• Nenhum resultado encontrado

4 PACIENTES E MÉTODOS

4.1 SELEÇÃO DOS PACIENTES

Os pacientes deste estudo foram selecionados no Serviço de Glaucoma do Hospital São Geraldo, Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, no período compreendido entre setembro de 2005 e junho de 2007; e foram divididos em dois grupos: grupo FAPA contralateral (olhos contralaterais de pacientes com FAPA unilateral) e grupo SCE (olhos com o diagnóstico de GPAA e SCE). O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG (Parecer n° ETIC 032/07), atendendo aos preceitos da Declaração de Helsinki.

Foram incluídos pacientes voluntários de ambos os sexos, que assinaram o termo de consentimento e que atenderam aos critérios de inclusão definidos no início do estudo. Estes critérios serão descritos a seguir.

Os seguintes critérios de inclusão foram adotados para definir os casos de FAPA: 1) presença de pelo menos dois dos seguintes sintomas: dor ocular ou

periocular, náuseas e/ou vômitos, história prévia de embaçamento visual intermitente com halos;

2) presença de Po>28mmHg (medida pelo tonômetro de aplanação de Goldmann) e presença de pelo menos três dos seguintes sinais: hiperemia

conjuntival, edema epitelial corneano, pupila não reativa ou com resposta lenta ao estímulo luminoso e com dilatação média, e câmara anterior rasa; 3) presença de seio camerular fechado no olho afetado, verificado

gonioscopicamente.

Os seguintes critérios de inclusão foram adotados grupo FAPA contralateral:

1) presença de FAPA no olho adelfo segundo os critérios mencionados acima.

Foram excluídos do grupo FAPA contralateral os pacientes que apresentavam:

1) presença de opacidade cristaliniana definida pelo Sistema de Classificação de Opacidades Cristalinianas (LOCS) II como grau II ou maior de opalescência e cor nucleares (CHYLACK et al., 1989).

2) glaucomas secundários: traumático, pós-uveíte, afácico, neovascular, pseudofácico, facomórfico, ou facoanafilático.

3) configuração da íris em platô (CIP): o diagnóstico da CIP requer PCA média a profunda, periferia da íris angulada centralmente e anteriormente, e uma íris plana ou ligeiramente convexa verificada pela biomicroscopia convencional, seio camerular estreito observado no exame gonioscópico e o sinal da dupla corcova que significa a formação de concavidade anterior da íris no nível do equador do cristalino durante a gonioscopia de indentação. E para a confirmação do diagnóstico da CIP, o exame de UBM realizado nos quatro quadrantes (superior, inferior, nasal e temporal) do olho deve mostrar os processos ciliares anteriormente posicionados, fechando o sulco ciliar, e promovendo suporte estrutural atrás da periferia da íris);

4) FAPA que não responde ao tratamento clínico e requer tratamento cirúrgico como a IPL ou a trabeculectomia;

5) procedimento cirúrgico prévio em um ou ambos os olhos.

Após a admissão dos pacientes com FAPA, terapia medicamentosa foi instituída imediatamente com a finalidade de reduzir a Po. Utilizou-se manitol intra-venoso, acetazolamida oral, e como medicação tópica: maleato de timolol 0,5%, dexametasona e pilocarpina 2%. Os olhos contralaterais dos pacientes com FAPA foram submetidos aos exames do estudo após pelo menos 60 horas que a crise aguda foi interrompida, pelo menos 24 horas de interrupção do uso de medicações sistêmicas, o restabelecimento completo da transparência corneana, e a ausência de sintomas. Posteriormente à realização dos exames necessários para preenchimento do protocolo da pesquisa, tanto o olho afetado quanto o contralateral foram submetidos à IPL.

No grupo SCE, foram adotados os seguintes critérios de inclusão para definir os casos de GPAAe SCE:

1) Po > 21mmHg;

2) presença de neuropatia óptica glaucomatosa definida por pelo menos dois dos itens a seguir: assimetria da relação escavação/disco óptico (E/D) maior que 0,2, afinamento do anel neurorretiniano, perdas localizadas do debrum neurorretiniano, E/D ≥ 0,7, hemorragia no disco óptico ou defeito localizado na camadas de fibras nervosas;

3) defeitos glaucomatosos no campo visual detectados pela perimetria estática automatizada do Octopus 1-2-3. O teste de campo visual foi considerado

anormal se os seguintes critérios a seguir foram encontrados em pelo menos dois exames consecutivos e confiáveis: presença de três ou mais pontos adjacentes, cada um com baixa de sensibilidade de 5 ou mais decibéis, sendo um desses pontos com baixa de sensibilidade de pelo menos 10 decibéis; presença de dois ou mais pontos adjacentes, cada um com baixa de sensibilidade de 10 ou mais decibéis; diferença de sensibilidade de 10 ou mais decibéis entre pontos simétricos do lado nasal em pelo menos dois pontos adjacentes. O exame de campo visual foi considerado confiável quando as respostas falso-positivas e falso-negativas foram menores que 30%, e as perdas de fixação foram menores que 20% (CAPRIOLI, 1992). 4) presença de seio camerular estreito descoberto, sendo visível apenas o 1/3

anterior da faixa trabecular à gonioscopia em pelo menos 270° do seio camerular.

Foram excluídos do grupo SCE os pacientes que apresentavam:

1) presença de opacidade cristaliniana definida pelo LOCS II como grau II ou maior de opalescência e cor nucleares (CHYLACK et al., 1989);

2) glaucomas secundários: traumático, pós-uveíte, afácico, neovascular, pseudofácico, facomórfico, ou facoanafilático;

3) configuração da íris em platô (diagnosticada conforme já descrito anteriormente)

4) sinais prévios de ataque de glaucoma agudo, como atrofia setorial da íris, “glaukomflecken”, ou sinéquias anteriores periféricas;

6) necessidade de procedimentos cirúrgicos, como a trabeculectomia, para controle da Po;

7) procedimentos cirúrgicos prévios em ambos os olhos;

8) seio camerular fechado verificado no exame gonioscópico realizado no escuro.

Foi incluído no estudo apenas um olho de cada paciente do grupo SCE. Realizou-se estudo comparativo entre os dois olhos desses pacientes utilizando, para dados paramétricos (distribuição gaussiana), teste t de Student para amostras pareadas, e para dados não paramétricos, o teste de Wilcoxon; e não foi verificada nenhuma diferença estatisticamente significativa em nenhum dos parâmetros avaliados no presente trabalho entre os olhos dos pacientes do grupo SCE. Desse modo, optou- se por incluir preferencialmente o olho direito quando possível a escolha, apesar de ambos os olhos estarem sendo estudados, e quando necessário, submetidos ao tratamento. Os exames do estudo foram realizados antes de início de qualquer terapêutica medicamentosa ou cirúrgica.

Documentos relacionados