w w w . r b o . o r g . b r
Artigo
Original
Análise
da
resistência
mecânica
de
fixac¸ão
de
fratura
do
colo
femoral
em
osso
sintético
com
DHS
e
parafuso
antirrotatório
夽
Anderson
Freitas
a,∗,
Gustavo
Melo
Torres
b,
André
Cezar
de
Andrade
de
Mello
e
Souza
b,
Rafael
Almeida
Maciel
b,
Diogo
Ranier
de
Macedo
Souto
ae
George
Neri
de
Barros
Ferreira
aaHospitalOrtopédicodeMedicinaEspecializada,DistritoFederal,Brasília,DF,Brasil
bHospitalRegionaldoGama,Brasília,DF,Brasil
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo:
Recebidoem18denovembro de2013
Aceitoem6dejaneirode2014 On-lineem26dejulhode2014
Palavras-chave:
Fraturasdocolofemoral Fixadoresinternos Biomecânica
r
e
s
u
m
o
Objetivo:Analisarestatisticamenteresultadosobtidosemensaiosbiomecânicosdefixac¸ão defraturadocolofemoraltipoPauwelsIII,emossosintético,comousodosistemadinâmico doquadril(DHS)comparafusoantirrotatóriovsumgrupocontrole.
Métodos:Foramusadosdezossossintéticos,deumfabricantenacional,domodeloC1010, divididosemdoisgrupos:testeecontrole.Nogrupotestefoifeitafixac¸ãodeosteotomia,com 70◦deinclinac¸ãoemníveldecolofemoral,comousodeDHScomparafusoantirrotatório. Avaliou-searesistênciadessafixac¸ãoeseudesviorotacionalem5mmdedeslocamento (fase1)eem10mmdedeslocamento,consideradocomofalênciadasíntese(fase2).No grupocontrole,osmodelosforamensaiadosemsuaintegridadeatéqueocorresseafratura docolofemoral.
Resultados:Osvaloresdoensaionogrupotestenafase1,nasamostrasde1a5,foram: 1.512N,1.439N,1.205N,1.251Ne1.273N,respectivamente(média=1.336N;desviopadrão [DP]=132N).Osdesviosrotacionaisforam:4,90◦;3,27◦;2,62◦;0,66◦e0,66◦,respectivamente (média=2,42◦;DP=1,81◦).Nafase2,obtivemos:2.064N,1.895N,1.682N,1.713Ne1.354N, respectivamente(média=1.742N;DP=265N).Osvaloresdacargadefalêncianogrupo con-troleforam:1.544N,1.110N,1.359N,1.194Ne1.437N,respectivamente(média=1.329N; DP=177N).AanáliseestatísticapelotestedeMann-Whitneydemonstrouqueogrupoteste apresentoucargamáxima,em10mmdedeslocamento,significativamentemaiordoquea cargadefalênciadogrupocontrole(p=0,047).
Conclusão:Aresistênciamecânicadogrupotestefoisignificativamentesuperioràdogrupo controle.
©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora Ltda.Todososdireitosreservados.
夽
TrabalhodesenvolvidopeloHospitalOrtopédicodeMedicinaEspecializada,Brasília,DF,Brasil,epeloLaboratóriodeEnsaiosMecânicos, DepartamentodeEngenhariadeMateriais,FaculdadedeEngenhariaMecânica,UniversidadeEstadualdeCampinas(Unicamp),Campinas, SP,Brasil.
∗ Autorparacorrespondência.
E-mail:andfreitas28@gmail.com(A.Freitas).
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2014.01.023
Analysis
on
the
mechanical
resistance
of
fixation
of
femoral
neck
fractures
in
synthetic
bone,
using
the
dynamic
hip
system
and
an
anti-rotation
screw
Keywords:
Femoralneckfractures Internalfixators Biomechanics
a
b
s
t
r
a
c
t
Objective: Tostatisticallyanalyzetheresultsobtainedfrombiomechanicaltestsonfixation offemoralneckfracturesofPauwelsIIItype,insyntheticbone,usingthedynamichipsystem withananti-rotationscrew,versusacontrolgroup.
Methods: Tensyntheticbonesfroma Brazilianmanufacturer(modelC1010)wereused, dividedintotwogroups:testandcontrol.Inthetestgroup,fixationofanosteotomywas performed with70◦ ofinclinationatthelevel ofthefemoralneck,using DHSwithan anti-rotationscrew.Theresistanceofthisfixationwasevaluated,alongwithits rotatio-naldeviationat5mmofdisplacement(phase1)andat10mmofdisplacement(phase2), whichwasconsideredtobefailureofsynthesis.Inthecontrolgroup,themodelsweretested intheirentiretyuntilfemoralneckfracturingoccurred.
Results: Thetestvaluesinthetestgroup(samples1to5)inphase1were:1,512N,1,439N, 1,205N,1,251Nand1,273N,respectively(mean=1,336N;standarddeviation[SD]=132N). Therotationaldeviationswere:4.90◦,3.27◦,2.62◦,0.66◦and0.66◦,respectively(mean=2.42◦; SD=1.81◦).Inphase2,weobtained:2,064N,1,895N,1,682N,1,713Nand1,354N,respectively (mean=1,742N;SD=265N).Thefailureloadingvaluesinthecontrolgroupwere:1,544N, 1,110N,1,359N,1,194Nand1,437N,respectively(mean=1,329N;SD=177N).Thestatistical analysisusingtheMann-Whitneytestshowedthatthetestgrouppresentedmaximum loadingatadisplacementof10mm,i.e.significantlygreaterthanthefailureloadingofthe controlgroup(p=0.047).
Conclusion: Themechanicalresistanceofthetestgroupwassignificantlygreaterthanthat ofthecontrolgroup.
©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora Ltda.Allrightsreserved.
Introduc¸ão
Asfraturas doquadrilrepresentamcercade 20%das fratu-rascirúrgicasemumaunidadedetraumaortopédicoegeram umcustoanualsignificativoemqualquersistemadesaúde. Asfraturas docolofemoralsomamaproximadamente 50% detodasasfraturasdaregiãodoquadril,acometem princi-palmenteos idosos esãoincomunsem pessoasabaixode 60anos.1
AOrganizac¸ãoMundialdeSaúdeprevêqueaincidênciade fraturasosteoporóticasdefêmurproximaltriplicaráaté2050.2 Napopulac¸ãoabaixode65anos,aincidênciadefraturasde colofemoraléde2-4casospor10milhabitantes.Noentanto, a incidência aumenta na populac¸ão com idade acima de 70,28/10.000emhomense64/10.000emmulheres.3,4
Nosadultos jovenssão incomunsfraturas na região do quadrilde umaforma geral,porém,porcausa dos aciden-tesde altaenergia,que envolvempráticasesportivas, ede acidentesdetrânsito,essaincidênciavemaumentando. Fre-quentementeopadrãodessetipodefraturatemtrac¸overtical comcaracterísticainstável,classificadocomoPauwelsIII.Tal classificac¸ãorelacionaoprognósticoaoângulodoplanoda fratura–conformeoânguloaumenta,ainstabilidadeda fra-turatambémaumentaeascomplicac¸õesrelacionadasàsua fixac¸ãoeconsolidac¸ãopioram.1
Otratamentodefraturadecolofemoralvariadeacordo com a idade do paciente ecom o padrão de fratura.5 Em
pacientesjovens,aosteossíntesedevesersemprepriorizada, enquantoqueempacientesmaisidososaartroplastiadeverá sercogitada.Paraospacientesdemeia-idade(40-65anos),a indicac¸ãodeveserdefinidaindividualmente.6
Parafraturasdecolofemoralsemdesvio,afixac¸ãorígida commobilidadeprecocedospacienteséopadrãode trata-mento.Múltiplos parafusoscanulados(MultipleCannulated Screws[MCS])ouosistemadinâmicodoquadril(DynamicHip System[DHS])sãocomumenteusadosnotratamento.5
Afalhadefixac¸ãoeapseudoartrosesãoasprincipais for-masde complicac¸õesdepois da fixac¸ãode fraturasde colo femoralcomousemdesvio.Pseudoartroseémaiscomume aconteceentre3,1%-8,8%doscasos,comamédiaaoredorde 6%.1
Pelodescritoacimaosautorespropõemumaanálise esta-tísticaafimdeavaliararesistênciamecânicadafixac¸ãode fraturas de colofemoral–Pauwels IIIcom DHSe parafuso antirrotatórioemossossintéticoscomparadoaumgrupo con-trole.
Material
e
métodos
Figura1– OssosintéticofixadocomDHSpré-ensaio.
Todasasamostrasdogrupotesteforampreviamente per-furadasparaacolocac¸ãoinicialdoimplantesoborientac¸ão fluoroscópica antes da osteotomia para facilitar uma reduc¸ão anatômica e o posicionamentoideal doimplante. Asosteotomiasdogrupotesteforamfeitascomumgabarito pré-fabricadoparaquenãohouvessediferenc¸aangularentre elasesimularumafraturadecolofemoraldotipoPauwelsIII homogêneaemtodososossos.
Asfixac¸õesdoscincoossos dogrupo testeforam feitas, umaauma,comDHSdetrêsfuroscomousodoguiade135◦ eestabeleceu-secomoreferênciaparaacolocac¸ãodo para-fusodeslizantede90mmumponto2cmdistalaopequeno trocânter,no centro da diáfise lateral.A placa foi fixada à diáfise femoralcomtrês parafusos corticaisde 4,5mm. No fim,osistemafoibloqueadocomusodecontrapino,quedeu compressãoaofocodaosteotomia.Seguiu-seacolocac¸ãodo parafuso antirrotatório amão livre, posicionado paralela e superiormenteaoparafusodeslizante.Paraocorreto posici-onamentofoifeitocontroleporfluoroscopiaemAPeperfil durantecadaetapadoprocedimento.Apósoprocedimento, todososossosdogrupoteste(fig.1)foramsubmetidosa radi-ografiaparaaavaliac¸ãodareduc¸ãoedobomposicionamento dasíntese(fig.2).
Osdemaiscinco ossosforamusados seminterferências na sua integridade, identificados como grupo controle, e simularamdessa forma a carga máxima de resistência do colo femoral de osso sintético intacto. Definiram-se assim o padrão-ouro de resistência previamente à ocorrência da fratura eo parâmetrode comparac¸ãopara necessidadede resistência do método de síntese usado no grupo teste (figs.3A,B).
Grupoteste
Os fêmures sintéticos fixados tinham 200mm de compri-mento e foram posicionados no sentidovertical com uma inclinac¸ãode25oemvalgo(fig.4A).Osistemadeaplicac¸ãode
cargatransmitiuaforc¸anoápicedacabec¸afemorale determi-nouumcarregamentodeforc¸aecargaaofracasso.Aanálise doensaiomecânicodessegrupofoidivididaemduasfases:
Fase1:aresistênciadafixac¸ãoem5mmdedeslocamento (fig.4B).
Fase2:aresistênciadafixac¸ãoem10mmdedeslocamento, consideradacomofalênciadaosteossíntese(fig.4C).
Duranteafase1,tambémforamavaliadososdesvios rota-cionaisdocolofemoral(fig.5).
Aformatac¸ãodesteensaiobuscouconcentraraforc¸a apli-cada no foco da osteotomia, a fim de uma análise mais adequadadaresistênciadamontagemdasíntese.
Figura3–(A)Controlenamáquinapré-ensaio.(B)Controlepós-ensaio,falência.
Figura4–(A)DHSnamáquinapré-ensaio.(B)DHSnafase1doensaio.(C)DHSnafase2doensaio.
Grupocontrole
Os fêmures sintéticos não fixados tinham o comprimento de 125mm e foram posicionados no sentido vertical em inclinac¸ãoneutra.Osistemadeaplicac¸ãodecarga transmi-tiuaforc¸anoápicedacabec¸afemoraleelafoiaplicadaaté quehouvesseafraturadocolofemoral(fig.3),parasimulara resistênciamáximapré-fratura.
Usou-se uma velocidade de aplicac¸ão de carga de20mm/minnamáquinadeensaioMTS(MaterialsTesting
System)modelo810–FlexTest40comcapacidadede100kN. Noensaiofoiusadaumacéluladecargacomcapacidadede 10kNcalibradaeaferida.Aforc¸aaxialfoiaplicadanacabec¸a femoralpormeio doencaixecom asuperfíciedopistãodo equipamento(fig.6).
Análiseestatística
Ométodoestatísticoparacomparac¸ãodaforc¸amáxima(N) entre os grupos foi o teste de Mann-Whitney. Foi usado
Figura6–Máquinadeensaiousada.
métodonãoparamétrico,poisaforc¸amáximanão apresen-toudistribuic¸ãonormal(distribuic¸ãogaussiana)porcausado númeroreduzidodaamostraanalisadaemcadagrupo.
Ocritériodedeterminac¸ãodesignificânciaadotadofoio nívelde5%.Aanáliseestatísticafoiprocessadapelosoftware SAS6.11(SASInstitute,Inc.,Cary,NorthCarolina,EUA).
Resultados
Grupoteste
Ovalordacargaemnewtons(N)aplicadaatéodeslocamento dafraturaem5mmfoide:1.512,1.439,1.205,1.251e1.273, respectivamente,para asamostrasde 1a5. Apresentaram comomédiaovalorde1.336Neumdesviopadrãode132N (tabela1,fig.7).
Ovalordacargamáximaemnewtonsaplicadaatéo deslo-camentodafraturaem10mmfoide:2.064,1.895,1.682,1.713 e1.354,respectivamente,paraasamostrasde1a5. Apresen-taramcomomédiaovalorde1.742Neumdesviopadrãode 265N(tabela1,fig.7).
Tabela1–ValoresdecargaemNcom5mmde deslocamento,cargamáximaedesviorotacionalno grupoteste
Amostra Cargacom5mmde deslocamento(N)
Cargamáxima (N)
Rotac¸ão (graus)
1 1.512 2.064 4,9
2 1.439 1.895 3,27
3 1.205 1.682 2,62
4 1.251 1.713 0,66
5 1.273 1.354 0,66
Média 1.336 1.742 2,42
Desviopadrão 132 265 1,81
Extension (mm)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 0
200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200
Load (N)
1 2 3 4 5
Figura7–Curvasforc¸axdeslocamentoparaogrupoteste.
Tabela2–ValoresdecargamáximaemNnogrupo controle
Amostra Cargamáxima(N)
1 1.544
2 1.110
3 1.359
4 1.194
5 1.437
Média 1.329
Desviopadrão 177
Osvaloresdosdesviosrotacionaisemgraus,após afase 1,dascincoamostrasforam:4,90◦;3,27◦;2,62◦;0,66◦e0,66◦,
respectivamente.Apresentaram comomédia2,42◦ edesvio
padrãode1,81◦(tabela1).
Grupocontrole
O valorde carga máxima emnewtons nas cinco amostras dogrupocontroleforam,respectivamente,1.544,1.110,1.359, 1.194e1.437.Apresentaramcomomédiaovalorde1.329Ne umdesviopadrãode177N(tabela2,fig.8).
Segundo o teste de Mann-Whitney, observou-se que o grupo testeapresentouforc¸amáxima,em10mmde deslo-camento, significativamentemaiordoqueo grupocontrole (p=0,047),conformeilustraafigura9.
Discussão
1600 1400 1200 1000 800 600 400 200 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Extension (mm)
[1] 2 3 4 5
Load (N)
Figura8–Curvasforc¸axdeslocamentoparaogrupo controle.
A B
Forçá maxlma (N)
Mediana
p = 0,047 2200 2000 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400
Figura9–Comparac¸ãoentreogrupoteste(A)eogrupo controle(B).
Duranteasatividadesdiárias,acarganacabec¸afemoralse alternaanterioreposteriormenteedeterminaforc¸asemvaro e,napresenc¸ade fraturas,forc¸asde cisalhamentovertical. Aforc¸aaplicadasobreacabec¸adocolofemoraldependedo pesodopaciente,assimcomodaatividadeexecutada.Esses parâmetrossãofundamentaisparaavaliac¸ãodaresistênciado implantenasfraturasdocolofemoral.Usaremoscomo refe-rênciaemnossoestudoumaforc¸aaxialde 1.400Ncomo a forc¸aaplicadanoquadrildeumapessoacom70kgdepeso apoiadasobreumaperna.8Osvaloresobtidosnessesensaios, comousodeDHSeparafusoantirrotatório,alcanc¸arammédia de carga,com 5mm de deslocamento, de 1.336Nedesvio rotacionalmédiode2,42◦.Noentanto,talosteossíntese supor-tou carga máxima médiade 1.742Nantes desua falência, em10mmdedeslocamento,valorsignificativamentesuperior (p=0,047)aosuportadoporumfêmursintéticointacto(grupo controle),quesuportouemmédia1.329N.
Stiasnyetal.,emestudoquecomparouresultados cirúr-gicosde 112pacientes tratadoscomMCS, DHSeDHS mais
parafusoantirrotatório,concluíramqueresultados compará-veispodemserobtidoscomousodeMCSoucomDHS no tratamentocirúrgicodas fraturasestáveisdocolodofêmur (Gardentipos1e2).Jáemfraturasinstáveisdocolofemoral (Gardentipos3e4),osbonsresultadosdotratamento depen-demdeumaboareduc¸ãoeestabilizac¸ãodafratura,quepodem serobtidoscomousodoDHS.Nessespacientes,comfraturas Gardentipo3e4,aprobabilidadedeseobterembons resulta-doscomousodeDHSfoitrêsvezesmaiordoqueaquelesque foramsubmetidosàfixac¸ãocomMCS.Naavaliac¸ãodousodo parafusoantirrotatório,concluíramqueseuusoincremental aoDHSprolongaadurac¸ãodacirurgia,aumentaaperdade sangueenãomelhoraabiomecânicadafixac¸ãodocolodo fêmur.9
Blairetal.,emestudocomossosdecadáveres, compara-ramaresistênciadafixac¸ãodefraturasbasicervicaiscomMCS, DHS eDHSmaisparafusoantirrotatórioechegaramauma resistênciamédiaemcarregamentoaxialparaoMCSde1.736
±494N,oDHSde2880±679NeoDHSmaisparafuso antir-rotatóriode2.903±598N.ConcluíramqueoDHSésuperior biomecanicamenteaousodeMCSparaotratamentode fratu-rasdocolofemoraldebasecervical.Alémdisso,observaram queemboraumparafusoesponjososuperiormentelocalizado possafornecercontrolederotac¸ãoduranteainserc¸ãodo para-fusodeslizantedoquadril,nãofornecefixac¸ãoadicionalapós acolocac¸ãodoparafusodeslizantedoquadril.10
Testes biomecânicos dos implantes desempenham um papel vital na avaliac¸ão de qualquer nova tecnologia de implante.11 A obtenc¸ão de osso cadavérico fresco, livre dedoenc¸as,paraserusadoemensaiosmecânicosde implan-tesortopédicosédifícilepodeserextremamentecara.12Outro problemaéqueasamostrasdecadáveresnãosãouniformes, oqueresultanainclusãodeamostrascomqualidadeeforc¸a ósseabastanteheterogêneas.13,14 Variac¸õesdeidadeegrau de osteoporosede espécimesdecadáveres tambémpodem influenciar parcialmentena variabilidade das propriedades mecânicas.15,16Talvariabilidadenaspropriedades geométri-casedematerialdeespécimesdecadáveresfrequentemente exige amostras proibitivamente grandes, afim de detectar diferenc¸asestatisticamentesignificativasnodesempenhodo implante.17
porcausadassuascaracterísticasnãouniformes(densidade óssea,diâmetroecomprimento),aavaliac¸ãodametodologia defixac¸ão.
Acreditamosqueoprincípiodeosteossínteseparao tra-tamento da fratura do colo femoral requer metodologia de estabilidade absoluta e ser aprimorado ao ser feito de forma minimamente invasiva. Apesar de não ter o princí-pio de estabilidade absoluta, o DHS, agregado ou não ao parafuso antirrotatório, apresenta resultados surpreenden-temente favoráveis.9,10 Tal fato poderá contribuir para um prognósticomenossombrionotratamentodefraturas instá-veisdocolofemoral.
Sugerimos novos estudos que possam aproveitar esses resultadosparaodesenvolvimentodenovosimplantesque obedec¸amànecessidadedeestabilidadeabsolutaeque pos-samserfeitosdeformaminimamenteinvasiva.
Conclusão
Aanáliseda resistência mecânicadogrupo testefoi signi-ficativamente superioràdogrupo controleeestabeleceu a possibilidadedeusodoDHSedoparafusoantirrotatóriopara osteossíntesedefraturasdocolofemoral,principalmentenas PauwelstipoIII.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
Agradecimento
À Prof. Ana Patrícia Paula, orientadora do Mestrado da Fundac¸ãodeEnsinoePesquisaemCiênciadaSaúde(Fepecs), pelasuaincondicionalajuda.
r
e
f
e
r
ê
n
c
i
a
s
1. KeatingJ.Fracturesoftheneckoffemur.In:BucholzRW, HeckmanJD,Court-BrownCM(ed.).RockwoodandGreen’s fracturesinadults.7thed.Philadelphia:LippincottWilliams& Wilkins;2010.P.1561-87.
2. CooperC,CampionG,MeltonLJ3rd.Hipfracturesinthe elderly:aworld-wideprojection.OsteoporosInt. 1992;2(6):285–9.
3. SingerBR,McLauchlanGJ,RobinsonCM,ChristieJ. Epidemiologyoffracturesin15,000adults:the
influenceofageandgender.JBoneJointSurgBr.1998;80(2): 243–8.
4.CummingsSR,NevittMC,BrownerWS,StoneK,FoxKM, EnsrudKE,etal.Riskfactorsforhipfractureinwhitewomen. StudyofOsteoporoticFracturesResearchGroup.NEnglJMed. 1995;332(12):767–73.
5.Yih-ShiunnL,Chien-RaeH,Wen-YunL.Surgicaltreatmentof undisplacedfemoralneckfracturesintheelderly.IntOrthop. 2007;31(5):677–82.
6.SendtnerE,RenkawitzT,KramnyP,WenzlM,GrifkaJ. Fracturedneckoffemur–Internalfixationversus arthroplasty.DtschArzteblInt.2010;107(23):401–7.
7.KaplanT,AkesenB,Demira ˘gB,BilgenS,DurakK. Comparativeresultsofpercutaneouscannulatedscrews, dynamiccompressiontypeplateandscrewforthetreatment offemoralneckfractures.UlusTravmaAcilCerrahiDerg. 2012;18(1):65–70.
8.DenhamRA.Hipmechanics.JBoneJointSurgBr. 1959;41–B:550–7.
9.StiasnyJ,DraganS,KulejM,MartynkiewiczJ,PłochowskiJ, DraganSŁ.Comparisonanalysisoftheoperativetreatment resultsofthefemoralneckfracturesusingside-plateand compressionscrew
andcannulatedAOscrews.OrtopTraumatolRehabil. 2008;10(4):350–61.
10.BlairB,KovalKJ,KummerF,ZuckermanJD.Basicervical fracturesoftheproximalfemur.Abiomechanicalstudyof3 internalfixationtechniques.ClinOrthopRelatRes. 1994;(306):256–63.
11.ChouekaJ,KovalKJ,KummerFJ,CrawfordG,ZuckermanJD. Biomechanicalcomparisonoftheslidinghipscrewandthe domeplungerEffectsofmaterialandfixationdesign.JBone JointSurgBr.1995;77(2):277–83.
12.SzivekJA.Syntheticmaterialsandstructuresusedasmodels forbone.In:AnYH,DraughnRA,editors.Mechanicaltesting ofboneandthebone-implantinterface.BocaRaton:CRC Press;1999.p.159–75.
13.CristofoliniL,VicecontiM,CappelloA,ToniA.Mechanical validationofwholebonecompositefemurmodels.JBiomech. 1996;29(4):525–35.
14.MartiA,FankhauserC,FrenkA,CordeyJ,GasserB. Biomechanicalevaluationofthelessinvasivestabilization systemfortheinternalfixationofdistalfemurfractures. JOrthopTrauma.2001;15(7):482–7.
15.HeinerAD,BrownTD.Structuralpropertiesofanewdesign ofcompositereplicatefemursandtibias.JBiomech. 2001;34(6):773–81.
16.BolligerNetoR,RossiJD,LeivasTP.Experimental
determinationofbonecortexholdingpoweroforthopedic screw.RevHospClinFacMedSaoPaulo.1999;54(6):181–6.