UNIVERSIDADE
DE
SAO
PAULO
INSTITUTO
DE
GEOCIÊNCIAS
ESTUDo DE
pRovENlÊNclA
SEDTMENTAR DE
sEeuÊrucles
NEOPROTEROZOICAS AO LONGO
DO
LINEAMENTO
PATOS
lenovírucla
BoRBoREMA,
NE
Do
BRASTL)
John
Mauricio
Rico
Bautista
Orientadora: ProF.
Dra.Maria Helena Bezerra Maia de Hollanda
DISSERTAçÃO
DE
MESTRADO
Programa
de Pós-Graduação
em Geoquímica
e Geotectônica
VERSÃO CORRIGIDA
UNIVERSIDADE
DE
SÃO
PAULO
rNsTtruro
DE
GEoct
Êtrlclns
''PROVENIÊNCIA
SEDIMENTAR DE SEQ UÊUCINS
NEOPROTEROZOrcAS
AO
LONGO
DO
LINEAMENTO PArOS
¡enovixuA
BaRBIREMA,
NE
Do
BRAstL),,
JoHN
ruaunícto Rtco
BAUTIsTA
Orientador: Profa. Dra.
Maria Helena
Bezerra
Maia
de
Hollanda
DtssERrAçÃo
DE
MESTRAD9
¿l' A;
/
¡-^.-
l'"\
colr¿lssÃo
JULGADoRA
(s?,
Nome
Dra.
Maria Helena Bezerra
Maia
de
Holanda
(Orientador)
Dr.
MiguelAngelo Stipp
Basei
(GMG/lGc/USp)
Dr.
Ticiano José
Saraiva
dos
Santos
(uNtcAMP)
DEDALUS-Acervo-lGC
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44
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UNIVtsRSIDADE DE SAO PAULO
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
BSTUDO DE
PROVENIIiNCIA
SEDIMENTAR
DE SEQUÊNCI¡.S
NEOPROTEROZOICAS AO LONGO
DO
LINEAMBNTO
PATOS
gnovÍnclA
BoRBoREMA,
NE
Do
BRASIL)
John
Mauricio
Rico
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Orientatlora: Prof'. Dr". Maria Helena Bczerra Maia de Hollantla
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Dissertação de Mestrado elaborada junto ao
Programa de Pós-Graduação em Geoquírnica e Ceotectônica
do lnstituto de Geociências da Universidade de São paulo na área de Geocronologia e Geologia Regional para obterrção clo Titulo do Mestre enl Ceociências.
DISSERTAÇAO DE MDSTRADO
Prograrna de Pós-Graduação ertr Geoquímica e Geotectônica
VERSÃO CORREGIDA
sÃo
paulo
Ficha
catalográfica
preparada
pelo
Serviço de
Biblioteca e
Documentação dolnstituto
de
ceoclências da Universidade de
São pauloRico
Bautista,
JohnMauricio
Estudo de Proveniência
Sedimentar
de
SequênclasNeoprote
rozoicas ao
Longodo
Lineamento patos,
Província
Borborema,
NEdo
Brasif./
John
Mauricio
Rico
Bautista. -
SãoPaulo,
201270
p.: iI
+
anexosDissertaÇão (Mestrado)
:
IGc,/US pOrient,:
Bezerra
Maia
de Hollanda, Maria
HeIena1.
G¡upoSeridó
2.
FormaÇãoLavl:as
daMangabeira
3,
Provincia
Borbo¡ema4.
Geocronologia
"Man finds God behind every door that does open science"
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, gostaria de agradecer
a
Deus pela sonhada opoÉunidade de fazer omestrado no Brasil e por ter colocado em meu caminho tanta gente que nos tratou muito bem
a mim e a minha esposa, Johanna Mendez Duque.
A
meus irmãos Luis, Gladys e Elizabeth que sempre me apoiarame
meanimaram,
e
a
minha mãe Isbelia Bautista deRico
que sempre me incentivou a trabalhar forte em procurade
meus sonhos, sempre me lembrando ovalor da honestidade, responsabilidade e respeito.
A
minha orientadora,Prof.
Dr". Maria Helena Bezerra Maia deHollanda
por
me dara oportunidade de realizar
o
mestrado baixo sua orientação, sua grande ajuda profissional, excelentes conselhose
sugestõesnâ
interpretaçãodos
dadose
pela
paciênciaem
tudo momento.Ao
professorDr.
carlos
JoseArchanjo
por
sua colaboraçãoe
pelos comentáriosconstrutivos
em
campoe
em todas as etapas de elaboração desta dissertação.A
toda a equipe dos laboratórios de Geocronologia (CPgeo) , especialnrente ayazco
Lois,
Mauricio de Souza (Gaucho),Roberto
Siqueira,Walter
Sprosser, por suas valiosa ajudas nas etapasde
preparação, análise, interpretação isotópica dos resultados, alem dasolução de problemas técn icos.
Ao
professorDr.
Daniel
Atencio pela revisãodo texto e
colaboração na descrição petrográfica.Ao
professor
Dr.
André Oliveira
Sawakuchi, agradeço principalmentepor
sua amizade, e por ter nos recebido a mim e a Johanna quase que como filhos, nos oferecendo suahospitalidade
e
ajuda
incondicional atodo
instante. seremos gratos a ele pelo resto denossas vidas.
À
IlanaFichberg
pelo apoio desde o primeiro momento no Brasil e pela amizade eincondicional ajuda.
Ao
Instituto de Geociências e a CAPES pelo apoio financeiro por ter possibilitado aAo Leonardo Pressi pela sua ajuda sincera arnizade e colaboração en tudo momento.
Aos meus amigos
omar camilo
Montenegro e Alba Suárez pela confiança depositadaem m im na execução deste projeto.
Aos parceiros Oscar Romero e Felipe Lamus, por serem bons amigos e também por
seretn " tan lámparas " .
A
meu parceiro de campo Luis Gustavo viegas pela amizade, apoio na primera etapa de campo e suamultiples
conselhos profesionais e colaborações.A minha rnelhor amiga Geane carolina cavalcante por sua constante ajuda na revisão
de textos, anizade, confiança e bom momentos compartidos.
A
minha
arnigaclaudia
Tokashiki por sua valiosa colaboracao na preparação dasamostras e revisão dos textos da tese, e pela amizade.
Aos meus companheros de sala Bernardo e Vinicius por sua cornpanhia
e
inunrerablesdicas
e
conselhos.A
Donald EmmanuelNgonge
por sua colaboração na revisão dos textosda tese e conselhos.
Aos amigos do bloco, Eduardo Sartori, Angela Meira, Felipe Meira, Andréia Beleque, Nívea Magalhães e Nazaré Almeida pelo apoio, amizade e bons momentos compartidos.
A
minha esposa Johanna Mendez Duque por sua valiosa e incansável companhia, suagrande paciência,
seu
constanteânimo,
e oamor
incondicional que me deu a mim durantetodos estes anos e em especial o tempo no Brasil. Por seus valiosos e imnumeraveis conselhos
profesionais
e
grande colaboração durantea
elaboração desta dissertação,e por
não medeixar desistir em nenhum momento e alegrar minha vida sempre .
Finalmente
e
não menos importante,a
minha amadafilha
Anna
Isabella que está aSUMARIO DE FIGURAS
CAPíTULO
I
Figura 1.1. Mapa tectôn¡co da província
Borborema...
...2
Figura 1.2.Mapa geológico das áreas de estúdo mostrando as zonas de cisalhamento e as un¡dades litologicas estudadas e a localizacao, das amostrascoletadas...
...4CAPíTULO
2
Figurc 2.1, Gráficos de "brancos", "padrões" e "razÕes" obtidos no tratamento estatístico pelo pacote R@
"
""" """
"
...12Figura 2.2. D¡agramas Concórd¡a e h¡stograma gerado pelo pacote R@... 13
CAPíTULO
3
Figura 3.1 Compartimentacão do setor norte da provincia
Borborema
... 16Figura
3.2.
Aspecto de campo dos afloramentos amostrados para análise de proveniência U/pb lnsitu na reg¡ão de Coremas e Lavras da
Mangabeira.
...21 Figura 3.3 Aspecto de campo dos afloramentos das bacias eo-paleozoicas estudadas para anál¡seu/Pb in
situ.
...,...23CAPÍTULO
4
Figura 4.1. Diagrama de evolução ÊNd versus
tempo
... 25Figura 4.2. lmagens de luz transm¡tida (A) e de catodoluminescência (B) dos zircões do ortognaisse
Ll\4-3...
...27Figura 4.3. Diagramas Conoórdia para o ortognaisse
LM-3...
...2gFigura
4.4.
lmagensde luz
transm¡tidae
catodoluminescênciadas
populaçõesde
zircões doorlognaisse
JMR-14.
,...2gFigura
4.S
Diagrama Concórdiae
histograma de densidadede
probabilidade parao
ortogna¡sseJMR-14
mostrando...
...,...2gFigura
4.6
lmagens de luz transmitida (A) e de catodoluminescência (B) dos zircões do anfibolitoFigura 4.8. lmagens de catodoruminescência (A a E) dos zircÕes do metacongromerado JMR-3. .... 32
Figura
4.9.
Diagramasconcórdia
e
histogramade
densidadede
probabilidadepara
ometaconglomerado
JMR-3...
...33Figura 4.'10.lmagens de catodoluminescência (A a E) dos zircões do quartzito JIVR_2... gs Figura
4'11'
Diagramas Concórd¡ae
histograma de densidade de probabilidade parao
quartzitoJMR-2....,...
... 36Figun412.lmagensdecatodoruminescência(AaF)doszircöesdobiotitaxistopr-10...37
Figura
4.l3
Diagramas Concórdiae
h¡stograma de dens¡dade de probabilidade para o b¡otita x¡stoPT-10...
...38Figura 4.14.lmagens de catodoluminescência (A a D) dos zircÕes do paragnaisse JMR-12... 39 Figura 4.'15. Diagramas Concórdia e histograma de densidade de probabilidade para o paragna¡sse
JMR-'12
...
...40Figura 4.16. lmagens de catodoluminescência (A a D) dos zircões dos quartz¡tos JMR-B e JMR-11. 42
Ftgura417' lmagens de catodoruminescência (Aa D) dos zircões do quartz¡tos J|\IR-1 1. ... 43 Figura
4.18
Diagramas Concórdia e histograma de dens¡dade de probabil¡dade para os quartzitosJMR-8 e
JMR-11:
...44Figura 4.19. lmagens de catodoluminescência (A a D) dos z¡rcöes do arenito JMR_4. ...45
lTlT
i
ii
lll:::i:.:::::'"
e histosrama de dens¡dade de probabiridade para o arenito JMR-4Figura 4.21 .tmasens
o"
"","0"r;;;"r"":;"
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CAP¡TULO
5
Figura 5.1. Correlação dos padrões de proven¡ência sedimentar entre as sequências
SUMARIO
DE
TABELAS
u-RESUMO
A
Provincia Borborema corresponde a um domín¡o crustal localizado no nordestedo
Brasil,cuja configuração tectônica é resultado da acresçäo de blocos crustais ao longo de zonas de cisalhamento. Dentre essas zonas destaca-se
a de
patos, que corresponderiaa
uma dasprincipais
suturas
originadasdo ciclo
Brasiliano.Essa estrutura
é
caracterizada pelapresença de milonitos diversos e ortognaisses migmatÍticos com d¡reção predominante E-w,
mas também inclui a ocorrência de rochas supracrustais conhecidas regionalmente como a
Formação Lavras
da
Mangabeirae
uma sequênciaque
ocorrena
regiãode
cajazeiras-coremas
(PB)que
é
interpretada como análogaao
Gruposeridó.
A sul
desta zona decisalhamento localizam-se algumas bacias eo-paleozoicas
dentre
as
quais as
de
lara eBarro, depositadas sobre metapelitos neoproterozoicos do Grupo cachoeirinha. A sequência
de
embasamentona
áreade
estudoé
denominadacomplexo
Granjeiro. Apresenta umagrande variedade
compos¡cional,incluindo
ortogna¡sses,biotita
gnaisses
parcialmente migmat¡zados e rochas máficase
meta-ultramáficas. As idades modelo tDr,a em ortognaisses deste complexo variam entre 2,7e
2,6 Ga enquanto queas
idades de cristalização(u/pb
em
zircão) definem
um
intervaloentre
c.
3,1
-
2,3S
Ga,
incluindo neste
conjunto osresultados de anfibolitos. Repousando em discordåncia sobre o embassamento encontra-se os metasedimentos da Formacão Lavras da Mangabeira. compreendê metaconglomerados
e quartzitos na base, passando ao topo para micaxistos e filitos.
os
metaconglomerados e quartzitos apresentam assinaturasde
proveniência com idades modelotou
erfie
2,7-
2,s Ga, e padrões de proveniência U/Pb em zircåo detritico definidos por populações de idadesentre
c.
3,4
e 2,0
Ga, com pico
principalem
c.2,2
Ga.
por
outro
lado,os
z¡rcões daslitologias metapelÍticas exibem idades
u/Pb
dominantemente neoproterozoicas entre 1 ,1-0,55 Ga, com picos máximos de proveniência em
c.0,65
ec.0,73
Ga. O Grupo Seridó naárea de estudo é definido como em sua área-tipo na Faixa seridó, incluindo os paragnaisses e mármores da Formação Jucurutu, quartzitos da Formação Equador e os metaturbiditos da Formaçäo Seridó. Nos paragnaisses os zircões detríticos forneceram idades entre 1,1 - 0,6
Ga,
incluindo contr¡buiçöes menoresde
populações paleoproterozoicase
arqueana. Aocontrário, os quartzitos da Formação Equador apresentam idades modelo toM entre 2,7 e 2,s
Ga, com
zircõesdetrlticos
mostraram idades paleoproterozoicasa
arqueanas, similares àquelas obtidas na sequência basalda
Formação Lavrasda
Mangabeira. Esse padrão de proveniência é fortemente sugestivo de que as rochas metasedimentares estudadas (Lavrasda Mangabeira
e
a sequência Cajazeiras-Coremas) devam fazer parte de uma única baciaindicam
que as
bacias podemter
s¡do preenchidaspor fontes
d¡versasou
mesmo porABSTRACT
The Borborema Province
is
a crustal domain locatedin
northeastern Brazil, witha
tecton¡c configuration that resulted from the accretion of crustal blocks along shear zones. The patosshear Zone, among the important ones, is one of the main sutures produced by the Brasilian
cycle. This structure is characterized by the presence of
E-w{rending
diverse milonites and migmatitic orthogneisses, including the regionally known Lavras da Mangabeira supercrustal formation anda
sequence in the cajazeiras-coremas(pB)
region considered as analogous to the Seridó Group. At the south of th¡s shear zone are localized some Eo-Paleozoic basins such asthe
Lara and Barro, deposited on Neoproterozoic metapelites ofthe
cachoeir¡nha Group. The basement sequence of the area studied is called the Granjeirocomplex.
lt has avaried composítion
of
orthogneisses, partially migmatized biotite gneissesand
mafic andultramafic rocks. Model
r¡¡¡
âges in orthogneisses ofthis
complex varies between 2,7 and2,6 Ga while
the
crystallization ages (U/Pb in zircon) define an interval betweenc.
3,1 and2,35
Ga,
including
the
results from
amphibolites. Metasedimentsof the
Lavras
da Mangabeira Formation are discordant on the basement.lt
comprises of metaconglomerates and quartzites at the base and m¡caschists and phyllites at the top. The metaconglomerates and quartzites have provenance signatures with model T¡¡¡ âges between 2,7- 2,5
Ga, and U/Pb in detritic zircon provenance model definedby
populations with ages betweenc.
3,4and 2,0 Ga, with main peak at c. 2,2 Ga. The zircons from the metapelitic lithologies show
U/Pb ages
dominantly Neoproterozoic between1,1
-
0,55 Ga,
with
maximum peaks of provenance at c. 0,65 and c. 0,73 Ga.The Seridó Group ¡n the studied area is defined as an area-type in the Seridó Belt, including paragneisses and marbles of the Jucurutu Formation, quartzites from the Equador Formation
and
the
metaturbiditesof
the
Seridó Formation. Detritic zirconsin
the
paragneisses giveages between
1,1
-
0,6
Ga,
including
minor
contributions
from
the
Archean
andPaleoproterozoic populat¡ons.
On
the
contrary,
the the
quartzites
from
the
EquadorFormation give model TDM ages between 2,7 e 2,5 Ga, with detritic zircons having Archean
to
Paleoproterozoic ages similar to those obtained inthe
basal sequence of the Lavras daMangabeira Formation.
This
provenance modelis
strongly suggestivein
thefact
that thestudied
metasedimentaryrocks
(Lavras
da
Mangabeira
and
the
Cajazeiras-Coremassequence) are supposed to be part of a unique basin which together with the Seridó Group in
its area{ype, was isolated by the transcurrent deslocation of the Patos Shear Zone.
On the other hand, the arkosic sandstones of the Eo-Paleozoic bas¡ns have Neoproterozoic
CAPíTULO
I
1.r
TNTRODUçÃOO conhecimento atual sobre
a
história evolutiva da província Borborema como umaenlidade geológica
neoproterozoica
resulta
de
um
aceryo significativo
de
dadoscartográficos
(com
ênfase
na
definição
de
padrões
estrutura¡s
e
empilhamentoestratigráfico), estudos petrológicos
e
levantamentos geoffsicos.Apesar
do
reconhecidoavanço
em
geocronologiano
Brasil, alavancadonos
últimos anos,são
aindade
caráterpontual os dados existentes para
as
unidades geológicas que constituem essa ¡mportante província.As
primeiras tentativas
de
separar
a
provfncia
Borborema
em
sub-unidades tectônicas tiveram como baseo
conceitode
domínios estruturais, aos quaisjá
estão hojeincorporadas informações geocronológicas precisas.
Assim sendo,
os
grandes
domíniostectônicos - Setentrional, Central, Meridional - propostos e discutidos em Santos et al. (1997,
2000)
e
Brito Nevesef
af
(2000), bem comoem
diversas outras referências anteriores,representam um modelo
de
compartimentaçåo consolidado paraa
província. Muito aindaprecisa
ser feito
quandoo
foco
passaaos
setores internosde
cada domínio,com
suasevoluçöes particulares no tempo e espaço. Nesse sentido, uma das questóes mais básicas
do ponto de vista geológico
é
reconhecer a extensäo lateral das un¡dades litoestratigráficas regionais dentro desses domfnios. É nesse aspecto que a geocronologia tem potencial paracontribuir, quando
as
observaçõesdiretas
de
campo são
prejudicadasface ao
grau
detectonismo, má expos¡ção ou registro pouco preservado dos objetos de interesse.
Essa
d¡ssertaçãode
Mestradotem
por
objetivo
trazer
um
conjunto
de
dadosgeocronológicos (Sm/Nd
e
U/Pb)
obtidosem
rochas
metasedimentaresque
afloram
nodomfnio setentrional da Provfncia Borborema, aqui usados como ferramenta de correlação
litoestratigráfica
lateral.
A
comparaçãoé
feita com
base
nos
padrões
de
proveniênc¡aobservados para cada uma
da
sucessöes estudadas,e
os
resultados discutidosà
luz docontexto geod¡nåmico regional atualmente reconhecido para esse setor da província.
1.2 LOCALTZAçÃO Oe
Ánen
DE ESTUDOA
área está localizada na região nordeste do Brasil, circunscrita entre os meridianos37'30'W e 39"30'W e os paralelos
6'15'S
e 7"20'5. Geologicamente, está dentro dos limitesda
Provfncia Borborema, englobandoa
parte
centro-ocidentalda
zona
de
cisalhamentoalém
de
migmatitos, desenvolvidos essencialmenteem
rochas supracrustais (quartzitos, xistos)e
ortognaisses,os
quais marcamo
limite entreo
dominio Rio Grandedo
Norte, anorte,
e
os
vários terrenosque
caracterizama
Zona Transversal,a sul
(Vauchezet
al.,1995).
Figura 1.1. Mapa tectðnico
da
Provfncia Borborema. Abreviaçöes: Zonade
Cisalhamento Patos(ZCPI); Zona
de
Cisalhamento Pernambuco (ZCPe); Zonade
Cisalhamento Senador Pompeu (ZCSP); Zona de Cisalhamento Tatajuba (ZCTI); Zona de Cisalhamento Portalegre (ZCPo); Zona deCisalhamento Sobral (ZCS); Zona de Cisalhamento Taúa (ZCT); Bacia do Parnaíba (BPa); Bacia do
Araripe (BAr). O quadrado vermelho identifica
a
ârea de estudo. Adaptado de STRM 28_13, 26_14,29_13,29_14,30_14.
1.3 OBJETIVO E JUSTIFICATIVA
O
objetivo principal
desta
dissertaçãode
Mestradoé
estabelecera
assinatura de proveniência das rochas metassedimentares (quartzitos, paragnaisses, xistos) que ocorremao
longo
da
de
e
(Paraíba
-
PB), bem como daquelas que afloram na região de entorno da cidade de Lavras da Mangabeira(ceará -
cE)
(Figura 1.2).paÊ
ating¡r esse objetivo utilizou-se ferramentas metodológicasem
Geologia lsotópicaque
consistiramem
idades modelosm/Nd (t¡y)
eidades
u/Pb
in
situ em zircåo pela técnicaLA-lcp-MS, as
quais vêm sendo amplamenteaplicadas em estudos de sequências metasedimentares antigas.
A
justificativa
para
a
presente
abordagemesteve embasada
na
possibilidade decomparar a assinatura de proveniência das unidades metasedimentares estudadas ao longo
do lineamento Patos com
o
padräo hoje reconhecido para as unidadesdo
Gruposeridó
-Formações Jucurutu, Equador
e
Seridó,na
regiãodo
Seridó (RN-PB).A
comparação éespecialmente importante
para
fins de
correlação litoestratigráficaentre essas
unidadesvisto que as mesmas encontram-se separadas por dezenas de quilômetros e seus contatos
originais fortemente afetados
por
diferentes grausde
milon¡tização.Ainda,
os
resultadospermit¡rão discutir aspectos quanto
a
reconstrução paleogeográf¡cada
paleobacia seridó,buscando
entender
o
papel
da
zona de
cisalhamento
patos em
condicionara
atual,Jr
Pro|eçao Unr6d Tranvers,.t'
de Mercatq, Orgm UTM mert€no central39 Zffi Z.lS, Dal¡m WGS g4
Figura 1.Z-Mapa geológ¡co das áreas de estudo mostrando as zonas de cisalhamento e as unidades litológicas estudadas e a localização, das amostras coletadas. Adaptado da Folha 5B..24-Z Jaguaribe-SE e Folha S8.24-Y Jaguaribe-SW. Escala 1:500000. CpRM. 2000.
Anäises
Sß.Nd
U.Pb PetrcgrðÍE
Outros
O C¡<laoe
CAP¡TULO
2
2.I
METODOLOGIAS UTILIZADASAs
atividades realizadas
no
âmbito
deste projeto
de
Mestrado ¡nclu¡ram
o reconhecimento regional da geologia da área, coleta de amostras, análises isotópicas pelos métodos sm/Nde
ulPb
in
situ, tratamento estatfstico de dados.o
trabalhode
campo teve duração de sete dias, conduzido com base nos mapas geológicos dacpRM
(Folha souza1:250.000; folhas Jaguaribe Leste e Jaguaribe Oeste, ambas em escala 1:500.000).
para
ométodo sm/Nd buscou-se coletar, na medida do possível, amostras com grau incipiente de
alteração intempérica; no caso dos metapel¡tos de maior grau metamórfico,
foi
prior¡zada acoleta
de
amostrasem
níveiscom
menor concentraçãode
granada para ev¡tar qualquerinfluència maior deste mineral nos valores das razöes lo7Sm/,aoNd em rocha{otal.
Para
o
métodou/Pb
a coleta foi feita em todas as unidades de interesse. somenteos
metapelitosao
longoda zona de
cisalhamentopatos
(entre cajazeiras-coremas, pB)não forneceram material suficiente para o estudo, motivo pelo qual o padrão de proveniência desta unidade não está inclu¡do neste trabalho.
Na
Tabela
1
estão
listadas
as
localizaçõesdas
amostras coletadas
e a
sua distribuição está ilustrada no mapa da Figura 1 .22.2
GEOCRONOLOGIA Sm/Ndsm
e Nd são elementos do grupo dos Elementos Terras Raras (leves) apresentandocaracterfsticas comuns que incluem o número de valência (+3) e a dimensão de seus raios iôn¡cos
(0,964
e
14,
respectivamente),o
que
lhes confere comportamentos geoquímicossimilares.
o
decaimentode
um
dos
isótopos radioativosde
sm
(1a7sm¡para
o
isótoporadiogênico 'o3Nd ocorre por emissão
de
uma partfculaq, a
uma meia-vidade
106Ga
econstante À
de
6,54"1o-r'? ano"l, permitindoa
aplicaçãodo
método como ferramenta para dataçãode
rochas antigas. No entanto,a
contribuição mais significat¡va do método sm/Ndtem sido a discriminação de rochas-fonte de magmas de origem crustal ou manto-derivados, fundamentada no parâmetro e¡¿. Não menos importante é a utilização da idade modelo ror,r
que
podeser
interpretada comoa
idadeem que
magmae
fonte se
diferenciaram, paracasos em que
a
idade de cristalização se aproxima dovalor rey
calculado, ou ainda comoI 143,vd
\
\144*r/r,
e
ÉyÂ,.41
\144¡¿/¡.y=
o.222A
representação gráficade
dados
isotópicos Sm/Ndé
normalmentefeita
em
um diagrama binário que relacionatempo
ea
razâo radiogênica 143Nd/144Nd normalizada para ovalor
estimadodesta
razâopara
o
reservatório'manto
condrítico' (CHUR),conforme
aequação [2]. Nesse gráfico é também representada a curva de evoluçäo de Nd estabelecida
para o'manto
empobrecido'(DM),
como propostopor
De
Paolo&
Wasserburg (1976). Aunião entre
o
valor
de
e¡¿hoje(t
=
0)
e o
valor
de
e¡¿ calculadopara
o
tempo
f
decristalização
(a
partir
da
equação[2])
definirá
a
reta
de
evolução isotópicade
Nd
naamostra, cuja inclinação é fortemente controlada pela razâo 147Sm/144Nd medida na amostra.
A
interseçãoda
reta na curva DM
e
seu
prolongamentoaté
o
eixo
f
forneceráa
idade-modelo tou.,
onde
(ffi),,
= 0,513144
tll
s'd(t):lffi
I
-
rf
*
,0",
ond"e
(æ)
,ru*:
o.stz63l Ízl
l
-,J
¡L47s^1
U44.vd/D-Neste trabalho
o
método
Sm/Nd
foi
utilizado
para
caracterizar
o
padrão
de proveniência das rochas metasedimentares de interesse a partir da interpretação das idadestey corlìo valores mistos indicativos
de
contribuiçöesde fontes com
idadese
proporçõesdistintas durante a deposiçäo. Com base nos resultados dessa primeira aproximação foram selecionadas as amostras para análise UlPb in sifu nos zircões detríticos para quantificar a
proporção de contribuiçâo das diferentes fontes identificadas.
A
preparação
das
amostras
(rocha total) para análise Sm/Nd
envolveu
suafragmentação inicial
em
um pilãode
aço para tamanhosde
aproximadamente 0,5 cm. Osfragmentos
foram
pulverizadosem
um
moinhode
anéiscom
revestimentode
tungstêniodurante um tempo médio de 2-3 minutos que foi regulado em função da quantidade e dureza do material trabalhado.
O procedimento de cromatografia de troca iônica com diluição isotópica foi realizado conforme
a
rotina descritaem
Petronilho (2009; modificado de Sato etat.,1995).
Cerca de100 mg
de
cada
amostra
pulverizadaforam
cuidadosamente pesadose
postos
paradissolver em meio ácido (HF:HNO3 3:1), com temperatura e tempo controlados. Às amostras
foram
adicionadas quantidades conhecidas
de
um
traçador
mistolassm-tuoNd, comoCOORDENADAS
AMOSTRA LESTE
NORTE
ALTITUDE(metros)
Complexo Granjeiro
JMRIA
508518
9253606
2U
BiotitaOrtognaisse
Lavras da Mangabeira (CE)JMRI
B
508403
9253635
286
BiotitaOrtognaisse
Lavras da Mangabeira (CE)LM2
486534
9253122
288
Ortognaisse
Mangabeira (CE)LM3
529148
9242040
321
Anfibolito
tpaumirim (CE)Seq uênc¡a Metased¡mentar Lavras da M angabe¡ra
JMR3
504321
9258954
239
MuscovitaQuartzito
Lavras da Mangabeira (CE)JMR2
507129
9258147
237
MuscovitaQuartzito
Lavras da Mangabeira (CE)PT10
504126
9255054
260
BiotitaXisto
Lavras da Mangabeira (CE) Sequência Metased¡mentarSeidó
(Reg¡ão entre Cajazeiras e Coremas-PB)Formação Jucurutu
JMR12
612829
9224050 Formação EquadorJMRS
560496
5227216JMRg
560169
9227694JMR11
612213
9223643 Formação SeridóJMRIo
614537
9222860 Bacias PaleozoicasBac¡a de
larc
JMR4
523864
9219259
373
ArenitoLítico
lara (PB) Bacia de BanoJMRs
524111
9206408
382
ArenitoArcosiano
Barro (PB) LITOLOGIA235
369 33s
2U
251
LOCALIDADE
Granada Biotita X¡sto
Muscovita-QuarUito Muscovita-QuarÞito Muscovita-Quaru ito
Biotita Xisto
Coremas (PB)
Engenheiro Ávidos (PB) Engenheiro Avidos (PB)
Coremas (PB)
foi feita em uma coluna primária empacotada com aproximadamente 250 ml de resina
RE-Spec,
atravésde
sucessivasetapas
de
eluição.
A
alíquota contendoesses
elementospassou
por
nova etapa
cromatográfica,onde Sm
e
Nd foram
separadosdos
demais elementos terras raras; o procedimento foi fe¡to em uma coluna secundária empacotada comresina
LN-Spec.Sm
e
Nd foram
coletadosem
alfquotas separadase
depositados emfilamentos
de
tungstêniopara
análisepor
espectrometriade
massade
ionização termal(TIMS).
As
concentraçöese
razöes
isotópicas Sm/Ndestão
listadasna
Tabela
2
(VerANEXO 1).
2.3
GEOCRONOLOGIA U/PbEsse método está fundamentado
no
decaimento por emissãoo e
Bdos
isótoposradioativos
"tU
(1,,, = 4,468.10s
anos; Àzsa=
1,55125.
lO-10) e235U(uz=
Q,7O4. 10s anos;Àzss
=
9,84485.
10-10) paraos
isótopos radiogên¡cos 206Pbe
207Pb, respectivamente, asoferecendo
dois
importantes cronômetros ¡ndependentes.O
método
é
especialmente apl¡cado na datação de zircão (ZrSiO4) dada a fácil substituição do íon Zra* (radio iônico de 0,87 A) pelos íons U4* (1 ,05 A¡ e Th4-(l
,l o A) na estrutura do mineral, muito embora outrosminerais também
sejam
amplamente consideradosna
geocronologiaU/Pb
(badelefta,titanita, monazita, rutilo), As equaçöes [3]
e
[4] ilustramos parâmetros relacionados para ocálculo de idades U/Pb.
'#=(etzezt
-r)
t3Iæ=(eheøt
-rj
l4l
As
equações acima estão relacionadasna
Curva Concórdia definida por Wetherill(1956)
que
representaum
arranjo geométricoonde
as
razöes
(ou
idades) 206Pb/238U e2o7Pbl235l) em um sistema mineral permaneceram proporcionalmente equivalentes para
um determinado tempo
t,
ou seja, concordantes. A obtenção de idades concordantes em zircäo tem sido facilitada com o desenvolvimento de técnicas analfticas pontuais em geocronologia U/Pb, donde destacam-se LA-ICP-MS e SHRIMP. Essas técnicas priorizam o conhecimentoprévio
da
estrutura internado
zírcäo permitindo reconhecer história simples (crescimentofgneo contínuo, recristalização completa) ou multifásica (crescimento ígneo
-
recristalizaçãoparc¡al
tardi-
e
pós-magmática,núcleos herdados,
metamitização,p.
ex.)
em
escala micrométrica.baseia-se na resposta
de
luminescência emitida por um mineral quandoé
excitado por um feixe de elétrons primários de alta energia (> 20 KeV) gerado por um tubo catodo. O feixe deelétrons impacta sobre
a
superfície da amostra (quese
comporta como um semicondutor)transferindo
energia para
a
estrutura cristalina
do
mineral, causando
uma
imediataretrodispersão
de
elétrons
(backscattering).
A
energia
dos
elétrons primários
e retroespalhados pode ser transferida como calor (temperaturas de até 600o-700"C)e
raios-X, gerando elétrons secundários. Estes elétrons são fótons que apresentam um espectro deenergia
de
várioseV, que
podeser visto no
campo visíveldo
espectro eletromagnéticorefletindo a imagem do mineral analisado (Nasdala et a\.,2003).
As diferenças em tons de cinza típicas de imagens de catodoluminescência refletem
variaçöes composicionais (normais
e
'anômalas') relacionadas àpresençade
íons
terrasraras'*''*,
Hf4*, Pb2t, Tha*e
Ua*quando
comparadosdiferentes setores
no grão.
Por exemplo,o
zonamento oscilatório ígneo tipicamente observado em zircão indica variaçöesna
concentração desses íons, interpretadas como mudanças composicionaisna
interface cristal-magma devidoo
estado de oxidaçãoe taxa
localde
difusäo-cristalização (Koppel eSommerauer,
1974; Corfu
et
al.,
2003).
Também,
durante
eventos metamórficos
arecristalização expressa-se regularmente
por altos
níveis
de
luminescência(baixo
U),enquanto que processos hidrotermais tendem estar relacionados a altas concentraçöes de U
e, por tanto, baixa luminiscência (Nasdala et a1.,2003).
O
procedimento prévioà
análise U/Pbin
situ adotado neste trabalho iniciou com aseparação mecânica
do
zircãoa
partirda
rochatotal
ao
longode em
várias etapas queincluem britagem, peneiramento, separação magnética
e
por densidade,e
purificação emlupa
binocular.A
primeiraetapa
consistiuem
preparara
amostraem um
britador
de mandíbulas utilizando-se uma quantidade aproximada de 5 kg, e reduzindo-se a amostra até aproximadamente1 cm.
Uma fração mais finafoi
obtidaem
moinhode
disco paraque
omaterial possa ser, a seguir, peneirado em um conjunto composto por malhas de
60,
100 e250 mesh. A fração
de
100 e 250 meshfoi
depositada em uma mesa vibratória tipo Wiffleycom objetivo
de
separar, por fluxo aquoso,os
minerais leves (quartzo, feldspatos, micas)dos
minerais pesados
(anfibólios, piroxênios,granada,
monazita,rutilo,
zircão,
apatita,utilizando-Cerca de 200-300 grãos de zircão foram selecionados para montagem em discos de
resina
epoxy (2,5
cm
diåmetroe
0,5 cm de
altura)
o
qual
foi, em
seguida, polido
atéaproximadamente
a
metadedos grãos
para exporsua
estrutura interna.As
imagens de catodoluminescência desses grãos foram tomadas em microscópio eletrônico de varreduraFEI
Quanta
250,
com
detector
de
catodoluminescência CENTAURUS.As
análisesisotópicas foram realizadas
em um
ICP-MS multicoletor Neptune (Thermo Scientific) com laser Excimer Ar-F (193nm) com 5mJ/cm2 e frequência de6
Hz,e
diâmetro do spof de 29 pm. As intensidades das massas isotópicas de 202Hg, toopb comum, 20opb, ,o,pb, zoapp"
zsegforam adquiridos em 50 ciclos
de
1 segundo, obedecendo uma sequênciade 2
brancos, 3análises do padrão internacional GJ-1 (idade média de 601
r
3,5 Ma), 13 analises pontuaisde amostras, 2 brancos e 2 padröes. Para maiores detalhes sobre o procedimento analítico rotineirizado no CPGeo para datação U/Pb em zircöes detríticos ver Sato et at.(2009).
2.4Tratamento Estatístico
de Dados U/pbpor
LA- lCp-MSOs dados U/Pb in situ obtidos por LA-ICP-MS incorporam alguns erros sistemáticos e
instrumentais
que
devem
ser
eliminados
ou
atenuados
por
meio
de
uma
avaliaçãomatemática
e
estatística prévia. Nessa dissertaçãoo
tratamento dos dadosU/pb foi
feitousando
um
software desenvolvidoem
linguagem Python,o
qual
utiliza
as
ferramentasestatísticas
e
gráficasdo
software R@para
avaliaçäodo
comportamentode
brancos epadrões durante
o
procedimento. Esse programafoi
desenvolvido no CPGEO pelo técnicoRoberto siqueira, estando disponível
gratuitamente
no
linkhttp://10.44.5.171lwiki/TratamentoDeDadoslCPMS.
A
seguir,é
apresentado breve resumodas
etapas envolvidasno
processode
tratamentodos
dados, comentadoscom
base naFigura 2.1. Os resultados tratados foram manipulados no
pacote
tsoptot 4.1 (Ludwig, 2003) para apresentação dos gráficos Concórdia e histogramas de densidade de probabilidade.1. A calibração dos
brancos e
padrões em cada um dos isótopos.otHg, .oopb, toupb, rotpb,'ouPb,'"'Th
e 238u é feita por meio da eliminação dos "outliers" presentes nos dados brutos(cor
verde), usandoa
função mediana
móvel (runmed) do
programa R@.O
resultadocorrigido
é
destacadoem cor
preta. Além disso, pode
ser
visualizadoem cor
azul
asregressões lineares ou exponenciais obtidas com a ferramenta lm de R@ (Figura 2.1A).
2.
No gráficodos
padröesé
possível observara
variaçãodo
sinalà
medidaque
o
laserpenetra no grão, no intervalo de tempo decorrido entre os 50 ciclos feitos a cada spof, além
do efeito da subtração do Hg (presente no gás de arraste) e do Pb comum (eventualmente
3.
Dos
valores corrigidosnos
brancose
padróes, procede-sea
e)dração ar¡tmética doPadrão
os
quant¡dades ¡sotópicas corrigidasnos
brancosassim
(Padröes-
Brancos).Depois procede-se
a
calcular
as
razoes
isotópicas
206Pb/238U,'otPb/"tu,
2o6Pbl'o'Pb,2oBPbl232Th,
onde
em
cada gráfico
as 50
repetições encontra-se
protadas
sem
acompensação
do
fracionamentoe
com
compensaçäo
ao
fracionamento.
No
graficoapresenta-se
umacurva
gaussiana horizontal, feita coma
função density de
R@, cujamed¡a
representaa
¡dade isotópica
compensadaao
fracionamentopara cada
razãoisotóp¡ca. (Figuras 2.1C, D).
4. O
mesmo tratamento mencionado no item 3, acima,é
realizado para todasas
anál¡ses(gråos)
em
cada
amostra.Cada
análise
é
então
plotadaem um
diagrama
Concórdiaindividual
(Figura
2.24,8), com os 50
ciclos
(repetições) representadospor
curvas
deisovalores
(cor
verde) traçadascom
a
finalidadede gerar
a
elipsede
confiança(com
afunção
ellipse
do
pacote
R@;cor
púrpura),em vez
de
apenas ut¡lizaras
covariânc¡asobtidas
das
raz1es
206Pb1238Ue
2o7Pb/"uu,como
se faz no
lsoplot@(Figura
2.28). Posteriormenteé
construídoum
histogramade
densidadede
probabilidade,com
curvasgaussianas
para
cada uma
das
diferentes razões
isotópicas
2otPb/238U, 'otPb/"uu,2o6Pbl207Pb e208Pbl221h (Figura 2.2C). Finalmente, toda a informação analftica é gerada em
ôx 33 t 33
r:
4I .: ¡c ta ac
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3 o ro Ð fo Q
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3 a ãg ãã*
sF À çOlOæ304I t-.
Figura 2'1. Gráficos de "brancos", "padrões" e "razões' obtidos no tratamento estatístico pelo pacote R@. (A) BRANCOS: Observa-se em cor verde os dados
brutos para cada isótopo, os quais depois de serem corrigidos ficam-na cor preta. As barras em vermelho indicam
o
desvio padrãoe a
linhas azuisreoresentam as reoressöes feitas com os dados já corrigidos. (B-||ADßQ_ES: Pode-se observar que as maiores correçöes são feitas no 'otHg, ,*pO; "oÀo ã
t^A-'*Pb
é muito ruidoso, ele é calculado sinteticamente a partir de 2mPb et'Pb,
(c) e (D) mZÕgs:'pode-se observar em cada uma das razões que o conjunto de dados, depois de tæ serem corrigidos o seu fracionamento e a sua intensidade (pelos valores do padrão), transforma-se na linha azulclaro (meihor resolução em -'-Pb/'"'Pþ). O Último diagrama de baixo plota todas as razões em unidades de idade (Ma), para fins de comparação.a r Y ìj --¡rY
oroæææ
O¡Oææ&
C tO æ JO Q
o ro ?o 30 ao
g
aê
JIR 2 / 26.t
IUPERCOXCffOTA
g
q
c
E
HlaTOoRAMA OA' IDAOETr2OAPbr2ttU e.2o7Pbr2tgu b-2OaPU2O7Pb p-2otPbr2g2Th
Figura 2.2. Diagramas Concórdia e histograma gerado pelo pacote R@;(B) Pode-se observar a
'trilha'obtida a partir dos 50 ciclos em uma análise (linha cor púrpura), e as linhas de isovalores
(cor verde) que indicam a distribuiçäo espacial das idades do gråo. Ainda é posslvel ilustrar que a elipse de confiança construlda é assimétrica, diferente ao padräo de covarianças 206Pb e
CAPITULO 3
-
GEOLOGIA REGIONAL
3.r
TNTRODUçÃOA
Provincia Borborema
como definida
por
Almeida
et al.
(1977, 1981)
estå representada em boa parte da região nordestedo
Brasil englobando os estadosdo
Ceará,Rio
Grandedo
Norte,
Paralba, Pernambucoe
Alagoas. Correspondea
um
domínio decrosta precambriana deformada por processos geológicos relacionados ao Ciclo Brasiliano
que, mesmo no âmbito da província, teve comportamento diacrônico (c. 630 - 570 Ma). Seus limites se dão a sul com o Cráton São Francisco e com as bacias fanerozoicas do Tucano e
Jatobá,
a
oeste comos
sedimentos paleozoicosda
Baciado
Parnaíba,e a
norte, leste esudeste
com
os
sedimentos mesozoicosdas
bacias costeiras Potiguar,
Pernambuco-Paraiba e Sergipe-Alagoas, respectivamente. Figura3
1Um dos produtos mais representativos do Ciclo Brasiliano na Província Borborema é representado pelas extensas zonas de cisalhamento de cinemática transcorrente dúctil que
seccionam
toda
a
provínciaem
domínios tectônicos distintos, muitas
das quais
comdeslocamentos de escala continental (Caby e Arthaud, 1986; Caby et
al.,
1991; Vauchez etal.,
1991, 1995).Os
domínios individualizados pelo arranjo dessas zonas caracterizam-sepor evoluçöes tectono-estratigráficas constrastantes, embasando
a
proposiçãode
modelosde compartimentação em sub-unidades propostas desde
a
década de 70 (ver Brito Neves, 1975; Almeida efal.,
1976: Brito Neves,1978, 1983; Santose
Brito Neves, 1984; Santos efal.,
1984) até mais recentemente (Jardim de Sá, 1994; Van Schmus etal.,
1995; Santos efal., 1997,2000; Brito Neves et a|.,2000). De forma geral, os autores subdividem a província
em três domlnios maiores que,
de
norte para sul,são
reconhecidos como:Setentrional
-representado
pelos
sub-domínios Médio Coreaú, Ceará Centrale
Rio
Grandedo
Norte,Central
- a
Zona
Transversal,
e
Meridional
-
representado
pelos
sub-domíniosPernambuco-Alagoas,
Sergipano
e
Riacho
do
Pontal.
O
setor
setentrional
écaracteristicamente dominado pela extensa ocorrência de rochas paleoproterozoicas
(c.2.3
-
2.1 Ga;
Hackspacheret
al.,
1990; Dantas, 1992; Souza
et
al.,
1993,
2008)
comoembasamento
de
faixas
móveis
marginal
(Martinópolis)
e
intraplaca
(Seridó)neoproterozoicas,
cuja
deposiçãoé
sugeridaem c.
650
-
630 Ma.
Núcleos arquenos demenor expressão regional
são
ainda preservadosna
porçåomais
oriental (SãoJosé
doCampestre; Dantas
et a\.,2004) e
central (Complexo Granjeiro; Silva efal.,
1997).AZona
Transversal, limitada
a
norte pelo lineamento Patose a
sul
pelo lineamento Pernambuco,configura-se como um conjunto de terrenos paleo- meso-
e
neoproterozoicos separados porzonas
de
cisalhamentoque
definem
um
arranjo sigmoidal adquirido durante
o
cicloBrasiliano.
De leste
para oeste incluios
"terrenos" tectono-estratigráficos Rio Capibaribe,Medeiros, 2002).
Por
fim,
o
setor
meridionalencerra
domlniosgnáissico
(Pernambuco-Alagoas)
e
metavulcanosedimentares (Paulistana-MonteOrebe,
Canindé-Marancó) comevolução mesoproterozoica
em
c.
1,1
-
1,0
Ga,
além
de
faixa
móveis neoproterozoicasmarginais
ao
Crátondo São
Francisco (Riachodo
Pontal, Sergipana) (Bizziet
al.,
2003). Figura 3.13.2
GEOLOGIA DA ÁREA DE ESTUDOAs
unidades
litoestratigráficasque foram alvo
neste trabalho ocorrem
no
setorsetentrional
da
Província Borborema,mais
especificamenteao
longodo
limite
sul
destesetor que corresponde à extensão da Zona de Cisalhamento Patos (Figura 3.1). Em termos geológicos,
a
área está inserida no Domínio Rio Grande do Norte que inclui as faixas Orós-Jaguaribe (mesoproterozoica)e
Seridóe
Martinópolis (neoproterozoicas),e
os terrenos deembasamneto
arqueano-paleoproterozoicoRio
Piranhas,
Säo
José
do
Campestre
eGranjeiro. Esse domínio limita-se
a
nortee
leste pela Bacia Potiguare
coberturas costeiras recentes, respectivamente, a sul pela Zona de Cisalhamento Patose a
oeste pela Zona de Cisalhamento Tatajuba (Bizzi et a1.,2003).A porção mais ocidentalda área de estudo encerra uma unidade antiga (neoarquena,
segundo
Silva
et
al.,
1997)
representada
por
duas
associaçöes
litoestratigráficas (supracrustaise
metaplutônicas intrusivas) que,juntas,
constituemo
Complexo Granjeiro (Prado ef a/., 1980; Vasconcelos efal.,
1997). Essas rochas são o embasamento regional deuma
unidade
metasedimentar(ainda pouco
estudada,
mas
provavelmentede
idadeneoproterozoica, Medeiros ef al., 2OOB) representada pela Formação Lavras da Mangabeira (Prado et
al.,
1980; Caby etal.,
1995). Na continuaçãoa
leste, aflora uma outra sequência metasedimentar que, segundo Medeiros et al. (2008), é correlacionada ao Grupo Seridó (de idade neoproterozoica) que aflora em sua área-tipo na região do Seridó (RN-PB; ver, p.ex., Jardim de Sá, 1994). Por fim, ainda incluimos como alvos duas sucessões sedimentareseo-paleozoicas instaladas
ao
longoda
Zonade
Cisalhamento Patos (baciasde
larae
Barro) definidas dominantemente por rochas siliciclásticas continentais (p.ex., Teixeiraet
al.,2OO4).Todas
as
unidadesmeta-
(neoproterozoicas)e
sedimentares (paleozoicas) foramestudadas para
fins de
estabelecero
padrãode
proveniênciacom
baseem
idades tey eidades U/Pb in situ em gräos de zircöes detrlticos. As unidades (meta)lgneas foram também
analisadas
para esses dois
métodos geocronológicos,mas com
objetivode
definir
suas'
-l
g*¡.tæ
Neoproterozóico Tardro rochas supracruslars post-cotisronal (?f (.0.60 Ga)H
n*prot.ro¿oico Tardio. rochas supracrustais pre-colic¡onal (0 62 Galr
äiüiïä'i;iflilH'å,ii:iiïJ'*'|s
ona'| (s0 6s Ma)doComplero granrlo-migmatdrco Macrço Pernambuco-Alagoas
(PEALÌ (ca 060Ga comcrostaantiga retrabalhadade
t0
21 Ga)Explicação
r
ili,j:iilj:y.ji,nï1ilirrusta
s (ca 0 8 Ga) do GrupoËGt Complexo canns velhos (970 Mal
,
PaÞoproferozóico tardio. rodras supracrusta¡s (1.7-1 I Ga)IIlf
TransamazônicoI
eru.s.arento arqueanoDominlos. Subdominioc.
DMC Dom¡nro Medio Coreaú M: Subdom¡nio Mærfère
CE. Domrn¡o Ceará VB: Subdomirio Vaza Bfis
DRGN Domrn¡o Rro Grande do Norte E: Sub(bmtnlo Estanqa DZT Domrnro Zona Tranversal
PEAL DominroPernambuco-Alagoas DS Domrnro Sergrpano DRP Domrnro Rracho do Pontal
Tcr¿no¡.
TSJC Terreno Sâo José do Ca¡ano.
TPAB Tereno Piancó Ano Brf gl('a f-l Area de eSfudO
TAP Terreno Atto Pa,éu TAM Terreno Alto Moxoto TRC Teneno Rþ Capibanb€
Zonas dc Ci3alhamcnto
ZCS Zona de Ci$lhamento Sobral
ZCSP Zona de CÌsalhamento SenadorPompeu. ZCTt Zone de Tata,uba
ZCn Zona de Cselhamento Patos
3.2.1 Complexo
Granjeiro
Compreende o conjunto de unidades litoestratigráficas que ocorrem confinadas entre
o
lineamento Patose
aZona
de Cisalhamento Tatajuba-Potengi, configurando uma espéciede
terreno desmembrado (disrupted tenane)de
direção predominantementeE-W que
seinflete
para
NE-SWna sua
porçãomais
ocidental. Corsiniet al,
(1996) sugeremque
ageometria
em
duplexes que caracteriza essa região resultariada
acomodaçãode
esforçodevido
a
essa
mudançana
direçãode
E-W para
NE-SW.O
limitea
nortedo
ComplexoGranjeiro é feito com a zona de cisalhamento Malta e a faixa móvel Orós-Jaguaribe.
lnformaçöes gerais referentes ao Complexo Granjeiro estão sintetizadas
em
Bizzi efa/. (2003)que citam um arcabouço litoestratigráfico composto por duas associaçöes: uma de
origem
metavulcanosedimentar,com
características químico-exalativas, compreendendorochas metamáficas
e
metaultramáficas intercaladascom
quartzitos, mármorese
BlFs,
eoutra
de
origem
metaplutônica,intrusiva,
representadapor
ortognaissestonalíticos
agranodioríticos
com
idade estimadaem
c.
2,55Ga
(U/Pb SHRIMPpor
Silvaet al.,
1997; Pb/Pb evaporação por Vasconcelos etal.,
1997). Essa idade foi obtida em uma amostra de biotita-hornblenda gnaisse tonalítico da associação metaplutônica, sendo a única informação geocronológica disponivel parao
complexo. ldades modelo tou Pârâ rochasdo
ComplexoGranjeiro
entre
c.
2,7
-
2,5 Ga
sugerem tratar-sede
crostajuvenil
neoarqueana (Fetter,1 ese).
O Complexo Granjeiro parece representar o fragmento de crosta arquena mais jovem mapeado na parte setentrional da Província Borborema, quando comparado com
as
idadesdisponíveis
para
os
maciçosde
Tróia
(c. 2,9
a
2,7 Ga;
Fetter,
1999)de
Säo José
doCampestre (c. 3,45
a2,7
Gai Dantas et a1.,2004). Em conjunto, essas unidades constituem apenas uma pequena fração do embasamento mais antigo da provincia, ainda preservado.3.2.2. Sequência
Supracrustal
Lavras da MangabeiraSão poucos os trabalhos geológicos específicos sobre
a
sequência metasedimentarLavras
da
Mangabeira (CE), quase sempre mencionada em textos explicativosde
mapasgeológicos regionais (Prado
et al.,
1980, 1981; Santoset
al.,
1984) quando lheteria
sidoatribuída
a
qualificaçãode
"Complexo".Já na
síntese
de
Caby
et al.
(1995)sobre
as unidades supracrustais brasilianas da PB, essa sequência é tratada como Formação Lavrasda Mangabeira representada por quartzitos e metaconglomerados basais e metapelitos com lentes de calciosilicáticas no topo, designaçäo essa que será adotada neste trabalho.
A
Formação
Lavras
da
Mangabeira
está
disposta
discordantementesobre
oainda
preservadae
eventua¡s seixosde
quartzitos (basais) retrabalhados(Figura
3.2D).Todo
esse
pacote
está
em
contato
gradacional
com
metapelitos
combiotita+andalusita+estaurolitatgranada indicando metamorfismo
em
condiçöesde
faciesanfibolito para
a
sequência(ver
Cabyet al.,
1995). Medeiroset al.
(2008) descrevem aocorrência de filitos e/ou sericita-clorita xistos com posição estratigráfica pouco conclusiva,
mas
assumidapor estes como
a
parte
superiorda
unidade. Esses autores sugerem acorrelaçäo litoestratigráfica da Formaçäo Lavras da Mangabeira com as unidades psamltica (Formação Equador) e pelítica (Formação Seridó) do Grupo Seridó.
3.2.3 O Grupo Seridó e
seu
EmbasamentoO
atual
conhecimentosobre
a
Faixa Seridó
preconiza
que
o
empilhamentolitoestratigráfico
seria
representado
por um
substrato
de
embasamento
gnáissico-migmatítico paleoproterozoico
(c.
2,2
Ga), cuja
definição
é
o
Complexo CaicÓ. Essecomplexo
é
representadopor
uma sequência metavulcanosedimentar, pouco preservada,que inclui
paragnaissese
anfibolitos
com
lentes
de
kinzigitos, quartzitos,
formaçöesferrlferas
e,
mais
raramente, mármorese
rochas calciossilicáticas(p. ex.,
Souza,
1991;Dantas,
1992).
Essa
unidade
é
intrudida
por
rochas
metaplutônicasde
composição tonalítica-granítica interpretadas como produtos de diferenciação de magmas parentais comafinidade cálcio-alcalina
alto-K.
A
assinatura geoquímica-isotópicadessas rochas
indicaderivação
a
partir
da
fusäo parcial
de
um
manto
litosférico enriquecido
em
LILE representado por espinélio- ou granada-lhezolitos (Souza, 1991; Souza et al., 1993; Jardimde
Sá,
1994; Souzaet a\.,2007).
Valores tanto negativos (Dantas, 1997) quanto positivos(Souza
et at.,
2007) parao
paråmetro eNd sugerema
consolidaçãodo
substrato Caicó apartir
de
sucessivos
episódios
de
colagem
entre arcos
magmáticos oceânicos
econtinentais, estes últimos resultaria
da
reciclagemde
um substrato mais antigode
idade arqueana (Dantas et al.,2OO4).lntrusöes tabulares
e
corpos batolíticos de granitóides porfiríticos gnaissificados (os augen gnaisses tipo "G2" de Jardim de Sá etal.,
1981) säo cartografados especialmente noembasamento ocidental
da
faixa,
e
têm sido
interpretadosà
luz de
duas
correntes depensamento antagônicas:
(i)
representariam marcadores estruturale
cronolÓgicode
umaorogênese paleoproterozoica (c. 2,0
-
1,95 Ga Transamazônico) na Faixa Seridó (Macedo efat., 1984; Jardim de Sá et
al.,
1987, 1995; Legrand etal.,
1991;Jardim de Sá, 1994), ou (ii)representariam intrusöes anorogênicas, pré-Brasilianas, intrusivas nos ortognaisses Caicó, igualmente integrando o substrato de embasamento para
a
paleobacia Seridó (Caby, 1985,1989; Archanjo
e
Salim, 1986). Dados U/Pb SHRIMPem
zircâo de vários corpos de augengnaisses considerados
como
os tipo G2
mostraramque
esse
magmatismo ocorreu emortognaisses Caicó
face
às
idades obtidasem
c.
2,35-
2,15Ga
(Hollandaet al.,
2011).Ainda, uma idade
c.
1,75 Gafoi
obtidaem
um dos corpos estudados ("G2" Serra Negra)indicando que
o
magmatismo anorogênico estateriano da faixa Orós-Jaguaribe se estende para o embasamento ocidental da faixa.As
rochas supracrustaisdo
Grupo
Seridósäo
representadaspor
uma
sequènciametavulcanossedimentar depositada discordantemente sobre
o
embasamento Caicó, todos deformados durante o Ciclo Brasiliano e extensivamente afetados pela intrusão de inúmeroscorpos
granitóides neoproterozoicosque têm seu
alojamento controladopor
zonas
de cisalhamento transcorrentes N-NE. Devido os efeitos da deformação brasiliana os contatosentre
as
unidades säo quase sempre marcados por zonasde
cisalhamento dificultando aobservação
de
aspectos originaiscomo, por
exemplo,o
empilhamento litoestratigráfico.Essa
condição
levou
à
proposição
de
duas
colunas
para
explicar
o
arcabouçolitoestratigráfico
da
faixa.
Jardim
de
Sá
e
Salim
(1980) incluíram
todas
as
unidadesmetasedimentares
dentro
do
Grupo
Seridó,
representadoda
base para
o
topo
pelasformações
Jucurutu, Equador
e
Seridó,
depositadasdentro
de
um
intervalo
único
desedimentação. O trabalho de Archanjo e Salim (1986) trouxe a proposta de organizar a faixa nas formaçöes Jucurutu
e
Equador (Grupo Jucurutu), na base, sobrepostas pelas formação Parelhas e Seridó (Grupo Seridó), separados por uma impoÍante discordância regional. Naconcepção
de
Archanjoe
Salim
(1986),e
também Caby
ef a/.
(1995),o
hiato entre
adeposição
dos
grupos Jucurutue
Seridó representariaum
intervalode
c.
1,4
bilhöes deanos,
sendo
o
Grupo Jucurutu
um
depósito cratônico
ou
pericratônico
disposto imediatamente sobreo
embasamento paleoproterozoico, enquantoa
deposiçãodo
GrupoSeridó estaria
relacionada
aos
efeitos
da
subsidência
do
embasamento
durante
oNeoproterozoico. O estudo pioneiro de proveniência sedimentar com base em geocronologia
U/Pb
em
zircöes detríticos publicado
por Van
Schmus
et al.
(2003)
(tambémM.H.B.M.Hollanda,
dados inéditos)
para
as
unidadesJucurutu
e
Seridó indicou
idadeneoproterozoica para sua deposiçäo, näo superior
a
c. 650 Ma, com populações de idades U/Pb muito similares para as duas unidades.A
assinaturade
proveniência Sm/Nd mostrou rejuvenescimento tlpico das idades tey êrn direção ao topo da sequência, se consideradas apenas as unidades Jucurutu (base, te¡¡ 1,6 -1,4 Ga)e
Seridó (topo, tey 1 ,3 -1,2 Ga), o quefoi acompanhado pelas idades U/Pb em zircöes detríticos agrupadas em 670-630 Ma,
780-710 Ma,860-810 Ma,970-930 Ma
e
1100-1000Ma. Um
pequenoconjunto
de
dadosapresenta idades mais
antigas
(meso-a
paleoproterozoicas). Esses resultados sugeremfortemente a deposição das unidades Jucurutu e Seridó em um ciclo de sedimentação única