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Estudo comparativo da morfometria ocular entre olhos contralaterais de pacientes com fechamento angular primário agudo e olhos com diagnóstico de glaucoma primário de ângulo aberto e seio camerular estreito através da biomicroscopia ultra-sônica, paquimet

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Academic year: 2017

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(1)

Rafael Vidal Mérula

ESTUDO COMPARATIVO DA MORFOMETRIA OCULAR

ENTRE OLHOS CONTRALATERAIS DE PACIENTES COM

FECHAMENTO ANGULAR PRIMÁRIO AGUDO E OLHOS

COM DIAGNÓSTICO DE GLAUCOMA PRIMÁRIO DE

ÂNGULO ABERTO E SEIO CAMERULAR ESTREITO

ATRAVÉS DA BIOMICROSCOPIA ULTRA-SÔNICA,

PAQUIMETRIA, ECOBIOMETRIA E CERATOMETRIA

Belo Horizonte

(2)

Rafael Vidal Mérula

ESTUDO COMPARATIVO DA MORFOMETRIA OCULAR

ENTRE OLHOS CONTRALATERAIS DE PACIENTES COM

FECHAMENTO ANGULAR PRIMÁRIO AGUDO E OLHOS

COM DIAGNÓSTICO DE GLAUCOMA PRIMÁRIO DE

ÂNGULO ABERTO E SEIO CAMERULAR ESTREITO

ATRAVÉS DA BIOMICROSCOPIA ULTRA-SÔNICA,

PAQUIMETRIA, ECOBIOMETRIA E CERATOMETRIA

Tese apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Medicina, área de Oftalmologia, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do grau de Doutor em Medicina.

Área de concentração: Oftalmologia

Orientador: Prof. Dr. Sebastião Cronemberger

Belo Horizonte

(3)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Reitor

Prof. Ronaldo Tadêu Pena

Pró-Reitor de Pós-Graduação Prof. Jaime Arturo Ramirez

Pró-Reitor de Pesquisa

Prof. Carlos Alberto Pereira Tavares

Diretor da Faculdade de Medicina Prof. Francisco José Penna

Diretora do Hospital das Clínicas Profª. Tânia Mara Assis Lima

Coordenador do Centro de Pós-Graduação da Faculdade de Medicina Prof. Carlos Faria Santos Amaral

Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Oftalmologia Prof. Joel Edmur Boteon

Chefe do Departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia Profª. Ana Rosa Pimentel de Figueiredo

Membros do Colegiado do Curso de Pós-Graduação em Medicina, área de Oftalmologia

Prof. Fernando Oréfice

Prof. Henderson Celestino de Almeida Prof. Homero Gusmão de Almeida Prof. Joel Edmur Boteon

Prof. Márcio Bittar Nehemy Prof. Marco Aurélio Lana Peixoto Prof. Sebastião Cronemberger

(4)

A Comissão Examinadora que assina abaixo _______________________a tese

intitulada “ESTUDO COMPARATIVO DA MORFOMETRIA OCULAR ENTRE OLHOS

CONTRALATERAIS DE PACIENTES COM FECHAMENTO ANGULAR PRIMÁRIO

AGUDO E OLHOS COM DIAGNÓSTICO DE GLAUCOMA PRIMÁRIO DE ÂNGULO

ABERTO E SEIO CAMERULAR ESTREITO ATRAVÉS DA BIOMICROSCOPIA

ULTRA-SÔNICA, PAQUIMETRIA, ECOBIOMETRIA E CERATOMETRIA”,

apresentada e defendida, em sessão pública, por RAFAEL VIDAL MÉRULA, para a

obtenção do grau de Doutor em Medicina, pelo programa de Pós-Graduação em

Medicina, área de Oftalmologia, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de

Minas Gerais.Universidade Federal de Minas Gera

P___________________________________

Prof. Dr. Sebasião Cronemberger Orientador

Universidade Federal de Minas Gerais

P___________________________________

Prof. Dr. Nassim Calixto

Universidade Federal de Minas Gerais

___________________________________

Prof. Dr. Homero Gusmão de Almeida Universidade Federal de Minas Gerais

___________________________________

Prof. Dr. Marcelo Pallis Ventura Universidade Federal Fluminense

___________________________________

Prof. Dr. Roberto Freire Santiago Malta Universidade de São Paulo

Universidade Federal Fluminense

Suplentes:

___________________________________

Prof. Dr. Joel Edmur Boteon Universidade Federal de Minas Gerais

Minas Gerais

___________________________________

Dr. Lisandro Sakata

(5)

A Deus, Fonte de fé e perseverança.

Aos meus pais Sinval e Marília, esteio e exemplo.

À minha irmã Cyntia, incentivadora e amiga.

À minha esposa Ana Paula, inspiração, amor e companheirismo em todos os momentos.

(6)

AGRADECIMENTOS

À minha esposa Ana Paula pela compreensão, incentivo e apoio a esse sonho, e ao longo de toda a caminhada discente, do ensino médio à pós-graduação.

Ao meu pai Sinval, pelo apoio incondicional, pelo exemplo de vida honesta e de médico dedicado.

À minha mãe Marília, que nunca mediu esforços para deixar seus afazeres e estar ao meu lado em todos os momentos da minha vida.

Ao professor Sebastião Cronemberger, pelo incentivo, pela dedicação, pela amizade e por ter contribuído tanto para o meu aprimoramento científico com sua orientação precisa e integral.

Ao professor Nassim Calixto, cientista de admirável dedicação, pelos ensinamentos e apoio constantes, por mostrar amor e devoção à Oftalmologia e especialmente à Glaucomatologia.

Ao colega Dr. Alberto Diniz Filho, por ter compartilhado esse sonho comigo, pelo incentivo constante, e pela amizade (“meu irmão”) que foi sendo construída ao longo da residência e do curso de pós-graduação.

Ao Dr. Márcio José Martins Alves, professor adjunto do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora, pela dedicação e pela disponibilidade em ajudar na realização da análise estatística desse estudo.

Ao Professor Dr. Márcio Bittar Nehemy, pelos incentivos no curso de pós-graduação e por ter disponibilizado o aparelho de biomocroscopia ultra-sônica do Instituto da Visão para a concretização dessa tese.

À Dra. Marta Halfeld Ferrari Alves Lacordia, pelo apoio, pela amizade e pelos estímulos constantes durante a realização desse estudo.

Aos funcionários da Universidade Federal de Minas Gerais, especialmente ao Sr. José Francisco do Nascimento, Sra. Maria Lúcia dos Santos e Sra. Maria dos Anjos pela disponibilidade e amizade no Serviço de Glaucoma.

Às secretárias do departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Fonoaudiologia da FM-UFMG, especialmente à Sra. Rosemary Rodrigues Silva e Maria do Rosário Pompéia de Aquino, por terem sempre sido prestativas e acolhedoras.

(7)

“Se um dia tiver que escolher entre o mundo e o amor... Lembre-se. Se escolher o mundo ficará sem o amor, mas se escolher o amor com ele você conquistará o mundo.”

(8)

RESUMO

Estudo comparativo da morfometria ocular entre olhos contralaterais de pacientes

com fechamento angular primário agudo e olhos com diagnóstico de glaucoma

primário de ângulo aberto e seio camerular estreito através da biomicroscopia

ultra-sônica, paquimetria, ecobiometria e ceratometria. Tese [Doutorado]. Belo Horizonte:

Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais; 2008.

Introdução: O fechamento angular primário agudo (FAPA) é uma emergência

oftalmológica. Ainda não temos dados concretos sobre possíveis parâmetros

morfológicos oculares que possam predizer a ocorrência de uma crise.

Objetivo: Comparar olhos com uma característica anatômica semelhante (seio

camerular estreito/fechado): olhos com diagnóstico de glaucoma primário de ângulo

aberto (GPAA) com seio camerular estreito e olhos contralaterais de FAPA, através

da biometria, biomicroscopia ultra-sônica (UBM), ceratometria média (Km) e

paquimetria (espessura corneana central - ECC).

Pacientes e métodos: Vinte e sete olhos de 27 pacientes com diagnóstico de

GPAA com seio camerular estreito e 30 olhos contralaterais de pacientes portadores

de FAPA foram selecionados no Serviço de Glaucoma do Hospital São Geraldo /

HC-UFMG, entre setembro/2005 e junho/2007. Dados biométricos (profundidade

central de câmara anterior (PCA), espessura do cristalino (CR), diâmetro axial

posterior (AXL), relação espessura do cristalino e diâmetro axial

ântero-posterior (CR/AXL), posição do cristalino, posição relativa do cristalino), Km, ECC e

de UBM (PCA, distância de abertura do ângulo a 250 e 500µm do esporão escleral

(AOD250 e AOD500), distância da malha trabecular ao processo ciliar (TCPD),

(9)

escleral, espessura da íris a 2mm da inserção da íris no corpo ciliar, espessura

máxima da íris próxima a borda pupilar (ID3), espessura escleral a 2mm do esporão

escleral, espessura do corpo ciliar a 2mm do esporão escleral, extensão do contato

iridolenticular (ILCD)) analisados comparativamente. Na análise estatística,

utilizou-se nível de significância de 5%. Um modelo de regressão logística foi construído

com a finalidade de predizer o risco de FAPA, dentre os olhos estudados.

Ceratometria média, ECC e CR/AXL foram utilizados para construir o modelo.

Resultados: A comparação biométrica mostrou que o grupo FAPA contralateral

apresentou, de modo estatisticamente significativo, menor PCA (2,48 ± 0,31 vs. 2,71

± 0,32; p = 0,009), menor AXL (21,83 ± 0,87 vs. 22,44 ± 0,87; p = 0,010), e maior

CR/AXL (2,24 ± 0,18 vs. 2,11 ± 0,14 ; p = 0,005). Olhos com seio estreito

apresentaram menores valores de Km (p = 0,034), e ECC menor (p = 0,023) que

olhos contralaterais de FAPA. Valores acima de 0,334 do modelo de regressão

logística apresentaram 83,3% de sensibilidade e 70,4% de especificidade para

diferençar olhos contralaterais de FAPA dentre os olhos avaliados nesse estudo. A

comparação dos parâmetros de UBM mostrou que o grupo FAPA contralateral

apresentou, de modo estatisticamente significativo, menor PCA no claro (p < 0,001)

e no escuro (p < 0,001); menor AOD250 no quadrante superior no claro (p = 0,002) e

no escuro (p = 0,015), e no quadrante inferior no claro (p < 0,001) e no escuro (p <

0,001); menor AOD500 no quadrante superior no claro (p < 0,001) e no escuro (p <

0,001), e no quadrante inferior no claro (p < 0.001) e no escuro (p < 0,001); menor

TCPD no quadrante superior no claro (p = 0,017) e no escuro (p = 0,044), e no

quadrante inferior no claro (p = 0,047); e menor ID3 no quadrante superior no claro

(10)

Conclusão: Olhos contralaterais de FAPA apresentaram menor PCA, menor AXL e

maior CR/AXL. Olhos com GPAA e seio estreito apresentaram menor Km e menor

ECC. Com a utilização da UBM verificou-se que os olhos contralaterais com FAPA

apresentaram um segmento anterior mais aglomerado. O modelo de regressão

logística mostrou resultados promissores para diferençar olhos contralaterais de

FAPA de olhos com GPAA e seio estreito.

Palavras-chave: Glaucoma de Ângulo Aberto. Microscopia. Biometria. Dissertações

(11)

ABSTRACT

Ocular morphometric comparative study between fellow eyes of patients with acute

primary angle-closure and eyes of patients with diagnosis of primary open-angle

glaucoma and narrow angle using ultrasound biomicroscopy, pachymetry, biometry,

and keratometry. Thesis [Doctorate]. Belo Horizonte: Faculdade de Medicina da

Universidade Federal de Minas Gerais; 2008.

Introduction: The acute primary angle-closure (APAC) is an ophthalmologic

emergency. We still do not have substantial data about the possible parameters that

could predict the occurrence of an attack.

Objective: To compare eyes that present a similar anatomic feature (narrow or

closed angle), such as eyes with the diagnosis of primary open-angle glaucoma

(POAG) with narrow angle and fellow APAC eyes, using biometric and ultrasound

biomicroscopic (UBM) parameters, average keratometry (K) and pachymetry (central

corneal thickness - CCT).

Patients and Methods: Twenty seven eyes of 27 patients with the diagnosis of

POAG with narrow angle and 30 fellow eyes of APAC patients were recruited from

the Glaucoma Service of Hospital São Geraldo Hospital/HC-UFMG from September

2005 to June 2007. These eyes were comparatively assessed using biometric data

(anterior central chamber depth (ACD), lens thickness (LT), ocular axial length (AL),

lens thickness and ocular axial length ratio (LT/AL), lens position, relative lens

position), K, ECC and UBM (ACD, angle opening distance 250 and 500 µm from the

scleral spur (AOD 250 and AOD 500), distance from trabecular meshwork to ciliary

process (TCPD), the distance measured from the posterior iris surface (iris

(12)

thickness 500 µm from the scleral spur, iris thickness 2 mm from the iris insertion on

ciliary body, maximum iris thickness near the pupillary edge (ID3), the scleral

thickness measured at 2 mm from scleral spur, ciliary body thickness measured at 2

mm from the scleral spur, iris-lens contact distance (ILCD)). Statistical analysis

considered a level of significance of 5%. A logistic regression model was built with

the aim to predict the risk of APAC among the eyes analysed. Keratometry, CCT and

LT/AL were used to build the model.

Results: The biometric comparison demonstrated that contralateral APAC eyes

showed, with statistical significance, lower ACD (2.48 ± 0.31 vs. 2.71 ± 0.32; P = 0.009), lower AL (21.83 ± 0.87 vs. 22.44 ± 0.87; P = 0.010) and higher LT/AL (2.24 ± 0.18 vs. 2.11 ± 0.14; P = 0.005). Narrow angle eyes showed lower K (P = 0.034), and lower CCT (P = 0.023) than fellow eyes of APAC. Values higher than 0.334 of the logistic regression model showed 83.3% of sensitivity and 70.4% of specificity to

separate fellow eyes with APAC among the eyes assessed in this study. The UBM

comparison demonstrated that contralateral APAC eyes showed, with statistical

significance, lower ACD in light (P < 0.001) and dark (P < 0.001), lower AOD250 superior quadrant in light (P = 0.002) and dark (P = 0.015), lower AOD500 superior quadrant in light (P < 0.001) and dark (P < 0.001), lower TCPD superior quadrant in light (P = 0.017) and dark (P = 0.044), lower ID3 superior quadrant in light (P = 0.042) and dark (P = 0.021), lower AOD250 inferior quadrant in light (P < 0.001) and dark (P < 0.001), lower AOD500 inferior quadrant in light (P < 0.001) and dark (P < 0.001), lower TCPD inferior quadrant in light (P = 0.047), and lower ID3 inferior quadrant in dark (P = 0.016).

Conclusion: Fellow eyes of APAC demonstrated lower ACD, lower AL and higher

(13)

verified that fellow eyes of APAC showed a more crowded anterior segment. The

logistic regression model showed promising results in distinguishing fellow eyes of

APAC from eyes with POAG and narrow angle.

(14)

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Desenho esquemático dos parâmetros da UBM analisados no presente estudo. A. AOD500, AOD250, ST2, CBT2. B. TCPD, ICPD, ID1, ID2, ID3, ILCD...62

Gráfico 1 – Curva ROC do modelo de regressão logística (MRL = ceratometria, espessura corneana central e razão espessura do cristalino/diâmetro axial ântero-posterior)...73

Gráfico 2 – Curva ROC da ceratometria média (K)...73

Gráfico 3 – Curva ROC da profundidade central da câmara anterior (PCA)...74

Gráfico 4 – Curva ROC da razão entre espessura do cristalino e diâmetro axial antero-posterior (CR/AXL)...74

Gráfico 5 – Curva ROC do diâmetro axial antero-posterior (AXL)...75

(15)

LISTA DE QUADROS E TABELAS

Tabela 1 – Resultados pós “status” de fechamento angular...36

Tabela 2 – Características demográficas dos pacientes com FAPA e SCE...69

Tabela 3 – Características clínicas, gonioscopia, ceratometria e paquimetria dos olhos dos grupos FAPA contralaterale SCE; e significância (valores de p) entre os grupos...70

Tabela 4 – Características biométricas dos olhos dos grupos FAPA contralateral e SCE; e significância (valores de p) entre os grupos...71

Tabela 5 – As variáveis na equação do modelo de regressão logística...72

Tabela 6 – Sensibilidade, especificidade e área sob a curva ROC do modelo de regressão logística, ceratometria, dados biométricos e ECC com a finalidade de separar os olhos contralaterais de FAPA dentre os olhos estudados...76

Tabela 7 – Valores dos parâmetros da UBM dos olhos dos grupos FAPA contralaterais e SCE...77

Tabela 8 – Valores dos parâmetros da UBM dos olhos dos grupos FAPA contralaterais e SCE (claro x escuro)...78

Quadro 1 – Classificação do fechamento angular primário (FAP) (FOSTER et al., 2002)...26

(16)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AOD250………distância de abertura do ângulo a 250 micrômetros

do esporão escleral

AOD500...distância de abertura do ângulo a 500 micrômetros

do esporão escleral

AXL...diâmetro axial ântero-posterior

β...valores dos coeficientes de regressão

CBT2...espessura do corpo ciliar a 2,0 mm do esporão

escleral

CIP...configuração da íris em platô

CR...espessura do cristalino

CR/AXL...relação entre espessura do cristalino e diâmetro

ântero-posterior

dB...decibel

ECC...espessura corneana central

E/D...relação escavação/disco óptico

et al. ...et alli

ETDRS………Early Treatment of Diabetic Retinopathy Study

EUA...Estados Unidos da América

FAP...fechamento angular primário

FAPA...fechamento angular primário agudo

GPAA...glaucoma primário de ângulo aberto

GPAF...glaucoma primário de ângulo fechado

HC-UFMG...Hospital das Clinicas – Universidade Federal de

(17)

ICPD...distância entre a íris e o processo ciliar

ID1...espessura iriana 1

ID2...espessura iriana 2

ID3...espessura iriana 3

ILCD...extensão do contato iridocristaliniano

IPL...iridotomia periférica a laser

K...valor ceratométrico médio

laser...light amplification of stimulated emission of radiation

ln...logaritmonatural

LOCS...Sistema de Classificação de Opacidades

Cristalinianas

logMar...logaritmo de resolução angular mínima

lux...unidade de iluminância (mede a incidência de

um lúmen)

mg/cc...miligramas por centímetro cúbico

mm...milímetro

mmHg...milímetro de mercúrio

m/s...metro por segundo

p………. ...nível de significância estatística

pe...probabilidade do evento

PCA...profundidade central da câmara anterior

PC...posição do cristalino

Po...pressão intra-ocular

(18)

ROC...Receiver Operating Characteristic

Curve

SCE...seio camerular estreito

SFAP...suspeito de fechamento angular primário

ST2...espessura da esclera a 2mm do esporão

escleral

TCPD...distância da faixa trabecular ao processo

ciliar

UBM...biomicroscopia ultra-sônica

µm...micrômetro

(19)

LISTA DE SÍMBOLOS

>... maior que

<... menor que

≥... maior ou igual que

≤... menor ou igual que

=...igual

±... mais ou menos (introduzindo valor de desvio-padrão)

(20)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO... .21

2 REVISÃO DA LITERATURA... 24

2.1 DEFINIÇÃO/NOMENCLATURA... 25

2.2 EPIDEMIOLOGIA... 26

2.3 ETIOPATOGENIA... 30

2.4 CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS/BIOMÉTRICAS... 31

2.5 OLHO CONTRALATERAL... 38

2.6 BIOMICROSCOPIA ULTRA-SÔNICA E O FECHAMENTO ANGULAR PRIMÁRIO... 39

2.7 TRATAMENTO... 44

3 OBJETIVOS... 47

3.1 OBJETIVOS... 48

3.2 HIPÓTESES DE NULIDADE... 48

3.2 HIPÓTESES ALTERNATIVAS... 49

4 PACIENTES E MÉTODOS... 50

4.1 SELEÇÃO DOS PACIENTES... 51

4.2 ESTUDO DOS PACIENTES... 55

4.3 EXAME OFTALMOLÓGICO... 56

4.4 CERATOMETRIA... 58

4.5 PAQUIMETRIA... 58

4.6 ECOBIOMETRIA... 58

4.7 BIOMICROSCOPIA ULTRA-SÔNICA... 59

4.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA... 62

4.9 MATERIAIS E MEDICAMENTOS... 64

5 RESULTADOS... 67

6 DISCUSSÃO... 79

7 CONCLUSÕES... 90

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 93

9 APÊNDICES... 106

APÊNDICE A – Trabalho publicado nos Arquivos Brasileiros de Oftalmologia...107

APÊNDICE B – Formulário utilizado para coleta dos dados...112

(21)
(22)

1 INTRODUÇÃO

Estima-se que 66,8 milhões de pessoas são afetadas por glaucoma primário no

mundo e aproximadamente metade delas são acometidas por glaucoma primário de

ângulo fechado (GPAF) (QUIGLEY, 1996). Acredita-se que em torno de 79,6

milhões apresentarão glaucoma em 2020 (QUIGLEY & BROMAN, 2006). O

fechamento angular primário agudo (FAPA) é uma forma da doença com risco

elevado de perda visual que requer tratamento imediato e efetivo, e usualmente

manifesta-se através de ataques sintomáticos agudos.

A incidência do FAPA é particularmente alta em populações asiáticas (SEAH et al.,

1997; LAI et al., 2001). Entretanto, há pouca informação disponível sobre a

epidemiologia do FAPA na América do Sul, ressalvando-se estudo que publicamos

recentemente sobre a incidência do FAPA no Serviço de Glaucoma do Hospital São

Geraldo (MÉRULA et al., 2008b) que foi de 22,7 casos por 1000 atendimentos de

pacientes novos admitidos no serviço (APÊNDICE A).

Estudos biométricos das dimensões oculares de olhos com fechamento angular

primário (FAP) contribuíram para o esclarecimento de aspectos fisiopatológicos do

bloqueio pupilar e do fechamento angular. Estes estudos verificaram que olhos com

FAP, quando comparados com olhos normais, apresentaram menor diâmetro axial

ântero-posterior (AXL) (LOWE, 1970; TOMLINSON & LEIGHTON, 1973; ALSBIRK,

1976; LOWE, 1977; GEORGE et al., 2003; RAMANI, et al., 2007), menor

profundidade central da câmara anterior (PCA) (LOWE, 1970; TOMLINSON &

LEIGHTON, 1973; ALSBIRK, 1976; LIN et al., 1997; GEORGE et al., 2003; RAMANI,

(23)

TOMLINSON & LEIGHTON, 1973), menor raio da curvatura corneana posterior

(LOWE & CLARK, 1973a), menor raio da curvatura cristaliniana anterior

(TORNQUIST, 1957), maior espessura do cristalino (CR) (STOREY & PHILLIPS,

1971; TOMLINSON & LEIGHTON, 1973; GEORGE et al., 2003;), posição do

cristalino (PC) mais anterior (LOWE, 1969), e maiores valores da relação entre

espessura do cristalino e diâmetro ântero-posterior (CR/AXL) (MARKOWITZ &

MORIN, 1985; YAMANE, 1997).

A biomicroscopia ultra-sônica (UBM) é um exame de imagem, não invasivo, do

segmento anterior em alta resolução (40µm) (PAVLIN et al., 1990). A importância da

UBM no auxílio do esclarecimento do mecanismo fisiopatológico do fechamento

angular já foi demonstrada em estudo sobre o FAP (RITCH & LIEBMANN, 1998) e

as mudanças morfológicas que ocorrem após a iridotomia (ANDRADE, 1999;

GAZZARD et al., 2003).

O conhecimento atual sobre a fisiopatologia do fechamento angular e as possíveis

características anatômicas que poderiam predizer uma crise aguda não está

totalmente estabelecido. Desse modo, o presente estudo tem o propósito de

comparar, através da UBM, paquimetria, ecobiometria e ceratometria, olhos que

apresentem uma característica anatômica similar no segmento anterior (seio

camerular estreito): olhos com o diagnóstico de glaucoma primário de ângulo aberto

(GPAA) e seio camerular estreito (SCE), e olhos contralaterais de FAPA; com o

(24)
(25)

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 DEFINIÇÃO/NOMENCLATURA

O mecanismo do FAP segundo Curran (1931), Barkan (1938) e Chandler (1952)

ainda é aceito hoje. Ocorre devido ao bloqueio pupilar, com a dificuldade do fluxo de

humor aquoso da câmara posterior para a anterior e fechamento do ângulo,

mecanismo possível em olhos predispostos com câmara anterior rasa e SCE.

O bloqueio aposicional da íris sobre a rede trabecular constitui um conjunto de

entidades caracterizado por relações anormais entre estruturas do segmento

anterior do olho e geralmente tem um ou mais fatores desencadeantes. O

fechamento do seio pode ser causado pelas seguintes combinações: anormalidades

no tamanho ou na posição relativa de estruturas do segmento anterior do olho; e

forças anormais no segmento posterior que alteram a anatomia do segmento

anterior (RITCH & LOWE, 1996).

Recentemente, Foster et al. (2002) propuseram um novo esquema de classificação

para pacientes com GPAF em estudos de fatores de risco, prevalência e ensaios

clínicos de modo a não ocorrer interpretações inadequadas sobre a morbidade

visual atribuída ao glaucoma, especialmente ao GPAF; além de permitir a

comparação de resultados entre diferentes estudos (QUADRO 1). Segundo os

autores, alguns pacientes com FAP foram classificados como casos estabelecidos

(26)

visual) normais. Desse modo, sugeriram limitar o uso do termo glaucoma para aqueles pacientes com dano funcional (alterações campimétricas) e estrutural

(neuropatia óptica) estabelecidos, provendo uma definição uniforme para diferentes

mecanismos causais: ângulo aberto primário, ângulo fechado primário e secundário

a outras patologias.

Quadro 1 – Classificação do fechamento angular primário (FAP) (FOSTER et al., 2002)

Suspeito de fechamento angular primário

(SFAP)

Contato aposicional entre a periferia da íris e a malha trabecular posterior possível†.

Campo visual e nervo óptico normais. Fechamento angular primário

(FAP)

Características indicando que obstrução trabecular pela periferia da íris ocorreu: sinéquia anterior periférica, pressão intra-ocular elevada, distorção das fibras irianas que são orientadas radialmente, opacidade do cristalino (“glaucomflecken”), ou excessivo depósito de pigmento na superfície trabecular.

Campo visual e nervo óptico normais. Glaucoma primário de ângulo

fechado (GPAF)

FAP com evidência de glaucoma (danos funcionais (alterações no campo visual) e estruturais (sinais de neuropatia óptica glaucomatosa))

Em estudos epidemiológicos essa condição é definida, na maioria das vezes,

como um ângulo no qual 270° da malha trabecular posterior (a parte que geralmente é pigmentada e que é exatamente a região do canal de Schlemm) não pode ser visível. Essa definição é arbitrária e sua avaliação em estudo longitudinal é uma prioridade importante.

(27)

O GPAF apresenta uma morbidade elevada, principalmente em populações

asiáticas, nas quais ocorre um elevado número de casos de cegueira em

conseqüência dessa doença. Em estudo conduzido numa população urbana no

sudeste da Índia, em 2000, verificou-se que 41,7% dos indivíduos com GPAF

apresentaram cegueira uni ou bilateral (DANDONA et al., 2000).

A prevalência do glaucoma depende de muitos fatores, incluindo, etnicidade, idade,

sexo e região geográfica (YAMAMOTO et al., 2005). Além disso, diferenças nos

instrumentos diagnósticos e metodológicos para detectar a doença podem

influenciar os achados epidemiológicos. A prevalência do GPAF já foi analisada em

alguns estudos: 0,6% no Nordeste da Itália (BONOMI et al., 2000), 1,4% na

Mongólia (FOSTER et al., 1996), 1,0% em Cingapura (FOSTER et al., 2000), 0,6%

no Japão (YAMAMOTO T et al., 2005),0,5% a 1,08% na Índia (DANDONA et al.,

2000; RAMAKRISHNAN et al., 2003), 0,97% em Ponza, Itália (CEDRONE et al.,

1997), 0,1% em Melbourne, Austrália (WENSOR et al., 1998), e 0,7% em Curitiba,

Brasil (SAKATA et al., 2007).

Deve-se ter cuidado ao analisar os dados de prevalência, uma vez que diferentes

definições de GPAF foram utilizadas. O Estudo Andhra Pradesh realizado no

sudeste da Índia encontrou uma prevalência de 1,08% e definiu o GPAF como

pressão intra-ocular (Po) maior ou igual que 22mmHg ou dano glaucomatoso no

nervo óptico na presença de seio camerular oclusível (DANDONA et al., 2000). A

prevalência do GPAF em chineses residentes na região urbana de Cingapura foi de

1,0%, sendo que o glaucoma foi definido como presença de neuropatia óptica

glaucomatosa e seio camerular oclusível, no qual a malha trabecular pigmentada era

(28)

Mongólia, a prevalência de seio oclusível, definido como uma malha trabecular que

não era visível por mais de ¾ da circunferência angular na posição primária, ou

GPAF, definido como seio oclusível e aumento da Po e/ou dano óptico

glaucomatoso, foram 6,4% ou 1,4%, respectivamente (FOSTER et al., 1996).

A fase aguda sintomática do FAPA é, geralmente, de duração limitada, dessa forma,

a prevalência (a freqüência de uma doença em tempo determinado) é pouco útil

como um índice de morbidade quando comparada à incidência (novos casos que

ocorrem na população previamente sem a doença) (SEAH et al., 1997). A dor ocular,

a baixa acuidade visual e os outros sintomas fazem com que os pacientes procurem

atendimento médico quando sofrem uma crise de FAPA.

A incidência do FAPA já foi analisada em alguns estudos que encontraram os

seguintes resultados: 3,8 casos/100.000, no período de 1973 a 1982, na Finlândia

(TEIKARI et al., 1987); 12,2/100.000, de março/1995 a fevereiro/1996, em Cingapura

(SEAH et al., 1997); 8,3/100.000 em indivíduos acima de 40 anos, no período de

1980 a 1992, Olmsted County, Minesota, EUA (sendo que neste estudo avaliou-se a

incidência do GPAF) (Erie et al., 1997); 10,4/100.000, de março/1998 a

fevereiro/2000, na população chinesa de Hong Kong (LAI et al., 2001); 2,9/100.000,

janeiro/1995 a dezembro/2001, em Dalmácia, sudeste da Croácia (BOJIC et al.,

2004); 4,1/100.000, 1985 a 1999, em Split, Croácia (IVANISEVIC et al., 2002);

3,8/100.000, em Savoie, França (Vadot et al., 1989). Nos países ocidentais, os

dados disponíveis sobre a incidência do FAPA são escassos.

Estudos de incidência de FAPA em serviços de referência são raros. Em estudo

(29)

de janeiro/1995 a dezembro/1999, verificou que, dentre 2425 pacientes atendidos,

888 eram pacientes com GPAF (DAS et al., 2001). A forma crônica do GPAF era

responsável por 576 (64,86%) casos, 171 (19,26%) eram da forma intermitente, e

141 (15,88%) pacientes tiveram o diagnóstico de FAPA. Desse modo, a incidência

de FAPA no serviço de glaucoma referido acima foi de 58,1 por 1000 atendimentos

(DANDONA et al., 2000; RAMAKRISHNAN et al., 2003). Recentemente, publicamos

a incidência do FAPA no Serviço de Glaucoma do Hospital São Geraldo (MÉRULA

et al., 2008b) que foi de 22,7 casos por 1000 atendimentos de pacientes novos

admitidos no serviço (APÊNDICE A). Em comparação com as incidências obtidas

nos estudos populacionais verificamos que o Serviço de Glaucoma do Hospital São

Geraldo apresenta uma incidência elevada de FAPA. Esse resultado justifica-se pelo

fato de o Serviço de Glaucoma do Hospital São Geraldo ser referência no tratamento

do glaucoma.

Em brancos, o FAPA afeta as mulheres com uma freqüência cinco vezes maior do

que em homens (DUCASSE et al., 1987), enquanto que nos negros a freqüência é

igual nos dois sexos (ALPER & LAUBACH, 1968).

O GPAF está geralmente associado à hipermetropia, apesar de ocorrer em olhos

com quaisquer erros de refração (LOWE, 1969). Ducasse et al (1987) verificaram

que 68% dos olhos com FAPA apresentaram hipermetropia maior que uma dioptria.

Susanna Jr et al (1981b) estudaram 47 pacientes (58 olhos) que apresentaram GAP

e analisaram a freqüência quanto a idade, ao sexo e a raça dos pacientes. A

freqüência no sexo feminino foi de 85,1%. A 6ª década de vida foi a mais freqüente.

(30)

Resultados semelhantes foram encontrados por Calixto & Cronembeger (1986)

quando dentre 20 pacientes portadores de GAP, 80% eram do sexo feminino e 80%

eram leucodérmicos.

2.3 ETIOPATOGENIA

Provavelmente, Von Graefe (1857) foi o primeiro a descrever a câmara anterior rasa

no “Glaucoma Inflamatório Agudo” e a necessidade da iridectomia, tendo sido citado

por Calixto & Cronemberger (1986).

Smith (1883) aferiu o diâmetro equatorial e o volume de cristalinos de olhos

enucleados de cadáveres e de glaucomatosos verificando que no “Glaucoma Agudo

Congestivo” os cristalinos eram maiores e os olhos mais curtos quando comparados

aos olhos não glaucomatosos. Raeder (1923) e Rosengren (1931) foram os

primeiros a medir a PCA separando biometricamente os dois tipos polares de

glaucoma. Segundo Barkan (1938), Chandler (1952) e Gorin (1971) os pacientes

com GPAF tinham um maior contato iridocristaliniano.

A história natural do glaucoma de ângulo fechado foi descrito por LOWE (1966).

Estabeleceram-se os seguintes tipos: glaucoma de ângulo fechado intermitente,

glaucoma de ângulo fechado silencioso (“creeping”), glaucoma agudo, glaucoma de

ângulo fechado crônico, glaucoma de ângulo fechado absoluto, glaucoma misto,

glaucoma crônico simples com ângulo estreito, glaucoma maligno. Foi descrito que

um tipo pode se transformar em outro e vice-versa, e enfatizou-se a importância de

(31)

(“gatilho”). Segundo Lowe (1966), o glaucoma de ângulo fechado é mais comum em

olhos com PCA entre 1,5 e 2,0mm, e raro em olhos com a câmara anterior acima de

2,6mm.

Mapstone (1968) estudou a mecânica do bloqueio pupilar descrevendo três forças

envolvidas: a) força de contração do esfíncter da pupila; b) força do dilatador da

pupila; c) força de estiramento do tecido iriano, proporcional ao grau de miose; e

relatou que as duas últimas forças citadas acima são maiores quando a pupila está

miótica sendo as mais importantes na gênese do bloqueio pupilar. Além disso,

confirmou os achados de Barkan (1938) e Chandler (1952) de que o bloqueio pupilar

é o fator de iniciação do fechamento do ângulo naqueles pacientes com o ângulo da

câmara anterior estreito.

Aproximadamente 90% dos pacientes com fechamento do seio camerular têm como

mecanismo principal o bloqueio pupilar relativo (RITCH & LOWE, 1996). O esfíncter

iriano está sobreposto à cápsula anterior do cristalino e impede o fluxo de aquoso

através da pupila da câmara posterior para a anterior aumentando a pressão na

câmara posterior e deslocando a íris anteriormente fechando o ângulo que já era

estreito.

2.4 CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS/

(32)

As diferenças anatômicas e biométricas mais comuns encontradas em estudos

anteriores de pacientes referidos como portadores de GPAF, quando comparados

com olhos normais, foram:

- menor diâmetro corneano (DELMARCELLE et al., 1971);

- menor raio de curvatura anterior da córnea (DELMARCELLE et al., 1971;

LOWE& CLARK, 1973b; TOMLINSON & LEIGHTON, 1973);

- menor raio de curvatura posterior da córnea (LOWE & CLARK, 1973a);

- PCA menor (LOWE, 1970; TOMLINSON & LEIGHTON, 1973; ALSBIRK,

1976; BENTIJANE & CARVALHO, 1980; LIN et al., 1997; GEORGE et al.,

2003; RAMANI, et al., 2007);

- cristalino mais espesso (LOWE, 1969; STOREY & PHILLIPS, 1971;

TOMLINSON & LEIGHTON, 1973; GEORGE et al., 2003)

- menor raio de curvatura anterior do cristalino (LOWE & CLARK, 1973b)

- cristalino em posição mais anterior (LOWE, 1969; TOMLINSON &

LEIGHTON, 1973);

- menor AXL (LOWE, 1970; TOMLINSON & LEIGHTON, 1973; ALSBIRK,

1976; LOWE, 1977; GEORGE et al., 2003; RAMANI, et al., 2007);

- maiores valores CR/AXL (MARKOWITZ & MORIN, 1985; YAMANE, 1994).

Lowe (1969), através de estudo biométrico, verificou que olhos com FAPA

apresentaram maior CR (5,09mm vs 4,50mm), posição relativa do cristalino (PRC)

mais anterior, e menor AXL (22,01mm vs 23,10mm) que olhos normais; além disso,

o crescimento do cristalino com a idade contribuiria para a PCA menor nos olhos

(33)

Segundo Lowe (1970) o achado biométrico mais importante que predispôs ao GPAF

foi a anteriorização do cristalino em relação a base da íris (câmara anterior rasa).

Nesta situação, o esfíncter pupilar é posicionado sobre a superfície do cristalino e

atenua o fluxo aquoso através da pupila da câmara posterior para a anterior

(bloqueio pupilar relativo).

Delmarcelle et al. (1971) estudaram comparativamente olhos normais e olhos com

GAP e concluíram que os olhos com a crise aguda apresentavam córnea com menor

diâmetro, menor raio de curvatura, menor profundidade e volume da câmara

anterior, cristalino mais espesso (5,43mm vs 4,46mm) e mais anteriorizado

caracterizando o glaucoma congestivo. Afirmaram que a abertura do ângulo

iridocorneano resulta da espessura, do avanço e do volume relativamente maior do

cristalino em um olho pequeno.

Tomlinson & Leighton (1973) estudaram 16 pacientes com glaucoma de ângulo

fechado e 49 normais. Encontraram os seguintes resultados respectivamente: PCA –

2,31mm vs 3,08mm; CR – 5,23mm vs 4,67mm; AXL – 22,06mm vs 22,58mm.

Clemmesen & Luntz (1976) observaram que uma população negra normal

apresentava cristalino menos espesso (4,16mm) que uma população branca

(dinamarquesa) normal (4,72mm) e uma população negra com FAP (4,81mm),

sendo que os dois últimos grupos tinham resultados similares. Os autores sugeriram

que esse resultado poderia explicar a baixa incidência de GPAF na população

(34)

Malta et al. (1983), através de biometria, estudaram comparativamente olhos

portadores de glaucoma crônico de ângulo estreito e GAP. Verificaram que os

grupos foram semelhantes quanto a PCA e o diâmetro do cristalino. Por outro lado,

observaram que o diâmetro ântero-posterior do vítreo e o AXL do grupo com

glaucoma crônico de ângulo estreito eram significativamente maiores que nos olhos

com crise aguda. Os resultados encontrados no FAPA foram: PCA – 2,16mm, CR –

4,87mm, comprimento do vítreo – 15,11mm, AXL – 22,15mm; e no grupo com

ângulo estreito foram: PCA – 2,19mm, CR – 5,10mm, comprimento do vítreo –

15,85mm, AXL – 23,03mm.

Markowitz & Morin (1984) observaram, após análise biométrica de 89 olhos com

GPAF, que entre a 4ª e 5 ª décadas o cristalino apresenta um padrão anormal de

crescimento, estabilizando na década seguinte e depois acelerando anormalmente.

Os autores sugeriram que o afrouxamento da zônula levaria a uma câmara anterior

rasa, e que a ocorrência de FAP teria dois picos: entre 53 e 58 anos e entre 63 e 70

anos.

Em 1985, Markowitz & Morin utilizaram CR/AXL como unidade representativa para

avaliação biométrica do olho. Verificaram que esse parâmetro era dependente da

idade e era maior no GPAF (com variação de 1,87 ± 0,11 a 2,39 ± 0,17) em relação

a indivíduos normais (1,91 ± 0,44).

Calixto & Cronemberger (1986) realizaram estudo biométrico comparativo entre

olhos portadores de glaucoma simples e olhos com GAP em faixas etárias

(35)

PCA, diâmetro axial da cavidade vítrea e AXL, sendo esses parâmetros menores

nos pacientes com crise aguda. Não encontraram diferenças na curvatura da córnea

e na CR.

Susanna Jr et al. (1988) estudaram, através da ecobiometria, 63 pacientes (93

olhos) classificados em sete grupos: olhos normais, olhos com glaucoma crônico

simples, com GAP, com glaucoma maligno, com íris em “plateau”, hipermétropes

maiores que 6 dioptrias. Concluíram que, embora a ecobiometria diferencie os

pacientes com glaucoma de ângulo estreito dos pacientes normais e com glaucoma

de ângulo aberto, é incapaz de separar as diferentes formas de glaucoma de ângulo

estreito e também hipermétropes com seio camerular amplo.

Resultados encontrados por Panek et al. (1990), após estudo biométrico de 54

pacientes com seios camerulares estreitos oclusíveis, sugerem que a relação

CR/AXL pode ser útil como valor clínico preditivo no glaucoma de ângulo estreito,

uma vez que verificaram forte correlação entre tempo até a iridotomia, que foi

necessária em 20 (37%) pacientes no período médio de 16 meses do início do

exame, e maior valor da relação CR/AXL.

Wilensky et al. (1993) acompanharam 129 pacientes sob risco de GAP, através de

exame refracional, gonioscopia, ecobiometria e teste provocativos, sem tratamento

por 2,7 a 6 anos. Verificaram que 25 pacientes desenvolveram fechamento angular

em pelos menos um olho durante o estudo, mas, em apenas 8 pacientes o

fechamento foi agudo; e nenhum dos parâmetros estudados mostrou alta

(36)

fechamento angular. Os resultados ecobiométricos encontrados nesse estudo são

apresentados na tabela 1:

Tabela 1. Resultados pós “status” de fechamento angular

PCA (mm) CR (mm) AXL (mm) Sob risco de fechamento

angular

OD 2,49 (n=100) 4,53 (n=68) 22,01 (n=99) OE 2,54 (n=103) 4,56 (n=68) 21,98 (n=101) Fechamento angular agudo OD 2,38 (n=5) 4,79 (n=2) 21,86 (n=4)

OE 2,28 (n=5) 5,34 (n=1) 21,58 (n=6) Fechamento angular não

agudo

OD 2,40 (n=15) 3,72 (n=2) 21,79 (n=15) OE 2,50 (n=15) 4,00 (n=2) 21,73 (n=12) PCA, profundidade central de câmara anterior; CR, espessura do cristalino; AXL, diâmetro ântero-posterior do olho

Wilensky et al. (1993)

Congdon et al. (1997) testaram hipótese de que chineses possuem menor PCA que

brancos e, por conseqüência, são mais frequentemente acometidos por GPAF,

comparando, através da avaliação da PCA, AXL, curvatura corneana e erro refrativo,

531 chineses, 170 brancos e 188 negros maiores que 40 anos. Entretanto, os

autores não identificaram nenhum parâmetro que fosse diferente entre os grupos e

que justificasse a maior prevalência do FAP entre os chineses.

Lin et al. (1997) realizaram um estudo retrospectivo no qual avaliaram

comparativamente, através de dados biométricos, olhos contralaterais de GAP (n =

80) e olhos normais (n = 60), e encontraram os seguintes resultados,

respectivamente: AXL, 22,25 ± 0,77mm e 23,26 ± 0,76mm; PCA, 2,28 ± 0,23mm e

3,11 ± 0,25mm; CR, 4,94 ± 0,28mm e 4,48 ± 0,30mm. Os autores observaram que,

dentre os parâmetros avaliados, a PCA menor que 2,70mm foi o mais sensível

(94%) e específico (94%) para diferenciar olhos com GAP de olhos de pacientes

(37)

Sihota et al. (2000) estudaram comparativamente olhos com GAP, olhos com GPAF

subagudo, olhos com GPAF crônico e olhos normais utilizando os seguintes

parâmetros: ametropia, diâmetro corneano, ceratometria, espessura corneana

central (ECC), CR, AXL e PRC. Os autores observaram que os três subgrupos de

FAP apresentaram olhos menores, cristalinos mais espessos e maior curvatura

corneana que os olhos normais; os olhos com GAP apresentaram cristalino mais

espesso que os demais subgrupos (p < 0,001) e, além disso; os olhos com GAP

demonstraram menores diâmetro corneano e PCA que os olhos com GPAF

subagudo e olhos normais (p < 0,001).

George et al. (2003) analisaram comparativamente, no Sul da Índia, através da

biometria, olhos com seio camerular oclusível (definido como o olho em que foi

possível identificar no exame gonioscópico, realizado na posição primária do olhar e

sem indentação, a malha trabecular anterior em menos de 180° do ângulo), olhos

com GPAF (definido como presença de seio oclusível e Po > 21mmHg), e olhos

normais; e verificaram que os olhos com seio oclusível e os olhos com GPAF não

apresentaram diferenças estatisticamente significativas, porém ambos

demonstraram menor AXL, menor PCA e maior CR que os olhos normais.

Ramani et al. (2007) compararam a variação do sexo na biometria ocular entre

pacientes suspeitos de FAP e pacientes normais, e verificaram que, nas mulheres, a

CR é maior nos pacientes suspeitos de FAP que nos normais, além disso, nos

homens, o cristalino localiza-se mais anteriormente nos pacientes suspeitos de FAP

(38)

2.5 OLHO CONTRALATERAL DE FECHAMENTO

ANGULAR PRIMÁRIO AGUDO

A ocorrência de FAPA no olho contralateral, num período de cinco a dez anos, pode

ser até de 75%, mesmo com terapia miótica profilática (BAIN, 1957; LOWE, 1962;

HYAMS, 1975; EDWARDS, 1982). A maior incidência de FAPA no olho adelfo

ocorre no primeiro ano após a crise no primeiro olho (MAPSTONE, 1981;

EDWARDS,1982). Lowe (1962) observou que, sem tratamento, 58 de 113 pacientes

desenvolveram crise aguda no olho contralateral, sendo que um terço dos casos

ocorreu no primeiro ano. Snow (1977) relatou que 43 dos 72 olhos contralaterais não

tratados com iridotomia periférica a laser (IPL) desenvolveram alguma forma de

FAP.

Alguns estudos sugerem que os olhos contralaterais de pacientes afetados por

FAPA apresentam características biométricas semelhantes aos que sofreram FAPA

(LOWE, 1977; GEORGE et al., 2003; FRIEDMAN et al., 2003). Calixto &

Cronemberger (1986) estudaram comparativamente olhos afetados e olhos

contralaterais de 12 pacientes através da análise biométrica dos seguintes

parâmetros: AXL, PCA, CR e diâmetro axial da cavidade vítrea, e observaram

diferença estatisticamente significativa apenas na PCA que foi menor nos olhos

afetados (2,33 ± 0,22mm vs 2,56 ± 0,37mm, p = 0,05). Sihota et al. (2000)

estudaram pacientes com quadro de FAPA, FAP subagudo e FAP crônico; e

observaram que os olhos contralaterais de cada subgrupo diferiram dos olhos

afetados apenas por ter um cristalino posicionado mais posteriormente. Lim et al.

(39)

opacidade do cristalino entre olhos afetados e contralaterais de pacientes com

FAPA, e verificaram que comparados com os olhos contralaterais, os olhos afetados

apresentaram menor PCA (2,11 ± 0,35mm vs 2,18 ± 0,23mm, p = 0,02), PC mais

anterior (4,61 ± 0,47 vs 4,75 ± 0,29, p = 0,02) e menor opacidade cortical (0,32 ±

0,72 vs 0,53 ± 0,95, p = 0,02).

Estudos especificamente elaborados para a análise comparativa entre olhos

afetados e olhos contralaterais de pacientes com FAPA são raros. Publicamos

recentemente um estudo comparativo entre os olhos de 28 pacientes acometidos

com FAPA unilateral (MÉRULA et al., 2008a) no qual avaliamos os seguintes

parâmetros: equivalente esférico, escavação do disco óptico, ceratometria média

(Km), ECC e dados ecobiométricos (PCA, AXL, CR, CR/AXL). Observamos que os

olhos que sofreram crise de FAPA, quando comparados com os olhos contralaterais,

apresentaram de forma estatisticamente significativa menor equivalente esférico

hipermetrópico (+0,49 ± 1,98 vs +1,21 ± 2,03, p = 0,007), maior escavação do disco

óptico (0,51 ± 0,28 vs 0,42 ± 0,20, p = 0,031), maior Km (45,21 ± 1,96 dioptrias vs

44,92 ± 1,86 dioptrias, p = 0,042) e menor PCA (2,43 ± 0,28 vs 2,51 ± 0,29, p =

0,013) (APÊNDICE C). A crise aguda compromete o cristalino, a íris e a córnea,

seguramente alterando o equivalente esférico e os outros parâmetros.

2.6 BIOMICROSCOPIA ULTRA-SÔNICA E O

(40)

Walsh et al. (1995) avaliaram, por meio da UBM, 15 olhos de 15 pacientes que

tiveram, durante o exame, diagnóstico por imagem de ângulo estreito com bloqueio

pupilar relativo e demonstraram que a extensão do contato iridocristaliniano é menor

nestes pacientes quando comparados com controles normais. Os autores relatam

que, anteriormente, acreditava-se que uma maior área de contato iridocristaliniano

era considerada causa do bloqueio pupilar, sendo que tal afirmativa era baseada em

observações presuntivas pelos métodos diagnósticos disponíveis previamente a

UBM. A menor extensão do contato iridocristaliniano encontrada, segundo os

autores, não pode ser relacionada isoladamente como responsável pela gênese do

bloqueio pupilar.

Caronia et al. (1996) observaram, após estudo de 13 olhos de 13 pacientes com

fechamento do seio camerular por aposição e bloqueio pupilar relativo antes e após

realização de iridotomia com Yag laser, aumento da extensão do contato

iridocristaliniano, aumento da distância de abertura da câmara anterior, aumento do

seio da câmara anterior e nenhuma alteração no AXL e PCA após iridotomia.

Sakuma et al. (1997) realizaram UBM em 46 olhos com seio camerular estreito (igual

ou mais estreito que o grau dois da classificação de Shaffer, pela gonioscopia

indireta), no ambiente escuro, e observaram fechamento angular por aposição em

40 olhos. Verificaram dois tipos de fechamento angular: tipo B que se inicia na

extrema periferia da íris e tipo S que se inicia nas proximidades da linha de

(41)

Sawada et al. (1997) verificaram, através da UBM, que em olhos contralaterais de

pacientes com GAP apresentaram maior incidência de fechamento angular

aposicional, e olhos de pacientes com GPAF crônico apresentaram maior incidência

de fechamento angular sinequial.

Marchini et al. (1998) estudaram comparativamente 10 pacientes com GAP, 22 com

GPAF intermitente, 22 com GPAF crônico e 42 paciente normais através da UBM e

ecobiometria. Verificaram que os pacientes com GAP ou intermitente, e com GPAF

crônico apresentaram processos ciliares mais anteriorizados, olhos mais curtos,

cristalino relativamente mais espesso e anteriorizado, e segmento anterior do olho

menor que os olhos normais.

Pereira (1998) estudou, através da UBM, olhos com seio oclusível definidos como

olhos que apresentavam à gonioscopia grau III pela classificação de SCHEIE, e

câmara anterior rasa graus 1 e 2 pela classificação de VAN HERICK, SHAFFER,

SCHWARTZ, e encontrou uma redução estatisticamente significativa na abertura do

seio camerular e na profundidade câmara anterior após a prova de pronação em

quarto escuro, tanto naqueles pacientes com a prova positiva, quanto negativa, e

tanto antes quanto após a IPL. Nos olhos com prova de pronação em quarto escuro

positiva, a redução foi maior.

Gazzard et al. (2003) avaliaram 55 olhos contralaterais de pacientes asiáticos com

FAPA unilateral através da UBM após IPL, e observaram que houve um significante

(42)

250 e a 500µm do esporão escleral, e da área de recessão angular) sem ocorrer

aumento da PCA.

Friedman et al. (2003) estudaram comparativamente olhos contralaterais de

chineses com FAP e olhos normais de chineses através dos seguintes parâmetros

de UBM: a distância de abertura angular a 500µm do esporão escleral e a área de

recessão angular, e verificaram que os olhos contralaterais apresentaram segmento

anterior mais aglomerado.

Kunimatsu et al. (2005) avaliaram 80 pacientes japoneses com câmara anterior rasa

e ausência de sinéquias anteriores periféricas através da UBM, e encontraram uma

prevalência de fechamento angular aposicional de 57,5% no ambiente claro e 85%

no ambiente escuro.

Kaushik et al. (2007) estudaram 55 olhos de 55 pacientes com diagnóstico de GPAF

(dano glaucomatoso já estabelecido) após IPL através da UBM, e verificaram que o

quadrante do seio camerular onde foi realizado o laser e o quadrante oposto

ampliaram-se.

Dada et al. (2007) avaliaram as mudanças morfológicas após IPL de 93 olhos de 93

pacientes com diagnóstico de FAP e GPAF através da UBM, e concluíram que a

aplicação do laser acarreta o aumento da PCA e o aumento da abertura do seio

camerular de pacientes com FAP, porém, nenhuma mudança significativa ocorreu

(43)

Nonaka et al. (2007) analisaram quantitativamente a convexidade da íris em

pacientes com FAP através da UBM, e concluíram que a idade mais avançada e

uma menor PCA são importantes causas do aumento da curvatura da íris que ocorre

no bloqueio pupilar.

Ramani et al. (2007) compararam olhos com suspeita de FAP e olhos normais,

através de parâmetros da UBM (PCA, ECC, ângulo da câmara anterior, distância de

abertura angular a 500µm, distância dos processos ciliares à faixa trabecular,

distância dos processos ciliares à superfície posterior da íris, ângulo entre a

superfície escleral e os processos ciliares) e biométricos (PCA, CR, AXL, PRC), e

analisaram a variação dos parâmetros citados acima de acordo com o sexo. Os

autores observaram que a PCA, o AXL, a ECC, a distância de abertura angular a

500µm, a distância dos processos ciliares à faixa trabecular, e o ângulo da câmara

anterior foram menores nos olhos com suspeita de FAP. Nas mulheres, o cristalino

foi mais espesso nos olhos com suspeita de FAP que nos olhos normais. E

observou-se que o cristalino foi mais deslocado anteriormente nos olhos com

suspeita de FAP que nos olhos normais.

Dorairaj et al. (2007) analisaram, através da UBM no claro e escuro, 18 olhos de 18

pacientes que apresentaram seios camerulares assimétricos que foram definidos

como seios que apresentaram diferença de dois ou mais graus da classificação

gonioscópica de Shaffer (gonioscopia realizada com o paciente sentado, no escuro e

sem indentação) entre os meridianos superior e inferior; e identificaram dois tipos de

fechamento angular aposicional: tipo-B - aposição iniciando na raiz da íris; tipo-S –

(44)

com seio estreito é devido a diferentes posições de inserção da íris no corpo ciliar e

pela assimetria da posição do corpo ciliar.

2.7 TRATAMENTO

Com o objetivo de interromper a crise aguda de fechamento angular, restaurar a

circulação do humor aquoso e reduzir a Po institui-se o tratamento clínico que

geralmente consiste de inibidores de anidrase carbônica, agentes hiperosmóticos

(manitol, glicerol) e mióticos.

Assim que o processo agudo é cessado, indica-se o tratamento cirúrgico que

consiste em iridectomia cirúrgica ou IPL (argônio ou Yag) com a finalidade de se

prevenir o bloqueio pupilar. No início da década de 80 a IPL mostrou-se efetiva,

segura e uma alternativa preferível à iridectomia cirúrgica. (KRUPIN et al., 1978;

RITCH, 1982; SUSANNA Jr & TAKAHASHI, 1987).

Uma situação que exige cuidados especiais é quando a Po se mantém elevada em

olhos com crise aguda de fechamento angular, mesmo sob tratamento clínico. Em

tais casos a intervenção cirúrgica (iridectomia cirúrgica ou IPL) deve ser feita mesmo

em olho inflamado e com Po elevada, apesar de termos maiores chances de

complicações per e pós-operatórias (RITCH, 1982; SHIN, 1982).

Gieser & Wilensky (1984) realizaram IPL (argônio) em 19 olhos de 16 pacientes com

FAP crônico, não controlado com medicação (Po maior que 25 mmHg). Após o

(45)

quantidade menor de medicação, 31,6% necessitaram da mesma quantidade e

15,7% necessitaram de uma quantidade maior de medicação.

Malta (1989) analisou 14 olhos de 11 pacientes com FAPA e submetidos a

iridectomia cirúrgica ou IPL. Verificou que 35,71% destes olhos apresentaram prova

de pronação em quarto escuro positiva e que a instilação de pilocarpina a 2% tornou

negativas todas as provas previamente positivas.

Pacientes submetidos a iridectomia cirúrgica ou IPL devem ser acompanhados

regularmente, uma vez que é possível ocorrer a elevação da Po, seja com

características crônicas e não congestivas, seja por outros mecanismos de

fechamento angular (KRUPIN et al., 1978; PLAFAIR & WATSON, 1979; SUSANNA

Jr, 1981a).

Andrade (1999) avaliou 31 olhos de 31 pacientes com glaucoma de ângulo estreito,

através da UBM, antes e após a IPL; e observou que a IPL aumentou a PCA,

ampliou a abertura seio camerular, a íris apresentou um aplanamento e uma

redução de sua convexidade anterior. E concluiu que as alterações após a IPL se

devem mais a uma diferença no gradiente de pressão nas câmaras anterior e

posterior antes do laser que é atenuada após o mesmo, do que à alteração na

posição do diafragma iridocristaliniano.

Bochmann et al. (2008) estudaram, através da UBM, pacientes com fechamento

angular que foram submetidos a IPL e que apresentavam uma iridotomia periférica

(46)

fechamento angular aposicional. Os autores realizaram nesses pacientes um

aumento do tamanho da iridotomia periférica através do laser de argônio, e

observaram um aumento da distância de abertura de seio camerular a 500 µm do

esporão escleral e uma elevação da razão entre PCA e profundidade central da

câmara posterior. Desse modo, os autores sugerem re-tratamento com IPL quando

(47)
(48)

3 OBJETIVOS

3.1

OBJETIVOS

1. avaliar comparativamente as diferenças morfométricas, através da UBM,

paquimetria, ecobiometria e ceratometria, entre olhos que apresentem uma

característica anatômica similar no segmento anterior (seio camerular estreito): olhos

com o diagnóstico de GPAA e SCE e olhos contralaterais de pacientes com FAPA

unilateral.

2. avaliar as alterações morfométricas, através da UBM, que ocorrem no segmento

anterior de olhos com o diagnóstico de GPAA e SCE e olhos contralaterais de

pacientes com FAPA unilateral após a variação das condições de iluminância do

ambiente.

3. avaliar as características morfométricas que poderiam diferenciar olhos

contralaterais de pacientes com FAPA unilateral dos demais olhos estudados.

3.2 HIPÓTESES DE NULIDADE

1. As medidas das variáveis realizadas pela UBM, paquimetria, ecobiometria e

ceratometria são semelhantes nos olhos com o diagnóstico de GPAA com SCE e

(49)

2. As características morfométricas do segmento anterior avaliadas através da UBM

nos olhos com o diagnóstico de GPAA e SCE e nos olhos com contralaterais de

pacientes com FAPA unilateral são semelhantes no claro e escuro.

3. Não é possível diferençar olhos contralaterais de FAPA unilateral dos demais

pelas características morfométricas.

3.3 HIPÓTESES ALTERNATIVAS

1. As medidas das variáveis realizadas pela UBM, paquimetria, ecobiometria e

ceratometria são diferentes nos olhos com o diagnóstico de GPAA e SCE e nos

olhos contralaterais de pacientes com FAPA unilateral.

2. As características morfométricas do segmento anterior avaliadas através da UBM

nos olhos com o diagnóstico de GPAA e SCE e nos olhos contralaterais de

pacientes com FAPA unilateral são diferentes no claro e escuro.

3. As diferenças morfométricas dos parâmetros avaliados no estudo podem

diferençar olhos contralaterais de pacientes com FAPA unilateral dos demais olhos

(50)
(51)

4 PACIENTES E MÉTODOS

4.1 SELEÇÃO DOS PACIENTES

Os pacientes deste estudo foram selecionados no Serviço de Glaucoma do Hospital

São Geraldo, Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo

Horizonte, Minas Gerais, no período compreendido entre setembro de 2005 e junho

de 2007; e foram divididos em dois grupos: grupo FAPA contralateral (olhos

contralaterais de pacientes com FAPA unilateral) e grupo SCE (olhos com o

diagnóstico de GPAA e SCE). O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de

Ética em Pesquisa da UFMG (Parecer n° ETIC 032/07), atendendo aos preceitos da

Declaração de Helsinki.

Foram incluídos pacientes voluntários de ambos os sexos, que assinaram o termo

de consentimento e que atenderam aos critérios de inclusão definidos no início do

estudo. Estes critérios serão descritos a seguir.

Os seguintes critérios de inclusão foram adotados para definir os casos de FAPA:

1) presença de pelo menos dois dos seguintes sintomas: dor ocular ou periocular, náuseas e/ou vômitos, história prévia de embaçamento visual

intermitente com halos;

(52)

conjuntival, edema epitelial corneano, pupila não reativa ou com resposta

lenta ao estímulo luminoso e com dilatação média, e câmara anterior rasa;

3) presença de seio camerular fechado no olho afetado, verificado gonioscopicamente.

Os seguintes critérios de inclusão foram adotados grupo FAPA contralateral:

1) presença de FAPA no olho adelfo segundo os critérios mencionados acima.

Foram excluídos do grupo FAPA contralateral os pacientes que apresentavam:

1) presença de opacidade cristaliniana definida pelo Sistema de Classificação de Opacidades Cristalinianas (LOCS) II como grau II ou maior de opalescência e

cor nucleares (CHYLACK et al., 1989).

2) glaucomas secundários: traumático, pós-uveíte, afácico, neovascular, pseudofácico, facomórfico, ou facoanafilático.

3) configuração da íris em platô (CIP): o diagnóstico da CIP requer PCA média a profunda, periferia da íris angulada centralmente e anteriormente, e uma íris

plana ou ligeiramente convexa verificada pela biomicroscopia convencional,

seio camerular estreito observado no exame gonioscópico e o sinal da dupla

corcova que significa a formação de concavidade anterior da íris no nível do

equador do cristalino durante a gonioscopia de indentação. E para a

confirmação do diagnóstico da CIP, o exame de UBM realizado nos quatro

quadrantes (superior, inferior, nasal e temporal) do olho deve mostrar os

processos ciliares anteriormente posicionados, fechando o sulco ciliar, e

(53)

4) FAPA que não responde ao tratamento clínico e requer tratamento cirúrgico como a IPL ou a trabeculectomia;

5) procedimento cirúrgico prévio em um ou ambos os olhos.

Após a admissão dos pacientes com FAPA, terapia medicamentosa foi instituída

imediatamente com a finalidade de reduzir a Po. Utilizou-se manitol intra-venoso,

acetazolamida oral, e como medicação tópica: maleato de timolol 0,5%,

dexametasona e pilocarpina 2%. Os olhos contralaterais dos pacientes com FAPA

foram submetidos aos exames do estudo após pelo menos 60 horas que a crise

aguda foi interrompida, pelo menos 24 horas de interrupção do uso de medicações

sistêmicas, o restabelecimento completo da transparência corneana, e a ausência

de sintomas. Posteriormente à realização dos exames necessários para

preenchimento do protocolo da pesquisa, tanto o olho afetado quanto o contralateral

foram submetidos à IPL.

No grupo SCE, foram adotados os seguintes critérios de inclusão para definir os

casos de GPAAe SCE:

1) Po > 21mmHg;

2) presença de neuropatia óptica glaucomatosa definida por pelo menos dois dos itens a seguir: assimetria da relação escavação/disco óptico (E/D) maior

que 0,2, afinamento do anel neurorretiniano, perdas localizadas do debrum

neurorretiniano, E/D ≥ 0,7, hemorragia no disco óptico ou defeito localizado

na camadas de fibras nervosas;

Imagem

Tabela 1. Resultados pós “status” de fechamento angular
Tabela 2. Características demográficas dos pacientes com FAPA e SCE FAPA  n = 30 SCE n = 27  Valor-p Idade (anos) 58,9 ± 9,3 65,9 ± 9,0 0,006 a Sexo 0,820 b %homens         23,3(7)           25,9(7) %mulheres          76,7(23)          74,1(20) Raça  0,438 b %leucodérmicos         60,0(18)          48,1(13) %feodérmicos         36,7(11)          40,8(11) %melanodérmicos           3,3(1)          11,1(3) História Familiar de  Glaucoma 0,656 b %positivo          23,3(7)          18,5(5) %negativo          76,7(23)          81,5(22)
Tabela 4. Características biométricas dos olhos dos grupos FAPA contralateral  e  SCE; e significância (valores de p) entre os grupos
GRÁFICO 1
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Referências

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