• Nenhum resultado encontrado

Incidência e fatores de risco de diarréia e infecções respiratórias agudas em comunidades urbanas de Pernambuco, Brasil.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Incidência e fatores de risco de diarréia e infecções respiratórias agudas em comunidades urbanas de Pernambuco, Brasil."

Copied!
9
0
0

Texto

(1)

Incidência e fat ores de risco de diarréia

e infecções respiratórias agudas em comunidades

urbanas de Pernambuco, Brasil

Incid e nce and risks facto rs fo r d iarrho e a

and acute re sp irato ry infe ctio ns in urb an

co mmunitie s o f Pe rnamb uco , Brazil

1 Liverp ool Sch ool of Trop ica l M ed icin e. Pem b rok e Pla ce L3 5QA, En gla n d .

2 Health Policy Un it, Lon d on Sch ool of Hygien e a n d Trop ica l M ed icin e. Kep p el St reet W C1E 7H T, Lon d on , En gla n d . 3 Fu n d ação d e Saú d e d e Olin d a . Ru a d o Sol 411, Olin d a , PE, 53120- 011, Bra sil. 4 In stitu to M atern o-In fan til d e Pern a m b u co (IM IP). Ru a d os Coelh os 300, Recife, PE, 50070- 500, Bra sil. 5 N ú cleo d e Pós-Grad u ação em M ed icin a , Un iv ersid a d e Fed era l d e Sergip e. Ru a Sen a d or Rollem b erg 550/601, Ara ca ju , SE 49015- 120, Bra sil. M . Lu isa Vá z q u ez 1 M a rio M osq u era 2 Lu ís E. Cu ev a s 1

Elia n e Siq u eira Gon z á lez 3,4 Id a C. Leit e Vera s 4

Eleon ora Oliv eira d a Lu z 4 M a la q u ia s Ba t ist a Filh o 4 Rica rd o Q. Gu rgel 5

Abst ract M a gn it u d e a n d d ist rib u t ion of Dia rrh oea a n d Acu t e Resp ira t ory In fect ion s (ARI) in ch ild ren w ere st u d ied w it h in a la rger resea rch t h a t focu sed on h ea lt h ed u ca t ion . Tw o h ou seh old su rv eys w ere con d u ct ed in a sa m p le of fa m ilies w it h a t lea st on e ch ild u n d er fiv e yea rs of Recife a n d Olin d a in Ap ril-M a y 1992 a n d 1994. Th e t ot a l n u m ber of ch ild ren st u d ied w a s 5436. Th e es-t im aes-t ed ad ju ses-t ed an n u al in cid en ce raes-t e (AAIR) of d iarrh oea w as 2.7 ep isod es p er ch ild . Th e es-t w o-w eek in cid en ce ra t e of d ia rrh oea o-w a s 10.2% for b ot h yea rs. Risk fa ct ors a ssocia t ed o-w it h h igh er in cid en ce of d iarrh oea w ere age (u n d er t w o years), lack of san it at ion facilit ies an d t h e absen ce of elect ric a p p lia n ces in t h e h ou seh old . Th e est im a t ed AAIR of ARI w a s 9.5 ep isod es p er ch ild . Th e t w o- w eek in cid en ce ra t e of ARI w a s 41.0% in 1992 a n d 32.6% in 1994. M a jorit y of ARI a ffect ed t h e h igh resp ira t ory t ra ck (75.9%). T h e on ly fa ct or con sist en t ly a ssocia t ed w it h a h igh er risk of ARI w a s a ge (u n d er t h ree yea rs). St u d y resu lt s in d ica t e t h a t b ot h p a t h ologies a re st ill a n im p or-tan t h ealth p roblem for ch ild ren u n d er five in Pern am bu co. In p articu lar, in th e case of d iarrh oea t h e n eed for im p rov in g t h e a ccess t o b a sic serv ices, su ch a s w a t er su p p ly a n d sew era ge syst em is u rgen t ly n eed ed .

Key words Dia rrh ea ; Resp ira t ory Tra ct In fect ion s; In cid en ce; Risk Fact ors; Ep id em iology

Resumo Em est u d o d e in t erv en çã o ed u ca t iv a sob re d ia rréia e in fecções resp ira t ória s a gu d a s (IRA) n o s M u n i cí p i o s d e Oli n d a e Reci f e, rea li z a ra m - se d u a s p esq u i sa s d o m i ci li a res em u m a a m ost ra d e fa m ília s, com p elo m en os u m a cria n ça a b a ix o d e cin co a n os, em a b ril- m a io d e 1992 e 1994. Foram est u d ad as 5.436 crian ças. A in cid ên cia an u al corrigid a (IAC) d e d iarréia foi d e 2,7 ep isód ios p or cria n ça /a n o, com u m a in cid ên cia d e 10,2% n a s d u a s sem a n a s p rév ia s a o in q u éri-t o, eséri-t á vel p a ra 1992 e 1994. Os fa éri-t ores a ssocia d os d e form a con séri-t a n éri-t e a u m m a ior risco d e d ia r-réi a f o ra m a i d a d e d a cri a n ça a b a i x o d e d o i s a n o s, a u sên ci a d e sa n ea m en t o b á si co e d e ele-t rod om ésele-t icos n o d om icílio. IAC d e IRA foi d e 9,5 ep isód ios p or cria n ça /a n o. A in cid ên cia d e IRA foi d e 41,0% em 1992 e d e 32,6% em 1994, sen d o a m aioria d e v ias resp irat órias alt as (75,9%). Só o fa t or b a ix a id a d e m ost rou a ssocia çã o com o m a ior risco d e IRA. Os resu lt a d os in d ica m a im -p ort â n cia q u e a m b a s -p a t ologia s a in d a t êm n a sa ú d e d a s cria n ça s m en ores d e cin co a n os, e, n o ca so d a d ia rréia , a n ecessid a d e u rgen t e d e a m p lia r a cob ert u ra d os serv iços b á sicos v isa n d o a o im p act o n a red u ção d a in cid ên cia.

(2)

Introdução

As d ia rréia s e in fecçõ es resp ira tó ria s a gu d a s con tin u am sen do as p rin cip ais cau sas de d oen -ça e m otivo d e con su lta d os m en ores d e cin co a n o s n o s p a íses em d esen vo lvim en to. A a sso cia çã o d essa s p a to lo gia s co m o n ível só cio -econ ôm ico d a p op u lação tem sid o d en u n ciad a p o r d iverso s a u to res ( Victo ra et a l., 1989a ; Mon teiro et al., 1988).

Nos ú ltim os an os, tem ocorrid o u m d escen -so n a m ortalid ad e atrib u íd a a essas p atologias (Bern et al., 1992; Post et al., 1992; Victora et al., 1996; Gu rgel et al., n o p relo). Essa d im in u ição é p ossivelm en te d evid a a in terven ções esp ecí-ficas, sociais e d e saú d e, e n ão a u m a m elh oria n a s co n d içõ es só cio -eco n ô m ica s (Po st et a l., 1992; Victora et al., 1996), sen d o esse, tam b ém , p rovavelm en te o m otivo d e as taxas d e m orb id aid e esp ecíficas p ara tais p atologias ap resen -tarem u m a ten dên cia estável (Bern et al., 1992). Em b o ra a m a io ria d a s d o en ça s resp ira tó -ria s seja m leves, a im p o rtâ n cia resid e n o fa to d e au m en tarem o risco d e d oen ça resp iratória gra ve, já q u e p o d em p red isp o r a cria n ça à in -fecçã o d o tra to resp ira tório in ferior (Gra h a m , 1990).

No Brasil, as gran d es d esigu ald ad es sócio-eco n ô m ica s, p a rticu la rm en te n a regiã o No r-d este, refletem -se n o im p ortan te p ap el q u e as d o en ça s in feccio sa s, em esp ecia l a d ia rréia a gu d a e a in fecçã o resp ira tó ria a gu d a (IRA), ain da con servam com o cau sa de doen ça e m or-te n essas crian ças, ap esar d as m u d an ças sign i-fica tiva s q u e estã o ocorren d o n o p erfil ep id e-m iológico d a e-m orb i-e-m ortalid ad e n os e-m en ores d e cin co an os.

Esses resu lta d os rep resen ta m p a rte d e u m estu d o m a io r d e in ter ven çã o ed u ca tiva so b re d iarréia e IRA, d esen volvid o em com u n id ad es urban as de baixa ren da dos Mun icíp ios de Olin -d a e Recife, en tre n ovem b ro -d e 1991 e m aio -d e 1994 (Vázq u ez et al., 1996). Os d ad os referem -se à a va lia çã o d a m a gn itu d e e d istrib u içã o d a d iarréia e d a in fecção resp iratória agu d as n es-sas p op u lações.

M et odologia

Realizaram -se d ois in qu éritos d om iciliares, p or m eio d e en trevistas com qu estion ário, em u m a am ostra d e d u as m il fam ílias com p elo m en os u m a crian ça m en or d e cin co an os. O tam an h o d a a m o stra fo i d eterm in a d o em ra zã o d a fre -q ü ên cia esp era d a d e d ia rréia , -q u e, em o u tro s estu d os, era d e 15% a 20% (Ben ício et al., 1992; Victora et al., 1988; Barros & Victora, 1989; Rü

c-kert, 1990), e d o n ú m ero d e crian ças ab aixo d e cin co an os esp erad o p or fam ília: 1,5 (Rü ckert, 1990).

A á rea d e estu d o co n stitu ía -se p o r q u a tro com u n id ad es u rb an as d e b aixa ren d a n os Mu -n icíp io s d e Oli-n d a e Recife. As co m u -n id a d es fo ra m esco lh id a s p o r su a s ca ra cterística s só -cio-econ ôm ica s, p ela p resen ça d e serviços d e sa ú d e e p elo p ro gra m a d e a gen tes co m u n itá -rios, a fim d e form ar d ois p ares d e in terven ção e co n tro le p a ra a a va lia çã o d o im p a cto d a in -terven ção ed u cativa. O u n iverso era com p osto p ela s 6.700 ca sa s d a s q u a tro co m u n id a d es; o n ú m ero fo i estim a d o co m b a se n o cen so d a Fu n d a çã o In stitu to Bra sileiro d e Geo gra fia e Estatística (FIBGE, 1991) e a u n id ad e d e estu d o foi a fam ília. O tam an h o d a am ostra foi p rop or-cion al ao n ú m ero d e casas d e cad a com u n id ad e, e a seleção, feita ad e form a sistem ática, sen -d o en trevista-d a ca-d a terceira casa, com crian ça abaixo de cin co an os. O tam an ho fin al da am os-tra foi d e 1.849 fam ílias n o p rim eiro in qu érito e 1.977 fa m ília s n o segu n d o, co m 2.646 e 2.790 cria n ça s m en o res d e cin co a n o s, resp ectiva -m en te.

O in q u érito fo i rea liza d o n o s m eses d e ab ril-m aio d e 1992 e 1994, corresp on d en tes ao in ício d a ép o ca d a ch u va , q u a n d o se esp era m a io r in cid ên cia d e d ia rréia . O q u estio n á r io p relim in ar foi elab orad o ten d o com o b ase p es-q u isa s a n teriores rea liza d a s em com u n id a d es d e b aixa ren d a em São Pau lo (Rü ckert, 1990) e Nicarágu a (Vázqu ez & Mosqu era, 1994). As en -tre vista s fo ra m fe ita s p o r p e sso a s d a p ró p ria com u n id a d e, q u e receb era m u m trein a m en to in ten sivo, o q u a l in clu ía o p reen ch im en to d e três en trevistas d e p rova, com os segu in tes cri-tério s d e seleçã o : ter co n clu íd o a q u a rta série d o p rim eiro grau e n ão ser fu n cion ário d e ser-viço d e sa ú d e (p a ra evita r a in d u çã o d a s res-p ostas).

Os en trevista d o res tra b a lh a va m so b a su -p ervisão d e -p essoal d a área d e saú d e, qu e tin h a o p ap el d e garan tir a qu alid ad e d as en trevistas. Co m este fim , o s su p er viso res en trevista ra m o u tra vez 22,8% e 25,0% d a s fa m ília s, resp ec-t iva m en ec-te, em ca d a in q u ériec-to, e verifico u -se u m a b oa con sistên cia in tern a.

(3)

Os fa to res d e risco a sso cia d o s co m m a io r freq ü ên cia d e d iarréia e IRA foram n ível sócio-eco n ô m ico (a va lia d o p o r m eio d e o cu p a çã o e esco la rid a d e d a m ã e e p resen ça d e eletro d o m ésticos), ab astecim en to d e águ a, san eam en -to e id ad e d a crian ça. As IRAs foram con sid era-d as em con ju n to p ara a an álise.

Utiliza n d o -se o p ro gra m a SPSS, crio u -se u m b an co d e d ad os p ara as in form ações ob ti-d as p elo in q u érito. A con tin u ação os ti-d ati-d os fo-ram lim p ad os d e in con sistên cias, u tilizan d o o m esm o p rogram a. O p rocessam en to d os d ad os foi feito em SPSS e d BaseIII+. Para an álise esta-tística , fez-se u so d o teste d o Qu i-Qu a d ra d o e d o risco relativo. Foi estab elecid o n ível d e sig-n ificâsig-n cia d e 5%.

Result ados

Diarréia

A in cid ên cia d a d iarréia n os m en ores d e cin co an os n as d u as sem an as an teriores ao in qu érito foi d e 10,2% em am b os os estu d os. Não h ou ve d iferen ça estatisticam en te sign ificativa n a in -cid ên cia d a d iarréia n as q u atro com u n id ad es, n em en tre os sexos.

A in cid ên cia an u al corrigid a e estim ad a in -cid ên cia an u al = in -cid ên cia d e 15 d ias/ p rop or-çã o a n u a l d e d ia rréia esp era d a n esses 15 d ia s ( WH O, 1989) fo i d e 2,7 e p isó d io s p o r cria n -ça / a n o (o va lo r fo i sim ila r q u a n d o ca lcu la d o com b ase n a p revalên cia n o d ia d o in q u érito). A p reva lên cia m o m en tâ n ea o u p ro p o rçã o d e cria n ça s m en ores d e cin co a n os q u e a p resen -tavam d iarréia n o d ia d a en trevista foi d e 3,4% em 1992 e 5,5% em 1994. A d u ra çã o m éd ia d a d iarréia foi d e três d ias. Essa m éd ia se m an teve n o estu d o d e 1994.

Dos ep isód ios d iarréicos n as d u as sem an as p révias ao in qu érito, 60% ocorreram em crian -ça s a b a ixo d e d o is a n o s. En co n tro u -se m a io r in cid ên cia d e d iarréia n os gru p os etários ab ai-xo d e d ois a n os (Figu ra 1a ), sen d o a d iferen ça co m o s gr u p o s a cim a d esta id a d e esta tistica -m en te sign ificativa (p <0,01). As ten d ên cias fo-ram sim ilares em am b os os estu d os.

Em 1992, segu n do a fon te de abastecim en to d e águ a, n ão h ou ve d iferen ça n a in cid ên cia d e d iarréia n as d u as ú ltim as sem an as, n em n o to-tal, n em qu an d o con sid erad os os b airros sep arad am en te. Por ou tro lad o, em 1994 a in cid ên cia d e d iarréia foi m aior (13,0%) en tre as crian -ças m oran d o em d om icílios com águ a en can ad a fora ad a casa, se com p araad a à in ciad ên cia en -tre aqu elas cu jos dom icílios se serviam de águ a en can ada den tro da casa (9,8%), sen do p <0,025.

Em a m b o s o s estu d o s, h o u ve u m a m en o r in cid ên cia d e d ia rréia n a q u ela s cria n ça s p er-ten cen tes a fa m ília s q u e d ecla ra ra m filtra r a água. Essa diferen ça foi estatisticam en te sign ifi-cativa em 1994 (p <0,01), com p aran d o-se com a in cidên cia n as crian ças qu e tom avam águ a sem filtrar (15,1%, con tra 9,1%). Não h ou ve d iferen -ça quan do com p arados os distin tos tip os de tra-tam en to d a águ a (fervid a, clorad a ou filtrad a).

Ob servou -se u m a correlação in versa en tre a existên cia n o d om icílio d e algu m tip o d e es-go ta m en to sa n itá rio e in cid ên cia d e d ia rréia (p <0,01) (Figu ra 2a ), e n ã o h o u ve d iferen ça q u a n d o a n a lisa d a segu n d o o tip o d e sa n ea -m en to (esgoto ou fossa) (p >0,1).

Fig ura 1

Incid ê ncia d e d iarré ia (a) e IRA (b ) p o r faixa e tária e ano (b arras = 95% I. C.).

0 %

5 10 15 20 25

1992

1994

48-59 idade (meses) 36-47

24-35 12-23

0-11

0 %

10 20 30 40 50 60

1992

1994

48-59 idade (meses) 36-47

24-35 12-23

0-11

1a

(4)

0 %

10 20 30 40 50

1992

1994

céu ab erto dispo sição de excretas fo ssa

esg o to

No to ca n te à rela çã o en tre ed u ca çã o d a m ã e e in cid ên cia d e d ia rréia , em 1992 viu -se q u e, q u an to m en or escolarid ad e, m aior a in ci-dên cia de diarréia (Figura 3a) (p <0,01). Em 1994, essa relação n ão ap arece.

Nã o h o u ve rela çã o en tre a o cu p a çã o d a m ãe e a in cid ên cia d e d iarréia n o an o d e 1992. Em 1994, registro u -se m a io r in cid ên cia en tre a s q u e se d izia m d esem p rega d a s (21,4%; p < 0,01).

Tom an d o-se os eletrod om ésticos n o d om icílio co m o in d ica d o res in d ireto s d o n ível só -cio -eco n ô m ico, a n a liso u -se a in cid ên cia d e d iarréia em m en ores d e cin co an os segu n d o a p resen ça ou au sên cia d e rád io, televisão e

ge-lad eira. A in cid ên cia d e d iarréia foi con stan te-m en te te-m aior n as fate-m ílias sete-m esses ap arelh os (Tab ela 1).

Fo i a n a lisa d o o risco rela tivo d e co n tra ir d ia rréia segu n d o a lgu n s d o s fa to res m ed id o s d u ran te o estu d o. O fator con sisten tem en te as-sociad o com d iarréia foi id ad e d a crian ça in ferior a d ois an os. No in qu érito d e 1992, a au sên -cia d e gelad eira e esgoto n o d om icílio foram os fa to res m a is releva n tes liga d o s a o risco ; em 1994, a au sên cia d e rád io, d e televisão e d e es-go ta m en to sa n itá rio revela ra m m a io r risco (Tab ela 2).

Infecções respirat órias agudas

Nos m en ores d e cin co an os, as IRAs ap resen ta-ram u m a in cid ên cia d e 41,0% e 32,6% n as d u as sem an as q u e an teced eram a p esq u isa d om ici-liar, p ara 1992 e 1994, resp ectivam en te (p <0,01). A in cid ên cia a n u a l co rr igid a fo i d e 9,5 ep isó -d io s p o r cria n ça -a n o. A m a io ria -d a s IRAs fo i d eclarad a, n as d u as p esq u isas, com o grip e ou ca ta rro sim p les (70,9%) e a p roxim a d a m en te 20% fo ra m p e rce b id a s co m o b ro n q u it e o u can saço. Nos in qu éritos d e 1992 e 1994, 2,5% e 1,8% resp ectiva m en te, fo ra m referid a s p ela s m ães com o p n eu m on ia.

A p reva lên cia m o m en tâ n ea d e IRA fo i d e 23,4% em 1992 e d e 20,9% em 1994. Ma is d a m eta d e d a s cria n ça s co m IRAs in icia d a s n a s d u a s sem a n a s p révia s à p esq u isa d o m icilia r a in d a era m sin to m á tica s n o m o m en to d a en -tre vista (55,0% e m 1992 e 59,6% e m 1994). A d u ração m éd ia d os ep isód ios d e IRA foi d e 5,5 d ias em 1992 e d e seis d ias em 1994.

Em 1992, n ão foi ob servad a d iferen ça n a in -cid ên cia d e IRA (Figu ra 4) em rela çã o a o sexo (p >0,1), e em 1994 a in cid ên cia foi m aior en tre as crian ças d e sexo m ascu lin o (p <0,005).

Ob servou -se m aior in cid ên cia d e IRA en tre a s cria n ça s a té três a n o s d e id a d e, p rin cip a l-m en te en tre as d e u l-m e d ois an os. A faixa etária com m en or in cid ên cia foi a d e q u atro an os d e id a d e e a s ten d ên cia s m ostra ra m -se sim ila res n os d ois estu d os (Figu ra 1b ).

Em 1992, só se verificou d iferen ça estatisti-ca m en te sign ifiestatisti-ca tiva q u a n d o co m p a ra d a s a s in cid ên cias en tre os gru p os d e m en os d e u m e dois an os com os de três e qu atro an os (p <0,01), e, em 1994, en tre o gru p o d e u m a d o is a n o s com tod as as ou tras faixas etárias (p <0,01).

Ma io r in cid ên cia d e IRA fo i o b ser va d a em cria n ça s q u e m o ra va m e m d o m icílio s q u e se ab asteciam d e águ a en can ad a (d en tro ou fora da casa, n o quin tal), com p aran dose com crian -ça s d esp rovid a s d essa fa cilid a d e (p <0,001). A ten d ên cia foi sem elh an te n os d ois estu d os. Fig ura 2

Incid ê ncia d e d iarré ia (a) e IRA (b ) se g und o o tip o d e sane ame nto b ásico e ano .

0 %

5 10 15 20

1992

1994

céu ab erto dispo sição de excretas fo ssa

esg o to

2a

(5)

A in cid ên cia d e IRA foi m en or em crian ças q u e m oravam em d om icílios p rovid os d e fossa sép tica , q u a n d o com p a ra d a com a in cid ên cia em crian ças h ab itan d o d om icílios com esgoto ou d esp rovid os d e qu alqu er ou tro b en efício sa-n itário (Figu ra 2b ).

Em relação aos m en ores d e cin co an os, n ão h o u ve d iferen ça q u a n d o se co n sid ero u a p re-sen ça ou au sên cia d e rád io ou televisão n o d om icílio; n o en tan to, n os d oom icílios q u e d isp u -n h am d e gelad eira, a i-n cid ê-n cia d e IRA foi m e-n or (Tab ela 2).

Não se ob servou correlação en tre a escola-rid a d e d a m ã e e in cid ên cia d e IRAs em 1992 e 1994 (Figu ra 3b ). Em 1994, a in cid ên cia foi u m p ou co m aior n o gru p o d e crian ças cu jas m ães tin h am estu d ad o até a qu arta série d o p rim eiro grau . A in cid ên cia n os gru p os extrem os (an al-fa b eta s ou com a té a q u a rta série d o p rim eiro grau e segu n d o grau ou su p erior) foi a m esm a. Em 1992, h ou ve m aior in cid ên cia n aq u elas cria n ça s cu ja s m ã es tra b a lh a va m em fu n çõ es d e escritório ou com o em p regad as d om ésticas. A d iferen ça era esta tistica m en te sign ifica tiva com os ou tros gru p os (p <0,001), m as n ão en tre eles. Em 1994, a m a io r in cid ên cia se a p resen -to u em cria n ça s cu ja s m ã es d ecla ra ra m esta r d esem p regad as (p <0,001).

Calcu lou -se o risco relativo d e con trair IRA p ara os m en ores d e cin co an os, segu n d o os fa-to res co n sid era d o s a cim a , isfa-to é, p resen ça o u a u sên cia d e eletro d o m éstico s n o d o m icílio, co n d içõ es d e sa n ea m en to, esco la rid a d e d a m ãe, sexo e id ad e d a crian ça. De tod os, o m ais con sisten te foi id ad e d a crian ça in ferior a três an os (Tab ela 2).

Discussão

Os d a d o s a p resen ta d o s n ã o fo ra m co leta d o s com o objetivo p rim ário de in vestigar fatores de risco d e d iarréias e IRA em crian ças, m as, sim , com o p arte d e u m estu d o d e in terven ção ed u -ca tiva em Pern a m b u co. Os d a d o s a n a lisa d o s p roced em d e u m estu d o tran sversal, p ortan to as associações equ ivalem a u m a ‘sim u lação’ d e câ m b io s d e u m m esm o in d ivíd u o n o tem p o, baseados n os dados de diferen tes in divídu os ao m esm o tem p o e p resu m em fatores d e risco d e ocorrên cia, sem exp licar o m ecan ism o casu al. Com b ase n os resu ltad os d as d u as p esq u i-sas d om iciliares, estim ou -se u m a ten d ên cia es-tável n a in cidên cia de diarréia de 10,2% n os m en ores d e cien co aen os, ao ien ício d a ép oca d e ch u -va s, isto é, a b ril e co m eço d e m a io. Esse -va lo r fo i levem en te in ferio r a o a p resen ta d o em o u -tros estu d os realizad os an teriorm en te n o

Nor-d este e n a região m etrop olitan a (Ben ício et al., 1992; Govern o d e Pern a m b u co/ Un icef, 1992). A d iferen ça d eve-se p rova velm en te a o fa to d e q u e o p resen te estu d o esteve circu n scrito a qu atro com u n id ad es u rb an as d e Recife e Olin -d a . Co n tu -d o, a ta xa co n tin u a sen -d o m a is a lta d o q u e aq u elas en con trad as n o m esm o p erío -d o em ou tras áreas -d o Nor-d este (SSSE/ Un icef, 1991). O n ú m ero d e ep isód ios p or crian ça/ an o (2,7) foi sim ilar ao d e ou tros estu d os n o Brasil (Barros & Victora, 1989), aos valores en con trd os n a África (WHO, 1990) e aos estim atrd os p a-ra p aíses em desen volvim en to (Bern et al. 1992), o q u e coin cid e com u m a ten d ên cia está vel n a in cid ên cia d e d iarréia.

Fig ura 3

Incid ê ncia d e d iarré ia (a) e IRA (b ) se g und o e sco larid ad e d a mãe e ano .

3a

0 %

5 10 15 20

1992

1994

seg undo g rau/ superio r primeiro

g rau primária

co mpleta ≤ 1 ano

de estudo

3b

0 %

10 20 30 40 50

1992

1994

seg undo g rau/ superio r primeiro

g rau primária

co mpleta ≤ 1 ano

(6)

Tab e la 2

Risco re lativo d e co ntrair d iarré ia o u IRA se g und o ind icad o re s só cio -e co nô mico s.

Fat or 1992 1994

Diarré ia IRA Diarré ia IRA

Não te m rád io **1,38 1,10 *1,63 1,02 (1,05-1,70) (0,99-1,22) (1,32-2,02) (0,9-1,15) Não te m te le visão *1,49 **1,12 *1,50 0,99

(1,19-1,87) (1,01-1,23) (1,21-1,84) (0,88-1,11)

Não te m g e lad e ira *1,75 *1,15 *1,37 *1,24 (1,38-2,23) (1,04-1,26) (1,12-1,69) (1,11-1,38) Mãe não te m e sco larid ad e *2,22 1,0 1,14 1,0 o u te m p rimário inco mp le to (1,28-3,85) (0,83-1,19) (0,80-1,62) (0,83-1,20) Id ad e < 2 ano s *2,87 *1,34 *3,22 *1,51

(1,65-4,99) (1,21-1,48) 2,57-4,03 (1,34-1,71) Não te m sane ame nto *1,61 0,96 *1,49 0,93

(1,21-2,14) (0,86-1,08) (1,14-1,57) (0,81-1,06)

Ág ua e ncanad a fo ra d a casa 0,98 0,99 **1,26 0,95 (0,77-1,25) (0,90-1,09) (1,01-1,35) (0,85-1,07)

Se xo masculino 1,01 0,98 1,1 *1,18

(0,81-1,26) (0,89-1,07) (0,9-1,35) (1,06-1,31)

* p < 0,01 ** p < 0,05 Tab e la 1

Incid ê ncia d e d iarré ia e IRA se g und o a p re se nça d e e le tro d o mé stico s e ano .

1992 1994

Diarré ia/ N IRA/ N Diarré ia/ N IRA/ N

Rádio

Te m *181/ 1.940 750/ 1.940 *210/ 2.109 683/ 2.109 (9,3; 8,1-10,7) (38,7; 36,5-46,2) (10,0; 8,7-11,3) (32,4; 30,4-34,4) Não te m 90/ 698 297/ 698 111/ 684 226/ 684

(12,9; 10,6-15,5) (42,6; 38,9-46,2) (16,2; 13,6-19,1) (33,0; 29,6-36,6)

Televisão

Te m *160/ 1.802 689/ 1.802 *193/ 1.935 634/ 1.955 (8,9; 7,6-10,3) (38,2; 36,0-40,5) (10,0; 8,7-11,4) (32,4; 30,4-34,5) Não te m 111/ 838 358/ 838 128/ 858 275/ 858

(13,2; 11,1-15,7) (42,7; 39,4-46,1) (14,9; 12,7-17,4) (32,1; 29,0-35,2)

Geladeira

Te m *90/ 1.229 452/ 1.229 *134/ 1.386 403/ 1.386 (7,3; 6,0-8,8) (36,8; 34,1-39,5) (9,7; 8,2-11,3) (29,1; 26,7-31,5)

Não te m 181/ 1.410 594/ 1.410 187/ 1.407 506/ 1.407 (12,8; 11,2-14,7) (42,1; 39,6-44,7) (13,3; 11,6-15,1) (36,0; 33,5-38,5)

N = Núme ro d e crianças q ue tê m e le tro d o mé stico .

(7)

A in cid ên cia d e in fecções resp iratórias agu -d as (41% em 1992 e 32,6% em 1994) foi m en or q u e a en co n tra d a em á rea sim ila r em estu d o a n terior (Pereira , 1994). A d iferen ça p rova vel-m en te se d á evel-m razão d os d iferen tes p eríod os n a coleta d os d ad os, já q u e n este estu d o u tili-zou -se u m p eríod o record atório d e d u as sem an a s, ean q u a an to q u e an o d e Pereira o s d a d o s fo ram colh id os d u ran te seis m eses. Porém , con -tin u a m sen d o m u ito eleva d o s e sã o sim ila res a os resu lta d os d os estu d os rea liza d os h á u m a d écad a em ou tras áreas d o Brasil (Mon teiro et al., 1988; Victora et al., 1988).

A fa ixa etá ria co m m a io r in cid ên cia p a ra a m b a s a s p a to lo gia s fo i en tre u m e d o is a n o s d e id a d e, segu id a d e p erto p elo gru p o d e m e -n ores d e u m a-n o. Porém , a p artir d os d ois a-n os a in cid ên cia d a d iarréia d im in u i m arcad am en -te. Essa ten d ên cia é sim ila r à d escrita p a ra a s áreas u rb an as d o Su l e Su d este (Bem fam , 1987; Govern o d e Pern a m b u co / Un icef, 1992; Rü c-kert, 1990), a ssim co m o p a ra a s á rea s ru ra is. Por ou tro lad o, a in cid ên cia d a IRA só d im in u i a p artir d os três an os, e a qu ed a é len ta.

Não h ou ve d iferen ça n a in cid ên cia d e d iar-réia em relação ao sexo d a crian ça. No caso d a IRA, a in cid ên cia foi m aior n o sexo m ascu lin o n o segu n d o in q u érito, sen d o este resu ltad o sim ilar ao d a literatu ra existen te, on d e a d iferen -ça d e in cid ên cia p o r sexo está em d iscu ssã o (Dan esi, 1985; Pereira, 1994).

An alisan d o a in cid ên cia d e d iarréia segu n -d o in -d ica -d o res só cio -eco n ô m ico s in -d ireto s (escolarid ad e e ocu p ação d a m ãe, p resen ça d e eletrod om ésticos), ob servase m aior ocorrên -cia d e d ia rréia n a s cria n ça s em p io res co n d i-çõ es só cio -eco n ô m ica s, isto é, m o ra d o ra s em d om icílios caren tes d e eletrod om ésticos e cu ja m ã e era d esem p rega d a . Esse resu lta d o ta m -b ém in d ica, ao con trário d e ou tro estu d o sim i-la r (Rü ckert, 1990), d esigu a ld a d es n o in ter io r d as com u n id ad es d e b aixa ren d a.

Qu an to à escolaridade da m ãe, in dicador de risco freqü en tem en te u tilizado n o p rim eiro an o d e estu d o, ob servou -se relação in versa (m aior escolaridade, m en or in cidên cia). Isso n ão ocor-reu em 1994, q u an d o n ão h ou ve associação, o q u e p od eria in d icar u m agravam en to d as con d ições d e vid a, qu e n u m cu rto p eríod o d e tem -p o n ão se refletiria n o n ível d e escolarid ad e. Tal resu ltad o ap arece em con cord ân cia com o su -gerid o em estu d o realizad o n as Filip in as, on d e o efeito p rotetor d a ed u cação m atern a variava com o n ível sócio-econ ôm ico d a fam ília, resu l-ta n d o sem efeito n a s co m u n id a d es m a is d es-p rivilegiad as (Dargen t-Molin a et al., 1994).

No caso d a IRA, a associação com in d icad o -res só cio -eco n ô m ico s in d ireto s n ã o fo i cla ra .

No p rim eiro estu d o, n ã o h o u ve rela çã o, a o con trário d o ocorrid o n o segu n d o, o q u e p od e ser d evid o a o fa to d e q u e se co n sid era ra m to-d as as IRAs em con ju n to; p oto-d e, ain to-d a, estar re-la cion a d o a o fa to d e a in cid ên cia d a s IRAs es-ta r in flu en cia d a p o r fa to res a d verso s d o m eio am b ien te, n ão n ecessariam en te associad os ao n ível sócio-econ ôm ico d a p op u lação, com o clim a frio, in sta b ilid a d e cliclim á tica , p o lu içã o a t -m osférica e con cen tra çã o d e-m ográ fica , co-m o su gerem Ben ício et a l. (1992) e Ba tista Filh o (1996). Esse resu lta d o está d e a co rd o co m o s estu d o s ep id em io ló gico s su gestivo s d e q u e a in cid ên cia d e IRA é sem elh an te n os p aíses in -d u strializa-d os e n ão in -d u strializa-d os, estan -d o n a m ortalid ad e a m aior d iferen ça en tre am b os o s gru p o s d e p a íses (Leowski, 1986; Nio b ey et a l., 1992). De ou tro la d o, a fa lta d e a ssocia çã o co m fa to res só cio -eco n ô m ico s p o d eria esta r rela cio n a d a co m o fa to d e to d a s a s cr ia n ça s p roced erem d e áreas sim ilares, com o su gerem Fon seca et al. (1996) em seu estu d o sob re fato-res d e risco p a ra a in cid ên cia d e p n eu m o n ia , realizad o n o Ceará.

O ú n ico fator d e risco con sisten tem en te as-sociad o com IRA foi a id ad e d a crian ça in ferior a três a n o s. Esse lim ite d e id a d e é levem en te su p erio r a o d escrito n a m a io ria d o s estu d o s, em p arte p orq u e m u itos estu d os se lim itara m às crian ças ab aixo d essa id ad e (Grah am , 1990). A p resen ça o u a u sên cia d o s ser viço s b á si-cos (ab astecim en to d e águ a e san eam en to b á-sico) in d ica , p or u m la d o, a s con d ições sócio-econ ôm icas d a m orad ia e, p or ou tro, as con d i-ções d e h igien e d o d om icílio, d e relevân cia n o

Fig ura 4

Incid ê ncia d e IRA se g und o se xo e ano .

000 %

10 20 30 40 50

masculino

feminino

(8)

Referências

BENFAM (So cie d a d e d o Be m -Esta r Fa m ilia r), 1987. Pesqu isa Nacion al sobre Saú d e M atern o-In fan til e Plan ejam en t o Fam iliar. Rio d e Jan eiro: Ben fam / IRD (In stitu te for Research Develop m en t). BARROS, F. C. & VICTORA, C. G., 1989. Ava lia çã o d o

m an ejo d e d iarréia em m en ores d e cin co an os n o No rd e ste d o Bra sil. Jorn a l d e Ped ia t ria, 65:420-458.

BATISTA FILH O, M ., 1996. Ep id e m io lo gia d a s in -fe cçõ e s re sp ira t ó r ia s a gu d a s. In : D ia rréia e In f ecçõ es Resp i ra t ó ri a s: U m Est u d o d e In t erv en -çã o Ed u ca t iv a n o N ord est e d o Bra sil 1991- 1994 (M. L. Vá zq u ez, M. Mo sq u era , E. S. Go n zá lez, I. C. L. Vera s, E. O. d a Lu z, B. K. Gra n d e d e Arru d a & M . Ba t ist a Filh o, o r g.), p p . 46- 56, Jü lic h : Fo rsch u n gszen tru m Jü lich Gm b H .

BENÍCIO, M. H. D’A.; CÉSAR, C. L. G. & GOUVEIA, N. C., 1992. Perfil d e m orb id ad e e p ad rão d e u tiliza-ção d os serviços d e saú d e d as crian ças b rasileiras m e n o re s d e cin co a n o s. In : Perfil Est a t íst ico d e Cria n ça s e M ã es n o Bra sil (F. G. Mo n te iro & R. Ce r vin i, e d .), p p. 79-96, Rio d e Ja n e iro : FIBGE (Fu n d a çã o In st it u t o Bra sile iro d e Ge o gra fia e Esta tística )/ Un ice f (Un ite d Na tio n s Ch ild re n’s Fu n d s)/ In an (In stitu to Brasileiro d e Alim en tação e Nu trição).

Agradeciment os

Aos Profs. B. Kru se Gran d e d e Arru d a, I. Kru se Gran -d e -d e Arru -d a e A. Kro e ge r, p e lo a p o io co n sta n te a o e stu d o. Ao s Drs. P. Rü cke rt, S. Sch u lz e L. C. Na cu l, q u e colab oraram n a p rep aração e p rim eira etap a d a p esq u isa . A tod a s a s p essoa s q u e d ireta ou in d ireta -m en te a ju d a ra -m n o d esen volvi-m en to d o estu d o. Ao CNPq, KFA-Jülich, Facepe (Fun dação de Am paro à Pes-q u isa d e Pern a m b u co ) e Un icef, Pes-q u e d era m o a p o io econ ôm ico.

caso d a d iarréia. Ob servou -se m aior in cid ên cia d e d iarréia qu an d o os d om icílios se serviam d e águ a en can ad a n o q u in tal, n o segu n d o an o d e estu d o. Isto, ju n to à m en or in cid ên cia d e d iar-réia em cria n ça s q u e receb ia m á gu a filtra d a , p a rece in d ica r a im p ortâ n cia d a q u a lid a d e d a águ a con su m id a, q u an d o a águ a está d isp on í-vel, p o d en d o ta m b ém in d ica r u m a in flu ên cia d o s cu id a d o s h igiên ico s (Cu rtis et a l., 1995). Nã o d isp o m o s d e d a d o s o b ser va cio n a is q u e p erm itam an alisar essa p ossib ilid ad e.

Com o en con trado em outros estudos (Gu er-ra n t et a l., 1983; Victo er-ra et a l., 1989b ), a in ci-d ên cia ci-d a ci-d iarréia foi m en or em crian ças m o-ran do em dom icílios com esgoto ou fossa sép ti-ca d o qu e em crian ças qu e n ão d isp õem d esses serviços. Porém , a m aior ou m en or freq ü ên cia de diarréia n ão p arece ter relação com o tip o de san eam en to d isp on ível. Resu ltad os sem elh an

(9)

BERN, C.; MARTINES, I.; DE ZOYSA, I. & GLASS, R. I., 1992. Th e m agn itu d e of th e glob al p rob lem of d i-a rrh o e i-a l d ise i-a se : i-a te n -ye i-a r u p d i-a te. Bu llet in of th e World Health Organ iz ation, 70:705-714. CURTIS, V.; KANKI, B.; MERTENS, T.; TRAORÉ, E.;

DI-ALLO, I.; TALL, F. & COUSENS, S., 1995. Po ttie s, p its a n d p ip es: exp la in in g h ygien e b eh a vio u r in Bu rkin a Fa so. Socia l Scien ce a n d M ed icin e,41: 383-393.

DANESI, A., 1985. In fecções resp iratórias agu d as em crian ças em cen tro d e saú d e. Jorn al d e Ped iatria, 7:127-131.

DARGENT-MOLINA, P.; JAMES, A. S.; STROGATZ, D. S. & SAVITZ, D., 1994. Asso cia tio n b etween m a -tern al ed u cation an d in fan t d iarrh oea in d ifferen t h ou seh old s an d com m u n ity en viron m en ts of Ce-b u , Ph ilip p in e s. Socia l Scien ce a n d M ed icin e, 38:343-350.

FONSECA, W.; KIRKWOOD, B. R.; VICTORA, C. G.; FUCH S, S. R.; FLORES, J. A.; MISAGO, C., 1996. Risk factors for ch ild h ood p n eu m on ia am on g u r-ban p oor in Fortaleza, Brasil: a case-con trol stu dy. Bu llet in of t h e W orld Hea lt h Orga n iz a t ion, 74: 199-208.

FIBGE (Fu n d ação In stitu to Brasileiro d e Geografia e Estatística), 1991. Pesqu isa Nacion al p or Am ostra d e Do m icílio s/ 1988. Ta b u la çã o Esp ecia l. Rio d e Jan eiro: FIBGE.

GOVERNO DE PERNAMBUCO/ UNICEF (Un ited Na-tion s Ch ild ren’s Fu n d s), 1992.Saú d e e Nu trição d e Crian ças d e Pern am bu co. Recife: Un icef. GRAHAM, N. M. H., 1990. Th e ep id em iology of acu te

re sp ira to r y in fe ctio n s in ch ild re n a n d a d u lts: a glob al p ersp ective. Ep id em iologica l Rev iew s, 12: 149-178.

GROSS, R.; SCHELL, B.; MOLINA, M. C. B.; LEÃO, M. A. C. & STRACK, U., 1989. Th e im p act of im p rove-m en t of water su p p ly an d san itation facilities on d iarrh oea an d in testin al p arasites: a Brazilian ex-p erien ce with ch ild ren in two low-in com e u rb an co m m u n ities. Rev ist a d e Sa ú d e Pú b lica, 23:214-220.

GUERRANT, R. L.; KIRCHHOFF, L. V.; SHIELDS, M. K.; NATIONS, M. K.; LESLIE, J.; DE SOUSA, M. A.; ARAUJO, J. G.; CORREIA, L. L.; SAUER, K. T.; McCLELLAND, K. E.; TROWBRIDGE, F. L & H UGH -ES, J. M., 1983. Prosp ective stu d y of d iarrh oeal ill-n e sse s iill-n No rth e a ste a rill-n Bra zil: p a tte rill-n s o f d is-ease, n u trition al im p act, etiologies, an d risk fac-tors. Jou rn al of In fectiou s Diseases, 148:986-997. GURGEL, R. Q.; ANDRADE, J. M.; MACHADO-NETO,

P.; DAL FABBRO, A. L. & CUEVAS, L. E., 1997. Di-a rrh o e Di-a m o rtDi-a lity in ArDi-a cDi-a ju , BrDi-a zil. An n a ls of Trop ical Paed iatrics, 17:361-365, 1997.

KROEGER, A., 1986. Erro re s d e re sp u e sta y o tro s p ro b le m a s d e la s e n cu e sta s d e sa lu d m e d ia n te en trevista en los p a íses en d esa rrollo. Bolet ín d e la Oficin a San itaria Pan am erican a, 100:253-281. LEOWSKI, J., 1986. Mo rta lity fro m a cu te resp ira to ry

in fection s in ch ild ren u n d er 5 years of age: glob al estim a tes. World Hea lt h St a t ist ics Qu a rt erly, 39: 138-144.

MONTEIRO, C. A.; BENÍCIO, M. H. D’A. & CHIEFFI, P. P., 1988. As d oen ças. In : Saú d e e Nu trição d as Cri-an ças d e São Pau lo(C. A. Mon teiro, ed .), p

p.117-141, São Pau lo: Ed . Hu citec, Ed . d a Un iversid ad e d e São Pau lo.

NIOBEY, F. M. L.; DUCHIADE, M. P.; VASCONCELOS, A. G. G.; CARVALHO, M. L.; LEAL, M. C. & VALEN-TE, J. G., 1992. Fa to re s d e risco p a ra m o rte p o r p n eu m o n ia em m en o res d e u m a n o em u m a re-gião m etrop olitan a d o Su d este d o Brasil. Um es-tu d o d e tip o caso-con trole. Rev ista d e Saú d e Pú -blica, 26:229-238.

PEREIRA, A. P. C., 1994. Prevalên cia d e In fecção Resp i-ra t ória Agu d a em Cria n ça s d e u m a Com u n id a d e d e B a i x a Ren d a n o Reci f e. Rela çã o d e Fa t o res Biológicos e Sociais. Dissertação d e Mestrad o, Re-cife : De p a rta m e n to d e Nu triçã o, Un ive rsid a d e Fed eral d e Pern am b u co.

POST, C. L. A.; VICTORA, C. G.; VALENTE, J. G.; LEAL, M. C.; NIOBEY, F. M. L. & SABROZA, P. C., 1992. Fatores p rogn ósticos d e letalid ad e h osp italar p or d ia rré ia o u p n e u m o n ia e m m e n o re s d e u m a n o d e id a d e. Estu d o d e ca so e co n tro le. Rev ist a d e Saú d e Pú blica, 26:369-378.

RÜCKERT, P., 1990. M orb id it ä t , Kra n k h eit sk on z ep t e u n d Beh a n d lu n gsst ra t egien b ei Du rch fa ll-erk ran k u n gen von Kin d ern u n ter fü n f Jah ren. Tese d e Dou torad o, Heid elb erg: Facu ld ad e d e Med ici-n a, Uici-n iversid ad e d e Heid elb erg.

SSSE/ UNICEF (Secretaria d e Saú d e d e Sergip e/ Un it-e d Na tio n s Ch ild rit-e n’s Fu n d s), 1991. Cria n ça s e Ad olescen t es em Sergip e: A Sa ú d e, a Ed u ca çã o, o Trabalh o. 2aed ., Aracaju : Ed . Aracaju / Un icef. VAZQUEZ, M. L. & MOSQUERA, M., 1994. Diarreas y

En ferm ed a d es Resp ira t oria s Agu d a s en N ica ra -gu a. Man agu a: CIES (Cen tro d e In vestigacion es y Estu d ios en Salu d ).

VAZQUEZ, M. L.; MOSQUERA, M.; GONZALEZ, E. S.; VERAS, I. C. L.; DA LUZ, E. O.; GRANDE DE AR-RUDA, B. K. & BATISTA FILHO, M., 1996. Diarréia e In fecções Resp ira t ória s: Um Est u d o d e In t er-v en çã o Ed u ca t ier-v a n o N ord est e d o Bra sil 1991-1994. Jü lich : Scien tific Series of th e In tern ation al Bu reau n . 38, Forsch u n gszen tru m Jü lich Gm b H. VICTORA, C. G.; OLINTO, M. T.; BARROS, F. C. &

NO-BRE, L. C., 1996. Fa llin g d ia rrh o e a m o rta lity in North eastern Brazil: d id ORT p lay a role? Healt h Policy an d Plan n in g,11:132-141.

VICTORA, C. G.; SMITH , P. G. & VAUGH AN, J. P., 1989a .Ep id em iologia d a Desigu a ld a d e. 2ae d ., Sã o Pa u lo : Ed . Hu cite c, Ed . d a Un ive rsid a d e d e São Pau lo.

VICTORA, C. G.; BARROS, F. C. & FEACH EM, R. G., 1989b. Pre ve n çã o d a d ia rré ia e m cria n ça s b ra -sile ira s: u m a re visã o d e p o ssíve is in te rve n çõ e s. Jorn al d e Ped iatria, 65:330-336.

VICTORA, C. G.; SMITH, P. G. & VAUGHAN, J. P., 1988. Evid en ce for p rotection by b reastfeed in g again st in fan t d eath s d u e to in fectiou s d iseases. La n cet, 2:319-322.

WHO (World Health Organ ization ), 1989. Hou seh old Su rv ey M a n u a l. Dia rrh oea Ca se M a n a gem en t , M orb id it y a n d M ort a lit y. CDD/ SER/ 86.2 Re v.1 Gen eva: WHO.

Imagem

Fig ura 1
Fig ura 3
Fig ura 4

Referências

Documentos relacionados

Igualmente, o modelo proposto originalmente para a segmenta¸c˜ao da superf´ıcie topogr´afica (um modelo est´ atico de divis˜ ao tesselacional) come¸cou a ser generalizado para

As relações hídricas das cultivares de amendoim foram significativamente influenciadas pela a deficiência hídrica, reduzindo o potencial hídrico foliar e o conteúdo relativo de

“...é a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra

Todavia, nos substratos de ambos os solos sem adição de matéria orgânica (Figura 4 A e 5 A), constatou-se a presença do herbicida na maior profundidade da coluna

A transferência é essencial para que se inicie uma análise, tendo em vista que a incógnita do sintoma é dirigida ao analista, que está na posição de sujeito suposto saber, o mesmo

13 Além dos monômeros resinosos e dos fotoiniciadores, as partículas de carga também são fundamentais às propriedades mecânicas dos cimentos resinosos, pois

Para se buscar mais subsídios sobre esse tema, em termos de direito constitucional alemão, ver as lições trazidas na doutrina de Konrad Hesse (1998). Para ele, a garantia

As decisões tomadas pelo Brasil estiveram balizadas argumentativamente de forma pragmática em razões de médio e longo prazo ao evocarem o necessário sacrifício