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Deficiência dos macronutrientes e do boro em três variedades de amoreiras.

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DEFICIÊNCIA DOS MACRONUTRIENTES Ε DO BORO

EM TRÊS VARIEDADES DE AMOREIRAS*

A . S . F O N S E C A * * *

A . R . D E C H E N * * *

Η . P . H A A G * * * *

RESUMO

Estacas de amoreira (Morus alba L.) das variedades Formosa, Calabreza e F e r n ã o Dias foram cultivadas em silica e i r r i g a d a s com solução n u t r i t i v a completa e submetida a t r a t a m e n t o s omitindo-se um m a c r o n u t r i e n t e s por vez. Num t r a t a m e n t o suplementar omitiu-se o boro. As plantas exibiram sintomas de carência, que foram descritos, na seguinte ordem de aparecimento: nitrogênio, magnésio, cálcio, fósforo, potássio e boro. Não foi obtida a sintomatologia d a carência de enxofre. As deficiências foram confirmadas através d a análise quí-mica das folhas e dos ramos de p l a n t a s sadias e deficientes.

INTRODUÇÃO

A produção do fio da seda vem se incrementando r a p i d a m e n t e no Estado de São P a u l o e t e m como m a t é r i a p r i m a a a m o r e i r a .

E s t a exploração encontra-se em f r a n c a expansão e desenvolvimento, re-gistrando-se um aumento em sua produção n a ordem de 15 a 20% a n u a l m e n t e . No E s t a d o de São P a u l o , cultiva-se a a m o r e i r a e cria-se o bicho da seda e m 55 municípios, sobressaindo-se os d e Galia, D u a r t i n a , Lucianópolis, B a u r u , Avaí e Bastos.

Considerando, que a s folhas da a m o r e i r a constituem a única fonte de a l i m e n t a ç ã o p a r a o bicho da seda é de s u m a importância a produção d a s m e s m a s . E s t a produção está inteiramente relacionada com os fatores que influem direta ou i n d i r e t a m e n t e em sua produção tais como: qualidade de solo, clima, sistema de cultura, v a r i e d a d e s , e s p a ç a m e n t o , idade da p l a n t a e t r a t o s culturais.

* E n t r e g u e p a r a publicação em 30/10/73

** Chefe d a Estação E x p e r i m e n t a l de Sericicultura de Limeira, S. P .

*** Agradece ao Conselho Nacional de P e s q u i s a s (CNPq) a concessão de u m a bolsa de ini-ciação científica. D e p a r t a m e n t o de Química, Escola Superior de Agricultura «Luiz de Queiroz». Piracicaba.

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São d e v e r a s escassos dados a respeito da nutrição m i n e r a l d a a m o r e i r a . Assim, BONILHA (1961), s u g e r e e n t r e outras razões que o a m a r e l e c i m e n t o das folhas em a m o r e i r a s , seja devido a c a r ê n c i a de ferro no solo.

PAIN (1961), considera um teor baixo em P . n a s folhas de a m o r e i r a , no primeiro estágio de desenvolvimento, como sendo de 0,43% e 2,57% p a r a o K.

O p r e s e n t e t r a b a l h o v i s a :

a) obter o quadro sintomatológico das deficiências dos m a c r o n u t r i e n t e s e do boro;

b — Obter dados analíticos de plantas deficientes e sadias.

M A T E R I A L Ε MÉTODOS

E s t a c a s de a m o r e i r a (Morus alba L) das v a r i e d a d e s Calabreza, F e r n ã o Dias e F o r m o s a foram postas a g e r m i n a r em vasos contendo aproximada-mente 7 Kg de silica l a v a d a . Os vasos foram p r e v i a m e n t e impermeabilizados i n t e r n a m e n t e com uma c a m a d a de resina sintética-Epoxy — e e x t r e m a m e n t e

com Neutrol-45.

Todas as p l a n t a s e r a m i r r i g a d a s diversas vezes ao dia por percolação com solução completa de HOAGLAND e ARNON, (1950).

Decorridos 30 dias após o plantio das e s t a c a s grupos de seis p l a n t a s fo-r a m submetidas aos seguintes t fo-r a t a m e n t o s :

Tratamento Solução Nutritiva

Completo-C Solução Nutritiva completa

— Ν Solução nutritiva com omissão de nitrogênio

— Ρ Solução nutritiva com omissão de fósforo

— Κ Solução nutritiva com omissão de potássio

— Ca Solução nutritiva com omissão de cálcio

— Mg Solução nutritiva com omissão de magnésio

— S Solução nutritiva com omissão de enxofre

— Β Solução nutritiva com omissão de boro

O ferro foi fornecido sob forma de FeEDTA, na m e s m a concentração da solução de HOAGLAND e ARNON (1950).

S e m a n a l m e n t e as soluções nutritivas e r a m r e n o v a d a s . Tão logo as plan-tas a p r e s e n t a r a m sintomas de carência, os mesmos foram descritos sendo as p l a n t a s coletadas, secas em estufas a 70 °C, p e s a d a s e a n a l i s a d a s química-mente.

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de-terminados no m e s m o e x t r a t o os teores de potássio, cálcio, magnésio, por espectrofotometria de a b s o r ç ã o atômica ( P E R K I N - E L M E R CORP., 1966); o enxofre foi dosado por g r a v i m e t r i a , segundo CHAPMAN e P R A T T , (1961); P a r a d e t e r m i n a ç ã o do boro seguiu-se a técnica d e s c r i t a e m JOHNSON e UL-RICH, (1959).

RESULTADOS Ε DISCUSSÃO

Crescimento

O crescimento das p l a n t a s em peso de m a t é r i a seca (g) a c h a - s e expresso no q u a d r o 1. Observa-se, como e r a de se e s p e r a r , q u e a omissão de um nu-t r i e n nu-t e da solução nunu-trinu-tiva afenu-tou o crescimennu-to da p l a n nu-t a . Digno de nonu-ta é o fato de que a s p l a n t a s do t r a t a m e n t o (-S) n ã o a p r e s e n t a r a m diferença no peso em r e l a ç ã o ao t r a t a m e n t o completo o fato é explicado ,tendo-se em con-ta que todas a s p l a n t a s v e g e t a r a m em solução complecon-ta d u r a n t e 30 dias, no início do experimento, a c u m u l a n d o d e s t a forma quantidade suficiente de

en-xofre. U m a outra hipótese leva a c r e r q u e a a m o r e i r a seja pouco exigente neste nutriente.

Observa-se em r e l a ç ã o aos demais nutrientes um comportamento diverso n a s três v a r i e d a d e s . Assim, as v a r i e d a d e s Calabreza e F e r n ã o Dias são m a i s susceptíveis a u m a c a r ê n c i a de nitrogênio e fósforo do que a v a r i e d a d e For-mosa. E n t r e as três v a r i e d a d e s , tudo indica, que a v a r i e d a d e F o r m o s a seja mais exigente em potássio. No que se r e f e r e ao cálcio a s t r ê s v a r i e d a d e s são b a s t a n t e exigentes. Digno de nota é a b a i x a exigência em magnésio pelas três v a r i e d a d e s , especialmente a F o r m o s a .

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SINTOMATOLOGIA DA CARÊNCIA DOS NUTRIENTES

Devido ao seu desenvolvimento rápido, as p l a n t a s atingiram c e r c a d e dois metros de a l t u r a , sem contudo a p r e s e n t a r e m sintomas de c a r ê n c i a , sendo necessário proceder-se a u m a poda em todas as p l a n t a s .

Somente, após a r e b r o t a , foi possível identificar visualmente a s c a r ê n c i a s , que s e r ã o d e s c r i t a s em ordem de seu a p a r e c i m e n t o .

Nitrogênio: — As plantas a p r e s e n t a r a m um desenvolvimento lento, quando confrontadas com as do t r a t a m e n t o completo. As observações foram t o m a d a s 30 dias após a omissão do nitrogênio. N a s três v a r i e d a d e s as folhas mais velhas a p r e s e n t a r a m - s e de coloração v e r d e c l a r a . Os galhos m o s t r a r a m - s e finos e pouco desenvolvidos. As poucas flores que a p a r e c e r a m c a í r a m . A v a r . F e r -não Dias e a v a r . Calabreza m o s t r a r a m - s e mais sensíveis a omissão d e ni-trogênio do que a v a r . F o r m o s a , fato este j á observado no q u a d r o 1. Sessenta dias após a omissão do nitrogênio procedeu-se a coleta d a s p l a n t a s , ocasião em que as folhas da v a r . F o r m o s a m o s t r a r a m - s e t r a n s l ú c i d a s .

Magnésio: — Q u a r e n t a e cinco dias após a omissão do magnésio da so-lução nutritiva, e r a m observados os primeiros sintomas de c a r ê n c i a n a s v a r . F e r n ã o Dias e F o r m o s a . Os sintomas a p r e s e n t a r a m - s e por u m a leve clorose i n t e r n e r v a l de coloração a m a r e l a . Aos 55 dias os mesmos sintomas foram observados na v a r i e d a d e Calabreza.

Cerca de 10 dias após o a p a r e c i m e n t o da clorose i n t e r n e r v a l , de colora-ção a m a r e l a d a , t r a s f o r m a r a - s e em á r e a necróticas e de coloracolora-ção p a r d a a v e r m e l h a d a . O n ú m e r o de á r e a s necróticas a u m e n t a r a g r a d a t i v ã m e n t e , sendo b a s t a n t e n u m e r o s a s n a s v a r . F e r n ã o Dias e F o r m o s a . A medida que a c a r ê n c i a p r o g r e d i r a os sintomas t r a n s p o r t a r a m - s e p a r a a s folhas m e d i a n a s , p e r m a n e c e n d o de coloração normal a p e n a s as folhas novas. D a s t r ê s varie-dades, a F o r m o s a p a r e c e ser a menos suscetível a c a r ê n c i a deste nutriente.

Cálcio: — Os sintomas de c a r ê n c i a deste n u t r i e n t e fizeram-se sentir 75 dias após a omissão da m e s m a solução nutritiva. Consistiram, n a r e d u ç ã o do desenvolvimento das folhas, pois a p r e s e n t a r a m u m desenvolvimento inferior em c e r c a da m e t a d e , daquele a p r e s e n t a d o pelas folhas de p l a n t a s b e m nu-t r i d a s .

Os sintomas iniciais, t r a d u z i r a m - s e , pela p e r d a da cor v e r d e n o r m a l nas folhas m a i s velhas, que e r a substituída por u m a coloração levemente ama-relada, m a r g e a n d o , principalmente os bordos. N u m estágio, m a i s a v a n ç a d o , a p a r e c e r a m u m a série de pontuações de coloração m a r r o n , e s p a r s a s sobre o fundo a m a r e l a d o do limbo -das folhas.

E s t a s pontuações de coloração m a r r o n , e r a m facilmente visíveis na face v e n t r a l das folhas. Os sintomas e r a m concordantes n a s t r ê s v a r i e d a d e s .

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e m e d i a n a s , a p r e s e n t a n d o u m a coloração bronzeada do limbo, os bordos d a s folhas a p r e s e n t a r a m q u e i m a d u r a s . As folhas desprendiam-se, facilmente d a p l a n t a . I n t e r e s s a n t e é o fato de que a s g e m a s apicais m o r r e r a m , fenômeno este não observado de um modo g e r a l em outras c u l t u r a s .

Potássio: — Os sintomas foram observados, após a s p l a n t a s v e g e t a r e m 75 dias em soluções nutritiva c a r e n t e em potássio. A sintomatologia obede-c e r a ao p a d r ã o típiobede-co da obede-c a r ê n obede-c i a deste elemento: neobede-crose nos bordos d a s folhas m a i s velhas.

Boro: — Os sintomas de c a r ê n c i a deste micronutriente, fizeram sentir após a s p l a n t a s v e g e t a r e m 60 dias e m solução nutritiva c a r e n t e de boro. Consistia, p r i m e i r a m e n t e , n a m o r t e d a s g e m a s apicais. As folhas, adjacentes a s g e m a s , a p r e s e n t a r a m um rompimento d a s n e r v u r a s , a c o m p a n h a d o pelo r a c h a m e n t o ou fendilhamento dos pecíolos. As folhas m a i s velhas e m a d u r a s a p r e s e n t a r a m - s e de aspecto normal. I n t e r e s s a n t e , a s s i n a l a r , o comportamen-to diverso da v a r . Calabreza, em frente a omissão do boro.

N e s t a v a r i e d a d e , a deficiência m o s t r a r a - s e p r i m e i r a m e n t e pelo encres-pamento d a s folhas e a s p e r e z a ao tato. Ao contrário das outras duas varie-dades, o c o r r e r a u m a nova b r o t a ç ã o , com f o r m a ç ã o de galhos, tendo a s g e m a s apicais vivas. As folhas nestes galhos, e r a m de aspecto normal, quanto a coloração e ao formato.

Enxofre: — Não foi possível c o n s t a t a r qualquer anomalia n a s folhas e no desenvolvimento d a s p l a n t a s .

CONCENTRAÇÃO DOS NUTRIENTES

A concentração dos nutrientes n a s folhas e r a m o s d a s t r ê s v a r i e d a d e s em função dos t r a t a m e n t o s acha-se r e p r e s e n t a d a no q u a d r o 2.

Observa-se, inicialmente, como e r a d e se e s p e r a r , que os teores encontra-dos nas p l a n t a s deficientes são inferiores aos do t r a t a m e n t o completo, com exceção do enxofre onde não houve diferença e n t r e os t r a t a m e n t o s . De um modo geral os teores encontrados n a s v a r i e d a d e s s ã o similares nos diversos t r a t a m e n t o s . Observa-se igualmente que a v a r i e d a d e F e r n ã o D i a s a p r e s e n t a teores inferiores no t r a t a m e n t o completo em Ρ , Κ e Ca do que em r e l a ç ã o à s demais v a r i e d a d e s .

Infelizmente, como afirma P A O L I E R I (1965), pouca a t e n ç ã o t e m sido dispensada à cultura da a m o r e i r a , principalmente em r e l a ç ã o aos t r a t o s cul-t u r a i s e a a d u b a ç ã o . Os p r e s e n cul-t e s dados m o s cul-t r a m que a a m o r e i r a é cul-tão exi-gente nos nutrientes como a s demais c u l t u r a s (vide MALAVOLTA et al, 1967).

CONCLUSÕES

a) A omissão dos nutrientes afeta o desenvolvimento d a a m o r e i r a .

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c) A sintomatologia de c a r ê n c i a em boro é diversa na v a r . Calabreza em confronto com as v a r . F o r m o s a e F e r n ã o Dias.

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SUMMARY

MACRONUTRIENT AND BORON DEFICIENCIES IN THREE VARIE-TIES OF MULBERRY TREE (Morus alba L).

Slipes of the varieties F e r n ã o Dias, F o r m o s a and Calabreza w e r e grew in pots containing p u r e q u a r t z sand. Several times a day all the plants w e r e irrigated with Hoagland and Arnon's solution of 30 days. After, t h a t period, groups of plants (5) w e r e i r r i g a t e d with nutrient solution lacking one nutrient

(-N,-P,-K,-Ca,-Mg,-S and -B). Soon a s t h e deficiences symptoms become visi-ble the plants w e r e h a r v e s t e d and analysed for the m a c r o n u t r i e n t s and boron. The plants showed deficiencies symptoms in the following o r d e r : nitrogen, magnesium, calcium, phosphorus, potassium and boron. No sulphur deficien-cies symptoms w e r e observed.

The tissue analysis of t h e leaves of plants showing deficiencies symp-toms or not w e r e :

LITERATURA CITADA

BONILHA, Ν. Α. 1961 — A amoreira na alimentação do bicho da seda. Boletim s / n·º Serviço de Sericicultura, Campinas, S. P .

CHAPMAN, Η. D., P . F . P R A T T . 1961 — Methods of Analysis for Soils and P l a n t s and w a t e r s . Univ. Calif. Berkeley U. S. A.

JOHNSON, C M., A. ULRICH. 1959 — Analytical methods for use in plant analysis Calif. Agr. Sta. Exp. Bull. 766 Bekerley, U . S . A .

LOTT, W. L., J . P . NERY, J. R. GALLO, J. C. M E D C A L F . 1956 — A técnica de análise foliar aplicada ao cafeeiro Boletim n.º 79. Inst. Agronômico, Campinas, S . P .

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PAIN, A. R. 1961 — Effect of compost (mulberry) manure on the nutrdition of mul-berry. Your Indian. Soc. Soil. Sci. 9: 29-33.

PAOLIERI, L. 1965 — Adubação da Amoreira — Boletim técnico de Sericicultura n.º 34. Serviço de Sericicultura, Campinas, S. P .

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