• Nenhum resultado encontrado

Levantamento epidemiológico e virológico de casos suspeitos de poliomielite no Hospital Estadual Jesus, no período de janeiro de 1967 a março de 1968.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Levantamento epidemiológico e virológico de casos suspeitos de poliomielite no Hospital Estadual Jesus, no período de janeiro de 1967 a março de 1968."

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

LEV A N TA M EN TO E PID E M IO L Ó G IC O E V IR O L Ó G IC O DE C A S O S

SU SP E IT O S DE PO LIO M IELITE, N O H O SPIT A L ESTAD U AL JESUS, N O

P E R ÍO D O DE JA NEIRO DE 1967 A M A R Ç O DE 1968 (*)

H e r m a n n G . S c h a tz m a y r **, A k ir a H o z n m a *** I t a m a r a M e ilm a n * * * * e D irc e M. V illa s B ô a s * * * * *

O s a u t o r e s a p r e s e n t a m o s r e s u lta d o s d e i s o l a m e n t o d e p o lio v ír u s d e c r i a n ­ ç a s c o m s u s p e i t a d e p o l io m ie li t e p a r a l í t i c a n o I s o l a m e n t o d o H o s p i ta l E s ta d u a l J e s u s d o E s t a d o d a G u a n a b a r a . N a s 188 a m o s t r a s c o m p u t a d a s a p re se n ta ra m -se

79 p o s it i v a s , d e s ta s 73,5% d e p o lio v ír u s t i p o I , 25,3% d o t i p o I I e 1,2% d o tip o I I I . O s a u t o r e s m o s t r a m n o G r á f ic o 1, u m a u m e n t o d a i n c i d ê n c i a d a p o lio ­ m i e l i t e a p a r t i r dos ú l t i m o s m e s e s n o a n o d e 1967. C h a m a m a a te n ç ã o p a r a o g r a n d e n ú m e r o d e c a s o s n o g r u p o e tá r io d e 0-3 a n o s ( G r á fic o 2 ); c o lo c a m a i n d a e m q u e s tã o o m e l h o r e q u a c io n a m e n t o d o p r o b le m a d a s v a c in a ç õ e s ( T a ­ b e la 1), com e s tu d o s la b o r a to r ia is d e a v a lia ç ã o d a v a c i n a S a b i n .

O e s tu d o d a p r o c e d ê n c ia e s e x o d a s c r ia n ç a s n ã o p e r m i t i u m a io r e s c o n ­ c lu s õ e s , s e n d o l e v a n t a d a t a m b é m a r e la ç ã o d a i d a d e c o m a i n c i d ê n c i a d a p o ­ l i o m ie li t e (.T a b ela 2 ), b e m c o m o a n e c e s s i d a d e d e s e r e a li z a r e s tu d o s p a r a o u tr o s e n te r o v ír u s , p r e s e n t e s n a p o p u la ç ã o i n f a n t i l d a á r e a e s tu d a d a .

INTRODUÇÃO

C onsiderando que as vacinações a n ti- -pólio em países de clim a tro p ic al não p a recem co rresp o n d er aos resu lta d o s o b ti­ dos em clim a tem p erad o , isto é, a resp o s­ t a im unológica n ã o co rresp o n d eria à dos p aíses de clim a frio, é fu n d a m e n ta l a a n á ­ lise epidem iológica e virológica, d e n tro das n ossas possibilidades de tra b a lh o , de to ­ dos os casos suspeitos de poliom ielite n e s­ t a região (1 ).

Ao lado disso, observações a n te rio re s têm m o strad o a p red o m in ân c ia irre g u la r dos poliovírus tip o I e I I nos casos de polio­ m ielite estudados em lab o rató rio no E s­ tad o d a G u a n a b a ra (2, 5, 6, 7) .

O le v a n ta m e n to dêsses casos p arece-n o s p rim o rd ia l p a ra m elh o r e n te n d im e n to da d istrib u ição dos poliovírus n a região e a

conseqüente esquem atização das m edidas de co ntrole d a refe rid a virose.

MATERIAL E MÉTODOS

1 — A m ostras — as am o stra s estudadas são o riu n d a s de casos suspeitos de polio­ m ielite que d e ra m e n tra d a no C entro de Iso lam en to de Pólio do H ospital E stadual Jesus, do E stado d a G u a n a b a ra , local p a ­ r a onde é e n c a m in h a d a a quase to ta lid a ­ de dos casos suspeitos de poliom ielite, a te n ­ didos pela rêde h o sp ita la r Federal, E sta ­ d u al e d oentes p a rtic u la re s da região.

2 — C oleta — as a m o stra s fo ram coleta­ das p or m eio de aplicadores de m adeira

(“S w ab”-re ta l) e levadas im ed iatam en te a tubos co ntendo 3,0 m l de solução salina ta m p o n a d a de H anks, contendo hidroli- sado de L a c ta lb u m in a a 0,5% e e x trato de

* T r a b a l h o r e a l i z a d o p e l o D e p a r t a m e n t o d e C i ê n c i a s B i o l ó g i c a s d a F u n d a ç ã o E n s i n o E s p e c i a l i z a d o d e S a ú d e P ú b l i c a , é m c o l a b o r a ç ã o c o m o I n s t i t u t o P a s t e u r , d o I n s t i t u t o E s t a d u a l d e S a ú d e P ú b l i c a . ** P r o f e s s o r A d j u n t o , D e p a r t a m e n t o d e C i ê n c i a s B i o l ó g i c a s , F . E . N . S . P .

* * * V i r o l o g i s t a , D e p a r t a m e n t o d e C i ê n c i a s B i o l ó g i c a s , F . E . N . S . P .

(2)

230 R e v . S c c . B r a s . M e d T ro p . V o l. n — N ? 5

levedura a 0,1%, adicionado de a n tib ió ti­ cos. As a m o stra s fo ram conduzidas im e ­ d iata m e n te ao lab o ra tó rio em u m rec i­ pien te térm ico com b a n h o de gêlo; n o la ­ boratório fo ra m c e n trifu g a d a s a 2.200 rp m por 20 m in u to s.

O so b re n a d a n te foi coletado, a d icio n a­ dos an tibióticos e em seguida congelado a

- 2 0 ° C .

3 — C élulas — fo ram u tiliz a d a s as cé­ lulas H. E p. 2, (3), cu ltiv ad as in ic ia lm e n ­ te em m eio contendo hid ro lisad o de la c ta l- bum in a e e x tra to de lev ed u ra em solução salin a de H anks, adicionado de 10% de sô- ro bovino. P o sterio rm en te, esta s células fo ­ ram m a n tid a s com m eio E agle com 5% de soro bovino; p a ra inoculação dos m a te ria is su b stitu iu -se o m eio das células pelo m eio Eagle sem sôro e, qu an d o possível, u tili- zou-se líquido am niótico bovino, sem pre adicionando a n tib ió tic o s.

4 — In o culação — U tilizaram -se 4 tubos, inoculando-se 0,1 m l em 2 tubos e 0,2 m l em ou tro s 2 tu b o s. As a m o stra s positivas foram id en tifica d a s a tra v é s de n e u tra liz a ­ ção do efeito citopatogênico com soros im unes p rep a ra d o s em coelhos; os tubos sem CPE fo ra m considerados negativos após o 14.° d ia de le itu ra m icroscópica e essas inoculações fo ram rep e tid a s p o r 2 vêzes p a ra serem co n sid erad as d e fin itiv a ­ m ente negativas, no sistem a de iso lam en ­ to utilizado.

RESULTADOS

F o ram ex am in ad as 204 a m o stra s de “Sw ab”-re ta l, sendo 13 p reju d ica d a s por a lta co n tam in ação b a c te ria n a , n ã o sendo, p o rtan to , possível concluir o seu exam e; 3 pacientes p rocedentes de ou tro s E stados tam b ém n ão fo ra m com putados, dois do E stado do E spírito S an to e um do P a ra n á , sendo isolado poliovírus do tipo I d a ú lti­ m a am o stra; p o rta n to , do nú m ero inicial, sobraram 188 a m o stras que fo ra m com pu­ tadas, sendo 116 am o stra s (56 do E stado da G u a n a b a ra e 60 do E stado do Rio de Jan eiro ) no ano de 1967 e 72 a m o stra s (38 do E stado d a G u a n a b a ra e 21 do E stad o do Rio de Jan eiro ) nos m eses de jan eiro , fe ­ vereiro e p a rte de m arço de 1968.

D u ra n te o período de b a ix a incidência fo ram co letad as a quase to ta lid a d e dos c a ­ sos suspeitos c lin icam en te de p o lio m ielite. Após o m ês de novem bro, devido ao m aio r volum e de in te rn a m e n to s n o H ospital, f o ­ ra m coletados a p ro x im ad a m en te 42% dos casos su sp e ito s.

A distrib u ição m en sa l d as a m o stra s r e ­ cebidas e dos poliovírus isolados en co n ­ tra -s e no G ráfico 1.

A an álise dêste gráfico in d ica com clareza u m au m e n to d a in cid ên cia de c a ­ sos suspeitos de poliom ielite a p a rtir d e dezem bro de 1967, m o stran d o a curvji o p o n to m ais elevado em ja n e iro de 1968. Os reg istro s de casos de notificações c lí­ n ica s do H o sp ital E sta d u a l Je su s m o stram um au m e n to d a in cid ên cia já a p a rtir de o u tu b ro do an o de 1967. P o r m otivos alheios à n o ssa v o ntade, no m ês de n o ­ vem bro n ão foi possível re g u la r coleta de m a te ria l, o que n ã o nos p e rm itiu a co m p a­ n h a r no lab o rató rio , c la ram e n te , o início d êste a u m e n to de in cid ê n cia . De q u alq u er fo rm a nos p arece claro, pelos dados o b ti­ dos nos reg istro s do H ospital E sta d u a l J e ­ sus que, a p a rtir do início de 1966, a in ­ cidência de casos suspeitos de poliom ielite

p a ra lític a chegou a níveis b a s ta n te baixos, esta n d o a u se n te em m aio de 1967, a u m e n ­ ta n d o a b ru p ta m e n te a p a rtir do m ês d e o u tu b ro .

O s is te m a u tiliz a d o p a r a a s c o le ta s de m a te r ia l, em qu e u m “S w a b -r e ta l e r a c o ­ lh id o a lg u m a s vêzes n ã o m a is n o s p rim e i­ ro s d ia s d a d o e n ç a ,o u so de u m a lin h a ­ g em d e c é lu la s a p e n a s , b em com o a im ­ p o ssib ilid a d e de e x a m in a r os m a te r ia is r e ­ cebidos im e d ia ta m e n te ap ó s a co le ta , d e ­ v em se r os f a to r e s re sp o n sá v e is pelo n ú ­ m e ro d e m a te r ia is n e g a tiv o s, ou se ja , m a ­ te r ia is dos q u a is n ã o fo i p o ssív el iso la r q u a lq u e r a g e n te c ito p a to g ê n ic o p a r a a s c é ­ lu la s, e m re la ç ã o ao n ú m e ro d e a m o s tra s re c e b id a s p a r a e x a m e .

No G ráfico 2 analisam os, d isc rim in a d a - m en te, as a m o stra s de poliovírus, isoladas, em fu n ção d a id ad e dos p a c ie n te s.

(3)

Setembro-Outubro, 1968

R ev. Soc Bras. Med. Trop

231

DISTRIBUIÇÃO MENSAL OAS AMOSTRAS RECE

-BIDAS E DOS POLIOVÍRUS ISOLADOS NO PE­

RÍODO ESTUDADO

— —— NÚMERO DE AMO ST RAS RECEB ID A S

— — - NÚMERO DE ( SOLAMENT OS D E . POLf OVIRUS DAS AMOST RAS RECEB ID A S

GRAFICO I

•la b o r« d o na

No período estu d ad o verificou-se a p r e ­ d o m in â n c ia do tipo I, com a p ercen tag em de 73,5% dos v íru s isolados em c o m p a ra ­ ção a 25,3% do tipo II e 1,2% do tipo III, com u m to ta l de 79 a m o stra s isoladas.

E m relação a doses de v a c in a recebidas p elas c ria n ça s in clu íd a s n e ste estudo, os resu lta d o s são ap re se n ta d o s n a T ab ela 1. V erificam os que do to ta l de c ria n ça s ex a ­ m in a d a s 88,3% n ão h a v ia m recebido q u a l­ q uer dose de v a c in a o ral tipo S ab in .

Q u a n t o a o s d e m a is , v e r i f ic a m o s q u e , e m

relação aos poliovírus tip o I I isolados,

a p e n as 1 c ria n ç a h a v ia recebido um a ú n i­ ca dose de v acin a em um to ta l de 20 a m o stra s. Em contraposição, n a s crianças das quais fo ram isoladas poliovírus tipo I, e n c o n tram -se 5 cria n ça s que receberam do­ ses de v a c in a . E m relação ao poliovírus tipo III, n a d a é possível concluir em v ir­ tu d e de te r-se isolado a p e n as 1 am o stra. Podem os verificar, n a T abela 2, um a dis­ trib u ição sem elh an te em relação à idade, e n tre os E stados da G u a n a b a ra e do Rio de Ja n e iro .

(4)

inclui-232

Rev Scc. Bros. Med. Trop.

Vol. n — N? 5

AMOSTRAS RECEBIDAS .POLIOVÍRUS ( TIPOS I , 2 , 3 )

SEGUNPO A IDADE , DURANTE 0 PERÍODO EST

UDA-% DO ( JAN.67 À MAR.68)

T I P O I

t i p o n t i p o sa

AMOSTRAS RECEBI DAS

> 6 m . la n o 2 ano» 3ono« 4an oe S anos ♦ 5 anos

6RAFIC0 2

«to boro do na f tn s p

las neste estudo, verificou-se u m a in ci- iência, no E stado d a G u a n a b a ra , especial- nente n a s zonas de baixo desenvolvim en- o econômico, e em especial n a zona d a ..eopoldina. No E stado do Rio, verificou- se p red o m in ân cia de algum as localidades :omo Caxias, Nova Iguaçu, Ita p e ru n a e Jarra M ansa.

Em relação ao sexo, verificou-se u m a li­

geira p red o m in ân c ia do sexo m asculino, o que n ã o nos parece, porém , te r m aio r sig­ n ificad o epidem iológico.

(5)

Setembro-Outubro, 1968

Rev. Soc. Bras. Med. Trop

233

re c e b e ra m v a c in a S ab in , os d ad o s f o r n e ­ cidos pelos resp o n sá v e is fo ra m c o n firm a ­ dos pelos P osto s de V acinação.

DISCUSSÃO

O iso lam en to de u m vírus d as fezes de um indivíduo n ão c o n stitu i por si só o diagnóstico d a infecção por poliom ielite n este in d iv íd u o . T al fa to é p rin c ip a lm e n ­ te im p o rta n te qu an d o e n co n tram o s u m a co m unidade a in d a sofrendo u m a im u n iz a ­ ção n a tu ra l, ou seja, com unidade que não te n h a sido in te ira m e n te v a c in a d a (5) . A an álise sorológica m o stran d o um a u m en to significativo de títu lo s de an tico rp o s cons­ titu i elem ento im p o rta n te d a té c n ica de diagnóstico. Além disso, ev id entem ente, c o n s titu e p os dados clínicos — especial­ m en te qu an d o é possível a c o m p a n h a r o desenvolvim ento das seqüelas — dado da m ais a lta im p o rtâ n c ia .

Em nosso caso, foi possível la n ç a r m ão do iso lam en to do vírus, ju n ta m e n te com a cuidadosa observação clínica. N ão nos foi possível re a liz a r a an álise dos a n tic o r­ pos em v irtu d e d a dificu ld ad e de se e s ta ­ belecer u m a ro tin a de co leta.

C onsiderando a T ab ela 1, verificam os u m a m aio r p erce n ta g e m de c u ltu ra s posi­ tiv a s n a s c ria n ç a s sem n e n h u m a dose de v a c in a que em aquelas que receb eram v a ­ c in a S a b in .

Na m esm a T ab ela 1, observa-se que das c rian ças que receb eram v a c in a d as quais foi possível iso lar Poliovírus tipo II, ap en as u m a em v in te h a v ia recebido u m a ú n ica dose de vacin a, e n q u a n to que, e n tre as c ria n ça s das quais se isolou poliovírus do tipo I, cinco c ria n ça s de um to ta l de 58 h a ­ viam recebido um a, d u as ou m esm o trê s doses d a v a c in a .

fjste dado, em b o ra fra g m e n tá rio pelo pequeno n ú m ero de a m o stra s estu d ad as, parece in d ic a r u m a resp o sta m enos e fi­ ciente em relação à a m o stra do tipo I da v a c in a .

T a l fa to n e c essita ev id en tem en te de u r ­ g en te e d e fin itiv a confirm ação, pois te ria e x tra o rd in á ria im p o rtâ n c ia p a ra o e sta b e ­ lecim ento d as condições ad eq u ad as p a ra a im unização da população in fa n til no n o s­ so m eio.

A d istrib u ição m en sal dos casos de po­ liom ielite p a ra lític a pode ser, em países de clim a tem p erad o , bem relacio n ad a à

época do a n o . De fato, n a s épocas m ais q u en tes do ano, h á nesses países, um a u ­ m en to dos en tero v íru s n a população e co n seq ü en tem en te d a infecção por polio­ vírus, desde que evid en tem en te as m edi­ das de im unização n ão te n h a m m odifica­ do o p a d rã o acim a d escrito . E m países como o nosso, porém , o estudo da d istri­ buição dos casos m o stra u m a ten d ên cia a u m irre g u la r predom ínio dos períodos epidêm icos. Assim, p o r exem plo, tivem os em 1965 a in cid ên cia m áx im a de polioví­ ru s no m ês de agôsto, e n q u an to que no pe­ ríodo aqui d escrito tivem os u m a pred o m i­ n â n c ia no m ês de ja n e iro . O rea l sig n ifi­ cado, porém , dessa irre g u la r distribuição exige u m a p u ra d o lev a n tam e n to dos dadcs disponíveis, qu an d o todos os fato res em jôgo p o d eriam ser, então, an alisad o s.

Poliovírus tip o I m o stro u -se predom i­ n a n te , o que nos p are c e de im p o rtân cia pois estudos an terio res, n a m esm a região, m o stra ra m (6) que o tipo I I predom inou nos casos de p a ra lisia . Surge pois, o tipo I como p red o m in an te , após u m período de b a ix a in cid ên cia de poliom ielite p a ra líti­ ca, como foi o de jan e iro de 1966 a té se­ tem b ro de 1967.

M esm o assim o tipo I I a in d a se a p resen ­ to u com 25,3% do to ta l de isolados de po­ liovírus n o período estu d ad o .

E sta a lte rn â n c ia e n tre um e outro tipo c o n firm a in te ira m e n te os resu ltad o s o bti­ dos n a Á frica (4 ). N aqueles estudos, o t i ­ po I p arece ser o responsável pelas epide­ m ias, surgindo o tipo I I p rin cip alm en te nos períodos in te r-e p id ê m ic o s. S eria esta a lte rn â n c ia de tipos u m a c a ra c te rístic a de regiões tro p icais? T e ria e s ta a lte rn â n c ia algum sig n ificad » no processo de im u n i­ zação a rtific ia l dessas regiões?

C o m p aran d o -se o grupo etário de m e­ nos de 1 ano, p ro ced en te do E stado do Rio e do E stad o d a G u a n a b a ra , verifica-se m aio r in cid ên cia de poliom ielite naquelas c ria n ça s o rig in árias do E stad o do Rio.

Êsses dados po d eriam sugerir u m dife­ re n te p a d rã o de infecção in icial nos dois E stados. P o r o u tro lado deve-se te r em co n ta as condições de san ea m en to das di­ versas regiões de onde procederam os p a ­ cientes estudados, dado êste que não pode ser le v a n tad o com ab so lu ta seg u ran ça. C onsideram os, no e n ta n to , que ficou m ais u m a vez evidenciado serem a região geo- -econôm ica do E stad o d a G u a n a b a ra e

(6)

234

Rev. Scc. Bras. Med Trop

Vol. n — N? 5

TIPOS DE POLIOVÍRUS ISOLADOS E VACINA­

ÇÃO SABIN NOS

PACIENTES

VACINA

POL OVIRUS

TOTAL

SABIN

1

II

III

Nte.

CO

LI 1 2 1 -

8

II

CO 2

1

— — l 2

o

3

2 — —

7

9

NÃO VA 53

19

1

93

166

TOTAL 58 20

1

109 188

TABELA X

PROCEDÊNCIA DAS AMOSTRAS ESTUDADAS,

SEGUNDO A IDADE NO PERÍODO ESTUDADO

IDADE

66

PROCEDÊNCIA TOTAL

RJ

<6m.

8

10

18

>6m.

13

21

34

1 ano

36

32

6 8

2 anos

18

14

32

3 anos

5

7

12

4 anos

5

3

8

5 anos

5

1

6

+5 anos

4

6

10

TOTAL

94

94

188

(7)

Setembro-Outubro, 1968

Rev. Soc. Bros. Med. Trop

235

giões lim ítro fe s do E stado do Rio u m a ú n i­

ca com unidade epidem iológica em relação à poliom ielite.

T endo em vista, a in d a, o idêntico n ú m e ­ ro de c ria n ça s in te rn a d a s de u m ou ou tro E stado e con sid eran d o que, evidentem ente, o H ospital E sta d u a l Jesu s a te n d e m aior n ú m ero de p acien tes do E stad o d a G u a ­ n a b a ra do que do E stado do Rio de J a ­ neiro, ju lg am o s que houve d e sta vez u m a m aio r ta x a de in cid ên cia no E stad o do Rio de Ja n e iro do que no E stad o d a G u a n a ­ b a ra . Isso, aliás, v iria c o n firm a r as m ed i­ das de v acin ação como eficazes no c o n tro ­ le d a poliom ielite n a reg ião .

A ta x a de m o rta lid ad e em tô rn o de 5% re p re se n ta v alor m ais baixo do que aq u e­ la e n c o n tra d a em anos a n terio res, o que m o stra u m a re la tiv a m en o r v iru lên cia das a m o stra s isoladas no período estu d ad o .

C um p re-n o s sa lie n ta r aqui, em p rim ei­ ro lu g ar, os bons resu lta d o s obtidos nos anos de 1966 e g ran d e p a rte de 1967 com

a re la tiv a b a ix a de in cid ên cia de polio­ m ielite bem como e n fa tiz a r a necessidade u rg e n te d a avaliação de v acin a oral tipo S ab in em nosso m eio, ten d o em v ista a p resen ça de c ria n ça s v a cin ad as e n tre os p ac ie n te s de poliom ielite p a ra lític a . Êste fato te m sido observado em regiões tro p i­ cais, qu an d o d a avaliação d a v acin a oral n e sta região (4 ).

P arece-n o s indiscutível que a v acin a n e ­ cessita u m a av aliação cuidadosa, ten d o em v ista os m últiplos fa to res que podem con­ co rrer em nosso m eio p a ra u m a deficiente form ação de an tic o rp o s. Necessário se to r­ n a, por exem plo, a d eterm in ação d a in ci­ dên cia de o utros en tero v íru s não-pólio n a á re a e stu d a d a .

AGRADECIMENTOS

Os au to re s ag rad ecem à biologista M a­ r ia L ucília 'P e sso a Loureiro, pelo seu t r a ­ b alh o no cuidado e m a n u te n çã o d as c u ltu ­ ra s de células u sad as n e ste estudo.

S U M M A R Y

T h e a u t h o r s p r e s e n t r e s u l t s o b t a i n e d b y t h e i n o c u l a t i o n i n t is s u e c u lt u r e o f m a t e r i a l fr o r n r e c t a l s w a b s o f s u s y e c t e d p a r a li t ic P o lio cases, a t t h e H o s

-% p i t a i J e s u s , a t R io d e J a n e ir o . A m o n g 188 s w a b s t h a t h a v e b e e n e x a m i n a t e d , P o lio v ír u s c o u lá b e d e m o n s t r a t e d i n 79 c a s e s (73,5% w e r e p o s i t i v e f o r t y p e I,

25,3% f o r t y p e I I a n d 1,2% f o r t y p e I I I ) .

A n in c r e a s e o f p a r a l i t i c P o lio c a s e s i n t h e l a s t m o n t h s o f 1967 c o u ld b e d e m o n s t r a t e d . M o s t o f t h e c h i l d r e n b e lo n g t o t h e a g e g r o u p b e tw e e n z e r o to

36 m o n t h s o ld a n d w e r e n o t v a c c i n a t e d ; h o w e v e r , s o m e o f t h e c h il d r e n g o t o n e , t w o o r t h r e e d o s e s o f t r i v a l e n t v a c c i n e . I t is e m p h a s i z e d t h a t s e ro lo g ic a l s t u d i e s s h o u l d b e d o n e i n t h i s a r e a i n o r d e r t o b e t t e r u n d e r s t a n d i n g t h e m u l t i p l e f a c t o r s i n v o l v e d i n t h e r e s p o n s e t o t h e v a c c i n a t i o n , i n c l u d i n g t h e d e t e r m i n a t i o n o f t h e i n c i d e n c e o f n o n - p o li o a g e n t s i n t h e p o p u l a t i o n .

BIBLIOGRAFIA

1 — C rônica d a OMS — 21: n .° 3, p á g .

105, 1967.

2 — HUBINBER, M .G .V ., VILLAS BÔAS, D .M . & SCHATZMAYR, H .G . — E studos sôbre casos de poliom ielite ag u d a no E stad o da G u a n a b a ra . Ó

H ospital, 71: 107-110, 1967.

3 — MOORE, A .E .L . SABOCHEWSKY & H .W . TOOLAND — C u ltu re c h a ra c - te ristic s of fo u r p e rm a n e n t lines of h u m a n can ce r cells. C ancer R es.,

15: 598-602, 1955.

4 — R elató rio d a Com issão de Poliom ie­ lite d a N igéria — Poliom yelitis v ac- • c in a tio n in Ib a d a n , Nigéria, d u rin g

1964, w ith O ral V accine (Sabin

s t r a i n s ) . B u li. W ld. H lth . O rg.,

34: 865-86, 1966.

5 — SCHATZMAYR, H .G . & COSTA, L.T. — Iso lam en to do vírus da poliom ie­ lite a p a rtir de m a te ria l de g a rg a n ­ ta em u m a co m unidade ru ra l. Boi. In s t. P u e r. U niv. B rasil, 22: ... 135-138, 1965.

6 — SCHATZMAYR, H.G. & COSTA, L.T. — E studos sôbre Poliom ielite no Es­ tad o d a G u a n a b a ra : P reodom inân- cia do Tipo I I em caso de Paralisia.

Boi. I n s t. P u e r. e P ed . M .G ., 23:

38-42, 1966.

7 — SCHATZMAYR, H .G . & VILLAS

BÔAS, D .M . — P resen ça do Tipo I em casos de Poliom ielite A guda no E stad o d a G u a n a b a ra . Rev. In st.

(8)

236

Rev. Soc. Bros. Med Trop.

Vol. n — N? 4

RE G U L A M E N T O D O P R Ê M I O G E R H A R D D O M A G K

A rt. 1.° — O p rê m io G e r h a r d D o - m a g k é o fe re c id o a n u a lm e n te a p a r ti r d e 1963, p e la A C H I M I C A “B A Y E R ” S.A . em c o m e m o ra ç ã o d o c e n te n á rio d a f u n d a ­ ção d a F A R B E N F A B R I K E N B A Y E R A G ., d e L e v e rk u s e n , A le m a n h a , ao a u to r ou a u to re s d o m e lh o r tr a b a lh o s ô b re t e ­ m as d e m e d ic in a tro p ic a l ( D o e n ç a s In - fe ctu o sas e P a r a s itá r ia s , d e N u triç ã o , F i- siologia e H ig ie n e T r o p ic a is ) , u m a v e z q u e o m e s m o s a tis fa ç a à s e x ig ê n c ia s d ê s te R e g u la m e n to .

A rt. 2.° — C o n c o rre rã o ao re fe rid o p rê m io to d o s os tr a b a lh o s p u b lic a d o s n a R E V I S T A D A S O C I E D A D E B R A S I ­ L E I R A D E M E D I C I N A T R O P I C A L d u r a n te o a n o a n te r io r.

A rt. 3.° — O p rê m io c o n s ta r á d e u m a im p o rtâ n c ia e m d in h e iro , e s tip u la d a a n u a lm e n te , e d e u m a m e d a lh a co m o re s p e c tiv o d ip lo m a a s s in a d o p e lo P r e s i­ d e n te e S e c re tá rio -G e ra l d a S o c ie d a d e . N o caso d e tr a b a lh o e m c o la b o ra ç ã o , o p r ê ­ m io e m d in h e iro s e r á c o n fe rid o à e q u ip e , p o ré m c a d a u m d o s c o -a u to re s r e c e b e rá u m a m e d a lh a e u m d ip lo m a , q u e m e n ­ c io n a rá s e r o p rê m io p e r te n c e n te à e q u ip e .

A rt. 4.° — S e rã o m e m b ro s d a C o- n is s ã o J u lg a d o r a o P r e s id e n te d a S o c ie ­ d a d e B ra s ile ira d e M e d ic in a T ro p ic a l, q u e a p re s id irá , e os in te g ra n te s d o C o n s e lh o C o n s u ltiv o d a R E V I S T A D A S O C IE D A ­ D E B R A S I L E I R A D E M E D I C I N A T R O P I C A L .

A rt. 5.° — C a d a m e m b ro d a C o m is­ são J u lg a d o r a in d ic a r á os 5 m e lh o re s t r a ­ b a lh o s p u b lic a d o s d u r a n te o an o , se n d o p re m ia d o a q u ê le q u e o b tiv e r m a io r n ú m e ­ ro d e v o to s . C a b e r á ao P r e s id e n te d a S o c ie d a d e B ra s ile ira d e M e d ic in a T r o p i­ cal a d e c is ã o fin a l em ca so d e e m p a t e .

A rt. 6.° — A C o m issã o J u lg a d o r a d e ­ v e r á e m itir s e u p a r e c e r a té a d a ta d o in ício d o C o n g re sso a n u a l d a S o c ie d a d e B r a s ile ira d e M e d ic in a T ro p ic a l, q u a n d o o p rê m io s e rá e n tre g u e e m s e ssã o s o le n e .

A rt. 7.° — N ã o c a b e rá q u a lq u e r r e ­ c u rso a o p a r e c e r d a C o m issã o J u lg a d o r a .

Referências

Documentos relacionados

Rhizopus-associated soft ti ssue infecti on in an immunocompetent air-conditi oning technician aft er a road traffi c accident: a case report and review of the literature.

Com a investigação propusemo-nos conhecer o alcance real da tipologia dos conflitos, onde ocorrem com maior frequência, como é que os alunos resolvem esses conflitos, a

O primeiro passo para introduzir o MTT como procedimento para mudança do comportamento alimentar consiste no profissional psicoeducar o paciente a todo o processo,

determinou, nomeadamente: “III - Salvo prova em contrário, de ocorrência de circunstâncias excecionais, o acordo no qual o sócio e gerente de uma sociedade garante

Serve o presente relatório para descrever e refletir sobre as atividades realizadas durante o Estágio Profissionalizante do 6º ano do Mestrado Integrado em

Afinal de contas, tanto uma quanto a outra são ferramentas essenciais para a compreensão da realidade, além de ser o principal motivo da re- pulsa pela matemática, uma vez que é

Purpose: This thesis aims to describe dietary salt intake and to examine potential factors that could help to reduce salt intake. Thus aims to contribute to

como enfoque o processo da reforma educativa em curso em Angola. Para isso, será realizada a análise à percepção dos professores e directores de escola face à