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Analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios não esteroides em prescrições pediátricas.

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Academic year: 2017

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TEMAS LIVRES FREE THEMES

1 Curso de Farmácia, Universidade de Sorocaba. Rodovia Raposo Tavares Km 92,5, Vila Artura. 18.023-000 Sorocaba SP Brasil.

taniasbragia@terra.com.br 2 Departamento de Informática e Estatística, Centro Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina.

Analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios não esteroides

em prescrições pediátricas

Analgesics, antipyretics and non-steroidal anti-inflammatory

drugs in pediatric prescriptions

Resumo O uso de analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios não esteroides por crianças muitas vezes não tem aprovação das agências regulado-ras, nem respaldo das evidências científicas. Pres-crições pediátricas podem ser influenciadas por fatores que não favorecem o uso racional dos me-dicamentos desta classe. O objetivo deste trabalho foi avaliar a utilização de analgésicos, antipiréti-cos e anti-inflamatórios não esteroides em crian-ças, considerando os setores público (SUS) e pri-vado (N-SUS). A amostra foi composta por 150 prescrições (101 SUS e 49 N-SUS) seguidas de en-trevista aos cuidadores, em dezoito locais (nove drogarias privadas e nove Unidades de Saúde do SUS). Os medicamentos foram prescritos de for-ma apropriada, segundo faixa etária, somente em 21,8% (SUS) e 29,6% (N-SUS) das prescrições. Mais de 95% das receitas, independente da ori-gem, não atenderam aos critérios estabelecidos para avaliação do uso racional, com erros de dose, frequência e duração do tratamento. A análise das prescrições de analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios não esteroides para crianças não apresentou diferenças significantes nos setores público e privado.

Palavras-chave Analgésicos, Antipiréticos, Anti-inflamatórios não esteroides, Prescrições, Uso de medicamentos, Pediatria

Abstract The use of analgesic, antipyretic and non-steroidal anti-inflammatory drugs by chil-dren more often than not neither have the ap-proval of regulatory agencies nor the endorsement of scientific evidence. Pediatric prescriptions can be influenced by factors that do not promote the rational use of drugs by this category. The objec-tive of this study was to evaluate the use of analge-sic, antipyretic and non-steroidal anti-inflamma-tory drugs in children, considering the public (SUS) and private (N-SUS) sectors. The sample com-prised 150 prescriptions (101 SUS and 49 Non-SUS) followed by interviews with the caregivers in eighteen locations (nine private drugstores and nine units of the Unified Health System (SUS). The drugs were prescribed appropriately, by age group, only in 21.8% (SUS) and 29.6% (Non-SUS) prescriptions. Over 95% of prescription, re-gardless of source, did not meet the established cri-teria for evaluation of their rational use, with dosage, frequency and duration of treatment er-rors. The analysis of prescriptions for analgesic, antipyretic and non-steroidal anti-inflammatory drugs for children revealed no significant differ-ences between the public and private sectors.

Key words Analgesics, Antipyretics, Non-steroi-dal anti-inflammatory drugs, Prescriptions, Use of medication, Pediatrics

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Ferreira TR Introdução

A prescrição pediátrica é direcionada ao acom-panhante da criança, geralmente a mãe, que será responsável pela correta execução do tratamen-to, cujo sucesso depende óbvia e integralmente deste fato. Para que haja compreensão das pres-crições, elas devem ser sempre escritas com letra legível, em linguagem compreensível, não devem conter símbolos e/ou abreviaturas e devem tra-zer explicações de todo seu conteúdo, adequado

ao grau de entendimento do cuidador1. Alguns

preceitos gerais sobre prescrição de

medicamen-tos são obrigatórios e definidos por lei2,3, outros

correspondem a Boas Práticas4 e ao Código de

Ética Médica5.

Com frequência, a prescrição nas faixas pe-diátricas é baseada em extrapolações de doses e/ ou modificações de formulações para adultos, ignorando-se completamente as diferenças entre estes e crianças, e submetendo-as aos riscos de

eficácia não comprovada6 e tomada de decisão

duvidosa7. Por isso, no ato da prescrição, o

pro-fissional médico deve utilizar além de sua experi-ência clínica, as informações que adquire de dife-rentes fontes de informação baseadas em evidên-cias científicas que favoreçam a seleção do

me-lhor tratamento e sua adesão8, evitando-se

pre-ferencialmente o uso de medicamentos de

intro-dução recente no mercado9.

Estima-se que 30% dos medicamentos pres-critos para crianças pertençam ao grupo dos

anti-inflamatórios não esteroides10, apesar de sua

to-xicidade11 e de seus efeitos adversos12. Os

analgé-sicos, antipiréticos (AA) e os anti-inflamatórios não esteroides (AINE) cuja indicação inclui o uso em pediatria, segundo o Formulário Terapêutico

Nacional13, a Anvisa e a FDA, são: ácido

acetilsa-licílico, paracetamol, ibuprofeno e dipirona. Po-rém, mesmo sem ter seu uso em crianças apro-vado pela Anvisa, fármacos como nimesulida, diclofenaco, naproxeno e piroxicam eram muito prescritos para uso em pediatria em algumas

re-giões do Brasil14. Não foram encontrados dados

atualizados, que confirmem ou não o uso de tais medicamentos em crianças no Brasil.

Lista de medicamentos estaduais (Resme) e municipais (Remume) ainda incluem muitos des-tes fármacos cuja utilização não segue protoco-los clínicos e recomendações baseadas em

evi-dências clínicas15. O SUS poderia se beneficiar

com pesquisas que pudessem identificar se o pa-drão de uso de medicamentos de elevado consu-mo, principalmente em população vulnerável (pediátrica), está relacionado ao tipo de

profissi-onal prescritor vinculado a este e diverge do se-tor privado ou se este padrão é comum a ambos os setores. Tais achados levariam a intervenções distintas junto à classe médica e principalmente à gestão da Assistência Farmacêutica local. Além disso, a detecção pontual deste tipo de problema poderia favorecer o uso racional desta classe de medicamentos, o acesso daqueles considerados eficazes e seguros e identificar se os prescritores do SUS são influenciados por um padrão geral de prescrição ou se estão diretamente condicio-nados às listas de medicamentos locais. Assim, esta pesquisa se propôs avaliar de forma com-parativa, o uso racional de analgésicos e anti-inflamatórios não esteroides em crianças a par-tir de prescrições provenientes dos setores públi-co (SUS - Sistema Únipúbli-co de Saúde) e privado (N-SUS) na cidade de Sorocaba, São Paulo.

Casuística e método

Trata-se de estudo observacional, transversal, re-alizado a partir de análise de prescrições pediátri-cas e de informações fornecidas pelos cuidadores. A coleta de dados ocorreu em nove farmácias privadas e em nove locais do setor público de Sorocaba, sendo estes: seis Unidades Básicas de Saúde (UBS), duas Unidades Pré-Hospitalares (UPH) e uma Clínica de Especialidades Médicas (Policlínica) por estarem inseridas em bairros populosos e por atenderem públicos com dife-rentes enfermidades e faixas de renda. A coleta de dados também ocorreu na Farmácia Comunitá-ria Vital Brazil, que atua como farmácia-escola, sendo administrada pela Universidade de Soro-caba com apoio da PUC (SP) e atende gratuita-mente um público bastante diversificado, inclu-indo prescrições provenientes de setor público e privado. A pesquisa foi iniciada após a aprova-ção do projeto pelo CEP - UNISO.

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Em seguida foram convidados a responder um questionário composto por perguntas estrutu-radas, fechadas e abertas que contemplaram va-riáveis relacionadas ao paciente, à prescrição de AA e AINE, ao tratamento e dados relativos ao cuidador.

Análise dos dados

Para avaliação do uso racional levou-se em conta se o medicamento era apropriado (para a idade e se havia riscos de interações graves ou de contraindicações), se dose, frequência e duração estavam adequadas. Foi considerado inadequa-do a ausência de dainadequa-dos e informações incomple-tas e que poderiam causar dúvidas e/ou induzir a erros de utilização. Para o referencial teórico

se-guiram-se as informações contidas no Drugdex12,

além disso, para a verificação da adequação da dose, da frequência e da duração do tratamento utilizaram-se os dados provenientes das respec-tivas bulas e informações fornecidas pelo fabri-cante do medicamento.

Foram verificadas possíveis associações entre SUS e N-SUS com as diferentes variáveis. Para análise da relação existente entre as variáveis, apli-cou-se o teste Qui-Quadrado e em algumas o tes-te Exato de Fisher. A força da associação entre o desfecho e as variáveis independentes foi estima-da através do cálculo de razões de prevalência e seus respectivos intervalos de confiança de 95%.

Resultados

Os dados do estudo foram coletados nos meses de janeiro a setembro de 2009, em diferentes dias, contemplando os quatro períodos sazonais. Fo-ram colhidas informações referentes a 150 recei-tas e entrevisrecei-tas aos cuidadores nos diversos lo-cais selecionados. Destas, 101 são provenientes do SUS e 49 do N-SUS. Este último incluiu recei-tas provenientes de convênios, cooperativas e particulares. A idade dos pacientes variou de cin-co dias a 12 anos, cin-com mediana de 4,8 anos. Fo-ram 431 medicamentos prescritos, sendo 295 contidos em prescrições do SUS e 136 N-SUS. Este total corresponde a 68 fármacos, divididos em 35 classes terapêuticas (ATC), com a média de 2,9 medicamentos por paciente atendido no SUS e 2,8 por pacientes N-SUS. Nas receitas do SUS, em 88,1% estavam prescritos medicamen-tos constantes na Rename 2008, enquanto no N-SUS apenas 68,5%, p < 0,001. Tanto nas receitas provenientes do SUS (64,3%) quanto N-SUS

(51,0%) verifica-se prevalência de três ou mais medicamentos. Mais pacientes do N-SUS (51,0%) usaram medicamentos não incluídos nas pres-crições que os pacientes SUS (32,6%), p < 0,05. Constatou-se a maior prevalência de receitas pres-critas por pediatras, mas destaca-se que em mais da metade das prescrições não consta a especia-lidade do médico. Quanto ao grau de escolarida-de do cuidador poescolarida-de-se observar que 17,8% SUS e 14,8% N-SUS tinham menos de três anos de estudo. O cuidador da criança entrevistado no SUS foi, em sua maioria, mães (53,4%) diferen-temente do setor privado onde o cuidador era o avô/avó (30,6%), (p < 0,05) Tabela 1.

Quase a totalidade das receitas, independente da origem, não apresenta orientações não medi-camentosas. Em mais de 79,8% das receitas não foi encontrada a duração do tratamento, elemen-to que além de auxiliar o próprio usuário, é im-portante para que outros profissionais da saúde possam orientar a utilização dos medicamentos prescritos. Em 92,6% do total de receitas não continham a idade dos pacientes e em 96,6% não constavam o peso corporal. Quando se compa-ram estas duas variáveis (idade e peso) com a procedência da receita, verifica-se que nas do SUS (97,1% e 99,0%) a ausência destes dados é maior que nas do N-SUS (83,7% e 91,9%), (p < 0,05).

Tanto SUS (110 medicamentos) quanto N-SUS (54 medicamentos) continham mais de um AA e AINE prescrito por receita. Foram observa-das diferenças estatísticas significantes (p < 0,05), para a indicação da dipirona (61,8%) no SUS e do cetoprofeno no N-SUS (18,5%). Dois AA e AINE se destacam no SUS, dipirona e ibuprofe-no pela prevalência de prescrição. Já ibuprofe-no setor pri-vado destacam-se ibuprofeno, dipirona, cetopro-feno e paracetamol nesta ordem de prevalência (Tabela 2).

Constatou-se 12,9% SUS e 12,2% N-SUS de interações medicamentosas contraindicadas, isto é, aquelas que impedem absolutamente a conti-nuação do uso. Segundo British National

Formu-lary16, ibuprofeno reduz a excreção de

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Ferreira TR

em aproximadamente 70% das vezes, mas se equi-vocam na dose, frequência e duração, pois so-mente 13,6% (SUS) e 24,0% (N-SUS) o fazem na dose adequada; 12,7% (SUS) e 24,0 % (N-SUS) foram feitas com frequência correta e, surpreen-dentemente, 2,7% (SUS) e 0% (N-SUS) com a duração adequada, Tabela 4.

Discussão

Considerando o número de farmácias e drogari-as privaddrogari-as de Sorocaba (170), inicialmente o

tra-balho se propôs a entrevistar os pacientes em 10% destes locais. No entanto, houve dificuldade em se obter autorização para a permanência da pesquisadora nestes estabelecimentos privados e por isso a coleta se deu em nove locais, distribu-ídos em cinco macrorregiões do município. Res-salta-se que o tamanho da amostra ou o método utilizado na coleta dos dados podem ser respon-sáveis pelas situações em que não foram obser-vadas associações estatísticas.

O índice médio do número de medicamentos prescritos por receita (2,98) foi um pouco supe-rior ao de outros estudos voltados à prescrição Variável

Especialidade Médica Pediatria

Outra especialidade Não consta Faixa etária *

Menos de 1 ano De 1 até 4 anos Mais de 4 até 7 anos Mais de 7 anos

Quantidade medicamentos na receita 1

2 > 3

Uso de outros medicamentos não incluídos na receita

Tabela 1. Caracterização das prescrições pediátricas (n = 150) contendo analgésicos, antipiréticos e

anti-inflamatórios não esteroides, provenientes da rede pública (SUS) e privada (N-SUS) de Sorocaba (SP), jan./set. 2009. n 28 9 64 17 37 27 20 10 26 65 33 % 27,7 8,9 63,3 16,3 36,6 26,6 19,8 9,9 25,7 64,3 32,6 n 20 3 26 4 21 8 16 8 16 25 25 % 40,8 6,1 53,0 8,1 42,8 16,3 32,6 16,3 32,6 51,0 51,0 p-valor 0,263** 0,116** 0,262** 0,031**

* Formulário Terapêutico Nacional, 2010, modificado. * * p-valor para teste Qui-Quadrado.

Setor público (n = 101)

Setor privado (n = 49)

Nome do fármaco

ácido acetilsalicílico cetoprofeno dipirona ibuprofeno nimesulida paracetamol piroxicam Total ATC*

N02BA01(4), B01A (1) M01AE03 N02BB02 M01AE01 M01AX17 N02BE01 M01AC01

Tabela 2. AA e AINE presentes nas receitas pediátricas atendidas por drogarias e farmácias da rede pública e

privada de Sorocaba, SP, jan./set. 2009.

% 4,5 5,4 61,8 20,0 0 8,2 0 100 n 5 6 68 22 0 9 0 110 n 0 10 14 18 2 8 2 54 % 0 18,5 25,9 33,3 3,7 14,8 3,7 100 p p p p p** 0,173* 0,038* < 0,001*** 0,081*** 0,105* 0,285*** 0,105*

SUS (n = 101)

*ATC Anatomical Therapeutic Chemical. **p-valor do teste exato de Fisher. *** p-valor para teste Qui-Quadrado.

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pediátrica como, por exemplo, em Ribeirão Pre-to (SP) (2,2), em Araraquara (SP) (2,5); em Ta-batinga (SP) (2,6); em Campo Grande (MS) (2,3)14,17-19.

Não foram encontradas diferenças significan-tes entre o índice médio de medicamentos pres-critos no SUS (3,0) e no setor privado (2,8). Se considerarmos que 30% dos cuidadores (n = 58) informaram que as crianças estavam utilizando medicamentos não prescritos na receita atual, correspondendo a 75 medicamentos a mais do que o total já contabilizado, este dado eleva o índice de consumo médio de medicamento por criança de 2,98 para 3,3, independente da origem das receitas. Pode-se notar que, em países onde existe controle menos rígido sobre a propagan-da e comercialização de medicamentos, o núme-ro de fármacos prescritos por consulta chega ser

duas a três vezes maiores do que aquele

observa-do em países nórdicos20,21.

Somente 12% das receitas continham um medicamento e 60% destas continham mais de três. Este indicador reflete o nível de polimedica-ção encontrado nestas receitas. Levando-se em conta que a mediana da idade foi de 4,8 anos, que a faixa etária prevalente foi de 1 a 4 anos (38,6%), nota-se que as prescrições contendo maior número de medicamentos ocorreram em faixas etárias menores, por exemplo, em crian-ças com menos de um ano (n = 21) cerca de 80% (n = 17) tinham prescrição de três ou mais medi-camentos, comparado às crianças com mais de sete anos de idade (n = 36) com 47,2% (n = 17) das prescrições. Estes resultados são similares a outros dados de literatura onde os autores refe-rem maior consumo de medicamentos nos dois Fármacos

dipirona

ibuprofeno

Subtotal

ibuprofeno

Associações

+ ácido acetilsalicílico + cetoprofeno + ibuprofeno + nimesulida + paracetamol + cetoprofeno + paracetamol

+ metotrexato

Tabela 3. Caracterização das interações medicamentosas quanto aos AA e AINE prescritos e à severidade,

em receitas pediátricas provenientes da rede pública (SUS) e privada (N-SUS) de Sorocaba-SP, jan./set. 2009.

%

4,9 3,0 3,0 0 0 1,0 1,0 12,9

1,0

n

5 3 3 0 0 1 1 13

1

n

0 1 1 2 1 1 0 6

0

%

0 2,0 2,0 4,0 2,0 2,0 0 12,2

0

p-valor

0,173* 1,000* 1,000* 0,105* 0,327* 0,548* 1,000*

1,000*

SUS (n = 101)

*p-valor do teste exato de Fisher.

N-SUS (n = 49)

Interações contraindicadas

Interações graves

Indicadores de uso racional

Medicamento apropriado Dose certa

Frequência certa Duração certa

Tabela 4. Conformidade das prescrições pediátricas do SUS e N-SUS contendo AA e AINE segundo os

indicadores para o uso racional de medicamentos, Sorocaba-SP, jan./set. 2009.

p-valor

0,500 0,046* 0,049* 0,551

* p-valor do Teste Qui-Quadrado seguido de Teste exato de Fisher. Medicamento apropriado = adequado para as características dos pacientes (idade) e que não apresentava riscos de interação grave ou contraindicação.

%

78,2 13,6 12,7 2,7

n = 110

86 15 14 3

n = 54

38 13 13 0

%

70,4 24,0 24,0 0

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Ferreira TR primeiros anos de vida22,23. De qualquer forma,

a prevalência de utilização de mais de três medi-camentos nesta amostra foi muito superior ao encontrado em Ribeirão Preto (SP) (32,1%) e foi similar ao encontrado em Tabatinga (SP) (50%), demonstrando a intensa medicalização das cri-anças desde o início de suas vidas.

As pessoas acreditam que encontrarão a so-lução para todos os males nos medicamentos. Cada vez mais se estimula a medicalização da vida, com consequente aumento do uso de

me-dicamentos24. Por outro lado, o consumo de

medicamentos é, também, um indicador impor-tante para avaliar a qualidade dos serviços de saúde e a efetividade da propaganda de

medica-mentos junto aos médicos e à população25.

Paci-entes do setor privado (51,0%) usam mais me-dicamentos não incluídos nas prescrições que os pacientes SUS (32,6%), p < 0,05. Estes achados preocupam quando se trata de interação medi-camentosa grave ou contraindicada, gerando ris-cos desnecessários, principalmente nesta faixa etária. A interação medicamentosa contraindi-cada nesta amostra ocorreu entre dois antipiré-ticos, confirmando os estudos realizados na

Ar-gentina26 e na Venezuela27 onde os clínicos

pres-crevem os antipiréticos para serem utilizados de maneira alternada. Trata-se, sem dúvida, de uso não apropriado.

Resultado bastante interessante deste traba-lho é que nas receitas do SUS, em 88,1% estavam prescritos medicamentos constantes na Rename 2010, enquanto no setor privado apenas 68,5%, p < 0,001. Outros estudos encontraram valores in-feriores a este com relação ao SUS, por exemplo, Ribeirão Preto (SP) teve 82,5% de concordância, 47% em Araraquara (SP), 32,6% em Tabatinga (SP) e apenas em Campo Grande (MS) esse valor

foi ligeiramente superior com 89,5%14,18,19,28.

Os AINE estão entre os fármacos mais fre-quentemente utilizados em todo o mundo. Nos Estados Unidos, eles respondem por mais de 70 milhões de prescrições e mais de 30 bilhões de comprimidos de venda livre comercializados

anu-almente29. Além disso, vários estudos mostram

que os AA e os AINE estão entre os medicamen-tos mais utilizados por crianças, com ou sem

prescrição médica10,14,30-32 no Brasil. Em vários

países desenvolvidos a indicação da faixa etária para uso deste grupo é bastante restrita, devido aos poucos estudos do seu uso em crianças abai-xo de 12 anos ou mesmo em adolescentes. Nesta amostra estes fármacos foram o terceiro grupo mais prescrito. Os sete fármacos encontrados foram prescritos 164 vezes, sendo 110 em

recei-tas do SUS e 54 do setor privado. Este total equi-vale a 1,09 medicamentos desta classe por paciente atendido. No SUS prevaleceram prescrições de dipirona (61,8%) e ibuprofeno (20,0%), p < 0,05. Já no setor privado, foram mais frequentes as prescrições com: ibuprofeno (33,3%), dipirona (25,9%), cetoprofeno (16,7%) e paracetamol (14,8%), resultados idênticos ao encontrado por Moraes et al.33.

Ácido acetilsalicílico (ASA), ibuprofeno e pa-racetamol são os agentes mais utilizados para a redução da febre em crianças. Ao longo dos últi-mos 20 anos, por causa da associação entre o uso de ASA e a síndrome de Reye, a frequência de uso do ibuprofeno e do paracetamol vem

au-mentando34.

Síndrome de Reye é uma condição caracteri-zada por encefalopatia não inflamatória aguda e insuficiência hepática. A associação desta síndro-me com o uso de salicilatos foi demonstrada em vários estudos epidemiológicos de todo o mun-do. No entanto, menos de 0,1% das crianças que tomaram ASA desenvolveram a síndrome, mas, 80% dos pacientes diagnosticados com a síndro-me de Reye tinham tomado ASA nas últimas 3

semanas35,36. O nexo causal foi questionado com

base em preconceitos e limitações nos estudos, mas as recomendações das agências governamen-tais de saúde que as crianças não sejam tratadas com salicilatos levaram a uma diminuição ime-diata e dramática na incidência da síndrome de

Reye34,35.

Além disso, ASA é contraindicado para crian-ças menores de seis anos, devido a sua maior to-xicidade em comparação com outros

antipiréti-cos11,37.

Em virtude das eficácias antipiréticas compa-ráveis e perfis de tolerabilidade favocompa-ráveis, ibupro-feno e paracetamol, quando utilizados de forma correta, com formulações adequadas para a faixa etária, devem continuar a ser a terapia de primeira linha para o tratamento da febre infantil33,38,39.

(7)

pres-crição médica, pois a incidência de agranulocito-se nesagranulocito-ses paíagranulocito-ses é casuística40,41. As análises

recen-tes mostram que os resultados sobre a incidên-cia de mielotoxicidade e uso de dipirona podem estar superestimados. O risco estimado desta complicação mostra uma variabilidade geográ-fica elevada, o que é susceptível de refletir dife-renças genéticas das populações avaliadas em

estudos epidemiológicos. Hedenmalm e Spigset42

relataram a incidência de 1 caso por 1.431

pres-crições na Suécia. Ibanez et al.43 encontraram que,

na Espanha, o risco de agranulocitose quando do uso de dipirona em doses habituais e por um curto período de tempo é extremamente baixo, ou seja, 0,56 casos/habitante/ano. Entretanto, também observaram que o risco de agranuloci-tose fatal aumenta em vinte vezes com o

prolon-gamento da administração43,44.

A única recomendação acerca do uso do me-dicamento encontrada nas prescrições de ambos os setores (72,6%) foi: “usar se febre e/ou dor”. Esta expressão é entendida como: a avaliação do uso do medicamento fica a cargo do responsável pela criança e não mais do clínico. Como se isso não fosse o bastante para que erros ocorressem, o prescritor não informa qual o máximo de dose que pode ser administrado em um dia e qual o intervalo mínimo entre uma dose e outra. Estão os responsáveis cientes da dose máxima e do in-tervalo de uso do medicamento? Sabem eles os riscos aos quais se podem expor uma criança utilizando um AA ou AINE em dose ou esquema posológico inadequado? Este panorama atual mostra, em parte, a falta de compromisso do prescritor com o paciente depois que o mesmo deixa o consultório.

Os pais costumam ter falsos temores e cren-ças sobre a febre, superestimando seus possíveis perigos; fato conhecido como Fobia da Febre. O medo infundado leva ao tratamento desnecessá-rio da febre e ao uso excessivo dos serviços de saúde45,46.

Usualmente, define-se como febre a ratura retal igual ou superior a 38ºC ou

tempe-ratura axilar acima de 37,3 ºC1. Para um

recém-nascido, definiu-se febre como uma

temperatu-ra retal > 38ºC45. Segundo recomendações

conti-das em protocolos clínicos, o tratamento da fe-bre em pediatria deve ser restrito a utilização de antipirético em casos de temperatura muito ele-vada, motivo de desconforto para a criança ou quando tiver risco definido para uma determi-nada criança11,37,47.

Mas também se postula que os clínicos têm conhecimentos deficientes sobre a febre e não

assumem condutas diante de uma criança em estado febril. Tem-se demonstrado que os médi-cos, de modo geral, têm preocupações exagera-das sobre a febre, da qual os leva a assumir con-dutas agressivas e de duvidosa utilidade para tra-tá-la, como são principalmente as combinações

entre dois antipiréticos27. Se a febre representa

resposta benéfica ou prejudicial à infecção tem sido motivo de debate durante muitos anos, mas as evidências indicam que é benéfica e sua su-pressão na maioria dos casos não tem benefício

demonstrado48.

Assim, a falta de esclarecimento sobre os reais benefícios e riscos destes medicamentos, acresci-do acresci-do fato de ser, a grande maioria de venda livre, tem levado ao seu uso indiscriminado, principal-mente no meio pediátrico. Muitas vezes são pres-critos sem um objetivo terapêutico específico, ge-rando iatrogenias e elevação do custo do

trata-mento, além de aumento de morbidade49-52.

Considerando o conceito de uso racional de medicamentos foi observado que em 40% das prescrições provenientes do SUS e em 64% das N-SUS o medicamento não estava apropriado, ou seja, não estava adequado às características dos pacientes, aqui avaliado considerando so-mente faixa etária, e que não apresenta riscos de interação grave ou contraindicação. Seguindo o conceito de uso racional, quando se toma o per-centual daqueles considerados adequados e veri-fica se a dose, a frequência e a duração do trata-mento estão apropriadas, somente 3% das pres-crições do SUS e nenhuma do setor privado aten-dem ao critério de uso racional ou prescrição racional, não sendo diferentes estatisticamente.

Considerações finais

(8)

exis-Ferreira TR tem prescrições pediátricas de analgésicos, anti-piréticos e anti-inflamatórios não esteroides que atendam a este critério no setor privado e, no SUS, não chegam a 3%.

A educação e a informação desprovida de in-teresse comercial poderiam contribuir para o uso racional de medicamentos, além de medidas re-guladoras mais severas quanto à prescrição pe-diátrica. Melhorar a qualidade da formação dos médicos, considerando o uso pediátrico de me-dicamentos antipiréticos, analgésicos e anti-in-flamatórios não esteroides, reforçando progra-mas acadêmicos, poderia ser uma das medidas preconizadas para melhoria do uso racional de medicamentos em crianças. Neste contexto, Ins-tituições de ensino e profissionais de saúde deve-riam assumir papeis transformadores.

Colaboradores

(9)

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Tabela 1. Caracterização das prescrições pediátricas (n = 150) contendo analgésicos, antipiréticos e
Tabela 4. Conformidade das prescrições pediátricas do SUS e N-SUS contendo AA e AINE segundo os

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