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Primeiro relato de Lutzomyia cortelezzii (Brèthes, 1923) na cidade de Ilhéus, BA.

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Academic year: 2017

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Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 3 8 ( 5 ) :4 4 2 -4 4 3 , set-out, 2 0 0 5

COMUNICAÇÃO/COMMUNICATION

Primeiro relato de

Lu tzomyia cortelezzii

( Brèthes, 1 9 2 3 )

na Cidade de Ilhéus, BA

First report of

Lutzo m yia co rtelezzii

( Brèthes, 1923) in Ilhéus City, Bahia

Sílvia Maria Santos Carvalho

1

, Eunice Matos Guimarães

1

, Yasmine Barbosa de Souza

1

,

Vania Bastos Braga

1

, Letícia Carvalho Vianna

2

, Paulo Raimundo Barbosa dos Santos

3

,

Sebastião de Souza

3

, Reinaldo Silva

3

, Adevegistro Pereira

3

e Missias da Hora Leite

3

RESUMO

A Lutzomyia c ortelezzii f o i e n c o n tra d a n a á re a u rb a n a d a Ci d a d e d e Ilh é u s, Ba h i a , Bra si l. A a p a ri ç ã o d e ste f le b o to m í n e o e m 1 0 0 % d a s 2 8 8 h d e c a p tu ra s n o te rri tó ri o i lh e e n se é f a to i n é d i to . As c o le ta s f o ra m re a li za d a s a tra vé s d e a rm a d i lh a s lu m i n o sa s ti p o CDC, d e d e ze m b ro /2 0 0 3 a m a i o /2 0 0 4 , n u m to ta l d e 8 1 e x e m p la re s c o le ta d o s.

Pal avr as-chave s: Lutzomyia c ortelezzii. Fle b o to m í n e o . CDC. Ilh é u s.

ABSTRACT

Lutzomyia c ortelezzii wa s f o u n d i n th e u rb a n a re a o f Ilh é u s, Ba h i a , Bra zi l. Th e a p p e a ra n c e th i s p h le b o to m i n e i n 1 0 0 % o f 2 8 8 h o u rs o f c a p tu re i n Ilh é u s’ te rri to ry i s a n u n p u b li sh e d f a c t. Th e c o lle c ti o n wa s b y CDC li gh t tra p s b e twe e n De c e m b e r 2 0 0 3 a n d Ma y 2 0 0 4 , wi th a to ta l o f 8 1 c o lle c te d sa m p le s.

Ke y-words:Lutzomyia c ortelezzii. Ph le b o to m i n e . CDC. Ilh é u s.

1 . Departamento de Ciênc ias B io ló gic as da Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, B A. 2 . Instituto de Ciênc ias B io ló gic as da Universidade Cató lic a do Salvado r, Salvado r, B A. 3 . Núc leo de Ento mo lo gia da 6 ª Direto ria Regio nal de Saúde, Ilhéus, B A.

Trabalho financ iado pela UESC ( Universidade Estadual de Santa Cruz) , FAPESB ( Fundaç ão de Amparo à Pesquisa do Estado da B ahia) e 6 ª DIRES ( Direto ria Regio nal de Saúde) .

En de r e ço par a cor r e spon dê n ci a: Dra. Silvia Maria Santo s Carvalho . Ro do via Ilhéus Itabuna, Km 1 6 , 4 5 .6 5 0 -0 0 0 Ilhéus, B A. Tel: 5 5 7 3 3 6 8 0 -5 2 6 8 , Fax: 5 5 7 3 3 6 8 0 -5 2 2 6 .

e-mail: sissa@ uesc .br - sissac arvalho @ yaho o .c o m Rec ebido para public aç ão em 7 /6 /2 0 0 4 Ac eito em 6 /6 /2 0 0 5

A Cidade de Ilhéus ( 1 4 º 5 0 ’ latitude sul e 3 9 º 0 6 ’ longitude oeste) , localizada ao sul do litoral baiano, a 4 6 2 km da capital do estado, com área de clima tropical quente e alta pluviosidade anual ( 1 5 0 0 - 2 0 0 0 mm) , com remanescentes de Mata Atlântica e grande extensão de plantações de cacau4, é endêmica para leishmaniose tegumentar e já registrou a presença de espécies de flebotomíneos como Lutzo m yia inte rm e dia, L. whitm a ni,

L. fische ri e L. m igo ne i na zona rural1, sem relatos na área urbana onde, de fato, não há registros de estudos entomológicos. Em face disso, realizamos capturas de flebotomíneos em sete diferentes bairros desta cidade ( ao norte, Novo Ilhéus e Iguape; a oeste, Teotônio Vilela; ao sul, Nossa Senhora da Vitória; e bairros centrais, Conquista, Princesa Isabel e Malhado) , na tentativa de registrar o achado de espécies.

Os exemplares foram capturados com uso de armadilhas luminosas tipo CDC ( Center on Disease Control)6, armadas às 1 8 :0 0 h e retiradas às 0 6 :0 0 h do dia seguinte, a 1 ,5 m de altura do solo, entre os meses de dezembro/2 0 0 3 e maio/2 0 0 4 , uma

semana por mês, cada dia dedicado a um ou dois bairros, com um idade r e lativa do ar var iando e ntr e 5 8 % e 8 3 % , e a temperatura na faixa entre 2 2 ºC e 3 6 ºC, em quintais de casas c om algum tipo de árvore frutífera e/ou abrigos de animais existentes, totalizando 2 8 8 h de trabalho, com 8 1 exemplares c apturados ( 4 3 fêmeas e 3 8 mac hos) , pertenc entes à e spé c ie L. c o rte le zzi i, presente em todos os bairros, à exc eç ão de Nossa Senhora da Vitória e Novo Ilhéus. Os exemplares foram devidamente armazenados em álcool 7 0 %, clarificados em KOH 10% e montados em Berlese8. Vale mencionar que esta espécie é usada por alguns pesquisadores como sinonímia de L. sa lle si,

c onstituindo, junto à Lu tzo m yia c o ru m b a e n sis, o c omplexo

L. co rte le zzii3.

(2)

4 4 3

Car valho SMS col s

registrado. Já em estudo também realizado em área urbana, entre os meses de fevereiro de 1 9 9 9 e fevereiro de 2 0 0 0 , na Cidade de Corumbá, foi notific ada a presenç a de L. c o rte le zzii

entre outras 2 7 espéc ies c apturadas, respondendo por 3 ,4 % do ac hado, c om 4 2 exemplares c oletados5.

Em Ilhéus, o inseto foi observado com maior freqüência nos bairros centrais, onde, apesar da infra-instrutura urbana, há casas com quintais, com presença de vegetação, em geral árvores frutíferas e, não raramente, abrigos de animais como cães e galinhas. Entr e tanto , no s b air r o s pe r ifé r ic o s, o nde são observadas áreas de transição rural-urbana, a freqüência dos insetos foi baixa ou nula.

A presença de L. co rte le zzii na zona urbana de Ilhéus não quer dizer que este flebotomíneo responda pela c apac idade ve to r ial ne sta ár e a, e spe c ialme nte po r que a de nsidade é r e lativame nte b aixa. Adic io nalme nte , o s c aso s humano s, verdadeiramente positivos de leishmaniose ali registrados, muito provavelmente são oriundos da zona rural. Além disso, no Brasil não há relatos de incriminação desta espécie na transmissão da doença. Ao contrário, no norte da Argentina, há a suspeita de que a mesma seja responsável pelo aparec imento de c asos humanos, em função de a sua presença coincidir com a faixa de distribuição da doença neste país e, sobretudo, por ter sido observada freqüentando ambiente domiciliar, alimentando-se de sangue humano e pela associação com animais silvestres2.

Baseado no exposto, é razoável pensar que é pouco provável o estabelecimento de um foco de transmissão na área urbana ilhe e nse , e spe c ia lm e nte de vido à a usê nc ia de inse to s reconhecidamente vetores em potencial. Entretanto, há registros de casos como sendo autóctones desta área. Apesar disso, vale mencionar que as fichas de registros não contêm informações suficientes para realização de um levantamento sobre a real origem

dos casos. Este é apenas um dos fatores que vem sendo estudados no levantamento epidemiológico, complementar a este trabalho.

AGRADECIMENTOS

Às pessoas que permitiram o ac esso às suas residênc ias para que as armadilhas fossem montadas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 . Azevedo ACR, Vilela ML, So uza NA, Andrade-Co elho CA, B arbo sa FA, Firmo ALS, Rangel EF. The sand fly fauna ( Diptera: Psyc hodidade: Phebotominae) o f a fo c us c utane o us le ishm aniasis in Ilhé us, State o f B ahia, B r azil. Memó rias do Instituto Oswaldo Cruz 9 1 :7 5 -7 9 , 1 9 9 6 .

2 . Fo rattini OP. Ento mo lo gia Médic a. Edgard B luc her Ltda, Co ediç ão Edito ra da Universidade do Estado de São Paulo , 4 º vo lume, 1 9 7 3 .

3 . Galati EAB, Nunes, VLB, Oshiro, ET, Rego-Jr, FA. Nova espécie de Phlebotominae,

Lu tzo m yi a c o ru m b a n e si s, sp. N. ( Diptera, Psyc ho didae) do c o mplexo

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2 0 0 4 .

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mo del. Mo squito News 2 2 : 1 2 6 -1 2 9 , 1 9 6 2 .

7 . Teo do ro U, Ruhl JB , Ro dríguez M, Santo s ES, Santo s DR, Maró stic a LMF. Flebo to míno s c o letado s em matas silvestres de zo o ló gic o no perímetro urbano de Maringá, Sul do B rasil. Estudo Preliminar. Revista da So c iedade B rasileira de Medic ina Tro pic al 3 1 : 5 1 7 -5 2 2 , 1 9 9 8 .

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