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Efeito da adubação nitrogenada e potássica em pomar de goiabeiras

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EFEITO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA E POTÁSSICA EM

POMAR DE GOIABEIRAS

Rafael Marangoni Montes

Engenheiro Agrônomo

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EFEITO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA E POTÁSSICA EM

POMAR DE GOIABEIRAS

Rafael Marangoni Montes

Orientador: Prof. Dr. William Natale

Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - Unesp, Câmpus de Jaboticabal, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Agronomia (Ciência do Solo)

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Montes, Rafael Marangoni Montes

M779e Efeito da adubação nitrogenada e potássica em pomar de goiabeiras / Rafael Marangoni Montes. –– Jaboticabal, 2013

x, 65 p. ; 29 cm

Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, 2013

Orientadora: William Natale

Co-orientador: Pedro Luiz Martins Soares

Banca examinadora: Antonio Baldo Geraldo Martins, Marcelo carvalho Minhoto Teixeira Filho

Bibliografia

1. Análise Composicional. 2. Relações Log Isométricas (ilr). 3.

Psidium guajava L. 4. Nutrição Mineral. 5. Balaço Nutricional. I. Título.

II. Jaboticabal-Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias.

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(5)

RAFAEL MARANGONI MONTES – Nascido em Presidente Prudente-SP em 07 de janeiro de 1988. Graduou-se Engenheiro Agronômo em Julho de 2011 na Faculdade de

Engenharia de Ilha Solteira, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” –

Unesp, Câmpus de Ilha Solteira – SP. Durante o curso de graduação realizou diversos

estágios, foi monitor de duas disciplinas, participou de diversos eventos e cursos, foi bolsista de iniciação científica (PIBIC/CNPq) por dois anos, dentre outras atividades realizadas. Em agosto de 2011 iniciou o Mestrado em Agronomia (Ciência do Solo) na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal, Universidade Estadual

Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Unesp, campus de Jaboticabal - SP. Durante o mestrado foi bolsista CAPES. De fevereiro à julho de 2013 realizou estágio em

pesquisa na Université Laval, em Québec no Canadá, junto ao Departament dês Sols et

de Génie Agroalimentaire. Realizou diversas atividades como estágio docência,

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Aos meus pais Abílio Salvador Montes Gonçalves e Sônia Maria Nalesso Marangoni Montes e a minha irmã Ana Bheatriz Marangoni Montes DEDICO

A você mãe por sempre estar ao meu lado, orientando e dedicando-se por mais difícil que seja a jornada MEU CARINHO E ADMIRAÇÃO

Aos agricultores que alimentam o nosso país OFEREÇO

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A Universidade Estadual Paulista e ao Departamento de Solos e Adubos pela acolhida. Ao Prof. William Natale pela confiança, orientação, ensinamentos, dedicação, princípios e profissionalismo e a Sra. Marisa Natale pela presença e apoio em todas as etapas de nosso trabalho, os meus sinceros agradecimentos.

Ao amigo Daniel Angeluci de Amorim pelos ensinamentos, confiança e dedicação ao nosso trabalho.

Aos amigos Danilo Eduardo Rozane e Henrique Antunes de Souza, executores incansáveis de nosso trabalho, meu eterno obrigado.

Aos amigos da graduação e da pós-graduação e as repúblicas, em especial a K-Zona Rural e a Tapa Xana

A Empresa VAL Alimentos pelo crédito ao trabalho e pelo imprescindível apoio na condução do experimento, nosso muito obrigado. Em especial aos funcionários Valdemir, Gilmar, Débora e Sérgio.

Ao professor Léon Etienne Parent pelos novos conhecimentos, dedicação, incentivo e

parceria ao nosso trabalho.

Aos Professores Centurion e Itamar pela grande ajuda no exame de qualificação e aos professores Marcelo e Toninho pelas valiosas contribuições na defesa de tese.

A Viviane pela grande ajuda ao nosso trabalho.

A Claudia, Célia e Dejair, muito obrigado pela dedicação ao nosso trabalho. A Tieko pelas imprescindíveis correções de literatura.

Aos funcionários do departamento de solos e adubos, Dejair, Ademir, Maria Inês, Luis, Anderson, Gomes e Cristiano, pela ajuda na execução do trabalho.

Aos funcionários da Fazenda da Unesp e ao Eric, pela força de trabalho.

(8)

SUMÁRIO

Página

RESUMO... i

ABSTRACT... ii

CAPÍTULO 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS... 1

1.1. Introdução... 1

1.2. Importancia da fruticultura... 3

1.3. Aspectos gerais da goiabeira... 6

1.4. Nutrição mineral de goiabeira... 7

1.4.1. Nitrogênio e potássio... 9

1.5. Análise composicional e coordenadas ilr... 12

1.6. Referências... 14

CAPÍTULO 2 - ADUBAÇÃO NITROGENADA E POTÁSSICA EM POMAR DE GOIABEIRAS, AVALIADAS DURANTE CINCO CICLOS: I - EFEITOS NA PLANTA E NA PRODUÇÃO... 20

Resumo... 20

Abstract... 21

2.1. Introdução... 22

2.2. Material e métodos... 24

2.3. Resultados e discussão... 28

2.4. Conclusões... 34

2.5. Referências... 35

CAPÍTULO 3 - ADUBAÇÃO NITROGENADA E POTÁSSICA EM POMAR DE GOIABEIRAS, AVALIADAS DURANTE CINCO CICLOS: II - EFEITOS NOS ATRIBUTOS QUÍMICOS DO SOLO 39 Resumo... 39

Abstract... 40

3.1. Introdução... 41

3.2. Material e métodos... 43

(9)

3.4. Conclusões... 60 3.5. Referências... 61

(10)

EFEITO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA E POTÁSSICA EM

POMAR DE GOIABEIRAS

RESUMO - A resposta da goiabeira à adubação pode ser monitorada por análise de

tecido vegetal. A correta interpretação desses dados, com base nos teores-padrão, é de grande importância para o correto manejo nutricional da cultura. No entanto, os teores-padrão são constantemente criticados por não considerarem as interações que ocorrem entre os elementos. Através do exposto, este trabalho teve como

objetivo utilizar a análise composicional, com o auxílio das coordenadas ilr, a fim de

avaliar a produtividade da cultura, equilíbrio catiônico do solo e melhorar o

diagnóstico nutricional da goiabeira ‘Paluma’, em resposta à doses de nitrogênio e

potássio em pomar de goiabeiras ‘Paluma’, durante cinco ciclos produtivos

consecutivos,em área comercial irrigada, no município de Vista Alegre do Alto – SP,

durante cinco ciclos consecutivos, de 2009 a 2012, observando a influência do dos fertilizantes (ureia e cloreto de potássio) e da sazonalidade. Nas plantas observou-se que a adubação nitrogenada alterou significativamente os balanços [N, P, S, | K, Ca, Mg], [N, P| S] médio e [N | P], e a adubação potássica modificou significativamente os balanços [K | Ca, Mg] e [Ca | Mg] médio. Verificou-se que o período de cultivo e a adubação nitrogenada influenciaram na produtividade da goiabeira ‘Paluma’. A produtividade das goiabeiras e seu balanço nutricional permitiram a definição de faixas de balanço nutricional, bem como sua validação, empregando as faixas de teores nutricionais atualmente utilizadas no Brasil. No solo observou-se que a adubação nitrogenada diminuiu os valores do balanço [K, Ca, Mg | H+Al] e, consequentemente, o valor do pH do solo, enquanto a adubação potássica aumentou os valores do balanço [K | Ca, Mg] e, consequentemente, a concentração

de K no solo. A dose de 0,55 kg de K2O planta-1 ciclo-1 foi suficiente para manter a

concentração de K no solo acima de 1,6 mmolc dm-3, na linha do pomar de

goiabeiras. Os valores dos balanços estudados sofreram influência da época de coleta do solo.

Palavras-Chave: análise composicional, relações log isométricas (ilr), Psidium

(11)

EFFECT OF NITROGEN AND POTASSIUM IN ORCHARD

GUAVA

ABSTRACT - The response of guava plants to fertilization can be monitored by plant

tissue analysis. The correct interpretation of these data, based on the standard contents, is of great importance for the culture correct nutritional management. However, the standard contents are constantly criticized for not considering the interactions between elements. This way, this study aimed to use the compositional analysis with the aid of ilr coordinates, in order to assess the crop yield, soil cation balance and improve the nutritional diagnosis of guava 'Paluma', in response to doses of nitrogen and potassium in the orchard of guava 'Paluma' for five consecutive production cycles in commercial irrigated area in Vista Alegre do Alto - SP, for five consecutive cycles, from 2009 to 2012, noting the influence of fertilizer (urea and potassium chloride) and seasonality. In plants it was observed that nitrogen fertilization significantly altered the balance [N, P, S, | K, Ca, Mg], [N, P| S] medium, and [N | P], and potash fertilization significantly altered the balance [K | Ca, Mg] and [Ca | Mg]. We verified that the cultivation period and nitrogen fertilization

influenced in ‘Paluma’ guava. The productivity of guava plants and its nutritional

balance allowed the definition of nutritional bands as well as its validation by utilizing the nutritional bands content currently used in Brazil. In soil it was observed that nitrogen fertilization decreased balance values [K, Ca, Mg | H+Al] and consequently the soil pH value, potassium fertilization increase balance values [K | Ca, Mg] and,

consequently, soil K content. The 0.55 kg K2O plant-1 cycle-1 rate was sufficient to

maintain the soil K content over 1.6 mmolc dm-3, at guava plants roll. The values of

studied balance suffered influences of soil sample period.

Keywords: compositional analysis, isometric log ratio (ilr), Psidium guajava L.,

(12)

CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS

1.1 INTRODUÇÃO

A fruticultura brasileira esta crescendo no mercado nacional e internacional, colocando o Brasil como um dos maiores produtores mundiais de frutas, proporcionando inúmeras oportunidades de negócio para os agricultores.

O aumento no consumo de frutas de mesa e de sucos naturais é uma tendência mundial, dada a crescente preocupação com a saúde e a estética (NATALE, 2009). Dentre as frutas tropicais a goiaba ocupa lugar de destaque, sendo o Brasil maior produtor mundial de goiaba do tipo vermelha (IEA, 2005).

A goiaba é a mais brasileira das frutas tropicais e é apreciada pelo seu aroma e sabor característicos, além do alto valor alimentício, sendo uma das frutas mais consumidas no Brasil (NATALE; ROZANE; PRADO, 2012).

A goiabeira é encontrada em todos os estados do Brasil, ocupando uma área de 15.375 hectares, com produção de 316.363 toneladas, com rendimento médio de

20.576 kg ha-1, no ano de 2010. A produção nacional de goiabas não apresenta

grande participação no cenário agrícola brasileiro, e apesar de gerar cerca de 225 milhões de reais, uma grande quantia em dinheiro, a goiaba representa apenas 1,1% da produção brasileira de frutas (IBGE, 2010). Apesar da pequena contribuição percentual, o cultivo da goiabeira apresenta importante papel socioeconômico. O cultivo dessa frutífera tem altos custos de implantação e condução, necessitando de grande quantidade de mão de obra. Mesmo com elevados custos de produção, Rozane (2011) explica que é graças à produtividade de cultivares, como a Paluma, que a remuneração ao produtor é satisfatória.

A cultivar Paluma é a preferida pelos fruticultores nacionais por apresentar

dupla finalidade: para consumo in natura e para a industrialização (NATALE;

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Como toda frutífera, a goiaba é uma planta de alta demanda de nutrientes. Assim, para a obtenção de alta produtividade, qualidade e com maior longevidade do pomar, devem-se realizar práticas corretivas do solo, como calagem e adubação (IEA, 2013). A produção média dos pomares de goiabeira é considerada baixa, mas as cultivares de alto potencial produtivo, como a ‘Paluma’, apresentam potencial de

produção de até 93 t de frutos ha-1 ano-1 (ROZANE, 2011). Entretanto, devido à

carência de informações acerca da nutrição, adubação e calagem, que são de grande importância para o manejo adequado de nutrientes no solo, os pomares não têm apresentado boas produções.

Para o correto atendimento das exigências nutricionais das plantas, visando a altas produtividades, é indispensável o uso da análise de solo e de tecido vegetal. Essas duas ferramentas podem monitorar as condições em que o solo e a planta se encontram. A correta interpretação das análises é de suma importância para a tomada de decisão mais adequada e, dessa forma, é possível estabelecer programas racionais de adubação e calagem.

Os métodos empregados para a interpretação da análise de solo e de tecido vegetal são definidos por padrões de teores de nutrientes. No entanto, esses métodos são constantemente criticados por não considerarem as interações que ocorrem entre os elementos e por gerarem tendências numéricas decorrentes da redundância dos dados, da dependência de escala e da distribuição não normal (HERNANDES et al., 2012).

As técnicas de análise composicional de dados podem controlar esses dados tendenciosos, equilibrando os grupos de nutrientes (HERNANDES et al., 2012). A

utilização do conceito da transformação da relação log-isométrica (ilr), proposta por

(14)

1.2. IMPORTÂNCIA DA FRUTICULTURA

A fruticultura brasileira contempla o cultivo de várias espécies, alcança dia a dia maior expressão na agricultura nacional e conta com amplas possibilidades de expansão, pois o País dispõe de extensas áreas com condições de clima favoráveis tanto para o desenvolvimento de fruteiras de clima temperado como tropical.

O cultivo de plantas frutíferas caracteriza-se por apresentar aspectos importantes no contexto socioeconômico de um país, tais como: fonte de alimentação, que também é uma questão de segurança nacional (ALMEIDA, 2008); utilização intensiva de mão de obra e possibilita um grande rendimento por área (FACHINELLO; NACHTIGAL, 2013), sendo responsável pela geração de 5,6 milhões de empregos diretos, o equivalente a 27% do total da mão de obra agrícola do País (BUAINAIN; BATALHA, 2007), sendo por isso uma ótima alternativa para pequenas propriedades rurais (FACHINELLO; NACHTIGAL, 2013) e ainda uma forma viável de fixar o homem no meio rural.

O setor de fruticultura está entre os principais geradores de renda, emprego e de desenvolvimento rural do agronegócio nacional. A atividade frutícola possui elevado efeito multiplicador de renda e, portanto, com força suficiente para dinamizar economias locais estagnadas e com poucas alternativas de desenvolvimento (BUAINAIN; BATALHA, 2007). Para tanto, é necessário o incentivo e o estabelecimento de parcerias com os setores de produção e comercialização, envolvendo empresas públicas e privadas para que os fruticultores possam produzir para o mercado interno, buscar novos mercados e aproveitar os excedentes nas agroindústrias (FACHINELLO; NACHTIGAL, 2013).

De acordo com Almeida (2008), o mercado interno é, e continuará sendo, o principal destino da produção nacional de frutas, o que é natural se for considerada

a demanda da população brasileira, em que pese o consumo per capita ainda ser

muito baixo.

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continua sendo um dos poucos países que poderão suprir o crescimento da demanda internacional de frutas frescas e de seus derivados. Acredita-se que, tanto pelas ações governamentais quanto pelas ações da iniciativa privada, voltadas ao fortalecimento da fruticultura, as perspectivas otimistas vão concretizar-se (ALMEIDA, 2008).

De acordo com IBRAF (2012), o desempenho brasileiro em 2012, em termos de balança comercial, obteve um saldo positivo de US$ 152 milhões, que é 9,3% superior ao obtido em 2011, e acima do saldo do Agronegócio Brasileiro, que foi de 0,9%.

O País ainda está dando os primeiros passos para tornar-se um grande exportador de frutas e derivados, tendo um longo caminho a percorrer para ocupar uma importante posição no mercado internacional, porém o potencial de crescimento do Brasil no mercado externo de frutas é muito grande (ALMEIDA, 2008). Pela diversidade de climas e solos, o País apresenta condições ecológicas para produzir frutas de ótima qualidade e com uma variedade de espécies que passam pelas frutas tropicais, subtropicais e temperadas (FACHINELLO; NACHTIGAL, 2013).

Um aspecto importante da competitividade do sistema frutícola brasileiro como um todo é sua capacidade de aproveitar janelas de oportunidade. Em virtude dos períodos de safra diferentes daqueles do Hemisfério Norte, em determinadas épocas do ano, a produção nacional consegue inserir-se com menor concorrência, obtendo melhores preços pelos seus produtos. Contudo, além de precisar preparar-se para oferecer ao mercado as variedades consumidas e enfrentar as barreiras tarifárias e não tarifárias, a produção brasileira deve aprimorar suas estruturas de apoio, com destaque para os sistemas logísticos e sanitários (JESUS JÚNIOR et al., 2013).

Não obstante as convergências observadas, o setor de fruticultura é formado por um conjunto bastante heterogêneo. Só no Brasil, são produzidos mais de 300 tipos de frutas, desde as mais populares até aquelas consideradas exóticas. Mesmo entre as mais conhecidas dos consumidores, existem diferenças importantes. Para

mencionar apenas as três mais consumidas no mundo – banana, maçã e uva –, uma

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última vem sendo produzida com sucesso em ambos os climas (JESUS JÚNIOR et al., 2013).

Além disso, a produtividade brasileira é baixa quando comparada à de países nos quais a atividade tem tradição. Dentre os vários fatores que contribuem para esse quadro, pode-se salientar o mau uso das técnicas de manejo do solo, da planta e do ambiente (NATALE; PRADO, 2006).

O aspecto nutricional é particularmente importante para os frutos, dada a influência que os elementos minerais exercem sobre sua qualidade, requisito

imprescindível à exportação. O consumo de frutas in natura e de seus sucos naturais

é uma tendência mundial, que pode ser aproveitada como incentivo para uma produção com qualidade (NATALE, 2009).

A adubação de árvores frutíferas deve considerar, ainda, a dificuldade em se aliar a produtividade à qualidade do produto colhido, visto que o aspecto nutricional pode afetar características importantes do fruto, como cor, sabor, tamanho, dentre outras (MALAVOLTA, 1994).

Um dos principais objetivos da pesquisa agronômica é conciliar os interesses da produtividade sem agredir o ambiente. Assim, doses, épocas e modos de aplicação dos corretivos e adubos devem ser mais bem estudados, tomando por base vários aspectos, como a fertilidade do solo, as reais necessidades da planta e a cinética de absorção dos elementos (TAGLIAVINI et al., 1996).

(17)

1.3. ASPECTOS GERAIS DA GOIABEIRA

A goiabeira, Psidium guajava L, pertence à família das Myrtaceae e é

originária da América Tropical. Sua capacidade de dispersão e a rápida adaptação a

diferentes ambientes possibilitaram a presença dessa frutífera em amplas áreas

tropicais e subtropicais do globo, sendo até mesmo considerada uma praga em algumas regiões (MENZEL, 1985).

Essa fruta é apreciada pelo seu aroma e sabor característicos, além do alto valor alimentício, sendo uma das frutas mais consumidas no Brasil (NATALE et al., 2007). Atualmente, essa espécie encontra-se mundialmente distribuída, dada sua habilidade de adaptação a diferentes condições climáticas (KOLLER, 1979; GONZAGA NETO, 2001).

De acordo com IBRAF (2012), no ano de 2009, a produção brasileira de goiaba ocupou uma área de 15.048 ha, com uma produção de 297.377 t de frutos. O Instituto de Economia Agrícola (IEA, 2013) o Estado de São Paulo, no ano de 2012, foi responsável pela produção de 133.971 toneladas de goiabas. Desses frutos, 11.894 t foram de goiaba branca, destinada à mesa; 40.849 t de goiaba vermelha, destinada à mesa, e 81.228 t destinadas à indústria de processadora de goiaba.

Do montante da produção Paulista de goiabas, mais de 55% são provenientes da cultivar Paluma (IEA, 2013). Essa cultivar tem sido adotada pelos fruticultores por apresentar elevada produtividade e adaptabilidade a diferentes tipos de manejo, e por ser uma cultivar de dupla aptidão, podendo ser destinada à

indústria e/ou ao consumo in natura.

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períodos de excesso ou escassez de frutos, que são as principais causas das grandes variações de preço durante o ano.

Apesar da adoção de novos manejos, a produção média dos pomares do Estado de São Paulo é muito baixa, pois no ano de 2012, a produtividade média das

goiabeiras foi de 28,8 t ha-1 (IEA, 2013). Em ambientes agrícolas, quando um novo

sistema é adotado, recomendações e manejos da cultura devem ser ajustados e/ou modificados para o sucesso do empreendimento agrícola. O manejo nutricional com o adequado fornecimento de nutrientes é um dos fatores indispensáveis para o sucesso produtivo de uma lavoura.

Natale et al. (1996a) relataram que a carência de informações acerca da nutrição, adubação e calagem da cultura ocasiona baixa produtividade, dentre outros fatores. Dessa forma, a geração de conhecimento científico continua tendo papel fundamental em dar suporte para que a goiabicicultura continue a prosperar.

1.4. NUTRIÇÃO MINERAL DA GOIABEIRA

A produtividade e a qualidade dos frutos de um pomar resultam da interação de vários fatores, destacando-se o potencial genético e o ambiente em relação ao manejo do solo, dos nutrientes e o balanço de água (NATALE, 2003).

Um dos fatores determinantes do aumento de produtividade das culturas é o atendimento das exigências nutricionais dos vegetais (NATALE, 2009); assim, a

máxima produção e a qualidade ótima do fruto são alcançadas quando o status

nutricional da planta é ideal. Sob muitas situações agrícolas, essa condição é satisfeita pelo suprimento anual de fertilizantes (NATALE, 2003).

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micronutrientes (B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo e Zn), e ainda podem contar com o auxílio de alguns elementos benéficos (Ni, Si, Co) (TAIZ; ZEIGER, 2004).

O balanço de nutrientes minerais afeta tanto a qualidade do fruto como sua possibilidade de armazenamento pós-colheita. Os efeitos na qualidade do fruto são devidos à quantidade e ao equilíbrio de nutrientes no mesmo, tendo ainda um efeito indireto sobre o crescimento vegetativo do ano seguinte (CRISOSTO et al., 1994).

O conhecimento dos fatores limitantes à produção de goiabas permite a adoção de programas de calagem e adubação mais adequados, visando à melhoria do estado nutricional e, consequentemente, da produtividade, com benefícios em toda a cadeia agrícola (NATALE, 2009).

Apesar da importância da cultura da goiaba, a pesquisa em torno da nutrição mineral dessa frutífera é baixa. A goiabeira é uma planta considerada rústica (NAKAGUAWA, 1988), tolerante à acidez (GUERREIRO, 1991) e pouco exigente em termos de fertilidade de solo (PEREIRA; MARTINEZ JÚNIOR, 1986; QUEIROZ et al., 1986).

A nutrição mineral é um dos aspectos mais importantes para as fruteiras, e de acordo com Natale (1999), as exigências nutricionais da goiabeira são relativamente elevadas, o que, devido a pobreza dos solos onde são cultivadas torna obrigatória a aplicação de a quase totalidade dos elementos minerais essenciais ao pleno desenvolvimento da planta.

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1.4.1. Nitrogênio e potássio

O nitrogênio (N) é frequentemente o fator mais limitante em produções agrícolas. A utilização desse nutriente resulta em elevadas produtividades de biomassa, teor de proteína, e o teor no tecido vegetal normalmente aumenta (FAGERIA, 2001). O N é encontrado em muitos compostos orgânicos, destacando-se os aminoácidos e os ácidos nucleicos. As plantas requerem elevadas quantidades de N, e sua disponibilidade geralmente limita a produtividade (EPSTEIN; BLOOM, 2006), pois esse macronutriente participa praticamente de todas as funções nos vegetais (MALAVOLTA; MORAES, 2007).

O potássio (K) não é um constituinte integral de qualquer metabólito vegetal, sendo que suas altas concentrações vacuolares o tornam o maior agente osmótico catiônico celular. Entre suas funções na planta, destacam-se a ativação de diversas enzimas, a participação no transporte através da membrana, a neutralização de ânions e a manutenção do potencial osmótico (EPSTEIN; BLOOM, 2006). A deficiência de potássio normalmente reduz o tamanho dos internódios, a dominância apical e o crescimento das plantas, retarda a frutificação e origina frutos de menor tamanho e com menor intensidade de cor (ERNANI; ALMEIDA; SANTOS, 2007).

O nitrogênio e o potássio são os dois nutrientes minerais absorvidos em maiores quantidades em quase todos os vegetais, apresentando interação entre eles, a qual normalmente é do tipo não competitiva. A absorção de um elemento eleva, em geral, a demanda pelo outro. O estímulo do crescimento promovido pela adição de nitrogênio pode acarretar em deficiência de potássio por efeito de diluição, e vice-versa. O suprimento balanceado de nitrogênio e de potássio, frequentemente, aumenta a resposta a ambos, mas a não adição de um deles em solos deficientes pode levar a decréscimos na resposta ao outro, tanto em produção, quanto em acúmulo do nutriente (CANTARELLA, 2007).

(21)

Ide e Martelleto (1997) conduziram um experimento com goiabeira ‘Paluma’ na estação experimental de Macaé, no Estado do Rio de Janeiro, com doses de

nitrogênio (0; 150 e 300 g planta-1) e potássio (0; 225 e 450 g planta-1), e observaram

que durante a primeira produção, quando as plantas apresentavam 20 meses de idade, a aplicação de N promoveu aumento linear do número de frutos por planta, sem afetar a massa média dos frutos. As doses de potássio e a interação N x K não apresentaram efeito significativo.

Maciel et al. (2007), no Estado de Pernambuco, realizaram experimento com a cultivar Paluma, com diferentes níveis de lâmina d´água e doses de nitrogênio (50;

100; 150 e 200 kg ha-1), e observaram efeito positivo à aplicação de N via

fertirrigação, obtendo produtividade máxima de 43,5 t ha-1, utilizando a maior dose

testada.

Na Índia, diversos experimentos foram realizados a fim de ajustar a melhor dose de adubo nitrogenado e potássico para a goiabeira, contudo Singh e Singh (2007) notaram que os resultados encontrados para as cultivares Allahabad, Safeda

e Sardar apresentaram divergências, variando de 120 a 1.000 g de N planta-1 e de

120 a 1.000 g de K planta-1. A razão da ampla variação nos resultados não foi

justificada, porém os autores ressaltam que fatores como solo, idade das plantas e crescimento das culturas podem ser associados a essa variabilidade, sendo que as

faixas de 500-600 g de N planta-1 e 300-400 g de K planta-1 são as mais indicadas

para o cultivo dessas variedades nas condições indianas.

Um experimento realizado em campo por Natale et al. (1994), em Jaboticabal - SP, com a cultivar Rica, durante três anos consecutivos, avaliou o efeito de doses

de nitrogênio (0; 30; 60; 120; 180 e 240 g planta-1). Para o segundo e terceiro anos

de avaliação, foram utilizados o dobro e o triplo das doses, respectivamente. Os resultados evidenciaram aumentos da produção de frutos em função das doses de nitrogênio aplicadas, durante os três anos de ensaio.

Natale et al. (1996a), trabalhando com a mesma cultivar, no mesmo município, conduziram um ensaio para avaliar o efeito da adubação potássica,

usando as seguintes doses: 0; 30; 60; 120; 180 e 240 g de K2O planta-1, durante 3

anos consecutivos. No segundo e no terceiro anos do ensaio, foram utilizados o

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mostraram respostas positivas da produção, com o aumento da dose de potássio empregada, no terceiro ano de ensaio.

Em ensaio de campo com a cultivar Paluma, Natale et al. (1996b) acompanharam os efeitos da adubação potássica, durante três anos consecutivos,

em um pomar com um ano de idade, no município de São Carlos – SP, em um

Latossolo Vermelho-Amarelo. As doses de potássio utilizadas foram: 0; 30; 60; 120;

180; 240 e 300 g de K2O por planta. No segundo e no terceiro anos do ensaio, foram

utilizados o dobro e o triplo das doses iniciais de K2O, respectivamente. A produção

de frutos aumentou com o incremento das doses de potássio no terceiro ano de ensaio.

Os efeitos da adubação nitrogenada na cultura da goiabeira foram avaliados por Natale et al. (1995), em um ensaio de campo, durante três anos, utilizando-se de plantas da cultivar Paluma com um ano de idade, instaladas num Latossolo Vermelho-Amarelo da região de São Carlos - SP. Os tratamentos constituíram-se, no primeiro ano, das seguintes doses de nitrogênio: 0; 30; 60; 120; 180; 240 e 300

gramas de N planta-1. No segundo e no terceiro anos do ensaio, foram utilizados o

dobro e o triplo das doses iniciais de N, respectivamente. Os resultados mostraram respostas positivas da produção apenas no terceiro ano do ensaio, com aumento linear, em função da dose de nitrogênio utilizada.

Souza (2009) utilizou o subproduto da indústria de processamento de goiabas, com o propósito de substituir parcialmente a adubação mineral, tendo em vista o relativamente elevado teor de nutrientes contidos neste resíduo (especialmente N), em um Argissolo Vermelho-Amarelo sob pomar de goiabeiras

‘Paluma’, utilizando doses do resíduo (moído) iguais a: zero; 9; 18; 27 e 36 t ha-1

(peso seco). Foram feitas aplicações anuais do subproduto em 2006, 2007 e 2008. Os resultados mostraram efeito linear crescente para as doses do subproduto nas colheitas realizadas nos anos de 2008 e 2009.

(23)

1.5. ANÁLISE COMPOSICIONAL E COORDENADAS ILR

Em sistemas naturais, a suposição de ceteris paribus, em que todos os outros

fatores permaneçam inalterados, apresenta suas restrições, uma vez que relações duplas ou múltiplas foram bem documentadas em estudos de nutrição de plantas (MALAVOLTA, 2006; FAGERIA, 2001).

Análise composicional de nutrientes não pode ser interpretada sem relacionar uns aos outros (TOLOSANA-DELGADO; BOOGART, 2011). Lagatu e Maume (1935) foram os primeiros a ilustrar o efeito da interação dos nutrientes em um sistema fechado num diagrama ternário, representado em um sistema de três componentes limitado a 1 ou 100%. Um espaço tão restrito é conhecido formalmente como um símplex (PAWLOWSKY-GLAHN; EGOZCUE, 2006).

Analistas de dados composicionais advertem que as estatísticas realizadas através de dados brutos de composição são inerentemente tendenciosas, devido à redundância de informação (a quantidade de um componente pode ser deduzida a partir da soma dos outros), à escala de dependência (por exemplo, base de massa volátil, seca ou molhada), e distribuições não normais (dados não dimensionados

para variar livremente no espaço real ± ∞) (BACON-SHONE, 2011).

A análise de dados composicionais proposta por Aitchison (1982) tem sido fonte de muitas discussões, devido à enorme importância que essa metodologia tem tido na prática, apesar de que ainda existe certa relutância para o uso dessa nova abordagem (PAWLOWSKY-GLAHN; EGOZCUE, 2001).

Esta técnica, ocasionalmente, requer uma interpretação de resultados, em termos de razões e proporções logarítmicas, que são mais difíceis de interpretar do que vetores reais em análise estatística. A fim de simplificar a análise, os componentes podem ser ordenados de maneira a que eles possam ser agrupados em dois ou mais subconjuntos, que são de algum modo interpretáveis (EGOZCUE; PAWLOWSKI-GLAHN, 2005).

(24)

PAWLOWSKI-GLAHN, 2005). O conceito de subcomposição foi estabelecido desde o início da análise composicional de dados. Para estudar tais relações entre subcomposições, Aitchison (2003) introduziu o conceito de fusão ou adição de várias partes à composição e ao conceito de partição, o qual é um conjunto mutuamente exclusivo de subcomposição. Uma vez que a partição é obtida, o comportamento das razões de fusões pode ser estudado (EGOZCUE; PAWLOWSKI-GLAHN, 2005).

A fim de evitar tendências numéricas em análises composicionais, Egozcue et

al. (2003) desenvolveu a transformação da relação log-isométrica (ilr), baseada no

princípio da ortogonalidade (D-1 graus de liberdade). De acordo com Egozcue e

Pawlowski-Glahn (2011), as coordenadas ilr podem ser projetadas no espaço

Euclidiano, uma estrutura geométrica que permite análises computacionais sem

tendências numéricas. A transformação ilr é um caso especial de transformação log

que preserva a informação original (PARENT et al., 2012a).

O método ilr é estabelecido em três passos: representação dos dados em

coordenadas ilr; análise de variância das coordenadas como variáveis aleatórias

reais; e, interpretação dos resultados em temos de balanço (EGOZCUE; PAWLOWSKI-GLAHN, 2011).

O conceito de balanço ilr mostrou-se uma técnica apropriada para os estudos

de nutrição de plantas (PARENT; DAFIR, 1992; PARENT et al., 1997; PARENT, 2011; PARENT et al., 2012b; e HERNADEZ et al., 2012) e análise dos atributos químicos do solo (PARENT et al., 2011; PARENT et al., 2012a).

Através do exposto, este trabalho teve como objetivo utilizar a análise

composicional, com o auxílio das coordenadas ilr, a fim de avaliar a resposta à

doses de nitrogênio e potássio em pomar de goiabeiras ‘Paluma’, durante cinco

(25)

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(31)

CAPÍTULO 2 - ADUBAÇÃO NITROGENADA E POTÁSSICA EM POMAR DE GOIABEIRAS, AVALIADAS DURANTE CINCO CICLOS: I -

EFEITOS NA PLANTA E NA PRODUTIVIDADE

RESUMO - A resposta da goiabeira à adubação pode ser monitorada por análise de

tecido vegetal. A correta interpretação desses dados, com base nos teores-padrão, é de grande importância para o correto manejo nutricional da cultura. No entanto, os teores-padrão são constantemente criticados por não considerarem as interações que ocorrem entre os elementos.

Dessa forma, com o objetivo de melhorar o diagnóstico nutricional da goiabeira

‘Paluma’, conduziu-se um experimento empregando adubação nitrogenada e

potássica, em área comercial irrigada, no município de Vista Alegre do Alto – SP,

durante cinco ciclos consecutivos, de 2009 a 2012, observando a influência do dos fertilizantes (ureia e cloreto de potássico) e da sazonalidade na produtividade e no

estado nutricional, utilizando o conceito das relações log isométricas (ilr).

A adubação nitrogenada alterou significativamente os balanços [N, P, S, | K, Ca, Mg], [N, P| S] médio e [N | P], e a adubação potássica modificou significativamente os balanços [K | Ca, Mg] e [Ca | Mg] médio. Verificou-se que o período de cultivo e a adubação nitrogenada influenciaram na produtividade da goiabeira ‘Paluma’. A produtividade das goiabeiras e seu balanço nutricional permitiram a definição de faixas de balanço nutricional, bem como sua validação, empregando as faixas de teores nutricionais atualmente utilizadas no Brasil.

Palavras-Chave: relações log isométrica (ilr), nutrição mineral, balanço nutricional,

(32)

CHAPTER 2 - NITROGEN AND POTASSIUM IN ORCHARD GUAVA, EVALUATED DURING FIVE CYCLES: I - EFFECTS ON

PLANT AND PRODUCTION

ABSTRACT - The response of guava plants to fertilization can be monitored by plant

tissue analysis. The correct interpretation of these data, based on the standard contents, is of great importance for the culture correct nutritional management. However, the standard contents are constantly criticized for not considering the interactions between elements. This way, in order to improve the nutritional diagnosis of 'Paluma' guava, an experiment was conducted using nitrogen and potassium fertilization in irrigated commercial area, at the Vista Alegre do Alto county, Sao Paulo State, Brazil, for five consecutive cycles, 2009 to 2012, noting the influence of fertilizers (urea and potassium chloride), seasonality and nutritional status, using the

concept of isometric log ratio (ilr). Nitrogen fertilization significantly alter the balance

[N, P, S | K, Ca, Mg], [N, P | S] medium and [N | P], and potassium fertilization significantly alter the balance [K | Ca, Mg] and [Ca | Mg] medium. It was observed that the period of cultivation and fertilization influenced the productivity of 'Paluma' guava. The productivity of guava and its nutritional balance allowed the definition of nutritional bands balance as well as its validation by utilizing the nutritional bands content currently used in Brazil.

Keywords: isometric log ratio (ilr), mineral nutrition, nutritional balance, Psidium

(33)

2.1. INTRODUÇÃO

O Brasil é o maior produtor mundial de goiaba-vermelha, uma fruta

nativa da América do Sul e América Central. A goiabeira (Psidium guajava L.)

‘Paluma’ é a mais cultivada no Brasil, por produzir frutos que têm boa aceitação para

o consumo in natura e para o processamento industrial. No Estado de São Paulo,

em 2012, essa cultivar representou 91% da goiaba enviada à indústria, com total de cerca de 74 mil toneladas de frutos, sendo que 70% desse total foi produzido apenas na região de Jaboticabal (IEA, 2013), ocupando uma área aproximada de 1.500 hectares, considerando-se o espaçamento de 7x5 metros.

A goiabeira é uma frutífera altamente responsiva à adubação (ARORA; SINGH, 1970; NATALE et al., 1994; NATALE et al., 2002; ANJANEYULU; RAGHUPATHI, 2009). Dentre as ferramentas utilizadas para dar suporte ao manejo nutricional, têm-se a análise de tecido e a análise de solo, sendo a análise foliar a ferramenta mais confiável para avaliar o estado nutricional de plantas perenes, com base em métodos de amostragem adequados e interpretação correta dos dados analíticos (BOULD et al., 1960), já que essas plantas têm acesso a nutrientes a profundidades maiores do que seria possível determinar através de procedimento padrão de análise de solo, comumente realizado até a camada de 40 cm do solo.

(34)

Egozcue e Pawlowski-Glahn (2005) propuseram o uso de relações log

isométrica (ilr), para a análise de dados composicionais. O método ilr é uma

abordagem imparcial e não tendenciosa que permite estudar a relação entre os

nutrientes (PARENT et al., 2012). O método ilr é constituido de três etapas: a

representação dos dados em coordenadas ilr; a análise de variância das

coordenadas como variáveis reais aleatórias; e, a interpretação dos resultados em termos de balanços (EGOZCUE; PAWLOWSKI-GLAHN, 2011). Esse conceito foi utilizado com sucesso em estudos de nutrição de plantas (PARENT, 2011; HERNANDES et al., 2012 ) e de agregação do solo (PARENT et al., 2012).

Com o objetivo de melhorar o diagnóstico nutricional da goiabeira, conduziu-se um experimento empregando adubação nitrogenada e potássica, em área comercial irrigada, no município de Vista Alegre do Alto, Estado de São Paulo, durante cinco ciclos consecutivos, observando a influência dos fertilizantes e do

(35)

2.2. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em pomar irrigado (por microaspersão), de goiabeiras ‘Paluma’, com sete anos de idade, espaçadas a 7 x 5 metros, manejado com podas de frutificação, durante cinco ciclos consecutivos, de 2009 a 2012, em

Vista Alegre do Alto-SP, em área pertencente à Indústria de Polpas e Conservas

VAL Ltda. O manejo de pragas, doenças, plantas daninhas e o manejo do sistema

de irrigação foi realizado pela VAL Ltda., sendo o sistema de irrigação acionado diariamente, de acordo com a necessidade hídrica da cultura (monitorado por

tenciometria). As coordenadas geográficas do local são: 21° 08’ Sul, 48° 30’ Oeste e

altitude de 603m. Segundo a classificação de Köppen, o clima local é do tipo Cwa, subtropical com inverno curto, moderado e seco, verão quente e chuvoso, caracterizando duas estações climáticas distintas. Na Figura 1 são apresentados os dados climáticos do período experimental.

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0

F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N

2009 2010 2011 2012

Precipita çã o a cumula da (mm) Temp. Média Mín. (ºC) Temp. Média Má x. (ºC)

T e m p e ra tu ra ( C) P re c ip it a ç ã o a c u m u la d a (m m ) P o d a P o d a P o d a P o d a P o d a F lo re sc im e n to ( a m o st ra g e m ) C o le ta d e s o lo C o le ta d e so lo C o le ta d e so lo C o le ta d e s o lo C o le ta d e so lo

┌──── 1 ciclo ───--──--┐┌───── ciclo ───--─┐┌───── ciclo ──-──┐┌───── ciclo ─────┐┌───── ciclo ────┐

┌────┐ ┌────┐ ┌────┐ ┌────┐ ┌────┐ colheita colheita colheita colheita colheita F lo re sc im e n to ( a m o st ra g e m ) F lo re sc im e n to ( a m o st ra g e m ) F lo re sc im e n to ( a m o st ra g e m ) F lo re sc im e n to ( a m o st ra g e m )

Figura 1 - Dados climáticos obtidos da Estação Experimental de Citricultura de

Bebedouro-SP, de 2009 a 2012, e aspectos fisiológicos e de condução da pesquisa.

(36)

experimento (Poda), o solo foi corrigido para elevar a saturação por bases a 70%, como indicado por Natale et al. (1996). No período da poda foram coletadas amostras para a avaliação da fertilidade do solo (RAIJ et al., 2001), na linha (projeção da copa das plantas) e na entrelinha do pomar, nas camadas de 0-20 cm e de 20-40 cm (Tabela 1).

Tabela 1 - Propriedades químicas do solo nas camadas de 0-20 e 20-40 cm de

profundidade, na linha e na entrelinha do pomar, antes da instalação do experimento, em 2009.

Amostra pH* M.O. P** K Ca Mg H+Al SB

Linha g dm-3 mg dm- ---mmol

c dm-3

---0-20 cm 5,9 11 19 2,2 29 14 12 45,2

20-40 cm 5,4 9 7 2,0 22 9 16 33,0

Entrelinha

0-20 cm 6,0 12 13 2,9 29 15 11 46,9

20-40 cm 5,7 9 7 2,7 24 9 13 35,7

T V B Cu Fe Mn Zn S-SO4

-Linha mmolc dm-3 % ---mg dm-3

---0-20 cm 57,2 79 0,17 11,9 13 11,9 0,4 2

20-40 cm 49,0 67 0,16 4,4 12 11,2 0,3 3

Entrelinha

0-20 cm 57,9 81 0,34 14,7 12 12,6 0,4 3

20-40 cm 48,7 73 0,16 4,0 10 10,6 0,3 4

*pH (CaCl2); **P (resina)

Utilizou-se o delineamento estatístico em blocos casualizados, em esquema

fatorial 4x 4, com quatro doses de nitrogênio (0; 0,5; 1,0 e 2,0 kg de N planta-1 ciclo

-1), tendo como fonte a ureia, e quatro doses de potássio (0; 0,55; 1,1 e 2,2 kg de

K2O planta-1 ciclo-1), empregando-se o cloreto de potássio (KCl), com três repetições.

As parcelas experimentais foram constituídas por cinco plantas, sendo a área das três goiabeiras centrais consideradas úteis para as avaliações. O experimento foi conduzido por cinco ciclos consecutivos na mesma unidade experimental.

(37)

tronco, parcelados quatro vezes, a cada 25 dias, iniciando-se na fase de pré-florescimento. Juntamente com o primeiro parcelamento de N-K, foi aplicado adubo fosfatado, superfosfato simples, de acordo com as recomendações de Natale et al. (1996).

Para a análise de tecido vegetal, foi coletado o terceiro par de folhas maduras, em plena floração, em torno da planta a 1,5 m acima do solo, para um total de 30 pares de folhas por parcela (NATALE et al., 1996). As folhas foram lavadas, secas em estufa a 65 °C até massa constante, e os teores de N, P, S, K, Ca e Mg foram analisados de acordo com Bataglia et al. (1983).

Para o estudo do balanço de nutrientes nas folhas de goiabeiras ‘Paluma’, foi

utilizada a metodologia proposta por Egozcue et al. (2003), sendo o espaço composicional (S) definido por:

SD = C (N, P, S, K, Ca e Mg)

em que: D = 6 componentes, e C é o operador de encerramento da função.

Foram estabelecidos balanços, empregando-se coordenadas ilr (relação log

isométrica), e a partição binária sequencial (PBS) foi arranjada conforme as recomendações de Parent (2011) e Rozane et al. (2012), apresentados na Tabela 2.

Tabela 2- Partição binária sequencial do balanço de nutrientes foliares

Ilr Nutrientes Balanço de

nutrientes r* s**

N P S K Ca Mg

1 1 1 1 -1 -1 -1 [N, P, S | K, Ca, Mg] 3 3

2 1 1 -1 0 0 0 [N, P | S] 2 1

3 1 -1 0 0 0 0 [N | P] 1 1

4 0 0 0 1 -1 -1 [K | Ca, Mg] 1 2

5 0 0 0 0 1 -1 [Ca | Mg] 1 1

(38)

Os cálculos da relação log isométrica (ilr) foram realizados, utilizando o Excel,

de acordo com Egozcue e Pawlowsky-Glahn (2005), que é expressa pela seguinte equação:

em que r e s representam o número de componentes positivos e negativos,

respectivamente; e g(c+) é a média geométrica dos componentes positivos, e g(c-) é

a média geométrica dos componentes negativos. A raiz quadrada é o balanço entre o número de componentes positivos e negativos.

Para a avaliação da produtividade, a coleta dos frutos foi realizada com auxílio dos funcionários da VAL Ltda.,

A produtividade e os balanços ilr foram submetidos à análise de variância com

a aplicação do teste F a 5% de probabilidade. Quando significativo, realizou-se a análise de regressão polinomial. O procedimento estatístico foi realizado utilizando PROC MIXED, no programa SAS versão 9.2.

As faixas críticas de balanços foram obtidas a partir de teores-padrão de nutrientes, indicados por Natale et al. (2002) e Maia et al. (2007). Os limites inferiores e superiores foram estabelecidos de acordo com Hernandes et al. (2012), em que os limites inferiores foram estabelecidos usando os menores valores no numerador, e os mais elevados, no denominador, enquanto os limites superiores foram obtidos pela relação entre os maiores valores de teores no numerador, e os menores, no denominador. Natale et al. (2002) propuseram faixas de teores de

20-23 g de N kg-1; 1,4-1,8 g de P kg-1; 14-17 g de K kg-1; 7-11 g de Ca kg-1; 3,4-4,0 g de

Mg kg-1, e 2,5-3,5 g de S kg-1 em folhas coletadas durante o florescimento. Maia et

al. (2007) sugeriram as faixas de teores de 20,2-25,3 g de N kg-1; 1,4-1,5 g de P kg-1;

19-21,7 g de K kg-1; 7,7-8,3 g de Ca kg-1; 2,7-2,8 g de Mg kg-1, e 4-5,1 g de S kg-1 em

(39)

2.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na tabela 1A (apêndices) são apresentados os valores do teste F obtidos pela análise de variância.

O aumento da produção de goiabas foi significativo em função de doses crescentes de nitrogênio, apresentando ajuste quadrático para os cinco ciclos produtivos (Figura 2a), assim como verificado em outros estudos (NATALE et al., 1994; TÉRAN et al., 1996; KUMAR et al., 2008; CARDOSO et al., 2011), confirmando a relação direta do nitrogênio com a capacidade produtiva das plantas (EPSTEIN; BLOOM, 2006; MALAVOLTA, 2006). Com exceção do quarto ciclo de

cultivo, a aplicação de N proporcionou produtividades superiores a 40 t de fruto ha-1

ciclo-1 (Figura 2b).

0 10 20 30 40 50 60 70 80

0 0,5 1 1,5 2

1 ciclo 2 ciclo 3 ciclo 4 ciclo 5 ciclo

P ro d u ti v id ad e (t h a -1)

Nutriente adicionado (kg de N planta-1)

y 1ciclo= -8,7114x2 + 23,637x + 50,193 R² = 0,93*

y 2ciclo= -11,265x2 + 30,846x + 34,247 R² = 0,89**

y 3ciclo= -16,797x2 + 43,188x + 36,233 R² = 0,88**

y 4ciclo= -6,1788x2 + 17,696x + 21,317 R² = 0,88**

y 5ciclo= -12,366x2 + 32,181x + 34,607 R² = 0,95** a 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0

1 2 3 4 5

0 kg de N 0,5 kg de N 1,0 kg de N 2,0 kg de N

P ro d u ti v id ad e (t h a -1) ciclo b

Figura 2 – Produção de goiabeira ‘Paluma’, em resposta à adubação nitrogenada

(a), e mudança sazonal da produção de goiabeira ‘Paluma’ durante o período experimental (b), durante cinco ciclos produtivos. Barras verticais em cada ponto representam o erro-padrão da média. Vista Alegre do Alto-SP, 2009 a 2012.

Para as doses de potássio testadas, não houve efeito significativo na

produção de goiabas. Em plantas jovens de goiabeira ‘Paluma’, o fornecimento de

potássio pelo material podado é de 0,232 kg planta-1 (MAIA et al., 2007), razão pela

(40)

como o extenso e eficiente sistema radicular dessa frutífera que explora um grande volume de solo, podem explicar a manutenção de produtividade das plantas.

Com relação à interação entre nitrogênio e potássio, não foi observado efeito significativo. Resultado semelhante foi obtido por Ide e Martelleto (1997), que observaram efeito significativo da adubação nitrogenada sobre a produtividade de plantas jovens de goiabeira ‘Paluma’, não verificando influência do K e de sua interação com o N.

Na produção da goiabeira ‘Paluma’, verificou-se uma variação sazonal em

função dos ciclos produtivos (Figura 2b). Apesar de o manejo do pomar ser idêntico para os cinco ciclos, as variações de precipitação e temperatura (Figura 1) podem explicar as diferenças de rendimento da cultura. Segundo Pizza Júnior (1994), uma das vantagens da poda é evitar a alternância de safras, além de permitir a distribuição mais homogênea dos frutos na planta. Porém, Rozane et al. (2012) verificaram grande variação no rendimento da cultura em função do ciclo (época) de desenvolvimento dos frutos após a poda das goiabeiras ‘Paluma’.

O ciclo em que as goiabeiras foram podadas no mês de fevereiro foi o que apresentou a maior produção de frutos, seguido das podas no mês de setembro, dezembro e março, que apresentaram produção similar e, por fim, a poda realizada no mês de junho apresentou a menor produção. A poda realizada no período de baixas temperaturas, quarto ciclo (Figura 1), desfavorece a produção de frutos, pois as baixas temperaturas inibem o desenvolvimento de ramos novos, que consequentemente, diminuindo o surgimento de botões florais que originam frutos.

No município de São Manuel-SP, goiabeiras ‘Paluma’ podadas em setembro e

outubro apresentaram menor produção, quando comparadas às plantas podadas em agosto (RAMOS et al., 2011). Por outro lado, Serrano et al. (2008), em Pinheiro-ES, verificaram maior produção de frutos de ‘Paluma’ quando as goiabeiras foram podadas em dezembro, e maior peso médio de frutos naquelas podadas em fevereiro.

(41)

Com exceção do primeiro ciclo produtivo, houve efeito significativo da adubação nitrogenada no balanço [N, P, S | K, Ca, Mg] (Figura 3). O aumento na oferta de N estimula o crescimento e, consequentemente, a absorção de outros nutrientes (FAGERIA, 2001; FAQUIN, 2005), promovendo a mudança de valores do balanço, já que esse nutriente apresenta a maior quantidade de interações com nutrientes no tecido vegetal (FAQUIN, 2005). O efeito da adubação nitrogenada pode ser traduzido em maiores ou menores teores de nutrientes, dependendo da quantidade de nutrientes oferecida na zona radicular (FAGERIA, 2001).

-1,2 -0,9 -0,6 -0,3 0

0 0,5 1 1,5 2

1 ciclo 2 ciclo 3 ciclo 4 ciclo 5 ciclo

Nutriente adicionado (kg de N planta-1)

Ba la n ç o [N ,P ,S | K ,Ca ,M g ]

y 1 ciclo = -0,66ns

y 2 ciclo = 0,1196x2- 0,3148x - 0,3894 R² = 1**

y 3 ciclo = 0,0654x2- 0,1987x - 0,4092 R² = 0,92**

y 4 ciclo = 0,0929x2- 0,2868x - 0,3755 R² = 0,71*

y 5 ciclo = 0,1569x2- 0,4106x - 0,2246 R² = 0,92**

1 1,5 2 2,5

0 0,5 1 1,5 2

1 ciclo 2 ciclo 3 ciclo 4 ciclo 5 ciclo

Nutriente adicionado (kg de N planta-1)

Ba la n ç o [N | P]

y 1 ciclo = 1,64ns

y 2 ciclo = -0,1142x2+ 0,3989x + 1,6389 R² = 0,98**

y 3 ciclo= -0,1927x2+ 0,5882x + 1,6738 R² = 0,98**

y 4 ciclo = -0,1204x2+ 0,4814x + 1,4652 R² = 0,96**

y 5 ciclo = -0,1828x2+ 0,5152x + 1,4966 R² = 0,96**

0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4

0 0,55 1,1 1,65 2,2

1 ciclo 2 ciclo 3 ciclo 4 ciclo 5 ciclo

Nutriente adicionado (kg de K2O planta-1)

Ba la n ç o [K | Ca ,M g ]

y 1 ciclo = 1,04ns

y 2 ciclo = -0,0312x2+ 0,1565x + 0,9887 R² = 0,99**

y 3 ciclo = -0,017x2+ 0,0911x + 1,0739 R² = 0,89*

y 4 ciclo = -0,0307x2+ 0,2267x + 0,9446 R² = 0,99**

y 5 ciclo = -0,0089x2+ 0,1607x + 0,856 R² = 0,98**

Figura 3– Balanços foliares de nutrientes de goiabeira ‘Paluma’. Barras verticais em

cada ponto representam o erro-padrão da média. Vista Alegre do Alto, de 2009 a 2012.

O balanço [N, P | S] médio foi significativo em resposta à adubação

nitrogenada, representado pela equação y [N, P | S] médio= - 0,0139x2 + 0,0639x +

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