a ç õ e s de d a d o s internacionais, se constituindo como simples versões, que não refletem, p o r t a n t o , a real c o m p o s i ç ã o de alimentos produzidos no Brasil. Os resultados do presente estudo (Tab. 2), deixam implícitos esta triste evidência, onde a concentração de ferro do açaí de diferentes E c o s s i s t e m a s Amazônicos é significativamente infe­ rior aos valores reportados na Tabela

de Composição Química dc Alimentos do FIBGE (1982), que é de 11,8 mg de ferro. Este fato pode induzir a erro em prescrições dietéticas, bem como não permite traçar, com segurança, o perfil de risco nutricional de uma população. Exemplos típicos são os resultados da análise de consumo a l i m e n t a r familiar r e a l i z a d o s em Belém (Alves et al., 1997), que devem ser r e v i s t o s , uma vez que o f o r n e c i m e n t o de ferro é o b t i d o principalmente pelo açaí, que veicula em média 27,3% do total do nutriente d i s p o n í v e i s nos d o m i c í l i o s , demonstrando uma adequação média de ferro superior a 130%. Se considerarmos a concentração real de ferro presente no açaí, certamente a a d e q u a ç ã o será inferior e as c o n c l u s õ e s serão d i f e r e n t e s . A a p l i c a ç ã o das r e c o m e n d a ç õ e s nutricionais apresenta igualmente fragilidade, uma vez que não se conhece a composição dos alimentos (Vannucchi et ai, 1990). N e s t e sentido, não se pode afirmar e ou garantir a verdadeira composição da dieta do brasileiro em relação aos

Tabela 2. Concentração de ferro no suco dc açaí de diferentes procedências.

P r o c e d ê n c i a . F e r r o ( p g % )

A n a m ã

B a r c e l o s

P a r á

T a b a t i n g a

B e n j a m i n C o n s t a n t

P a r i n t i n s

C o d a j á s

7 3 1 , 3 ± 8 5 , 4b 9 7 9 , 8 ± 4 9 , 8a 4 6 0 , 3 ± 3 0 , 1C 5 0 1 , 1 ± 4 2 , 3C 7 0 9 , 8 ± 1 2 , 8b 1 0 9 3 , 5 ± 2 2 , 0a

2 8 9 , 8 ± 3 7 , 8d

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m a c r o e m i c r o n u t r i e n t e s pela a u s ê n c i a de uma Tabela de Composição de Alimentos Nacional. O s inquéritos populacionais e ou i n d i v i d u a i s e as i n t e r v e n ç õ e s p r o p o s t a s se b a s e i a m em d a d o s provenientes de Tabelas "importadas" q u e p o d e m s u b e s t i m a r ou superestimar a real composição dos alimentos. Dessa forma, os resultados demonstram que o açaí como fonte de ferro é pouco expressivo.

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Tabela 1. Peso do fruto, semente c epicarpo + mesocarpo c diβmetro do açaí de diferentes
Tabela 2. Concentração de ferro no suco dc açaí de diferentes procedências.

Referências

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