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Leishmaniose cutânea experimental: II - aspectos evolutivos da infecção no primata Cebus apella (Cebidae) pela Leishmania (V.) Braziliensis e L. (L.) Amazonensis.

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ARTIGOS

R e v i s t a d a S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e M e d i c i n a T r o p i c a l 2 3 ( 1 ) : 5 - 1 2 , j a n - m a r , 1 9 9 0

LEISHMANIOSE CUTÂNEA EXPERIMENTAL:

II - ASPECTOS EVOLUTIVOS DA INFECÇÃO NO PRIMATA

C E B U S A P E L L A

(CEBIDAE) PELA

L E I S H M A N I A ( V .) B R A Z I L I E N S I S

E

L . ( L .) A M A Z O N E M S I S

Fernando T. Silveira, Ralph Lainson, Jeffrey J. Shaw,

Lourdes M. Garcez, Adelson A. Souza,

Roseli R. Braga e Edna A. Ishikawa

O b j e t i v a n d o a v a l i a r o p o t e n c i a l d o p r i m a t a C. apella c o m o m o d e l o e x p e r i m e n t a l d a le is h m a n i o s e c u tâ n e a , p r o d u z i d a p e l a L. (V.) braziliensis e L. (L.) amazonensis, in o c u la r a m - s e , v ia in tr a d é r m ic a , 3 X H f i d e p r o m a s t i g o t a s d e s s a s le is h m a n i a s , e m 8 s í t i o s d a c a u d a d e 1 0 e s p é c im e n s d e s s e p r i m a t a , 5 d e l e s c o m a L. (V.) braziliensis e o u t r o s 5 c o m a L. (L.) amazonensis. P o s te r io r m e n t e , à s in o c u la ç õ e s , o e x a m e s e m a n a l d o s a n i m a i s e b i ó p s i a s m e n s a is , r e v e l a r a m o s s e g u i n t e s r e s u l t a d o s r e l a t i v o s a c a d a p a r a s i t a : a ) L. (V.) braziliensis: o p e r í o d o d e i n c u b a ç ã o f o i d e 1 5 - 2 0 d ia s ; a o s 3 0 d i a s e v i d e n c i a r a m - s e le s õ e s p á p u l o - e r i t e m a t o s a s , q u e e v o l u í r a m p a r a n ó d u lo s a o f i m d e 6 0 d ia s ; n o 3.° m ê s, n o to u - s e u lc e r a ç ã o e s p o n t â n e a d e s t a s le s õ e s e, n o 4 ° m ê s, d e u - s e o in íc io

d a r e p a r a ç ã o d a s le s õ e s u lc e r a d a s , c u l m i n a n d o c o m a c u r a e m u m d o s a n i m a i s a p ó s 5 m e s e s , e m d o i s a p ó s 6 m e se s, n o u tr o a p ó s 7 m e s e s e, n o ú ltim o , a p ó s 1 0 m e se s. Q u a n to a o p a r a s i t i s m o n a s le s õ e s , f o i d e m o n s t r a d o n o s 5 a n im a is , a t é 9 0 d ia s ; d e p o i s d is to , s o m e n t e e m 2 a t é 1 2 0 d i a s e, p o r f i m , a t é 1 8 0 d i a s a p e n a s n a q u e le q u e c u r o u d e p o i s d e 1 0 m e s e s , b ) L. (L.) amazonensis: o p e r í o d o d e in c u b a ç ã o f o i d e 2 0 d ia s ; a o s 3 0 d i a s n o to u -s e l e s õ e s p á p u l o - e r i t e m a t o s a s , q u e ta m b é m e v o l u í r a m p a r a n ó d u l o s a o f i m d e 6 0 d ia s , p o r é m , a p a r t i r d o 3.° m ê s, e s t a s le s õ e s r e g r e d ir a m r a p i d a m e n t e a o f i m d e 9 0 d ia s , q u a n d o n ã o m a i s d e t e c to u - s e o p a r a s i t a n a p e l e d o s a n im a is . E m r e la ç ã o a o s t e s te s d e M o n te n e g r o , s o m e n t e 2 d o s 5 a n i m a i s i n f e c t a d o s c o m a L. (V.) braziliensis r e a g i r a m a o te s te , 6 0 e 9 0 d i a s a p ó s a s in o c u la ç õ e s . O s r e s u l t a d o s o b s e r v a d o s p e r m i t i r a m c o n f i r m a r a i n f e c t i v i d a d e d o C. apella a e s t a s l e i s h m a n i a s e, ta m b é m , r e f o r ç a r a in d ic a ç ã o d e s s e p r i m a t a c o m o m o d e l o e x p e r i m e n t a l d a l e i s h m a n i o s e c u tâ n e a c a u s a d a p o r e s te s

p a r a s i t a s .

Palavras-chaves: Leishmaniose cutânea experimental. Primata C e b u s a p e l la . L e í s h m a n i a ( V . ) b r a z i lie n s is . L e i s h m a n i a ( L . ) a m a z o n e n s i s .

O estudo da leishmaniose cutânea experimen­ tal, em primatas neotropicais, tem se constituído objeto de grande interesse, face às evidências sobre a capacidade de alguns desses primatas em reproduzir os aspectos lesionais observados na leishmaniose tegumentar humana, sugerindo, por isso, sua utiliza­ ção em estudos experimentais dessa patologia no homem. Sobre o assunto, trabalhos anteriores1 2 3 6 8 10 já haviam evidenciado a susceptibilidade de algumas

Trabalho do Instituto Evandro Chagas (Fundação SESP). Apoio da Fundação Serviços de Saúde Pública, Ministério da Saúde, Brasil, Wellcome Trust, Londres e U N D P / World/Bank/who special programme for research and training in Tropical Diseases.

E n d e r e ç o p a r a c o r r e s p o n d ê n c i a : Dr. Fernando T. Silveira. Instituto Evandro Chagas. CP: 1128, Cep: 66050 Belém, PA, Brasil.

Recebido para publicação em 28/08/89.

espécies de primatas, entre as quais o C e b u s a p e lla , à

infecção experimental pelos agentes de leishmaniose tegumentar americana. Destes, faz-se importante salientar o trabalho de Lainson & Shaw^ que, ao investigarem a imunidade cruzada entre espécie de

L e i s h m a n i a dos grupos b r a z i l i e n s i s e m e x i c a n a no C e b u s a p e lla , demonstram a infecção desse primata às

diferentes espécies de parasitas inoculados, assim como, o desenvolvimento de lesão cutânea no local dos inóculos. Além disto, outro fato que veio reforçar as evidências já obtidas em estudo experimental, refere-se à recente publicação de Lainson col,4 na qual os autores deram conhecimento à infecção natural do primata C e b u s a p e l l a por L e i s h m a n i a , cujo parasita

foi isolado da pele, aparentemente íntegra, de três espécimens desse primata, capturados em zona en­ dêmica de leishmaniose tegumentar na região Ama­ zônica, constituindo, assim, mais uma evidência do potencial desse animal como modelo de estudo da doença humana.

(2)

S i l v e i r a F T , L a i n s o n R , S h a w J J , G a r c e z L M , S o u z a A A , B r a g a R R , I s h i k a w a E A . L e i s h m a n i o s e c u t â n e a e x p e r im e n t a l: I I -a s p e c t o s e v o l u t i v o s d -a in f e c ç ã o n o p r i m -a t -a Cebus apella ( C e b i d a e ) p e l a Leisbmania (V.) braziliensis e L. (L.) amazonensis. R e v i s t a d a S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e M e d i c i n a T r o p i c a l 2 3 : 5 - 1 2 , j a n - m a r , 1 9 9 0 .

Desse modo, tendo em vista as observações acima, o presente trabalho objetiva relatar os aspectos evolutivos da infecção experimental no primata C.

a p e l l a pela L. ( V . ) b r a z i l i e n s i s z L . ( L . ) a m a z o n e n s is ,

os quais constituem, de fato, os primeiros resultados de um estudo mais amplo, que visa abordar a patogènese da doença em caráter experimental, com o intuito de melhor entender a doença humana causada por estes parasitas.

M A TERIA L E M ÉTO D O S

A n i m a i s d e e x p e r iê n c ia

Objetivando o estudo em questão, foram se­ lecionados dez exemplares jovens desta espécie de primata (10 - 20 meses de idade), sendo seis machos e quatro fêmeas, com pesos variando de 1280-1870 gramas, todos provenientes do Centro Nacional de Primatas (F. SESP), Belém, Pará, onde esses animais são originados de reprodução em cativeiro. Antes, porém, de proceder a inoculação dos parasitas nos animais, foram realizados testes sorológicos espe­ cíficos (Imunofluorescência indireta) e intradérmicos com antígeno de Montenegro com a finalidade de ser excluída, totalmente, a possibilidade de serem usados animais previamente infectados por L e i s h m a n i a .

N o Instituto Evandro Chagas, local onde o experimento foi realizado, os animais eram mantidos em biotério isolado para primatas, sendo guardados em gaiolas individuais, com dimensões de 47 cm de largura, 72cm de altura e 60cm de profundidade, respectivamente. A dieta alimentar dos animais con­ sistiu de leite, ovo, frutas e legumes variados, ração balanceada comercialmente chamada “ bonzo” e água.

P a r a s i t a s

Visando o desenvolvimento das infecções ex­ perimentais nos primatas foram usadas cepas padrões da L ( V . ) b r a z i l i e n s i s (M H O M /B R /88/M 11.636 -

Monte Dourado, Pará) e da L . ( L . ) a m a z o n e n s i s

(IF IA /B R /6 7 /P H 8 - Utinga, Belém, Pará), mantidas no laboratório através de repiques semanais em meio de cultura Difco B45' 2 e, também, através de repiques mensais em hamsters ( M e s o c r i c e t u s a u r a tu s ) .

I n f e c ç õ e s e x p e r im e n ta is

Os inóculos, em número de dois, utilizados para infectar os primatas com as respectivas espécies de

L e i s h m a n i a , consistiram de suspensões (0,1 ml de

fosfato de sódio glicosado = PSG 4:6, pH 8,0) contendo 3 X 10& de promastigotas, obtidas da fase estacionária de cultivo em meio Difco B45, a partir de

tecido de hamster infectado com os parasitas. Desse modo, dos dez animais utilizados no experimento, foram formados dois grupos de cinco animais, sendo cada grupo inoculado, separadamente, com uma das espécies de L e i s h m a n i a . As inoculações foram feitas

intradermicamente, na região dorsal da causa dos animais, previamente depilada, em oito sítios dife­ rentes, recebendo, portanto, cada animal uma carga total de 24 X 106 de promastigotas.

Objetivando o controle das infecções nos pri­ matas, dois grupos de quatro hamster foram ino­ culados, intraderme, nas patas posteriores com os mesmos inóculos (3 X 106 de promastigotas) utili­ zados para os primatas.

P a r â m e t r o s d e a v a l i a ç ã o d a e v o lu ç ã o d a s in fe c ç õ e s

Posteriormente à inoculação dos parasitas, os animais eram examinados, semanalmente, com o fim de ser observado o aparecimento e o desenvolvimento de lesão nos sítios inoculados, permitindo dessa forma não só identificar o período de incubação das in­ fecções, por esses parasitas mas, também, acompa­ nhar a evolução e a resolução das lesões nos dois grupos de animais. Além disto, foram feitos, também, outros procedimentos que serviram para avaliar o curso das infecções:

a) Biópsias: realizadas a cada 30 dias após as inoculações e utilizadas para a pesquisa dos parasitas em esfregaços de aposição corados pelo Giemsa.

b) Testes intradérmicos com antígeno de Montenegro: realizados a cada 30 dias após as inoculações, visando observar o desenvolvimento de resposta imune mediada por células. O antígeno empregado nos testes foi preparado com promas­ tigotas de cultura da L . ( V . ) b r a z i l i e n s i s (M H O M /

B R /88/M 11.636 - M. Dourado, Pará), de acordo com método descrito por Shaw & Lainson9. As injeções intradérmicas eram feitas com 0,1 ml do antígeno (10 X 106 de promastigotas/ml), na face anterior do antebraço dos animais e a leitura realizada após 48-72 horas. Reações formadas de eritema e/ou de induração maiores que 0,5cm, foram consideradas positivas.

RESULTADOS

As principais observações pertinentes à evo­ lução das infecções experimentais no primata C.

a p e l l a pelaL. ( V . ) b r a z i l i e n s i s e L. ( L . ) a m a z o n e n s i s ,

estão contidas nas Tabelas 1 e 2, respectivamente. Entretanto, será apresentada abaixo uma breve des­ crição dessas observações, na tentativa de tornar mais clara a dinâmica desses processos.

1. Infecção experimental pela L . ( V . ) b r a z i lie n s is :

(3)

S i l v e i r a F T , L a i n s o n R , S h a v e J J , G a r c e z L M , S o u z a A A , B r a g a R R , I s h i k a w a E A . L e i s h m a n i o s e c u t â n e a e x p e r i m e n t a l I I -a s p e c t o s e v o l u t i v o s d -a in f e c ç ã o n o p r i m -a t -a Cebus apella ( C e b i d a e ) p e l a Leishmania (V.) braziliensis e L. (L.) amazónensis. R e v i s t a d a S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e M e d i c i n a T r o p i c a l 2 3 : 5 - 1 2 , j a n - m a r , 1 9 9 0 .

O primeiro indicio, sugerindo o aparecimento de lesão nos animais foi observado entre 15 e 20 dias após as inoculações do parasita, período no qual foram vistas nos cinco animais lesões focais de eritema, em quase todos os pontos de inoculação do parasita. N o trigésimo dia, as lesões existentes mostravam-se agora mais salientes, de aspecto tipicamente pápulo-erite- matoso. Nesta ocasião, a pesquisa do parasita nas lesões resultou positiva nos cinco animais, porém, nenhum deles respondeu ao teste intradérmico de

Montenegro.

No segundo mês de observação, foi evidenciado progressivo aumento das lesões, fato este, que originou lesões nodulares eritematosas 60 dias depois das inoculações, quando, mais uma vez, foram demons­ tradas amastigotas do parasita nestas lesões. Por outro lado, foram registrados, também, os primeiros resul­ tados positivos à reação intradérmica-de Montenegro, verificados apenas nos animais de número 2 e 4 (Tabela 1).

Tabela 1 - Aspectos evolutivos da infecçào experimental do primata C e bu s apellapela L e ish m a n ia ( \ .) b ra zilien sis.

Animal n.°

Período P.I.*

(meses) N.° de lesões Tipo de lesão

Pesquisa do parasita (Ex. direto)

R.I.M.

1? 7 Eritemato-papulosa +

-2? 7 Nodular + —

3? 7 Ulcerada +

-1 4? 6 Ulcerada + —

5P 6 Ulcerada + —

6 ? 6 Ulcerada (em cicatrização) + — 7? 6 Ulcerada (em cicatrização) — —

8? 6 Cicatrizada (bordos infiltrados) — —

1? 7 Eritemato-papulosa +

-2 ? 7 Nodular + +

3? 6 Nodular (2), Ulcerada (4) + + 2 4? 4 Ulcerada, em cicatrização (2) — —

5? 2 Ulcerada (em cicatrização) — —

6? 0 - —

7? 0 -

-8? 0 - —

lP 7 Eritemato-papulosa +

-2? 7 Nodular + —

3P 7 Nodular (3), Ulcerada (4) +

-3 4? 7 Nodular (2), Ulcerada (5) +

-5? 6 Ulcerada - —

6 ? 6 Ulcerada (em cicatrização) - —

7? 0 - —

8? 0 . - —

1? 7 Eritemato- papulos a +

-2? 7 Nodular + +

3? 7 Nodular (2), Ulcerada (5) + -4 4? 7 Ulcerada, em cicatrização (5) — —

5? 2 Ulcerada (em cicatrização) — —

6 ° 0 -

-7? 0 -

-8? 0 -

(4)

S i l v e i r a F T , L a i n s o n R , S h a w J J , G a r c e z L M , S o u z a A A , B r a g a R R , I s h i k a w a E A . L e i s h m a n i o s e c u t â n e a e x p e r im e n t a l: I I -a s p e c t o s e v o l u t i v o s d -a in f e c ç ã o n o p r i m -a t -a Cebus apella ( C e b i d a e ) p e l a Leishmania (V.) braziliensis e L. (L.) amazonensis. R e v i s t a d a S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e M e d i c i n a T r o p i c a l 2 3 : 5 - 1 2 , j a n - m a r , 1 9 9 0 .

Tabela 1 - (continuação)

Animal n.°

Período P.I.*

(meses) N.° de lesões Tipo de lesão

Pesquisa do parasita (Ex. direto)

R.I.M.

1p 7 Eritemato-papulosa + —

2p 6 Nodular + —

3p 6 Nodular (1), Ulcerada (5) +

-5 4p 4 Ulcerada (em cicatrização) - —

5p 0 - —

6p 0 — —

7p 0 — —

8p 0 - —

* Pós-inoculação; R.I.M. Reação Intradérmica de Montenegro-, + Positivo; — Negativo.

No decorrer do terceiro mês, foi notada ulcera­ ção espontânea das lesões nos animais, de maneira que, 90 dias após as inoculações, todos apresentavam mais da metade das lesões já ulceradas (Figura 1), nas quais, foi possível identificar, novamente, amastigotas do parasita. Quanto ao teste de Montenegro, foi observada resposta positiva somente no animal 2, uma vez que o animal 4 não mais reagiu e os outros três (1,3 e 5) continuaram negativos.

Figura 1 - Notar o aspecto ulcerado das lesões na cauda do primata C e b u s a p e ll a , 90 dias apôs a inoculação de L e i s -h n ,a n ia ( V . ) b r a z il i e n s i s .

Prosseguindo as observações, constatou-se durante o quarto mês das infecções, o início da reparação das lesões ulceradas, principalmente nos animais 2 ,4 e 5, nos quais grande parte dessas lesõesjá se apresentava em fase de cicatrização, quando estes animais foram examinados 120 dias depois dàs ino­ culações. Associada a este fato, a pesquisa de

L e i s h m a n i a , nestas lesões, resultou totalmente ne­

gativa, diferindo em muito das pesquisas nos animais 1 e 3, uma vez que, nestes, não foi difícil encontrar amastigotas do parasita nas lesões, as quais apre­ sentavam ainda aspecto francamente ulcerado. Nesta ocasião, foi visto também que nenhum dos animais respondeu ao teste de Montenegro, inclusive o animal

2, que havia respondido 60 e 90 dias depois das inoculações.

N o quinto mês das infecções, notou-se que a cicatrização das lesões nos animais 2, 4 e 5, sofreu grande avanço nesse período, fim do qual, pelo menos o animal 5 já estava completamente curado. Ao contrário disto, as lesões nos animais 1 e 3 ainda conservavam aspecto ulcerado, embora somente no primeiro tenham sido encontradas amastigotas do parasita. Quanto ao teste de Montenegro, os resul­ tados mantiveram-se negativos nos cinco animais, conservando-se desta maneira até o final das avalia­ ções, cerca de 240 dias após as inoculações.

Continuando as observações, foi evidenciada durante o sexto mês das infecções, a cura definitiva das lesões nos animais 2 e 4. Por outro lado, observou-se, também nesse período, o começo da reparação das lesões nos animais 1 e 3, embora, mais uma vez, somente no primeiro continuasse positiva a pesquisa do parasita nas lesões.

N o sétimo mês, notou-se que a cicatrização das lesões se fez mais rapidamente no animal 3, o que ficou evidenciado pela cura completa das lesões no animal, ao final desse período. Em contrapartida, as lesões no animal 1, embora parcialmente cicatrizados, ainda mostravam áreas ulceradas na superfície. Entretanto, nesta ocasião, não foram mais detectadas amastigotas do parasita nestas lesões.

(5)

S i l v e i r a F T , L a i n s o n R , S h a w J J , O a r c e z L M , S o u z a A A , B r a g a R R , I s h i k a w a E A . L e i s h m a n i o s e c u t â n e a e x p e r im e n t a l: I I -a s p e c t o s e v o l u t i v o s d -a in f e c ç ã o n o p r i m -a t -a Cebus apella ( C e b i d a e ) p e l a Leishmania (V.) braziliensis e L. (L.) amazonensis. R e v i s t a d a S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e M e d i c i n a T r o p i c a l 2 3 : 5 - 1 2 , j a n - m a r , 1 9 9 0 .

da presença do parasita nestas lesões. Por esta razão, continuou-se as observações neste animal até 10 meses após as inoculações, quando então não foram mais observados sinais de lesão no animal.

2. Infecção experimental pela L . ( L . ) a m a z o n e n s i s

A primeira indicação do aparecimento de lesão nos animais foi observada 20 dias depois das ino­ culações do parasita, ocasião em que foram vistas nos animais 2, 3, 4 e 5, áreas focais de eritema em mais da metade dos pontos de inoculação do parasita. Di­

ferente disto, o animal 1 não apresentou qualquer sinal de lesão nesta ocasião, o que, curiosamente, só foi evidenciado cerca de 75 dias após as inoculações, quando também foram notadas áreas focais de eri­ tema, em pelo menos quatro dos oito sítios inoculados com o parasita. No trigésimo dia, as lesões presentes nos animais 2, 3, 4 e 5, apresentavam agora aspecto mais elevado, de caráter nitidamente pápulo-erite- matoso. N esta oportunidade, a pesquisa do parasita nas lesões revelou-se positiva nos quatro animais examinados. De outro modo, o teste intradérmico com leishamanina resultou negativo nos cinco animais.

Tabela 2 - Aspectos evolutivos da infecção experimental do primata C e b u s a p e l l a pela L e i s h m a n i a ( L . ) a m a z o n e n s i s .

Animal n?

Período P.I.*

(meses) N.° de lesões Tipo de lesäo

Pesquisa do parasita (Ex. direto)

R.I.M.

1? 0 - —

2? 0 - —

1 3? 4 Eritemato-papulosa +

-4? 4 Nodular +

-5? 0 -

-1? 3 Eritemato-papulosa +

-2? 3 Nodular +

-2 3 p 0 - —

4? 0 - —

5° 0 -

-1? 7 Eritemato-papulosa +

-2 ? 7 Nodular +

-3 3? 0 -

-4? 0 _ —

5? 0 -

-lp 7 Eritemato-papulosa +

-2? 7 Nodular + —

4 3? 0 -

-4? 0 — —

5? 0 -

-1? 6 Eritemato-papulosa +

-2? 6 Nodular + —

5 3? 0 - —

4P 0 _ —

5? 0 -

-* Pós-inoculação; R.I.M. Reação Intradérmica de Montenegro; + Positivo; — Negativo.

No decorrer do segundo mês das infecções, foi visto nítido crescimento das lesões nos animais 2, 3,4 e 5, as quais, assumiram então aspecto nodular

eritematoso, 60 dias depois das inoculações (Figura 2). N esta ocasião, a pesquisa do parasita nas lesões mostrou-se mais uma vez positiva nos quatro animais,

(6)

S i l v e i r a F T , L a i n s o n R , S h a w J J , G a r c e z L M , S o u z a A A , B r a g a R R , I s h i k a w a E A . L e i s h m a n i o s e c u t â n e a e x p e r im e n t a l: I I -a s p e c t o s e v o l u t i v o s d -a i n f e c ç ã o n o p r i m -a t -a Cebus apella ( C e b i d a e ) p e l a Leishmania (V.) braziliensis e L. (L.) amazonensis. R e v i s t a d a S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e M e d i c i n a T r o p i c a l 2 3 : 5 - 1 2 , j a n - m a r , 1 9 9 0 .

porém, a reação de Montenegro manteve-se negativa nos cinco animais testados.

Figura 2 - Notar o aspecto nodular das lesões na cauda do primata C e b u s a p e ll a , 60 dias após a inoculação de L e i s -h m a n ia ( L . ) a m a z o n e n s i s .

Prosseguindo as observações, foi constatada durante o terceiro mês das infecções, rápida e pro­ gressiva regressão das lesões nos quatro animais, culminando com a cura total e simultânea das lesões, 90 dias após as inoculações. Em contraste, notou-se nesse período, o aparecimento das lesões iniciais no animal 1, o qual, após 90 dias de inoculado, apre­ sentava agora quatro lesões de aspecto pápulo-eri- tematoso, semelhantes aquelas vistas nos outros animais 30 dias depois de inoculados. Associado a este fato, demonstrou-se amastigotas do parasita em uma das lesões desse animal. Por outro lado, o teste de Montenegro permaneceu negativo nos cincó animais, da mesma forma que antes observado.

Continuando as observações, notou-se no de­ correr do quarto mês, aumento visível das lesões no animal 1, o que gerou lesões do tipo nodular erite- matoso, 120 dias depois das inoculações no animal. Neste momento, foi possível identificar novamente amastigotas do parasita em uma das lesões do animal, porém, mais uma vez, nenhum deles respondeu ao teste de Montenegro.

Finalizando as observações, foi constatada no quinto mês das infecções, progressiva diminuição das lesões no animal 1, cuja resolução completa se deu em tomo de 150 dias após as inoculações. Quanto à reação intradérmica de Montenegro, esta manteve-se inalterada até este momento e, também, até 180 dias depois das inoculações, ocasião em que foi feita a última avaliação nos animais, na qual todos perma­ neciam assintomáticos.

D ISCU SSÃ O

Conforme referido, inicialmente, o presente trabalho constitue uma primeira etapa de um estudo mais amplo, que visa abordar a patogênese da leishmaniose cutânea produzida experimentalmente no primata C . a p e l l a , na tentativa de obter uma noção

mais precisa sobre a patogênese da doença ocorrida no

homem. Desse modo, após inocular o primata C.

a p e l l a com 3 X 106 de promastigotas da L . ( V . ) b r a z i l i e n s i s e da L . ( L . ) a m a z o n e n s i s , pareceu ra­

zoável admitir que os resultados observados foram bastante satisfatórios, no que tange ao objetivo pre­ tendido nesta fase inicial do estudo. Assim, vejamos: quanto às infecções produzidas pela L . ( V .) b r a z i ­ li e n s is , verificou-se que o período de incubação das

infecções foi de 15 ã 20 dias após as inoculações do parasita, ocasião em que surgiram as primeiras ma­ nifestações de lesão (àreas focais de eritema) nos animais, fato este que se apresentou de forma coin­ cidente ao período de incubação observado na in­ fecção humana. Ao fim de 30 dias, eram vistas então lesões de aspecto pápulo-eritematoso, bastante se­ melhantes à lesão cutânea observada na fase inicial da doença no homem. No segundo mês, estas lesões evoluíram para nódulos eritematosos. que ulceraram espontâneamente durante o terceiro mês das infec­ ções, de modo que, 90 dias após as inoculações, o quadro lesionai era francamente ulcerado, lembrando, igualmente, a úlcera leishmaniótica observada nesta fase da doença no homem. Em seguida, notou-se a partir do quarto mês, o início da reparação das lesões ulceradas, o que gerou a cura das lesões em um dos animais, cinco meses após as inoculações. Em outros dois, após seis meses, noutro, após sete meses e, no último, após dez meses de inoculado. D essa forma, esta seqüência de eventos, foi outro elemento que serviu para avaliar a capacidade individual de resposta dos animais perante um mesmo inóculo da L . ( V . ) b r a z i lie n s is , o que, certamente, poderá ser de grande

valor na interpretação do processo de cura da lesão humana, quando estes resultados forem confrontados com aqueles referentes à histopatologia e à imuno- patologia dessas infecções.

Quanto ao parasitismo nas lesões, foi visto que esteve presente nos cinco animais, até 90 dias após as inoculações, momento no qual o quadro lesionai era francamente ulcerado, o que, aliás, está plenamente de acordo com nossas observações sobre a leishmaniose cutânea humana, uma vez que é comum demonstrar amastigotas do parasita em lesões ulceradas de pa­ cientes, com igual tempo de evolução. Entretanto, logo em seguida, notou-se que, concomitantemente ao início da reparação das lesões, a carga parasitária nos tecidos foi reduzida, de modo que 120 dias após as inoculações, a presença do parasita só foi confirmada nos dois animais (1 e 3) que curaram as lesões mais tardiamente e, por fim, até 180 dias, apenas naquele ( 1) que curou depois de dez meses de inoculado.

Por outro lado, no caso das infecções produ­ zidas pela L . ( L . ) a m a z o n e n s i s , pode-se dizer que os

resultados obtidos até o segundo mês das infecções, pareceram semelhantes aqueles provocados pela L .

(7)

S i l v e i r a F T , L a i n s o n R , S h a w J J , G a r c e z L M , S o u z a A A , B r a g a R R l s h i k a w a E A . L e i s h m a n i o s e c u t â n e a e x p e r im e n t a l: I I -a s p e c to s e v o l u t i v o s d -a m f e c ç à o n o p r i m -a t -a Cebus apella ( C e b i d a e ) p e l a Leishmania (V.) braziliensis e L. (L.) amazonensis. R e v i s t a d a S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e M e d i c i n a T r o p i c a l 2 3 : 5 - 1 2 , j a n - m a r , 1 9 9 0 .

( V .) b r a z i lie n s is . uma vez que o penodo de incubação

visto em quatro dos cinco animais foi de 20 dias apos as inoculações, com exceção do C e b u s 1. no qual as

lesões iniciais (areas focais de eritema) so apareceram cerca de 75 dias depois dos inoculos. Em seguida, a evolução das lesões tambem gerou papulas-eritema- tosas ao fim de 30 dias-, assim como. lesões nodulares apos dois meses, porem, a partir de então, notou-se marcante diferença no curso das infecções, visto que nào foi observada ulceração espontânea desses no- dulos. que regrediram rapida e simultaneamente nos quatro animais ao fim de 90 dias. quando tambem nào foram mais detectadas amastigotas do parasita na pele dos animais, sugerindo, com isto. a possibilidade de uma maior resistência do C. a p e l l a a infecção pela L . ( L . ) a m a z o n e n s is .

Em relação aos testes intradermicos de Mon- tenegro. os resultados relativos aos animais infectados com a L . ( V . ) b r a z i lie n s is , não foram muito diferentes

daqueles registrados anteriormente (Silveira e col11), quando da infecção experimental do C. a p e l l a pela L .

( V . ) l a i n s o n i . No referido trabalho, os autores veri­

ficaram que. dos cinco especimens desse primata infectados com a L . ( V . ) la in s o n i, somente très

mostraram reatividade ao teste de Montenegro. fato que foi inicialmente demonstrado cerca de 90 dias apos as inoculações do parasita. Verificaram, ainda, que os testes persistiram positivos ate 150 dias apos as inoculações desses animais, com exceção de um deles que. nesta ocasião, não mais respondeu ao teste. No trabalho presente, foi visto que. dos cinco animais infectados com aL . ( V .) b r a z i lie n s is , apenas dois (2 e

4) responderam ao teste, cujas reações foram detec­ tadas 60 dias apos as inoculações do parasita. En­ tretanto. notou-se em seguida: que a reatividade expressa pelos animais foi de curta duração, haja visto que somente o C e b u s 2 exibiu reação quando testado

ao fim de 90 dias. o que não mais ocorreu depois de 120 dias das inoculações. Quanto aos animais in­ fectados com a L . ( L . ) a m a z o n e n s i s , os resultados

obtidos foram 100% negativos nos cinco animais, fato este que. possivelmente pode ser explicado, face ao rapido processo de cura das lesões nos animais, impossibilitando o completo desenvolvimento da resposta de hipersensibilidade. Nào obstante, faz-se oportuno salientar, a alta prevalência (± 60%) de testes negativos verificados em pacientes com leishmaniose cutânea localizada, causada pela L . ( L . ) a m a z o n e n s i sD est^ forma, os resultados deste tra­

balho. somados àqueles previamente referidos (Sil­ veira e col.11), vém, sem duvida, consubstanciar as limitações do uso do teste de Montenegro, espe­ cialmente em trabalhos desta natureza, embora exis­ tam indicações sugerindo o estabelecimento de hi­ persensibilidade tardia, evidenciada através do teste

de Montenegro. no A o t u s t r i v i r g a t u s infectado pela L. ( V. ) b r a z ilie n s is ^ 7.

Em conclusão, os achados descritos neste tra­ balho. permitem dizer que ficou confirmada a infec- tividade do C. a p e l l a & L. ( V . ) b r a z i l i e n s i s e & L. ( L . ) a m a z o n e n s i s , as quais produziram, nesse primata,

quadro lesional que. sem duvida, vem reforçar a indicação desse animal, como um modelo experi­ mental da leishmaniose cutânea causada por estes parasitas.

SUMMARY

A s a m e a n s o f a s s e s s i n g th e u s u f u ln e s s o f th e

m o n k e y Cebus apella a s a n e x p e r i m e n t a l m o d e l f o r th e s t u d y o f c u ta n e o u s le is h m a n i a s is , 5 o f th e s e

a n i m a l s w e r e in o c u l a t e d i n t r a d e r m a l l y a t 8 s i t e s a l o n g th e t a i l w ith 3 X 1 0 6 p r o m a s t i g o t e s o f L. (V.)

braziliensis, w h ile a f u r t h e r 5 m o n k e y s r e c e iv e d s i m i l a r i n o c u la tio n s w ith 3 X 1 ( P p r o m a s t i g o t e s o f L.

(L.) amazonensis. F o l l o w i n g th e in o c u la tio n s , w e e k l y e x a m i n a t i o n s a n d m o n t h l y b io p s i e s s h o w e d e v o lu tio n o f r e s u l tin g s k in l e s io n s to b e a s f o l l o w s : a ) L. (V.)

braziliensis: le s io n s w e re f i r s t v i s i b l e 1 5 - 2 0 d a y s p o s t ­ in o c u la tio n ( p .i) , a n d a t 3 0 d a y s th e y w e r e c l e a r l y o f a n e t y t h e m a t o u s - p a p u l a r n a tu re , w h ic h a s s u m e d a

n o d u l a r f o r m a t 6 0 d a y s ; a f te r 3 m o n th s a s p o n ta n e o u s u lc e r a tio n o f th e s e le s io n s w a s n o t e d a n d , a t 4 m o n th s , th e in i t i a t i o n o f h e a lin g . In o n e

a n i m a l t o t a l h e a lin g w a s a p p a r e n t 5 m o n th s p . i ; in tw o o th e r s a t 6 m o n th s , in a n o t h e r m o n k e y a f t e r 7 m o n th s , a n d in th e l a s t a n i m a l a t 1 0 m o n th s p .i.

A m a s t i g o t e s w e re d e m o n s t r a t e d in s m e a r s f r o m th e le s io n s o f a l l m o n k e y s u p to 9 0 d a y s p . i; u p to 1 2 0 d a y s in tw o a n i m a l s , a n d a t 1 8 0 d a y s p . i . in th e m o n k e y w h ic h s h o w e d r e s o lu tio n o f th e le s io n s a f te r

1 0 m o n th s , b ) L. (L.) amazonensis le s io n s w e r e f i r s t a p p a r e n t a f te r 2 0 d a y s p . i; a t 3 0 d a y s th e y w e re o f a n e n ' t h e m a t o u s - p a p u l a r n a tu r e , d e v e l o p i n g in to n o ­

d u l e s a t 6 0 d a y s . F r o m th e th i r d m o n th o f in fe c tio n o n w a r d s , h o w e v e r , th e l e s io n s d i m i n i s h e d r a p i d l y a n d , a t 9 0 d a y s p . i . a m a s t i g o t e s w e re n o lo n g e r

d e t e c t a b l e in th e sk in . W it h r e g a r d s to th e M o n t e ­ n e g r o ( le is h m a n i n ) s k in te s ts , o n l y tw o o f th e m o n k e y s ( in f e c t e d w ith L. (V.) braziliensis) g a v e p o s i t i v e r e a c ti o n s , a t 6 0 a n d 9 ) d a y s p . i. T h e s e r e s u lts c o n f ir m th e s u s c e p t i b i l i t y o f C. apella to in f e c tio n s w ith b o th L. (V.) braziliensis a n d L. (L.) amazonensis, a n d s u p p o r t p r e v i o u s i n d i c a t i o n s t h a t th is m o n k e y m a y s e r v e a s a n u s e f u l e x p e r i m e n t a l m o d e l f o r th e s t u d y o f c u ta n e o u s l e i s h m a n i a s i s c a u s e d b y th e s e p a r a s i t e s .

K e y - w o r d s : E x p e r i m e n t a l c u ta n e o u s le is h ­ m a n ia s is . P r i m a t e Cebus apella. Leishmania (V.)

braziliensis. Leishmania (L.) amazonensis.

(8)

S i l v e i r a F T , L a i n s o n R , S h a w J J , G a r c e z L M , S o u z a A A , B r a g a R R , I s h i k a w a E A . L e i s h m a n i o s e c u t â n e a e x p e r im e n t a l: I I -a s p e c to s e v o l u t i v o s d -a in f e c ç ã o n o p r i m -a t -a Cebus apella ( C e b i d a e ) p e l a Leishmania (V.) braziliensis e L. (L.) amazonensis. R e v i s t a d a S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e M e d i c i n a T r o p i c a l 2 3 : 5- 1 2 , j a n - m a r , 1 9 9 0 .

A G R A D EC IM EN TO S

Prestamos nossos agradecimentos ao Sr. Ma­ noel Carmelino, pela dedicação no manejo dos ani­ mais. Aos Drs. José Augusto Muniz e Marco Aurélio Malacco, veterinários do Centro Nacional de Pri- matas, pelo apoio técnico durante este trabalho. Aos Srs. Antonio F. P. Martins e Raimundo da C. Mendonça, pelo auxílio -na coleta de material dos animais. Ao Sr. Aluízio Figueiredo, pelo serviço fotográfico.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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