Alexandre Chibebe Nicolella1 Diogo S. Dragone2 Carlos José Caetano Bacha3
Resumo:Estetrabalhoestimaumaequaçãodedemandaparafertilizantes noBrasil,considerandooperíodode1970a2002.Paratanto,procedimen-tosdeanálisedeco-integraçãosãoutilizados.Constatou-sequeapenas omodeloemnível(estimativapelosmínimosquadradosordinários), válidoparaolongo-prazo,apresentabonsresultadoseconométricos.A demandaporfertilizanteséinelásticaavariaçõesdepreçoseaovolume decréditorural,oqueécoerentecomasestimativasinternacionaisfeitas sobreademandadefertilizantesecomaessencialidadequeofertilizante temparaaagriculturabrasileira.
Palavras-chave:fertilizantes,consumo,modelosdeco-integração
ClassificaçãoJEL:Q1,Q11
Abstract:ThispaperestimatesanequationforfertilizerdemandinBrazil, consideringtimeperiodfrom1970to2002.Co-integrationanalysisprocedu-reshavebeenusedandtheyshowthatjustthelevelmodel(LSOmethod), validforlongterm,presentsgoodeconometricsresults.Fertilizerdemandis inelastictobothpricefluctuationsandruralcreditsupplied.Theseresults
1DoutorandodoProgramadeEconomiaAplicada-ESALQ/USP. 2MestreemEconomiaAplicada–ESALQ/USP.
arecompatiblewiththeinternationalestimatesandtheyalsoconfirmthe importanceoffertilizerasaninputfortheBrazilianagriculture.
Keywords:fertilizer,demand,co-integrationanalysis
JELClassification:Q1,Q11(Agriculture-AggregateSupplyandDemand Analysis;Prices)
1. Introdução
Oobjetivodessetrabalhoéanalisarosdeterminantesdademandapor fertilizantesnoBrasilnoperíodode1970a2002.Paratanto,ummodelo econométricoéestimadoeseusparâmetrossãoanalisados.Operíodode 1970a2002foiescolhidopeladisponibilidadedeinformaçõeseporser umafasedegrandeexpansãodoconsumodefertilizantesnopaís.
Ossolosbrasileirospossuem,emsuamaioria,limitaçõesdeferti-lidadenatural,sendoque84%dessessolospossuemproblemascom acidez (Amaral et al., 1999). Segundo Santos (1999), 40% dos solos brasileirossãoclassificadoscomolatossolos,possuindocaracterísticas físicasexcelentesegraveslimitaçõesquantoasuafertilidade.Entretanto, Santos(1999)ressaltaqueoslatossolostornam-sealtamenteprodutivos quandoutilizadossobremanejotecnificado.
Omanejotecnificadoinclui,alémdeoutraspráticas4,ousointensivo
defertilizantes.Essessãocompostosdemacronutrientes(especialmente nitrogênio,fósforoepotássio)emicronutrientes(boro,zinco,silício,entre outros),capazesdeaumentarascaracterísticasdefertilidadedossolospara osníveisexigidospelosnovoscultivaresmelhoradosemaisprodutivos.
AáreacultivadanoBrasilaumentouatéofinaldadécadade1980. Apósesseperíodo,essaáreaseguiutendênciadeclinante.Entretanto, aproduçãomostra-sesemprecrescenteaumataxade4,8%a.a.(con-siderandoas38principaisculturas)noperíodode1970a2002.Essa mudançadeestilodecrescimentodaagriculturasedeveainovações adotadassobaformade:maiorconsumodefertilizantes,melhoramento genético,novastécnicasdeplantio,inovaçãomecânica,porexemplo.
Oconsumobrasileirodefertilizantespassoude958miltoneladasem 1970para7,77milhõesdetoneladasem2002(AssociaçãoNacionalpara DifusãodeAdubos–ANDA).Tomandoaáreacomlavouras,oconsumo médiodefertilizantesporhectarepassoude18,5kgem1970para146kg em2002.Essegrandecrescimentonoconsumodomésticodefertilizantes fezoBrasilsero4omaiormercadomundialdefertilizantes,precedido
pelaChina,EUAeÍndia(Nevesetal,2002).
Apesardessegrandecrescimentonoconsumobrasileirodefertilizan-tes,poucoseconhecesobreseusdeterminantes.Istomotivaarealização destetrabalho.
Opresentetrabalhoestáorganizadoemseteseções,incluindoesta introdução.Aseção2fazumasíntesedaliteraturainternacionalena-cionalsobremodelosmatemáticoseeconométricossobreademandade fertilizantes,ressaltandoasestimativasgeradasparaaelasticidade-preço dademandadefertilizantes.Apartirdessarevisãoéressaltadaacontri-buiçãodopresentetrabalho.Aseção3analisaaevoluçãodoconsumo defertilizantesnoBrasil,destacandoseusperíodosdeexpansãoeredu-ção.Essaevoluçãoéassociadaàevoluçãodospreçosdefertilizantes,ao créditoruralparaaaquisiçãodoprodutoeaoíndicedepreçosrecebidos pelosprodutores,asquaissãotrêsdasmaisimportantesvariáveisde-terminantesdoconsumodefertilizantes.Aseção4apresentaafunção demandaaserestimadaeosprocedimentoseconométricosseguidos. Aseção5discuteosdadosutilizados.Aseção6apresentaediscuteos resultadosobtidosnaestimativadaequaçãodedemandadefertilizantes. Finalmente,aseção7apresentaasconclusõesdotrabalho.
2. Revisão de literatura
Quadro1.Síntesedealgunstrabalhossobreestimativasdademanda defertilizantesnaEuropaeEUA.
Autor(es) Paísanalisado Abran-gência Insu-mo MetodologiaUtilizada PeríododeTempo ElasticidadePreço
Lingard(1971) ReinoUnido Todosetor N ME/ES/ST 1956-1958 -0,60(cp)-1,089 -1,18(lp) England(1986) ReinoUnido Cereais N PL 1971-1981 -0,08,-0,13-0,24
Burrell(1989) ReinoUnido Todosetor F ME/Sis/ST 1964-1985 -0,47a-0,50 Boyle(1981) Irlanda Todosetor F ME/Sis/ST 1953-1977 -0,62 Higgings(1986) Irlanda Todosetor F ME/Sis/CS 1982 -1,38
Bonnieuxe
Rainelli França Todosetor F ME/ES/ST 1959-1984 -0,33(cp)-1,10(lp) AnkereSchmitz Alemanha Todosetor F ME/Sis/ST 1964-1983 -0,19 Dubgaard(1986) Dinamarca Todosetor N ME/ES/ST 1956-1984 -0,19 Ray(1982) EstadosUnidos Todosetor F ME/Sis/ST 1939-1977 -0,4875 Weaver(1983) EstadosUnidos Todosetor F ME/Sis/ST 1950-1970 -1,377
Denblaye
Vroomen(1993) EstadosUnidos Milho F ME/ES/ST 1964-1989 -0,21a-0,25(cp)-0,31a-0,41(lp) Mergose
Stoforos(1997) Grécia Todosetor F ME/ES/ST 1961-1993 -0,36(cp)e-0,81(lp)
Legenda:N=nitrogênio,F=todosfertilizantes
ME=modeloeconométrico,PL=programaçãolinear,ES=equaçãosimples,Sis=sistemadeequa-ções,ST=dadossériestemporais,CS=dadoscorteseccional
Fonte:Burrell(1989),DenblayeVroomen(1993),MergoseStoforos(1997)
ParaDenblay&Vroomen(1993),ostrabalhosapresentadosnoQuadro 1podemserdivididosemduascategorias.Aprimeiraincluiequações fortementebaseadasnateoriadualdafunçãocustooudafunçãolucro.A segundaaproximaçãoenvolveaespecificaçãodoquepodeserentendida comoequaçõesnaformareduzidadamaximizaçãodolucrodapropriedade agrícola.Ambascategoriasdeequaçõesestãosujeitasacríticas.
ParaBurrell(1989),asduascategoriasdeequaçõespossuempro-blemas na estimação. Na primeira, a imposição teórica de equações simultâneasraramentepossuiaderênciaaosestudosempíricos.Além disso,oprodutoplanejadoéestimadosemconsiderarproblemasclimá-ticoscomo,porexemplo,secaseexcessodechuvaseoutrasvariações residuaisnãorelacionadasàexpectativadepreço.Portanto,oproduto planejadodiferedoprodutoobservado.
NoQuadro2sãoapresentadosostrabalhosqueestimaramademanda defertilizantesnoBrasil.
Quadro2.Síntesedealgunstrabalhossobreestimativasdademanda defertilizantesnoBrasil.
Autor(es) Abrangência Insumo MetodologiaUtilizada PeríododeTempo ElasticidadePreço
Soares,Barros eCarmo
(1983)
Brasil F ME/ES/ST 1954-1979
-0,33a-0,76 (cred) -0,55a–0,730
(fert) Norte/Nordeste F ME/ES/ST 1954-1979 -0,609(fertc/subsídio)
Centro F ME/ES/ST 1954-1979 -0,558(fertc/subsídio)
Sul F ME/ES/ST 1954-1979 -0,702(fertc/subsídio) Cibantos
(1972) SãoPaulo F ME/ES/ST 1949-1971 -0,25(cp)-2,48(lp)
Pescarin (1974)
SãoPaulo N ME/ES/ST 1948-1972 -0,48(cp)-1,12(lp)
SãoPaulo P2O4 ME/ES/ST 1948-1972 -0,31(cp)-0,76(lp)
SãoPaulo K2O ME/ES/ST 1948-1972 -0,30(cp)-0,60(lp)
Legenda:N=nitrogênio,F=todosfertilizantes
ME=modeloeconométrico,ES=equaçãosimples,ST=dadossériestemporais
Asestimativasdeelasticidadepreçoparaademandadefertilizante noBrasilsãosemelhantesàquelasencontradasnoexterior.Sendoque nocurtoprazoapresentam-secomosendoinelásticas.Asestimativas deSoares,BarroseCarmo(1983)paraaelasticidadepreçodademanda dofertilizanteparaoBrasilvariaramentre–0,33e–0,76.ParaoEstado deSãoPaulo,Cibantos(1972)encontrouelasticidadepreçode–0,25 nocurtoprazoe–2,48nolongoprazo.Desagregandoofertilizanteem N,P2O5eK2O,Pescarin(1974)obteveelasticidadepreçonocurtoprazo variandode–0,30a–0,48enolongoprazode–0,60a–1,12.
apresenta,comocontribuiçãoaoconhecimentodisponível,aanáliseda demandadefertilizantesparaumperíodoaindanãoconsideradopela literaturadisponível.
3. Evolução do consumo de fertilizantes no Brasil
LevandoemcontaosdadosdaAssociaçãoNacionalparaaDifusão deAdubos(ANDA),éinteressanteregistrarqueocrescimentodocon-sumodefertilizantesnomercadointernofoideaproximadamente680% em32anos,passandode998miltoneladasem1970para7,77milhões detoneladasem2002.Estecrescimentonãofoicontínuoaolongodo tempo,apresentandoreduçõesnosseguintesperíodos(Gráfico1):1981 a1983,1988,1989e1995,alémdetersidoestagnadonosanosde1997 a1999.Estasinterrupçõesnocrescimentodoconsumodefertilizantes seexplicamporalteraçõesemalgumasvariáveisqueoafetam,emes-pecialopreçodofertilizanteeocréditorural.Essesdoisaspectossão analisadosaseguir.
Gráfico1.Brasil:consumototaldefertilizantesemmilhõesdetoneladas,1970-2002.
Fonte:IBGE/ANDA
3.1. Evolução do Preço do Fertilizante
Hátendênciaclaradedeclíniodospreçosdosfertilizantesnoperíodo de1975a2002(Gráfico2),apósafortealtaocorridade1972a1974. Essaelevação,possivelmente,éexplicadapelo1ochoquedopetróleo,
poisalgunscomponentesdosfertilizantessãoderivadosdomesmo.A taxadecâmbiotambémtemefeitosnospreçosdosfertilizantes,pois partedessesfertilizanteséimportada.Nadécadade1990,especialmente antesde1999,avalorizaçãocambialcontribuiuparaareduçãodopreço deflacionadoemreaisdosfertilizantes.Adesvalorizaçãocambialocorrida apartirde1999explica,emparte,opequenoaumentodacotaçãoem moedanacionaldofertilizante.
Gráfico2.EvoluçãodosPreçosPonderadodatoneladadeFertilizantesem milreaisde2003,período1970a2002.
Fonte:Elaboradapelosautores
Nota:Opreçoponderadoéamédiadospreçosdosnutrientesponderadospelasuaparticipação noconsumoaparentedefertilizantesemnutrientes.
Opreçomostra-senegativamentecorrelacionadocomoconsumo, sendode–0,54ocálculodessacorrelaçãoparaoperíodode1970a2002 ede–0,59paraoperíodode1980a2002.Essarelaçãonegativaentre preçoeconsumodefertilizanteéoqueseesperacomosendonormal.
3.2. Crédito Rural para a compra de fertilizantes
(CREAI)doBancodoBrasilefoipublicadaaLeino492regulamentandoo
PenhorRural,quehaviasidointroduzidonalegislaçãobrasileiraem1885 (Leino3.272).Noentanto,estetipodecréditosópassouaserexpressivo
apartirdacriaçãodoSistemaNacionaldeCrédito(SNCR)em1965. A partir dos anos 1950, o setor rural passou por um período de transformaçõesereestruturações,buscandonãosomenteocrescimento extensivodaproduçãoagrícola,mastambémamodernizaçãodesua base técnica (Guilhoto et al., 2000). A institucionalização do crédito ruralnoBrasileafixaçãodeumpisodeobrigatoriedadedeempréstimo àagriculturasobreosdepósitosàvistadosistemabancáriopermitiram umaforteexpansãodocréditoruralatéofinaldosanos1970(Gráfico 3).Ocrescimentomédiodovolumedasaplicaçõesderecursosdecrédito rural,emtermosreais,foide16,7%a.a.noperíodode1969a1979.Em 1970,ocréditoruralcorrespondiaa54%doprodutodosetorprimário (Kageyamaetal.,1990).Estecrescimentofoiimpulsionadopelaforte presençadosetorpúblicoepelaaplicaçãocompulsóriadosbancos.A partirdosanos1980,caracterizadospordesequilíbriosmacroeconômicos, houvefortereduçãodovolumedecréditooficial.
Gráfico3.EvoluçãodocréditocusteionoBrasilembilhõesdereaisde2003, período1970a2002.
Fonte:BancoCentraldoBrasil–AnuáriodoCréditoRural
pelamaiorparticipaçãodasinstituiçõesprivadasnofinanciamentode seusclientes(produtores),comempréstimosressarcidoscomrecebimen-todaprodução,gerando,porexemplo,atãoconhecida“SojaVerde”. Empresasmultinacionaisfinanciamaaquisiçãodeadubos,sementese outrosinsumosnecessáriosàrealizaçãodaprodução.Estatransforma-çãoéevidenciadacomosdadosdoGráfico3,ondeocréditodecusteio passoudonívelmédiodeR$34bilhõesporanoentre1970e1989para R$13,5bilhõesporanonosanos1990(apreçosreaisde2003).
Acorrelaçãoentreoconsumodefertilizanteeocréditodecusteio foibaixaenegativa,–0,35,noperíodode1970a2002.Aoanalisaressa correlaçãoemdoissubperíodos,de1970a1980e1981a2002,encon-tra-sealtacorrelaçãopositivaparaoprimeiroperíodo,0,94enegativa paraosegundoperíodo–0,70.Essesvaloresmostramaessencialidade dosfertilizantesparaaagricultura.Mesmoemfasedevolumesdecres-centesdecréditodecusteiooficial(comooperíodode1981a2002),o consumodefertilizantescontinuouacrescer.Istofoipossíveldevido ao uso de outras fontes de recursos (como os recursos próprios dos agricultoresecréditosnãooficiaisfornecidosporempresasindustriais edecomercialização).
3.3. Outras Variáveis Afetando o Consumo de Fertilizante
Além do preço do fertilizante e do volume de crédito de custeio, duasoutrasvariáveispodemserconsideradascomodeterminantesdo consumodefertilizantes:aáreacultivadacomlavouraseumindicador depreçosrecebidospelosprodutoresagrícolas.
entreáreacomculturaseconsumodefertilizantenosperíodosde1970a 1989ede1990a2002podeinviabilizarousodaáreadelavourascomo variáveldeterminantedademandadefertilizantes.
Pode-sepensarqueumíndicedepreçosrecebidos(IPR)sejatam-bémumdosdeterminantesdoconsumodefertilizantes.Espera-seque oaumentodoIPRgereestímuloaoconsumodefertilizantes,poisos produtorespoderiamproduzirmaiorquantidadedeprodutosagrícolas aseremvendidosapreçosunitáriosmaiores.Aoanalisaracorrelação entreconsumodefertilizanteeIPRnoperíodode1970a2002obtém-se ovalorde0,58(demonstrandoseroIPRumavariávelrelevanteparao entendimentodademandaporfertilizante).Considerandooperíodode 1970a1980,acorrelaçãoentreconsumodefertilizanteeoIPRchegaa 0,90epara1990a2002tem-seovalorde0,77.
NoGráfico4observa-seumatendênciadecrescimentodoíndicede preçosrecebido(IPR)noperíodode1970a2002.Noentanto,chamaaten-çãoafortequedaentreosperíodosde1980a1982ede1986a1989.Parte dessasquedaspodeserexplicadapeloaltoíndiceinflacionárionoperíodo epelosdiversosplanosquetentaramcombateraescaladainflacionária.
Gráfico4.EvoluçãodoÍndicedePreçoRecebido(IPR)emreaisde2003, período1970a2002.
Fonte:FundaçãoGetulioVargas(FGV).
4. Modelo Econométrico
Baseadanaexposiçãodaseção3,aprimeiraequaçãodedemanda aserestimadaé:
Cons=f(PFert,Ccred,Area,IPR)(1) Onde
Cons=consumodefertilizantes
PFert=preçodofertilizante
Ccred=créditodecusteio
Area=áreacultivadacomas38principaislavouras
IPR=índicedepreçosrecebidos
Asvariáveisforamlogaritimizadas.Assim,obtêm-sediretamenteas elasticidadesmarshalianas(paramaioresdetalhesverBurrel1989).
Aequação(1)será,inicialmente,estimadapelométododosmíni-mosquadradosordinários(MQO)utilizandoasvariáveisemnível5.Este
resultado, no entanto, pode gerar relações espúrias caso as variáveis nãosejamco-integradas.Masseasvariáveisforemco-integradas,os resultadosdasestimativasviaoMQOpermitemavaliarasdinâmicasde longo-prazo(Maddala,1988,p.217).
AordemdeintegraçãodeumavariávelédefinidaporEngleeGran-ger(1987,p.252).Segundoessesautores,“umasériesemcomponentes determinísticos,aqualpossuiumarepresentaçãoARMA,estacionáriae irreversívelapósdiferenciardvezes,éditaserintegradadeordemd,de-notadoporXt~I(d)”.Aordemdeintegração(d)éonúmerodevezesque umavariávelprecisaserdiferenciadaparaatingiraestacionariedade.
Paraotestedaestacionariedadedassériesutilizou-seotestedeDickeye FullerAumentado(ADF),propostoporDickeyeFuller(1981),quetemcomo baseaseguinteregressãoestimadapormínimosquadradosordinários:
,com;
,=drift,t=tendênciaep=ordemdo
processoautoregressivoquedescreveocomportamentodasérie.
Sendo,nestecaso,apresençaderaizunitáriatestadapelahipótese H0:η=0.OsvalorescríticosestãotabuladosemDickeyeFuller(1981) e sua análise segue o procedimento proposto por Enders (1995). Os
procedimentosparadefiniçãodoprocessoauto-regressivodeordemp
sãoosdeAIC(Akaike)eodeSB(Schwarz)6.
NocasodehaverduasvariáveisXt1eXt2integradasdemesmaordem
dequepossuamrelaçãolinearestáveldelongoprazo(ouseja,zt= Xt1-αXt2,sendoztestocásticaeestácionária),diz-sequeessasvariáveis sãoco-integradas.Nessecaso,hánecessidadedeseutilizarummodelo decorreçãodeerro.
SegundoEngleeGranger(1987,p.253)“oscomponentesdovetor Xtsãoco-integradosdeordemd,b,denotadoporXt ~CI(d,b),se,i)to-dososcomponentesdeXtsãoI(d);ii)existeumvetorα (α0)ondezt=
α´Xt~I(d-b),b>0.Ovetorαéchamadodevetordeco-integração”. Aplicou-seametodologiadeJohansenparatestaraco-integração dasséries.Talmetodologiaéindicadaquandohouvermaisdeumvetor deco-integraçãoe/ouexistirendogeneidadedoregressor.Casohajaa rejeiçãodeH0(ouseja,nãoháco-integração),éestimadoomodelonas diferençasincluindoosvetoresdeco-integração.Assim,pode-seanalisar duasdinâmicas:i)delongoprazo,representadapelomodeloemnível e;ii)decurtoprazo,representadopelomodelonasdiferençasincluindo osvetoresdeco-integração(Maddala,citadoporBacchi,1994).
5. Os dados utilizados
Osdadosutilizadosnasregressõesestimadasforamretiradosdecinco fontesdistintas,asquaissão:
i) Anuário da Associação Nacional para Difusão de Adubos –ANDA;
ii) AnuáriodoInstitutoBrasileirodeGeografiaeEstatística–IBGE; iii)AnuárioEstatísticodoCréditoRural–BACEN;
iv)InstitutodeEconomiaAgrícoladoEstadodeSãoPaulo–IEA/ SAA/SP,e;
v) FundaçãoGetulioVargas–FGV.
ATabela1apresentaosdadosutilizadosnasregressões.
OsdadosdeconsumosforamextraídosdosanuáriosdoIBGEeANDA, somando-seoconsumoaparentedeN,P2O5eK2O.
Asériedepreçosfoielaboradaapartirdospreçoscorrentesdoni-trocálcio,superfosfatosimplesecloretodepotássio,extraídosdobanco dedadosdoIEA/SAA-ESP.Essespreçosforamdeflacionadosparareais de dezembro de 20037 e convertidos pelas respectivas concentrações
emN,P2O5eK2O.Comisso,obtém-seopreçodonutrienteemreais dedezembro2003portonelada.Paraestabelecerumpreçoúnicopara ofertilizante,utilizou-seoconsumoaparentedecadanutrientecomo fatordeponderação. Tabela1–Evoluçãodoconsumodefertilizanteemtoneladas,doíndicedepreço emR$edocréditocusteioemmilhãodeR$paraoBrasil,1970a2002. Ano Consumode Nutrientes Preço ponderadoda toneladade fertilizante Créditode Custeio ÁreaColhida das38 principais culturas Índicede preços recebidos (IPR) (emtoneladas) (R$)* Milhão(R$)* (emhectares)
1970 998.566 2.777 10.307 31.739.861 165,978 1971 1.165.034 2.738 11.569 37.624.692 172,356 1972 1.746.773 3.159 13.686 38.524.322 184,498 1973 1.679.146 3.266 19.720 37.075.571 251,403 1974 1.824.636 6.448 25.792 40.508.176 255,809 1975 1.894.206 6.244 32.799 42.231.589 271,059 1976 2.464.884 4.739 35.653 43.510.242 319,914 1977 3.185.716 4.076 36.277 46.051.443 322,152 1978 3.222.386 3.901 36.393 45.753.252 309,868 1979 3.567.039 4.047 48.753 46.949.990 316,189 1980 4.200.619 5.119 54.659 48.592.943 325,967 1981 2.753.729 4.792 49.483 47.758.784 289,351 1982 2.718.470 4.459 52.512 50.194.927 256,422
1983 2.272.033 4.097 38.167 44.362.827 307,968 1984 3.454.508 4.213 27.394 48.785.554 318,364 1985 3.198.055 4.236 39.539 50.763.969 325,006 1986 3.953.397 2.832 44.815 52.537.025 361,182 1987 4.049.645 3.087 44.333 52.490.292 255,615 1988 3.743.748 3.229 31.529 54.400.086 266,021 1989 3.269.730 2.531 34.498 54.214.999 208,564 1990 3.326.275 2.603 18.000 49.563.023 228,032 1991 3.508.722 2.475 20.425 49.664.116 243,616 1992 3.674.530 2.531 17.239 49.712.828 250,298 1993 4.588.997 2.145 12.805 45.667.113 264,986 1994 5.080.208 2.035 17.700 50.351.971 286,406 1995 4.603.812 1.878 8.205 49.763.960 257,512 1996 5.090.885 2.019 8.535 44.646.669 275,002 1997 6.034.573 2.143 11.350 46.525.580 284,275 1998 6.039.886 2.003 12.063 45.760.747 300,647 1999 5.999.957 2.374 11.726 47.942.896 284,251 2000 7.569.857 2.302 11.197 49.088.829 260,054 2001 7.205.000 2.403 11.715 49.231.694 300,083 2002 7.773.000 2.432 13.444 52.078.577 349,169
Fonte:dadosbrutoscoletadosdoBACEN,ANDA,IBGE,IEA,FGV.
Nota:*ValoresconvertidosemR$dezembrode2003peloÍndiceGeraldePreços–Disponibilidade Interna(IGP-DI)daFundaçãoGetúlioVargas.
A série de crédito de custeio foi extraída diretamente do Anuário EstatísticodoCréditoRural–BACENedeflacionadapara2003.
O índice de preços recebidos (IPR) foi elaborado pela Fundação GetulioVargas(FGV)tendocomobaseomêsdeagostode1994edefla-cionadoparadezembrode2003.
AvariáveláreafoiextraídadoInstitutoBrasileirodeGeografiaeEs-tatístico (IBGE) utilizando-se a soma da área colhida das 38 principais culturas8.
6. Resultados
Para estimar a equação (1) foi introduzida uma variáveldummy9
paracaptarmelhoramudançanaevoluçãodoconsumodefertilizan-tesapartirdadécadade1990.AestimativapeloMQOdaequação(1)
comavariáveldummynãoevidencioubomajusteeconométrico,com
insignificânciaestatísticaparaoscoeficientesdePFerteCCredecomsinal negativoparaoscoeficientesCCred,oqualnãoeraesperado.Háindícios defortemulticolinearidadenessaestimativa,poisomodelomostra-se altamentesignificativo(testeF),sendoqueamaiorpartedassuasva-riáveisexplicativasnãoosão(pelotestet).
ApesardocoeficienteestimadodavariávelAreatersidopositivoe estatisticamentesignificativo,constatou-sequeessavariávelébastante determinada pelas demais, indicando que provavelmente a variável
Areaéacausadoradofenômenodamulticolinearidade.Alémdisso,o
comportamentodaáreafoiestávelnosúltimosanoseoconsumode fertilizantetevefortecrescimento.
Prosseguindo,estima-seomodelo(1),porMQO,excluindo-seavari-ávelArea.OsresultadosestãoapresentadosnaTabela2.Nota-sequenão háindíciosdemulticolinearidadenessemodelo,sendoqueasvariáveis estimadaseomodelosãoestatisticamentesignificativosaonívelde10% e5%,expressospelotestetetesteF,respectivamente.
Tabela2-Resultadodomodelodedemandaporfertilizantesestimadoemnível
Variável Coeficiente Testet Pr>[t]
Intercepto 7,223 -3,13 0,004
PFert -0,655 1,82 0,004
CCred 0,250 4,28 0,080
IPR 1,335 -3,07 0,000
Dummy -0,542 3,10 0,005
R2=0,671 F=32,05 Pr>F=<0,0001 DW=1,58 Fonte:dadosdapesquisa
Ossinaiscomportam-secomoesperado,ouseja,oscoeficientesdas variáveispreçosdofertilizanteedadummysãonegativoseoscoeficientes dasvariáveiscréditodecusteioeIPRsãopositivos.Pormeiodoteste DWnãofoidiagnosticadoautocorrelaçãoserialentreosresíduos.
OscoeficientesapresentadosnaTabela2equivalemàselasticidades marshalianasdelongoprazo.Constata-sequeademandadefertilizan-teséinelásticaavariaçõesdepreços.Oaumentode1%nopreçodo fertilizantediminuiademandadesseprodutoem0,655%.Ademanda defertilizanteséinelásticaàvariaçãodocréditodecusteio.Oaumento de1%novolumedecréditodecusteioaumentaademandaporferti-lizantesem0,250%.Masademandadefertilizanteébastantesensível àvariaçãodoIPR.Oaumentode1%noIPRaumentaademandapor fertilizanteem1,34%
Osvaloresaquiencontradospossuemsimilaridadescomosvalores encontradosnaliteratura.ParaMergoseStoforos(1997),aelasticidade preçodademandaporfertilizantesdelongoprazonaGréciafoi–0,81. ParaDenbalyeVroomen(1993)essaelasticidadeparaosEUAvariou entre-0,31a–0,41.NoReinoUnido,Burrel(1986)estimouelasticidade preçodademandadefertilizantesdelongoprazoentre-0,47a–0,50.
Procedeu-se,então,aotestederaizunitáriaeconstatou-sequea áreaéestacionáriaI(0);asvariáveisPFert,Ccred,IPRsãoestacionáriasna primeiradiferença,ouseja,I(1).
Pelomotivodescritoanteriormenteevisandoconsiderarvariáveis estacionáriasnamesmadiferençaerealizartestedeco-integração,o modelofoisimplificado,retirandoavariávelindependenteArea.
Tabela3-Testesderaizunitáriaparaavariávelconsumodefertilizante(Cons),
preçodefertilizante(Pfer),créditocusteio(Ccred),comasvariáveisnaprimeira diferençaeasvariáveisnasegundadiferença.
Variável τ Modelo1♦ Modelo2♦♦
τ τβτ τµ ταµ τ τ
Cons -3,19 2,53 -1,95 2,03 2,09 -5,59*
Pfer -2,81 -2,49 -1,37 1,36 -0,19 -5,51*
CCred -2,54 -2,56 -1,46 1,46 0,14 -5,95* Area -2,77 0,29 -3,42 3,43 1,68 -5,59A
IPR -2,76 0,13 -2,85 2,89 0,98 -5,71*
Fonte:Dadosdepesquisa
Notas:*Rejeita-seahipótesederaizunitáriaaonívelde1%[valorescríticosemFuller(1976)e Dickey-Fuller(1981)]
NãohouveautocorrelaçãoserialbaseadonotesteQdeLjung-Box.
Ovalordepusado,obtidopeloscritériosdeAICeSB,foramde9paraavariávelconsumode
fertilizantesede1paraasvariáveispreçodofertilizanteecréditocusteio. A)Serieestacionária(I(0))
�Modelo1⇒ ,nasversõescomconstanteetendência,
semtendênciaesemtendênciaeconstante.��Modelo2⇒
definidoapósconstatadoanãoexistênciadetermosdeterministas.
Para analisar a dinâmica de curto prazo, estima-se o modelo de correçãodeerro.Essemodeloéestimadocomasvariáveisdiferencia-dasincluindoumvetordeco-integraçãoestimadoanteriormente10.Os
resultadosestãoapresentadosnaTabela4.
Tabela4-Resultadodomodelodecorreçãodeerroparaademandaporfertilizantes
Variável Coeficiente Testet Pr>[t]
Intercepto 0,921 1,14 0,264
∆PFert -0,150 -0,64 0,525
∆IPR 0,230 0,88 0,387
∆Cred 0,090 0,75 0,458
Dummy -0,016 -0,26 0,800
R1* 0,368 1,07 0,296
R2=0,10 F=0,58 Pr>F=0,7154 DW=2,58
Fonte:dadosdapesquisa
Nota:*R1éovetordeco-integração
Ossinaisdoscoeficientescomportam-secomoesperado,masovalordo testet,paratodasasvariáveis,nãosemostrouestatisticamentesignificativo
a10%.Assim,conclui-sequenãohárelaçõesdecurtoprazoentreavariável predita(demandadefertilizante)easpreditoras,ouseja,asvariáveisaqui propostasnãoexplicamnocurtoprazoademandaporfertilizante.
7. Conclusões
Este trabalho estimou a equação de demanda de fertilizantes no Brasilnoperíodode1970a2002.Asvariáveisindependentesconside-radasforamopreçodofertilizante,ocréditodecusteio,áreaeoíndice depreçorecebido.
Aestimativadomodelodedemandadefertilizantespelométodo dosmínimosquadradosordináriosmostrouresultadomelhorquando seexcluiaáreacomovariávelexplicativa.Istosejustificapelofatoda agriculturabrasileira,apartirde1989,estarexpandindo-secommenor usodaárea.Istosóépossível,emparte,porqueaprodutividadeda terraestáaumentando,oquesedeve,emparte,àmaiordemandade fertilizantes.Aanálisedeco-integraçãomostrouqueasvariáveispreço dofertilizante,créditodecusteioeíndicedepreçorecebidoapresentam umaraizunitária.Noentanto,aestimativadomodelodecorreçãode errosnãoserevelousatisfatóriaquantoaoníveldesignificânciaesta-tísticadoscoeficientes.
Opresenteestudoestimouademandadefertilizantescomoumtodo para a agropecuária brasileira. Resultados diferentes podem surgir se foremfeitasestimativasdademandadesseinsumoporcategoriasdepro-dutosagropecuários.Istoficacomosugestãoparafuturaspesquisas.
8. Referências Bibliográficas
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