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O movimento associativo das enfermeiras diplomadas brasileiras na 1ª metade do século 20.

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Academic year: 2017

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o MOVIMENTO ASSOCIATIVO DAS ENFERMEIAS DIPLOMADAS

BRASILEIRAS NA 18 ME TADE DO SÉCULO 201

THEASSOCIATION OF TRAINED NURSES IN BRZIL IN THE FIRST HALF OF THE TWENTIETH CENTURY

EL MOVIMIEN TO ASOCIATIVO DE LAS ENFERMERAS DIPLOMADAS

BRASILENAS EN LA 1 a MITAD DEL SIGLO 20

Ieda de Alencar Barreira 2 Jussara Sauthier3 Suey de Souza Baptista 4

RESUMO: Trata-se de uma pesquisa histórico-social. Nela discute-se o processo de organização das enfermeiras diplomadas brasileiras em grupos concorrentes e suas lutas pela imposição de certas visões de mundo às diretrizes da vida associativa. O estudo abrange o período que vai da fundação da atual Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), em 1926, até o meio do século. Apesar das divergências político-doutrinárias, que orientavam as estratégias de ocupação do campo da enfermagem, a articulação dos grupos rivais em torno de objetivos profissionais comuns permitiu avanços significativos no processo de institucionalização da enfermagem e contribuiu para redefinir a identidade da enfermeira brasileira.

PALAVRAS-CHAVE: história da enfermagem, profissão de enfermagem, Brasil

INTRODUÇÃO

o objeto deste estudo são as circunstâncias de criação da Associação Nacional de Enfermeiras Diplomadas (Aned)5, em 1926, e sua trajetória até meados do século, já então com a nova denominação, adotada a partir de 1944, de Associação Brasileira de Enfermeiras Diplomadas (Abed). Nosso interesse foi o de analisar as lutas simbólicas travadas entre grupos concorrentes, para fazer ver e fazer crer suas concepções do que deveria ser a enfermeira e a enfermagem neste país, acordes com determinadas visões de mundo. Isto nos permitiu evidenciar as alianças e estratégias de diferentes grupos no interior da Associação pelas posições dominantes no campo. O estudo se estende até o meio do século 20, quando saem de cena aquelas que, desde a criação daAned, foram as porta-vozes principais dos grupos concorrentes. O argumento apresentado é o de que a Associação (ANED/ABED) se constituiu no

1 rabalho soliclado pelo Edlor da Revista BraSIleira de Enfermagem ao Núleo de Pesquisa de História da Enfermagem BraSIleira (Nuphebras) do Depatamento de Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem Anna Ney (DEF/EEA), Universidade Federal do Rio de Janeio (UFR). ? Pro! Itular DEF/EEAN PreSidente da ABEn (1976-1980). Líder do grupo de pesquisa '4 prática profissional e a formação da identIdade da enfermeira braSIleira'; apoiado pelo CNPq.

3 Po! Adjunta aposentada DEF Fundadora e organizadora do Centro de Documentação da

EEAN

4 Pofessora ttular de História da Enfermagem/ DEF Coordenadora das linhas de pesquisa:

'4 enfermagem e os movimentos sociais" e "Escolas de enfermagem na soiedade brasleira';

apoiadas pelo CNPq

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o movimento associativo ..

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US primord i a l onde se d efi n iram as posig6es e a s d i s posig6es nesse campo prafissiona l , ou seJa , onde se deram as lutas pela e n u nciagao do d iscurso a utorizado sobre a enfermagem brasileira.

A FORMACAo DE PRECONDICOES: 1 921 -1 926

Pontos cruciais para 0 desenvolvimento precoce de um esp i rito associativo na formagao do habitus profissional das futuras enfermeiras brasileiras foram : 0 consenso entre os san itaristas brasileiros da necessidade de organizar um servigo de enfermeiras visitadoras, seg u ndo 0 modelo desenvolvido nos EUA, para dar sustentagao a Reforma Carlos Chagas, operada nos anos 2 0 , p e l o novo Departa mento N acional d e S a u d e P u b l ica ( D N S P ) , seg u n d o 0 modelo precon izado pela u n iversidade John Hopki n s , centra d ifusor do movimento san itario i nternaciona l , d ifu ndido na America lati n a pel a F u n d agao Rockfeller (Barreira, 199, p. 163) ; a presenga atua nte na capita l do pars e no i nterior do a pa relho de Estado, de um grupo de enfermeiras norte-a mericanas, com uma visao de m u ndo consoante com a etica protesta nte e orienta d a para uma cond uta met6d ico racion a l (Paiva, 199, p. 258; 259) e q u e , como cidadas e como profissiona i s , t i n h a m incorporado ao s e u habitus, a pratica da livre associagao para a consecugao de objetivos comuns

(Donahue, 198, p.36, 366) . N o que se refere a concepgao do p rojeto a ser rea lizado, foi fu ndamenta l 0 ente n d i mento d e Ethel Parsons ( E P ) , Chefe da M issao d e Cooperagao Tecnica para 0 Desenvolvi mento da E nfermagem no B ras i l , d e que a i m p l a ntagao de u ma escola de enfermagem d e a lto padrao e ra elemento d ecis ive ao exito da M issao (Parsons, 192, p.) .

A adogao do modele anglo-america no de escola de enfermagem, no qual a par da h ierarquia e d i s c i p l i n a para m i l itares , havia a expectativa da a q u i s igao de q u a li d a d es para 0 comando e para a l idera nga , tinha como instru mento formador de ta is q u a l id ades a Associagao do Governo I nterno das Al u nas (Ag i a ) , institurda em 1923 por Clara louise Kien inger ( C l K), pri meira d iretora da atual Escola de E nfermage m Anna N e ry ( E EAN)6.

o Estatuto d a Ag ia , d e 192 77, esta belecia como sua fi n a l id a d e dese nvolver na futura profissional ca pacidades de expressao e de ju lgamento e habilidades de diregao e de execugao. Suas principais atri bu ig6es era m as de ma nter a d isciplina e promover atividades sociais. Tinha como 6rgao executive u m a d i retoria, q u e ta mbem i ntegrava 0 6rgao d e l i berativo , o u s ej a , 0 Conselho das A l u n a s (CA). A a utonomia d esta Associagao era relativa , pois ca bia a d i retora da Escola, a qual era a presidente honoraria da Associagao, aprovar a l ista de nomes das ca ndidatas a membros da d i retoria e do CN, i nd icados pelo Conse l h o . Alem d isso, a d i retora da Escola ta mbem pod ia convoca r reu n i6es.

Ap6s a d i plomagao d a turma pioneira da Escola Anna N e ry ( EAN ), em 1925, a ideia d a criagao d e u m a associagao d e ex-a l u nas9 era conve n i e nte tanto a Escola , q u e ma nteria u m certo contrale sobre 0 conj u nto das enfermeiras p o r e l a d iplomadas, como a s ex-a lu nas q u e , a o seu di ploma agregariam 0 capital cu ltural referente as credenciais de membro de u m a associagao profissional l i g a d a a u m a i n stitu igao de prestigio como a EAN. Ta l a poio seria tanto mais necessario a u m a jovem m u l her, solteira e ingressa ndo no m u ndo mascu l i n o do tra b a l h o .

C o m o a criagao d e u m a associagao d e ex-a l u nas afetaria d i reta mente as enfermeiras bras ileiras d i plomadas no exterior: Ed ith d e Magal haes F raenkel ( E M F ) , na F i ladelfia e Rachel Haddock lobo , em Paris e nos E UA, a ideia evol u i u para a criagao de u m a associagao de enfermeiras d iplomadas brasileiras.

N a verdade, como era peq u eno 0 n u mero de d i plomadas pela EAN existente em 1 926 , e menor a i n d a 0 n u mero d a s q u e perma necera m no pa is ap6s a formatura (oito d a 1a turma e q u i nze da 2a turm a ) 1 0 e por s u a pouca experiencia fora dos mUraS d a Escola , nao haveria cond ig6es de exci uir d a associagao aqu elas d uas enfermeiras brasileiras d i plomadas em outros parses.

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BARR E IR A, L de A. et aL

o HABITUS PROFISSIONAL E 0 ESP(RITO ASSOCIATIVO

A data de 1 2/8/ 1 926 , q ua n d o ocorreu a pri m e i ra re u n i ao da Aned , foi consagrada pela trad i;ao como 0 d i a da fu nda�ao d a atu a l Associa�ao Brasileira de E nfermagem (Aben). 0 fato de q u e a presidente da d i retoria provisoria da Aned fora presidente da Associa�ao de Alunas d a EAN , confi rma a conti n u id a d e entre as d u a s associa�6es (Cavalho, 197, p.22). Oeste mod o , fica esta belecido q u e a Ag i a se constitu i u no l o c u s d e gesta�ao da Aned .

E m 1 92 7 , foi eleita a 1 a d i retoria d a Aned , tendo como presid ente E M F. No periodo entre 1 927 e 1929 as con d i �6es n a o fora m p rop icias ao fu nciona mento da Associa�ao: h avia divergencias sobre a legiti m idade da l idera n�a das enfermeiras a merica nas e ta mbem das duas brasileiras (Ed ith Fraenkel e Rachel H. Lobo ) , ori u ndas de familias ilustres, detentoras de grande capital cu ltura l e a mbas d i s c f p u l a s d e L i l i a n C l ayton , que nao haviam formado seu h a bitus profissional n a EAN , mas haviam sido d esti n a d a s por Parso n s , para ocupar os postos de su peri ntende nte do Servi�o d e E nfermeiras do O N S P e a d i re�ao d a EAN , respectiva mente. Por isto , as enfermeiras d i plomadas d a EAN poderi a m sentir-se preteridas em suas aspira�6es de participar da lideran�a da e nfermagem brasileira. Alem d isso , a d isparidade da remu nera�ao recebida por a m erica n a s e bra s i l e i ra s era motivo d e tao grande revo lta das enfermeiras de s a u d e p u b l ica fed era i s , a ponto de fazerem p u b l icar seus protestos em jornal de g ra n d e circula�a o 1 1 .

Ao bu scar 0 status de personalidade j u ridica , med iante 0 reg istro em cartorio do Estatuto da Associa�ao 12, pelo i nteresse de se fazer representar oficial mente no Congresso Quadrienal do Conse l h o I nternacional d e E nfermeiras ( I C N ) , a ser rea l izado no mesmo ana de 1 929, a presidente E M F se viu n a co ntingencia d e a ltera r s u a denomi na�ao, de modo a q u a l ifica- I a como associa�ao-membro do I C N (Cavalho, 197, p. 24). De fato , nesse congresso , rea l izado em Montrea l, fo i a provad a a afi l ia�ao da Associa�ao Nacional de Enfermeiras D i plomadas Brasileiras (Aned b ) ao ICN, com mais q uatro outras associa�6es nacionais (Pullen, 193, . 12). N este mesmo evento , participou com d esta q u e L i l i a n Clayto n , entao presidente d a Associa�ao de E nferm e i ras America n a s (ANA) que convidou E M F, para uma reu n i ao de red atora s das revistas das associa�6es-membros do I C N (Cavalho, 197, p. 330-3 1).

Dois a nos d e pois do Congresso d o I C N , e m 1 93 1 , i nstitu i u -se 0 "Padra o Anna N ery"D, para 0 ensino da enferm a g e m e a M issao P a rsons encerrou suas ativid ades . E m q u e pese a h es ita�ao de a l g u m a s enfermeira s d i pl o m a d a s pela EAN em i n c l u i r em s u a Associa�ao enfermeiras bra s i l e i ras d i plomadas no exterior, bem como 0 resse ntime nto de a l g u ma s pela d istin�ao a elas feita pelas d irigentes d a M issao, e em especial por E P, entre as d i plomadas na EAN , 0 que parece e que, e m seus primordios, a Associa�ao ganhou impu lso sob sua lidera n�a:

E M F consolidou a existencia da Associa�ao ao conferir-Ihe person a l idade j u rid ica e Rachel Haddock Lobo , d i retora d a EAN a e poca, tomou a frente da cria�ao da revista Anais de E nfermagem, cujo pri meiro n u mero saiu em 1932 e q u e foi por ela d irigida ate s u a morte , e m 1933.

o

NOVO JOGO DE FOR;AS: AASSOCIA;'O DEIXAA CASA MATERNA

o projeto da M issao Parsons de la iciza�ao e profissionaliza�ao da enfermagem brasileira nao ate n d i a aos i nteresses d a I g reja catol ica q u e , desde os tem pos col o n i ais deti n h a u m a posi�ao d o m i n a nte no c a m p o d a e nfermagem hospita l a r. Com a i nstitu i�ao do Padrao Anna N e ry, a I g reja adotou do is c u rsos d e a�ao: desde log o , b u sca r a m p a ro legal para as rel i g iosas que trabal havam nos hospita is das irma ndades; e , ao mesmo tempo, preparar-se para os novos tem pos, enca m i n hando relig iosas para o bter 0 d i ploma de enfermeira .

Nestes esfor�os foi fu n d a m e nta l a a l i a n�a d a I g reja com Lais N etto dos Reis ( L N R ) , d a turma pioneira d a EAN , q u e org a n izou e d irig i u a pri meira E E a ser e q u i pa rada a EAN e a

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o movimento associativo . ..

pri meira a formar rel i giosas . e depois, q u a nd o d i retora d a EAN , acol h e u d e modo especial as rel i giosas na residencia da Escola, A i m p l a nta�ao dessa primeira esco la governa mental de orienta�ao catol ica , em Belo H orizonte 14, teve u m papel fu nda menta l na defesa do espa�o ocupado pela I g reja nos servi�os de s a u d e , po is veio possi b i l itar as ordens relig iosas a cria�ao d e suas proprias escolas de enfermagem , dirigidas por religiosas enfermeiras e com participa�ao s i g n ificativa das relig iosas em seu corpo docente (Baptista; Barreira 199. p. 11).

E , mais a i n d a , q uando a pesar d e q u e Zaira C i ntra Vid a l (ZCV) , ass istente d a d iretora Bertha Lucille P u l len , tivesse seu nome cog itado para assu m i r 0 carg o , parecendo conta r com o a poio de colegas e a l u n a s , a ind ica�ao oficial reca i u sobre L N R ( Coelho, 1 99 7 , p . 8 1 ) Bertha P u llen i nterpreto u 15 a preteri�ao d e ZCV e m fun�ao d e criterios d e "sen ioridade"16, vigentes na socied ade brasileira . Apesar de q u e ZCV p u d esse ser d escrita como u ma "fi l h a de fa m i l i a modesta" e L N R como " pertencente a tra d icional fa m i l i a flu m i nense" (Coelho, 199. p. 19, 51),

seria pouco provavel que Pullen j ulgasse que 0 nome de L N R pudesse ser u ma escolha acertada , posto q u e com ela tivera mais d e uma d esaven�a1?

Ao contra rio, essa nomea�ao i n d ica a for�a d e u m a a l i a n�a co m a I g reja catol ica , q u e servia como u m a das bases d e sustenta�ao do governo Varga s , sob a a lega�ao d e q u e a s reformas p o r ele empree ndidas e r a m i n s p i radas n a doutri na soc i a l d a I g reja (Gadottl; 199, p. 114). A longa gestao de L N R na EAN ass i n a l a 0 forta lecimento do grupo de E E de orienta�ao catol ica . Ja como d i retora da escola padrao oficial, L N R contri b u i u de varios mod os para aumentar 0 numero de enfermeiras diplomadas religiosas no pa is: alem do acordo com a Superiora das I rmas da Caridade para a cria�ao de u m a "se�ao de relig iosas" na EAN18; e m pen hou-se na reva l ida�ao de d iplomas de relig iosas fra ncesas19, a poiou a cria�ao, entre outras, de uma escola catol ica em Sao Paulo e o utra no Rio de J a n eiro e envidou esfor�os para seu recon h ecimento

(Baptista; Barreira, 199. p. 13).

Apos uma gestao de onze anos na presidencia d a Aned b ( 1 927- 1 938 ) , E M F passou 0 carg o , em novembro de 1 93 8 , para u m a colega com menor p roje�ao n o cam po, H i ld a Anna Krisch20 Ate entao , 0 fu ncionamento da Associa�ao assentara-se na i nfra-estrutu ra que I he era oferecida pela EAN e pelos orgaos san itarios federa i s , 0 q u e i n c i u i a n a o so mente a cessao de espa�o fisico , mas ta mbem 0 tra balho das secretarias d esses orgaos .

E as e nfermeiras d i plomad a s , ate mesmo se confu n d i a m ao se referir a Associa�ao e a Esco l a , represe nta ndo-as como partes i n d i ssociave i s , evidenciando q u e a identidade da Associa�ao era a i n d a pouco n itid a . M a s , no i n icio d a decada d e 4 0 , a Associa�ao deixou a casa matern a , mesmo tendo q u e fica r sem endere�o fixe 21. E , nesta epoca , a Associa�ao

sofreu uma m u d a n�a rad ical de rumos .

A GUERA E A NOVA ORDEM NO CAMPO DA ENFERMAGEM

A fig u ra do i n i m igo q u e amea�a a patri a , o c u p a l u g a r centra l nas d iferentes estrateg ias discursivas. Mas, dependendo do grupo q u e e n u ncia 0 d iscurso , esse i n i migo pode ser figurado como 0 fascismo, 0 comu nismo ou 0 imperi a l ismo. No enta nto , enqua nto os integra listas q uase sempre contavam com a con ivencia das a utoridades , 0 com u n ismo era a pontado, por varios setores d o m i n a ntes da sociedade, como a principal expressao d a crise e da desordem. E a m bos atacavam 0 i m peri a l ismo a merica n o , q u e i mped iria a busca d e solu�oes nacionais para os problemas econ6micos e socia is d o p a i s . 0 proj eto dos cato l i cos para a solu�ao dos problemas sociais era centrado no pri ncipio d e colabora�ao entre as classes e da h u ma n iza�ao do capita l i s m o , nos moldes de Leao X I I I . A igreja se colocava como med iadora entre operarios e patroes . E e como benfeitora dos pobres q u e d i s p utava com os com u n istas a ocupa�ao de um espa�o j u nto ao operariado (Dutra, 199, p. 151 e segs. ) .

N o i n icio d o s a nos 4 0 , apos intensas n egocia�oes, caracterizad a s p e l a a m b i g u i d a d e , 0 d i scurso d e Va rgas a proxi mou-se do pan-america n i s m o . A partir de 1 94 3 , com a entrada do

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BARR E IR A, I . deA. et a l .

Brasil na g u erra , ao l a d o d o s a l i ados , observou-se a polariza;;ao d e mocracia x tota l ita

ism

. N o enta nto , as pecu liaridades da sociedade brasileira permitira m q u e todas as for;;as antlfascl�tas, d e governo o u d e oposi;;a o , l i bera is ou com u n ista s , se reu n issem n u m mesmo b loco POl itiCO, ressa lvadas s u a s d iferen;;as ideologicas ( Cavacante, 1 98 6 , p . 1 24- 1 25 ) .

N o Rio d e J a n eiro , capita l federa l , era o n d e se d ava m as l u tas s i m bo l icas p o r posi;;6es estrategicas dos varios gru pos concorrentes . Apesar de E M F, presidente da Associa;;ao d esde setembro d e 1 94 1 , estar rad icada n a cidade d e Sao P a u l o , como futura d iretora22 d a EE da U S P, a Associa;;ao perma neceu no Rio d e J a n e i ro , por for;;a d e d i s posi;;ao estatutari a .

o I nstituto d e Ass u ntos I nter-Americanos ( I a i a ) , orgao de execu ;;a o d a pol itica extern a a merica na para a America lati n a , g ara nti u a assessoria permanente de u m a eq u i p e a mericana m u lti profi ssiona l , j u nto ao su peri ntendente do Servi;;o Espec i a l d e S a u d e P u b l ica (Ses p ) , pela cria;;ao de uma M i ssao Tecnica da Intenational Cooperation Administration (Alvim, 1 959, p . 1

44-1 45) . N este sentido , em novembro de 44-1 942 , 0 laia enviou para 0 Rio de Janeiro a enfermeira C l K ( 1 a d i retora d a EAN : 1 923- 1 925 ) , c o m u m a d u pl a m issao : a de participar d a i m pl a nta;;ao do Sesp23 na Amazonia e no Va le do Rio Doce , para viabi lizar a extra;;ao d e materiais estrateg icos a i nd ustria bel ica ; e a de d esenvolver atividades d e coopera;;ao tecn ica e fina nceira com escolas e servi;;os de enfermage m , de modo a reassumir a lidera n;;a do campo e contribuir para legitimar a presen;;a estra ngeira no interior do a parelho d e Estado. E, em janeiro seg u i nte Carrie H a nsen Reno foi contratad a para assistir ClK (Bastos, 199, p. 45 3). Ta is provi d e n c i a s , comentadas pela preside nte d a Aned b , provocara m comentarios desfavorave is d e m e m b ros d a d i retoria , como Marina Bandeira de Ol iveira , que lastimou que 0 Brasil ainda nao dispusesse de enfermeiras consideradas pelas autoridades como capazes de prestar assessoria ao M i n isterio de Educa;;ao e S a u d e ( M E S )24 .

Apos vi nte a nos de a usenci a , C l K encontrou u m pa nora m a rad i ca l me nte d iferente daqueles pri meiros tempos da M issao Parsons. Os enfermeiros praticos, q u e se h avia pensado deveri a m ser progressiva mente su bstitu idos pelas enfermeiras d i ploma d a s , haviam tratado de org a n izar-se sob a forma de sind icato controlado pelo Esta d o , 0 S i n d icato dos Enfermeiros Terrestres ( 1 933 ) , incorpora ndo-se a base popu lar do governo Varga s , para ass i m fazer frente as e nfermeiras d i plomadas .

Alem do mais, a EAN , por ela organizada e q u e , devido a for;;a pol itica da M issao Parsons/ F u n d a;;ao Rockfeller fora i nstitu ida como escola-padrao e i nsta l a d a n a U n iversidade do Bra s i l d u ra nte a gestao d e Bertha P u l l e n , esta ndo desti nada a ser u m n u cl eo d e d ifusao dos idea is a merica nos , m u d a ra rad ica lmente sua posi;;ao no jogo pol itico , a l i a ndo-se a I g reja e ao proprio governo Va rgas, no i n icio do Estado N OV025. Alias, meses a ntes d e sua chegada havia ocorrido, em mar;;o de 1 94 2 , 0 reconhecimento/equ i para;;ao simulta neo das primeiras tres escolas criadas a pos a EAN , todas tres escolas cato l icas (Baptista; Barreira, 199, p.12-13).

E m varias oportu nidades C l K man ifestou 0 ponto d e vista d e q u e esta riam sendo reco n hecidas E E cujo padrao, nao correspond eria ao Padrao Anna N e ry : em seu d iscurso n a reu niao d e chefes de 30/6/42 ela d eclarou q u e "( .. . ) a l g u ma coisa aconteceu q u e a enfermagem perd e u a l g u m d e seu prestigio"26 ; na reu n i ao d e chefe s , d e 1 5/2/4 3 , fa lou sobre comentarios "que vem em desprestigio para as escolas de enfermagem" , s a l i entando que tod as as medidas a serem tomadas deveri a m agora "cogitar d e todas as futuras escol as"27 .

E sta ndo no B ras i l , C l K recebeu ordens para representar a ANA n o 1 0 Congresso Pan­ Americano de Enferm a g e m , rea l izado em Sa ntiago do C h i l e , em 1 94 2 , q u a n d o se d i scutiria a cria;;ao de u m a Federa;;ao Pa n-America na de E nferm a g e m , estrategica para 0 fortalecimento da enfermagem a merica na no p l a n o i ntern acion a l . Apesar de seu i n s u cesso em i ntervir nos assu ntos da EAN28, a ntes de regressar aos E UA, C l K foi s a u d ad a , d u ra nte a 3a S e m a n a d a E nferm e i ra , p e l o d r. E u rico Villela , e m termos l a u d atorios : " ( .. . ) esta fi l h a d as Americas q u e , s e n d o d o norte, parece d o s u i ( ... ) u ma fil h a da patri a , n a o u m a estra n h a , u m a America n a B ra s i l e i ra ( . . . ). Q u erida mestra , 0 cora;;ao agradecido d a fa m il i a d a EAN ( . . . ) q uer, honrando

(6)

o movimento associativo . .

vossa terra e vossa gente, termi n a r entoando 0 h i n o d e vossa patri a"29 . Ta l d iscu rso reflete a polariza;;ao dos senti mentos e o p i n ioes dos bras i l e i ros, em rela;;ao a g rande potencia do norte POlS

: em contra

a rtid a , era forte a tensao existente na com u n idade cat61 ica , face a p resen;;a macl;;a dos amencanos no Brasil e sua penetra;;ao em espa;;os nos quais a Igreja vinha ma ntendo sua hegemo nia ha secu los .

N este senti d o , e reveladora a ca rta q u e 0 padre Alvaro Negromonte d irig i u a C l K , ao saber de sua p r6xima partida para os E U A . Ao tempo em que 0 entao ca pelao d a E E Ca rlos Chagas exalta seu comporta mento d e res peito e acata mento as praticas rel i g iosas cat6 1 icas, faz declara;;oes contu ndentes como: " N i ng u e m ig nora q u e u m dos ma iores 6bices a aceita;;ao dos norte-america nos entre n6s, e a i nfi ltra;;ao protesta nte . Os pastores e m issionarios protestantes que vem dos EUA d ificultam enormemente 0 entend i mento dos dois povos . A nossa gente identifica : norte-a merica no e p rotesta nte ( . . . ) exig i mos q u e respeitem a rel i g i a o cat6 1 i ca , q u e e a rel i g iao de 95% d o povo bra s i l e i ro ( . . . ) mas t e m o bastante q u e nem todos procedam desta forma"30 . Oeste mod o , os o bstacu los a coopera;;ao Brasil-Estados U n idos era m nao some nte de fu ndo pol itico mas tambem doutrinario.

Outra frente de penetra;;ao a merica n a foi aberta por C l a ra C u rtis , enfermeira de saude p u b l i c a , ex-integrante d a M issao Parsons , agora convid ada a repetir 0 tra b a l h o rea l izado por EP, ou sej a , reorgan izar os servi;;os de s a u d e e u ma escola de enfermagem no Rio de J a n e i ro , mas agora n o ambito da Prefeitura do Distrito Federal ( P D F ) . Entrementes, 0 servi;;o de enfermeiras de saude publica implantado par E P, na decada de 20, e desde sua partida sob a su perintendencia de E M F, havia sido desmonta d o . Pri m e i ro porq u e as enfermeiras fed era i s , que t i n h a m como campo de atua;;ao a cidade do Rio d e J a n e i ro , a partir de 1 93 3 , passara m a atuar em todo 0 territ6rio nacional , esvaziando 0 servi;;o do O F e come;;ando a treinar visitadoras sanitarias para as secretarias esta d u a i s d e s a u d e , d i retriz esta tota lme nte contra ria a fi losofia d e tra balho d a M issao Parso n s . E d epois porq u e , n o s a nos 3 0 , as enfermeiras de s a u d e p u b l ica havia m side distribu idas entre os novos centros de saude e 0 sevi;;o de enfermagem federal fora desmembrado, fica ndo afeto ao M E S a penas a parte norm ativa , sendo a parte executiva transferida a P D F, ju nto com a rede de centros d e s a u d e e os hospitais federa is (Barreira, 199, p. 135 - 136).

Clara C u rtis teria como ponto de a po i o n essa m issao ZCV, ex-a l u n a de ClK e que logo foi por ela selecionada para u ma bolsa d e estudos nos EUN1 . Antes dessa viag e m , as d uas trabalharam d u rante dois meses em u m curso de emergencia de guerra32 no progra ma de saude e saneamento do Val e do Rio Doce ( E S ) . E leita pres idente da Aned b , por u m periodo d e dois a nos, a come;;ar em setembro de 1 94 3 , ZCV l i cenciou-se em novembro seg u i nte, ate mar;;o de 1 944, quando reass u m i u a presidenci a . Foi entao designada para , ju ntamente com Clara C u rtis, Aime Shaw Wells e Mira bel Smith Ferreira Jarge33 i ntegrar a comissa034 encarregada de elaborar o reg imento i nterne e 0 programa de estudo da Escola de E nfermei ras da PD F35, da q u a l seria a futura d i retora .

E ainda outra escola seria criada em N iter6 i , capital do estado do Rio, exata mente no d i a do aniversario nata l fcio de Getu lio Vargas ( 1 9 de a bril de 1 944 ) , patrocinada por d . Darcy Vargas, 1 a d a m a do pais e pres idente d a l BA% A base d e sustenta;;ao da Escola do Estado do Rio foi o governo do estado e a l BA, q u e manejava vu ltosas verbas, e tambem 0 Sesp, financiado pelo governo american037 (Fenandes, 196, p. 9- 13).

Antes d isso , l N R , como d i retora d a Escola Pad rao e , porta nto , preside nte do Conselho de E nfermagem do M ES38 , convocou as d i retoras de E E para a pri m e i ra d e u ma serie de conferencias para 0 estudo dos problemas nacionais de enfermagem, e q u e se caracterizaram pelo confronto de ideias entre 0 grupo d e E E q u e adotava m as d i retrizes da I g reja de c u n h o nacional ista e cristao e 0 g r u p o favoravel a u m a estreita coopera;;ao B rasil-EUA. A conferencia i n ici a l foi rea l izad a de 20 a 2 7 d e nove m b ro d e 1 94 3 , no Pavi lhao d e Aulas da EAN . Alem das representa ntes das oito E E existe ntes , t a m b e m co mparecera m chefes de 6rgaos centra is de enfermagem do D N S/ M E S e d a P D F, bem como professoras e chefes d e servi;;os. No entanto,

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BARR E IR A, I . de A. et a l .

n e n h u ma e nfermeira estra ngeira partic i po u . 0 vasto progra ma d everi a s e r a presentado por dezesseis expositora s , das q u a is pelo menos catorze se ca racterizava m por sua orienta;ao cat6l ica . L N R esta beleceu como d i retriz centra l para a d iscussao as necessldades nacionais de enfermagem e como conceito para nortea r os trabalhos, 0 d e q u e : Enfermagem e a fun;io

de assistir ao doente, defender a saide e a vida . Declarou ela tambem ser fi n a l i d a d e d o

Congresso a p o i a r 0 renascime nto d a Associa;ao Cat61 ica d e E nfermeiras, criada e m 1 92939

D u ra nte 0 desenvolvi mento dos trabalhos, madre Domineuc40 defendeu uma concep;ao d e escola de enfermagem no i nterior d a q u a l se formaria um ha bitus profissional de enfermeira "com je ito de frei ra" (GoSSI; 1989). 0 prog ra m a m i n i ma para as E E , a presentado por m a d re Domineuc, foi rejeitado por E M F, q u e o p i n o u exigir 0 assu nto d i scussao ponto por ponto e , referi ndo-se as E E norte-a merica n a s , foi d e parecer d e q u e n a o se deveria desprezar 80 a nos d e experiencia d e um pais com 240 m i l enferm e i ra s4 1 .

M enos de tres meses d e p o i s , u m a seg u n d a confere ncia foi rea liza d a , d e 1 1 a 1 8 d e fevereiro d e 1 94442 , com a partici pa;ao d a s d iretoras de E E e outras representantes, m a s agora com a presen;a das enfermeiras do l a ia/Sesp, Gertrude Hodgman43 (que em outu bro su bstitu ira C L K ) e C l a ra C u rtis . Os pontos centra is de d iscussao fora m os cursos de a u x i l i a res d e enfermagem e 0 curricu lo m inimo do curso de forma;ao de enfermeira s .

Aind a no m e s m o a n a foi rea l izad a , d e 2 5 a 3 0 d e setem bro, u m a tercei ra conferencia , cujo principal assu nto foi a i n d a 0 treina mento d e a u x i l i a res de e nfermagem. Participaram d esta conferencia as enfermeiras do l a i a , Clara Curtis e Ella H asenjaeger ( E H ) , esta ultima por sugestao de E M F. A 4a conferencia rea l izou-se de 5 a 1 0 de fevere iro de 1 94 5 , cujos debates fora m norteados pelos problemas relacionados a reg u la menta;ao d a profissao. Participaram d esta conferencia as enfermeiras do l a i a , Gertrude H o d g m a n e C l a ra C u rtis.

Ta m b e m em 1 944 , a n a d a reforma estatutaria que a lterou a d e n o m i n a;ao da entidade para AB E D 44 , q u ando a Associa;ao contava com a penas 60 s6cias q u ites , u m gru po de enfermeiras lideradas pela E E da U S P come;ou a mobil izar-se para a cria;ao de uma associa;ao esta d u a l a ut6noma . E de fato , no ana seg u i nte, 1 94 5 , foi criada a Abed de Sao Paulo, presidida por E M F, q u e conti n u ava a conta r com a assistencia d e E H45

De outra forma , as d i plomadas da turma pioneira da EE do H ospital Sao Paulo, l ideradas por madre Domi neuc46 , fu ndadora da escola e mem bro atua nte d a Associa;ao , e sob a prote;ao do cardeal a rcebispo do Rio d e J a ne iro , d . J ayme d e B a rros C a m a r a , mobil izaram-se para a cria;a o , em 1 944 , da U n iao d a s Relig iosas E nfermeiras do Bra s i l ( U re b ) , com sede na capital federa l . A nova entidade logo tratou d e fortalecer-se med ia nte s u a afi l i a;ao , no mesmo a n o , ao Comite I nternacional Cat61ico de E nfermeiras e Assistentes Med ico-Sociais (Ciciams)47 e , ainda em 1 944 promoveu 0 10 Congresso Nacional de E nfermeiras Religiosas, em Sao Paulo, presidido pelo cardeal arcebis po d esta cidade48 (Carvalho, 197, p. 4 1).

Deste mod o , 0 impacto da g u erra para enfermagem bra s i l e i ra parece ter sido maior no front i nterno do q u e 0 decorre nte de s u a participa;ao j u nto as for;as armadas na I ta l i a , q u e fo i bastante discreta , tanto na For;a Exped icionaria Brasileira ( F E B ) como na For;a Aerea Brasileira ( FAB) (Barreira, 2001, p. 18- 19).

Ao termino da guerra, e ao terminG do E stado N ovo, 0 bloco cat61ico era formado por sete

escolas de irmandades e apoiado pela d i retora da EAN : a L u iza de M a ri l lac e a do H ospital Sao Paulo, fu ndadas na d ecada d e 3 0 ; a do H o s p ita l Sao Vice nte d e P a u l o , em Goia n i a , a d e Sao Vicente d e P a u l o d e Forta leza , a H u go Werneck, d e Belo Horizonte , a N . S . das G ra;a s , no Recife e a Sao Francisco de Assi s , d e Sao L u is d o M a ra n h a o , criadas nos anos 40. Apoiadas pelo l a i a/Ses p era m a E E d a U S P, a d a PDF e a d o Estado d o Rio de J a neiro , em fase d e pla nej a m e nto . A E E d o Para , foi cri a d a sob os a u s p icios do governo estad u a l , no contexte do progra ma d e extra;ao da borracha e a p o i a d a pela O PAS . E havia d u a s escolas eva ngelica s , a m bas criadas na d ecada d e 30 no estad o d e G o i a s49 (Baptista; Barreira, 199, p . 13).

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o movimento associativo . . .

o EIXO RiO-sAo PAULO N O COMPASSO DA GUERRA FRIA

Na conj u ntura do pos-g uerra , a partir da derrota do nazifacismo , a nova polariza9ao E UA x U RS S a lterou 0 q u a d ro naciona l : os l i bera i s reivi nd icaram para si 0 papel d e d efensores d a democracia, acusando o s com u nistas de agitadores; estes , por s u a vez, passara m a d e n u nciar o i m peri a l ismo a merica na ( Ca vacante, 1 986, p . 1 24-1 2 5 ) .

M a d re D o m i n e u c , atenta a "separa�io em grupos, que se prenunciava" , a l e m de promover u m a a proxi ma9ao entre a UREB e a ABED, achando q u e "somente um congresso

de ambito nacional poderia unir as enfermeiras", empen hou-se no sentido d e q u e a EE do

Hospita l Sao Paulo a presentasse a ABED a proposta da prom09ao de um congresso naciona l , a ser rea lizado n o Rio d e J a n e i ro , e m setembro d e 1 94 5 , 0 q u e d e fato n a o ocorreu . E n q u a nto isto , em j u n h o de 1 946, a U reb tra nsferiu s u a sede para Sao P a u l o , o n d e rea l izou , ja no mes seg u i nte, o II Congresso Nacional de E nfermeiras Relig iosas , no q u a l foi d e l i berado que estas d everia m aderir a Abed e co la bora r com as enfermeiras secu lares. Em contra parti d a , a U RE B deveria caber u ma representa9ao oficial na A B E D (Cavalho, 191, p. 4 1 1- 4 18).

Em compensa9ao, d e 1 6 a 21 de j u l h o , no i nternato d a EAN ocorreu a 5a conferencia de d i retoras d e E E . A partici pa9ao de C l a ra C u rtis e E H , do l a ia/Sesp e de d u a s enfermeiras­ oficiais d a mari n h a a merica n a , refor9a ra m as pos i90es pro-a merica n a s , bem como a presen9a das irmas O l ive e Digna , d a U n iversidade Catol ica de Washi ngton/D . C . , fortal ecera m 0 bloco cato l ico . N esta confere ncia fora m d i scutidos temas como : a identida d e da e nferme i ra face a outras profissoes femininas, a participa9ao das alu nas de enfermagem na U N E e a sobrevivencia da revista Anais de Enfermagem. Tambem fora m retomados os debates d a 4a conferencia sobre curricu lo m i n i m o , os q u a is ensejaram u m co nfronto entre as posi90es d efendidas por madre Domineuc e E M F. D u ra nte a Semana d a E nfermagem de 1 946 , rea l izo u-se a 6a conferenci a , q u e embora u m ta nto esvazia d a , d i scutiu assu ntos relacionados a sele9ao e i n g resso n a s EE e d eta lhes da d istri b u i 9ao da carga honoraria do curriculo m in i m o .

E m outu bro d e 1 946 , E M F, presidente da se9ao S . P a u l o , e n v i o u a presidente da Abed , ZCV, u m convite para u m congresso de enfermagem , a ser rea lizado no a na seg u i nte, na E E da U S P, esta ndo 0 p rogra ma cientffico a cargo das d ivisoes de educa9ao e d e s a u d e p u b l ica da Abed . N o entanto , em d ezembro de 1 94 6 , LNR, em reu n iao d a d ivisao de educa9ao, protestou contra a exc l u sao da EAN dos prepa rativos do cong resso. De outro modo, q u a ndo se rea l izou em Sao P a u l o , e m mar90 d e 1 94 7 , 0 1 ° Congresso N acional d e E nfermag e m , promovido pel a AB E D - se9ao S P e pela E E d a U S P, sob a preside ncia de M ira bel S m ith Ferreira JorgeSO , 0 conclave, q u e contou com a partici pa9ao de 1 1 2 congressistas51 , teve como representa ntes da U R E B , m a d re D o m i n e u c (EE d o Hosp ita l Sao P a u l o ) e I r M a t h i l d e N i na (EE Lu iza d e Maril lac­ Rio) ( Carvalho, 1 976 , p . 3 7 1 -372 , p . 1 72 Nota nO 1 1 , p .409, 4 1 7-4 1 8 ) .

N o ca m po d a e nfermagem , 0 bloco a liado a pol ftica norte-a merican a tinha como veto res principais 0 S e s p , onde C l a ra C u rtis d irig iu 0 servi90 de enfermagem d u ra nte seis anos, com sede no R io de J a n e i ro , cuja atua9ao no M ES continuou a ser asseg u rad a , e ta mbem a EE da U S P, na cidade de Sao Paulo. Esta Escola tinha em sua d iretora uma defensora da cola bora9ao B ra s i l- E UA. S u a posi9ao foi por ela mesma expl icitada em 1 94 6 , no ed itoria l da revista An ais de E nfermagem "A nacionalidade da enermagem", em q u e defendia os princfpios universais d a profissao .

A reforma d o Estatuto d a Associa9ao rea lizou-se em 1 94652, na seg u n d a gestao de ZCv. a a nteprojeto foi ela borado por E M F e E H . A estrutura e 0 fu ncion a m e nto d a Abed sofrera m altera90es su bsta n c i a i s . A d i retoria passou a i n c l u i r as d ivisoes d e ed uca9ao e de saude p u b l i ca , as presidentes estad u a i s , a redatora da Reben e q u atro m e mbros eleitos pelas associad a s . Outros orgaos d a Associa9ao era m : 0 conselho fisca l e 0 d e l i berativo , n ucieos o u se90es estad u a i s e a Assembleia Gera l . E a prom09ao d e eventos foi incl u id a e ntre seus objetivos ( Cavalho, 1 976 , p . 34-35).

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BARR E IR A , I . d e A . et a ! .

Criara m-se 0 n ucleo d o D i strito Federal ( R i o de J a ne i ro ) , sob a presi d e ncia d e Rosaly Tabord a , d i pl o m a d a pel a EAN e a se;;ao Amazo n i a ( a bra ngendo os estados do AM , PA, MA e territorios federa i s ) , com sede em Belem do Para , cuja presidente e vice eram Tessie F. Williams e Carrie H a nson Reno Teixeira do l a ia/Sesp. A Comissao de I ntercambio C u ltura l e Profissional , teve como presidente C l a ra C u rtis , ta m b e m do l a ia/Sesp53 .

A A B E D d e S a o P a u l o m u d o u s u a d e n o m i n a;;ao para Abed-se;;ao S P, via b i l izando a m u d a n;;a d a revista Anais d e E nferm a g e m , org a o ofici a l d a Abed , para a q u e l a capita l , tendo como sede a E E da USP (Cavalho, 191, p. 311) e EMF como redatora-chefe da revista , ind icada pela presidente ZCv.

As comissoes preparatorias54 do congresso fora m i ntegradas por enfermei ras d e varias i nstitui;;oes de S . Pa u l o , sendo E H a presidente da Comissao de Program a . 0 temario a bra ngeu topicos como a forma;;ao d a enfermeira-chefe , a col abora;;ao das enfermeiras a merican a s , e o trabalho d e s a u d e p u b l ica rea l izado pelas tropas a merica nas no norte do Bra s i l . N a ocasiao foi deliberado q u e a A B E D deveria concorrer ao pleito para sed iar 0 Congresso Quadrienal d o I C N , a ser rea lizado e m 1 95 1 (Neiros, 198, p. 11- 14).

No enta nto , os antag o n i smos pers i stia m . Waleska Pa ixao (WP) , d i retora d a EE C a rlos Chagas e presidente da ABE D , se;;ao M i nas Gerais, enviou a Clara C u rtis uma carta q ueixando­ se do comportamento de EH d u ra nte 0 1 ° Congresso Nacional de E nfermage m . Seu protesto foi veemente: "Nao podemos admitir que brasileiras sejam desacatadas dentro de seu proprio pais, por uma estrangeira que, contrariando toda a poHtica de boa vizinhan;;a, os principios democraticos e a praxe adotada por suas companheiras, nos quer impor seus caprichos, com evidente viola;;ao da cotesia"55. Mas, a veemencia d e WP nao s u rtiu efe ito . Ao contra rio , as enfermeiras d o l a ia/Sesp , entre elas E H , fora m considera d a s socias honorarias d a Abed , em uma evidente d emonstra;;ao de prestlgio do gru po e de modo particular daquela assessora , cujo com portamento i nconveniente nao abalou seu conceito nem n a E E d a U S P, n e m n a AB E D , i nstitu i;;oes essas n a s q u a i s ela conti n u o u a dese m p e n h a r s e u s a ltos cargos .

o pri meiro congresso promovido pelo I C N a p6s a g u erra ocorreu nos E UA, e m m a i o d e 1 94756 e m Atl a ntic City, N e w Jersey. A d elega;;ao b rasi leira ao Congresso foi composta p o r 22 enfermeira s . EMF e E H fora m d isti n g u i d a s com i n d ica;;oes para partici par d os tra b a l hos do G ra n d e Conselho e e m comissoes do I C N . N este congresso, Ruth Kuehn, vice-pres i d e nte d a ANA retomou a d i scussao sobre a cria;;ao de u ma Federa;;ao I nter-America na de E nfermagem57 , com a fi n a l i d a d e d e promover 0 i n g resso d e associa;;oes nacionais lati no-a merica nas no I C N . N a co nferencia de E stolcolmo, d e 1 94958 , esta ndo a Abed nova mente representa d a por E M F (presidente) e EH (secretaria executiva ) , a m bas ind icadas para " I evar ava nte 0 projeto da Federa;;ao I nter-America na de Enfermagem", a proposta do Brasil de sediar 0 pr6ximo Congresso do ICN foi final mente aceita . N esta Conferencia , par pro posta da delega;;ao brasileira , foi aprovada a emenda ( escrita por E M F ) ao a rtigo 6° d a Declara ;;ao U n iversal dos D i reitos H u ma nos59 a q u a l , a l e m d e retirar das pessoas 0 d i reito d e d eci d i r sobre s u a propria situa;;a o , ia d e encontro aos preceitos da igreja cat6 l i ca , pri ncipa l m e nte no q u e se refere a q u estao da nata l i d a d e . Esta d ecisao d o l e N g e rou g ra n d e polem ica e ntre as associadas d a AB E D , l i deradas pelo b loco de orienta;;ao cat61ica60 A cria;;ao d e uma comissao, presidida por WP, para elaborar nova emend a , a s e r enca m i n hada a O N U , n a o teve maiores conseq uencias ( Cavalho, 1 976 , p . 286-2 8 7 , 409-4 1 0 , 409-426-409-427).

As EE conti n u ava m a se confi g u rar, cada vez mais, como espa;;os estrate g i cos n a ocupa;;ao do ca mpo d a educa;;ao e d a enferm a g e m . Org a n iza;;oes i nternacio n a i s , d e varias naturezas , se i nteressam em a poiar a cria;;ao ou 0 desenvolvi mento de E E e as escolas p u b l icas come;;avam a buscar seu espa;;o nas u n iversidades.

N o i medi ato pas-g u erra e ate 0 fi n a l d a decada d e 4 0 , fora m criadas seis novas escolas de E nfermage m , sendo q u a tro fin a nciadas pelo l a i a/Sesp e org a n izadas com a aju d a de

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o movimento associativo . . .

professoras d e enfermagem d a U S P : a E E d e M a n a u s , d e a d m i n istra;ao d i reta d o Ses p ; a E E d a U n iversidade d a B a h i a , cuja cria;ao esta i ntima mente relacionada a a bertura d o Hospita l d a s C l i n icas ; a E E do Recife; e a E E d e Porto Aleg re , e m d ezem bro d e 1 950 ( B astos , 1 996 , p . 457-459). Ta mbem a u mentou 0 contingente d a s E E cat6 1 icas com a E E Frei Eugenio, d e U beraba ( 1 94 8 ) ; a EE madre Maria Teodora , em Campinas ( 1 949); e a E E Cora;ao de Mari a , d e Sorocaba ( 1 950 ) .

Estes g ru pos d e enfermei ra s , a s cat6 1 icas e as a m erica n ista s , q u e se confro ntava m permanentemente, t i n h a m u m tra;o com u m , 0 a nticom u n ismo. N a o o bsta nte, nas E E havia q u em nao se a l i n hasse nesses bloco s . N a EAN , por exe m p l o , houve casos d e s u s pensoes de a l u nas envolvidas no movi me nto estud a n t i l (UN E), q u e motiva ra m protestos nos jornais e 0 assu nto foi ao DCE e ao Conselho d a U n ivers i d a d e d o B ra s i l61 . N o e nta nto , na A B E D estes grupos nao deti nham posi;oes q u e I h es d esse visibi lidade e porta nto suas vozes nao chegavam a se fazer ouvir.

Terminado 0 m a n dato d e ZCV e m 1 94 7 , a ss u m i u i nteri n a m ente a presidencia d a Associa;ao Marina Bandeira de Ol iveira , ate a elei;ao d e 1 948. N esta c u rta gestao rea l izou-se 0 2° Congresso Nacional de E nfermagem , no a u d it6rio do M E S no Rio d e J a n e i ro , em j u lho de 1 94 8 , com 0 lema : "Aumentar 0 numero de enfermeiras e contribuir para a saude mundial"; EH acu m u l o u as f u n ;oes de pres ide nte da comissao executiva e d e coordenadora do progra ma cientifico . No temario d estaca m-se assu ntos como 0 cuidado i ntegra l e cursos de p6s-grad ua;a o . Entre as participa ntes estra ngeiras compareceram q uatro enfermeiras do l a i a , entre e l a s , J o h a n n a Schwarte62 e i nc l u i n d o a mesma vice-presidente d a ANA, R u t h Kueh n , encarregada do assu nto da Federa;ao I nter-Americana de Enfermagem.

o n umero de recomenda;oes do Congresso, endere;adas ao governo federal evidencia a conj u ntura pol itica e o incipiente desenvolvi mento d a profissao: q u e 0 recon hecimento das E E passasse a ser atri bu i;ao do Conselho N acional d e E d u ca;ao/M E S e n a o da EAN ; q u e 0 M E S a m p l i asse a capacidade d a s E E e s e u poder d e atra ir ca ndidatas, para 0 q u e a man uten;ao d o internato era decisiva ; q u e 0 governo apoiasse a cria;ao de u m Conselho Superior d e Enfermagem. No plano i nternaciona l , no q u a l os d i versos gru pos d e i nteresse tin ham que se organ izar j urid icamente e tentar obter 0 maior n u mero poss ivel de adesoes das enfermeiras existentes, a Abed d ecid i u apoiar i nteg ra l mente a Fed era;ao I nter-Americana d e E nfermage m , a u x i l i a n d o assim, 0 desenvolvimento d o s pa ises latino-americanos e preparando-os para ingressar no I C N

(Neros, 198, p. 15- 1). Ta l resolu;ao e r a d e g r a n d e i nteresse d a ANA p o i s , ao a u mentar 0

n u mero d e associ a;oes mem bros afi l i a d a s ao I C N q u e acatasse s u a lid era n;a , estaria forta lecendo s u a base d e sustenta;ao neste Consel h o .

Como expressao do fracionamento d a com u n idade nacional de enfermeiras, d u rante 0 2° Congresso foi eleita a pri m e i ra d i retoria d a U n iao Cat6 1 ica d a s E nferm e i ras do Bra s i l ( Uceb ) , fu ndada meses a ntes p e l a U reb e afi l iada a U n iao M u nd i a l d a s Enfermeiras Cat6licas. L N R foi aclamada presidente d e honra e C e l i n a Viegas63 presidente d a U C E B (CaVa/ho, 197, p. 4 1). Ao fi n a l do 2° Congresso, em j u lho de 1 94 8 , E M F i n icia seu tercei ro m a n dato na Associa;ao, a i n d a como d i retora d a E E da U S P e conti n u a n d o a ter EH como secretaria executiva .

Como reflexo d a expansao das E E , s u rg i ra m 6rgaos l oca is d a A B E D : a se;ao da BA foi f u n d a d a em 1 94 8 , pelas professoras d a E E d a U n ivers i d a d e d a B a h i a , tendo como pri meira presidente Olga Verderese, ex-a l u na e professora da U S P ; a se;ao M G foi fundada em fevereiro de 1 94 8 , tendo como pri meira presi d e nte WP, d i retora da EE Carlos C h a g a s ; e a se;ao Goias foi criada d u ra nte a seman a da enfermagem d e 1 94 8 , sob a inspira;ao da irma Monica de Lima, d iretora d a E E S. Vice nte d e Pa u l o , s u a p ri me i ra presidente.

A pol itica exterior dos EUA, no q u e se refere ao plano i nternacional de coopera;ao tecnica , a partir d e 1 949 se expl icitou med ia nte u m p rogra m a d e q u atro pontos , referentes ao a poio a Organiza;ao das Na;oes U n idas (O N U ) , a recu pera;ao d a E u ropa d evastada pela g uerra , aos acordos comerciais e, por u ltimo, 0 Ponto IV: assistencia aos pa ises su b-desenvolvidos (Braga,

(11)

BARR E IR A , I . deA. et a l .

195 1, p . 1 13). N o 30 Congresso Naciona l d e E nferm a g e m , 0 s u perinte n d e nte do Sesp, E r n a n i B rag a , a presentou a j ustificativa i d eol6g ica d o progra m a , esc l a rece ndo q u e 0 m e s m o nao representava " u ma tentativa para i m por os m etod os e 0 capital norte-a merica no a outros povos" . Ao contrario , seu objetivo seria 0 d e "auxiliar os povos d e reg ioes atrasadas a desenvolver seus recu rsos natura is , a a u mentar s u a ca pacidade d e prod u yao e a mel horar seu padrao de vid a " .

Os fatores restritivos ao d esenvolvi mento do p rogra m a era m : 0 nacionalismo extremado , a

atitud e de a ntagonismo para com os tecn icos estrangeiros o u contra a i nversao de capitais estrangeiros , a fa lta d e tecnicos brasi l e i ros h a b i l itados e a fa lta d e menta l i d a d e capita l i sta , q u e faria c o m q u e os donos d o d i nh e i ro nao 0 e m p regassem para fi ns p ro d utivos e , s i m , n a especu layao imobiliaria ou financeira ou a i n d a enviando-o para fora do p a is (Braga, 1951, p.

115-1 115-1). Nao o bsta nte, no B rasi l , 0 Ponto I V foi alvo d e severas crfticas d e i ntelectua i s e pol iticos nacional ista s , a po ntado como i nstru mento de contro l e pol itico e i d eol6g ico dos EUA sobre 0

B rasil64. Contudo, a Abed colaborou com este org a n ismo, por i ntermed io de varias E E , i nclusive a d a U S P, q u e ofereceu q u atro cursos q u e prepararam 34 enfermeiras su l-a merica n a s , sendo d ezoito brasi l e i ras (CaValho, 191, p. 5 1).

o fa to e q u e , ao fin a l do governo D u tra , foi a provad a a lei do ensino de enfermagem ( Lei nO 775/4 9 ) . 0 a n te-projeto ( nO 92-Al48 ) que d e u origem a essa l e i foi estudado pela Divisao de E d u cayao d a Abed65, q u e 0 aceito u , exceto no assu nto d a criayao d e c u rsos d e enfermagem e d e a ux i l i a r d e enfermagem e m centros u n ivers itarios e facu l d a d es d e medici n a . Apesar d e algu mas d i l igencias d a ABE D , 0 projeto orig i n a l foi a provado, 0 q u e nao foi do agrado da ma ioria das EE i nseridas em u n iversidades (CaValho, 191, p. 13 1, 113). Ao contra rio, veio ao encontro dos anseios d essas escolas a cessayao d a exigencia de eq u i pa rayao d a s escolas ao "modelo ana 3!66 , passando a a utorizayao e ava l iayao d a s novas escolas a ser atri bu iyao do M ES e 0

recon heci mento afeto a Presidencia d a Rep u bl i ca . N o q u e se refere aos agentes concorrentes da enfermagem no campo da saude, a Lei 775 determinou a conversao dos cursos de enfermagem o bstetrica em c u rsos p a ra formayao de e nfer m e i ra s ou de a u x i l i a res de e n fe r m a g e m especi a l izadas para a assistencia obstetrica67 , 0 q u e nao d eixou d e s e r u m a vit6ria das enfermeiras .

A exigencia do curso sec u n d a rio co m p l eto para 0 i n g resso d e a l u nas nos cu rsos d e enfermagem, foi mitigada pelo prazo de carencia d e sete a nos , 0 q u e agradou a maior parte das d iretoras de escolas, receosas de uma d i m i n u iyao d a procu ra pelo curso (Pinheiro, 196, p. 439).

Ass i m , apesar de q u e os d i plomas de enfermeira fossem reg i strados na D i retoria de E n s i n o S u perior d o M E S , este estatuto e r a bastante q u estionave l .

No mesmo ano, n o mes d e novembro, realizou-se 0 3 0 Congresso Nacional d e Enfermagem, no Rio de J a n eiro, sob a presidencia d e E M F, tendo como secreta ria executiva E H . Nele fora m d i scutidos os pad roes m i n i mos para as E E a l uz d a Lei 775 e 0 plano S alte (sa u d e , a l i mentayao , tra n s porte e energ i a ) , do governo D u tra , a presentado pelo s u peri nte n d ente d o Ses p . N este Congresso foi p restada u m a homenagem ao S e s p , n a s pessoas do dr M a rco l i no C a n d a u , s u perinte n d ente gera l , d o d r. Eugene C a m pb e l l e d a sra C l a ra C u rt i s , su perintendente d e enfermagem ( Neiros, 1 982 , p . 1 8 ) .

o fl uxo d e criayao d e seyoes esta d u a i s d a Abed conti n u ava : a ntes do evento havia side cri a d a a seyao Pern a m b u co (6/8/4 9 ) , tendo como pri m e i ra p res idente a irma L i d i a d e Pa iva L u n a , d i retora da EE N . S . das G raya s ; d u ra nte 0 evento foi criada a seyao estad o do Rio , por i n iciativa d e Aurora de Afonso Costa , d i retora d a EE do Estad o d o Rio, fica ndo M a ri eta M a rch como presidente em exerc icio. Em 1 95 0 , fora m criadas a s seg u i ntes seyoes : do Rio Grande do Sui, ao contrario das demais, foi criada antes da fu ndayao d a E E d e Porto Alegre (a q u a l s6 viria a ocorrer no ana seg u i nte) ; a seyao Amazonas (desmem brada d a antiga seyao Amaz6 n i a , q u e passou a co nstit u i r a seyao Para ) , a poiad a pel a E E d e M a n a u s , e q u e teve como pri meira pres idente Rosaly Ta borda e u m a d i retoria d e enfermeira s d o Sesp (CaValho, 191, p. 102,

108).

(12)

o movimento associativo .. .

E m j u l ho d e 1 950 fa leceu L N R , a i n d a como d i retora d a EAN , a p6s u m a gestao de onze a nos e m e i o , sendo s u bstitu ida por Waleska Paixao, sua assistente e d i s c i p u l a , desde os tem pos da Escola C a rlos Chagas e principal mente sua conti n u a dora . Ta nto q u e , a percep9ao da casa foi a d e que "tudo se processou como L N R ideal iza ra

( .. . "68.

Em dezembro de 1 950 realizou-se 0 4° Congresso Brasileiro de Enfermagem , em Sa lvador, com 0 lema Tra ba l h emos para forta lecer a Enfermagem nas Americas". Nos temas oficiais fora m d iscutidos os d e s d o b r a mentos d a nova l e i d o ensino 7 7 5/49 , 0 s u rg i m e nto das especialidades, a organiza9ao da enfermagem no n ivel internacional e 0 programa de coopera9ao Brasil-E UA. A secreta ria executiva do I C N , Dayse C. Bridges e a 2a vice, Catheri ne J . Densford , q u e havi a m com p a recido a u m a reu n iao em Sao P a u l o , com representa ntes de varios pa ises latino-americanos, p a ra d iscutir a cria9ao d e uma Fed era9ao S u i -America na no I C N , ta mbem verificaram as con d i 90es loca is para a rea l i za9ao do X Congresso do I C N , em 1 95 3 , conforme acerta d o . Na Assem b l e i a Geral foi a provado novo estatuto (Neia, 198, p. 2 1-24. Cavalho,

191, p. 313).

Ao fi n a l desse Congresso, E M F encerra seu terceiro e u ltimo mandato na presidencia da Abed , somando u m total d e d ezesseis a nos d e exerc icio do poder maximo na Associa9a o . s e n d o entao su bstitu ida por Wales ka P a i x a o , q u e passa ass i m a d eter u m capita l cu ltura l a c u m u l a d o de d i retora d a EAN e de presidente da Abed , coisa q u e L N R n u nca p6d e a lcan;;ar. E no ana seg u i nte, com a volta aos EUA d e E H , desfaz-se a d u pla q u e , d u ra nte os u ltimos sete a nos havia d itado os ru mos da EE da U S P e da Abed .

N o plano nacio n a l , a n a;;ao esco l h e Vargas para ser nova mente presidente do B ra s i l , atraves d e elei�oes l ivres e honestas. Ass i m , Getu l i o volta ao poder nos bra�os do povo, para iniciar uma gestao fu nda menta l mente d iferente daquela do Estado Novo .

CONSIDEACOES FINAlS

A Associa9ao do Governo d a s A l u n a s da EAN , sob a orie nta;;ao da M i ssao Parson s , constit u i u a matriz d a Associa9ao d e E nferme i ra s . E m s e u s prim6rd i os , as referencias oficiais da EAN fora m a s d a enfermagem a merica n a , tanto no q u e se refere ao ensino como a pratica assistencial ou associativa , a pesar da res istencia ou mesmo oposi;;ao aberta de parte de a l u nas e d i plomadas bra s i l e i ra s . No enta nto , a partir de 1 93 8 , no contexto da passagem da u ltima d iretora americana para a primeira d iretora d i plomada pela EAN , esta mud a rad ica l mente sua posi;;a o , d evido a u ma forte a l i a n9a com a I g reja cat61 ica e com 0 govern o .

A s E E , com s u a s prerrogativas d e leg iti mar 0 saber, de conferir capital cultura l , de desenvolver 0 sentimento de perten;;a a institui;;ao e de criar zonas de i nfluenci a , se constitu ira m como elementos cata lizadores d a v i d a associativa . Em s e u interior s e deli neava u m a h ierarq uia baseada no local de aquisi9ao d o ca pital cu ltural de cada su b-grupo, conforme sua proximidade com 0 mod elo norte-america no de enfermeira au de enfermagem idea l .

O s grupos d e enfermeiras brasileiras tomavam posi;;ao na piramide hierarq uica do ca mpo, de acordo com seu capital cultura l incorporado, manifestado sob a forma de distin9ao ou carisma , seu ca pita l objetivada e m pad roes d e con s u mo d e bens cu ltura i s e d e acordo com seu capita l cu ltural s i m b6 1 ico i nvestido em d i plomas e tftu los obtidos em u n iversidades dos EUA o u d o Canada , ou mesmo d iplomas merecedores d a chancela d e pad rao oficia l .

C o m a polariza;;ao d a s posi;;oes, d ecorrentes d o estado de g uerra e d a atua;;ao m i l ita r, pol ftica e econ6m ica d os EUA no Brasi l , a p resen9a d e enfermeiras a merica nas nos anos 4 0 , como age ntes do l a i a/Sesp , acirraram os a ntago n i s mos no ca mpo d a enfermagem , q u e s e d ivid i u em g ru pos rivais: - E E de ordens relig iosas ou de orienta;;ao cat6lica, lideradas p e l a EAN da U B ; e - EE e seNi90s federais de saude q u e concentravam recursos e facilidades financiados pelas agencias a merica nas, lid erad as pel a E E da U S P, que se constitu fra m desde logo e m u m padrao conco rrente ao padrao Anna N e ry, com i mporta ntes repercuss6es para a Associa9ao.

(13)

BARR E IR A, I . d e A . et a l .

A s l utas p e l a ocu pa;ao do ca m po e ntre esses gru pos o u entre fra;6es d e l e s tiveram como elementos d ecisivos as d iretrizes e 0 respaldo das associa;6es i nternacionais de enfermagem (ICN e Ciciams).

As d ivergencias pol ftico-do utri narias exi stentes e ntre a presi dente d a Associ a;ao ( e d i retora d a E E d a U S P ) e a pres id ente do Conselho d e E nfermagem do M E S , m e m bro d a Divisao de Educa;ao da Abed (e d iretora d a EAN ) , a primeira positivista , feminista e american ista e a segunda, cat61ica fervorosa , defensora ativa das d i retrizes da I grej a , e naciona lista declarada , colocara m-nas e m posi;6es antagonicas n o ca m po d a e nferm a g e m . N a o obsta nte , s u a articu la;ao c o m o porta vozes d e g ru pos riva i s , e m torno de objetivos profissionais com u n s , permitiu avan;os n o processo de i nstitucionaliza;ao da enfermagem e contribuiu para a redefin i;ao da identidade profissional da enfermeira brasi l e i ra .

ABSTRACT: The present study i s a socio-historical research . It discusses the association of trai ned n urses in Brazil , which was represented by o p po nent gro u p s , and the struggle of these grou p s i n i ntroducing their positions a n d viewpoi nts i n the professional organ izations. The investigatio n focuses the period of time between the fou ndation of the Brazi l i a n Association of N ursing (AB E n ) , in 1 926, u ntil the first h a lf of the twentieth century. Despite the political and doctri nal levels, which g uided n ursing strateg ies to fortify their positi o n s i n t h i s enviro n ment, the articulation of o p ponent grou ps i n the ach ievement of co m mon professio n a l o bjectives pro m oted the reg u l ation and redefi n ition of the n urs i n g profession .

KEWORDS: n ursing h i story, n ursing profession , Brazi l .

RESUM E N : S e trata d e u n a i nvestigacion h istorico-socia l , donde se d iscute e l proceso d e org a n izacion de las enfermeras d i p lomadas bra s i leias e n gru pos com petidores y sus luchas por l a i mposicion de ciertas visiones de m u ndo a las d irectrices de l a vida asociativa . E I estud io abarca el periodo desde la fu ndacion de la actual Asociacion Brasi leia de E nfermeria (Aben ) , en 1 92 6 , hasta l a m itad

del siglo. A pesar de las d ivergencias pol iticas y doctri n aria s , que orientab a n las estrateg i a s de

ocupacion del campo de enfermeria , l a a rticu lacion de los gru pos riva les con objetivos profesiona les com u nes perm itio avances sign ificativos en la i n stitucionalizacion de la enfermeria y contri buyo a la n ueva defi n icion de la identidad de l a enfermera brasileia .

PALABRAS C LAVE: h istoria de la enfermeria , profesion de enfermeria , Brasil

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NOTAS

5 12 de agosto de 1926 - Assoia;ao Nacional de Enfermeiras Dplomadas (Ane); 1 de junho

de 1929 - Associa;ao Naional de Enfermeiras Diplomadas Bras/leiras (Anedb); 7 de agosto de 1944 - Assoia;ao Bras/leira de Enfermeras Diplomadas (Abe); 2 1 de agosto de 1954 - Associa;ao Brasileira de Enfermagem.

6 A primeira diretoria da Agia foi composta por: L uiza de Barros Thenn pres/dente), Olga Campos Sainas (secretaia) e Lais Netto dos Reys (tesoureira) (Coelho, 199, p. 196).

1 Estatuto da Agia, de 5 de maio de 1927 CDIEEA, cx 1, doc. 75

8 cata da diretora da EA, Betha Pullen, de 20712, a pres/dente da Agia. CDIEEA, cx 1, doc. 25

9 'Those of the lass of 1925 who are st/II in Rio de Janeio are organizing a al umnae association ':

CDIEEA, Relatorio diretoras (1923- 192), p. 23 a (1925). cx, doc .

10 cinco das diplomadas de cada uma das duas primeiras turmas foram contempladas com

bolsas da FR para fazer estudos pos-graduados nos EUA. CDIEEA, serie Relatorios Diretoras, 1923- 1927

11 jonal "0 Globo '; de 8 e 91130: 'ls alunas da Escola Anna Ney e as chefes ameicanas '; "Enfermeiras de Saude Pubica " e "0 servi;o de enfermeiras da Saude Publica: um apelo ao dr Getulio Vargas':

12 Estatuto da Anedb, de 192. Original no Arquivo Histoico da Aben. Copia no CDIEEA, cx 2 1, doc. 18.

13 EP elaborou 0 ante-pojeto que deu oigem ao Dec. 20 10913 1, 0 qual insluiu a EAN como

oicial padrao para cia;ao e reconhecimento de outras escolas de enfermagem no Bras/I CDIEEA, cx 3, doc. 19.

14 em 193, foi inaugurada a pimeira EE de oienta;ao catolica, a EE Calos Chagas, em Belo Horizonte.

15 depoimento de Betha Pullen, em 4 de setembro de 197. CDIEEA, serie diretoas, cx Pullen, doc. 16; documento produzido durante sua vinda para 0 28° Congresso Brasileiro de Enfermagem.

16 do ingles seniority, que signifca respeitabil/dade, em termos de posi;ao socia, como oigem

fam/lia, rela;oes sociais, fotuna, etc.

11 no primeiro mandato de Be1ha Pullen na dire;ao da EA, sendo LNR chefe do servi;o de enfermagem do hosptal Sao Sebastiao (DNSP) (Sauthier & Barreira, 1999, p. 146) e em seu segundo mandato, estando LNR comissionada para organizar a EE Calos Chagas (Barreira, 1999, p.

133-134).

18 tal pro v/dencia foi consider ada como de grande acance pela diretora da EAN pois, ao entregar alunas reigiosas aos cldados de uma escola leiga, a Igreja dava pova de grande confian;a na Escola, . CDIEEA, Relatoio da diretora, junho de 1939, p. 8.

19 CDIEEA, Relatoio da diretora, fe vereiro de 194, p. 5.

20 que havia estudado na EE do hosptal Samaitano e complementado seu curso na EA,

onde recebera 0 diploma de enfermeira, trabalhando entao no hosp/f. Sao Francisco de Ass/s,

como enfermeira da /asse , fol designada para servir na 6a regiao, em Sao Paulo em outubro

de 1939 (Base de dados Quem e quem na Historia da Enfermagem Bras/leira. Nuphebra/EEA).

21 Em 194 1, 0 Servi;o de Obras Sociais (SOS) e, a patir de 194, varios endere;os, na ao Rio Branco e na pres/dente Vargas.

22 A perda de poder e prestigio de EMF foipassageira plS, em janero de 194, ela fora posta

a d/sposi;ao do go veno do estado de Sao Paulo e seguira para os EUA, com bolsa da F, a fim de se preparar para dirigir a futura EE da USP (Carvalho, 198, p. 29-30).

23 Decreto-Iei n ° 4321, de 2 11514.

24 Arquivo Histoico da Aben. Livro de Atas nO 2, reuniao de 113143 V I E IR A, Therezinha Teixera. Caelogo Analitieo: Nexos EEANIABEn (1925- 1975), 1995. Copia no CDIEEAN Nao publicado.

(16)

o movimento associativo . . .

25 Sinal dos tempos era 0 fato de que agora no "ed/ficio de refeiyoes " do Intenato, havia

/ausura e capela para as alunas religiosas, local antes ocupado pelas integrantes da missao da F. CDIEEA, Relatorio da diretora, setembro de 1939, p. 1. (Teixeira, 199, p. 52; Barreira, 199, p. 138-139).

26 Discurso de CLK na reuniao de chefes do dia 301614. CDIEEA, serie diretoras, cx Kieninge.

27 Resumo da reuniao das chefes do dia 1512143. CDIEEA, cx 7, doc. 9.

28 dois anos apos 0 iniio do pojeto, em junho de 44, 0 laialSesp avalou negativamente 0

intercambio com a Anna Nery Schoo l , "a maior e melhor EE do Bras/!':' sendo esse racasso atribuido

ao antagonismo de sua diretora, foi de/dido que deveriam ser abetos outros canais de intercambio e cooperayao, com outras instuiyoes e I/deranyas (Barreira, 2001, p. 15).

29 Saudayao ponunciada, em 19 de maio de 194, pelo organizador do hospital . Franisco de Assis a epoca em que CL, como diretora da EA, organizou-o como campo de estagio da Escola. CDIEEA, cx 7, doc. .

30 Cata do padre Alvaro Negromonte a CLK Belo Hoizonte, 201814. CDIEEA, cx 85, doc. 10.

31 Catas de CLK a LN, de 2515143 e de LNR ao Reitor da UB, de 2715143. CDIEEA, cx 7,

doc. 6 e , 194.

1943. 32

Relatorio de ZC V atildades no Sesp, em Vitoria do Espinlo Santo. CDIEEA, cx 7, doc. ,

33 Tambem integravam a comissao varios medicos, diretores e chefes de serviyos.

34 Potaria n ° 11, de 2413144 do Secretario Geral de Saude e Assistencia da PDF 35 Criada pelo decreto-Iei nO 627, de 161214, depois EE Rachel Haddock L obo.

36 L egiao Brasleira de Assistencia, criada em 1944, para prestar assistencia as familias dos

soldados convocados para a guerra e que se tonou 0 principal orgao de assistenia social do

go veno (Cyrtynowicz, 2000, p. 80).

37 depoimento de Auora de Afonso Costa, la diretora dessa E, de 411018. Seie Histoia

Ora, dep. nO 3, CDIEEAN

38 instuldo pelo decreto 20 10913 1 e designado pelo ministro da educayao em 1942, "para

resolver 0 caso das equiparayoes e com a faculdade de estudar problemas de enfermagem ': Livo

de atas do Congresso para 0 estudo dos poblemas nacionais de enfermagem. Ata da la reuniao, de

2011114. CDIEEAN

39 Presentes quato das fundadoras dessa associayao: LN, Maria de Casto Pamphio, Olga

Lacote e Maria do Carmo Prado.

40 Livro de atas do Congresso para 0 estudo dos problemas naionais de enfermagem. CDI

EEA, 194.

41 Talvez dev/do a tao profundas divergencias e que LNR viesse a de/arar que "0 aumento de

capac/dade da EAN era maeria de defesa naiona. Relatono da diretora, ou/ 1943. CDIEEAN

42 cata da diretora da EAN ao ministro da educayao, datada de 141/44. CDIEEA, serie As Pioneiras: cx , doc. 1, ano 1944. Livro de Atas da 2a Reuniao de Diretoras para 0 Estudo dos

Problemas Nac/onais de Enfermagem, 11 a 18 de fevereiro de 194.

43 Em 1943, 0 laialSesp, ofereceu a Anedb uma sala alugada. Como as enfermeiras

americanas, pelo estatuto em vigor nao poderiam ser soias contibuintes, foi aprovada a po posta de que elas fossem consideradas socias honorarias. No entanto, em reuniao extraordinaia, LNR reabriu a discussao do assunto, opinando que a Associayao nao de veria aceitar tal oferecimento, mas sua po posta foi rejeitada. Reuniao ordinaia de outl43, pres/d/da por ZC V (Arquivo Historico da

Aben. Livro de Atas nO , 194 1).

4 denominayao que prevaleceria ae 195.

45 Anais de Enfermagem, v, n O , ju., 1951, p. 268 (Noticias e comentaios) e Reben, ano 26,

nO , out/de. , 197, p. 532-533. In memoiam (Amalia Correia de Carvalho).

46 Nome religioso de Jeanne Josephine Roque!, da congregayao das rs Franciscanas

Missionarias de Maria, que fez curso de enfermagem no Comlle Nacional de Defesa Contra a Tuberculose, em Paris, ve/o atuar no Bras/l em 1935 e teve seu dploma re val/dado em 1939, pela EA, sendo diretora LN. CDIEEA, Livro de Registro de Re validayao de Diplomas.

47 fundado em 1928 e que realizara seu primeiro congresso na Franya, em. 1933 (Carvalho,

197, p. 4 16), na c/dade L ourdes, centro de peregrinayao dos catolcos.

48 Em 1946 a sede da Ureb foi transfeida para Sao Paulo (Carvalho, 197, p. 4 1 7).

49 As confissoes evangelcas reagiram ao avanyo das escolas catolicas, abrindo em 1933

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