ANA VALÉRIA PAGLIARI
ANÁLISE DA CONCENTRAÇÃO
DE ÍON FLÚOR EM LEITE EM PÓ
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ANA VALÉRIA PAGLIARI
ANÁLISE DA CONCENTRAÇÃO
DE ÍON FLÚOR EM LEITE EM PÓ
Disse rta ç ã o a p re se nta d a a o Pro g ra ma d e Pó s-G ra d ua ç ã o e m O d o nto lo g ia Pre ve ntiva e So c ia l d a Fa c uld a d e d e O d o nto lo g ia d e Ara ç a tub a , Unive rsid a d e Esta d ua l Pa ulista , c o mo p a rte d o s re q uisito s p a ra o b te nç ã o d o título d e MESTRE.
O rie nta do ra : Pro fª Adj. Suze ly Ada s Sa lib a Mo im a z
Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca da FOA / UNESP
Pagliari, Ana Valéria
P138a Análise da concentração de íon flúor em leite em pó / Ana Valéria Pagliari. -- Araçatuba : [s.n.], 2004
133 f. : il.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Odontologia, Araçatuba, 2004
Orientador: Profa. Adj. Suzely Adas Saliba Moimaz
1.Flúor. 2.Fluorose dentária. 3.Substitutos do leite. 4.Fórmulas infantis. 5.Leite.
Black D5
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Este trabalho, como tudo de melhor
em minha vida, é fruto da sabedoria,
abnegação e do amor de
Ana
e
Jorge
,
pais presentes e carinhosos, que
ofereceram aos filhos todas as
oportunidades
que não tiveram,
valorizando e incentivando nossas
conquistas profissionais e pessoais.
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Deus, Pai da vida,
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Agradeço especialmente,
À minha orientadora, Profª. Drª. Suzely Adas Saliba Moimaz, pela confiança em mim depositada, pela
eficiência, firmeza, profissionalismo com que me
conduziu na realização deste trabalho.
À Profª. Drª. Nemre Adas Saliba, pela criação do Programa de Pós-Graduação em Odontologia Preventiva e Social e pela extrema dedicação à Odontologia Brasileira.
Ao Prof. Dr. Orlando Saliba, por continuar
formando profissionais e pela paciência a mim dedicada
na análise estatística dos resultados deste trabalho. À Profª. Drª. Cléa Adas Saliba Garbin, por estimular minha persistência.
À toda família Saliba, pelo acolhimento e generosidade.
Aos Professores Doutores Alberto Carlos Botazzo Delbem e Kikue Takebayashi Sassaki, pelo precioso auxílio e disposição em colaborar com esta pesquisa.
Às colegas de laboratório Fernanda Brighenti e Eliana Rodrigues, pela companhia e ajuda desinteressada durante os experimentos.
À Natanael Barbosa dos Santos e Cézar Augusto Casotti, pelas valiosas sugestões.
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pelos ótimos momentos compartilhados no curso e no Edifício Hiala.
Aos meus “irmãos postiços” Andréia e Cézar, minha família presente em Araçatuba.
À Adriana, Amanda, Cau, Gabi, Iraci, Jean, Rosana, Zeneide e Zuleika, pela companhia nas tardes de sábado.
Aos amigos Gisele, Leonardo e Alexandre, por acreditarem e torcerem por mim.
À minha MARAVILHOSA família: Jorge, Ana Neri, Gustavo, Gerônimo, Iara, Eduardo e Bruna, pelo carinho, incentivo, por acreditarem nos meus sonhos e por serem sempre o meu “porto seguro”.
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Meus agradecimentos
,
Ao Prof. Dr. Paulo Roberto Botacin e ao Prof. Dr. Célio Percinoto, Diretor e Vice-diretor da Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual Paulista, campus de Araçatuba.
À Profª. Drª. Cléa Adas Saliba Garbin e à Profª.
Drª. Suzely Adas Saliba Moimaz, coordenadora e
vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em
Odontologia Preventiva e Social.
Aos Professores Doutores Artênio José Isper Garbin, Cléa Adas Saliba Garbin, Dóris Hissako Sumida, Eliel Soares Orenha, Maria Lúcia Marçal Mazza Sundefeld, Nemre Adas Saliba, Orlando Saliba, Renato Herman Sundfeld, Renato Moreira Arcieri, Silvio José Mauro, Suzely Adas Saliba Moimaz e demais professores do Programa de Pós-Graduação em Odontologia Preventiva e Social.
Aos funcionários do Programa de Pós-Graduação em Odontologia Preventiva e Social, Neusa Martins Rovina Antunes, Nilton César Souza, Sônia Maria Batista de Souza Costa e Valderez Freitas Rosa.
Aos funcionários da Biblioteca da Faculdade de Odontologia da UNESP-Araçatuba, em especial à Ana Cláudia Martins Grieger Manzatti e à Isabel Pereira de Matos.
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Inácio Pinheiro, Marina Midori Sakamoto Kawagoe e Valéria de Queiroz Zagatto.
Aos colegas do Programa de Pós-Graduação em Odontologia Preventiva e Social, Adriana, Alessandra, Alessandro, Antônio (Nino), Andréia, Bruno, Cézar, Cláudio, Eduardo, Fabíola, Giancarlo, Keila, Lívia, Natanael, Nelly, Patrícia, Renata, Ronald e Wanilda.
Aos ex-alunos do Programa de Pós-Graduação em Odontologia Preventiva e Social, Franklin, Maria Eneide, Regina, Rosani e em especial à Ioneide Maria Gomes Brandão.
À Profa. Dra. Marília Afonso Buzalaf e às pós-graduandas Beatriz Almeida e Vanessa Cardoso, pela atenção recebida em Bauru-SP.
À Fundação Mirim de Araçatuba e a Cirurgia-dentista Neusa Keiko Minatogawa, pela contribuição no meu estágio de docência.
À Andréia Antoniuk Presta, pela formatação deste trabalho.
À Sônia Souza, pela revisão de português.
À CAPES, pelo financiamento da bolsa de estudos. À FUNDUNESP, pelo auxílio financeiro a esta pesquisa.
A todos, que de alguma forma participaram deste meu sonho...
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“ Esforce-se, aprenda, supere-se e experimentará o que significa penetrar os segredos da Vida ou os mistérios de Deus. Descobrirá, por fim, como é bom enxergar através de horizontes mais amplos, como é bom aumentar a própria luz para andar com segurança e firmeza pelos caminhos humanos”
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PAGLIARI, A. V. Análise da concentração de íon flúor em leite em pó. 2004. 133 f. Dissertação (Mestrado em Odontologia Preventiva e Social) - Faculdade de Odontologia, Universidade Estadual Paulista, Araçatuba, 2004.
RESUMO
O le ite ma te rno é , ind isc utive lme nte , o a lime nto id e a l p a ra o s p rime iro s me se s d e vid a d a c ria nç a , ma s e xiste m situa ç õ e s q ue imp o ssib ilita m o u d ific ulta m se u c o nsumo . Ne ste s c a so s, fó rmula s infa ntis, le ite d e va c a inte g ra l d iluíd o e le ite d e so ja p o d e m se r o fe re c id o s. Este tra b a lho p re te nd e a va lia r o le ite c o mo c o ntrib uinte p a ra a ing e stã o d iá ria d e flúo r e m c ria nç a s e c o mo fa to r d e risc o p a ra o d e se nvo lvime nto d e fluo ro se d e ntá ria . A p rime ira p a rte p ro c ura e stima r e sta c o ntrib uiç ã o , p a rtind o d a c o nc e ntra ç ã o d e flúo r no le ite huma no , le ite d e va c a , le ite e m p ó e fó rmula s infa ntis, e nc o ntra d a e m p e sq uisa s p ub lic a d a s. O s re sulta d o s ind ic a m q ue o s le ite s ma te rno e d e va c a in na tura nã o
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fo ra m re c o nstituíd a s e m á g ua d e io niza d a e a na lisa d a s e m d up lic a ta p e lo mé to d o e le tro d o e sp e c ífic o , a p ó s d ifusã o fa c ilita d a p o r he xa me tild isilo xa no . As fó rmula s infa ntis a p re se nta ra m 0,044 ± 0,038 a 0,326 ± 0,169 mg F/ L, o s le ite s 0,014 ± 0,002 a 0,095 ± 0,061 mg F/ L e o s p ro d uto s à b a se d e so ja 0,253 ± 0,035 a 0,702 ± 0,071 mg F/ L. A re c o nstituiç ã o d e to d o s o s p ro d uto s a na lisa d o s ne sta se g und a p a rte d o tra b a lho , e m á g ua c o m c o nc e ntra ç ã o ó tima d e flúo r, p a ra o c o nsumo d e c ria nç a s na fa ixa e tá ria d e fo rma ç ã o d o s d e nte s d e c íd uo s, re sulta e m q ua ntid a d e s d iá ria s d e ing e stã o d e flúo r sup e rio re s a o limite má ximo c o nsid e ra d o se g uro p a ra o nã o d e se nvo lvime nto d e fluo ro se e ste tic a me nte ina c e itá ve l. O me smo p o d e se r d ito p a ra um d o s le ite s d e so ja a na lisa d o s, a o se r c o nsumid o p o r c ria nç a s na fa ixa e tá ria d e fo rma ç ã o d o s d e nte s a nte rio re s p e rma ne nte s. No e nta nto , nã o se p o d e a firma r q ue to d o o flúo r ing e rid o d ura nte o c o nsumo d e le ite se rá a b so rvid o p e lo o rg a nismo e re sulta rá e fe tiva me nte e m fluo ro se d e ntá ria .
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Pa g lia ri, A.V. Ana lysis o f fluo rid e c o nc e ntra tio n in p o wd e r-milk. [Disse rta tio n] Ara ç a tub a : UNESP – Sã o Pa ulo Sta te Unive rsity ; 2004. ABSTRAC T
Mo the r’ s milk is, unq ue stio na b ly, the id e a l fo o d fo r c hild re n’ s first mo nths o f life , ho we ve r, the re a re situa tio ns tha t ma ke its c o nsump tio n imp o ssib le . In the se c a se s, infa nt fo rmula s, c o w’ s d ilute d who le milk a nd so y-milk c a n b e o ffe re d . This p a p e r inte nd s to e va lua te milk a s a c o ntrib uto r fo r c hild re n’ s d a ily fluo rid e ing e stio n a nd a s a risk fa c to r to d e ve lo p d e nta l fluo ro sis. The first p a rt e stima te s this c o ntrib utio n b y the fluo rid e c o nc e ntra tio n o f huma n milk, in na tura c o w’ s milk, p o wd e r-milk, infa nt fo rmula s
o b ta ine d fro m p ub lic a tio ns sp e c ia lize d o n the sub je c t. The re sults ind ic a te tha t tha t huma n milk a nd in na tura c o w’ s milk d o no t o ffe r
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sa mp le s sho we d 0.014 ± 0.002 to 0.095 ± 0.061 mg F/ L a nd the so y-b a se d p ro d uc ts p re se nte d 0.253 ± 0.035 to 0.702 ± 0.071 mg F/ L. The re c o nstitutio n, o f a ll p ro d uc ts a na lyze d in this se c o nd p a rt o f the p a p e r, in wa te r with o p tima l fluo rid e c o nc e ntra tio n, fo r c hild re n still fo rming d e c id uo us te e th re sults in d a ily q ua ntitie s o f ing e stio n sup e rio r to the limit c o nsid e re d a s sa fe to a vo id the d e ve lo p me nt o f e sthe tic a lly una c c e p ta b le fluo ro sis. The sa me c a n b e sa id a s re g a rd s o ne o f the so y-milk sa mp le s a na lyze d , a s it is c o nsume d b y c hild re n still fo rming the ir p e rma ne nt a nte rio r te e th. Ne ve rthe le ss, o ne c a nno t a ffirm tha t a ll the fluo rid e ing e ste d will b e a b so rb e d b y the o rg a nism a nd will e ffe c tive ly re sult in d e nta l fluo ro sis.
Ke y-wo rd s: Fluo rid e ; d e nta l fluo ro sis; milk sub stitute s; infa nt fo rmula ; milk
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LISTA DE FIGURAS C a p ítulo 1
G rá fic o 1 Estima tiva d e flúo r ing e rid o p o r uma c ria nç a d e 1 mê s, c o nsumind o le ite ma te rno , le ite d e va c a in na tura e le ite s ind ustria liza d o s, c o nfo rme te o r
re la ta d o e m lite ra tura
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G rá fic o 2 Estima tiva d e flúo r ing e rid o p o r uma c ria nç a d e 2 a no s, c o nsumind o le ite ma te rno , le ite d e va c a in na tura e le ite s ind ustria liza d o s, c o nfo rme te o r
re la ta d o e m lite ra tura
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LISTA DE QUADROS
C a p ítulo 1
Q ua d ro 1 De mo nstra tivo d o s e stud o s d e c o nc e ntra ç ã o d e flúo r re a liza d o s e m le ite ma te rno
31
Q ua d ro 2 De mo nstra tivo d o s e stud o s d e c o nc e ntra ç ã o d e flúo r re a liza d o s e m le ite b o vino
31
Q ua d ro 3 De mo nstra tivo d o s e stud o s d e c o nc e ntra ç ã o d e flúo r re a liza d o s e m fó rmula s infa ntis e le ite e m p ó
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C a p ítulo 2
Q ua d ro 1 Pro d uto s a d q uirid o s p a ra a ná lise 63 Q ua d ro 2 Te o re s d e flúo r p re se nte s no s p ro d uto s a na lisa d o s 70 Q ua d ro 3 Exe mp lo d e c á lc ulo d e e stima tiva d e ing e stã o d e
flúo r
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Q ua d ro 4 Estima tiva d a q ua ntid a d e d e flúo r d ia ria me nte ing e rid o a o c o nsumir o s p ro d uto s a na lisa d o s
72
Q ua d ro 5 De mo nstra tivo d o s e stud o s d e c o nc e ntra ç ã o d e flúo r re a liza d o s e m fó rmula s infa ntis e le ite e m p ó
75
Q ua d ro 6 De mo nstra tivo d o s e stud o s d e c o nc e ntra ç ã o d e flúo r re a liza d o s e m le ite d e so ja
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LISTA DE ABREVIATURAS
C H3C O O H = á c id o a c é tic o
F = flúo r, ío n flúo r, fluo re to g = g ra ma s
HMDS = he xa me tild isilo xa no H2O = á g ua
H2O d o u H2O d e io = á g ua d e stila d a / d e io niza d a
H2SO4 = á c id o sulfúric o
IBG E = Instituto Bra sile iro d e G e o g ra fia e Esta tístic a Kg = kilo g ra ma s
m = me se s
mg F/ L = milig ra ma s d e fluo re to p o r litro mg / L = milig ra ma s p o r litro
mg = milig ra ma s
mg F/ Kg p e so / d ia = milig ra ma s d e flúo r p o r q uilo g ra ma d e p e so c o rp ó re o p o r d ia
mL = mililitro s mm = milíme tro s mV = milivo lts
N = no rma l, no rma lid a d e n = núme ro
Na F = Fluo re to d e só d io Na O H = hid ró xid o d e só d io
O MS = O rg a niza ç ã o Mund ia l d a Sa úd e r = re g re ssã o line a r
SP = Esta d o d e Sã o Pa ulo
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µg F/ g = mic ro g ra ma s d e flúo r p o r g ra ma d e p e so µg F = mic ro g ra ma s d e flúo r
µL = mic ro litro s
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SUMÁRIO
1 Intro d uç ã o g e ra l 22 2 O le ite c o mo fo nte d e flúo r 26 2.1 Intro d uç ã o e re visã o d a lite ra tura 27
2.1.1 O le ite 27
2.1.2 O flúo r 29
2.1.3 C o nc e ntra ç ã o d e flúo r no le ite 31 2.1.4 O le ite c o mo ve íc ulo d e flúo r 33
2.2 Pro p o siç ã o 34
2.3 Ma te ria l e mé to d o 35
2.4 Disc ussã o 36
2.5 C o nc lusã o 43
2.6 Re fe rê nc ia s 45
3 Aná lise d a c o nc e ntra ç ã o d e ío n flúo r e m le ite s, fó rmula s infa ntis e le ite d e so ja , e m p ó
57
3.1 Intro d uç ã o e re visã o d a lite ra tura 58
3.2 Pro p o siç ã o 61
3.3 Ma te ria l e mé to d o 62 3.3.1 Pre p a ro d a s a mo stra s 62 3.3.2 Aná lise d o te o r d e flúo r 63 3.3.3 C a lib ra ç ã o p a ra a ná lise d e flúo r 65 3.3.4 Va lid a ç ã o d a a ná lise 66 3.3.5 Aná lise e sta tístic a d o s re sulta d o s 67 3.3.6 Estima tiva s d a s q ua ntid a d e s d e flúo r ing e rid a s 67
3.4 Re sulta d o 69
3.5 Disc ussã o 73
3.6 C o nc lusã o 81
3.7 Re fe rê nc ia s 83
__________________________________________________________________________________ Introdução Geral
______________________________________________________________________________ Introdução Geral
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1 INTRO DUÇ ÃO G ERAL
O s b e ne fíc io s d o flúo r1 no c o ntro le d a d o e nç a c á rie
sã o c o nse nso na c o munid a d e c ie ntífic a2, se nd o o me smo utiliza d o
na s ma is d ive rsa s fo rma s: g é is, ve rnize s, ma te ria is se la d o re s e re sta ura d o re s, d e ntifríc io s, b o c he c ho s, a lé m d e se r a d ic io na d o à á g ua d e a b a ste c ime nto e m muito s p a íse s, inc lusive o Bra sil3.
O uso ind isc rimina d o d o s p ro d uto s sup ra c ita d o s d e sp e rta p re o c up a ç ã o q ua nto a o s e fe ito s p ro d uzid o s p e la ing e stã o e xc e ssiva d o flúo r.
Entre o s e fe ito s ind e se já ve is e stá a fluo ro se d e ntá ria , c a ra c te riza d a c linic a me nte p e lo ma nc ha me nto d o e sma lte d e ntá rio , c o m o u se m zo na s d e hip o p la sia , q ue o c o rre p e lo e xc e sso d e ing e stã o d e flúo r d ura nte a fa se d e mine ra liza ç ã o d o s d e nte s4. Na s fo rma s ma is mo d e ra d a s o u se ve ra s, p o d e re p re se nta r
p ro b le ma e sté tic o o u me smo func io na l, p rinc ip a lme nte q ua nd o o c o rre no s d e nte s a nte rio re s.
1 Te rmo g e né ric o p a ra d e finir a s fo rma s q uímic a s iô nic a , io nizá ve l e nã o -io nizá ve l d o
e le me nto flúo r.
2 C ury JA, Ta b c ho ury C PM. De te rmina tio n o f a p p ro p ria te e xp o sure to fluo rid e in no n-e me
c o untrie s in the future . J Ap p l O ra l Sc i 2003; 11(2):83-95.
3 Sa lib a NA, Vie ira SMM, Re y C R, Arc ie ri RM, Sa lib a O , Ayre s JPS. Pre va lê nc ia d a c á rie
d e ntá ria , a p ó s c inc o a no s d e fluo re ta ç ã o d a s á g ua d o siste ma p úb lic o d e a b a ste c ime nto , e m e sc o la re s d e Ara ç a tub a Esta d o d e Sã o Pa ulo . O d o nto l Mo d 1981; 8(3): 6-8.
4 Murra y JJ. O uso c o rre to d e fluo re to s na sa úd e p úb lic a . Sã o Pa ulo : Ed . Sa nto s; 1992.Te n
______________________________________________________________________________ Introdução Geral
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No Bra sil, a fluo ro se d e ntá ria nã o é c o nsid e ra d a um p ro b le ma d e sa úd e p úb lic a , já q ue o s d a d o s d o le va nta me nto e p id e mio ló g ic o re a liza d o e m 2003 a p o nta m uma p re va lê nc ia re d uzid a e a p e na s na s fo rma s ma is le ve s d a a lte ra ç ã o5.
Alé m d isso , p o r fa lta d e e stud o s lo ng itud ina is, nã o se p o d e c o nfirma r, p a ra o te rritó rio na c io na l, a te nd ê nc ia mund ia l d e a ume nto d a p re va lê nc ia d a fluo ro se d e ntá ria re la ta d a p o r a lg uma s p e sq uisa s, c o nfo rme lite ra tura re visa d a a re sp e ito d o a ssunto6. No e nta nto , d ia nte d o s re la to s d e sta te nd ê nc ia , muito s
p e sq uisa d o re s tê m a va lia d o a q ua ntid a d e d e flúo r d ia ria me nte c o nsumid a p o r c ria nç a s7,8.
Este tra b a lho p re te nd e a uxilia r e ste s e stud o s, a na lisa nd o o c o nte úd o d e flúo r d e um a lime nto muito c o nsumid o p o r c ria nç a s d e to d o mund o : o le ite .
Emb o ra o le ite ma te rno se ja c o mp ro va d a me nte o a lime nto id e a l p a ra c ria nç a s, re c o me nd a d o p e la O rg a niza ç ã o Mund ia l d a Sa úd e (O MS) d e fo rma e xc lusiva a té o s 6 me se s d e
5 Bra sil. Ministé rio d a Sa úd e . C o o rd e na ç ã o Na c io na l d e Sa úd e Buc a l. Pro je to SB Bra sil
2003: c o nd iç õ e s d e sa úd e b uc a l d a p o p ula ç ã o b ra sile ira 2002 - 2003; 2004 [c ita d o e m 2004 o ut 15] Disp o níve l e m :
<http :/ / p o rta l.sa ud e .g o v.b r/ sa ud e / a rq uivo s/ p d f/ re la to rio _b ra sil_so rrid e nte .p d f>
6 Buza la f MA, C ury AJ, Whitfo rd G M. Fluo rid e e xp o sure s a nd d e nta l fluo ro sis: a lite ra ture
re vie w. J Ap p l O ra l Sc i 2001; 9(1/ 2):1-10.
7 Pa iva SM, Lima YBO , C ury JA. Fluo rid e inta ke b y Bra zilia n c hild re n fro m two c o mmunitie s
with fluo rid a te d wa te r. C o mmunity De nt O ra l Ep id e mio l 2003; 31(3):184-91.
8Pe ssa n JP, Silva SMB, Buza la f MA. Eva lua tio n o f the to ta l fluo rid e inta ke o f 4-7-ye a r-o ld
______________________________________________________________________________ Introdução Geral
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vid a e c o mo c o mp le me nto à d ie ta a té o s 2 a no s d e id a d e9, muita s
ve ze s é sub stituíd o p o r fó rmula s infa ntis ind ustria liza d a s e / o u le ite e m p ó inte g ra l. Pa ra c ria nç a s a lé rg ic a s à p ro te ína s d o le ite ind ic a -se o p ro d uto e xtra íd o d a so ja , d e no mina d o “ le ite d e so ja ” .
O p re se nte tra b a lho fo i d e se nvo lvid o e a p re se nta d o e m d o is ma nusc rito s, q ue a b o rd a m o c o nte úd o d e flúo r d e ste s a lime nto s e sua c o ntrib uiç ã o p a ra a ing e stã o d iá ria d e flúo r e m c ria nç a s.
O p rime iro c a p ítulo “ O Le ite c o mo Fo nte d e Flúo r” re úne re sulta d o s d e tra b a lho s p ub lic a d o s q ue a na lisa ra m o le ite ma te rno , se us sub stituto s e o le ite d e va c a in na tura.
O se g und o c a p ítulo “ Aná lise d a c o nc e ntra ç ã o d e ío n flúo r e m le ite s, fó rmula s infa ntis e le ite s d e so ja , e m p ó ” re la ta a a ná lise re a liza d a e m p ro d uto s d e fa b ric a ç ã o na c io na l, c o me rc ia liza d o s no munic íp io d e Ara ç a tub a – SP.
9G iug lia ni ERJ, Vic to ra C G . No rma s a lime nta re s p a ra c ria nç a s b ra sile ira s me no re s d e d o is
_____________________________________________________________________O leite
Capítulo
1
27
2 C APÍTULO 1
O LEITE C O MO FO NTE DE FLÚO R
2.1 INTRO DUÇ ÃO E REVISÃO DA LITERATURA
2.1.1 O Le ite
O le ite , a lime nto c o mum a q ua se to d a s a s so c ie d a d e s, é fo nte d e c á lc io , mic ro nutrie nte imp o rta nte e m to d a s a s fa se s d a vid a , p rinc ip a lme nte d ura nte a infâ nc ia p a ra mine ra liza ç ã o e ma nute nç ã o d o c re sc ime nto ó sse o (BEZERRA; TO LEDO , 1997; PHILIPPI e t a l., 2003).
28
Existe m mo tivo s q ue imp e d e m o u d ific ulta m o a le ita me nto na tura l, e ntre e le s o re to rno d a mã e a o tra b a lho (REA e t a l., 1997), p re se nç a d e d o e nç a s tra nsmissíve is, uso c o ntínuo d e me d ic a me nto s p re jud ic ia is a o b e b ê , c a so s d e e stre sse , ne rvo sismo o u a nsie d a d e , ma stite , d ific uld a d e d e suc ç ã o d o b e b ê d e vid o a d e fo rmid a d e s d a c a vid a d e b uc a l, na sc ime nto p re ma turo , inte rna ç ã o ho sp ita la r (EDUARDO e t a l., 1998; RIC C O , 1995).
C o mo a lime nta ç ã o a lte rna tiva , a s fó rmula s infa ntis sã o a s d e e sc o lha no p rime iro se me stre d e vid a d a c ria nç a , ma s d e vid o a o a lto c usto p o d e -se ta mb é m utiliza r le ite d e va c a inte g ra l fluid o o u e m p ó , d iluíd o (FERREIRA; O SMO , 1998; VASC O NC ELO S, 1997; WO ISKI, 1994) c o ntinua nd o c o m o p ro d uto se m d iluiç ã o p a ra a s c ria nç a s ma io re s (VELASC O e t a l., 1995).
29
2.1.2 O Flúo r
A utiliza ç ã o d o flúo r e m sua fo rma tó p ic a o u sistê mic a , e mb o ra iso la d a me nte nã o imp e ç a o d e se nvo lvime nto d e le sõ e s d e c á rie , c a uso u g ra nd e imp a c to no c o ntro le d a d o e nç a e m to d o mund o , p o r re d uzir sua ve lo c id a d e d e p ro g re ssã o e se ve rid a d e (BRAMBILLA, 2001; C URY, 2001; C URY; TABC HO URY, 2003; SALIBA e t a l., 1981; WHITFO RD, 1996).
Ante rio rme nte o te rmo “ sistê mic o ” ind ic a va o q ue se e nte nd ia se r o p rinc ip a l e fe ito d o flúo r: inc o rp o ra ç ã o a o s d e nte s e m fo rma ç ã o a p ó s a ing e stã o e a b so rç ã o p e lo o rg a nismo (C URY, 2001; VILLENA; C URY, 1998). Atua lme nte sa b e -se q ue o p rinc ip a l e fe ito c a rio stá tic o é p ro d uzid o p e la c a p a c id a d e d e p ro mo ve r a re mine ra liza ç ã o e inib ir a p ro d uç ã o d e á c id o s b a c te ria no s (WHITFO RD, 1996). Pa ra ta nto , é ne c e ssá rio q ue o flúo r e ste ja p re se nte no me io b uc a l d e fo rma c o nsta nte e m p e q ue na s c o nc e ntra ç õ e s, d e sd e o iníc io d a e rup ç ã o d e ntá ria (G RO ENVELD e t a l., 1990).
30
o rg a nismo , inc lusive o s d e nte s e m fo rma ç ã o e a s g lâ nd ula s sa liva re s e re to rna nd o a o me io b uc a l, a g ind o ta mb é m d e fo rma tó p ic a no s e le me nto s d e ntá rio s (C URY, 2001).
Po ré m, a ing e stã o e xc e ssiva d e flúo r p o d e p ro vo c a r fluo ro se d e ntá ria , uma a lte ra ç ã o no d e se nvo lvime nto d o e sma lte d e nta l d ura nte a mine ra liza ç ã o , q ue o rig ina um e sma lte hip o mine ra liza d o e p o ro so , se nd o c linic a me nte re c o nhe c id a p e la s ma nc ha s p ro d uzid a s ne ste e sma lte (MURRAY, 1992; WHITFO RD, 1996). Em te rmo s d e sa úd e p úb lic a , a p re o c up a ç ã o ma io r re c a i so b re a fluo ro se d e ntá ria , na s fo rma s mo d e ra d a e se ve ra , no s d e nte s p e rma ne nte s, p rinc ip a lme nte inc isivo s, c a nino s e p rime iro s p ré -mo la re s.
31
2.1.3 C o nc e ntra ç ã o d e flúo r no le ite
Pa ra Eric sso n e Rib e lius (1971), Zie g le r (1956) fo i o p rime iro a a p o nta r q ue c ria nç a s a lime nta d a s c o m le ite b o vino d iluíd o e m á g ua o u fó rmula s infa ntis p re p a ra d a s c o m á g ua p o d e ria m re c e b e r d o se s ma is a lta s d e flúo r q ue a s a ma me nta d a s no p e ito .
Pe sq uisa s mo stra ra m q ue , ta nto o le ite ma te rno c o mo no d e va c a in na tura p o ssue m p o uc o flúo r na sua
c o mp o siç ã o (Q ua d ro s 1 e 2).
Q ua d ro 1 – Alg uns e stud o s re a liza d o s c o m le ite ma te rno se g und o a uto r, d a ta , lo c a lid a d e , núme ro d e a mo stra s, mé to d o e mp re g a d o e c o nc e ntra ç ã o d e flúo r
Q ua d ro 2: - Alg uns e stud o s re a liza d o s c o m le ite d e va c a se g und o a uto r, d a ta , lo c a lid a d e , núme ro d e a mo stra s, mé to d o e mp re g a d o e c o nc e ntra ç ã o d e flúo r
AUTO RES/ ANO LO C AL Nº
a m o stra s MÉTO DO DE ANÁLISE
Te o r de F (m g / L)
Dirks e t a l., 1974 Je rusa lé m 6 Difusã o C o x e Ba c ke r Dirks 0,10
Ad a ir e We i, 1978 EUA - Difusã o Sing e r e Armstro ng 0,12
Ko p a ra l e t a l., 2000 Turq uia 9 Dire to + TISAB II 0,01 a 0,07
Ra hul e t a l., 2003 Índ ia 2 Dire to + TISAB II 0,06 a 0,17
AUTO RES / ANO LO C AL Nº
a m o stra s MÉTO DO DE ANÁLISE
Te o r de F (m g / L)
Dirks e t a l., 1974 Je rusa lé m 22 Difusã o C o x e Ba c ke r Dirks 0,046 a 0,052
Ad a ir e We i, 1978 EUA 2 Difusã o Sing e r e
Armstro ng 0,10
La tifa h e Ra za k, 1989 Ma lá sia 7 Dire to + TISAB II 0,024 a 0,172
Ko p a ra l e t a l., 2000 Turq uia 57 Dire to + TISAB II 0,005 a 0,025
32
No le ite e m p ó e fó rmula s infa ntis d ife re nte s c o nc e ntra ç õ e s d e flúo r fo ra m e nc o ntra d a s (Q ua d ro 3). Esta s va ria ç õ e s p o d e ria m se r a trib uíd a s a o s d ife re nte s mo d o s d e p ro c e ssa me nto d o s p ro d uto s, à p ro c e d ê nc ia d o le ite utiliza d o na fa b ric a ç ã o e à me to d o lo g ia utiliza d a p a ra d o sa g e m. No Bra sil, Buza la f e t a l. (2001), e nc o ntra ra m d e 0,01 a 0,28 mg F/ L e m 9 ma rc a s c o me rc ia liza d a s no me rc a d o p a ulista .
Q ua d ro 3- Alg uns e stud o s re a liza d o s c o m le ite e m p ó e fó rmula infa ntil re c o nstituíd o s c o m á g ua d e io niza d a se g und o a uto r, d a ta , lo c a lid a d e , núme ro d e p ro d uto s, mé to d o e mp re g a d o e c o nc e ntra ç ã o d e flúo r
AUTO RES/ ANO LO C AL Nº
pro duto s MÉTO DO DE ANÁLISE
Te o r de F (m g / L)
Ad a ir e We i, 1978 EUA 5 Difusã o Sing e r e Armstro ng 0,10 a 0,29
Jo hnso n e Ba wd e n, 1987 EUA 29 Difusã o Ta ve s mo d ific a d o Whitfo rd e Re yno ld s 0,04 a 0,12
Mc Knig ht-Ha ne s e t a l., 1988 EUA 3 Difusã o Ta ve s 0,055
Vla c ho u e t a l., 1992 Re ino Unid o - Difusã o Ta ve s mo d ific a d o Wa te rho use 0,16 a 0,70
Nishijma e t a l., 1993 Ja p ã o 8 Difusã o c o m HMDS e TISAB III 0,07 a 0,18
Va n Winkle e t a l., 1995 EUA 17 Dire to TISAB II 0,05 a 0,28
Silva e Re yno ld s, 1996 Austrá lia 9 Difusã o Da b e ka 0,03 a 0,53
Ko p a ra l e t a l., 2000 Turq uia 10 Dire to TISAB II 0,014 a 0,027
33
2.1.4 O le ite c o mo ve íc ulo d e flúo r
34
2.2 PRO PO SIÇ ÃO
35
2.3 MATERIAL E MÉTO DO
Info rma ç õ e s a re sp e ito d a c o nc e ntra ç ã o d e flúo r e nc o ntra d a e m le ite ma te rno , le ite d e va c a in na tura , le ite e m p ó e fó rmula s infa ntis fo ra m re unid a s p o r me io d e b usc a p o r tra b a lho s p ub lic a d o s e ind e xa d o s na s fo nte s MEDLINE e PUBMED.
Esta s c o nc e ntra ç õ e s re la ta d a s fo ra m a p lic a d a s à s q ua ntid a d e s d e le ite d ia ria me nte c o nsumid a s p o r c ria nç a s d e 1 mê s d e id a d e , d e a c o rd o c o m Jo ne s e Ke lts (1988) e Va sc o nc e lo s (1997); e d e 24 me se s, d e a c o rd o c o m Lo p e z e Nó b re g a (1987) e Wo iski (1994).
36
2.4 DISC USSÃO
Po r vá rio s mo tivo s, o a le ita me nto ma te rno , q ue d e ve ria se r e xc lusivo a té o s 6 me se s d e id a d e , é o fe re c id o a a p e na s 62% d o s b e b ê s a p ó s o s p rime iro s 15 d ia s (SENA e t a l., 2002), a o s 4 me se s ra ra me nte a lc a nç a índ ic e s sup e rio re s a 30% (VENANC IO e t a l., 2002)
Ao s 3 me se s d e vid a , 32 a 45% d a s c ria nç a s já fo ra m d e sma ma d a s (ASSIS e t a l., 1994; PASSO S e t a l., 2000) e a o s 6 me se s, e ntre 45 e 64% nã o c o nso me m ma is o le ite ma te rno (ASSIS e t a l., 1994; LIMA; O SÓ RIO , 2003; PASSO S e t a l., 2000).
Me smo e ntre fa mília s d e b a ixa re nd a , há p re fe rê nc ia d a mã e p e lo le ite e m p ó e m re la ç ã o a o líq uid o . O c o nsumo d o le ite e m p ó no g rup o d e b a ixa re nd a e stud a d o p o r So a re s e t a l. (2000), e stá re la c io na d o à c re nç a d e q ue e sta é a me lho r o p ç ã o p a ra o b e b ê . As mã e s a p o nta ra m a p re fe rê nc ia p o r um tip o d e le ite e m p ó nã o e sp e c ífic o p a ra b e b ê s p ro d uzid o p e la Ne stlé (Ninho ®).
37
me se s e 4 a no s d e id a d e no s inc isivo s, c a nino s e p rime iro s p ré -mo la re s p e rma ne nte s (EVANS; SATMM, 1991; EVANS; DARVELL, 1995; ISHII; SUC KLING , 1991), a p re o c up a ç ã o c o m a q ua ntid a d e d e flúo r p re se nte e m a lime nto s infa ntis é justific a d a .
Nã o o b sta nte a g ra nd e va ria ç ã o no s te o re s d e flúo r e m le ite ma te rno e le ite d e va c a in na tura e nc o ntra d o s na
lite ra tura , e sse s a lime nto s nã o o fe re c e m risc o a o d e se nvo lvime nto d e fluo ro se e ste tic a me nte p re o c up a nte s.
38
0,02
0,06
0,14
0,16
0
0,07
0,14
0,21
mg F/Kg peso/dia
Nan***
Ninho**
leite de vaca**
leite materno
G RÁFIC O 1- Estima tiva d a ing e stã o d iá ria d e flúo r, d e a c o rd o c o m o s tip o s d e le ite , p a ra uma c ria nç a d e um mê s d e vid a .
* d o se má xima d e ing e stã o d iá ria p a ra nã o ha ve r c o mp ro me time nto e sté tic o p o r le sõ e s d e fluo ro se d e ntá ria
** re c o nstituíd o e d iluíd o a 2/ 3 e m á g ua c o nte nd o 0,7 mg F/ L *** re c o nstituíd o e m á g ua c o nte nd o 0,7 mg F/ L
No ta : o s c á lc ulo s fo ra m e fe tua d o s c o nsid e ra nd o a ing e stã o d iá ria d e 900 mL d e le ite .
Pa ra o le ite d e va c a , c o nsid e ra nd o uma c ria nç a d e 24 me se s (13 Kg ), q ue c o nso me c e rc a d e 750 mL p o r d ia (LO PEZ; NÓ BREG A, 1987; WO SKI, 1994), p o d e ria se r ing e rid o a té 0,006 mg F/ Kg p e so / d ia , b e m d ista nte d a fa ixa c o nsid e ra d a se g ura p a ra ing e stã o d iá ria , q ua nto a o d e se nvo lvime nto d e le sõ e s d e fluo ro se e ste tic a me nte ina c e itá ve is, le mb ra nd o q ue e sse c á lc ulo d e sc o nsid e ra o utra s fo nte s d e ing e stã o d e flúo r (G rá fic o 2).
39
0,006
0,05
0,1
0 0,07 0,14
mg F/Kg peso/dia
Ninho + Neston**
Ninho **
leite de vaca
*
G RÁFIC O 2: Estima tiva d a ing e stã o d iá ria d e flúo r, d e a c o rd o c o m o s tip o s d e le ite , p a ra uma c ria nç a d e d o is a no s d e vid a .
* d o se má xima d e ing e stã o d iá ria p a ra nã o ha ve r c o mp ro me time nto e sté tic o p o r le sõ e s d e fluo ro se d e ntá ria
** re c o nstituíd o s e m á g ua c o nte nd o 0,7 mg F/ L
No ta : o s c á lc ulo s fo ra m e fe tua d o s c o nsid e ra nd o a ing e stã o d iá ria d e 750 mL d e le ite .
Ante s d o 6º mê s, o le ite d e va c a d e ve se r d iluíd o e m á g ua a 2/ 3 (FISBERG , 1987; PENNA e t a l., 1978; VASC O NC ELO S, 1997; WO ISKI, 1994). Uma c ria nç a d e 1 mê s, q ue c o nso me a té 900 mL d e le ite d iluíd o p o r d ia , p o d e ria ing e rir 0,06 mg F/ Kg p e so / d ia , se a á g ua utiliza d a tive r 0,7 mg F/ L, d e ntro d o s limite s d iá rio s d e ing e stã o se g uro s q ua nto a o d e se nvo lvime nto d e fluo ro se d e ntá ria mo d e ra d a o u se ve ra (G rá fic o 1).
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e t a l. (2001) e m p ro d uto s c o me rc ia liza d o s no Bra sil, e e ntre e le s o s ma is c o nsumid o s: Na n® 1 (0,1 mg F/ L) e Ninho® (0,01 mg F/ L). Esse
tra b a lho utilizo u mic ro d ifusã o fa c ilita d a p e lo HMDS (TAVES, 1968) p a ra c o nc e ntra r to d o o flúo r d a a mo stra a nte s d a le itura .
A á g ua utiliza d a no p re p a ro d o p ro d uto ta mb é m p o d e c o ntrib uir p a ra a q ua ntid a d e d e flúo r to ta l d o a lime nto . Bra nd ã o e Va lse c ki Junio r (1998) e nc o ntra ra m me no s d e 0,7 mg F/ L e m 50% d a s á g ua s e ng a rra fa d a s no c o mé rc io d e Ara ra q ua ra e ma is d e 1 mg F/ L e m 6,25% d e la s. Ne m se mp re a s info rma ç õ e s a re sp e ito d o c o nte úd o d e flúo r e stã o c o ntid a s no s ró tulo s (G ARBIN e t a l., 2003). Entre ta nto , a c re d ita -se q ue a ma io ria d o s p a is re c o nstitui o p re p a ra d o e m p ó c o m á g ua p ro ve nie nte d o siste ma p úb lic o d e a b a ste c ime nto . Se g und o d a d o s d o IBG E (2004), c e rc a d e 45,7% d o s munic íp io s b ra sile iro s p o ssue m á g ua d e a b a ste c ime nto p úb lic o fluo re ta d a . A c o nc e ntra ç ã o re c o me nd a d a p o d e va ria r d e 0,5 a 0,7 mg F/ L e m p a íse s d e c lima tro p ic a l (HARG REAVES, 1990), se nd o
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c id a d e d e Pe re ira Ba rre to -SP, o s níve is d e flúo r na s á g ua s d o s d ife re nte s ma na nc ia is q ue a b a ste c ia m a p o p ula ç ã o va ria va m d e 2,5 a 17,5 mg F/ L.
Uma c ria nç a d e 1 mê s (4,5Kg ) q ue c o nsumisse o s le ite s Na n® 1 e Ninho® (d iluíd o a 2/ 3), p re p a ra d o s c o m á g ua
c o nte nd o 0,7 mg F/ L p o d e ria ing e rir re sp e c tiva me nte 0,16 e 0,14 mg F/ Kg p e so / d ia . Assim, e xistiria a p o ssib ilid a d e d e d e se nvo lvime nto d e le sõ e s d e fluo ro se e ste tic a me nte c o mp ro me te d o ra s no s d e nte s d e c íd uo s (G rá fic o 1).
Uma c ria nç a d e 24 me se s (13 Kg ) q ue c o nsumisse d ia ria me nte a té 750 mL d e le ite Ninho® p re p a ra d o c o m á g ua a
0,7 mg F/ L p o d e ria ing e rir 0,05 mg F/ Kg p e so / d ia , q ua ntid a d e a c e itá ve l, a ind a nã o a lc a nç a nd o o s limite s d e ing e stã o d iá rio s e stima d o s c o mo se g uro s, se a s o utra s fo nte s d e ing e stã o d e flúo r fo re m d e sc o nsid e ra d a s. Entre ta nto , se a o le ite fo re m a d ic io na d o s c e re a is c o mo Ne sto n®, q ue te m 6 µg F/ g (BUZALAF e t a l., 2002), p o r
42
43
2.5 C O NC LUSÃO
C o m b a se no s a rtig o s c o nsulta d o s, p o d e -se c o nc luir q ue :
• a ing e stã o d e le ite ma te rno o u le ite d e va c a nã o o fe re c e risc o a o d e se nvo lvime nto d e fluo ro se mo d e ra d a o u se ve ra e m c ria nç a s, a ind a q ue o último se ja d iluíd o e m á g ua c o m níve is ó timo s d e flúo r (0,7 mg F/ L).
• a ing e stã o d e fó rmula s infa ntis o u le ite e m p ó (d iluíd o a 2/ 3), c o me rc ia liza d o s no Bra sil, p re p a ra d o s c o m á g ua c o m níve is ó timo s d e flúo r, p o d e c o ntrib uir sig nific a tiva me nte p a ra a q ua ntid a d e d e flúo r ing e rid a d ia ria me nte .
• q ua nto a o s d e nte s p e rma ne nte s, a ing e stã o d e le ite e m p ó , me smo re c o nstituíd o e m á g ua c o m níve is ó timo s d e flúo r, nã o o fe re c e risc o p a ra o d e se nvo lvime nto d e fluo ro se mo d e ra d a o u se ve ra , se e ste a lime nto fo r c o nsid e ra d o c o mo únic a fo nte d e flúo r d a d ie ta . No e nta nto , se a e ste le ite fo r a d ic io na d o um c e re a l, p o r e xe mp lo , a q ua ntid a d e d e flúo r ing e rid o p o d e a lc a nç a r níve is p re o c up a nte s.
44
45
2.6 REFERÊNC IAS
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Capítulo
2
ANÁLISE DA CONCENTRAÇÃO DE ÍON FLÚOR
EM LEITES, FÓRMULAS INFANTIS E
57
3 C APÍTULO 2
ANÁLISE DA C O NC ENTRAÇ ÃO DE ÍO N FLÚO R EM LEITES, FÓ RMULAS INFANTIS E LEITES DE SO JA, EM PÓ
3.1 INTRO DUÇ ÃO E REVISÃO DA LITERATURA
Dia nte d a c a p a c id a d e d e re d uç ã o d a p ro g re ssã o d e le sõ e s c a rio sa s, a utiliza ç ã o d o flúo r c a uso u g ra nd e imp a c to no c o ntro le d a d o e nç a c á rie e m to d o mund o , (BRAMBILLA, 2001; C URY, 2001; C URY; TABC HO URY, 2003; SALIBA e t a l., 1981; WHITFO RD, 1996).
No e nta nto , a o se r ing e rid o e m e xc e sso , o flúo r p ro vo c a into xic a ç ã o a g ud a o u c rô nic a .
A into xic a ç ã o a g ud a , tra d uzid a p o r ná use a s, vô mito s e o utro s sinto ma s, p o d e le va r a o ó b ito . Esta b e le c e u-se q ue a d o se p ro va ve lme nte tó xic a é ig ua l o u ma io r a 5 mg F/ Kg p e so c o rp ó re o (C URY, 2001).
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ma nc ha s b ra nc a s, o p a c a s e se m b rilho no e sma lte , p o d e nd o e sta r d isp o sta s e m fo rma d e e stria s o u ma nc ha s a ma re la s e ma rro ns e sc ura s c o m o u se m zo na s d e hip o p la sia (MURRAY, 1992; WHITFO RD, 1996). Em te rmo s d e sa úd e p úb lic a , a p re o c up a ç ã o ma io r re c a i so b re o s d e nte s p e rma ne nte s, p rinc ip a lme nte inc isivo s, c a nino s e p rime iro s p ré -mo la re s, a c o me tid o s p e la s fo rma s ma is mo d e ra d a s o u se ve ra s d e fluo ro se , q ue o c a sio na m p ro b le ma s e sté tic o s ina c e itá ve is e / o u func io na is.
Estima -se q ue a ing e stã o d e 0,05 a 0,07 mg F/ Kg p e so / d ia nã o c a use fluo ro se e m níve is q ue c o mp ro me ta m e ste tic a me nte o s e le me nto s d e ntá rio s, a p e sa r d e já p o d e r p ro vo c a r o d e se nvo lvime nto d e fo rma s ma is b ra nd a s d e fluo ro se d e ntá ria (C URY, 2001). Burt (1992) p ro p ô s se r se g ura a ing e stã o d e 0,04 a 0,07 mg F/ Kg p e so / d ia c o nfo rme a va ria ç ã o d e id a d e e p e so p a ra c ria nç a s d e a té 36 me se s. O s me smo s a uto re s c o nc o rd a m q ue e sta s e stima tiva s a ind a sã o c o nsid e ra d a s e mp íric a s, nã o le va nd o e m c o nta a susc e tib ilid a d e ind ivid ua l no to c a nte à e xp o siç ã o a o flúo r.
Huma no o u nã o , in na tura o u ind ustria liza d o , o le ite é
59
O s inq ué rito s re a liza d o s e m re la ç ã o à a ma me nta ç ã o re ve la m q ue , a o s 6 me se s, 45 a 64% d a s c ria nç a s b ra sile ira s nã o c o nso me m ma is o le ite ma te rno (ASSIS e t a l., 1994; LIMA; O SÓ RIO , 2003; PASSO S e t a l., 2000), q ue é sub stituíd o p o r le ite d e va c a inte g ra l, fluid o o u e m p ó , o u p o r fó rmula s infa ntis (FERREIRA; O SMO , 1995; VASC O NC ELO S, 1997; WO ISKI, 1994). Me smo e sse s último s a p re se nta nd o c usto e le va d o , se u c o nsumo é fre q üe nte na s p o p ula ç õ e s10.
No me rc a d o b ra sile iro há uma infinid a d e d e ma rc a s c o me rc ia is d e le ite e fó rmula s infa ntis, e m p ó , p ro d uzid o s o u nã o e m te rritó rio na c io na l. Ne nhum d e sse s p ro d uto s a p re se nta no ró tulo info rma ç õ e s a re sp e ito d a p re se nç a e q ua ntid a d e d e flúo r, me smo p o rq ue a le g isla ç ã o b ra sile ira nã o o b rig a o s fa b ric a nte s a inc luir e ssa s info rma ç õ e s.
Assim, justific a -se a ne c e ssid a d e d e inve stig a ç õ e s a re sp e ito d a q ua ntid a d e d e flúo r d e ste s p ro d uto s, visto q ue p o d e m se r uma fo nte d e ing e stã o d e flúo r, p rinc ip a lme nte p a ra c ria nç a s.
10 Buza la f MA. Fo nte s d e ing e stã o d e flúo r. In: Se miná rio Inte rna c io na l d e Fluo ro se
60
3.2 PRO PO SIÇ ÃO
Este tra b a lho te ve c o mo p ro p ó sito s:
• d e te rmina r o c o nte úd o d e flúo r e m ma rc a s c o me rc ia is d e le ite , fó rmula s infa ntis e le ite d e so ja , e m p ó , p ro d uzid a s e m te rritó rio na c io na l e c o me rc ia liza d a s no munic íp io d e Ara ç a tub a -SP
61
3.3 MATERIAL e MÉTO DO
3.3.1 Pre p a ro d a s a mo stra s
62
Q ua d ro 1 - Lista d o s p ro d uto s a d q uirid o s p a ra a ná lise d o te o r d e flúo r: fa b ric a nte , lo c a l d e fa b ric a ç ã o , re c o me nd a ç ã o d e c o nsumo q ua nto à id a d e e p re p a ro
PRO DUTO FABRIC ANTE LO C AL G RUPO IDADE INDIC ADA P/ C O NSUMO
INDIC AÇ ÃO DO FABRIC ANTE: PÓ (g ) + H2O
(m L)
PÓ (g ) P/ 10 m L H2O *
Na n 1 Ne stlé Ib iá F 0 a 6 m 30,80g – 210mL 1,47 Na n 2 Ne stlé Ib iá F 6 a 12 m 32,34g – 210mL 1,54 Na n AR Ne stlé Ib iá F 0 a 12 m 31,71g – 210mL 1,51 Ne sto g e no 1 Ne stlé Ib iá F 0 a 6 m 31,01g – 210mL 1,47 Ne sto g e no 2 Ne stlé Ib iá F 6 a 12 m 32,90g – 210mL 1,56 Ne sto g e no p lus Ne stlé Ara ra s/ Ib iá F 0 a 12 m 32,34g – 210mL 1,54 Ne sto g e no so ja Ne stlé Ib iá F 6 a 12 m 33,60g – 210mL 1,60 Ele g ê Inte g ra l Ele g ê Te utô nia L - 26g – 200mL 1,30 G ló ria inte g ra l Pa rma la t Ita p e runa L - 27g – 200mL 1,35 Ita mb é inte g ra l Ita mb é 7 La g o a s L - 26g – 200mL 1,30 Ma itá Ta ng a rá Vila Ve lha L - 26g – 200mL 1,30 Ninho Ne stlé Ituita b a L - 26g – 200mL 1,30 Ninho +1 Ne stlé Ib iá L A p a rtir 1 a no 29g – 200mL 1,45 Ninho +3 Ne stlé Ib iá L A p a rtir 3 a no s 29g – 200mL 1,45 Ninho +6 Ne stlé Ara ç a tub a L A p a rtir 6 a no s 26g – 200mL 1,30 Pre c io so Ita mb é 7 La g o a s L - 26g – 200mL 1,30 Se rra Bra nc a Ke rry 3 C o ra ç õ e s L - 30g – 200mL 1,50 Sup ra So y Jo sa p a r Pe lo ta s S - 26g – 200mL 1,30 So ymix Svili Ba rra d o Pira í S - 30g – 200mL 1,50 So ymilke O lve b re Eld o ra d o d o Sul S - 30g – 200mL 1,50
* Q ua ntid a d e d e p ó (g ) utiliza d a p a ra re c o nstituiç ã o d o p ro d uto c o m 10 mL d e á g ua , c o nfo rme a p ro p o rç ã o ind ic a d a p e lo fa b ric a nte .
3.3.2 Aná lise d o te o r d e flúo r
Pa ra a a ná lise d o te o r d e flúo r, a s a mo stra s d o s p ro d uto s fo ra m p re via me nte sub me tid a s à d ifusã o fa c ilita d a p o r HMDS, p ro p o sta p o r Ta ve s (1968) e mo d ific a d a p o r Whitfo rd (1996) (Ane xo C ).
63
d a ta mp a re c e b e u uma c a ma d a d e va se lina só lid a p a ra p o ste rio r ve d a ç ã o d a p la c a . Um vo lume d e 50µL d e Na O H a 0,05 N fo i p ip e ta d o no c e ntro d a ta mp a , d istrib uíd o e m 6 g o ta s (Ane xo E).
Na b a se d a p la c a , a s a mo stra s d o s p ro d uto s fo ra m p ip e ta d a s e m q ua ntid a d e s re la tiva s a o te o r d e flúo r q ue se a d e q ua sse à c urva d e c a lib ra ç ã o utiliza d a (1 mL, 0.5 mL, 0.25 mL e 0.1 mL). Esta q ua ntid a d e fo i d e te rmina d a a p ó s um e stud o p ilo to c o m uma a mo stra d e c a d a p ro d uto . O vo lume d e ssa s a mo stra s fo i c o mp le ta d o p a ra 2,1 mL c o m á g ua d e stila d a / d e io niza d a .
As p la c a s fo ra m fe c ha d a s e 2 mL d e H2SO4 a 3N
sa tura d o p o r he xa me tild isilo xa no (HMDS-Ald ric h® ; Ane xo B) fo i
a d ic io na d o p e lo o rifíc io c o nfe c c io na d o na ta mp a , ime d ia ta me nte ve d a d o c o m va se lina e p a ra film (Ane xo F).
To d a s a s p la c a s p e rma ne c e ra m, p o r 12 a 13 ho ra s numa me sa a g ita d o ra o rb ita l (Te c na l, mo d e lo TE 141; Ane xo E).
64
O rio n 9409 e um mic ro -e le tro d o d e re fe rê nc ia c a lo me la no (Ac c ume t, núme ro d e c a tá lo g o 13-620-79) unid o s e a c o p la d o s a o p o te nc iô me tro O rio n 710A (Ane xo F), q ue e xp re sso u a c o nc e ntra ç ã o d e flúo r e nc o ntra d a e m milivo lts (mV).
3.3.3 C a lib ra ç ã o p a ra le itura d o flúo r
Pa ra a le itura d a s a mo stra s, o s a p a re lho s fo ra m p re via me nte c a lib ra d o s c o m 05 p a d rõ e s c o nte nd o q ua ntid a d e s d e flúo r c o nhe c id a s: 0,01; 0,02; 0,04; 0,08; 0,16 µg F, p re p a ra d a s p o r d iluiç ã o se ria d a d e um e sto q ue -p a d rã o c o nte nd o 100 mg F/ L (O rio n). O s va lo re s e m milivo lts (mV) fo ra m a no ta d o s, tra nsfe rid o s p a ra uma p la nilha (Pro g ra ma Exc e l – Mic ro so ft) e c o nve rtid o s p a ra µg d e flúo r (Ane xo H). A mé d ia d a s le itura s fo i c a lc ula d a , a ssim c o mo p o rc e nta g e m d e va ria ç ã o e ntre a q ua ntid a d e d e flúo r me d id a e a e sp e ra d a p e lo s p a d rõ e s. So me nte c urva s d e c a lib ra ç ã o c o m p o rc e nta g e m d e va ria ç ã o d e a té 5% p a ra to d o s o s p a d rõ e s e r ≥ 0,99 fo ra m a c e ita s.
3.3.4 Va lid a ç ã o d a a ná lise
65
d e se c o me ç a r a le itura d a s a mo stra s, a se g und a q ua nd o a me ta d e d a s a mo stra s fo i lid a e a te rc e ira a p ó s o té rmino d a le itura d a s a mo stra s.
Alé m d isto , p a d rõ e s nã o d ifund id o s, c o m a me sma c o nc e ntra ç ã o d e flúo r q ue o s p a d rõ e s q ue so fre ra m d ifusã o , fo ra m p re p a ra d o s usa nd o -se a s me sma s so luç õ e s (Ane xo G ). A c o mp a ra ç ã o d a s le itura s d e mV mo stro u q ue o flúo r no s p a d rõ e s d ifund id o s fo i c o mp le ta me nte c a p ta d o e a na lisa d o .
66
3.3.5 Aná lise e sta tístic a d o s re sulta d o s
O s te o re s d e flúo r e nc o ntra d o s no s p ro d uto s fo ra m sub me tid o s à a ná lise e sta tístic a c o m o a uxílio d o p ro g ra ma Pa c o tic o 4.4.411.
De vid o a o núme ro re d uzid o d e a mo stra s, utilizo u-se mé to d o s e sta tístic o s nã o -p a ra mé tric o s (SIEG EL, 1975).
O te ste d e Kruska l-Wa llis, c o m níve l d e sig nific â nc ia d e 5%, fo i a p lic a d o e ntre o s d ife re nte s p ro d uto s d e um me smo g rup o : fó rmula s, le ite s e so ja ; e e ntre a s d ife re nte s la ta s d e um me smo p ro d uto .
O te ste d e Mille r, ta mb é m c o m níve l d e sig nific â nc ia d e 5% (Pa c o tic o v. 4.4.4) , fo i a p lic a d o p a ra a s c o mp a ra ç õ e s ind ivid ua is, a p o nta nd o o s p ro d uto s e la ta s e sta tistic a me nte d ife re nte s.
3.5.6 Estima tiva s d a s q ua ntid a d e s d e flúo r ing e rid a s
Pa ra e stima r a s q ua ntid a d e s d e flúo r d ia ria me nte ing e rid a s a o c o nsumir o s p ro d uto s a na lisa d o s, a c o nc e ntra ç ã o mé d ia d e flúo r e nc o ntra d a na s 3 la ta s d o s p ro d uto s p re p a ra d o s
11 Pa c o tinho Esta tístic o – PAC O TIC O . De se nvo lvid o p e lo Pro f. Dr. Eyma r Sa mp a io Lo p e s
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c o m á g ua d e stila d a / d e io niza d a fo i a p lic a d a à s q ua ntid a d e s d e le ite d ia ria me nte c o nsumid a s p o r c ria nç a s d e 1 a 12 me se s d e id a d e , d e a c o rd o c o m Jo ne s e Ke lts (1988) e Va sc o nc e lo s (1997); e d e 18 a 36 me se s, d e a c o rd o c o m Lo p e z e Nó b re g a (1987) e Wo iski (1994).
O va lo r e nc o ntra d o fo i d ivid id o p e lo p e so c o rp ó re o d a s c ria nç a s na s d ife re nte s id a d e s, c o nfo rme a s c urva s no rma is d e c re sc ime nto .
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3.4 RESULTADO
Q ua nd o p re p a ra d o s c o m á g ua d e io niza d a , na p ro p o rç ã o ind ic a d a p e lo fa b ric a nte , a s fó rmula s infa ntis a p re se nta ra m 0,044 ± 0,038 a 0,326 ± 0,169 mg F/ L, o s le ite s 0,014 ± 0,002 a 0,095 ± 0,061 mg F/ L e o s p ro d uto s à b a se d e so ja 0,253 ± 0,035 a 0,702 ± 0,071 mg F/ L, c o nsid e ra nd o a s mé d ia s d a s 3 la ta s d e c a d a um d e le s (Q ua d ro 2; Ane xo I).
O te ste nã o -p a ra mé tric o d e Kruska l-Wa llis e nc o ntro u d ife re nç a sig nific a tiva (p <0,05) e ntre o s le ite s d e so ja a na lisa d o s e o te ste d e c o mp a ra ç õ e s múltip la s d e Mille r a p o nto u a d ife re nç a e ntre a s ma rc a s c o me rc ia is So ymix® e So ymilke® (Ane xo J).
Dura nte o p e río d o d e re a liza ç ã o d a p e sq uisa , nã o fo i p o ssíve l e nc o ntra r uma te rc e ira la ta d o s le ite s Ninho +6 e G ló ria p ro ve nie nte d e lo te d ife re nte . As d ua s la ta s a d q uirid a s fo ra m a na lisa d a s e o te o r d e flúo r e nc o ntra d o c o nsta no Q ua d ro 2, p o ré m o s d o is p ro d uto s nã o fo ra m inc luíd o s no s te ste s e sta tístic o s e na s e stima tiva s d e ing e stã o .
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Q ua d ro 2 - C o nc e ntra ç ã o mé d ia d e flúo r e nc o ntra d a no s p ro d uto s a na lisa d o s, p o r la ta , mé d ia e d e svio p a d rã o d a s 3 la ta s
No ta :
1) Nã o fo i p o ssíve l e nc o ntra r uma te rc e ira la ta d o s le ite s G ló ria® e Ninho +6®, no p e río d o
d a p e sq uisa .
2) As c o mp a ra ç õ e s re a liza d a s p e lo te ste d e Mille r e nc o ntra ra m d ife re nç a s e sta tistic a me nte sig nific a nte s (p <0,05) e ntre o s te o re s d e flúo r d o s p ro d uto s a ssina la d o s c o m (*) e e ntre a s la ta s d e um me smo p ro d uto a ssina la d a s c o m (**).
Aind a no Q ua d ro 2 p o d e -se no ta r q ue e m muito s p ro d uto s ho uve va ria ç ã o d a s c o nc e ntra ç õ e s d e flúo r e ntre la ta s a na lisa d a s, se nd o e sta s d ife re nç a s e sta tistic a me nte sig nific a nte s (p <0.05) p a ra o s se g uinte s p ro d uto s: Na n 1, Na n 2, Ne sto g e no 1,
G RUPO S PRO DUTO S
m é dia 1º la ta (m g F/ L)
m é dia 2º la ta (m g F/ L)
m é dia 3º la ta (m g F/ L)
m é dia (m g F/ L) e de svio pa drã o
da s 3 la ta s
Na n 1 0,100** 0,478** 0,402 0,326 ± 0,169
Na n 2 0,348** 0,127** 0,161 0,212 ± 0,101
Na n AR 0,025** 0,032 0,143** 0,067 ± 0,056
Ne sto g e no 1 0,050** 0,055 0,155** 0,087 ± 0,050
Ne sto g e no 2 0,023 0,096** 0,013** 0,044 ± 0,038
Ne sto g e no p lus 0,245 0,264** 0,115** 0,208 ± 0,068
Fó rmula
Ne sto g e no c / so ja 0,084 0,085 0,085 0,085 ± 0,003
Ele g e Inte g ra l 0,017 0,052** 0,011** 0,027 ± 0,019
G ló ria inte g ra l 0,015 0,013 - 0,014 ± 0,002
Ita mb é inte g ra l 0,017 0,017 0,018 0,017 ± 0,001
Ma itá 0,029 0,037** 0,015** 0,027 ± 0,009
Ninho 0,024** 0,012** 0,013 0,016 ± 0,005
Ninho +1 0,074** 0,024** 0,036 0,045 ± 0,022
Ninho +3 0,036 0,037** 0,031** 0,035 ± 0,003
Ninho +6 0,037 0,153 - 0,095 ± 0,061
Pre c io so 0,019 0,020 0,019 0,019 ± 0,001
Le ite
Se rra Bra nc a 0,011** 0,015 0,016** 0,014 ± 0,003
So ymix* 0,755 0,613 0,737 0,702 ± 0,071
Sup ra So y 0,268 0,363 0,372 0,334 ± 0,050
So ja
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Ne sto g e no 2, Ne sto g e no Plus, Na n AR, Ele g ê , Ma itá , Ninho , Ninho +1, Ninho +3, Ele g ê e So ymilke .
A e stima tiva d a q ua ntid a d e d e flúo r ing e rid a p o r c ria nç a s d e 1 a 36 me se s, a o c o nsumir o s p ro d uto s a na lisa d o s, d e mo nstra d a no Q ua d ro 4, fo i c a lc ula d a c o nfo rme d e sc riç ã o p ré via . O Q ua d ro 3 e xe mp lific a o c á lc ulo p a ra o le ite Ninho®.
Q ua d ro 3 – C á lc ulo d a q ua ntid a d e to ta l d e flúo r d ia ria me nte ing e rid a (mg F/ d ia ) p o r c ria nç a s d e d ife re nte s id a d e s a o c o nsumir o le ite Ninho®
p re p a ra d o c o m á g ua se m flúo r (0,016 mg F/ L) e d a q ua ntid a d e ing e rid a p o r p e so c o rp ó re o (mg F/ Kg p e so / d ia ).
IDADE (m )
PESO (Kg )
ING ESTÃO DE LEITE/ dia (L) m g F/ dia m g F/ Kg pe so / dia
1 4,5 0,900* 0,014 0,003
6 8,0 0,800 0,013 0,002
12 10,5 0,650 0,010 0,001
18 11,5 0,750 0,012 0,001
24 13,0 0,750 0,012 0,001
36 14,0 0,500 0,008 0,001
