• Nenhum resultado encontrado

Caracterização anatômica e fitoquímica da casca de Ficus adhatodifolia Schott ex Spreng (Moraceae)

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Caracterização anatômica e fitoquímica da casca de Ficus adhatodifolia Schott ex Spreng (Moraceae)"

Copied!
52
0
0

Texto

(1)

LUANA DE JESUS PEREIRA

Caracterização anatômica e fitoquímica da casca de

Ficus adhatodifolia

Schott ex Spreng (Moraceae)

VIÇOSA

MINAS GERAIS – BRASIL 2014

(2)

Fichi citilográfici prepiridi peli Biblioteci Centril di Universidide Federil de Viçosi - Câmpus Viçosi

T

Pereira, Luana de Jesus, 1985-P434c

2014 Ficus adhatodifologiaCaracterização anatômica e fitoquímica da casca de Schottex (Moraceae) / Luana de Jesus Pereira. - Viçosa, MG, 2014.

viii, 42f. : il. ; 29 cm.

Orientador : Marília Contin Ventrella.

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Viçosa.

Inclui bibliografia.

1. Plantas medicinais. 2. Ficus adhatodifologia. 3. Látex. 4. Casca. 5. Tratamento alternativo. I. Universidade Federal de Viçosa. Departamento de Biologia Vegetal. Programa de Pós-graduação em Botânica. II. Título.

CDD 22. ed. 581.634

FichaCatalografica :: Fichacatalografica https://www3.dti.ufv.br/bbt/ficha/cadastrarficha/visua...

(3)

LUANA DE JESUS PEREIRA

Caracterização anatômica e fitoquímica da casca de

Ficus adhatodifolia Schott ex Spreng (Moraceae)

Dissertação apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Botânica, para obtenção do título de Magister Scientiae

Prof. Victor Peçanha de Miranda Coelho

Prof. Edgard Augusto de Toledo Picoli

(4)

ii

(5)

iii AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me sustentado, me dado coragem e sabedoria todos os dias

durante a realização deste sonho. “O Senhor é meu pastor e nada me faltará”

A Universidade Federal de Viçosa e ao Departamento de Biologia Vegetal, por me proporcionarem condições para realização do meu Mestrado em Botânica.

Aos professores do Programa de Pós-graduação em Botânica por terem contribuído com a minha formação acadêmica.

A CAPES pela concessão da bolsa.

A minha orientadora Profa Marília Contin Ventrella pelos ensinamentos compartilhados, carinho e atenção durante a realização desse trabalho.

Ao Prof. João Paulo Viana Leite pela coorientação e ensinamentos durante a realização deste trabalho.

A minha família por todo apoio dado durante essa etapa da minha vida. A minha mãe Ana de Jesus Pereira por todo amor, carinho, paciência e conselhos dados para o meu crescimento enquanto pessoa. A meu pai Raul Nunes Pereira por todo amor, carinho e incentivos durante os momentos de dificuldades. A minha irmã Dayana de Jesus Pereira pelo amor e ensinamentos de como não desistir e lutar para alcançar os meus sonhos.

A Maria Olívia Mercadante Simões pelos grandes ensinamentos profissionais e pessoais, por ter contribuído para o meu crescimento enquanto pessoa e pesquisadora.

A Sofia Tolentino Lobo pela oportunidade de trabalho e pela confiança aos cuidados com o seu filho. Agradeço a Silvano Tolentino Lobo (Silvaninho) que me ensinou com o seu carinho de criança a enxergar o mundo de maneira mais doce e feliz. A Telma Rodrigues dos Santos (Tete) pela amizade verdadeira, pelo apoio, pelos conselhos saudáveis, por ter escutado tantas vezes meus choros durante a minha graduação e todas às vezes me dando força, incentivo, apoio e carinho de irmã.

A todos os meus amigos de Montes Claros pelo carinho e por entenderem minha ausência.

A minha grande amiga Rosana Soares de Alencar (Rosinha) pelas orações, incentivo e por sempre me lembrar de que Deus sempre esteve ao meu lado me sustentando.

(6)

iv

As minhas grandes amigas “quarteto fantástico” que sempre foram exemplo para

mim de luta, superação e persistência. À Lays (Lah) que com toda a sua sabedoria sempre esteve disposta a me passar suas experiências profissionais e pessoais com carinho, paciência e humildade. À Itainá (Tinene) com o seu jeito doce sempre me escutou nos momentos difíceis me apoiando e dando coragem para seguir. À Patrícia (Patynety) por sempre me acompanhar nos momentos mais divertidos em Viçosa e me apoiar nos momentos difíceis. À Priscila (Pri) pela amizade, apoio e pelo exemplo de persistência em busca dos sonhos.

A Lays (Lah) pela AMIZADE, pelo APOIO incondicional, pelo CARINHO e CUIDADO. Mesmo quando eu não acreditava você me fez acreditar, não tenho palavras o suficiente para te agradecer por ter caminhado comigo até o final desse sonho.

A meu grande amigo irmão Perácio Rafael (Mocares) pela amizade, carinho, incentivos e momentos felizes vividos juntos.

As meninas da minha república que são mais que colegas de casa, são grandes amigas. A Amanda (Mandioquinha) que chegou junto comigo e me apoiou na busca desse sonho, pelo seu amor de irmã por mim, atenção, cuidados e paciência para me ouvir em momentos difíceis. A Valéria (Val) pela amizade, por sempre se mostrar disposta a me ajudar em muitas situações da minha vida e pelos ensinamentos que sempre contribuíram para o meu crescimento. A Martielly (Martyzinha) pela amizade, carinho e incentivos profissionais e pessoais e por ter me dado força e apoio durante as horas mais difíceis na execução deste trabalho com a sua grande ajuda consegui chegar ao final desta batalha.

Ao grande presente de Deus que ganhei em Viçosa, a amizade de Caroline (Carolita) minha irmã gêmea de coração, pela amizade verdadeira, companheirismo, momentos felizes vividos juntos e pelos ensinamentos pessoais e profissionais.

A minha amiga Maria Yumbla (Marieta) pela amizade, carinho e pelos momentos alegres que passamos juntas.

(7)
(8)

vi SUMÁRIO

RESUMO ... vii

ABSTRACT ... viii

INTRODUÇÃO GERAL ... 1

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 5

CAPÍTULO I. Caracterização anatômica do desenvolvimento de cascas e laticíferos de Ficus adhatodifolia Schott ex Spreng (Moraceae) ... 6

Resumo ... 6

Introdução ... 7

Material e métodos ... 10

Resultados ... 11

Discussão ... 19

Conclusões ... 21

Referências bibliográficas ... 22

CAPÍTULO II. Prospecção fitoquímica e análise histoquímica da casca e do látex de Ficus adhatodifolia Schott ex Spreng (Moraceae) ... 24

Resumo ... 24

Introdução ... 25

Material e métodos ... 27

Resultados ... 30

Discussão ... 34

Conclusões ... 37

Referências bibliográficas ... 38

(9)

vii RESUMO

PEREIRA, Luana de Jesus, M. Sc., Universidade Federal de Viçosa, março de 2014. Caracterização anatômica e fitoquímica da casca de Ficus adhatodifolia Schott ex Spreng (Moraceae). Orientadora: Marília Contin Ventrella. Coorientador: João Paulo Viana Leite.

(10)

viii ABSTRACT

PEREIRA, Luana de Jesus, M. Sc., Universidade Federal de Viçosa, March, 2014. Characterization anatomical and phytochemical the bark the Ficus adhatodifolia Schott ex Spreng (Moraceae). Adviser: Marília Contin Ventrella. Co-adviser: João Paulo Viana Leite.

(11)

1 INTRODUÇÃO GERAL

Plantas medicinais

As plantas medicinais são conhecidas por povos indígenas e comunidades tradicionais a milhares de anos e são utilizadas como chás, infusões e pomadas para o tratamento de várias doenças (Junior e Pinto, 2005; Guedes et al. 2009). O conhecimento sobre os benefícios de cada planta é repassado de geração em geração dentro das comunidades e/ou tribos e tem despertado o interesse científico sobre o valor medicinal destas espécies visando à confirmação do seu uso a fim de subsidiar a síntese de fármacos a partir dos princípios ativos de plantas medicinais (Di Stasi e Hiruma-Lima, 2002; Joffily e Vieira, 2005; Fonseca et al. 2006).

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), órgão responsável por regulamentar a utilização de plantas com fins medicinais determinou, através da Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) 48/2004, que o uso das espécies vegetais utilizadas no tratamento de qualquer doença deve ser registrada com a correta identificação botânica e certificação das propriedades terapêuticas atribuídas. Desse modo, esta ação da ANVISA visa garantir a segurança e utilização adequada das plantas medicinais (Carvalho et al. 2008). Assim, estudos botânicos e fitoquímicos têm sido desenvolvidos com diversas espécies com o objetivo de se conhecer melhor a droga vegetal sob os aspectos anatômicos e químicos, além da realização de testes de segurança e eficácia para a determinação de normas regulatórias da comercialização e uso das espécies (Calixto, 2000; Bezerra et al. 2013; Devi et al. 2013).

Gênero Ficus

O gênero Ficus está entre os maiores do mundo em termos de riqueza de espécies. A maioria das espécies é arbórea e ocorre em todas as regiões tropicais do mundo, conhecidas popularmente como figueiras (Carauta e Diaz, 2002; Kiem et al. 2011). O gênero Ficus está dividido em quatro subgêneros: Urostigma, Pharmacosycea, Sycomorus e Ficus. No Brasil estima-se que exista cerca de 100 espécies nativas do gênero Ficus, com aproximadamente 65 espécies descritas, sendo que 58 para o subgênero Urostigma e oito para o subgênero Pharmacosyceae. Não existem no Brasil representantes nativos para os subgêneros Ficus e Sycomorus (Carauta e Diaz, 2002).

(12)

2 e Diaz, 2002). Além da presença do sicônio, as figueiras apresentam outras características importantes como presença de látex, estípulas presentes na gema apical dos ramos, folhas alternas na maioria das vezes unifoliadas e apresentam dimorfismo foliar, uma vez que o indivíduo jovem apresenta folhas maiores comparadas ao indivíduo adulto (Carauta e Diaz, 2002).

De modo geral, as espécies do gênero Ficus apresentam porte variado, desde árvores de grande porte (F. glabra), médio porte (F. adhatodifolia), pequeno porte (F. pertusa), arbustos (F. deltoidea), plantas rasteiras (F. celebensis) até trepadeiras (F. pumila). No Brasil as figueiras nativas são monoicas, apresentam casca lisa, folhas com margem inteira e as raízes apresentam formato tabular. As figueiras desenvolvem-se geralmente em ambientes úmidos com alta disponibilidade de luz, em matas ciliares ou de galeria, ao longo de rios e restinga (Carauta e Diaz, 2002). As figueiras nativas do Brasil geralmente apresentam porte arbóreo ou médio e são conhecidas popularmente como gameleiras, mata-paus, lombrigueiras, ou simplesmente figueiras, que é o nome mais comum (Carauta e Diaz, 2002).

Uso das figueiras

Desde a antiguidade as figueiras estão presentes na vida do homem em diversos rituais religiosos, tradição cultural e alimentação. Os romanos consideravam F. carica como a árvore sagrada ou figueira-do-reino e ofereciam seus figos ou sicônios ao Deus romano Bacus (Carauta e Diaz, 2002). No Egito, na época dos faraós, a madeira de F. sycomorus era utilizada na construção dos sarcófagos das múmias por ser considerada sagrada. Na religião budista, F. religiosa é considerada sagrada e é vista como a árvore da iluminação (Carauta e Diaz, 2002).

Devido à beleza de sua copa e tronco, muitas vezes escultural, as figueiras são bastante utilizadas no paisagismo de parques e jardins, como F. adhatodifolia, F. pertusa, F. cyclophylla, F. deltoidea e F. religiosa (Carauta e Diaz, 2002).

(13)

3 utilizado há muito tempo no tratamento de doenças relacionadas à pigmentação da pele. (Carauta e Diaz, 2002). O látex é utilizado no tratamento de verrugas e existem vários relatos na medicina tradicional sobre o uso do látex secretado pelas figueiras no tratamento de verminoses. (Carauta e Diaz, 2002). O látex de F. adhatodifolia, quando

misturado com leite é conhecido popularmente como “caxinguba”, e é usado no

tratamento de verminose causada por Ascaris lumbricoides (Carauta e Diaz, 2002), isso reflete as designações populares muitas vezes dadas às figueiras tais como: Ficus vermífuga e Ficus anti-helmintica. Essa prática começou com indígenas na época do pré-descobrimento e se manteve tempos depois pelos brasileiros (Carauta e Diaz, 2002). Nas espécies do gênero Ficus, além do látex, a casca também é utilizada como droga vegetal. A casca é um termo designado a todos os tecidos externos ao câmbio vascular, ou seja, inclui floema secundário, tecidos primários ainda presentes externos ao floema secundário e a periderme, que é o tecido de revestimento das plantas em crescimento secundário (Evert, 2006). Uma gama de compostos bioativos tais como taninos, compostos fenólicos, alcaloides, flavonoides, saponinas, terpenoides e cumarianas podem ser encontrados nas cascas de plantas medicinais e geralmente podem estar associado a propriedade medicinal dessas espécie Melo et al. 2007; Owolabi et al. 2009; Xue-gui et al. 2010).

Dentro deste contexto, as estruturas secretoras são as responsáveis pela produção e armazenamento de compostos presentes nos vários órgãos das plantas, inclusive nas cascas. As estruturas secretoras podem ser classificadas em externas e internas (Evert, 2006). As externas compreendem as glândulas de sal, hidatódios, nectários, coléteres, osmóforos e tricomas glandulares. Enquanto que as internas são representadas pelas cavidades, ductos, idioblastos e laticíferos (Evert, 2006). Essas estruturas podem ser encontradas em qualquer órgão das plantas como folhas, caule, raiz, fruto e semente (Lersten e Curtis, 1998; Bennici e Tani, 2004).

(14)

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Bennici, A., Tani C., 2004. Anatomical and ultrastructural study of the secretory cavity development of Citrus sinensis and Citrus limon: evaluation of schizolysigenous ontogeny. Flora. 199, 464–475.

Bezerra, G.P., Góis, R.W.S., Brito, T.S., Lima, F.J. Romero, N.R., Magalhães, P.J.C., 2013. Phytochemical study guided by the myorelaxant activity of the crude extract, fractions and constituent from stem bark of Hymenaea courbaril J. Ethnopharmacol. 149, 62–69.

Calixto, J.B., 2000. Efficacy, safety, quality control, marketing and regulatory guidelines for herbal medicines (phytotherapeutic agents). Braz. J. Med. 33, 179-189. Carauta, J.P.P., Diaz, B.E., 2002. Figueiras no Brasil. Rio de Janeiro. ed. UFRJ. P. 212. Carvalho, A.C.B., Balbino, E.E., Maciel, A., Perfeito, J.P.S., 2008. Situação do registro de medicamentos fitoterápicos no Brasil. Rev. Bras. Farmacogn. 18, 314-319.

Devi, W.R., Singh, S.B., Singh, C.B., 2013. Antioxidant and anti-dermatophytic properties leaf and stem bark of Xylosma longifolium Clos. BioMed. Central. 13,155. Di Stasi, Hiruma-Lima, L.C., 2002. Plantas Medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. segunda edição. UNESP. p 604.

Evert, R.F., 2006. Esaú’s Plant Anatomy: meristems, cells, and tissues of the plant body: their structure, function, and development. terceira edição. New Jersey/Canada, p. 427.

Fonseca, M.C.M., Meira, R.M.S.A., Casali, V.W.D., 2006. Anatomia dos órgãos vegetativos e histolocalização de compostos fenólicos e lipídicos em Porophyllum ruderale (Asteraceae). Planta Daninha. 24, 707-713.

Guedes, R.C.M., Nogueira, N.G.P., Almeida, A.M.F., Souza, C.R.F., Oliveira, W.P., 2009. Atividade antimicrobiana de extratos brutos de Petiveria alliacea L. Lat. Am. J. Pharm. 28, 520- 524.

Joffily, A., Vieira, R.C., 2005. Anatomia foliar de Maytenus mol. emend mol. (Celastraceae), ocorrente no estado do Rio de Janeiro Brasil. Acta. Bot. Bras. 19,549-561.

Junior, V.F.V., Pinto, A.C., 2005. Plantas Medicinais: Cura Segura? Química Nova. 28, 519-528.

(15)

5 Lersten, N.R., Curtis, J.D., 1998. Foliar idioblasts in Physostegia virginiana (Lamiaceae). J. Torrey. Bot. Soc. 125, 133-137.

Melo, J.O., Endo, T.H., Bersani-Amado, L.E., Svidzinski A.E., Baroni, S., Mello, J.C.P., Bersani-Amado C.A., 2007. Effect of Stryphnodendron adstringens (barbatimão) bark on animal models of nociception. Rev. Bras. Cienc. Farm., 43, 465-469.

Owolabi, O.J., Nworgua, Z.A., Falodun, A., Buhiyamin, A.A., Nwako C.N., 2009. Evaluation of tocolytic activity of ethanol extract of the stem bark of Ficus capensis thunb. (Moraceae). Acta. Pol. Pharm. 66, 293-296.

(16)

6 CAPÍTULO I

CAPÍTULO I. Caracterização anatômica do desenvolvimento de cascas e laticíferos de Ficus adhatodifolia Schott ex Spreng (Moraceae)

RESUMO - Ficus adhatodifolia é conhecida popularmente como figueira vermífuga. A mistura do seu látex com leite é conhecido como caxinguba e vem sendo utilizado como anti-helmíntico na medicina popular há muitos anos por povos indígenas. O objetivo do trabalho foi caracterizar anatômica e quimicamente o desenvolvimento da casca do caule, da raiz e dos laticíferos a fim de se conhecer o sítio de acúmulo de compostos de interesse farmacológico. Para a caracterização anatômica, amostras da casca do caule e da raiz foram fixadas em FAA50, conservadas em álcool

70%, desidratadas e posteriormente incluídas em metacrilato. Secções transversais e longitudinais do material com 5 µm de espessura, foram obtidas através de micrótomo rotativo de avanço automático. As secções foram coradas com azul de toluidina pH 4,4 e montadas em resina sintética (Permount). Para verificar a presença de compostos estruturais na casca, amostras frescas foram seccionadas transversalmente em micrótomo de mesa e submetida ao lugol, floroglucina ácida e sudan IV. O estudo anatômico do desenvolvimento das cascas de F. adhatodifolia revelou a presença de monocristais, laticíferos não-articulados ramificados, fibras gelatinosas perivasculares e braquiesclereídes. A análise histoquímica revelou a presença de amido e compostos estruturais como lignina e suberina. Os dados anatômicos referentes ao desenvolvimento das cascas de F. adhatodifolia podem auxiliar na correta identificação dessa espécie bem como conhecer o sítio de acúmulo dos compostos de interesse farmacológico.

(17)

7 Introdução

O termo casca se refere a todos os tecidos que estão externos ao câmbio vascular, isto é, floema secundário, tecidos primários que ainda se encontram presentes externamente ao floema secundário e pela periderme (Roth, 1981). A origem e o desenvolvimento das cascas estão relacionados à atividade de dois meristemas secundários, o câmbio vascular e o felogênio (Fahn, 1982; Evert, 2006). Nos caules, o câmbio vascular tem sua origem a partir do procâmbio, enquanto o felogênio geralmente origina-se a partir da desdiferenciação das células de camadas subepidérmicas de parênquima ou colênquima e, em casos mais raros, a partir de camadas do parênquima do córtex ou no floema (Fahn, 1982). Nas raízes, por sua vez, o câmbio vascular origina-se de divisões periclinais das células do procâmbio que posteriormente conectam-se ao periciclo formando o câmbio vascular. Ao passo que, o felogênio origina-se frequentemente a partir do periciclo ou, em casos mais raros, a partir de qualquer camada na região do córtex (Fahn, 1982).

O floema secundário é um tecido complexo e, em Angiospermas, é constituído por vários tipos celulares (Evert, 2006). A periderme, tecido de revestimento secundário, é formada pela atividade bidirecional do felogênio, que produz internamente a feloderme e externamente o súber (Fahn, 1982). A feloderme é um tecido composto por células parenquimáticas vivas que normalmente se encontram alinhado radialmente com as iniciais do felogênio (Fahn, 1982, Evert, 2006). Já o súber é um tecido composto por células mortas na maturidade, suberizadas, com arranjo compacto e sem espaços intercelulares. Este tecido pode apresentar diversas morfologias de acordo com a espécie e o ambiente que ela vive, como por exemplo, pode apresentar superfície lisa, fissurada, rendilhada, esfoliante, dentre outras (Evert, 2006).

(18)

8 Outra classificação são os não-articulados ramificados e os não-ramificados. Os laticíferos não-articulados ramificados são aqueles que formam um sistema reticulado no corpo da planta, enquanto que nos não-ramificados isso não acontece (Evert, 2006; Hagel et al., 2008). Laticíferos articulados e não-articulados podem apresentar aspectos ultraestruturais semelhantes no início de seu desenvolvimento, tais como núcleo proeminente, citoplasma denso, grande quantidade de organelas como retículo endoplasmático rugoso, complexo de Golgi, plastídios, mitocôndrias, ribossomos e dictiossomos. (Evert, 2006).

As cascas de espécies de variadas famílias representam um importante recurso econômico para diferentes populações em razão das atribuições medicinais que são dadas às mesmas. O valor terapêutico das cascas está associado aos compostos de diferentes classes químicas, os quais são sintetizados e armazenados em células comuns ou em diferentes estruturas secretoras. Os laticíferos são estruturas secretoras comumente encontradas nas cascas, altamente especializadas na secreção de um líquido viscoso com diferentes colorações e composição química também variada, denominado látex, que só é liberado por ruptura A liberação do látex pode ocorrer pela ruptura dos tecidos pela ação de herbívoros, atuando assim, na defesa contra a herbivoria (Malbergh, 1993; Hagel et al. 2008). Além disso, a diversidade química do látex pode justificar o seu uso no tratamento de diferentes doenças (Hagel, et al. 2008).

Na família Moraceae, os laticíferos presentes em folhas, caules e raízes representam um importante caráter para identificação das espécies, como por exemplo, para espécies do gênero Ficus (Solereder, 1908). Nesse gênero destacam-se F. maxima, F. pulchella, F. obtusiuscula e F. insipida, onde o látex é utilizado por tribos indígenas e por pessoas de comunidades tradicionais no tratamento de verminoses (Berg, 2001; Carauta e Diaz, 2002). Os laticíferos encontrados no gênero Ficus geralmente se classificam em não-articulados ramificados (Evert, 2006; Coelho, 2013).

Embora os laticíferos tenham importância taxonômica e medicinal para a família Moraceae, são escassos na literatura estudos voltados para a caracterização estrutural e química. Estudos anatômicos e químicos são fundamentais para a correta identificação botânica das drogas vegetais e dos órgãos a serem utilizados, contribuindo assim, para auxiliar as pesquisas farmacológicas e assegurar o controle e qualidade de drogas vegetais (Cury e Tomazello-Filho, 2011).

(19)
(20)

10 Material e métodos

Material vegetal e área de coleta

Para a realização deste trabalho foram coletadas as cascas da raiz e do caule de mudas de Ficus adhatodifolia com três anos de idade, cultivadas no Horto Botânico do Campus da Universidade Federal de Viçosa-MG (Latitude: 20º 45' 14" S Longitude: 42º 52' 55" W). Coletaram-se também cascas do caule do indivíduo adulto presente no mesmo campus. O material testemunho foi herborizado e depositado no Herbário da Universidade Federal de Viçosa (VIC), em Viçosa, MG, sob o registro 31644.

Microscopia de luz

Foi realizada no Laboratório de Anatomia Vegetal do Departamento de Biologia Vegetal, da Universidade Federal de Viçosa- MG (UFV).

Avaliação anatômica

Para a caracterização anatômica das cascas e dos laticíferos de F. adhatodifolia, foram coletados ápices caulinares e radiculares e fragmentos da casca do caule e da raiz em diferentes estádios de desenvolvimento. O material foi fixado em FAA50 e

conservado em álcool 70% (Jensen, 1962). As amostras com aproximadamente 1 mm2 foram desidratadas em série etanólica e incluídas em metacrilato (Historesin-Leica, Instruments, Heidelberg, Alemanha) de acordo com Paiva (2011). Amostras da casca da raiz foram previamente amolecidas com glicerol 50% (glicerina + álcool 50%). Secções transversais e longitudinais do material vegetal, com 5 µm de espessura, foram obtidas através do micrótomo rotativo de avanço automático (RM 2155, Leica), coradas com

(21)

11 Resultados

Caule : Meristema e estrutura primária

A região do meristema apical da parte aérea de F. adhatodifolia é recoberta por tricomas. Nessa região, os três meristemas primários podem ser observados: a protoderme, o meristema fundamental e o procâmbio (Fig. 1A). As células que compõem o promeristema apresentam núcleos proeminentes, citoplasma denso e alta taxa de divisão celular (Fig.1B).

No primeiro nó, em estrutura primária, a protoderme se diferenciou em uma epiderme unisseriada. O meristema fundamental se diferenciou em parênquima clorofiliano e colênquima na região do córtex, e em parênquima de preenchimento na região da medula. Já o procâmbio iniciou sua atividade formando floema e xilema primários organizados em feixes vasculares colaterais (Fig. 1C).

Caule : Instalação do câmbio e formação de tecidos vasculares secundários

No terceiro nó, uma camada de células entre o floema e o xilema primários começa a se dividir periclinalmente, marcando a instalação do câmbio. A atividade bidirecional deste meristema secundário começa a produzir floema e xilema secundários para o exterior e interior, respectivamente (Fig. 1D). O câmbio mantém sua atividade nos nós subsequentes, adicionando maiores quantidades de floema e xilema secundários ao corpo da planta.

Desde o ápice da parte aérea os laticíferos já são observados, sendo mais abundantes na região cortical e no floema primário e secundário, além da presença de idioblastos contendo drusas (Fig. 1E).

Caule : Instalação do felogênio e formação da periderme

(22)

12 uma faixa de fibras gelatinosas perivasculares com parede secundária não-lignificada. Monocristais e drusas são observados dispersos na região cortical e no floema. Nessa fase, observa-se um aumento de tecido de sustentação no caule, devido a presença de braquiesclereídes no córtex e de fibras gelatinosas externamente ao floema (Fig. 1G).

No décimo primeiro nó a periderme já está bem desenvolvida, composta por súber, felogênio e feloderme. A casca já está totalmente formada, composta pela periderme, células corticais remanescentes e floema secundário (Fig. 1H-I).

Há amido nas células parenquimáticas do córtex (Fig. 1J), e impregnação de suberina nas paredes celulares do súber (Fig. 1K), e de lignina nas paredes celulares dos braquiesclereídes (Fig. 1L).

(23)
(24)

14 Figura 1. Secções longitunal (A) e transversais (B-L) do caule Ficus adhatodifolia em diferentes estádios de desenvolvimento. A-B, fase meristemática. C, estrutura primária. D, instalação do câmbio vascular. E-F, instalação do felogênio. G, periderme em desenvolvimento. H, casca totalmente desenvolvida. I, detalhe da periderme e tecidos subjacentes. J, amido nas células parênquimáticas do córtex. K, suberina impregnada na parede das células do súber. L, lignina impregnada na parede celular de brasclereídes. (am) amido, (ca) casca, (co) colênquima, (cr) córtex, (dr) drusa, (ep) epiderme, (es) esclereíde (braquiesclereíde), (fe) felogênio, (fd) feloderme, (fi) fibras, (fl) floema primário, (fs) floema secundário, (mf) meristema fundamental, (pa) parênquima, (pe) periderme, (pc) procâmbio (pr) protoderme, (sb) suberina, (su) súber, (xi) xilema primário, (xs) xilema secundário, setas indicam laticíferos, estrelas indicam monocristais.

Raiz : meristema e estrutura primária

O ápice da raiz de F. adhatodifolia é protegido pela coifa, que recobre o promeristema, os meritemas primários e a região de alongamento (Fig. 2 A-D). Na região dos meristemas primários a protoderme ocupa posição tipicamente periférica, seguida por uma região cortical composta por meristema fundamental e procâmbio ocupando posição central.

Na raiz em estrutura primária a protoderme diferencia-se em uma epiderme unisseriada, o meristema fundamental em parênquima cortical, enquanto a produção de floema e xilema primários pelo procâmbio é um pouco mais tardia. A epiderme apresenta tricomas ou pelos absorventes, típicos da zona pilífera da raiz (Fig. 2 E). Na extremidade desses tricomas foi verificada a presença de conteúdo fenólico (Fig. 2 F). Abaixo da epiderme ocorre uma camada de células com conteúdo fenólico (Fig. 2 E).

Raiz : instalação do câmbio vascular e produção de tecidos vasculares secundários Ainda na zona pilífera é possível observar o câmbio já instalado produzindo xilema e floema secundários. Há uma expansão no córtex da raiz e, nesse estádio, os pêlos absorventes ainda sem mantém ( Fig. 2 G).

Raiz : instalação do felogênio e formação da periderme

(25)

15 felogênio e pelo súber, mas não se observa a formação de feloderme. Abaixo da periderme nota-se a presença de monocristais e fibras dispersas pelo córtex. O câmbio vascular mantém sua atividade acrescentando mais camadas de floema e xilema secundários. Por fim, evidencia-se a casca totalmente formada pela periderme e pelo floema secundário (Fig. 2 K).

(26)

16 Figura 2. Secções longitudinal (A) e transversais (B-N) da raiz de Ficus adhatodifolia

(27)

17 parênquimáticas do córtex. M, suberina impregnada na parede das células do córtex. N, lignina impregnada na parede das braquiesclereídes. (am) amido. (ca) câmbio, (cf) coifa, (cl) columela, (cr) córtex, (cs) casca, (ed) endoderme, (es) esclereíde, (ep) epiderme, (fe) felogênio, (fi) fibras, (fl) floema, (mf) meristema fundamental, (pa) parênquima, (pc) procâmbio, (pe) periderme, (pl) pêlo absorvente, (pr) promeristema, (sb) suberina, (su) súber (xs) xilema secundário. Setas indicam monocristais.

Laticíferos: origem e desenvolvimento

Em F. adhatodifolia os laticíferos já são observados no ápice caulinar e radicular e originam-se a partir de uma única célula do meristema fundamental cujo núcleo sofre cariocieneses sucessivas, sendo assim classificados como laticíferos não-articulados (Fig 3 A, D). Durante o desenvolvimento dos laticíferos, há crescimento intrusivo e ramificação dos laticíferos, o que os classifica como laticíferos ramificados (Fig 3C).

(28)
(29)

19

Discussão

A origem e o desenvolvimento das cascas de F. adhatodifolia é semelhante ao padrão observado na maioria das Angiospermas (Fahn, 1982), porém, algumas diferenças foram observadas entre a casca do caule e a casca da raiz. A instalação do câmbio vascular em F. adhatodifolia ocorreu de maneira semelhante tanto na raiz como no caule, entre xilema e floema primários, resultando na produção de xilema e floema secundários. Quanto ao felogênio, sua origem no caule de F. adhatodifolia ocorreu na primeira camada subepidérmica, ou seja, na primeira camada de colênquima. Na raiz, o felogênio se originou a partir do periciclo. A origem do felogênio a partir de camadas subepidérmicas em caules é bastante comum, podendo também originar-se a partir da própria epiderme ou de camadas mais internas do córtex (Fahn, 1982; Evert, 2006). Nas raízes, a origem do felogênio é mais variada, e este meristema lateral pode se originar a partir do periciclo ou mesmo do parênquima cortical (Fahn, 1982; Evert, 2006).

O desenvolvimento da periderme em raízes e caules de F. adhatodifolia não ocorre da mesma maneira. A periderme da casca do caule de F. adhatodifolia é constituída pelo súber, felogênio e feloderme. A feloderme ocorre apenas nos caules, enquanto que nas raízes está ausente. Em algumas espécies, a feloderme pode estar ausente, ou então consistir de uma até seis camadas (Fahn, 1950).

O desenvolvimento do floema secundário em caules e raízes de F. adhatodifolia é semelhante, e sua origem ocorre a partir do câmbio vascular. No floema secundário do caule e da raiz encontram-se laticíferos, monocristais e drusas. Apenas no caule há fibras gelatinosas perivasculares externas ao floema primário remanescente. Na raiz há fibras lignificadas dispersas entre os demais tipos celulares do floema secundário. Segundo Roth (1981), as esclereídes representam as células de sustentação mais comuns em cascas.

A região cortical é mantida apenas na casca do caule, onde se diferenciam braquiesclereídeos, monocristais, drusas e laticíferos. Em F. religiosa e F. virens também foi relatada a presença dessas estruturas (Babu et al. 2010). Na raiz a região cortical foi eliminada após instalação do felogênio e o que se manteve foram somente o floema secundário e a periderme.

(30)

20 A partir do estudo ontogenético da casca do caule de F. adhatodifolia foi constatado que os laticíferos presentes na espécie são do tipo não-articulados ramificados. Segundo Hagel et al. (2008), laticíferos não-articulados são caracterizados por serem multinucleados e com desenvolvimento a partir de uma única célula, podendo se ramificar ou não ao longo do corpo da planta. Esse tipo de laticífero já foi descrito em espécies do gênero Ficus (Evert, 2006) como, por exemplo, nas folhas de F. carica (Rachmilevitz e Fahn, 1982). Segundo Roth (1981), os laticíferos representam importante carater diganóstico para cascas.

A anatomia vegetal é uma importante ferramenta para identificação das plantas medicinais. Kato e Arisue (2002), através da anatomia da casca de Myracrodruon arundeuva (Anacardiaceae), conhecida como aroeira, constataram caracteres importantes para identificação dessa espécie, tais como a disposição dos tecidos e inclusões celulares. Já o estudo anatômico da casca de Bathysa cuspidata (Rubiaceae), realizado por Coelho et al. (2012), constatou a presença de caracteres importantes para identificação dessa espécie como o aspecto geral da periderme, a presença de ritidoma, de uma área cortical remanescente com esclereídes, dentre outros caracteres.

(31)

21

Conclusão

A casca do caule e a casca da raiz de F. adhatodifolia apresentam diferenças estruturais decorrentes da origem e do desenvolvimento dos meristemas secundários.

A casca do caule é constituída pela periderme, seguida de tecidos corticais primários remanescentes e floema secundário. Já a casca da raiz não apresenta tecidos corticais remanescentes entre a periderme e o floema secundário.

(32)

22

Referências Bibliográficas

Babu, K., Shankar, S.G., Rai, S., 2010. Comparative pharmacognostic studies on the barks of four Ficus species. Turk. J. Bot. 34, 215-224.

Berg, C.C., 2001. Moraceae, artocapeae and Dorsetenia (Moraceae). New York Botanical Garden, New York. p 347.

Carauta, J.P.P., Diaz, B.E., 2002. Figueiras no Brasil. Rio de Janeiro, Editora UFRJ. p. 212.

Coelho, V.P.M., Leite, J.P.V., Nunes, L.G., Ventrella, M.C., 2012. Anatomy, histochemistry and phytochemical profile of leaf and stem bark of Bathysa cuspidata (Rubiaceae). Aust. J. Bot. 60, 49–60.

Cury, G., Tomazello-Filho, M., 2011. Caracterização e descrição da estrutura anatômica do lenho de seis espécies arbóreas com potencial medicinal. Rev. Bras. Plantas. Med. 13, 311-318.

Davies, F.T., Lazarte, J.E., Joiner, J.N., 1982 Initiation and development of roots in juvenile and mature leaf bud cuttings of Ficus pumila L. Am. J. Bot. 69, 804-811. Evert, R.F., 2006. Esau´s Plant Anatomy: meristems, cells, and tissues of the plant body: their structure, function, and development. terceira edição. New Jersey/Canada, Jonh Wiley & Sons, Inc. p. 427.

Fahn, A., 1982. Plant Anatomy. Pergamon international library. p. 544.

Farías, F.R., Williamson J. S., Rodríguez, S. V., Angeles, G., Portugal V.O., 2009. Bark anatomy in Croton draco var. Draco (Euphorbiaceae). Am. J. Bot. 96, 2155–2167. Hagel, J.M., Yeung, E.C., P.J. Facchini., 2008. Got milk? The secret life of laticifers. Trends Plant Sci.13, 631-639.

Jensen W.A. 1962., Botanical histochemistry: principles and practice. San Francisco, WH Freeman & Co. p. 408.

Kato, E.T. M., Akisue, G., 2002. Estudo farmacognóstico de cascas Myracrodruon urundeuva Fr. All.Rev. Lecta. 20, 69-76.

Kraus, T., Basconsuelo, S., 2009. Secondary root grow thin Rhynchosia edulis Griseb. (Leguminosae): origin of cambia and their products. Flora 204, 635–643.

(33)

23

O’brien, T.P., Feder, N., Mccully, M.E., 1964. Polychromatic staining of plant cell walls by toluidine blue O. Protoplasma 59, 368-373.

Paiva, E.A.S., Pinho, S.Z., Oliveira, D.M.T., 2011. Large plant samples: how to process for gma embedding? in chiarini-garcia, H., Melo, R.C.N. (eds.) Light microscopy: methods and protocols. New York, Springer/Humana Press. p. 37-49. (methods in molecular biology, n. 689).

Rachmilevitz, T., Fahn, A., 1982. Ultrastructure and development of the laticifer of Ficus carica L. Ann. Bot. 49, 13-22.

Roth, I., 1981. Structural patterns of tropical barks. Gerbruder Borntrager Berlin Stuttgart. p. 609.

(34)

24 CAPÍTULO II.

Prospecção fitoquímica e análise histoquímica da casca e do látex de Ficus adhatodifolia Schott ex Spreng (Moraceae)

Resumo - Ficus adhatodifolia é uma espécie nativa do Brasil conhecida popularmente como figueira-vermifuga, devido a utilização do seu látex no tratamento de verminoses. Apesar do látex ser utilizado na medicina popular, pouco se sabe sobre a constituição química das cascas dessa espécie. Assim, o objetivo do trabalho foi realizar a análise histoquímica e fitoquímica da casca e do látex como contribuição para o conhecimento de sua composição química. O estudo foi realizado no laboratório de Anatomia Vegetal do Departameto de Biologia Vegetal (DBV) e no laboratório de Biodiversidade do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular (DBB) da Universdade Federal de Viçosa-MG. Para análise histoquímica, amostras frescas foram submetidas a diversos reagentes para detecção dos compostos de interesse farmacológico. Para a prospecção fitoquímica, os extratos etanólicos da casca do caule e do látex foram submetidos ao estudo por cromatografia de camada delgada (CCD). Os principais grupos de compostos identificados na análise histoquímica foram lipidios, borracha, terpenoides e alcaloides, todos restritos aos laticíferos. Enquanto taninos, cumarinas e saponinas foram identificados apenas por (CCD). Em ambas as técnicas constatou-se que a composição química da casca é semelhante ao encontrado no látex. Assim, pode-se inferir que o uso da casca como droga é equivalente ao uso do látex.

(35)

25 Introdução

O estudo de plantas medicinais vem aumentando consideravelmente nos últimos anos, principalmente nos aspectos relacionados à caracterização anatômica, fitoquímica e histoquímica das folhas (Padilha et al. 2010; Motta et al. 2010; Silva et al. 2011). No entanto, poucos são os trabalhos que investigam esses aspectos para as espécies medicinais arbóreas que têm suas propriedades farmacológicas encontradas na casca (Pina et al. 2013). As espécies do gênero Ficus possuem importância medicinal e vêm sendo alvo de estudos por apresentarem propriedades antioxidadantes (Arunachalam e Parimelazhagan, 2013), antibacterianas (Reschke, et al. 2007), antidiabéticas (Singh et al. 2009) e antiinflamatórias (Arunachalam e Parimelazhagan, 2013).

Muitas das propriedades farmacológicas estão relacionadas ao látex secretado pelas figueiras que é empregado na medicina tradicional há muitos anos devido à riqueza de compostos bioativos. Um exemplo é o látex de F. carica, rico em ácidos orgânicos málico com propriedade antioxidante; sesquiterpenos como o germacreno D com atividade antimicrobiana; muuroleno e cadineno com propriedades antifúngicas; monoterpenos como limoneno com atividade anti-cancerígenas e o linalol com propriedade antimicrobiana (Oliveira et al. 2010).

(36)

26 representam um importante carater diagnóstico para a identificação de várias figueiras, como por exemplo, os laticíferos presentes nas espécies F. maxima, F. pulchella e F. obtusiuscula (Solereder, 1908; Metcalfe e Chalk, 1950; Carauta e Diaz, 2002).

Além da riqueza de compostos presentes no látex das espécies de Ficus, alguns estudos também enfatizam o potencial farmacológico das cascas, que normalmente é utilizada na medicina popular na forma de decocto. Estudos realizados com casca da raiz de F. nervosa evidenciaram a ação antimicrobiana (Chen et al. 2010). Para as espécies F. bengalesis (Shukla et al., 2004) F. clamydocarpa e F. cordata (Kuete et al. 2008) as cascas do caule apresentaram atividade antiantioxidante e antimicrobiana. Outras propriedades farmacológicas tais como atividade antidiabética, antidiarréica e anti-inflamatória foram diagnosticadas na casca do caule de F. racemosa (Annam e Houghton, 2008; Velayutham et al. 2013).

Ficus adhatodifolia, é uma espécie nativa de porte árboreo que apresenta ampla distribuição no Brasil, sendo encontrada nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Conhecida popularmente como figueira-vermífuga tem seu potencial farmacológico associado ao látex, que quando misturado ao leite recebe o nome de caxinguba, sendo este utilizado na medicina popular no tratamento de verminoses por Ascaris lumbricoides (Carauta e Diaz, 2002). Apesar do gênero Ficus ser comumente associado à atividade vermifuga, um trabalho com seis espécies do gênero Ficus, incluíndo F. adhatodifolia, constatou a forte ação antioxidante do extrato etanólico dessas seis espécies (Coelho, 2013). Em outro estudo com o extrato seco de folhas de F. adhatodifolia houve ação antibactiriana para diversas linhagens de Salmonella typhimurium (Silva, 2012). Além disso, foi demonstrado que o extrato seco das folhas de F. adhatodifolia apresenta potencial antioxidante, sendo mostrada uma correlação positiva entre esta atividade e a concentração de polifénois totais (Silva, 2012).

A caracterização química dos compostos presentes na casca de F. adhatodifolia é imprescindível para a compreensão de suas propriedades farmacológicas, fato este que pode ser interligado ao uso na medicina popular.

(37)

27 b) Quais são esses compostos secundários? c) A composição química dos extratos da casca e do látex é semelhante ou não? d) Qual a relação entre os compostos presentes na casca e o uso medicinal da espécie? e) Existe a possibilidade de equivalência no uso da casca ou do látex como droga vegetal?

Material e métodos Avaliação histoquímica

A análise histoquímica foi realizada no Laboratório de Anatomia Vegetal do Departamento de Biologia Vegetal, na Universidade Federal de Viçosa- MG (UFV).

Para análise histoquímica, amostras frescas da casca do caule de Ficus adhatodifolia foram seccionadas transversalmente em micrótomo de mesa. As secções foram submetidas aos seguintes reagentes: lugol (Jensen, 1962) para identificação de amido; floroglucina ácida (Johansen, 1940) para lignina; sudan IV (Johansen, 1940) para lipídios totais; reagente NADI (David e Carde 1964) para óleos essenciais e oleorresinas; cloreto férrico (Johansen, 1940) para fenólicos totais; Oil Red (Jayabalan e Shah 1986) para borracha, vanilina clorídrica (Mace e Howell, 1974) para taninos, cloreto de alumínio e acetato neutro de chumbo (Charrière-Ladreix, 1976) para flavonoides, e reagente de Wagner (Furr Mahlberg, 1981) para alcaloides.

Prospecção fitoquímica

A prospecção fitoquímica da casca e do látex foi realizada no Laboratório de Biodiversidade do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular (DBB) na Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Viçosa/MG. Foi investigada a presença das seguintes classes de metabólitos secundários: antraquinonas, taninos, alcaloides, triterpenos, cumarinas, flavonoides e saponinas.

Secagem do material vegetal e obtenção dos extratos etanólicos

(38)

28 facas. Até o processo de extração, a droga vegetal pulverizada foi armazenada em geladeira.

O extrato vegetal foi obtido a partir de 10 g da casca pulverizada em 100 mL de ácool etilíco 95%. O extrato etanólico da casca foi obtido através da extração pelo processo de sonicação em Ultrassom (UltraCleaner 1600A). A relação droga vegetal/solvente foi de 1:10. Após esse procedimento o extrato etanólico foi filtrado com auxílio de papel de filtro e posteriormente concentrado em evaporador rotatório sob temperatura de 50 ºC, com auxílio da bomba de vácuo, até completa remoção do solvente.

O látex foi coletado e armazenado em ultrafreezer a -80 ºC e posteriormente liofilizado. Após este procedimento foram adicionados 50 mL de álcool etílico 95% em 1 g do látex liofilizado, levado ao ultrassom por 30 minutos e posteriormente evaporado em evaporador rotatório sob vácuo até a completa evaporação do solvente. Esses extratos foram utilizados para análises cromatográficas.

Análise cromatográfica

A análise cromatográfica foi realizada em cromatografia de camada delgada (CCD) utilizando cromatofolhas de alumínio UV254 nm (Macherey-Nagel). Diferentes

(39)

29 Tabela 1. Metabólitos secundários, fases móveis, reveladores e padrões de referência utilizados na prospecção fitoquímica do extrato etanólico da casca do caule e do látex de Ficus adhatodifolia.

Metabólito secundário Fase móvel/revelador Padrão de referência

Antraquinonas Acetato de etila-metanol água (100:17:13)/ Borntraeger(KOH 5%)

1,8 Diidroxiantraquinona

Taninos Tolueno-butanol-ácido acético-água (50:25:25:5)/

Barton

Ácido pirogálico

Alcaloides Clorofórmico-metanol (1:1)/ Dragendorff

Quinina

Triterpenos Diclorometano/Lieberman-Burchard

β-Sisterol

Cumarinas Éter etílico-tolueno (1:1)/ KOH 5%

Benzopirona

Flavonoides Acetato-de-etila-ácido-fórmico-ácido-acético-água

(55:5:5:12)/ NP-PEG

Rutina

Saponinas Clorofórmio-metanol-água (64:50:10)/Vaninlina + 1% em etanol + ácido sulfúrico

5% etanol

(40)

30

Resultados

Estrutura geral da casca

Ficus adhatodifolia apresenta a casca do caule com textura lisa e de cor acinzentada. Do ponto de vista anatômico, a casca do caule é composta pelo floema secundário e pela periderme, além de compreender tecidos corticais primários remanescentes. Observa-se a presença de laticíferos não-articulados e ramificados.

Análise histoquímica

(41)

31 Tabela 2. Testes histoquímicos aplicados à casca do caule de Ficus adhatodifolia.

Grupo de

metabólito Teste aplicado Casca

Laticíferos Demais regiões

Lipídios Lipídios totais Sudan IV + -

Polissacarídeos Amido Lugol - +

Pectina Corifosfina - -

Terpenoides

Óleos essenciais e

Óleoresina Reagente NADI + -

Borracha Oil Red + -

Compostos fenólicos

Compostos

Fenólicos totais Cloreto férrico III - -

Taninos Vanilina clorídrica - -

Flavonoides Flavonoides

Cloreto de

alumínio e acetato

neutro de chumbo

- -

Alcaloides Alcaloides Reagente de

(42)

32 Figura 1. Secções transversais (A,C,E,G,I,) e longitudinais (B,D,F,H,J) da casca do caule de Ficus adhatodifolia submetidas a testes histoquímicos. A-B, material fresco (branco). C-J, áreas delimitadas em A e B onde são encontrados os laticíferos. C-D, Sudan IV; coloração alaranjada indica a presença de lipídios. E-F, oil red; coloração vermelha indica a presença de borracha. G-H, reagente NADI; coloração arroxeada indica terpenoides. I-J, reagente de Wagner; coloração castanho avermelhado indica a presença de alcaloides. (co) córtex, (fs) floema secundário, (pe) periderme, setas indicam laticíferos.

Análise fitoquímica

O extrato etanólico da casca do caule de Ficus adhatodifolia é inodoro, possui coloração esverdeada e após a evaporação do solvente apresenta 0,0967 g de rendimento. O extrato etanólico do látex também é inodoro, porém de coloração esbranquiçada, apresentando 0,0624 g de rendimento.

(43)

33 de taninos, triterpenos, cumarinas e saponinas (Tabela 3 e Figura 2). Na prospecção fitoquímica dos extratos da casca e do látex não foram evidenciados antraquinonas, alcaloides e flavonoides.

Tabela 3. Prospecção fitoquímica por cromatografia de camada delgada dos extratos etanólicos da casca do caule e do látex de Ficus adhatodifolia.

Classe de metabólitos Extrato etanólico da casca Extrato etanólico do latéx

Antraquinonas - -

Taninos + +

Alcaloides - -

Triterpenos + +

Cumarinas + +

Flavonoides - -

(44)

34 Figura 2. Cromatografia por camada delgada do extrato etanólico da casca do caule e

do extrato etanólico do látex de Ficus adhatodifolia. A, manchas azuis indicam a presença de taninos. B, manchas arrouxeadas indicam a presença de saponinas. C, manchas com fluorescência azul sob luz UV254 nm indicam a presença de cumarinas. D,

manchas cinzas indicam a presença de triterpenos. P, padrão ; C, casca ; L, látex.

Discussão

Os compostos secundários identificados nos extratos etanólicos da casca e do látex de Ficus adhatodifolia foram os mesmos, como lipídio, borracha, tanino, cumarina, saponina e triterpenos. A análise histoquímica revelou que os principais compostos secundários encontram-se restritos aos laticíferos presentes na casca, e não nas demais células dessa região. A diferença de resultados entre a análise fitoquímica e a análise histoquímica referente à presença de taninos, alcaloides, cumarinas e saponinas pode estar relacionada à diferença de sensibilidade entre as técnicas utilizadas e a disponibilidade de protocolos histoquímicos para alguns compostos (saponinas e cumarinas).

Os laticíferos são sítios de síntese e acúmulo do látex, este geralmente possui uma composição química variada podendo conter, por exemplo, taninos, terpenoides, alcaloides, cumarinas, saponinas entre outros compostos que também já foram encontrados em outras espécies de Ficus (Ahmad, et al. 2011; Agrawal e Konno, 2009).

(45)

35 vanilina clorídrica não detecta, somente o revelador utilizado na CCD. Os taninos são classificados como substâncias fenólicas solúveis em água com massa molecular de 500 a 3.000 (Da) (Simões et al. 2004). Os taninos encontrados na casca de F. adhatodifolia podem estar associados com sua propriedade vermífuga uma vez que esses compostos possuem capacidade de ligar-se a glicoproteínas presente na cutícula do parasita helminto levando-o a morte (Padmavathi et al. 2011). Em F. racemosa foi constatado que a presença desse composto no extrato da casca do caule está relacionada com a atividade antidiarréica (Veerapur et al. 2007). Taninos presentes no extrato da casca do caule de F. sycomurus atribuem a essa espécie potencial antibacteriano (Sandabe et al. 2006). O látex de F. religiosa, F. elastica e F. bengalensis possui altas quantidades de taninos, os quais podem ser responsáveis pela ação anti-helmíntica das três espécies (Hari et al. 2011).

Na composição química do látex de F. adhatodifolia foram detectados terpenoides, os quais apresentam uma grande variedade de substâncias encontradas nos vegetais (Simões et al. 2004). Os terpenos são compostos que apresentam propriedades anti-inflamatória e antioxidante, além da ação anti-séptica, inibindo o crescimento de várias bactérias e fungos (Vinholes et al. 2014). No gênero Ficus, a ocorrência de terpenoides já foi relatada no extrato da folha de F. adhatodifolia (Coelho, 2013) e no caule de F. septica, que é utilizado no tratamento de resfriados, febre, doenças fúngicas e bacterianas (Kuo et al. 2002). A presença de triterpenoides no extrato hexânico das folhas e rizomas de cinco espécies da família Moraceae foi correlacionada a propriedade antiofídica dessas espécies Vilegas et al. (1997). A atividade anti-helmíntica de F. bengalensis foi atribuída aos terpenoides encontrados na raiz (Ahmad et al. 2011).

(46)

36 As saponinas são glicosídeos de esteroides ou de terpenos policíclicos, e apresentam alta massa molecular de 600 a 2.000 (Da) (Simões et al. 2004). Esses compostos encontrados nas raízes de F. bengalensis atribuem a essa espécie propriedade anti-helmíntica (Ahmad et al. 2011).

Os alcaloides são compostos nitrogenados e farmacologicamente ativos, tendo seu uso desde as primeiras civilizações (Simões, 2004). Alcaloides podem estar presentes em F. adhatodifolia, mas apresentar baixa polaridade e, dessa forma, o solvente utilizado na CCD (etanol 95%) não teria sido capaz de extraí-lo. Existem espécies que são utilizadas no tratamento de doenças devido à presença de alcaloides em diferentes regiões da planta. A casca de Cinchona officinalis (Rubiaceae), por exemplo, é utilizada no tratamento de malária devido à presença do alcaloide quinina (Kutchan, 1995). A atividade anti-helmíntica também é atribuida aos alcalóides, como a paraherquamida, que é um potente nematodicida (Gill e Lacey, 1993).

(47)

37

Conclusão

Os mesmos compostos secundários foram identificados nos extratos etanólicos da casca e do látex de Ficus adhatodifolia, como lipídios, borracha, taninos, cumarinas, saponinas e triterpenos. Porém, os compostos secundários identificados estão localizados apenas nos laticíferos presentes na casca, e não nas demais células dessa região.

(48)

38

Referências bibliográficas

Agrawal, A.A., Konno, K., 2009. Latex: A model for understanding mechanisms, ecology, and evolution of plant defense against herbivory. Annu. Rev. Ecol. Evol. Syst. 40, 311–31.

Ahmad, S., Rao, H., Akhtar, M., Ahmad, I., Munawar, M., Hayat, Z., Rahman, N., 2011. Phytochemical composition and pharmacological prospectus of Ficus bengalensis Linn. (Moraceae). J. Med. Plants. Res. 5, 6393-6400.

Annan, K., Houghtonb, P.J., 2008. Antibacterial, antioxidant and fibroblast growth stimulation of aqueous extracts of Ficus asperifolia Miq. and Gossypium arboreumL., wound-healing plants of Ghan. J. Ethnopharmacol. 119, 141–144.

Arunachalam, K., Parimelazhagan, T., 2013. Anti-inflammatory, wound healing and in-vivo antioxidant properties of the leaves of Ficus amplissima Smith. J. Ethnopharmacol. 145, 139–145.

Carauta, J.P.P., DIAZ, B.E., 2002. Figueiras no Brasil. Rio de Janeiro, Editora UFRJ. p. 212.

Charriere-Ladriex, Y., 1976. Repartition intracellulaire du sécrétat flavonique de Populus nigra L. PL. 129,167-174.

Chen, L., Cheng, M., Pengc, C., Chen, I., 2010. Secondary metabolites and antimycobacterial activities from the roots of Ficus nervosa. Chem. Biodivers. 7, 1841-1821.

Coelho, V.P.M., 2013. Anatomia foliar, prospecção fitoquímica, e da atividade antioxidante de extratos de Ficus subgênero Pharmacosyceae (Miq.) Miq. (Moraceae). Tese (Programa de Pós-graduação em Botânica), Universidade Federal de Viçosa-MG.

David, R., Carde, J.P., 1964. Coloration différentielle des inclusions lipidique et terpeniques des pseudophylles du Pin maritime au moyen du reactif Nadi. C.R. Academy of Science Paris. 258, 1338-1340.

Evert, R.F., 2006. Esau´s Plant Anatomy: meristems, cells, and tissues of the plant body: their structure, function, and development. terceira edição. New Jersey/Canada, Jonh Wiley & Sons, Inc. p. 427.

Farías, F.R., Williamson J. S., Rodríguez, S. V., Angeles, G., Portugal V.O., 2009. Bark anatomy in Croton draco var. Draco (Euphorbiaceae). Am. J. Bot. 96, 2155–2167. Furr M., Mahlberg P.G., 1981. Histochemical analyses of lacticifers and glandular trichomes in Cannabis sativa. J. nat. prod. 44, 153-159.

(49)

39 Hari, B.N.V., Kumar, P.S., Devi, D.R., 2011. Comparative in-vitro anthelmintic activity of the latex of Ficus religinosa, Ficus elastica and Ficus bengalensis. J. Phytol. 3, 26-30.

Jayabalan, M., Shahj, J.J., 1986. Histochemical techniques to localize rubber in situ in guayule (Parthenium argentatum Gray). Stain. Technol. 61, 303-308.

Jensen, W.A., 1962. Botanical histochemistry: principles and practice. San Francisco, WH Freeman & Co. p. 408.

Johansen, D.A., 1940. Plant microtechnique. McGraw-Hill Book Co. Inc., New York. p. 90.

Kuete, V., Nanab, F., Ngamenic, B., Mbavengd, A. T., Keumedjio, F., Ngadjuib, B. T., 2009. Antimicrobial activity of the crude extract, fractions and compounds from stem bark of Ficus ovate (Moraceae). J. Ethnopharmacol. 124, 556–561.

Kuete,V., Ngamenib B., Simoc, C.C. F., R. Tankeuc, K.B., Ngadjuib, T., Meyer, J.J.M., Lalln., Kuiatea, J.R., 2008. Antimicrobial activity of the crude extracts and compounds from Ficus chlamydocarpa and Ficus cordata (Moraceae). J Ethnopharmacol. 120, 17– 24.

Kutchan, T., 1995. Alkaloids biosynthesis-the basis for metabolic engineering of medicinal plants.Plant Cell. 7, 1059-1070.

Leite, J.P.V., 2009. Fitoterapia: Bases Científicas e Tecnológicas. 1ª ed: Atheneu. p. 328.

Mace, M.E., Howell, C.R., 1974. Histochemistry and identification of condensed tannin precursor in roots of cotton seedlings.Can. J. Bot. 52, 2423-2426.

Metcalfe, C.R., Chalk, L., 1950. Anatomy of the dicotiledons: leaves stem and wood in relation to taxonomy with notes economic uses. Claredon Press, Oxford.

Motta, L.B., Furlan, C.M., Santos, D.Y.A.C., Salatino, M.L.F., Duarte-Almeida, J.M., Negri, G., Carvalho, J.E., Ruiz, A.L.T.G., Cordeiro, I., Salatino, A., 2010. Constituents and antiproliferative activity of extracts from leaves of Croton macrobothrys. Braz. J. Pharmacogn. 21, 972-977.

Oliveira, A.P., Silva, L.R., Ferreres, F., Pinho, P.G., Valentão P., Silva, B.M., Pereira, J.A., Andrade, P.B., 2010. Chemical assessment and in vitro antioxidant capacity of Ficus carica latex. J. Agric. Food. Chem., 58, 3393–3398.

Padilha, M.M., Moreira, L.Q., Morais, F.F., Araujo, T.H., Alves-da-Silva, G., 2010. Estudo farmacobotânico das folhas de amoreira-preta, Morus nigra L., Moraceae. Braz. J. Pharmacogn. 20, 621-626.

(50)

40 Reschke, A., Marques, L.M., Mayworm, M.A.S., 2007. Atividade antibacteriana de Ficus benjamina L. (Moraceae). Rev. Bras. Pl. Med. 9, 67-70.

Rodrigues, T.M., Machado, S.R., 2009. Developmental and structural features of secretory canals in root and shoot wood of Copaifera langsdorffii Desf. (Leguminosae– Caesalpinioideae). Trees. 23, 1013–1018.

Sandabe, U.K., Onyeyili, P.A., Chibuzo, G.A., 2006. Phytochemical screening and effect of aqueous extract of Ficus sycomorus L. (Moraceae) stem bark on muscular activity in laboratory animals. J. Ethnopharmacol. 104, 283-285.

Shi, Y., Fukai, T., Sakagami, H., Chang W., Yang P., Wang F., Nomura, T., 2001. Cytotoxic Flavonoids with Isoprenoid Groups from Morus mongolica. J. Nat. Prod. 64,181-188.

Shukla, R., Gupta, S., Gambhir, J.K., Prabhu, K.M., Murthy, P.S., 2004. Antioxidant effect of aqueous extract of the bark of Ficus bengalensisin hypercholesterolaemic rabbits. J. Ethnopharmacol. 92, 47-51.

Silva, H.R.V., 2012. Avaliação das ações mutagênica, genotóxica, antioxidante e prospecção fitoquímica de figueiras brasileiras - Ficus subg. Pharmacosycea (Miq.) Miq. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Bioquímica Agrícola), Universidade Federal de Viçosa-MG.

Silva, O.M., Leite, D.S., Bernardes, L.A., Paiva, J.G.A. Morphology, anatomy and histochemistry of the leaves of Myracrodruon urundeuva Allemão (Anacardiaceae). Bol. latinoam. Caribe plantas med. aromát. 10, 56- 66.

Simões, C.M.O., 2004. Farmacognosia da planta ao medicamento. Sexta edição: UFSC. p. 1102.

Singh, R. K., Mehta, S., Jaiswal, D., Rai, P. K., Watal, G., 2009. Antidiabetic effect of Ficus bengalensis aerial roots in experimental animals. J. Ethnopharmacol. 123, 110-114.

Solereder, H. 1908. Systematic anatomy of the dicotyledons. Oxford: Clarendon Press. 1182p.

Veerapur, V. P., Prabhakar, K. R., Parihar, V.K., Kandadi, M. R., Ramakrishana, S., Mishra, B., Rao B.S.S., Srinivasan, K.K., Priyadarsini,K.I., Unnikrishna, M.K., 2009. Ficus racemosa stem bark extract: a potent antioxidant and a probable natural radioprotector. eCAM 6, 317–324.

(51)

41 Vilegas, J.H.Y., Lançasa, F.M., Vilegasb, W., Pozettib, G.L., 1997. Further triterpenes, steroids and furocoumarins from brazilian medicinal plants of Dorstenia genus (Moraceae). J. Braz. Chem. Soc. 8, 529-535.

Vilegas, W., Pozetti, G. L., 1993. Coumarins from Brosimum gaudichaudii. J. Nat. Prod. 36, 416-417.

Vinholes, J., Rudnitskaya, A., Gonçalves, P., Martel, F., Coimbra, M.A., Rocha, S.M., 2014. Hepatoprotection of sesquiterpenoids: a quantitative structure–activity. relationship (QSAR) approach. Food Chem. 146, 78–84.

(52)

42

CONCLUSÕES GERAIS

A casca do caule e a casca da raiz de F. adhatodifolia apresentam pequenas diferenças estruturais decorrentes de diferenças na origem dos meristemas secundários. A casca do caule apresenta periderme, seguida de tecidos corticais primários remanescentes e floema secundário internamente. Já a casca da raiz não apresenta tecidos primários remanescentes entre a periderme e o floema secundário.

Laticíferos são abundantes na casca de F. adhatodifolia e se originam nos ápices de raiz e de parte aérea, classificados como não-articulados ramificados.

Os mesmos compostos secundários foram identificados nos extratos etanólicos da casca e do látex de Ficus adhatodifolia, como lipídios, borracha, taninos, cumarinas, saponinas e triterpenos. O uso medicinal da espécie e seu potencial farmacológico devem estar associados aos compostos secundários identificados, que estão presentes apenas na secreção dos laticíferos da casca, e não nas demais células dessa região. Portanto, a casca (que contem laticíferos) ou apenas o látex desta espécie poderiam ser considerados como droga vegetal.

Imagem

Tabela  3.  Prospecção  fitoquímica  por  cromatografia  de  camada  delgada  dos  extratos  etanólicos da casca do caule e do látex de Ficus adhatodifolia

Referências

Documentos relacionados

Os interessados em adquirir quaisquer dos animais inscritos nos páreos de claiming deverão comparecer à sala da Diretoria Geral de Turfe, localizada no 4º andar da Arquibancada

utilizada, pois no trabalho de Diacenco (2010) foi utilizada a Teoria da Deformação Cisalhante de Alta Order (HSDT) e, neste trabalho utilizou-se a Teoria da

Neste estudo foram estipulados os seguintes objec- tivos: (a) identifi car as dimensões do desenvolvimento vocacional (convicção vocacional, cooperação vocacio- nal,

Conseguimos perceber a visão da Prefeitura sobre a cultura e a supervalorização da atividade turística na cidade, ao observarmos ações mais peculiares da gestão Imbassahy, como

This paper presents a sociological investigation on the development of tastes and meanings relating to organic products, taking into account the social construction of a

segunda guerra, que ficou marcada pela exigência de um posicionamento político e social diante de dois contextos: a permanência de regimes totalitários, no mundo, e o

• Analisar como são implementadas as estratégias de marketing na Universidade Luterana do Brasil - Ulbra; • Verificar como é utilizado o esporte nas estratégias de marketing da

Neste panorama, o principal objetivo desse estudo é entender a importância da competitividade de destinos turísticos pontuando quais políticas tem sido adotadas