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Perfil de pacientes com infarto agudo do miocárdio na perspectiva do modelo de "campo de saúde".

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Academic year: 2017

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PERSPECTIVA DO MODELO DE "CAM PO DE SAÚDE"1

INFARTED PATIENi PROFlLE CONCERNING THE "HEALTH AREA" MODEL

RA'GO' DE PACIENTE' CON INFARTO AGUDO DE MIOCARDIO EN LA'

PER,PECTIJA DEL MODELO DE "CAM PO DE ,ALUD"

Rosana Aparecida Spa doti Oantas2 DIga Maimoni Aguila3

R E S U M O : Estudo realizado com o objetivo de conhecer o pefil dos infartados atendidos no Hospital das Cl ínicas de Ribeirão P reto, entre maio e novembro de 1 994. Os dados foram coletados através de entrevista com os pacientes e consulta ao prontuário médico. Os resultados obtidos e analisados, segundo o Modelo de "Campo de Saúde", foram: a) biologia h u mana - 66,7% do sexo masculino; 73,2% na faixa 50 - 80 anos; 55,5% hipertensos; 24,4% dislipidêmicos; 20% diabéticos; 5 1 , 1 % com h istória familiar positiva para hipertensão; 26,6% para infarto e 24,4% para acidente vascular cerebral; b) caracterização sócio-econômica: 7 1 , 1 % com renda mensal menor que 6 salários-m ínimos; 82, 2% analfabetos ou com primeiro g rau incompleto; 47% economicamente ativos e 68,8% casados;c) estilo de vida: 88,8% sedentários; 55,5% tabagistas e 55,4% referiram estresse diário; d) atenção à saúde: 68,8% acompanhados em serviços de saúde; 75,5% conheciam o diagnóstico atual e 62,2% solicitavam informações sobre fisiopatologia, prognóstico e reabi litação. A presença de 2 ou 3 fatores de risco para doença isquêmica card íaca foi verificada em 62,2% dos pacientes. Em relação ao modelo utilizado constatou-se, em seus q uatro elementos, a presença de fatores de risco para o i nfarto.

PALAVRAS CHAVE: I nfarto agudo do miocárdio, Fatores de risco, Modelo de "Campo de Saúde" , Estilo de vida.

ABSTRACT: The present study aimed at finding out the profile of patients with acute myocardial infarction into U n iversity Hospital at Ribeirão P reto, from May to November, 1 994. Data were collected through i nterviews with the patients and analysis of the medicai reports. The results were analysed according to the "Health Field Model" and were the following: a) h u man biology: 66,7% we re men; 73,2% of them were from 50 to 80 years old; 55,5% were hypetensive; 24,4% with dyslipidemia; 20% had diabetes; 5 1 , 1 % had a positive family history of hypertension, 26,6% of had infarction and 24,4% had cerebral stroke; b) socioeconomic characterization: 7 1 , 1 % had a monthly income lower than 6 minimum salaries; 82,2% illiterate or with incomplete primary school; 47% were economically active and 68,8% were married; c) life style: 88,8% lived a sedentary life; 55,5% smoked and 55,4% referred to daily stress; d) atlention to health: 68,8% were being treated in health services: 75,5% knew about their diagnostic and 62,2% asked about i nformations on physiopathology, p rognostic and rehabilitation. The presence of 2 or 3 risk factors to cardiac diseases was verified in 62,2% ofthe patients. Regarding the model, authors found the presence of risk factors to infarction in its four elements.

KEY WO R D S : myocardial infarct, "Health Field" Model, risk factors, life style.

1 Resumo de Dissertação de Mestrado apresentada à Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Pa ulo (EERP, USP).

2 Enfermeira, aluna do Programa In terunidades de Doutorado da EERP, USP.

3 Enfermeira, Professora Doutora jun to ao Depa rtamento de En fermagem Geral e Especializada da EERP, USP.

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DANTA S, Rasana Aparecida Spadat; et ai.

R ES U M E N : Estudio realizado com el objetivo de conocer los rasgos de los infartados atendidos en el Hospital de Clín icas de Ribeirão P reto, entre mayo y noviembre de 1 994. Los datos fueron recoletados a través de entrevistas con los pacientes y consultas a prontuarios médicos. Los resultados, analisados siguiendo el modelo de "Campo de la salud", fueron los seguintes:a) biologia h u mana-66,7% de sexo masculino;73,2% entre 50 y 80aío;55,5% h ipertnsos;24,4% dislipidémicos;20% diabéticos; 5 1 , 1 % com historia familiar positiva para hipertensión, 26,6% para infaro y 24,4% para accidente vascular cerebral : b)características socio-económicas : 7 1 , 1 % con ingresos mensuales menores que 6 salarios m ínimos;82,2% analfabetos o con la escuela prima incompleta, 47% económicamente activos y 68,8% casados;c)estilo de vida:88,8% sedentarios; 55,5% fumadores y 55,4% refiriendo stress diario ; d)atención a la salud: 68, 8% siendo tratados en servicios de salud; 75,5% conocían el diagnóstico actual y 62,2% solicitaron informaciones sobre fisiopatología, pronóstico y rehabilitación. La presencia de 2 o 3 factores de riesgo para la enfermedad de isquemia card íaca fue verificada en 62,2% de los pacientes. En relación ai modelo utilizado, se constató la presencia de riesgo para i nfarto en sus cuatro elementos.

PALAB RAS CLAVE: infarto de miocardio, modelo "Campo de la salud", factores de riesgo

I N TR O D U ÇÃO

Dentre as doenças crônico-degenerativas, as doenças card iovascu lares ocupam a liderança como causa de morte em todo o m u ndo e, no Bras i l , já são responsáveis por, pelo menos, 300 m i l óbitos anuais, além de terem o tratamento mais dispendioso do que q ualquer outra s índrome mórbida e de representarem os maiores custos da previdência com licenças e aposentadorias antecipadas . (BANCO M U N D IAL, 1 99 1 ; BRAS I L, 1 993) .

Estudos têm demonstrado que entre as doenças cardiovasculares está sendo percebida uma d i m i n u i ção na mortalidade decorrente de doença isquêmica card ía­ ca e doença cérebro-vascular, nos últimos anos. A q ueda da mortal idade da doença isquêm ica, no Bras i l , começou a ser observada na década de 70. I nfelizmente, tal decl ínio não reti ra a doença cardiovascular da posição de l íder, sendo um dos principais componentes de morbi-mortal idade . ( Rego, 1 990) .

Estudo realizado nas regiões metropol itanas b rasileiras , entre 1 979 e 1 989, por L olio e t aI. ( 1 995) , mostrou que os coeficientes de mortalidade por doença isquêmica card íaca apresentaram q ueda em Belém e São Paulo, para ambos os sexos , e em Belo Horizonte para o sexo feminino. Tais coeficientes permaneceram estáveis em Salvador, Cu ritiba e Porto Alegre , enquanto apresentaram ascensão em Recife e Rio de Janeiro .

Na cidade de Ribeirão Preto, estado de São Paulo, um levantamento mostrou q u e , no ano de 1 993, foram internados no Hospital das Cl ínicas , 35 1 pacientes com doença isquêmica card íaca, exceto casos de angina, sendo que destes, 2 1 5 (61 ,2%) tinham diagnóstico de i nfarto agudo do miocárdio. Em 1 994, apesar do número de i nternações ter sido praticamente o mesmo, com 350 pacientes, houve d i m i n u ição do número de i nfarto para 1 78 (50,8%) . (SÃO PAU LO, 1 996) .

Através da nossa vivência no atendimento de infartados, no referido hospital , pudemos observar que estas pessoas têm pouco ou nenhum conhecimento a respeito das posss íveis causas, do prognóstico e do comprometimento de suas vidas em decorrência da doença.

Ao identificarmos essa lacuna no que diz respeito à orientação dos pacientes

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que sofreram infarto agudo d o m iocárdio e que são atendidos nesse hospital , sentimos a necessidade de i nvesti rmos nesta área, levando tais pessoas a com p re­ enderem mais claramente a situação em que se encontram e fornecer-lhes condições para participar mais ativamente de suas reabi l itações. Neste sentido, nos propusemos no presente estudo, a conhecer o perfil dos i ndivíduos i nfartados atendidos no referido serviço, obtendo desta forma, i nformações que possam subsidiar a elaboração de um p rograma de reab i l itação para estes pacientes. R E FE R E N C IAL TEÓR I CO : O M O D E LO D E "CAM PO D E SAÚ D E"

Buscando subsídios para a elaboração do nosso estudo, escolhemos o modelo conceitual denominado de "Campo de Saúde" , proposto por Marc La/onde ( 1 974) . Tal modelo foi escolhido por possibilitar-nos uma análise mais ampla dos problemas da área da saúde , no caso, a incidência de i nfarto agudo do miocárdio e a reabi l itação dos doentes atingidos . Tal modelo considera, além dos aspectos biológicos , outros fatores que podem contri b u i r para a determ inação desta doença m ultifatorial.

O documento publ icado pelo autor e i ntitulado U m a nova perspec tiva sobre a saúde dos canade n ses ( La/onde, 1 974) , traz sua preocupação com relação à ausência de uma estrutura conceitual para analisar a área da saúde. Através do exame das causas e fatores básicos de doenças e mortes no Canadá e do levantamento da participação destes elementos no estabelecim e nto do n ível de saúde da população canadense, foram estabelecidos quatro elementos principais que compõem o modelo de "Campo de Saúde", são eles: biologia h umana, meio ambiente , esti lo de vida e organ ização dos serviços de saúde.Tais elementos são assim definidos pelo autor:

biologia !L / ma n a : inclui todos aqueles aspectos da saúde , física e menta l , os quais pertencem ao corpo h umano e à constituição orgânica do indivíduo. Relaciona-se à herança genética, ao processo de matu ridade e de envelheci mento e aos m uitos sistemas orgânicos . Sendo um organismo complexo, o corpo h umano tem impl ica­ ções n u m e rosas , variadas e sérias na saúde individual , contribui ndo para todos os ti pos de doenças e mortal idade ;

meio a mbien t e : inclui todos aq ueles aspectos relacionados à saúde e que estão externos ao corpo h u mano, quer pertençam ao ambiente físico, q u e r pertençam ao ambiente social que envolve os indivíduos, e sobre os q uais eles têm pouco ou n e n h u m controle como, por exemplo, o controle da qualidade da água e do ar, no ambiente físico, e o controle das mudanças aceleradas ocorridas no ambiente social ;

estilo de vida : consiste n o conju nto d e decisões tomadas pelo indivíduo, sobre as q uais ele possu i maior ou menor controle, e que afetam a sua saúde. Do ponto de vista da saúde, decisões e hábitos pessoais ruins criam os chamados riscos autocriados . Ou ando esses riscos resu ltam em doenças e mortes pode-se dizer que o "estilo de vida" de suas v íti mas contribuiu para ou causou tais ocorrências ;

organização dos s erviços de sa úde: refere-se à q ual idade , quantidade , adm i nistra­ ção, natu reza e relações de pessoas e recu rsos no oferecimento do cuidado de

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DANTA S, Rosana Aparecida Spadoti et aI.

saúde . I nclui médicos, enfermeiros, hospitais, farmácias , serviços de saúde públi­ cos e p rivados, ambulatórios e serviços odontológicos entre outros . É com umente definido como sistema de atenção à saúde.

Neste modelo, os quatro elementos aci ma tem o mesmo valor na determ i na­ ção da saúde do indivíduo e precisam estar em equ i l íbrio para que tal condição se estabeleça. (La/onde, 1 974) .

Com relação ao estilo de vida, o autor acredita que a presença de hábitos destrutivos , no dia a dia, dos indivíd uos acarreta vários tipos de enfermidades como, por exemplo, as doenças cardiovasculares. Tais hábitos estão p resentes no uso de d rogas (ingestão excessiva de bebidas alcoólicas, fumo e abuso de medicamentos) e na relação dieta-exerc ícios (super alimentação; alta i ngestão de gorduras e carboidratos; falta de exerc ícios físicos e de recreação e relaxamento das tensões diárias) .

Para um melhor embasamento dos fatores de risco específicos para as doenças cardiovasculares , principal mente para a ocorrência do i nfarto do miocárdio, buscamos na literatu ra os fatores de risco determinantes para estas doenças .

O termo "fator de risco" relacionado ao desenvolvi mento das doenças cardiovasculares foi usado pela primeira vez no estudo de Fram i nghan , realizado em uma pequena cidade perto de Boston ( EUA) e i niciado no final da década de 40. Através do mesmo foi possível estabelecer q uais e ram as variáveis a serem pesqu isadas na determinação do risco individual de doença cardiovascular. ( Gui­

marães, 1 992 , Kanne/, 1 976, Manci/ha - Carva/ho, 1 992) .

Os fatores de risco que predispõem as pessoas a tais doenças dividem-se em quatro g rupos : hábitos do estilo de vida (ingestão aumentada de gord u ras satu radas , colesterol e calorias ; sedentarismo; tabagismo; padrão de comportamento tipo A e ganho i rrestrito de peso) ; traços individuais aterogênicos (hipertensão arterial sistêmica; dislipidemias; intolerância à glicose e resistência à insulina) ; susceptividade inata (predisposição genética para dislipidemias , hipertensão e diabetes e história fam iliar positiva de doença cardiovascular prematu ra) e parâmetros preditores aterogênicos ativos (Ieucocitose e fibrinogênio elevado) . Atualmente , os pri ncipais fatores de risco são: dislipidemias, hipertensão arterial sistêmica, tabagismo e i ntolerância à glicose ( Kanne/, 1 995) .

Os fatores de risco também podem ser classificados de acordo com as suas possib i lidades de modificação, quer seja através de m udanças de comportamentos , quer seja por outros tipos de tratamento. No grupo do modificáveis, temos a hipertensão arterial sistêm ica, a i ntolerância à glicose e D ia be tes m e / l i t u s não i n s u l i n o-dependente , sedentarism o , alcoo l i s m o e uso de anticoncepcionais hormonais. Os não modificáveis são: raça, sexo e idade, história familiar positiva e ocorrência da menopausa. (Kanne/, 1 995, Manci/ha-Carva/ho, 1 992) .

2 O BJ ETIVOS

Os objetivos determinados para o presente estudo são:

caracterizar os indivíd uos acometidos por primeiro i nfarto agudo do miocárdio

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quanto aos segu intes aspectos : biologia do i ndivíduo, m e i o ambiente , estilo d e vida e organização dos serviços de saúde, de acordo com o modelo conceitual - de "Campo de Saúde", p roposto por La/onde, e

levantar conhecimentos e dúvidas dos pacientes relativos ao i nfarto.

3 M ETO DOLOGIA

O estudo foi realizado junto a Divisão de Cardiologia do H ospital das Cl ínicas de Ribeirão P reto e abordou os pacientes i nternados na U nidade Coronariana do referido hospital , no perído de 1 de maio a 30 de novembro de 1 994.

Foram entrevistados 45 pacientes que atenderam aos seguintes requisitos : ter sofrido p rimeiro episódio de i nfarto agudo do miocárdio (confi rmado através de história cl ín ica , traçado eletrocardiográfico e dosagem enzimática) , estar em condi­ ções físicas e psicológicas de participar da entrevista ou ter um membro da fam iliar para responder às q uestões e concordar em participar da pesquisa.

A coleta de dados foi feita através de entrevista semi-estrutu rada e consulta ao prontuário médico dos pacientes . Para padronizar e facil itar a coleta dos dados foi elaborado um rotei ro, dividido em g rupos de dados específicos para cada elemento que compõe o modelo de "Campo de Saúde", ou seja, i nformações referentes à biologia h u mana, meio ambiente , estilo de vida e organ ização dos serviços de saúde . A escolha das i nformações levantadas e pertinentes a cada elemento do modelo foi feita mediante a definição proposta por La/onde ( 1 974) , e englobando os fatores de risco para doenças cardiovasculares encontrados na literatu ra consultada. A

elaboração do rotei ro foi feita em parceria com Colombo ( 1 995) , a qual uti lizou-o em seu estudo sobre o estilo de vida e fatores de risco coronarianos , real izado em Campinas , no ano de 1 994 .

As entrevistas foram realizadas no período compreendido entre 48 horas após a i nternação até o momento da alta hospitalar. Os dados foram coletados em impresso próprio, utilizado para cada um dos entrevistados e contendo o rotei ro da entrevista. Do prontuário médico foram levantados dados referentes à confi rmação do diagnóstico, data de ocorrência do i nfarto e internação na U nidade Coronariana: peso, altu ra e história cl ínica do paciente .

Realizada a coleta de dados, procedemos à eleboração e classificação das respostas de forma sistemática, permitindo uma análise dos mesmos. Os dados sofreram uma análise descritiva e percentual e os resultados possibil itaram a defin i ção do perfil dos indivíd uos infartados, relacionado aos elementos do Modelo de "Campo de Saúde" com a presença de fatores de risco coronarianos .

4 R E S U LTADOS E DISCUSSÃO

Conforme referencial teórico utilizado e com base no instrumento proposto para a coleta de dados , apresentamos os resultados agrupados nos segui ntes ítens:

4.1 DADOS DA B I OLOG IA DO I N D i VíD U O

Entre o s 4 5 pacientes entrevistados, a maior incidência d e i nfarto agudo do m i ocárdio ocorreu nos i ndivíduos do sexo masculino, na p roporção de 2/1 . A

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DA NTAS, Rosana Aparecida Spa doti et ai.

lite ratu ra, ao discuti r o papel do fator sexo no desenvolvimento da doença isquêmica card íaca, comumente o faz relacionando-o com a idade. Tal fato é decorrente das características peculiares a cada sexo e que fazem homens e mulheres envelhece­ rem de maneiras distintas (Aburdene, 1 994; Kannel, 1 987, Mancilha -Carvalho,

1 992 , Underhil/; Stephen, 1 984) .

Observamos que, com relação à idade , a maior concentração de pacientes está na faixa etária dos 50 -70, sendo seguidos por aqueles com idade entre 70 e 80 anos. Tal resultado confi rma que o i nfarto atinge, predominantemente , os indivíduos de meia idade e idosos ( 1 5) . Ao compararmos as i ncidências entre os dois sexos constatamos que a maior dife rença entre elas ocorreu na faixa dos 30-40 anos , 5 homens/1 m u l her. Com o avançar da idade esta diferença d i m i n u i u , porém, em todas as faixas etárias, a incidência no sexo masculino foi maior (Tabela 1 ) .

TAB E LA 1 : Distribuição dos 45 pacientes infartados, segundo o sexo e a faixa etária.

Faixa etária Homens M u l heres Total

n % n % n %

301 - 40 4 8,9 1 2,2 5 1 1 , 1

401 - 50 4 8,9 2 4,4 6 1 3,2

501 - 60 7 1 5,5 5 1 1 , 1 1 2 26,6

601 - 70 8 1 7,8 3 6,6 1 1 24,2

701 - 80 7 1 5,5 3 6,6 1 0 22,2

801 - - - 1 2,2 2 2,2

Total 30 66,7 1 5 33,3 45 1 00,0

O sexo masculino é considerado fator de risco para doença isquêmica card íaca, principalmente , para os homens com idade i nferior a 50 anos . Até essa idade, o homem tem um risco de sofrer um i nfarto cerca de três vezes maior que a mulher da mesma idade . Após os 50 anos a diferença na i ncidência da doença entre os dois sexos d i m i n u i e as m u l heres, após a menopausa, tornam-se tão vulneráveis ao i nfarto q uanto os homens da mesma faixa etária. A vantagem da m u l her sobre o home m , antes da menopausa, parece estar relacionada a alguns mecanismos da

f i s i o l o g i a re p rodutiva, respon sáveis p o r u m a m e n o r ten d ê n c i a tro m b o l ítica e u m a

proteção hormonal . ( Johansson; Vedin; Wilhelmsson, 1 983, Kannel, 1 987) .

A obesidade foi outro aspecto investigado por ser considerada como fator de risco ou agravamento para várias doenças , entre elas a hipertensão arterial, hipercolesterolemia e diabetes mellitus (BRAS I L, 1 993, Kannel, 1 987, Mancilha­ Carvalho, 1 992) .

A distribuição dos 45 pacientes, segundo o índice de massa corporal (valor obtido através da divisão do peso do i ndivíduo, em q uilos, pelo quad rado da sua altura, em metros) (I NTERNATIONAL U P I D I N FORMATION B U R EAU ( I U B) LATINO AM E R I CA, 1 994) , mostra que a maioria dos entrevistados , 67,8%, não e ra obesa, encontrando-se nas categorias de peso normal ( I MC entre 20-25 kg/m2) e sobrepeso ( I M C entre 25-30 Kg/m2) . Ass i m , o fator obesidade não foi freqüente no grupo estudado.

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Outro ítem levantado foi a p resença de história fam iliar positiva para doenças cardiovasculares entre os participantes do estudo. Verificamos q u e 5 1 , 1 % dos

pacientes ti nham antecedentes fam i l iares para hipertensão arteria l ; 28% para

i nfarto agudo do m i ocárdio; 24% para acidente vascular cerebral ; 22,2% para

dislipidemias , 20% para morte súbita e 1 6% para diabetes .

A história fam iliar positiva para as doenças aci ma mencionadas, entre parentes consangü íneos , é um fator de risco i m portante na determi nação da ocorrência e p rognóstico de doença isquêmica card íaca, especialmente q uando associada a outros fatores de risco. ( Gianini, 1 9 94, Guimarães, 1 99 2 , Anderhi//; Stephen, 1 984) .

O último dado levantado referente à biologia do indiv íduo foi a história cl ínica do pacie nte , buscando informações referentes à p resença de doenças anteriores , como h i pertensão arterial , dislipidemias e diabetes, e ntre outras , as quais são consideradas fatores de risco para o desenvolvimento do i nfarto agudo do miocárdio.

A h i pertensão arterial sistêmica foi a mais p revalente , como antecedente pessoal, no grupo estudado, atingindo 5 5 , 5 % dos entrevistados . No estudo de Frami nghan a h i pertensão dobrou o risco de doença isquêm ica card íaca. ( Kannel, 1 976 , Kannel, 1 987) .

Outros antecedentes pessoais levantados foram : dislipidem ias e doença vascular periférica, am bas ati ngi ndo 24 ,4% dos participantes; diabetes me//itus, 20% e acidente vascular cerebra l , 8 , 9 % . Acreditamos que tais valores possam estar subestimados , principalmente no que se refere às dislipidemias , uma vez que 2 6 , 6% dos entrevistados referiram não saber a presença de alte rações l i p ídicas em seus organismos. Tal desconhecimento é preocupante uma vez que a hipercolesterolemia, dentre as dislipidem ias , é tida como u m dos quatro principais fatores de risco para doença isquêmica card íaca. ( Kannel, 1 995) .

4 . 2 DADOS DO M E I O AM BI ENTE

Através desses dados, buscamos i nfo rmações que caracterizassem as condições sócio-econômicas dos 45 i nfartados , levando-se em consideração a

ocupação, grau de instrução, renda fam i l iar, número de filhos , estado civil e p rocedência dos mesmos.

Os resultados obtidos indicaram que o n ível de instrução dos pacientes era p recário, sendo a maioria composta por i ndivíduos analfabetos (28 , 9%) e com pri m e i ro g rau incompleto (53, 3%) . Tais dados são compatíveis com as peculiarida­ des de uma clientela atendida em u m hospital-escola, como é o caso do Hospital das Cl ínicas de Ribeirão Preto, onde a maior parte dos pacientes atendidos não possuem condições sócio-econômicas para custearem seus gastos com a saúde .

Pesquisas apontam para a maior presença de u m ou mais fatores de risco entre aqueles i ndivíduos com menor número de anos de estudo e que, m udanças no esti l� de vida ficam mais evidentes naqueles com maior escolaridade , levando a

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DA NTAS, Rasana Aparecida Spa dat; et aI.

crer que há uma associação i nversa entre estrato social , n ível educacional e doença card íaca isq uêm ica, entre outras doenças cardiovasculares. (BANCO M U N DIAL, 1 991 , Bittar, 1 992) .

Quanto à ocupação, certos estudos têm demonstrado que a doença isquêmica card íaca está entre os pri ncipais grupos de doenças e acidentes relacionados com o trabalho. ( Bittar, 1 992, Paffenbarger; Ha/e, 1 975) .

Utilizamos dois tipos de classificação para analisar as atividades profissionais dos entrevistados: a "Classificação Brasileira de Ocupações para o subsistema de informações sobre mortal idade" ( B RAS I L, 1 987) , do Ministério da Saúde e a classi­ ficação das ocupações segu ndo o esforço físico exigido (leve ou pesado) e a p romoção de alterações no biorritmo do indivíduo (trabalhos em tu rnos) .

TAB E LA 2: Distribu ição dos 45 pacientes i nfartados , segundo à Classificação Brasileira de Ocupações ( M . S . ) * , o esforço físico exigido e alte ração do biorritmo.

OCU PAÇÃO LEVE PESADA ALT. D TOTAL

B I O R RITMO

(Cód igo) n (%) n (%) n (%) n (%)

aposentado (007) 1 4 31 , 1 1 4 31 , 1

dona d e casa (008) 1 0 22,2 1 0 22,2

pessoal de enfermagem ((072) 1 2,2 2,2

empreite i ro de obras (234) 1 2,2 2,2

bancário (390) 2,2 2,2

comerciante (41 0) 2 4,4 2 4,4

jardineiro (540) 2,2 2,2

guarda noturno (583) 3 6,7 3 6,7

lavador de carro (599) 1 2,2 2,2

lavrador (empregado) (62 1 ) 2 4,4 2 4,4

eletrecista (855) 2 4,4 1 4,4

pedre i ro (95 1 ) 1 2,2 1 2,2

motorista (985) 5 5 1 1 , 1

serviços gerais (999) 1 2,2 1 1 , 1 1 2,2

Tota l 29 8 1 7,6 8 45 1 00,00

64,3 1 7,6

*Classificação Brasileira de Ocupações do Ministério da Saúde (BRASIL. MS, 1 987) .

Os dados da Tabela 2 mostram a predominância das ocupações leves , com predom ínio de aposentados e donas de casa, os q uais não são considerados economicamente ativos para a sociedade. Ass i m , dos 47% economicamente ativos , as atividades remuneradas mais frequentes no grupo foram as de motorista de cam i n hão e guarda noturno, ambas classificadas como alteradoras do biorritmo, quer seja quanto ao padrão de sono, quer seja q uanto aos hábitos alimentares .

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Ocupações que requerem grande demanda física, trabalhos e m tu rnos e aquelas cuja característica é a monotonia, são fortemente associadas ao i nfarto. ( Bittar, 1 9 9 2 , Krístensen, 1 990) . Em nosso estudo, 76% dos economicamente ativos se enquadram nestas modal idades, portanto, considerados de alto risco quanto ao tipo de ocupação desenvolvida.

Outro aspecto i m portante da relação i nfarto-ocupação está no n ível sócio­ econôm ico que a mesma confere ao trabalhador. A renda familiar de 42 , 2 % dos pacientes e ra menor que três salários-m ín imos e 28,9% possu íam renda entre três e seis salários-m íni mos, o q ue demonstra que trabal hadores , ativos ou aposenta­ dos , não são adequadamente remunerados pelos seus serviços .

Ao considerarmos que a renda mensal de 7 1 , 1 % dos i nfartados não ultrapassa seis salários-m ín imos e que o grau de instrução dos mesmos é p recário, estamos diante de um g rupo que possu i característricas favoráveis ao desenvolvimento de vários tipos de doenças, como o infarto agudo do miocárdio. As causas que favorecem o desenvolvimento de doença isquêmica card íaca são: prevalência maior de fatores de risco como sedentarismo, tabagismo, obesidade, entre outros ; atendimento médico i nadequado; dificuldades intelectuais e finance i ras para esco­ lher um estilo de vida mais saudável e meio ambiente mais estressante e desfavo­ rável . ( BANCO M U N D I AL, 1 99 1 , Bíttar, 1 992) .

Com relação ao estado civi l , temos que dos 45 entrevistados , 69% eram casados ; 2 0 % viúvos ; 9% soltei ros e 2% divorciados . Do total de participantes 9 1 % referi ram ter filhos, sendo que 75 , 6 % tinham mais de três. Ao associarmos a renda fam i l iar com o n ú m e ro de fi l hos constatamos que, quanto maior o número de fi lhos , menor a renda.

Estudos têm demonstrado que o estado civi l , m uitas vezes, está relacionado com taxas de morbi-mortalidade por doença isquêmica mais elevadas, sendo o coeficiente maior entre os viúvos , soltei ros e separados . ( De ver, 1 988, Kosken vuo, 1 980) . Outro aspecto é a importância da fam ília, principalmente do cônjuge, no processo de reabi litação do i nfartado, a q ual foi constatada como de fundamental i m portância para a rei ntegração social após a doença. ( Kelerman, 1 993) .

Quanto à procedência dos partici pantes, obtivemos que 84% deles eram provenientes da cidade de Ribeirão P reto e de outros m u n i c ípios que compõem esta região administrativa. Tal resultado reafirma a análise feita por Fígueíredo( 1 987) , na qual o Hospital das Cl ínicas é um "pólo" de atração para os pacientes da região q uando da necessidade de atendimento de saúde .

4 . 3 DADOS R E LAC I ONADOS AO ESTI LO D E V I DA

Buscamos levantar os aspectos apontados por La/onde ( 1 984) e que, q uando presentes no estilo de vida do indivíduo, podem caracterizar os chamados riscos autocriados .

O pri m e i ro dado levantado foi referente aos hábitos alimentares. A dieta é um dos principais fatores do estilo de vida associado ao aparecimento de doença isquêmica card íaca, uma vez que determina outros fatores de risco como aumento de colesterol total e LDL-colestero l ; hipertensão arterial sistêmica; obesidade e

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DA N TAS, Rosana Aparecida Spadoti et ai.

diabetes mell itus não insulino-dependente . ( Guimarães, 1 992, Kanne/, 1 987) . Para anal isarmos a dieta dos pacientes utilizamos a descrição feita por Boog; Motta e Bon ( 1 985) , que consideram três g randes grupos alimentares, os q uais devem estar p resentes em uma dieta equilibrada. Esses grupos são: alimentos construtores (fontes de prote ínas , cálcio e ferro) , reguladores (fontes de vitami nas, sais m i n e i rais e celulose) e energéticos (fornecedores de hidratos de carbono e gord u ras) .

Com base nas respostas fornecidas pelos pacientes sobre q uais eram os alimentos mais freqüentemente consu m idos nas principais refeições (almoço e jantar) , obtivemos que, do ponto de vista n utricional , a dieta dos pacientes era eq u i l ibrada. No almoço, 80% dos participantes consu miam alimentos dos três grupos al imentares, enquanto que no jantar tal número diminuia para 55,5%.

Com relação à freqüência do consumo de alimentos de cada grupo, vimos que os entrevistados consum iam maior q uantidade de alimentos energéticos (arroz, pães, m assas , . . . ) e menor q uantidade de reguladores (legumes, verd u ras e frutas) , o q u e corrabora os estudos de autores como Mondini; Monteiro ( 1 994) . Tais autores relataram d i m i n uição na q uantidade de fibras consumidas pelas populações ociden­ tais, substitu indo os cereais de alto teor de fibra, como o pão e arroz i nteg rais, por alimentos beneficiados e industrial izados; e o aumento no consumo de carnes concom itante à d i m i n u ição de hortal iças e frutas.

E m decorrência das d if i c u l d ades d e se i nvesti gar as q uantidades dos a l i m e ntos con s u m idos pelos pacie ntes neste tipo de estud o , opta m os por i n dagar s o b re a freq uência com q u e ce rtos a l i m e ntos e ram i ng e ridos pelos p a c i e n te s . D e v i d o as s u as c o n t ri b u i çõ e s p a ra o d e s e n vo l v i m e n to da ate roe s c l e rose, a l i m e ntos de origem a n i mal e ricos e m g o rd u ras foram os esco l h i d o s , tais como as carnes verm e l has, ovos , l e ite e de rivados . E mbora sej a m i m po rtantes fontes d e p rote ínas , dependendo da freq u ê n c i a e da q uan­ tidade com que são i ng e ridos, podem to rna r-se p rej ud i c i a i s e m decorrê ncia dos altos teores d e gord u ras e m s uas compos ições . O con s u m o excessivo de a l i m e ntos ricos e m açúcares , como doces e refri g e rantes , e d e b e b i das alcoó­ l i cas , l evam ao a u m e nto da obesi dade , h i p e rcolestero l e m i a e d iabetes cl ín ico . ( Boog; Mo tta; Bon, 1 985 , Guima rães, 1 992) . A d i eta apresenta-se c o m o risco autocriado para as doenças card i ovasculare s , como o i nfarto , q ua n d o caracte­ rizado por u m a s u p e r a l i m e ntação, alta i n g estão d e gord u ras e carboi d ratos. (La /onde, 1 974) .

O cons u m o de doces e refri g e rantes foi m e n o r q u e três vezes por semana para 66,6% dos pacie ntes , sendo p reocupante apenas para aq ueles 1 5 , 5 % que refe ri ram cons u m i r tais p rodutos d i ariamente.

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TA B E LA 3 : Freq üência do consumo d e alimentos construtores de importância para a doença isquêmica card íaca, pelos 45 pacientes i nfartados .

Freqüência �3 /semana

carne bovina gorda carne s u ína

aves com pele ovos

leite i ntegral

(%)

29,0 8,9 1 1 ,1 22,2 55,5

L 3 /semana

(%) 7 1 ,0 9 1 , 1 88,9 77,8 44 ,5

Conforme demonstrado na Tabela 3 , nossos dados mostraram que a maior parte do g rupo estudado consumia carnes vermel has e ovos, de acordo com as recomendações da Sociedade Brasileira de Cardiologia (COLESTEROL, 1 994) , para uma dieta de baixo n ível de gord u ra animal, ou seja até três vezes por semana. O leite foi o alimento que teve sua frequência de consumo maior que três vezes por semana, para 55% dos entrevistados. Tal p roduto, embora referido como i ntegral em nossa tabela, inferimos que sej a o leite tipo "C", o consum ido pelos pacientes , por ser mais barato e coerente com o poder aquisitivo do g rupo estudado. A

vantagem do leite "C" , sob o ponto de vista de ingestão de gord u ras é seu baixo teor de l i p ídeos .

Colombo ( 1 995) , encontrou resu ltados semelhantes em seu estudo e, dosan­

do os n íveis de colesterol e triglicerídeos de infartados , encontrou taxas desejáveis de colesterol total e de triglicerídeos , respectivamente , e m 52% e 7 1 % dos entrevistados .

Quanto às quantidades consumidas , embora não tenha sido objeto de inves­ tigação neste estudo, podemos considerar que, diante das condições sócio­ econôm icas da maioria dos entrevistados e de apenas 3 1 , 1 % dos mesmos possu írem algum g rau de obesidade , é p rovável que o consu m o desses alimentos seja feito em quantidades não danosas ao organismo.

Outro aspecto i nvestigado foi a i n gestão de g o rd u ras pelos paci entes . A i n g estão das m e s m as através do con s u m o de a l i m e ntos fritos ocorreu para 57 , 8% do g ru po estudad o , com freq u ê n c i a m a i o r o u i g u a l a três vezes por s e m a n a . Tal fato pode contri b u i r para a e levação do re n d i m e nto e n e rgético da d i eta e , q uando não aco m pa n h ado pelo a u m e nto do gasto e n e rgético , pode levar a obes i d a d e . ( Mondini; Mon teiro, 1 994) .

Quanto à gord u ra uti lizada no preparo das refeições , 7 1 ,2% dos pacientes referiram o uso de óleos de origem vegetal , principalmente o de soja, reconhecidos como os mais saudáveis para o organismo.

Nas ú lti mas décadas , houve a substituição, pela população b rasileira , da banha de porco e touci n ho por óleos vegetais. No entanto, esta modificação não

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DANTAS, Rosana Aparecida Spadoti et ai.

deve ter ocorrido em consequência da conscientização da população q uanto aos benefícios que tal troca proporciona à saúde , e sim em decorrência do comporta­ mento de oferta e dos preços mais acessíveis do óleos vegetais (Mond i n i ; Montei ro, 1 994) .

Diante dos resultados obtidos podemos considerar que, quanto aos hábitos alimentares , o grupo estudado não se apresentou como de risco para o desenvol­ vimento do i nfarto .

Outro risco autocriado estaria no uso de bebidas alcoól icas , fumo e medica­ mentos , no caso das doenças card iovasculares, os anticoncepcionais hormonais. ( La/onde, 1 974) .

A maioria dos entrevistados (66,6%) referiu não consu m i r ou consumir raramente bebidas alcoólicas, o que nos perm ite afi rmar que, para tais pessoas , o álcool não esteve presente como fator de risco ou risco autocriado para a doença isquêmica card íaca. O risco para a mesma, relacionado ao consumo de álcool , parece existir apenas para os grandes consumidores (BANCO M U N DIAL, 1 99 1 ) .

Quanto ao tabagismo, temos n o cigarro um dos maiores responsáveis por mortes prematu ras por cardiopatia , sendo a causa mais i m portante de mortes por afecções das coronárias ( Kanne/, 1 987, Rosemberg, 1 987) .

E m nosso estudo, 80% dos entrevistados eram fumantes e ex-fumantes, sendo a maior porcentagem entre os indivíd uos do sexo masculino (Tabela 4) . Nossos dados reforçam os da OPS ( 1 992)que apontam o tabagismo como sendo mais prevalente entre os homens do que entre as m u l heres, tanto para os fumantes q uanto para os ex-fumantes .

TABELA 4 : Distribuição dos 45 pacientes , segundo o hábito de fumar e o sexo.

Hábito de fumar Homens M u l heres Total

n O/o n O/o n O/o

fumante 1 8 40,0 7 1 5,5 25 55,5

ex-fu mante 1 1 24 ,5 - - 1 1 34,5

não fumante 1 2,2 8 1 7,8 9 20,0

Total 30 66,7 1 5 33,3 45 1 00,00

Os fumantes encontravam-se , p redomi nantemente , na faixa etária dos 50-70 anos. O risco individual de desenvolvimento de doença card íaca isquêm ica é o dobro em fumantes e , na faixa etária de 45-65 anos este risco encontra-se triplicado. Q u a n d o estão p resentes fato res como tabag i s m o , h i p e rtensão a rte rial e hipercolesterolemia, a probab i lidade do desenvolvi mento da doença torna-se oito vezes maior. ( B RAS I L, 1 993, Rosem be rg , 1 987) . Dos 25 fumantes , 44% eram hipertensos conhecidos, 8% referi ram hipercolesterolemia e outros 8% referiram ambas enfermidades .

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o típico fumante de risco é aquele que vem consumindo m uitos maços p o r d i a , d u rante m u itos anos, tornou-se tabagista m uito jovem e inala a fumaça do cigarro. ( Underhil/; Stephen, 1 984) . Tal perfi l , parece corresponder a 2/3 dos fumantes do sexo masculino do nosso estudo.

O risco de i nfarto nos ex-fumantes decresce rapidamente nos p rimeiros cinco anos . Poré m , naqueles que consu m iam mais de 20 cigarros por dia, o risco só se iguala ao dos não fumantes após 1 5 anos de abandono do v ício, segu ndo Rosemberg ( 1 987) . No g rupo estudado, os 1 1 (24 , 5%) ex-fu mantes haviam parado de fu mar há mais de cinco anos. Porém , 8 , 9% deles fumaram mais de 20 cigarros por dia e tinham deixado de fumar há menos de 1 5 anos, o q ue segundo o autor acima, manteria o risco de i nfarto para os mesmos.

Estudos real izados no Brasil indicaram que o consumo de cigarros é mais p rovável entre os pobres e os menos educados . (BANCO M U N D IAL, 1 99 1 ) . Tal fenômeno também pode ser observado em nosso estudo.

Quanto ao uso de medicamentos , temos a utilização dos anticoncepcionais orais relacionado à i ncidência de doenças card íacas em suas usuárias . Das 1 5

m u l heres que participaram do estudo, apenas 3 ·(20%) estavam em idade fértil .

Destas, u m a ( 6 , 7%) estava fazendo uso d e p íl u las anticoncepcionais na época do

i nfarto. Tal paciente estava fazendo uso do p roduto há sete meses , mesmo sendo, tabagista e hipertensa e tendo mais de 35 anos, condições que contra-indicam o uso

de tal método contraceptivo , . Outras 4 (26 , 6 %) pacientes, já no pós-menopausa,

relataram uso de hormônios para fi ns contraceptivos no passado. A du ração do uso variou de 1 , 4 , 1 3 e 20 anos, respectivamente . Outra i nfartada fez uso de estrógenos

para reposição hormonal no pós-menopausa.

Estudos p rospectivos com o os d o " Royal C o l l e g e of G e n e ra l P ractiti o n e rs" , d e m o n straram q u e o n íve l de m o rta l i dade por doenças ci rcu lató rias e m u s uárias d e anticoncepcio n a i s o rais e ra ci nco vezes m a i o r q u e e ntre as não u s uárias . O uso de estrógenos por l o n gos p e r íodos , e m m u l he res aci m a de 35 anos e f u m a ntes , a u m e nta o risco de doença card íaca isq u ê m i ca . ( Johansson; Vedin, Wil/re/msson, 1 9 83) . Atua l m e nte , estudos têm d e m o n strado q u e os novos anticoncepci o n a i s h o r m o n ai s , com m e n o res taxas de estróg e n o s , podem pos­ s u i r efe itos p roteto res ao s i stema card i ovas c u l a r fe m i n i n o . ( Ea ke , 1 9 93) .

Outro risco autocriado re lacionado às doenças card i ovasc u l a res é a falta d e exerc ícios físicos e de relaxa m ento das tensões d i á rias ( La /onde , 1 9 74) . A fa lta de exerc ícios f ís i cos reg u lare s , caracte rizando o sedentaris m o , foi o fato r d e risco mais p reva l e nte n o grupo, ati n g i ndo 8 8 , 9 % dos entrevistados . As atividades f ís i cas aeróbicas e reg u l a res a u m e nta a capacidade f ís i ca do i n d iv í­ d u o e poss u e m u m i m portante papel n a p revenção p ri m ária e secundária destas doenças . ( F/e tcher, 1 9 9 2 ) .

U m aspecto levantado pelo M i nisté rio da Saúde ( B RAS I L, 1 9 93) foi que

mesmo nas horas de lazer o brasileiro deixou de real izar atividades que exigem esforços físicos como esportes, danças e passeios, restri ngi ndo seu lazer às atividades sedentárias e ao ambiente doméstico, centrado em programas de televisão.

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DANTAS, Rasana Aparecida Spa dati et ai.

A falta de recreação e de relaxamento das tensões diárias é u m risco autocriado, presente no estilo de vida atual e associado com doenças ligadas ao estresse , tais como hipertensão arterial , doença card íaca isquêmica e úlcera péptica ( Lalonde, 1 974) .

O estresse é tido como fator de risco possíve l , mas ainda não claramente estabelecido para tal doença. No entanto , é considerado como fator desencadeante de angina pectoris, i nfarto do miocárdio e morte súbita. ( Kanne/, 1 98 7 , Mancilha­

Carvalho, 1 992) .

O estresse foi por nós i nvestigado através do ambiente referido como facil itador de estresse aos pacientes (55 ,5% referi ram o ambiente doméstico) ;

alterações no padrão de sono (37,8% relataram dorm i rem mal com frequência) e recordação de fatos que ten ham trazido preocupação e tristeza na época da ocorrência do i nfarto (26 ,7% referiram recordar fatos que acreditam ter propiciado

ou contribu ído com o desencadeamento da doença) .

Na maioria das vezes, o estresse foi traduzido como "tensão nervosa" , "nervosismo" e "an gústia" pelos entrevistados ao se referi rem às tensões do dia-a­ dia doméstico e do ambiente de trabalho, bem como às dificuldades fi nanceiras e desarmonias na convivência com os fam iliares, foi a causa mais freqüente , citada pelos pacientes, para expl icar a ocorrência do i nfarto.

A relação do estresse com o ambiente social e psicológico negativos , presente nas classes mais baixas , tem sido objeto de estudos . De ver ( 1 988) refere que as

m udanças na vida, o estresse e a maneira como as pessoas enfrentam tal estresse são m u itas vezes desencadeadores de várias doenças. Como exem plos de reações à l uta cotidiana, cita: o tabagismo, a obesidade e o padrão de comportamento tipo A, caracterizado por ser agressivo , competitivo e ambicioso, vivendo sob premência de tempo. Enquanto estudos do BANCO M U N D IAL ( 1 9 9 1 ) apontam que os fatores

de risco individuais são mais altos entre os pobres e que o fator de risco mais importante , subjacente à doença do adulto no Brasil é a desigualdade do sistema econômico e social .

Diante da caracterização sócio-econômica do grupo estudado e das conside­ rações acima, temos uma situação favorável à geração do estresse para a maioria dos pacientes estudados .

4 . 4 DADOS DA ORGAN I ZAÇÃO DOS S E RVi ÇOS D E SAÚ D E ( S I STEMA DE

ATENÇÃO À SAÚ D E)

Embora a defi nição deste elemento, dentro do modelo utilizado , aborde aspectos mais abrangentes da organização dos serviços de atenção à saúde , nossa p reocupação se restringiu à caracterização da inserção e seguimento dos pacientes nos serviços por eles procurados, buscando i nformações com relação ao tratamento de doenças associadas , uso de medicamentos , conheci mento do diagnóstico de i nfarto e os tipos de i nformações solicitadas sobre a atual enfermida­ de.

Dos 45 pacientes , 68 , 9 % refe ri ram util izar os serviços de saúde para trata­

mento de suas doenças crônicas , consideradas como fatores de risco para doença

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isquêmica card íaca. O uso d e medicamentos foi citado pelo mesmo n ú mero de i nfartados . A utilização de outros serviços de saúde , além do Hospital das C l ín icas , foi citado por 78% dos mesmos, principalmente os serviços da rede básica de saúde , para atendimento de emergências e seg u i mentos cl ínicos .

Com relação ao con heci mento do diagnóstico de i nfarto agudo do miocárdio, 3/4 do grupo sabia do motivo da atual i nternação e , as causas mais freqüentes, apontadas para justificar a ocorrência da doença, foram estresse e tabagismo. Os resu ltados obtidos nos levam a q uestionar o tipo de assistência que esses pacientes vêm recebendo, uma vez que a maioria não associava a existência de doenças como a h i pertensão arterial , dislipidem ias e diabetes, presentes nas histórias cl ín icas de m uitos deles , com a ocorrência do infarto. Embora 55,5% dos entrevis­ tados ten ham referido ser h ipertensos, a hipertensão arterial teve 6% do total de freq uência das causas apontadas pelos pacientes.

Quanto ao tipo de i nformações solicitadas , 74 ,6% dos entrevistados deseja­ vam obte r con hecimento referente à fisiopatologia, reabilitação, prognóstico e g ravidade do infarto. Tal fato demonstra a necessidade dessas pessoas entende­ rem e se localizarem diante da nova situação.

5 CONSI D E RAÇÕ ES FINAIS

D i ante das caracte rísticas apresentadas pelo g ru p o estudado e com base na b i b l i o g rafi a consultada, e nte ndemos que os q u atro e l e m e ntos que compõem o modelo de "Campo de Saúde" ap resenta ra m aspectos que evidenciam suas poss íve i s contri b u i ções n o desencadea m e n to do i nfa rto .

Ass i m , no e l e m e nto b i o l o g i a h u m a n a tive m os a p re s e n ça de fatores de risco m o d ifi cáve i s ( h i p e rte nsão a rte rial , d i ab etes e d i s l i p i d e m ias) e não modificáve is (sexo , idade e h i stória fam i l ia r positiva para doença card i ovascular) ; n o m e i o a m b i e nte constata m os u m m e i o social pobre, com i n d i v íd uos de baixo n ível e d u cacional e co m peq u e n a re nda fam i l i a r mensal ; q uanto ao esti lo de vida, verifi camos a p resença de riscos autocriados para taba g i s m o , sede nta ri s m o , falta de rec reação e re laxame nto d a s te nsões d iárias e , n o q u e se refe re a o e l e m e nto o rg a n i zação d o s s e rvi ços de s a ú d e vimos q u e a maioria já estava i n s e rida no sistema de saúde para trata m ento de doe n ças crô n i cas e de i m po rtância para o desenvolv i m e nto da doença card íaca i s q u ê m ica; % do

p a c i e n t e s t i n h a m co n h e c i m e nto do d i a g n ós t i co a t u a l , m as s o l i c i tavam i n fo r m a ­

ções refe re ntes à fisi opatolog i a , p ro g n óstico e rec u p e ração após o i nfarto . As i nform ações levantadas pelo p rese nte estudo nos i n d icam a i m p o rtân­ cia de elaborarmos um p ro g rama de reab i l itação educacional que respeite as l i m i tações sócio-eco n ô m i cas , cultu rais e b i o l ó g i cas dos pacientes i nfa rtado s . O conte ú d o do p ro g ra m a deverá satisfaze r às necessidades de i nfo rmações relatadas p e l os m e s m os e, ao mesmo te m p o , orie ntá- los para a p resença de fato res de risco e m suas vidas , uma vez q u e poucos deles corre l acionaram s u as h i stórias cl ín i cas e seus estilos de vida com a ocorrê n c i a do i nfa rto .

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DANTA S, Rosana Apa recida Spadoti et ai.

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