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NOVO REGIME'AUTOMOTIVO BRASILEIRO
ADEQUANDO OS PAíSES PARA O ANO 2000
Banca examinadora
Prof.Orientador: Celso Grisi
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zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAA . J.
S.
CnrJsE'I\)MProf: .
1199701287
MARCO ANTONIO CAIRO
O NOVO REGIME AUTOMOTIVO BRASILEIRO
Adequando os países para o ano 2000.
Dissertação apresentada ao Curso
MBA - Master in Business Administration
da FGV - EAESP como requisito para
obtenção de título de mestre em
Administração.
Orientador: Prof. Doutor Celso de Hildebrand e Grisi
SÃO PAULOzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1997
'~ Fundação Getulio Vargas ._.
Escola de Administração .'~ ~ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
F G V de Empre~ de 510 pavIo:, . ('r:J BIblioteca '~'''') "". ",./
Resumo: Trata da inserção do Brasil no contexto do Comércio
Exterior e tem como principal objetivo analisar o setor
automobilístico e explicar a criação do regime automotivo brasileiro
CAIRO, Marco Antonio.
wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAO Novo regime automotivo brasileiro.
Adequando os países para o ano 2000. São Paulo: EAESP/FGV,
1996. 72 p. (Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso MBA
- EAESP/FGV, área de Marketing).
Palavras-Chave:
Automotivo,
Automobilístico,
Alfandegária,
Comércio Exterior, Globalização, MERCOSUL, Paridade Cambial,
SUMÁRIO
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAINTRODUÇÃO 1
Atual Política de Comércio Externo do Brasil.. 2
O Papel da Política de Comércio Externo do Brasil.. 6
CAPíTULO 1 - BRASil NO MERCOSUL
1.1 A Insersão Brasileira no Mercosul.. 9
1.2 Fatores-Chave para o avanço da integração 11
1.3 Programa de liberação comercial e estrutura alfandegária 12
1.4 Paridade Cambial 18
1.5 Harmonização de políticas macro-econômicas 20
CAPíTULO2 - INTEGRAÇÃORUMOAO ANO 2000
2.1 Como os Países irão enfrentar um mercado mais integrado a partir
do ano 2000zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA? ~ 23
2.2 Novos Parceiros no Mercosul.. 27
CAPíTULO3 - CASO DA INDUSTRIAAUTOMOBilíSTICA BRASilEIRA - Desk
Research
3.1 Análise do Setor Automobilístico 34
3.2 Regime Automobilístico Brasileiro 55
RECOMENDAÇÕESE CONClUSÕES 70
BIBlIOGRAFIA 73
ABSTRACT 74
ADEQUANDO OS PAíSES DO MERCOSUL PARA O
INTRODUÇÃO
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAAs profundas transformações por que vêm passando as relações
econômicas internacionais acarretam importantes consequências para a
América Latina e tornam obrigatório o exame da forma de inserção da
região na economia mundial. Esta reflexão é tanto mais relevante por estar
o continente, a partir de uma clara decisão política, atravessando um
período de aceleração dos esforços da parte de todos os países em favor
da integração econômica.
Como consequência, avançou o processo de globalização, aumentando a
interdependência entre os países e entre as unidades produtivas.
Simultaneamente, com a globalização das trocas comerciais, consolida-se
uma nova estrutura de produção, moldada por tecnologias inovadoras de
produção, baseada no desenvolvimento acelerado da informática, da
robotização, da biotecnologia, da engenharia genética, dos novos materiais
e dos serviços financeiros integrados.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
o
sistema industrial brasileiro possui indiscutíveis potencialidades paraparticipar desta nova fase do desenvolvimento da economia mundial e
propiciar significativa e persistente elevação do padrão de vida da
população do país. Entretanto, parece necessário a superação de
ineficiências derivadas do fechamento relativo ao comércio exterior, de
campos de tecnologia e da infra-estrutura econômica e social, bem como de
barreiras institucionais.wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A ATUAL POLíTICA DE COMÉRCIO EXTERNO DO BRASIL
Os pontos mais importantes da atual política de comércio externo do Brasil
são a defesa do multilateralismo, a criação do MERCOSUL, e mais recente
a criação da ALCSA - Área de Livre Comércio Sul-Americana.
Baseando-nos no trabalho de Rubens Antonio Barbosa, concluimos que o
Brasil sempre foi um grande defensor do multilateralismo, com a
participação de todos os países nas negociações internacionais,
principalmente na área do comércio, com forte interesse no fortalecimento
da OMC como orgão regulador do comércio internacional e como gestor dos
conflitos entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento, onde
defende a liberalização do comércio, com a abertura dos mercados a.todos
países e a desregulamentação do comércio atualmente cercado por
inúmeros acordos preferências e acordos setoriais estabelecidos
principalmente pelos países desenvolvidos.
Seguindo este princípio e diante das exportações brasileiras que atingem os
mais diversos mercados, o Brasil adotou como política a defesa da posição
3zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
mundo, e que não tem interesse em negociar acordos preferenciais, ou se
aproximar de um do grandes blocos.
Apesar disto, diante da contundente evidência do impacto da formação dos
blocos comerciais no comércio, final década de 90, o Brasil iniciou a criação
do seu próprio bloco comercial, o MERCOSUL, em parceria com a
Argentina, depois o Paraguai e Uruguai e recentemente o Chile, sob forma
de um mercado comum.
Os primeiros passos para a concretização do MERCOSUL datam de julho
de 1986 quando, em Buenos Aires, foi assinada a Ata para a Integração
Argentino-Brasileira, que instituiu o Programa de Integração e Cooperação
Econômica.
O objetivo do programa é o de criar um espaço econômico comum, com a
abertura seletiva dos respectivos mercados e o estímulo à complementação
de setores específicos da economia do Brasil e da Argentina, para
adaptação progressiva dos setores empresariais de cada país às novas
condições de competitividade.
Em 1988, Brasil e Argentina assinaram o Tratado de Integração,
Cooperação e desenvolvimento, pelo qual demonstraram o desejo de
constituir um espaço econômico comum, no prazo máximo de dez anos, por
Congressos dos dois países em agosto de 1989, o Tratado previa a
eliminação de todos os obstáculos tarifários e não tarifários ao comércio de
bens e serviços e a harmonização de políticas macroeconômicas.
Nessa fase de entendimentos foram assinados 24 Protocolos em áreas
diversas como as de bens de capital, trigo, produtos alimentícios
industrializados, indústria automotriz, cooperação nuclear entre outros.
Todos esses acordos foram absorvidos em um único instrumento,
denominado Acordo de Complementação Econômica n. 14. assinado em
dezembro de 1990, que já refletia a dinâmica e os critérios a serem
estabelecidos para o MERCOSUL.
Em 6 de julho de 1990, mudanças introduzidas nos programas econômicos
dos governos brasileiro e argentino e a adoção de novos critérios de
modernização e de competitividade, os Presidentes Collor e Menem
firmaram a Ata de Buenos Aires, que fixou o prazo de 31 de dezembro de
1994 para a conformação definitiva do mercado comum entre o Brasil e
Argentina.
Em agosto do mesmo ano, o Paraguai e o Uruguai foram convidados a
juntar-se ao processo em curso, o que levouzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAà assinatura pelos quatro
5
do Sul - MERCOSUL, assinado em Assunção no dia 26 de março de 1991.
(Em anexo: Tratado de Assunção - DecretozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA# 350 e Tratado para constituição de um Mercado Comum entre membros do Mercosul)
O MERCOSUL pretende ser um mercado regional de mais de 200 milhões
de pessoas, em um território de quase 12 milhões de Km2, onde se
combina a mais ampla variedade de geografias, climas e recursos. Os
países que integram o MERCOSUL somam, em 1996, um PIB de mais de
US$ 780 bilhões e têm objetivos básicos que levarão ainda alguns anos
para serem plenamente atingidos. (Dados extraídos da Gazeta Mercantil).
O mercado financeiro do MERCOSUL deve criar novas oportunidades de
negócios e favorecer o surgimento de produtos e serviços diferenciados,
envolvendo negociações internacionais de ações, administração de fundos
de pensão, maior captação de recursos, financiamentos a longo prazo, etc.
O setor de serviços, em alta, aponta para todas as direções, do segmento
de seguros ao varejo, passando por turismo e atividades de consultoria e
propaganda.
A indústria parece integrar-se em velocidade ainda maior. A automotiva,
especialmente, vem liderando esse processo na âmbito do MERCOSUL,
talvez porque tenha sido o setor que mais precocemente identificou as
promoveria. Na lista de importações e exportações, a indústria automotiva
detém o primeiro lugar.cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
o
wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAPAPEL DA POLíTICA DE COMÉRCIO EXTERNO DO BRASILNas últimas décadas a política de comércio externo do Brasil esteve ligada
à política econômica e respondeu às prioridades do momento, tais como
gerar divisas, restringir importações apoiada em uma agressiva política de
suporte às exportações e de controles rígidos sobre as importações; tudo,
com o sentido de proteger a indústria nacional com o desenvolvimento da
indústria doméstica.
Parece-nos que a inserção do Brasil na economia mundial não se fará
apenas com um forte apoio às exportações e sim adequando o modelo
brasileiro a nova realidade internacional: globalização da produção, divisão
do mundo em blocos comerciais, formação de uma rede de acordos
preferenciais entre setores e países. Como exemplo, podemos citar a
adequação dos países membros do MERCOSUL às políticas do setor
automotivo.
Uma nova proposta para a efetivação desta inserção, contemplaria:
• O Brasil se manter independente não se aproximando de nenhum dos
três grandes blocos em formação e apostar no seu tamanho e
7zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
• Declarar a sua intenção de se integrar a médio e longo· prazo com um
bloco comercial que abrangesse toda a América e partir por um longo
processo de adaptação, representando uma firme vontade política por
reformas profundas,
Fica importante frisar que a eventual aproximação com um dos blocos não
significa o afastamento de outros parceiros internacionais, representando ao
contrário o fortalecimento nas negociações mundiais e um novo fator de
atração para o investimento estrangeiro ( monetário e tecnológico)
Esta integração dar-se-ia através da formação da Área de Livre Comércio
das Américas ( ALCA). O governo brasileiro defende a tese de que a ALCA
deve corporificar-se na medida em que os diversos processos sub-regionais
de integração forem sendo consolidados. O próprio MERCOSUL prevê a
consolidação da união aduaneira em 2005, quando ocorrerá convergência à
TEC (Tarifa Externa Comum) onde 85% dos produtos terão alíquotas de O a
20%, variáveis de dois em dois pontos percentuais, dependendo do produto
e do setor.
Já o governo americano tem mais pressa, pois teme que suas empresas
fiquem deslocadas nos mercados latino-americanos, pois com a
aproximação do MERCOSUL com a União Européia através do acordo de
desvantagem em relação aos europeus em relação ao mercado
latino-americano (ISABEL PARENTE DE MELLO, 1996).
Como toda negociação tarifária, a montagem da ALCA revela-se
extremamente complexa, envolvendo muitos acordos vigentes e muitas
9wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
CAPíTULO 1
BRASil
NO MERCOSUL
1.1 A INSERÇÃO BRASILEIRA NO MERCOSULzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A relação comercial entre Argentina e Brasil, até a decisão de se formar um
mercado comum, atravessou etapas distintas e sua implementação foi muito
mais lenta do que aquelas que envolveram o Uruguai. No entanto, uma vez
tomada a decisão política de avançar na direção da integração, o processo
acelerou-se de forma significativa. Antes da assinatura da Ata de Integração
de 1985, a Argentina e o Brasil utilizavam para intercâmbio o enfoque
multilateral da ALADI.
A ALADI (Associação Latino-Americana de Integração) foi estabelecida pelo
Tratado de Montevidéo, assinado em 12 de agosto de 1980 e deu
continuidade ao processo iniciado em 1960, com a Associação
Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC).
Seu objetivo de longo prazo, consistia no estabelecimento gradual e
progressivo de um mercado comum latino-americano, a partir da
conformação de uma área de preferência tarifária. A partir da nova dinâmica
sub-regionais e bilaterais entre seus países membros, a Associação colocou
a questão da conveniência de estabelecer-se procedimentos adequados
que tornem possível sua articulação progressiva e recíproca de modo a
aprofundar o caráter regional do processo de integração com vistas à
conformação do Mercado Comum Latino-Americano. A sobrevivência da
Associação, depende da vontade política dos países-membros em definir
uma área própria da atuação que seja útil para todos e adequada aos
interesses de cada um.
Brasil e Argentina negociavam entre si e com outros países integrantes as
reduções alfandegárias para diferentes produtos. Esta relação estava
marcada pelo protecionismo e pela rivalidade econômica, privilegiando
setores produtivos locais com frequência ineficientes e pouco competitivos.
A situação de rivalidade também estendia-se a outros campos, tais como o
militar e o político.
o
passo histórico dado em 1985 pelos governos de Raul Alfonsín e JoséSarney para iniciar o processo de integração significou a finalização de
várias décadas de relativo isolamento e o princípio da cooperação entre os
dois países, tendo como elemento fundamental para esta decisão a
interpretação correta das tendências mundiais de integração entre países, e
a necessidade de defender-se destes novos protecionismos regionais. Ao
que tudo indica, as relações econômico-comerciais continuarão a seguir por
11
no mercado mundial, e por outro, as próprias dificuldades antepostas a essa
inserção levam a uma intensificação dos esquemas de cooperação dentro
da região. Essas duas vertentes, a global e a regional, apresentam-se como
aspectos complementares de um mesmo desafio: a ampliação de mercados
como base para a modernização e o aumento da eficiência em um mundo
cada vez mais competitivo. (RUBENS ANTONIO BARBOSA, 1993).wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1.2 FATORES CHAVES PARA O AVANÇO DA INTEGRAÇÃO
O processo de integração regional que propõe o MERCOSUL é complexo
devido a necessidade dos países membros de implementar drásticos
programas de ajuste interno.
Pode-se afirmar que a integração - ao mesmo tempo em que se origina da
necessidade de as economias nacionais (especialmente da Argentina e do
Brasil) aumentarem sua competitividade - também terá o efeito de
impulsionar o processo de racionalização e ajuste de suas estruturas
econômicas.
A análise de um processo de tão amplo alcance deve necessariamente
dividir-se em elementos distintos para sua melhor compreensão. Estes
elementos são:
• Estrutura alfandegária existente nos países.
• Paridade cambial para o comércio exterior.
• Harmonização das políticas macroeconômicas.
• Harmonização das políticas industriais.
• Criação de organismos institucionais de controle.
• Papel das barreiras não-alfandegárias no intercâmbio.
• Aspectos políticos e econômicos internos dos países.
• Situação dos setores industriais "sensíveis".
• Tratamento dos subsídios e normasZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAa n tid u m p in g .
• Assimetrias de infra-estrutura e custos internos dos países.
• Tratamento das zonas francas e demais áreas de promoção industrial.
• Acordo entre o MERCOSUL e terceiros países ou blocos.
• Negociações multilaterais em torno da OMC.
Para um melhor embasamento de nossa proposta de estudo, vamos
analisar alguns destes elementos.wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1.3 PROGRAMA DE LIBERAÇÃO COMERCIAL E ESTRUTURA
ALFANDEGÁRIA
Uma grande parte da inovação do MERCOSUL em relação a convênios
similares firmados anteriormente diz respeito ao programa de liberação
comercial. O estabelecimento de um cronograma rígido e pautado para
13zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
curto (quatro e cinco anos), representa uma iniciativa irreversível no
processo de integração regional.
o
fato de quase todos os insumos e produtos terem sido incluídos - departida - no programa implica um enfoque verdadeiramente "revolucionário"
para economias tradicionalmente fechadas e protecionistas.
Em primeiro lugar, destaca-se que o programa de redução progressiva das
tarifas parte de situações iniciais de proteção alfandegária
significativamente distintas para Brasil e Argentina. É importante assinalar
que ambos os países introduziram recentemente importantes reformas em
suas estruturas alfandegárias. O Brasil definiu um cronograma progressivo
de convergência das tarifas de EXPORTAÇÃO. A Argentina estabeleceu
níveis de proteção nominal para produtos e insumos básicos,
intermediários e finais, ao mesmo tempo em que aponta uma liberação
absoluta do comércio exterior do país por meio da eliminação de qualquer
tipo de proibição à importação, assim como de todos os direitos específicos
que ainda protegem certos produtos.
Como observa Aragão ( José Maria Aragão, Buenos Aires, 1993), a
formação de um mercado comum requer uma harmonização progressiva
dos sistemas impositivos nacionais, especialmente naqueles aspectos com
influência mais visível na formação dos custos dos bens e serviços e dos
esforço e deve ser realizada gradualmente e de maneira a oferecer a cada
país, além do acesso de seus produtos a um mercado ampliado, a
possibilidade de modernizar a ação do Estado como promotor do bem-estar
coletivo.
Com relação a Brasil e Argentina, observam-se diferenças na situação em
que ambos os países iniciaram o processo de redução das tarifas
alfandegárias, em nível regional, uma vez que os pontos de partida, em
nível de taxas médias, são distintos. Enquanto para a Argentina a tarifa
alfandegária média com o Brasil era de 9,6% em 1991, para o Brasil o valor
era de 15%. Este fato - associado à situação particular de cada produto
dentro do esquema de intercâmbio - implica um maior grau de
protecionismo no caso brasileiro, o qual permanecerá no decorrer do
programa de redução da tarifa alfandegária.
Outro aspecto polêmico do programa de liberação comercial proposto no
Tratado de Assunção reside nos mecanismos para a redução progressiva
do número de produtos da lista de exceções do regime geral de redução de
tarifa alfandegária. Como já mencionado, os quatros países que firmaram o
tratado consideraram produtos diferentes como "sensíveis", isentos da
redução de tarifas. Estas listas de produtos deverão convergir de forma
gradual até serem totalmente eliminadas. Parece claro que este mecanismo
15zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
durante o qual irão se adaptar à nova realidade do intercâmbio comercial
irrestrito.
Os principais setores inicialmente protegidos em cada país são:wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
BRASIL
• Máquinas e Equipamentos
• Informática
• Artigos Eletrônicos
• Indústria Automotiva
• Frutas frescas e em conserva
• Pescados
• Legumes e hortaliças
• Queijos
• Indústria têxtil
• Vidros
ARGENTINA
• Açúcar
• Indústria Têxtil e Confecções
• Celulose e Papel
• Vidro
• Máquinas e Ferramentas
• Artigos Eletrônicos
• Indústria AutomotivawvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
PARAGUAI
• Carnes e Pescados
• Queijos, Ovos e Mel
• Legumes e Hortaliças
• Frutas frescas e em conserva
• Cereais, arroz, farinhas e azeitonas
• Açúcar e suas manufaturas
• Vinho e Cerveja
• Indústria Têxtil e Confecções
• Couro e derivados
• Produtos Metalúrgicos
• Papel e impressos
• Café, chá e erva-mate
• Madeiras e Móveis
URUGUAI
• Carnes, Pescados e Mariscos
• Leite e derivados
17zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
• Frutas frescas e em conserva
• Cereais, arroz e azeitonas
• Açúcar e derivados
• Vinhos, cervejas e licores
• Madeiras e Papel
• Indústria Têxtil e Confecções
• Vidros
• Produtos Metalúrgicos
• Indústria Automotiva
• Máquinas
Ficaram excluídos do regime geral os produtos mais desprotegidos da
eventual importação de seus países vizinhos. É interessante notar que
certos setores se repetem em todos os casos, tais como a indústria têxtil, os
produtos agrícolas e as indústrias automotiva, metalúrgica e de máquinas e
equipamentos, que envolvem uma proporção importante da atividade
econômica dos países.
Sem dúvida, um dos principais temas futuros de discussão em cada um dos
países será o da definição de quais produtos serão excluídos da lista de
exceções, ao completar cada etapa da redução progressiva das tarifas
alfandegárias. Este aspecto será fonte de pressões setoriais ante os
econômicos em sua decisão de excluir um ou outro produto. Os prazos para
a total eliminação de proteção alfandegária regional são tão exíguos que
passam a ser praticamente irrelevantes se não forem ampliados por lobby
político.wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1.4 PARIDADE CAMBIAL
A evolução do intercâmbio entre a Argentina e o Brasil na última década
mostra que as flutuações cambiais tiveram uma grande influência na
direção do fluxo de mercadorias entre ambos os países. Tanto em 1989
como em 1990, a combinação de fatores econômicos internos distintos
permitiram um forte incremento do saldo comercial a favor da Argentina. A
partir de meados de 1991, a situação favorece o ingresso de produtos
brasileiros.
Está claro que, se estas vantagens cambiais conjunturais podem modificar
as situações de estrutura que favorecem um ou outro país, também é certo
que um verdadeiro mercado comum não é compatível com situações
crônicas de superávit ou déficit entre os países, assim como não são
convenientes as grandes flutuações na paridade cambial. Estas situações
geram efeitos negativos sobre a relação comercial dos países, tais como:
• Incerteza sobre a evolução futura da paridade, o que inibe qualquer
19zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
• Geração de saídas significativas de divisas.
• Instauração de crises internas nos setores produtivos prejudicados.
A ausência de paridade cambial estável e real impede competição genuína
entre as economias, já que beneficia ou prejudica um país de maneira
assimétrica, desproporcional e imprevisível. Os setores produtivos não
conseguem posicionar-se dentro de sua situação competitiva real.
Em certos casos, as empresas exigem do governo taxas de câmbio
favoráveis para aumentar suas exportações, quando na realidade o que
buscam é dissimular sua falta de competitividade com o mesmo setor em
outro país por meio de um subsídio encoberto. É por isso que se considera
indispensável para o êxito futuro da iniciativa de integração a existência de
um mecanismo que estabeleça paridade cambial entre os países por
intermédio, por exemplo, da criação de uma moeda comum de intercâmbio
ou da ampla garantia de convertibilidade. É importante lembrar a
experiência da União Européia a este respeito, já que um dos mecanismos
vitais para seu funcionamento tem sido a existência de um sistema de
escolha de divisas cambiais, que permite um amplo grau de estabilidade
monetária entre os países, evitando as flutuações excessivas. Não há
dúvida de que a situação em nossa região é bem diferente da existente nos
países europeus e que o tema da paridade cambial em contextos
Provavelmente, não se poderá ter um maior avanço no tema da paridade
cambial entre os países do MERCOSUL antes que estes alcancem uma
certa estabilidade interna entre suas economias. Com a estabilidade haverá
um ambiente mais propício para harmonizar políticas macroeconômicas e
especialmente para tratar do tema da paridade cambial.wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1.5 HARMONIZAÇÃO DE POLíTICAS MACROECONÔMICAS
A definição de uma paridade cambial real e duradoura, parece ser elemento
fundamental para a coordenação de políticas econômicas globais para os
países do MERCOSUL. No entanto, existem outros aspectos que compõem
a futura conformação do mercado comum e que estão especificados no
Tratado de Assunção como objetivos futuros: a harmonização de políticas
fiscais, monetárias, de capitais, de serviços aduaneiros, de transporte e de
comunicação.
Assim mesmo, observa-se a necessidade de coordenar as posições do
MERCOSUL ante os toros e organismos internacionais. Os países também
deverão harmonizar suas legislações para que estes propósitos se
cumpram. (CLAUDINO PITA, 1996).
Esta futura união econômica - similarzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAà que existe na União Européia - é um
aspecto que ainda gera grandes dúvidas. Seria lógico ser pessimista a
21zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
alcançada em um futuro próximo. Não parece provável que os países da
região - e especialmente o Brasil e Argentina - subordinem suas políticas e
decisões supranacionais, quando podem existir pressões internas em outros
sentidos.
Um dos obstáculos a esta coordenação reside no fato de que o Brasil não
depende prioritariamente do comércio regional, o que faz com que esteja
menos exposto ao desempenho econômico dos demais países e não tenha
necessidade de coordenar com eles suas políticas globais. De alguma
forma, isto está relacionado à visão estratégia de cada país a respeito do
MERCOSUL.
A união aduaneira (tarifa alfandegária comum frente a terceiros) entre os
países membros do MERCOSUL é um dos objetivos do tratado, ainda que
não seja especificada a maneira pela qual ela será alcançada. No processo
de formação da União Européia, a tarifa externa comum foi fixada pela
média aritmética não-ponderada dos direitos sobre as importações de
terceiros países. Ao analisar a situação no âmbito do Cone Sul, no entanto,
surgem grandes dúvidas a respeito da implementação desta união
aduaneira, devido às assimetrias econômicas entre os países. Por exemplo,
é difícil pensar que o Brasil possa aceitar a tarifa zero que o Uruguai tem
para bens de capital e o Uruguai possa aceitar a tarifa zero que o Brasil tem
o
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAalcance de um verdadeiro mercado comum - e não somente de uma zonade livre comércio - depende também de outro fator: o livre trânsito entre os
países dos fatores produtivos (trabalho e capital). Apesar de este tema estar
incluído como objetivo a ser alcançado no mercado comum futuro, nada foi
definido a respeito dos mecanismos para seu estabelecimento.
Uma visão estratégica demonstra que existem vários aspectos nos quais o
Brasil tem um grande interesse em aprofundar as relações comerciais com
seus vizinhos.
Na realidade, os três países representam, em conjunto, cerca de 40% do
Brasil que participa de fato do MERCOSUL. A criação de um bloco
favorece as negociações com outros blocos já formados, sendo o primeiro
23wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
CAPíTULO 2
INTEGRAÇÃO RUMO AO ANO 2000
2.1 COMO OS PAíSES IRÃO ENFRENTAR, A PARTIR DO ANO 2000,
UM MERCADO MAIS INTEGRADO?zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A América Latina tem despontado como a região do globo em que nosso
potencial exportador se revela mais promissor: a região responde, hoje, por
aproximadamente 25% de nossas vendas externas. Mais de 80% deste total
se compõem de produtos manufaturados.
As exportações brasileiras para os países sul-americanos, excluindo-se o
MERCOSUL, correspondem à 8% do comércio exterior brasileiro. EssaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
I
cifra, que já •.. expressiva em si mesma, ganha maior significado quando
lembramos que o comércio com os países do MERCOSUL antes da
vigência do Tratado de Assunção representava cerca de 4,5% do nosso
comércio total e ascende hoje a 13%.
Além da exploração das novas relações com os outros países da América
do Sul, não podemos desconhecer que, por via da liberação e integração
mais efetiva, à vigorosa e crescente competição de outras economias como
as da bacia do Pacífico.
o
MERCOSUL e o NAFTA vêm contribuindo para fazer o tema "integraçãoeconômica" ocupar lugar de destaque nas agendas internacionais dos anos
90. A nova fase de integração adquire uma dimensão estratégica na
América Latina. A proposta brasileira de formação da Área de Livre
Comércio Sul-Americana (ALCSA), anunciada em 1993 e adotada pelos
países membros do MERCOSUL, prevê a criação de uma zona de livre
comércio na América Latina em um prazo de 10 anos, a partir de 1995, a
qual deverá englobar o MERCOSUL, o Pacto Andino e o Chile, mediante
uma série de acordos de livre comércio.
Os países-membros do MERCOSUL não esperam que a ALCSA se
estruture aceleradamente como um bloco, sendo mais eficaz instituir um
sistema de adição gradual, incorporando todo país interessado em
liberalizar seu comércio com a área, de acordo com suas condições
específicas.
Desta forma, os membros do MERCOSUL poderão ir aumentando, até
formarem um novo conjunto. Vale ressaltar que a ALCSA , além de ser
compatível com um futuro processo de convergência hemisférico, não é
excludente: serão conservados a ALADI, o Pacto Andino e o MERCOSUL.
25zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Livre Comércio Sul-Americana - que não desconhece a nossa prioridade ao
MERCOSUL, mas a completa - são essenciais para que o Brasil possa
exercer um papel indutor do desenvolvimento, da consolidação da
democracia e da paz regionais.
Com certeza, o MERCOSUL representa a primeira etapa de um processo
de integração mais abrangente; um processo de abertura gradual e de
exposição cautelosa, antes da maior inserção do Brasil e de seus
parceiros, na economia internacional. Faz-se necessário também uma
cooperação e assistência mútua maiores, a fim de propiciar uma
participação eficiente no processo de globalização econômica internacional
e nos benefícios gerados pelas novas correntes de comércio, investimento e
transformação tecnológica.
A globalização da economia mundial leva os países a tentar maximizar suas
vantagens competitivas em todos os mercados possíveis. No caso do Brasil,
é nessa perspectiva de inserção múltipla na economia global é que se deve
centrar a análise e a ação relativas à integração no MERCOSUL, nas
Américas e na União Européia.
Existem importantes transformações já em curso na maioria dos países
latino-americanos que apontam para uma nova era de economias mais
abertas e competitivas. A ênfase na liberalização comercial já está se
industrializados o papel de sustentar o crescimento, resistindo ao
protecionismo interno. Para o Brasil, a integração representa a
oportunidade de exercer a liderança na América Latina.
A formação de um mercado comum como o MERCOSUL supõe, antes de
mais nada, a vontade política dos países engajados nesse processo de
convergir para condições de livre concorrência entre eles, de modo a
aumentar a eficiência de suas economias e fortalecer a posição do conjunto
e de cada um deles no mercado internacional.
Sem dúvida, para que as condições de livre concorrência estejam pautadas
em critérios de eficiência econômica, é necessário remover todo tipo de
entraves de natureza institucional, sendo os mais manifestos as barreiras
tarifárias e não-tarifárias ao comércio exterior.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAÀ medida que essas barreiras
vão sendo eliminadas entre os países do MERCOSUL, surgem outros
obstáculos relacionados a políticas governamentais que exigem certo grau
de harmonização para que o processo de integração possa avançar.
Este é o caso da tributação interna. Baseados em estudos de Claudino Pita,
entendemos que à medida em que os tributos internos incidem na formação
de preços e na rentabilidade dos investimentos, diferenças marcantes nessa
tributação podem construir também uma barreira de natureza institucional à
27zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A tributação pode afetar a maior eficiência decorrente do mercado ampliado
principalmente em dois sentidos, ambos referentes à competitividade entre
os países membros: condições de concorrência e alocação geográfica dos
investimentos.
Os tributos incidentes sobre os rendimentos podem fazer com que, no caso
de existirem diferenças notáveis entre os países do MERCOSUL, a opção
de investir em algum deles seja fortemente influenciada pelo tratamento
conferido ao lucro decorrente desse investimento ou, em outros termos,
pela taxa de retorno após imposto que corresponda a cada país.
No caso de países do MERCOSUL, todos eles importadores de capital, a
necessidade de harmonização nesse campo é ainda maior, principalmente
para evitar que eles travem entre si uma "guerra de incentivos" para atrair
capitais de dentro e de fora da região, o que seria totalmente incompatível
com a própria essência do processo de integração econômica.wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
2.2 NOVOS PARCEIROS NO MERCOSUL
A formação de uma área de livre comércio que abarque todo o
subcontinente sul-americano constitui uma tentativa de organização e
racionalização econômica de algo que já está acontecendo na prática: o
A liberação acelerada desse comércio, ao promover a convergência entre
processos de integração, como é o caso do MERCOSUL e do Grupo Andino
(Colômbia, Equador, Venezuela. Bolívia e Peru), e com a participação
também do Chile, favorecerá diretamente o ritmo de expansão dessas
trocas. Criará ainda, condições positivas para uma melhor inserção da
região na economia internacional.
A iniciativa prevê programas de desqravação tarifária automática e
eliminação de restrições não-tarifárias. Com vistas a acelerar o processo
negociador, tais programas estarão limitados, numa primeira fase, ao
comércio de bens. O projeto deverá estruturar-se através de uma rede de
acordos de livre comércio entre países sul-americanos membros da ALADI,
em conformidade com as regras da OMC.
Aprovados pelos órgãos legislativos dos quatro membros do MERCOSUL, o
Acordo de Livre Comércio formaliza a entrada do Chile como associado do
organismo, a partir de 1 de outubro de 1996 e da Bolívia, a partir de janeiro
de 1997. Apresentamos os principais pontos do acordo:wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Acordo de Livre Comércio com o Chile - O Acordo de Complementarão
Econômica entre os países do MERCOSUL e o Chile foi assinado em
junho/96 (conforme Dec. CMC n. 03/96) e entrou em vigor a partir de
29zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
pelo Congresso brasileiro em 13 de setembro, e está também aprovado
pelos legislativos dos demais países, exceto o Paraguai.
o
acordo será de livre comércio, abrangendo unicamente a eliminação dasbarreiras tarifárias e não tarifárias, em prazos variáveis: de 8 anos para
certos produtos, em 10 anos para os produtos sensíveis e 15 para os
constantes das listas de exceção. Por enquanto, não está prevista a adesão
do Chile ao Mercado Comum. Em resumo, o acordo prevê:
a) O acordo vigora a partir de 01/10/96 e os acordos bilaterais que os países
do MERCOSUL mantêm com o Chile, individualmente, estão prorrogados
automaticamente até essa data;
b) Os produtos incluídos no patrimônio histórico, que já contavam com
margens de preferência nos diversos acordos da ALADI, terão suas
preferências ampliadas em 01/10/96, sendo o limite mínimo inicial de
preferência de 40%. Em janeiro de 1997 terá início a ampliação linear, anual
e automática dessas preferências, chegando a 100% em 01/01/2004,
completando a primeira fase da Zona de Livre Comércio em 8 anos;
c) Para os produtos sensíveis, a alíquota de 0% será alcançada no final de
10 anos. A margem de preferência inicial será de 30% a partir de 01/10/96,
2000, as margens serão ampliadas anualmente, de forma linear e
automática, em 10%.
d) Para os chamados produtos sensíveis especiais, não haverá preferência
inicial, até 31/12/99. Em janeiro de 2000 serão incluídos no programa de
desgravação tarifária, com margem inicial de preferência de 14%,
alcançando 100% em 01/01/2006;
e) Para os produtos das listas de exceção, a eliminação total de alíquotas
ocorrerá no prazo de 15 anos. A partir do décimo ano de vigência
(01/01/2006) iniciar-se-á a redução linear, automática e anual das alíquotas,
com uma margem de preferência inicial de 17%.
f) Os produtos do complexo trigo e o açúcar terão tratamento especial,
prevendo-se a margem de preferencia de 100% ao final de 18 anos e 16
anos, respectivamente. Adicionalmente, foram negociadas com tratamento
especial, mais quatro listas de produtos;
g) Os produtos novos, que não tenham sido enquadrados nos tratamentos
das preferências bilaterais citadas acima e não incluídos nas
excepcionalidades, terão margem de preferência iniciais de 40%, sendo
ampliada a partir de 01/01/97, anualmente de forma automática, até
31zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
h) O regime geral de origem incorporado será o da exigência de 60% de
índice de nacionalização, além das regras básicas de qualificação de origem
(salto tarifário). Para alguns setores, são definidos requisitos específicos de
origem;
i) Os produtos que incorporem em sua fabricação insumos importados
temporariamente, ou sob o regime draw-back poderão usufruir do Programa
de Liberação Comercial até o quinto ano de vigência do acordo (2001);
j) Os privilégios e/ou preferências não previstos pelo Tratado de Montevidéu
devem ser objeto de concessões equivalentes aos signatários do Acordo
MERCOSUUChile ou serão negociadas compensações.
k) Existirá uma quota de EXPORTAÇÃO chilena para o Brasil de 30 mil
veículos/ano, com um índice de nacionalização entre 30% e 40%. As
exportações do Brasil para o Chile também terão quotas, a serem definidas
com base na média das exportações dos últimos três anos, devendo
situar-se em cerca de 2 mil unidades ao ano.wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Acordo comercial com Bolívia - Com a finalidade de formar uma zona de
livre comércio no prazo de dez anos, o MERCOSUL e a Bolívia definiram as
bases para a entrada em vigor, a partir de 01/01/97, de um novo Acordo de
a) Os produtos que formam o patrimônio histórico, que já se encontram
relacionados no Acordo de Complementação Econômica n. 34
(MERCOSUUBolívia) terão suas preferências comerciais ampliadas de
forma linear e automática, iniciando-se com 30% de margem, até
alcançarem 100% de preferencia em 01/01/2006;
b) Para os produtos sensíveis, foram definidas quatro categorias distintas,
com diferentes tetos iniciais de concessão: na Primeira Categoria, os
produtos terão uma margem de preferência inicial de 15%, a partir de
01/01/97 até 31/12/99, ampliando-se as margens, anualmente de forma
linear e automática, até atingir 100% em 01/01/2006; na Segunda
Categoria, a margem de preferência inicial será de 10%, a partir de 01/01/97
até 31/12/2001 e a partir de 01/01/2002 até 01/01/2005 estas margens
serão ampliadas anualmente, de forma linear e automática, em 20%, na
terceira Categoria, o prazo de desgravação linear e automática será de 15
anos, somente a partir de 01/01/2005, com margem de preferencia inicial de
10%; na Quarta Categoria, a desgravação total ocorrerá em 18 anos,
contados a partir de 01/01/97, sendo que a partir de 01/01/2005 os produtos
terão uma preferência inicial de 10%, permanecendo por quatro anos, até
01/01/2008, quando então será ampliada a margem, de formas linear e
automática, até atingir 100% em 01/01/2014;
c) Para os produtos novos, não enquadrados nos itens anteriores, quando
33zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
50%, a partir de 01/01/97, permanecendo até o ano 2001, quando as
margens serão ampliadas 10% anualmente, de 01/01/2002 até 01/01/2006.
No caso das concessões da Bolívia e Paraguai, os produtos novos terão
uma margem de preferência inicial, a partir de 01/01/97, de 30%,
completando a margem de 100%, em 01/01/2006;
d) Há necessidade de definição do regime de origem geral e específico para
CAPíTULO
3
- O CASO DA INDÚSTRIA AUTOMOBILíSTICA
BRASILEIRA
"Desk Research"
3.1 ANÁLISE DO SETOR AUTOMOBILíSTICO
I
EXPORTAÇÕES DE AUTOVEíCULOSI
1993.586 2000
200 1800
1600
~ 1400
s
1200~ 1000
~ 800
~ 600
400zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A partir do ano de 1974, o Brasil pode considerar que suas exportações de
automóveis começam a ficar consistentes, e seguiram em ascensão até
1987. Políticas oficiais robusteceram as exportações nacionais (programa
Befiex). Com a gradativa extinção de programas oficiais e queda de
35zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
modernização de veículos (lei da informática), elevação dos custos
industriais, inflação e sucessivos planos econômicos, as exportações
perderam o fôlego no periodo de 1988zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAà 1990.
Depois de alguns anos sem expressão, as exportações demonstraram
sinais de recuperação no período de 1992 - 1994, sendo que o ano de 1994
foi o melhor ano em unidades vendidas (377,6 mil).
A recuperação fundamentou-se em ganhos de produtividade obtidos pela
indústria no período e pela alta absorção de produtos automotivos
brasileiros pela Argentina. Como podemos observar no gráficos e quadros
abaixo, em 1995 verificou-se uma queda de 23% em unidades e de 15% em
valor.
o
exercício de 1996 retoma a esperada recuperação do setor, com umvolume de 290 mil unidades exportadas, representando crescimento em
Exportação Brasileira de Autoveículos (Em mil unidades)zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1994 1995 1996
Janeiro 18,5 13,5 11,1
Fevereiro 28,1 30,8 18,8
Março 34,5 26,2 23,0
Abril 33,0 20,5 20,1
Maio 35,9 19,6 24,9
Junho 35,3 23,6 26,1
Julho 36,6 29,7 34,9
Agosto 37,4 28,8 31,7
Setembro 31,7 22,1 30,6
Outubro 33,0 22,6 29,4
Novembro 30,8 15,1 23,3
Dezembro 22,9 10,6 16,1
TOTAL 377,6 263,0 290,0
I
ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAE X P O R T A Ç Ã O D E A U T O V E IC U L O SwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAI
4035 30
la
Q 25
~ 20
;e
::::i15
;;::! :I 10
5
o
z > Q: Q:
«
z ...I o I- I- ~ r1l« w -c IX) :::E ::::) ::::) C) w ::::)
..,
LL. ~ -c..,
...., « Cf) o z oA tE S
Exportação Brasileira de Autoveiculos (Em US$ milhões)zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1994 1995 1996
Janeiro 176,8 168,1 141,5
Fevereiro 216,5 230,1 234,4
Março 305,4 284,6 255,5
Abril 276,2 233,6 234,7
Maio 279,3 258,0 276,2
Junho 268,1 249,8 235,6
Julho 247,0 260,7 279,2
Agosto 283,6 240,2 305,9
Setembro 272,2 242,1 274,9
Outubro 254,0 244,8 265,8
Novembro 279,5 246,1 286,3
Dezembro 280,2 205,9 197,8
TOTAL 3138,8 2864,1 2987,8
I
ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAE X P O R T A Ç A O D E A U T O V E IC U L O SwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAI
350 300
ra
250~ 200
i
150t4
s
100 50o
z
ai
~ o::«
z - lo
....
I-s
t;jc( co ::E :::> :::>
~ w :::>
..., u, ::E c( ..., ...,ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAC f ) o
z o
M E S
-1994 -1995 -1998
Observa-se que a América do Sul é o mercado preferencial dos produtos
automotivos brasileiros, sendo que a Argentina vem se constituindo no
nosso mercado mais forte. Suas dificuldades internas, que restringem as
importações, ainda que no âmbito do MERCOSUL, explicam boa parte da
queda de EXPORTAÇÃO automotiva em 1995.
.AIU:NTlNA
.AMERlCA DO SlI. - OUTROS • AMERlCA DO NORTE • AMERlCA C9lTRAL
oBR)pA
• AFACA IASIAZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
E X P O R T A Ç Ã O D E A U T O V E lc u L O S
P A ls E S D E D E S T IN O
21%
De um modo geral, as perspectivas futuras são bastante otimistas. O Brasil
encontra-se no centro das atenções dos observadores da indústria
automobilística mundial. Os US$ 19 bilhões de compromisso de
investimentos nos próximos três anos na construção de novas fábricas ou
na modernização das já existentes criam um cenário nunca visto. A
expectativa é de que até o ano 2000 o país assuma a quinta posição no
ranking dos maiores produtores de carro do mundo, tomando o lugar da
39
o
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBApotencial de crescimento do mercado nacional de automóveis é muitogrande: para cada mil habitantes existem apenas 68 carros, enquanto na
Argentina este número sobe para 146. Em alguns mercados já
consolidados, essa relação chega a ser de um habitante para cada carro. O
Brasil, que em 1995 fabricou 1,59 milhão de veículos vem demonstrando
que deverá tornar-se um grande centro exportador de veículos, não só para
os demais membros do MERCOSUL, mas também para o resto do mundo.
Um esforço contínuo de mais de vinte anos de exportações, tornou positiva
a balança comercial automobilística brasileira, a contar de 1977. A
aceleração das importações de veículos registrada especialmente a partir
do segundo semestre de 1994 rompeu este superávit. Ao se comparar as
I
ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAIM P O R T A Ç Õ E S D E V E íC U L O SwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAI
1990 1991 1992 1993 1994 1995
Conforme observa-se no gráfico acima, as importações de veículos num
período de quatro anos, tiveram crescimento geométrico.
Dada a necessidade de se recuperar e manter o superávit, por razões que
dizem respeito a toda economia e ao sucesso do Plano Real, a política
adotada pelo Governo vai nessa direção, ao exigir a geração de moeda de
41
BALANÇA COMERCIAL DA INDUSTRIA
AUTOMOBILISTICA
6000
5075 5000
-EI).
4000zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAEXPORTAÇÃO
s
m
ex:
3000~ ....• S§ 2000
815 IMPORTAÇÃO 1000
540
O
o ,.... N M '<t 11) co r-- co Q) o C;; N M '<t 11)
co co co co co co co co co co Q) Q) Q) Q) Q)
Para que fosse possível enfrentar o mercado externo de forma a nos tornar
exportadores competitivos, desenvolvemos um estudo denominado "Estudo
De Integração Comercial Do Setor Automotivo Na América Latina",
tendo como principal objetivo a identificação e compreensão de termos
internos da legislação inerente ao setor automobilístico, bem como os
acordos bi-Iaterais existentes entre os países da América Latina,
especialmente aqueles onde se concentram as operações da indústria
A partir daí, identificamos aspectos comerciais e legais que pudessem
influenciar e interferir na integração comercial do setor, além de passar a
conhecer a real dimensão de cada mercado, suas características e
potenciais oportunidades de EXPORTAÇÃO da indústria brasileira.
Como produto desse estudo, apresentamos os resultados, por países.wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ARGENTINA
• Imposto de Importação ( DUTY)
veículos: 20%
componentes: 2%
• Exigência de Conteúdo Local
veículos de passageiros ou comerciais: 60%
caminhões: 58%
para novos lançamentos é permitido um adicional de 10 pontos
percentuais de conteúdo durante um período de dois anos.
Montadoras instaladas na Argentina devem ter um programa comercial
compensado para obter redução de 50% sobre impostos de importação de
componentes e veículos.
Para completar a demanda doméstica de veículos, o governo estabelece
43zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
(incluindo pessoas físicas), variando por volta de 10% da produção
doméstica estimada de cada ano.
Obedecendo as cotas estabelecidas pelo governo, os "não-montadoras"
com um programa comercial compensado, serão beneficiados com a
redução de 50% sobre o imposto de importação. Os importadores pessoas
físicas, pagarão 22% de imposto de importação.
No que tange à geração de crédito de EXPORTAÇÃO temos que:
- Cada US$ 1,00 conseguido na EXPORTAÇÃO de veículos totalmente
montados, gera crédito de US$ 1,20 para importação
- Cada US$ 1,00 conseguido na EXPORTAÇÃO de componentes, gera
crédito de US$ 1,00 para importação
- 40% dos ãssets" fixos adquiridos no mercado doméstico (excluindo terras
e edifícios) podem ser considerados como EXPORTAÇÃO para o cálculo de
geração de crédito.wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ACORDOS COMERCIAIS:
1) Argentina X Uruguai
Acordo de complementação econômica Argentina - Uruguai. (Aplicável
Condições:zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
• Imposto de Importação (DUTY): zero para veículos.
• Exigência de conteúdo local: 70% em ambos os países
• Cotas de importação: não há
• Exigência de Balança Comercial: 1:1 em valor
2) Argentina X Brasil - Protocolo 21, aplicável somente para a indústria
automobilística.
Condições:
• Imposto de Importação (DUTY): zero para veículos
• Exigência de conteúdo local: 50%
• Cotas negociáveis anualmente
1994: 35.000 veículos e 3.000 ônibus/caminhões
1995:
1996:
• Exigência de Balança Comercial: 1:1 em unidade
3) Argentina X Chile
Condições:
• Imposto de Importação: zero
• Exigência de conteúdo local: ajustado por item, se necessário
• Cotas de importação: não há
45zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
• Imposto de Importação (DUTY):
veículos de passageiros: 35%
veículos comerciais: 15%
veículos CKD (completly knockdown): 3%
componentes: de 5% a 20%
• Incentivos: EXPORTAÇÃO possibilita acesso à linhas de financiamento
(for working capital)
• Exigências de Conteúdo Local:
veículos de passageiros e utilitários: 30%
veículos comerciais: 15%
• Exigências de Balança Comercial: nenhuma
• Geração de Crédito: não háwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Dados da indústria automobilística Argentina - 1995
FABRICAÇAO. LOCAL IMPORTADO VENDAS LOCAL EXPORTAÇAO VOLUME MKT SHARE VOLUME MKTSHARE VOLUME MKT SHARE VOLUME MKTSHARE FIAT 138000 35.0% 12700 3.2% 150000 38.0% 12700 41.0% RENAULT 89957 23,0% 984 0,3% 90941 23,1% 3044 9,8% VW/FORD 74444 19,0% 21486 5,4% 95930 24,3% 14391 46,0%
GM 5322 1,4% 5322 1,4%
HONDA 3462 0,8% 3462 0,8%
OUTROS 7708 23,0% 10,0% 12,4% 3,2%
COLÔMBIA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA• Imposto de Importação:
Veículos passageiros: 35%
Veículos comerciais: 15%
Veículos CKD: 3%
Componentes: de 5% a 20%
• Exigências de Conteúdo Local: 30%
• Geração de Crédito: Não há
• Exigências da Balança Comercial: Não há
ACORDOS COMERCIAIS
1) Pacto Andino (Colômbia, Venezuela, Equador, Peru e Bolívia)
Condições:
• Imposto de importação: zero
• Exigências de Conteúdo Local Regional:
veículos passageiros: 40%
veículos comerciais: 30%
• Cotas de Importação: Não há
• Exigências da Balança Comercial: Não Há
2) Grupo dos três (G3 - Colômbia, Venezuela e México)
47zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
3) Colômbia X Chile
Condições:
• Imposto de Importação (DUTY): zero
• Exigências de Conteúdo Local: veículos comerciais: 40%
• Cotas de importação: Não há
• Exigências da Balança Comercial: Não há
4) Colômbia X USA (somente componentes)
Trata-se de um acordo muito particular, onde os estados Unidos permitem a
importação, com imposto zero, de determinados componentes, através da
comprovação de gastos em investimentos no combate à produção e tráfico
de drogas.
Dados da Indústria Automobilística Colombiana - 1995
FABRICAÇAO. LOCAL IMPORTADO VENDAS LOCAL EXPORTAÇAO VOLUME MKT SHARE VOLUME MKTSHARE VOLUME MKTSHARE VOLUME MKTSHARE GM 32474 23,7% 8026 5,9% 40500 29,6% 370 20,2%
MAZDA 23464 17,1% 3036 2,2% 26400 19,3% 1438 78,6%
RENAULT 12091 8,8% 109 0,1% 12200 8,9% 22 1,2%
TOYOTA 6200 4,5% 6200 4,5%
NISSAN 7950 5,8% 7950 5,8%
l.ADA 6442 4,7% 6442 4,7%
FORD 2741 2,0% 2741 2,0%
DAEWOO 2467 1,8% 2467 1,8%
OUTROS 32067 23,4% 32067 23,4%
EQUADOR
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA• Imposto de Importação:
veículos: 40%
Veículos CKD: 5%
Componentes: de 5% a 15%
• Exigências de Conteúdo Local: 35%
• Geração de Crédito: Não há
• Exigências da Balança Comercial: Não há
ACORDOS COMERCIAIS
Pacto Andino (Equador, Colômbia, Venezuela, Peru e Bolívia)
Condições:
• Imposto de importação: zero
• Exigências de Conteúdo Local Regional:
veículos passageiros: 40%
veículos comerciais: 30%
• Cotas de Importação: Não há
• Exigências da Balança Comercial: Não Há
Dados da Indústria Automobilística Equatoriana - 1995
FABRICAÇAO. LOCAL IMPORTADO VENDAS LOCAL EXPORTAÇAO VOLUME MKTSHARE VOLUME MKTSHARE VOLUME MKTSHARE VOLUME MKTSHARE GMzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA14038 53,6% 3085 11,2% 12430 34,2% 3879, 57,7%
OUTROS 12172 46,4% 24594 88,8% 23920 65,8% 2841 42,3%
49wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
MÉXICO
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA~ Imposto de Importação (DUTY):
veículos: 20%
componentes: 12,5% (média)
• Incentivos: zero de imposto de importação de máquinas e equipamentos
para empresas com alto volume de EXPORTAÇÃO.
• Exigência de Conteúdo Local:
veículos de passageiros e caminhões leves: 36%
caminhões pesados: 40%
• Geração de Crédito: Não há
• Exigência de Balança Comercial:
veículos; 1,75:1 em valor
componentes: 1: 1 em valor
ACORDOS COMERCIAIS
1) NAFTA (México, Estados Unidos e Canadá)
Condições:
• Imposto de Importação: 10% caminhando para zero no ano 2004.
• Exigência de conteúdo local regional: 50%
• Cota de Importação: Não há
• Exigência da Balança Comercial: Para veículos e componentes
2) Grupo dos TrêszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA(México, Colômbia e Venezuela)
As condições encontram-se sob definição
VENEZUELA
• Imposto de Importação (DUTY):
veículos de passageiros: 35%
Veículos comerciais: 15%
Veículos CKD: 3%
• Componentes: de 10% a 20%
• Exigências de Conteúdo Local: 57%
• Geração de Créditos: Não há
• Exigências da Balança Comercial: Novas regras sobre o tema estão
sendo definidas.
ACORDOS COMERCIAIS
1) Pacto Andino (Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia)
Condições:
• Imposto de Importação (DUTY): zero
• Exigência de Conteúdo Local:
veículos de passageiro: 45%
veículos comerciais: 35%
• Cotas de Importação: Não há
• Exigência da balança Comercial: Não háZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
51wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
2) Grupo dos TrêszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA(G3 - Venezuela, Colômbia e México)
As condições encontram-se sob definição.
3) Venezuela X Chile
Condições:
• Imposto de Importação (DUTY): zero
• Exigência de Conteúdo local:
veículos de passageiros: 35%
veículos comerciais: 35%
• Cotas de Importação: Não há
• Exigências da Balança Comercial: Não há
PARAGUAI
• Imposto de Importação (DUTY):
veículos de passageiros: 15%
veículos comerciais: 10%
• Geração de Crédito de EXPORTAÇÃO: Não há
• Exigência de Conteúdo Local: Não há montadoras instaladas.
• Cotas de Importação; Não há
ACORDOS COMERCIAIS:
MERCOSUL
Condições PrevistaszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
• Imposto de Importação (DUTY): zero
• Tarifa externa: 20%
• Exigência de Conteúdo Local: 60%
Dados da indústria automobilística Paraguaia - 1995
FABRICAÇAO. LOCAL IMPORTADO VENDAS LOCAL EXPORTAÇAO VOLUME MKTSHARE VOLUME MKT SHARE VOLUME MKTSHARE VOLUME MKTSHARE VWzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA2952 15,3% 2952 15,3%
MITSUBISHI 2604 13,5% 2604 13,5%
TOYOTA 2055 10,6% 2055 10,6%
NISSAN 1625 8,4% 1625 8,4%
FORO 1477 7,6% 1477 7,6%
SUZUKI 953 4,9% 953 4,9%
KIA 803 4,2% 803 4,2%
DAEWOO 768 4,0% 768 4,0%
MAZDA 949 4,9% 949 4,9%
FIAT 644 3,3% 644 3,3%
GM 393 2,0% 393 2,0%
HYUNDAI 756 3,9% 756 3,9%
OUTROS
TOTAL 19331 100,0% 19331 100,0%
URUGUAI
• Imposto de Importação (DUTY):
veículos de passageiros: 20%
componentes: 5%
• Exigência de Conteúdo Local: Não há
53wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ACORDOS COMERCIAIS
Uruguai X ArgentinazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Acordo de complementação econômica Uruguai-Argentina (Aplicável
apenas para montadoras de mesma marca em ambos os países).
Condições:
• Imposto de Importação (DUTY): 0% para veículos.
• Exigência de conteúdo local: 70% em ambos os países
• Cotas de importação: não há
• Exigência de Balança: 1:1 em valor
Dados da Indústria Automobilística Uruguaia - 1995
FABRICAÇAO. LOCAL IMPORTADO VENDAS LOCAL EXPORTAÇAO VOLUME MKTSHARE VOLUME MKTSHARE VOLUME MKT SHARE VOLUME MKTSHARE
FIAT 1603 35.0% 1645 30,1%
TOVOTA 20 0,3%
INTERNAC. 7 0,1%
CITROEN 720 11,3% 600 11,0%
PEUGEOT 2775 43,5% 1934 35,4%
RENAULT 1259 19,7% 1276 23,4%
TOTAL 6384 100,0% 5455 100,0%
CHILE
• Imposto de Importação (DUTY): 11%
• Exigência de Conteúdo Local: Não há
• Cotas de Importação; Não há
• Exigência de Geração de crédito: Não há
• Incentivo à EXPORTAÇÃO: O governo oferece crédito de 40% para a
parcela de conteúdo local de produtos destinados à EXPORTAÇÃO.wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ACORDOS COMERCIAIS
Chile com México, Colômbia, Equador, Venezuela e Bolívia. Trata-se de
uma acordo exclusivo para o comércio de veículos, determinando zero de
imposto de importação que não requer controle de Balança Comercial.
Analisando as regras de comércio dos países da América Latina com maior
representatividade no setor automotivo, podemos identificar alguns pontos
relevantes:
• Argentina oferece os melhores incentivos à EXPORTAÇÃO;
• Argentina tem a mais baixa tarifa de importação para componentes;
• Chile tem a mais baixa tarifa de importação para veículos montados;
• Chile, Colômbia e Uruguai não requerem Balança Comercial;
• Chile, Colômbia e Venezuela não requerem geração de crédito para
importação;
• Chile tem a menor exigência de conteúdo local;
• Uruguai tem a menor tarifa de importação para veículo desmontado
(CKD - completly knock down), seguidos de Colômbia, Venezuela e
55wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Dados da Indústria Automobilística Chilena - 1995zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
FABRICAÇAO. LOCAL IMPORTADO VENDAS LOCAL EXPORTAÇAO VOLUME MKT SHARE VOLUME MKTSHARE VOLUME MKTSHARE VOLUME MKTSHARE
NISSAN 21584 14,4%
GM/OPEL 28893 19,3%
TOYOTA 16002 10,7%
HYUNDAI 12120 8,1%
DAEWOO 12011 8,0%
FORD 6688 4,5%
FIAT 5878 3,9%
KIA 9086 6,1%
LADA 5533 3,7%
SUZUKI 4365 2,9%
OUTROS
TOTAL 149632 100,0%
3.2 REGIME AUTO MOTIVO BRASILEIRO
o
Regime Automotivo Brasileiro tem como premissa a total harmonizaçãode nossa legislação com os países membros do MERCOSUL, até o ano
2000.
Vale registrar que o nosso Regime Automotivo foi, a princípio, baseado no
Regime Automotivo Argentino, o qual existe desde 1990, até com registro
na OMC quando do último encontro da Rodada do Uruguai.
Por motivos que não cabe ora discutir, o Governo brasileiro, apesar de estar
com o Regime Automotivo elaborado em sua primeira versão desde
maio/95, perdeu todos os prazos, dados pela OMC, para registrar os
contestações, por parte de países como China e Coréia, sobre os incentivos
estabelecidos no regime, o que talvez explique que o mesmo esteja ainda
na forma de Medida Provisória e não de Lei.
A Medida Provisória que suporta nosso regime foi editada sob número
1100/95 em 13/05/95 e mensalmente vem sendo reeditada com
aprimoramentos que são seguidos pelo governo argentino.
o
período de transição para a total harmonização de um regime AutomotivoComum do MERCOSUL é de 01 de janeiro de 1996 até 31 de dezembro de
1999. A razão da implementação até o final do ano de 1999 é que o ano
2000 é um ano-chave no acordo do MERCOSUL, onde todos os países
deverão estar preparados para um comércio livre, sem barreiras e sem
incentivos internos.
Os principais objetivos do governo a serem alcançados com o Regime
Automotivo Brasileiro expressos na Exposição de Motivos Interministerial da
MP 1024 de 95, que depois de sucessivamente reeditada passou a ser a
MP 1483-18 (EM ANEXO) , são os seguintes:
• Incentivo à modernização do parque auto motivo via importações, com
57zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
• Estabelecimento da regra segundo a qual importações de equipamentos,
partes, peças e veículos têm como pressupostos exportações do setor, o
que contribuirá para obter saldos na balança comercial.
• Fortalecimento das atividades econômicas automotivas do Brasil.
garantias: índice de nacionalização, conteúdo local de matérias-primas,
partes, peças e componentes. Indução à compra de insumos locais.
o
incentivo oferecido, ou seja, a redução do imposto de importaçãoobedece às normas internacionais, diferentemente do que ocorreria no
passado que por conveniência ou pressão de determinados setores, as
tarifas eram simplesmente zeradas ou taxadas a números irreais.
As reduções se dará da seguinte forma:wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
para MáqYinas e EqYipamentos
96
97
98
99
Redução 90% 90% 90% 90%
Tarifa Normal (média) 18% 17% 17% 16%
Tarifa Reduzida 2% 2% 2% 2%
Ressalte-se que para se obter a redução do Imposto de Importação, a
empresa em questão deverá provar que pelo menos 50%, nos anos de 96 e
97, e pelo menos 60%, nos anos de 98 e 99 das máquinas e equipamentos
utilizadas em sua produção, está sendo adquirido no mercado local. Assim,