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Oficinas de prevenção em um serviço de saúde para adolescentes: espaço de reflexão e de conhecimento compartilhado.

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Academic year: 2017

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Oficinas de prevenção em um serviço

de saúde para adolescentes: espaço de reflexão

e de conhecimento compartilhado

Wor ksh ops on pr even tion for adolescen ts

in a h ealth ser vice u n it: a sp ace for r eflection

an d sh ar ed kn owledge

1 Departamento de Ciên cias Sociais, Un iversidade Estadual de Lon drin a. Cam pus Un iversitário. Caixa Postal 6.001, 86051-990, Londrina PR. claus@sercom tel.com .br 2 Departamento de En ferm agem ,

Un iversidade Estadual de Lon drin a.

Leila Sollberger Jeolás1

Rosân gela Aparecida Pim en ta Ferrari2

Abstract T his study analyzes the results and lim its of a u niversity extension project car-ried ou t in a pu blic health service u n it giv-ing assistance to adolescents. T he project de-veloped throu gh the participative m ethod-ology, in volved stu den ts an d profession als from t h e fields of h ealt h an d h u m an sci-ences. It is justified by the increase in the in-dex es of n on - plan n ed pregn an cy am on gst you n g girls, in t h e in dex es of in fect ion by ST D and Aids, and drug use. T he low num -ber of program s t u rn ed t o adolescen t s an d the lack of a n ation al project of sexu al ori-en tation in the schools in crease the social-cu ltu ral vu lnerability of you ng people. T he workshops on preven t ion m ade it possible for a better interaction between profession-als an d adolescen ts, besides represen tin g a space for reflection abou t sexu ality- related su bject s, hardly ever discu ssed wit hin t he fam ily or at school. T he workshops are sented, therefore, as effective tools in the pre-ven t ion as well as in t h e prom ot ion of health, and m ay be carried out in the health services by in terdisciplin ary team s. Key wo rds Adolescence, W orkshops on pre-vention, Vu ln erability

Resum o O artigo analisa resultados e lim i-tes de u m projeto de exten são u n iversitária realizado em u m serviço pú blico de saú de com at en dim en t o in t egral ao adolescen t e. O projeto foi desenvolvido através de m eto-dologia participativa, envolveu acadêm icos e profission ais das áreas de saú de e hu m a-n as, respoa-n dea-n do à a-n ecessidade de se reali-zar trabalhos de preven ção com adolescen-tes. O projeto ju stifica- se pelo au m ento dos índices de gravidez não planejada entre m e-n ie-n as; pelos íe-n d ices d e ie-n fecção de DST e Aids; e pelo uso de drogas. Program as de saú-de e o cu m prim en to dos con teú dos dos Pa-râm et ros Cu rricu lares N acion ais do M EC poderiam atuar para m inim izar a vulnera-bilidade sociocu lt u ral de joven s. O ficin as de prevenção possibilitaram m elhor intera-ção entre os profissionais do serviço e os ado-lescen tes, além de represen tarem u m espa-ço de reflex ão sobre assu n t os relacion ados à sex u alidade, t em as dificilm en t e discu t i-dos com a fam ília ou n a escola. A s oficin as apresentam - se, portanto, com o instru m en-t os eficazes de preven ção e de prom oção à saú de, poden do ser operacion alizadas, n os serviços de saúde, por equipes interdiscipli-nares.

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Introdução

Estim a se, atu alm en te, d e acor d o com a O r gan ização Mun dial de Saúde (OMS), que cer -ca d e 50% d as n ovas in fecções p elo H IV n o m u n d o est ão ocor r en d o n a ad olescên cia. Con for m e o ú ltim oBolet im Epidem iológico

d o Min ist ér io d a Saú d e ( 2001) , em t or n o d e 70% dos casos de Aids ocorrem n a faixa de 20 a 39 an os. Se con sid er ar m os o p er íod o qu e o por tador da en fer m idade pode ficar assin to-m ático – eto-m to-m édia de 10 a 15 an os –, observa-se que a m aioria dos casos de in fecção de Aids d eu - se d a ad olescên cia ao in ício d a id ad e ad u lt a. Além d isso, vár ios est u d os m ost r am que, apesar do elevado índice de conhecim en -to sobr e as for m as d e tr an sm issão, ain d a são p ou cos os joven s qu e afir m am u sar cam isi-n ha em todas as relações sexuais. Pesquisa so-bre com portam en to sexual da população bra-sileira (Ministério da Saúde, 1999) revela que, d o t ot al d e in d ivíd u os sexu alm en t e at ivos pesquisados, 76% n ão usam cam isin ha, sen do qu e os joven s d e 16 a 25 an os são os m aior es u su ár ios ( 44%) . Por ém esse dado pr ecisa ser r elat ivizad o, p ois é ju st am en t e n essa faixa etár ia qu e a pesqu isa con statou o m aior per -centual de indivíduos com relações eventuais. Além d isso, d o con ju n t o d aqu eles qu e p ossu em u m a r elação estável e ou tra( s) even -tu al(is), 33% n ão u t ilizam o p r eser vativo n a relação estável, mas apen as n a even tual, sen do qu e 31% n ão o u t ilizam em n en h u m a d as du as relações sexu ais. Ou tro im portan te fato revelado pela pesquisa, eviden cian do a vuln e-rabilidade do jovem em relação às DST/Aids, é qu e 28% dos joven s sexu alm en te ativos de-clar ar am fazer u so d e álcool an t es d as r ela-ções sexuais, 18% deles habitualm ente.

A vu ln er abilid ad e d o jovem vem sen d o ap on tad a tam bém com r elação à gr avid ez. A Pesqu isa Nacion al sobre Dem ografia e Saú de d e 1996, com en t ad a p or Br u n o e Bailey (1998), m ostrou qu e, n o Brasil, 18% das ado-lescen tes de 15 a 19 an os já t iver am p elo m e-n os u m filh o ou estão gr ávid as. Dad os sobr e p ar t o s r ealizad o s em h o sp it ais ligad o s ao SUS, n os an os de 1994 e 1997, apon tam para u m au m en t o d e gr avid ez en tr e joven s: em 1994, do total de partos, 23,7% (2,85 m ilhões) foram feitos por m en in as en tre 10 e 19 an os; já em 1997, o n ú m er o d e p ar t os n est a faixa etária aum en tou para 26,5%, em bora o núme-ro total de partos realizados ten ha caído para 2,71 m ilhões (dados citados pelaFolha de São

Paulo, 31/8/1998). Segundo Pesquisa Nacional d e Saú d e Mat er n o- In fan t il d a Bem fam d e 1996 (citado por Cam aran o, 1998), a propor -ção d e n ascim en t os n ão p lan ejad os foi d e 59% en tre as m ulheres de 15 a 19 an os.

Em Londrina, de acordo com o Sistem a de In form ação de Nascim en tos ( Datasu s-2002) da Secretaria Mu n icipal de Saú de, do total de 7.738 n ascim en tos, 1.478 ( 19,1%) for am be-bês de m ães com m enos de 19 anos de idade.

Tais d ad os, qu e ju st ificam a n ecessid ad e de ações voltadas para o adolescen te, m otiva-r am a otiva-r ealização d o p otiva-r ojet o d e ext en são d e oficin as de preven ção em u m serviço de saú -d e -d e Lon -d r in a. At en -d en -d o em m é-d ia 850 adolescentes por m ês, o projeto contou com a p ar t icip ação at iva d e u m a equ ip e m u lt ip r o -fission al.

Du r an t e os d ois an os d e d u r ação d o p r o -jeto, foram realizadas 13 séries de qu atro ofi-cin as, d e n ovem br o d e 1999 a d ezem br o d e 2001, com a participação de 191 adolescen tes, divididos em gru pos com cerca de 12 adoles-centes de am bos os sexos.

No segu n do an o de realização do projeto, os question ários foram reform ulados e in cor -poraram m odificações propostas pela equ ipe n o processo de avaliação. Para fin s desta an á-lise, foram tabu lados os 93 qu estion ários res-pondidos em 2001, representando um a am os-tra de 93 adolescen tes. Destes, 53% são do se-xo m ascu lin o e 47% d o sese-xo fem in in o, 96% d os m en in os e 95% d as m en in as estu d avam , enquanto 27% do sexo m asculino e 23% do fe-m inino trabalhavafe-m .

Além disso, é im portan te salien tar qu e os ad olescen t es en cam in h ad os p ar a as oficin as são oriun dos de en tidades sociais ou das Un i-dades Básicas de Saúde, constituindo, portan-to, população de baixa ren da.

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de apren dizagem com partilhada, por m eio de atividade grupal, face a face, com o objetivo de con str u ir coletivam en te o con hecim en to. Os coordenadores apenas facilitam o debate, par -t in d o sem p r e d e d ú vid as, op in iões e valor es dos próprios participan tes. Os exercícios e os tem as trabalhados estim u lam qu estion am en -t os, p er m i-t in d o qu e se evid en ciem os p ossí-veis d et er m in an t es ext er n os – classe social, gên ero, idade – a im porem lim ites reais à au -t on om ia p essoal. A p ar -t ir d as d iscu ssões, os adolescen tes podem am pliar seu s recu rsos de autoproteção.

O objet ivo d est e est u d o é an alisar os d a-d os a-d os qu est ion ár ios ap licaa-d os aos aa-d oles-cen tes que participaram do projeto e suas res-postas ao in stru m en to de avaliação das ofici-n as p ar a t r azer su b síd io s ao d eb at e so b r e a n ecessidade de se desen volver projetos de pre-venção e de prom oção à saúde do adolescente, eviden cian do os alcan ces e os lim ites da m e-todologia utilizada.

Metodologia

O p r esen te estu d o baseou - se n a an álise d os dois instrum entos de avaliação utilizados pelo projeto: u m qu estion ário com qu estões aber -tas e fechadas sobre conhecim entos, atitudes e práticas relacion ados à sexualidade, saúde re-produ tiva, DST e Aids, aplicado a cada gru po de adolescen tes qu e participou dos blocos de quatro oficinas; e um roteiro de questões aber-tas sobr e a opin ião d os ad olescen t es acer ca das técn icas utilizadas n as oficin as e o desem -pen ho dos facilitadores.

O question ário possibilitou a obten ção de dados relativos ao perfil dos adolescen tes, aos con h ecim en tos, atitu d es e p r áticas sobr e se-xualidade, con tracepção, DST e Aids e aos va-lores acerca das relações de gênero. O questio-n ár io questio-n ão objetivou avaliar aqu isição d e co-n hecim eco-n to ou m u daco-n ça de com portam eco-n to a partir do trabalho das oficin as, pois a litera-t u r a litera-t em d em on slitera-t r ad o qu e avaliar con h eci-m en to, atitudes e práticas eeci-m ueci-m prazo curto, com o o da realização do bloco de qu atro ofi-cin as, é im p r od u t ivo e in su ficien t e ( Giam i, 1993; 1994). A m u dan ça de com portam en to é fr u t o d e u m p r ocesso com plexo, ideológico, p síqu ico e afet ivo qu e se r ealiza a m éd io e a lon go p r azo, d em an d an d o, p or tan to, u m a con tin u id ad e d e ações e p r ojetos d o p r óp r io serviço de saú de, da escola e da com u n idade,

além de sofrer os efeitos das in for m ações fu n didas pelos m eios de com u n icação. As dificu ldades para se alcan çar m etas de m u dan -ça d e com p or t am en t o em saú d e r eflet em a falta de in vestim en tos n a edu cação e n a saú -d e, em n osso p aís, in viabilizan -d o p r ojet os e ações in tersetoriais, con tín u os, articu lados à com un idade e sistem aticam en te avaliados.

A ap licação d o qu est ion ár io objet ivou , p or tan to, bu scar o p er fil d o ad olescen te qu e participa do serviço e produ zir dados sobre o qu e ele p en sa acer ca d as qu est ões r elacion a-d as à sexu alia-d aa-d e p ar a p oa-d er or ien tar o p r o-fission al do serviço n o plan ejam en to das próxim as ativid ad es e ações a ser em im p lem en -t ad as e p ossibili-t ar com p ar ações, an o a an o, ou com parações com dados oriu n dos da lite-ratu ra n acion al.

O roteiro de questões abertas, aplicado ao fin al de cada oficin a, objetivou avaliar com o os adolescen tes a viven ciaram , quais assun tos tiveram m aior im pacto sobre eles e qu ais co-m en tários, dú vidas ou reflexões foraco-m su sci-tadas. A interpretação de tais dados, oriundos da abordagem qu alitativa, a partir da an álise de con teúdo (Bardin , 1977), trou xe in form a-ções valiosas sobre a im portân cia das oficin as para os adolescen tes, m ostran do que a avaliação de processo e o alcance de objetivos inter -m ediários – para que se alcan ce -m etas al-m eja-das a m édio prazo – são n ecessários e im prescindíveis, m esm o que não sejam , por si só, su -ficien tes para a m u dan ça de com portam en to dos adolescen tes em dir eção a pr áticas segu -ras relacion adas à sexualidade.

Resultados e discussão

A an álise dos dados do qu estion ário e das respostas aos in stru m en tos de qu estões aber -tas para avaliar as oficin as dem on strou qu e o u so d e m etod ologia p ar ticip ativa n o p r ojeto de exten são criou um espaço de discussão e de con stru ção de con h ecim en to com partilh ado en tre os adolescen tes, profission ais do servi-ço, professores e alunos.

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com preen são sobre de qual adolescen te se es-tá falan do, de qu e risco se trata e qu al tipo de preven ção é possível.

Sobr e a apr een são de con h ecim en to par a a adoção de pr áticas sexu ais segu r as, sabe-se de sua necessidade, m as, ao m esm o tem po, de sua in suficiên cia. Fazse n ecessário igualm en t e t r abalh ar com valor es e sen t im en t os, so -br et u d o em r elação a u m assu n t o com p lexo com o o da sexualidade. Além disso, a mudança de com por t am en t o é p r ocesso p r olon gad o, com o já afir mado, e depende da ação de outros determ in an tes, com o a fam ília, a m ídia e a es-cola. Neste sen tido, as oficin as represen tam o p on t o in icial d e u m p r ocesso a ser com p le-m en tado pela fale-m ília, pela escola e por políti-cas sociais volt ad as p ar a os joven s em n osso país.

A p ar t ir d a an álise d e con t eú d o ( Bar d in , 1977; Min ayo, 1993), pode-se depreen der das respostas dos adolescen tes três categorias te-m áticas, organ izadas a partir do con jun to das falas: esp aço d e r eflexão; r elações d e gên er o; conhecim entos e sentim entos.

Espaço de reflexão

Denominamos espaço de reflexão todo con -teúdo referente às oficinas como espaço compar-tilhado de discussão. Os adolescentes enfatiza-ram a m etodologia participativa das oficin as – propiciadora de auto-reflexão sobre os assuntos

debatidos –, as dinâm icas utilizadas, a postura dos educadores – como ouvintes e interlocutores –, e o prazer de discutir, compartilhar e aprender. Segundo os adolescentes, as oficinas propi-ciaram um lugar para falarem de assuntos difi-cilmente tratados em outros espaços institucio-nais, a não ser com seus pares. Nas palavras dos jovens, as oficinas representam um espaço para que eles comecem a refletir sobre as relações so-ciais nas quais estão inseridos, sobretudo no que diz respeito à sexualidade, podendo possibilitar a criação de uma maior autonomia, necessária pa-ra torná-los sujeitos de sua própria sexualidade. Ali os adolescentes tiveram a oportunidade de discutir, em grupo, seus valores, o que dificilmen-te fazem no cotidiano. Do conjunto das falas, al-gumas são exemplares:

cada dia que passa, as oficinas do CRAAL es-tão m ais legais pois debatem os assuntos que não são discutidos na sociedade / falar sobre nós m es-m os / conhecer es-m elhor os outros / senti confiança nos amigos / é muito bom ficar junto conversando sobre coisas que a gente não sabe / aprendi a m e abrir com as pessoas e conversar sobre coisas que eu não dizia para ninguém.

Os dados obtidos na análise do questionário reforçam a afirm ação dos jovens quanto à difi-culdade de se abordar assuntos relacionados à se-xualidade. A figura 1 demonstra que 35% dos ga-rotos e 29% das garotas conversam sobre sexo com am igos, 16% das garotas conversam tam -bém com a mãe e com o professor e 14% dos

ga-Figura 1

Distribuição das respostas dos adolescentes sobre com quem conversam a respeito de assuntos relacionados à sexualidade

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Out ros Pai Médico Mãe Professor Namorado Amigos

Masculino Feminino

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rotos conversam também com a namorada. As dinâm icas de grupo tendem a perm itir um debate mais aberto, bem exemplificado nas falas dos participantes:

não nos sentim os m uito presos / um a form a diferente de discutir prevenção / senti prazer em aprender / ensinar com bom humor / uma mistu-ra de educação e diversão / senti feliz em estar participando / deixaram que os participantes, nós, expressassem o que pensam / senti bem por estar falando sobre o que penso / gostei do teatro porque você sente na pele com o é ter DST / gostei da atividade da argila; senti que tive um a liber-dade para m ostrar a parte do m eu corpo que eu sinto mais prazer.

Nesta perspectiva, como espaço para trocas de idéias e valores, as oficinas propiciam auto-re-flexão sobre questões sexuais, necessária à ruptu-ra do indivíduo com a alienação produzida pelo mundo social, a qual perpassa sua condição indi-vidual. As oficinas representam um ponto inicial necessário, mas não suficiente, para busca da au-tonomia do sujeito frente à sexualidade.

Rena (2001) afirma que a prática das oficinas consiste, justamente, na prática do ofício de pen-sar sobre a vida e senti-la a partirde cada compo-nente e as histórias de todos que poderão ser reve-ladas e transform adas pela força dos argum entos e dos sentimentos compartilhados.

As oficinas de prevenção, como espaço de re-flexão, pressupõem conceber o homem como su-jeito ativo, um ser da práxis, da ação e da reflexão. Nesse sentido, Merchán-Hamann (1999), anali-sando as contribuições tanto de Freire quanto de Vygotsky, assinala o caráter ativo do sujeito no processo do conhecimento, quando o mesmo or-gan iza tarefas de con strução de sign ificados a partir de suas próprias experiências.

Relações de gênero

A análise da fala dos adolescentes permitiu-nos depreender a segunda categoria temática re-ferente às relações de gênero.

Definido como um conceito que nos permite melhor entender as representações do masculino e do feminino na prática social, o gênero tornouse um a categoria analítica de fundam ental im -portância na interface das ciências da saúde e das ciências sociais. O conceito evidencia o processo de construção social, histórica e cultural das re-presentações do masculino e do feminino na prá-tica social. A forma hierarquizada das relações de gênero, em nossa sociedade, expressam diferen-ças significativas de como os adolescentes vivem

e pensam sua sexualidade.

Do total da população estudada, 53,7% rela-taram ter tido atividade sexual; desses, 70% eram garotos com média de idade da iniciação sexual de 14,5 anos, e 30% eram garotas e a m édia de idade da iniciação sexual foi de 17,4 anos.

Os adolescentes apresentaram diferenças na forma como pensam e vivenciam sua sexualida-de e nos valores a ela atribuídos, condizentes com as diferenças existentes na cultura sexual brasi-leira, que prioriza o papel ativo para o sexo mas-culino e o papel passivo para o sexo fem inino (Parker e Galvão, 1996; Villela, 1996).

Em relação ao conhecimento e à exploração do próprio corpo, por exemplo, os adolescentes apresentam diferenças na form a com o viven -ciam a masturbação: 80% dos garotos relataram praticar, 18% relataram não praticar e 2% afir-m araafir-m não saber sobre o assunto. Das garotas, 25% relataram praticar a masturbação, 70% re-lataram não praticar e 5% afirmaram não saber sobre a masturbação.

Em relação ao prazer sexual, a tabela 1 de-monstra que, dentre os 53,7% dos adolescentes que tinham vida sexual ativa, 86% dos garotos afirmaramsem presentir prazer nas relações se-xuais e 14%às vezes. Quanto às garotas, 53% afir-maramsem presentir prazer, 33%às vezese 13% relataramnuncasentir prazer nas suas relações sexuais.

Quanto à virgindade, a tabela 2 dem onstra que há diferença na forma de os garotos e as ga-rotas valorizarem sua importância. Em relação à pergunta “É necessário casar para fazer sexo?”, 68% das garotas afirm aram sim e 20% não; en -quanto entre os garotos, 53% responderam sim e 37% não. Em relação a se casar virgem, 45% das garotas disseram sim e 41% não; já entre os garo-tos, 12% responderam sim e 67% não. Ao serem questionados sobre o desejo de se casar com al-guém virgem , 41% das garotas responderam

Tabela 1

Distribuição das respostas dos adolescen tes que têm vida sexual ativa sobre sen tir prazer n as relações sexuais.

Sente prazer Feminino Masculino

N % N %

Sem pre 8 53 30 86

Às vezes 5 33 5 14

Nunca 2 13 0 0

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não, 36% não sabiam e 23% responderam sim ; no grupo dos garotos, 8% deles responderam não, 31% responderam que não sabiam e 59% responderam sim.

Os dados da tabela 2 reforçam as falas dos adolescentes durante as discussões em grupo e nas respostas ao instrumento de questões aber-tas para avaliar as oficinas. Os adolescentes ma-nifestaram a possibilidade do desvendamento de alguns aspectos inerentes às relações de gênero em nossa sociedade, quando pareceram desco-brir a condição fem inina e m asculina e, conse-qüentemente, seu papel na relação homem/mu-lher. Seguem algumas das falas significativas nes-te sentido:

aprendi a valorizar mais as mulheres e apren-di as suas apren-dificuldades, são im portantes para vi-da do homem / saber as opiniões vi-das mulheres de como ser menos machista / aprendi muitas coisas que não sabia, por exemplo como fazer uma mu-lher atingir o orgasm o / senti que há m uitas dife-renças, m as que nem por isso os hom ens são tão diferentes das mulheres / conhecer melhor os sen-timentos das mulheres, como elas pensam e como querem que nós pensamos / senti que há mais pre-conceito da m ulher que do hom em / qualidades desiguais e direitos do sexo oposto / aprendi que com o sem pre o hom em é m uito ignorante e pre-conceituoso com o sem pre foi / senti que para os hom ens o que im porta é ser o gostosão e para eles um pênis grande impõe respeito.

O conceito de gênero refere-se à imbricação de co-determinações existentes entre o biológico e o social. A história da sexualidade no Ocidente tem sido caracterizada com o fenôm eno indivi-dual e biológico e objeto de estudo, sobretudo, das ciências médicas, como problema clínico e de saúde. Justamente contra essa concepção de se-xualidade, o conceito de gênero possibilita tratar dos valores, das im agens e das representações,

para além do biológico, presentes nas relações humanas. Segundo Giffin (1995):nesta concep-ção não dualista, a dim ensão biológica não é de-term inante, nem é desconsiderada, pois o fenô-m eno da sexualidade é enfocado cofenô-m o ufenô-m a in-terface que relaciona, dialeticamente, o biológico e o social (...).

Conhecimentos e sentimentos

A última categoria temática depreendida das falas dos adolescentes refere-se aosconhecim en

-tosadquiridos esentimentosexperimentados du-rante sua participação nas oficinas. Os adoles-centes demonstraram conhecimento básico so-bre form as de transm issão e de prevenção das DST e Aids e sobre m étodos contraceptivos. Quanto ao método contraceptivo indicado para adolescentes, 32% dos garotos e 31% das garotas citaram a camisinha masculina, 37% dos garotos e 24% das garotas citaram a camisinha feminina, e 35% dos garotos e 25% das garotas, as pílulas e injeções. As DST conhecidas mais citadas foram gonorréia, sífilis e Aids. Quanto à forma de se evi-tar DST e Aids, 86% das garotas e 73% dos garo-tos referiram-se à camisinha.

Entretanto as respostas quanto ao uso do preservativo n as relações sexuais dem on stram que o adolescente está vulnerável à gravidez e à infecção de DST e Aids. Do total dos 53,7% ado-lescentes que tinham vida sexual ativa, 44,7% dos garotos e 14,9% das garotas relataram usar cami-sinhasemprenas relações sexuais; 16,7% dos ga-rotos e 13% das garotas relataramàs vezes usar camisinhanas relações sexuais; e 3,7% dos garo-tos relataramnuncater usado a cam isinha nas relações sexuais.

Pesquisas de abordagem qualitativa apontam para a relatividade do uso da camisinha reporta-da pelos jovens, uma vez que o seu uso é abando-Tabela 2

Distribuição das respostas dos adolescen tes quan to à opin ião sobre valores referen tes à sexualidade

Respostas Precisa casar para fazer sexo? Você quer casar virgem? Quer casar com alguém virgem?

Fem inino Masculino Fem inino Masculino Fem inino Masculin o

N % N % N % N % N % N %

Sim 30 68 26 53 20 45 6 12 10 23 29 59

Não 9 20 18 37 18 41 33 67 18 41 4 8

Não sabe 5 11 5 10 6 14 7 14 16 36 15 31

NR 0 0 0 0 0 0 3 6 0 0 1 2

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nado quando seconhece o parceiro, se temum só parceiro,seconfia no parceiro, dentre outros mo-tivos citados (Paiva, 1994; Jeolás, 1998).

Estudos sobre prevenção com adolescentes apontam para os baixos índices de adoção de práticas sexuais seguras, apesar dos índices ele-vados de conhecim ento (Ministério da Saúde, 1999). Cerqueira Leite (1994; 1995) demonstrou, em seus dois estudos sobre jovens universitários, que é grande a porcentagem daqueles que perce-bem o risco da Aids para os jovens, de modo ge-ral, enquanto a porcentagem dos que percebem o seu próprio risco individual é inversamente pe-quena.

O m esm o foi encontrado no projeto de ex-tensão aqui analisado. A figura 2 demonstra que, do total dos adolescentes, 86,4% das garotas e 85,7% dos garotos consideraram que o risco de o jovem adquirir Aids hoje em dia égrande, en -quanto a figura 3 demonstra que, do total de ado-lescentes, 11,4% das garotas e 10,2% dos garotos consideraram sergrandeseu próprio risco de ad-quirir Aids hoje em dia.

A aquisição de conhecimento sobre sexuali-dade, métodos contraceptivos, DST e Aids foi en-fatizada pelos adolescentes, em quase todas as respostas, como avaliação positiva das oficinas.

Quando o conhecimento adquirido referia-se a métodos, reprodução humana, aparelho re-produtor feminino e masculino, DST e Aids, os adolescentes se expressaram de maneira sintética e com pouca manifestação de sentimentos:

conhecer m elhor o corpo / aprender sobre o corpo e aparelhos genitais / aprendi m ais sobre m eu corpo e dos hom ens tam bém / partes exter-nas de ambos os sexos / aprendi sobre DST e Aids, aprendi muitas coisas que não sabia.

Quando o conteúdo do conhecimento referiase à sexualidade, ao corpo, ao prazer, ao or -gasm o e às diferenças hom em /m ulher, m uitas vezes vinha acompanhado de expressão de senti-mentos relacionados a esses assuntos. Das várias falas, citamos algumas:

parte do corpo que senti m ais tesão, senti um friozinho na barriga / no nosso corpo tem m uitos lugares que sentimos tesão / sobre sexo oral e anal, é nojento / muito legal porque vocês não têm me-do de falar a verdade na sexualidade / aprendi que o assunto sexo é diferente até m esm o pela idade, pessoas m ais velhas que têm vida sexual ativa pensam totalmente diferente / senti como se alguém estivesse tocando m inha nuca / com o fa-zer sexo com prafa-zer e a realidade dos meninos.

Ao lado do conhecimento adquirido, muitas vezes os adolescentes referiram-se a sentimentos de vergonha e de incômodo, os quais, segundo eles, desapareceram, no decorrer dos diferentes exercícios e dinâmicas compartilhados:

senti que a gente deve demonstrar do que gos-ta do corpo, apesar da vergonha / se expressar sem vergonha / conhecer melhor o físico e as partes que tenho vergonha de mencionar / massa, porque te-nho vergonha de demonstrar onde tete-nho prazer e receio / que não preciso ter vergonha do m eu

cor-Figura 2

Distribuição das respostas dos adolescen tes sobre o risco de o jovem pegar Aids

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Pequeno Médio Grande

Masculino Feminino

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po / mais debate, mais aprofundamento naqueles assuntos mais indiscretos.

A vergonha ou o constrangim ento de falar sobre sexo está relacionado ao tabu da sexualida-de e à dificuldasexualida-de sexualida-de abordar o tem a. Segundo Rena (2001),há que se considerar as intrincadas relações subjacentes ao discurso sobre sexo/ se-xualidade e todos os sentimentos que esta prática discursiva pode mobilizarem nossa sociedade. Is-so reflete o procesIs-so de regulação da sexualidade nas sociedades ocidentais, largamente analisado por Foucault (1984).

Se os conhecimentos apreendidos são neces-sários, mas insuficientes para adoção de práticas seguras, como já dito anteriormente, há evidên -cias nas falas analisadas de que as oficinas podem desencadear processos internos de revisão de va-lores e condutas, a exemplo desta fala sobre gêne-ro:aprendi a valorizar mais as mulheres e apren-di as suas apren-dificuldades, são importantes para a vi-da do hom em, que aponta um a tendência de abertura para revisão dos papéis sexuais estabe-lecidos. É possível tam bém identificar algum as tendências de mudança de atitude em relação ao usuário de drogas, ao portador do vírus da Aids e às pessoas com DST, como expressam alguns adolescentes:

[sobre a dram atização]sentir o sentim ento das pessoas infectadas/ não excluir um ex-droga-do, senão ele volta a se drogar / que não se pode discriminar um aidético, porque num vacilo você pega.

Considerações finais

A avaliação de meta dos trabalhos de prevenção de gravidez, DST e Aids, voltados para adoles-centes, tende a ser negativa, se o esperado for a m udança de com portam ento, expressa, sobre-tudo, no uso do preservativo. A curto e a médio prazo, essa mudança parece pouco provável, se considerarmos a bibliografia sobre o assunto. A meta última – mudança de comportamento, so-bretudo o uso do preservativo –, como bem de-m on strade-m as pesquisas, n ão tede-m sido alcan ça-da. Os ín dices relativos a n ovas in fecções n ão demonstram sinais de diminuição. No Brasil, as taxas sobre uso de preservativo são m uito bai-xas. Segu n do a ú ltim a pesqu isa do Min istério da Saúde (1999), já citada, apenas cerca de 27% da população sexualm ente ativa reporta usar o preservativo nas suas relações sexuais.

Nessa perspectiva, a avaliação de meta deve-rá ser, portanto, adiada e a avaliação de processo deve ser implementada com objetivos interme-diários bem definidos, fundamentais para redu-ção da vulnerabilidade dos adolescentes. Cita-m os algun s: descon struir Cita-m etáforas n egativas relacionadas à Aids; propiciar espaço para dis-cussão e reflexão sobre sexualidade, desfazendo m edos e tabu s e, assim , colaborar para qu e os jovens se tornem sujeitos de sua própria sexua-lidade; criar espaços para que os jovens possam refletir sobre a relatividade ou a hierarquia dos riscos vividos atualm ente por eles, partindo de Figura 3

Distribuição das respostas dos adolescen tes sobre o próprio risco de pegar Aids

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

NR Pequeno Médio Grande

Masculino Feminino

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suas próprias experiências e das dificuldades de optarem por práticas de proteção. Nesse proces-so, o papel dos profissionais não poderá ser o de tran sm issor vertical de con hecim en to, n em tam pouco o de transm issor de valores pessoais relativos à sexualidade, em preen den do um exercício disciplinar que assegura uma determi-nada m anutenção dostatus quosexual e da sa-cralidade da ordem social estabelecida. O papel dos profissionais deverá ser o de interlocutores, de facilitadores da discussão e da reflexão.

Tendo em vista essas considerações, Chauí (1991) alerta para o fato de que a educação se-xualpode ter tam bém objetivos lim itados e re-pressivos, e que a im plantação de um program a por si só não garante que se esteja visando a m etas m ais am plas, com o a realização de ser hu -m ano, a e-m ancipação da -m ulher, a igualdade entre sexos e a aceitação do prazer na vida se-xual.

O p r ocesso d e ed u cação sexu al d eve ser exercido n ão com o dom esticação dos in diví-du os, m as com o u m a oportu n idade de au to-reflexão, a partir da qu al o in divídu o possa se estabelecer com o su jeito e exercer u m a visão crítica e um a práxis tran sform adora sobre sua sexualidade, o que contribuiria para a afirm a-ção dos ideais em an cipatórios da h u m an ida-de, a partir do respeito ao outro e às diferentes form as de exercício da sexualidade.

Den tre as m aiores dificu ldades en con

tra-d as, tra-d estacam os a falta tra-d e con tin u itra-d atra-d e tra-d as ações de prevenção desenvolvidas pelo serviço de saúde, a partir de um projeto de prevenção. As ações deveriam ser con tín uas e articuladas interinstitucionalm ente, por exem plo, capaci-t an d o os p r ofission ais d as en capaci-t id ad es sociais ( escolas, en tid ad es e p r ogr am as sociais) qu e en cam in ham os adolescen tes para as oficin as n o serviço de saú de, com o in tu ito de form ar m u lt ip licad or es em seu s locais d e t r abalh o, p ar a qu e eles d êem p r ossegu im en to às ações de prevenção, baseadas em m etodologia parti-cipativa, em suas próprias in stituições de origem (Ayres, 1999). Dessa form a, os adolescen -tes seriam acom pan hados e poderiam receber tam bém form ação para atuarem com o m ulti-plicadores junto a seus pares.

O efeito do trabalho de preven ção realiza-d o com m et orealiza-d ologia p ar t icip at iva p ar a os ad olescen t es qu e fr eqü en t ar am as oficin as é d e d ifícil m en su r ação, m as ap ostam os n o p r essu p ost o d e qu e o objet ivo d esses t r aba-lhos deve ir além das preocupações higienistas e ep id em iológicas. A fala d e u m d os ad oles-cen tes é exem plar sobre a poten cialidade das oficinas com o espaço de com partilham ento de saberes:

Novo para m im . É um trabalho de resulta-dos u m pou co dem orado, m as para qu e haja u m a sociedade cu lta e in form ada, é este tipo de iniciativa que está faltando.

Agradecimentos

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