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Efeito da pré-medicação com dose baixa de dexmedetomidina sobre o consumo de propofol em pacientes geriátricos com doença renal em estágio terminal.

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REVISTA

BRASILEIRA

DE

ANESTESIOLOGIA

Publicação Oficial da Sociedade Brasileira de Anestesiologia

www.sba.com.br

ARTIGO

CIENTÍFICO

Efeito

da

pré-medicac

¸ão

com

dose

baixa

de

dexmedetomidina

sobre

o

consumo

de

propofol

em

pacientes

geriátricos

com

doenc

¸a

renal

em

estágio

terminal

Pinar

Ergenoglu

,

Sule

Akin,

Cagla

Bali,

Hatice

Evren

Eker,

Oya

Yalcin

Cok

e

Anis

Aribogan

DepartamentodeAnestesiologiaeReanimac¸ão,FaculdadedeMedicina,UniversidadeBaskent,Adana,Turquia

Recebidoem17desetembrode2014;aceitoem11denovembrode2014 DisponívelnaInternetem18deagostode2015

PALAVRAS-CHAVE Pacientegeriátrico; Doenc¸arenalem estágioterminal; Dexmedetomidina; Propofol

Resumo

Justificativaeobjetivo:Asedac¸ãoempacientedependentedediálisecomdoenc¸arenalem

estágioterminal(DRET)requercautelacomoresultadodaadministrac¸ãodealtasdosesde

seda-tivosesuascomplicac¸ões.Osregimesdesedac¸ãocommúltiplasdrogaspodemsersuperiorese

vantajososemrelac¸ãoaoconsumomenordedrogaseaoseventosadversosqueocorrem

facil-menteempacientescomDEET.Avaliamososefeitosdapré-medicac¸ãocomdexmedetomidina

sobreoconsumodepropofol,osníveisdesedac¸ãocomosescoresdaObserver’s Assessment

ofAlertnessandSedation(OAA/S)edoíndicebispectral(BIS),asalterac¸õeshemodinâmicase

ospotenciaisefeitoscolateraisempacientesgeriátricoscomDRETsubmetidosàcirurgiapara

fraturadequadrilsobraquianestesia.

Método: Nesteestudo randômico, controladoe duplo-cego, 60 pacientesidosos(idade≥65

anos),comDRETefraturadequadril,agendadosparafixac¸ãointramedulardehastefemoral

anterógradaforamdesignadosparagruposparareceberaminfusãointravenosadesoluc¸ãosalina

(GrupoC)oupré-medicac¸ãocominfusãode0,5mgkg/10mindedexmedetomidina(DEX)(Grupo

D).Todosospacientesreceberaminfusãodepropofolapósainduc¸ãodaraquianestesia.

Resultados: Oconsumototaldepropofol,adosedepropofolnecessáriaparaosníveis-alvode

sedac¸ãodeacordocomosescoresdaOAA/S,osvalores doBISeostemposderecuperac¸ão

foramsignificativamentemenoresnoGrupoD(p<0,001).Otempoparaatingiroescore4na

OAA/SevaloresBIS≤80foisignificativamenteinferiornoGrupoCemcomparac¸ãocomoGrupo

D(p<0,001).Oseventosadversosforamsemelhantesemambososgrupos.

Autorparacorrespondência.

E-mail:pergenoglu@yahoo.com(P.Ergenoglu).

http://dx.doi.org/10.1016/j.bjan.2015.07.002

(2)

Conclusão:A pré-medicac¸ãocomdexmedetomidinareduzoconsumo depropofolno

intrao-peratórioparamanteronível-alvodesedac¸ão.Portanto,apré-medicac¸ãocomDEXemdose

baixaemcombinac¸ãocominfusãodepropofolpodeserumaopc¸ãoparasedac¸ãoempacientes

geriátricoscomDRET.

©2015SociedadeBrasileira deAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todosos

direitosreservados.

KEYWORDS Geriatricpatient; Endstagerenal disease;

Dexmedetomidine; Propofol

Effectoflowdosedexmedetomidinepremedicationonpropofolconsumptionin geriatricendstagerenaldiseasepatients

Abstract

Backgroundandobjective: Sedation in dialysis dependent end-stage renal disease patients

requirescautionasaresultofperforminghighdosesofsedativesanditscomplications.

Mul-tidrugsedationregimensmightbesuperiorandadvantageonlesserdrugconsumptionandby

the way adverseevents which occureasily inend-stage renaldisease patients. We

evalua-tedtheeffectsofdexmedetomidinepremedicationonpropofolconsumption,sedationlevels

withObserver’sAssessmentofAlertnessandSedationscoresandthebispectralindexandthe

hemodynamicchanges,potentialsideeffectsingeriatricpatientswithend-stagerenaldisease

whounderwenthipfracturesurgeryunderspinalanesthesia.

Method: Inthisrandomized,controlled,double-blindstudy60elderlypatients(age≥65years)

withend-stagerenaldiseaseandhipfracturescheduledforanterogradefemoral

intramedul-larynailingwereassignedtogroupsthatreceivedeitherintravenoussalineinfusion(GroupC)

ordexmedetomidine0.5␮g/kg/10mininfusionforpremedication(GroupD).Allthepatients

receivedpropofolinfusionaftertheinductionofthespinalanesthesia.

Results:Totalpropofolconsumption,propofoldoserequiredfortargetedsedationlevels

accor-ding toObserver’s AssessmentofAlertness andSedationscores andbispectralindexlevels,

recoverytimesweresignificantlylowerinGroupD(p<0.001).ThetimetoreachtoObserver’s

AssessmentofAlertnessandSedationscore4andtoachievebispectralindex≤80was

signi-ficantlylowerinGroupCcomparedwithGroupD(p<0.001).Adverseeventsweresimilarin

bothgroups.

Conclusion: Dexmedetomidinepremedicationlowers intraoperativepropofolconsumption to

maintaintargetedlevelofsedation.Thereforelowdosedexmedetomidinepremedication in

additiontopropofolinfusionmightbeanalternativeingeriatricpatientswithend-stagerenal

diseaseforsedation.

© 2015SociedadeBrasileirade Anestesiologia.Publishedby ElsevierEditoraLtda.Allrights

reserved.

Introduc

¸ão

Aincidênciadedoenc¸arenalterminalnapopulac¸ãode ido-sos em diálise continua aumentando mundialmente.1-3 As

fraturas dequadril tambémsão umgrande problema e a técnicaanestésicadeveserplanejadaemdetalhesdevidoa possíveisalterac¸õesnadistribuic¸ãodevolume,ligac¸ãocom asproteínas eo metabolismo eexcrec¸ão dosfármacos.4-6

Em um regime de anestesia ideal, os parâmetros mais importantessão fornecer estabilidadehemodinâmica com ótimoequilíbriodelíquidose eletrólitos;usardrogas com ummenormetabolismo,meia-vidamaiscurtaedepurac¸ão não renal, com o objetivo de obter precocemente tanto a recuperac¸ão quanto o retorno das func¸ões cognitivas e psicomotoras.7

As técnicas neuroaxiais, como a injec¸ão espinhal única, são frequentemente aplicadas no intraoperatório para o manejo anestésico de pacientes com insuficiência

renalcrônica.8Acombinac¸ãoderaquianestesiae sedac¸ão

tornou-se um protocolo padrão para fornecer amné-sia e reduzir a ansiedade dos pacientes no período intraoperatório.9 Propofol é o agente usado com mais

frequênciaeregimescombinadoscomopropofol-alfentanil oumidazolam-fentanil parasedac¸ão sãocomumente usa-dos em pacientes com insuficiência renal crônica.10,11 As

dosesdosfármacossedativos-analgésicosdevemser titula-dase,parareduziroconsumo,regimescombinadosdevem serusadosempacientesemhemodiálise.12

Dexmedetomidina(DEX),umagonistaseletivodos recep-tores ␣2, pode ser uma escolha opcional para o regime

combinadocompropofoldevidoàssuaspropriedades sedati-vaseanalgésicascomefeitosmínimossobreaventilac¸ão.13

(3)

Tabela1 Avaliac¸ãodoobservadordaescaladesedac¸ão/vigília

Responsividade Fala Expressãofacial Olhos Escala

Respondeprontamenteao

nomefaladoemtomnormal

Normal Normal Claros,semptose 5(alerta)

Respostaletárgicaaonome

faladoemtomnormal

Umtantolenta Leverelaxamento Vitrificadosouptoseleve

(menosdametadedoolho)

4

Respondesomentesenomefor

chamadoemvozalta/ou

repetidamente

Muitolenta Granderelaxamento

(mandibular)

Vitrificadosouptoseacentuada

(metadedoolhooumais)

3

Respondesomenteapósleve

estímuloouagitac¸ão

Poucaspalavras

reconhecíveis

--- --- 2

Nãorespondeaestímuloou

agitac¸ãoleves

--- --- --- 1

Neste estudo, avaliamos os efeitos da pré-medicac¸ão comdexmedetomidinasobreoconsumodepropofol,níveis desedac¸ão,alterac¸õeshemodinâmicasepotenciaisefeitos colateraisempacientesgeriátricoscom DRTsubmetidosà cirurgiaparafraturadequadrilsobraquianestesia.

Materiais

e

métodos

Este estudo foi aprovado pelo Conselho de Administrac¸ão eComitêdeÉticadaUniversidadeBaskent(n◦ doprojeto: KA12/166). Após obter as assinaturas do consentimento informado,60pacientesidosos(idade≥65),com insuficiên-ciarenalemestágioterminalemtratamentodialítico(taxa defiltrac¸ãoglomerular<15,estágio5)efraturadequadril, programadosparacirurgiadefixac¸ãointramedularfemoral retrógradacomhastes,foramincluídosnesteestudo duplo--cego,randomizadoecontrolado.Oscritériosdeexclusão foram: descompensac¸ão respiratória ou insuficiência car-díaca, insuficiência hepática, obesidade (índice de massa corporal>30), transtornos mentais, distúrbios cognitivos, problemas de linguagem, pacientes com contraindicac¸ão para anestesia regional (coagulopatia, história de uso de anticoagulantes,doenc¸amedular,pacientesquerejeitaram araquianestesia)ehistóriadealergiaaqualquerdos medi-camentosusadosnoestudo.

O esquema de randomizac¸ão foi desenvolvido por um programa de computador e usou envelopes lacrados. Os envelopesforampreparados porumanestesiologista inde-pendente, cego para a designac¸ão dos grupos do estudo. Osenvelopesforamabertospelotécnicodeanestesia,que tambémpreparouosmedicamentosdoestudo.

Os pacientesforam randomicamente alocados em dois grupos:

- Grupocontrole(GrupoC):infusãodesoluc¸ãosalinacomo pré-medicac¸ão,midazolam(0,02mg.kg-1);raquianestesia

(bupivacaínahiperbáricaa0,5%,12,5mg,n=30). - Grupo DEX (Grupo D): infusão de dexmedetomidina

(0,5␮g.kg.-110min-1 como pré-medicac¸ão, midazolam

(0,02mg.kg-1);raquianestesia(bupivacaínahiperbáricaa

0,5%,12,5mg,n=30).

Osmedicamentosdoestudoforamlevadosparaocentro cirúrgicopelotécnicodeanestesia.Oanestesiologistaque

administrouaspré-medicac¸õesearaquianestesia,quefez osacompanhamentosnointraepós-operatórioseregistrou osdadostambémeracegoparaosmedicamentosdoestudo eaalocac¸ãodosgrupos.

Uma linha intravenosa periférica foi colocada nos pacientes com um cateter de calibre 18-20G. Os paci-entes chegaram ao centro cirúrgico sem pré-medicac¸ão. Monitorac¸ãoderotinafoifeitacomoxímetrodepulso,ECG decincoderivac¸ões,pressãoarterialnãoinvasivaeBIS.Os valoresdoBISforammedidoscomoAspectBISVista Moni-tor(AspectMedicalSystems,Inc.).Oeletroencefalograma (EEG) foi registrado com ossensores BIS QuatroTM presos

à pele da testa, como explicado nas instruc¸ões. Todosos pacientesreceberam0,02mg.kg-1demidazolam;0,5

␮g.kg-1

deDEXem20mLfoiadministradoem10minutoscomuma bombadeinfusão.Umvolumeequivalentedesoluc¸ãosalina foiadministradoaogrupocontrolecom omesmométodo. OsescoresdaOAA/S,basaisenosminutosum,cincoe10; osvaloresdeBIS,saturac¸ão periféricadeoxigênio (SpO2),

frequênciacardíaca(FC),pressão arterialsistólica(PAS)e pressão arterial diastólica (PAD) foram registrados. Nesse período,250mLdeNaCla0,9%foraminfundidos.Osvalores basaisdePAS,PAD,FC,SpO2eBISforamregistradosantes

dainduc¸ãodaraquianestesia.Apunc¸ãolombarfoifeitaem decúbitolateralcomumaagulhadecalibre27G(Quincke®)

nonívelL3-L4,comaabordagememlinhamédia.Os paci-entesforamprontamenteposicionadosem supinac¸ão após a induc¸ão do bloqueio. A induc¸ão da raquianestesia foi aceitacomootempozeroparatodososregistrosdedados nointraoperatório.Todososparâmetrosforamregistrados nos minutosume cincoe acada cincominutosdurante a primeira hora e depoisdisso a cada 15minutos durante a cirurgia.

Hipotensãofoidescritacomo≥25%dereduc¸ãodos valo-res basais daPAS ouquedadapressão sanguíneasistólica abaixo de 90mmHg. Efedrina (5mg) foi administrada por via intravenosaea velocidadedaperfusãodecristaloides foiaumentada.

(4)

Inscrição

Randomizados (n = 60)

Alocação

Seguimento

Análise

Avaliados para elegibilidade (n = 60)

Excluídos (n = 0)

Alocados para grupo controle (n = 30) ♦ Não atenderam os critérios de inclusão

(n = 0)

♦ Desistiram de participar (n = 0) ♦ Outras razões (n = 0)

♦ Receberam intervenção alocados (n = 30) ♦ Não receberam intervenção alocados (n = 0) Alocados para grupo DEX (n = 30)

♦ Receberam alocação para intervenção (n = 30) ♦ Não receberam alocação para intervenção (n = 0)

♦ Excluídos da análise (n = 0) Perdidos para seguimento (n = 0) Descontinuaram a intervenção (n = 0) Perdidos para seguimento (n = 0)

Descontinuaram a intervenção (n = 0)

Analisados (n = 30)

♦ Excluídos da análise (n = 0) Analisados (n = 30)

Figura1 Fluxogramadoestudo.

Aperfusãodepropofolfoiiniciadaemtodosospacientesa umadosede50mcg.kg.-1min-1apósoníveldebloqueio

atin-girodermátomoT10.AescalaOAA/Sfoiusadaparaavaliar oníveldesedac¸ão16(tabela1).Dosesembolus

intermiten-tes depropofol (0,5mL) foramadministradas paraatingir osescores-alvo daOAA/S e osvalores deBIS noinícioda sedac¸ão,casonecessário.Otempodeiníciodaperfusãodo agentesedativo(DEXvs.propofol)foiaceitocomooponto zeroparaoregistrodotempoatéaobtenc¸ãodeumescore 4daOAA/SeumvalorBIS≤80.Osvalores-alvodoBISeram entre70e80.Ataxadeperfusãofoitituladadeacordocom osescores-alvodaOAA/SeosvaloresdoBIS.Casooescore daOAA/Sfosse<4eBIS<70,ataxadeperfusãode propo-folerareduzida.Aperfusãodepropofolfoiinterrompidano iníciodasuturadapele.

Os pacientes foram monitorados na unidade de recuperac¸ão pós-operatória e todos os parâmetros de monitoramento foram registrados a cada cincominutos duranteumahora.Oscritériosparaatransferênciaparaa enfermariaforamOAA/S=5,BIS>90,Bromage=0-1.

O consumo totaldepropofol, otemponecessário para atingiro níveldesejadodesedac¸ão(OAA/S=4eBIS≤80), adosedepropofolnecessáriaparaatingiroescore-alvoda OAA/SeosvaloresdoBIS,otempoderecuperac¸ão(BIS>90), a durac¸ão da cirurgia, a quantidade de sangramento e a necessidadededrogasvasoativasforamregistrados.Os pos-síveisefeitoscolateraiseaspossíveiscomplicac¸õesdurante osperíodospré,intraepós-operatório,taiscomohipotensão (PAS<90mmHg),bradicardia(FC<60min),depressão respi-ratória (SpO2≤90%), náusea,vômito e sedac¸ão profunda, foramcuidadosamentemonitoradoseregistrados.

Análiseestatística

A análise estatística foi feitacom o programa estatístico SPSS(versão17.0,SPSSInc.,Chicago,IL,EUA).Odesfecho primáriodoestudofoioconsumototaldepropofoldurante acirurgiaparafraturadequadril.Aanálisedopoderindicou que26pacientesporgrupoeramnecessáriosparadetectar umadiferenc¸a realde40mg entreosgrupos, com o des-viopadrãoprevistode43,16.Odesvio-padrãofoibaseado emumgrupopilotodepacientessubmetidosàcirurgiapara fraturadequadril.Oerrotipo-1foide0,05eoerrotipo-II

de0,10.Permitimos maisquatropacientesem cadagrupo paracompensarasdesistênciasduranteoperíododoestudo. Para cada variável contínua, a normalidade foi verificada pormeiodostestesdeKolmogorov-SmirnoveShapiro-Wilk eporhistogramas.OtestetdeamostraseotesteUde Mann--Whitneyforamusadosparaascomparac¸õesentreosgrupos, quandoapropriados.Asmensurac¸õespréepósforam anali-sadasporanálisesdemedidasrepetidas.Osvalores-p<0,05 foramconsideradosestatisticamentesignificativos.

Resultados

(5)

Tabela2 Dadosdemográficosecaracterísticasdobloqueio

GrupoC GrupoD

Idade(anos) 71,70±4,84 70,83±5,18

Altura(cm) 163,73±5,89 163,96±5,34

Peso(kg) 64,76±7,02 64,40±6,01

Durac¸ãodacirurgia(min) 103,63±7,77 102,56±6,40

TempoatéatingirT10(min) 3,63±0,55 3,60±0,53

TempoatéatingirBromage3(min) 4,63±0,56 4,56±0,54

TempoatéatingirBromage0(min) 180,0±8,51 181,16±7,27

Dadosexpressosemmédia±DP;min:minutos.

Tabela3 Dadosdesedac¸ão

GrupoC GrupoD p

TempoatéatingirBIS≤80(min) 5,08±0,51 7,65±1,49 <0,001

TempoatéatingirescoreOAA/S4(min) 4,03±0,45 5,28±0,85 <0,001

DosedepropofolparaBIS≤80(mg) 37,17±5,83 0,00±0,00 <0,001

Consumototaldepropofol(mg) 197,0±50,08 82,0±23,03 <0,001

Tempoderecuperac¸ão(BIS≥90)(min) 16,73±1,84 7,30±1,52 <0,001

Dadosexpressosemmédia±DP;min,minutos.

100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0

Escore BIS

Tempo (min)

Grupo D Grupo C

PRE basal

PRE 1 PRE 5

PRE 10

IO 1 IO 3 IO 5

IO 10 IO 15 IO 20 IO 25 IO 30 IO 45 IO 60 IO 75 IO 90 PO 5

PO 10 PO 15 PO 30 PO 45 PO 60

Figura2 EscoreBISdospacientes.Valoresexpressosemmediana(*p<0,001;†p=0,001;p=0,002).

O consumo total e a dose de propofol necessáriapara osníveis-alvodesedac¸ãoeotempoderecuperac¸ãoforam significativamentemenoresnogrupoDemrelac¸ãoaoGrupo C(p<0,001).Otempoparaatingirosníveis-alvodesedac¸ão deacordocom o escore daOAA/S e osvalores doBISfoi significativamentemenornogrupoCemcomparac¸ãocomo GrupoD(p<0,001).TodosospacientesdoGrupoDatingiram onível-alvodesedac¸ãocomperfusão únicadeDEXsema necessidadedeperfusãodepropofol(tabela3).

A comparac¸ão dos escoresda OAA/S e do BIS no pré--operatóriomostrouqueosescoresforamsignificativamente menores noGrupo D em comparac¸ão com o Grupo C nos minutoscincoe 10(p<0,001). Osescorespré-operatórios daOAA/S nos minutos um, três, cincoe 10 minutose os valoresdoBISnosminutosum,três,cinco,10e15foram sig-nificativamentemenoresnoGrupoDemcomparac¸ãocomo GrupoC(p<0,05).Osescoresforamsemelhantesemambos osgruposatéominuto75eforamsignificativamente meno-resnosminutos75e90noGrupoC(p<0,05)(figuras2e3). OAApós-operatória/Sescoresforamsemelhantes entreos grupos(figura3).OsvaloresdoBISnopós-operatórioforam significativamentemenoresnosminutoscincoe10noGrupo

C(p<0,001),masforamsemelhantesentreosgrupos após o10◦minuto(figura2).

A frequência cardíaca, PAS, PAD e SpO2 mostraram reduc¸ãonoGrupoD,masnãohouvediferenc¸asignificativa entreosgrupos.Hipotensãofoiobservadaemoito pacien-tesdoGrupoDenovedoGrupoC;bradicardiafoiobservada em seispacientesdoGrupo De cincodoGrupo Cdurante operíodointraoperatório.Noentanto,adiferenc¸aentreos doisgrupos nãofoiestatisticamentesignificativa. Nenhum dospacientesapresentoudepressãorespiratória,náuseae vômito.

Discussão

(6)

signi-5

4

3

2

1

0

Escore OAA/S

Tempo (min)

Grupo D Grupo C

PRE basal

PRE 1 PRE 5

PRE 10

IO 1 IO 3 IO 5

IO 10 IO 15 IO 20 IO 25 IO 30 IO 45 IO 60 IO 75 IO 90 PO 5

PO 10 PO 15 PO 30 PO 45 PO 60

Figura3 EscoreOAA/Sdospacientes.Valoresexpressosemmediana(*p<0,001;†p=0,001).PRE,pré-operatório;IO,

intraope-ratório;PO,nopós-operatório.

ficativamente menor com propofol no grupo de controle (5,08±0,51min)emcomparac¸ãocomapré-medicac¸ãocom DEX(7,65±1,49min).

Propofol é um agente ultrarrápido com efeito máximo dentrodecincominutosdaadministrac¸ãoeéusadoparaa manutenc¸ãodasedac¸ãooudaanestesia.17,18Relata-sequea

farmacocinéticadedosesembolusouperfusãonãoé acen-tuadamenteafetadaequepodemserusadascomseguranc¸a em pacientes com DRT.19,20 DEX é um agonista altamente

seletivodos receptores␣2-adrenérgicoscompropriedades

sedativas,simpaticolíticaseanalgésicas.Émetabolizadoem seusmetabolitosinativosnofígadoesuaeliminac¸ãonãoé afetadapeladoenc¸arenal.Emvirtudedessaspropriedades, DEXpodeserumaopc¸ãoparaasedac¸ãoempacientescom

DRT.15,21 Relatou-setambémque DEXnãoexercequalquer

efeitodepressivorespiratório,mesmoemdoseselevadas,e quepodeserusadocomseguranc¸aparasedac¸ãoem indiví-duosmuitoidosos.22

Estudos para determinar a dose de DEX em pacientes com insuficiência renal crônica demonstraram que o fár-macoproporcionousedac¸ãosuficientesemefeitocolateral significativoaumadosede0,6␮g.kg.-110min-1empacientes

voluntáriosentre 18 e 65 anos, com clearance de creati-nina<30.15Tambémobtivemosoníveldesedac¸ãodesejado

sem qualquer resposta hemodinâmica ou efeito colate-ral com doses semelhantes de DEX como pré-medicac¸ão (0,5␮g.kg.-110min-1). Também observamos que todos os

pacientesdoGrupoDatingiramonível-alvodesedac¸ãoapós aperfusãodeDEXnopré-operatório,semqualquer necessi-dadedepropofol.

Relatou-se que o uso de DEX como um agente aditivo diminuioconsumodepropofol.23 Emnossoestudotambém

titulamosadosedepropofolapósapré-medicac¸ãocomDEX paraasedac¸ão,comorientac¸ãodaOAA/Semonitorac¸ãodo BIS.Descobrimosqueoconsumo depropofolfoi2,4 vezes maiordoquenogrupodeestudo(197,0mgvs.82,0mg)e, portanto, o período de recuperac¸ão foi 2,29 vezes maior nogrupocontrole(16,73min vs.7,30min).Deacordocom esses resultados, pode-se sugerir que os escores menores daOAA/S e do BISnos minutos75 e 90 doperíodo intra-operatório, bem como os escores menores do BIS e um tempo de recuperac¸ão significativamente mais longo nos minutoscincoe10doperíodopós-operatório,observadosno grupocontroleestavamassociadosaumconsumomaiorde

propofole,portanto,dexmedetomidinaexerceuumefeito importantenarápidarecuperac¸ãopós-operatória.

Outroparâmetroquedeveserconsideradoéaresposta hemodinâmica. Além dos efeitos simpatolíticos da raqui-anestesia, podeter havido uma interac¸ão aditiva com os efeitoscardiovascularesdeDEXepropofol.DEXéconhecida porteralgunsefeitoscardiovasculares,incluindo hipoten-sãoebradicardia, devidoaseusefeitos simpatolíticos.No entanto,relatou-sequeDEXofereceumaboaestabilidade cardiovasculare,portanto,éumbomagentesedativo.24,25

Emumestudoque comparoua sedac¸ãocom dexmede-tomidinaoumidazolam empacientescom DRT,relatou-se quenenhum dos pacientes apresentouhipotensão prolon-gadaoubradicardia; todosresponderamsatisfatoriamente aotratamento enenhumpaciente foiexcluídodoestudo, mesmocomgrandesdosesdecargade1␮g.kg.-110min-1de

DEX14.Tambémnãoencontramosumaresposta

hemodinâ-micasignificativamentediferenteparaadose decargade DEXde0,5␮g.kg-1,emcomparac¸ãocomogrupocontrole.

Noentanto,ambososgruposdesenvolveramhipotensãono intraoperatório(GrupoC,30%;GrupoD,26,7%)ebradicardia (GrupoC,16,7%;GrupoD,20%)apósaperfusãode propo-fol,queforamrapidamenteresolvidascomaadministrac¸ão de simpatomiméticos. Essa resposta pode ser um resul-tado aditivo do efeito vasodilatador de propofol e do efeitosimpatolíticodaraquianestesia,emvezdoefeitode DEX.

No presente estudo verificamos que a pré-medicac¸ão com DEX a uma dose de 0,5␮g.kg-1 por 10min obteve

níveis suficientes e desejados de sedac¸ão sem a neces-sidade de propofol no período pré-operatório. A pré--medicac¸ão com DEX também reduziu o consumo de propofol no período intraoperatório, proporcionou uma recuperac¸ão significativamente precocee nãofoi a causa de efeitos colaterais graves. Em conclusão, acredita-mos que DEX em dose baixa como pré-medicac¸ão em combinac¸ão com perfusão de propofol pode ser um esquema opcional para sedac¸ão em pacientes geriátricos comDRT.

Conflitos

de

interesse

(7)

Reconhecimento

Este estudo foi patrocinado pelo Fundo de Pesquisa da UniversidadeBaskent(Conselho deRevisão Institucional e Comitê de Ética da Universidade Baskent, projeto n◦ KA 12/166).Registrodoestudo:clinicaltrials.gov,identificador NCT01837290.

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