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Avaliação histopatológica comparativa do periodonto de sustentação de ratos jovens com hipocacemia e hipovitaminose D experimentais, frente ao movimento dentário

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Academic year: 2017

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(1)

RESSALVA

(2)

Cássio Rodrigo Panitz Selaimen

"Avaliação Histopatológica Comparativa do

Periodonto de Sustentação de Ratos Jovens com

Hipocacemia e Hipovitaminose D Experimentais,

(3)

"Avaliação Histopatológica Comparativa do

Periodonto de Sustentação de Ratos Jovens com

Hipocacemia e Hipovitaminose D Experimentais,

Frente ao Movimento Dentário"

Tese apresentada à Faculdade de

Odontologia de Araraquara, da

Uni-versidade Estadual Paulista "Júlio

de Mesquita Filho", para a obtenção

do título de Doutor em Odontologia

(Área de concentração: Ortodontia).

Orientador: Prof. Dr. Carlos Benatti Neto

(4)

Selaimen, Cássio Rodrigo Panitz

"Avaliação Histopatológica Comparativa do Periodonto de Sustentação de Ratos Jovens com Hipocalcemia e Hipovitaminose D Experimentais, Frente ao Movimento Dentário ".

Cássio Rodrigo Panitz Selaimen. Araraquara, 2001. 147 f.;

Tese-Doutorado-Faculdade de Odontologia-Universidade Estadual Paulista.

(5)

DADOS CURRICULARES

Cássio Rodrigo Panitz Selaimen

Nascimento: 15. 1. 1969- Porto Alegre/RS

Filiação: Osmar Selaimen

Mari Panitz Selaimen

1987/1991 Curso de Graduação

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Porto Alegre

1992 Curso de Ortodontia Preventiva-UFRGS/POA

1993 Estágio no Departamento de Clínica Infantil,

Faculdade de Odontologia de Araraquara

Universidade Estadual Paulista (UNESP).

1994/1996 Curso de Pós-Graduação em Ortodontia, nível de

Mestrado, na Faculdade de Odontologia de

Araraquara-UNESP

1998/2001 Curso de Pós-Graduação em Ortodontia, nível de

Doutorado, na Faculdade de Odontologia de

(6)

A felicidade do dia-a-dia me estimula e

torna mais fácil as tarefas que devo desempenhar.

Divido aqui todas as glórias desse trabalho com a

minha esposa Danda e meu filho Rodrigo.

(7)

A Deus que me dá forças, saúde física e mental, que me permite

levantar todos os dias, viver com dignidade ao redor daqueles que

amo, que me dá consciência e humildade para esses agradecimentos.

Em especial:

À família “Martins”, Lídia, Isabela e Renato,

pelas

relações de carinho e amor durante todos esses anos, por

lapidar minha educação e forjar minha conduta familiar através

de seu exemplo.

Em memória do meu amigo, Prof. Dr. Joel Claudio da

Rosa Martins, pela acolhida em Araraquara, por acreditar na

minha capacidade, pela formação da minha

Crítica

Ortodôntica, pela orientação acadêmica e pessoal, pela divisão

do tempo e do espaço físico, pelos momentos em família,

pelo exemplo profissional e de garra pela vida, pela alegria de

me ver vencer. Sempre existirá, em qualquer dimensão, a minha

gratidão, reconhecimento e admiração. Seus ensinamentos

vivem em mim e serão divididos, continuamente, com aqueles

que me rodeiam. Seu convívio me tornou mais digno e forte.

Sou grato a Deus por essa aproximação do acaso.

Gostaria de registrar aqui o nome de todos os que me ajudaram e torceram por mim, entretanto desculpem-me pelas eventuais omissões.

À minha família, Omar, Larissa, Victória, Maria Carolina e Caio, pelo apoio e retaguarda.

À Faculdade de Odontologia de Araraquara-UNESP, na pessoa do Diretor Prof. Dr. Ricardo Samih Georges Abi Rached.

(8)

Ao Prof. Dr. Luiz G. Gandini, por sua amizade e companherismo, pelos ensinamentos, sinceridade e dedicação, pelos momentos alegres que vivemos mundo à fora. A acolhida de sua família foi muito importante em Araraquara. Muito obrigado.

Ao Prof. Dr. Dirceu Barnabé Raveli, pelo entusiasmo e auxílio na metodologia desse trabalho, pela convivência, amizade e dedicação durante todos esses anos em Araraquara.

Ao Prof. Dr. Ary dos Santos Pinto, por sua paciência e colaboração, por sua disposição e dedicação prestada a essa turma de Doutorado e também por sua coordenação precisa, amiga e coerente.

Ao Prof. Dr. Tatsuko Sakima, pelo seu dinamismo e dedicação ao curso de pós-graduação dessa Faculdade, por seus conselhos e preocupação com os alunos desse curso.

Ao Prof. Dr. Maurício Sakima, por sua colaboração e dedicação durante os anos de curso, por sua amizade, humildade e simplicidade.

Ao Prof. Dr. Raphael Carlos Comelli Lia, por entender as minhas limitações, pela orientação, paciência e auxílio na análise das lâminas histológicas.

Ao Prof. Ary Dias Mendes, pela valiosa contribuição na análise estatística desse trabalho.

Ao Prof. Dr. Sady Selaimen da Costa, do Departameto de Otorrinolagingologia e Oftalmologia, da Faculdade de Medicina (UFRGS), por seu exemplo, colaboração e incentivo.

Ao Prof. Dr. Fernando Borba de Araújo, professor da Faculdade de Odontologia de Porto Alegre (UFRGS), por sua amizade e incentivo constantes, pelo estímulo e ajuda no início dessa caminhada.

(9)

Haroldo, por me fazerem amadurecer durante esses anos, pelo companherismo e amizade sincera.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo suporte financeiro.

Às famílias que me acolheram em Araraquara, pois, sem esse suporte, tudo seria bem mais difícil.

(10)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO... ...8

2 REVISÃO DA LITERATURA... ...12

3 PROPOSIÇÃO... ...40

4 MATERIAL E MÉTODOS... ...41

5 RESULTADOS... ...52

6 DISCUSSÃO... ...115

7 CONCLUSÃO... ...129

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...130

9 APÊNDICE... ...139

10 RESUMO... ...145

(11)

8

1 INTRODUÇÃO

Em dias de globalização e dinâmicas trocas de informações, a odontologia toma seu lugar perante a sociedade, independente de suas divisões científicas. Hoje, é comum encontrar institui-ções que ofereçam tratamentos complexos que, há poucos anos, eram economicamente elitizados. O universo de pessoas que freqüêntam esses serviços é imenso e abrangente o que individualiza, cada vez mais, qualquer protocolo de tratamento. Pessoas diferentes, em condições heterogêneas de educação, desenvolvimento físico e psicológico e condição sócio-econômica implicam uma abordagem mais ampla de anamnese como também de execução de tratamentos.

Fatores ambientais e sócio-culturais podem contribuir para aumentar as

neces-sidades nutricionais dos indivíduos nesses períodos. A tendência contemporânea de se

exigir um bom desempenho escolar dos adolescentes, associado a uma intensa

ativida-de física, característica ativida-dessa faixa etária, contribui para a emergência ativida-de um

compor-tamento alimentar inadequado com vícios dietéticos bastante conhecidos nos dias

atu-ais32. A intensa atividade das crianças e dos adolescentes, no dia-a-dia, pressiona-os

à alimentação fora de casa. Algumas pesquisas12,15,18,31,32,38,39,42,59,62,66 demonstram que

essa condição aumenta o risco de uma ingestão deficiente em nutrientes como cálcio,

vitamina A, vitamina B6 e vitamina C. É interessante notar que essas deficiências

nutri-cionais não se restringem às classes sociais mais carentes, sendo comum encontrá-las,

também, nas classes sociais mais privilegiadas, com alimentação suficiente em termos de

quantidade, mas deficientes quanto aos nutrientes citados.

Até a primeira metade do século XX, as pesquisas, na área de nutrição humana,

(12)

carboidra-9

tos. Após a II Grande Guerra, as doenças crônicas, como câncer e as doenças

cardía-cas começaram a ser relacionadas com a dieta. Houve, assim, a necessidade de

desen-volverem estudos epidemiológicos, a fim de complementar as pesquisas laboratoriais já

realizadas. A aplicação dos resultados dessas investigações visam à redução do risco

de doenças crônicas. Atualmente, sabe-se que fatores ambientais e genéticos

determi-nam a gravidade do risco de deficiência a um determinado nutriente, devendo-se

con-siderar, também, que as pessoas respondem de forma diferente às mesmas situações de

oferta nutricional. Os perfis de saúde pública são muito amplos, baseando-se em

mé-dias de risco para a determinação das recomendações nutricionais, o que torna difícil a

individualização do problema. É importante observar que, entre os indivíduos de um

modo geral, os mais beneficiados são aqueles que adotam medidas preventivas18.

A dinâmica do metabolismo ósseo é a base da movimentação dentária. O

tra-tamento ortodôntico envolve um processo contínuo de remodelação óssea, o qual exige

do organismo um equilíbrio metabólico preciso22. Uma vez que o indívíduo em

trata-mento atravessa períodos específicos de demandas nutricionais como, por exemplo,

durante todo o processo de crescimento, doenças e principalmente na puberdade,

man-ter a homeostase metabólica é um verdadeiro desafio ao organismo.15,18,39,43,62,64,66

O tratamento ortodôntico envolve, primariamente, a movimentação dentária nos

ossos maxilares. A fim de se obter sucesso no tratamento, isto é, o restabelecimento da

(13)

or-10

ganismo esteja em boas condições de saúde geral, sendo a dieta balanceada muito

im-portante, pois dela dependem os níveis séricos de cálcio e vitamina D (calciferol), entre

outros nutrientes4,48.

Os sais de cálcio são constantemente depositados e reabsorvidos nas áreas

tra-beculares e extremidades dos ossos longos, nos indivíduos com dieta balanceada. O

cálcio é também essencial às importantes funções de coagulação sangüínea, contração

muscular, ação do miocárdio, excitabilidade neuromuscular e integridade de várias

membranas celulares28. Da mesma forma, o cálcio é muito importante nas

movimenta-ções dentárias com finalidades ortodônticas.

Importa aos ortodontistas evidências de que, durante o tratamento ortodôntico,

os pacientes tenham um suprimento adequado de cálcio, a fim de cobrir a sua demanda

no processo contínuo de remodelação óssea. Assim, pode-se considerar a fase do

tra-tamento ortodôntico, como uma condição circunstancial de intensas trocas metabólicas

que poderão estar ocorrendo simultaneamente às deficiências temporárias de nutrientes

como o cálcio e a vitamina D. O grau de desenvolvimento do osso trabecular, onde o

tecido osteóide é formado, e a quantidade de cálcio depositado estão diretamente

rela-cionados com o cálcio disponível na dieta, o qual é transportado aos ossos pelo sangue.

Para se obter um bom balanço de cálcio na remodelação óssea, é necessária

uma adequada integração do sistema ósseo, intestinal, renal e hormonal que responde

pela manutenção dos níveis séricos de cálcio. O principal mediador de transporte de

(14)

11

ocorre a secreção de paratormônio pela paratireóide. Esse hormônio estimula a síntese

do metabólito da vitamina D e, conseqüentemente, aumenta a absorção intestinal de

cálcio. Essa vitamina, que previne o raquitismo e a osteomalácia, é encontrada, em sua

forma natural (vitamina D3 ou calciferol), principalmente, no óleo de fígado de bacalhau,

na gordura do leite e nos peixes oleosos. Ela é o mais importante fator de retenção dos

íons cálcio e fósforo no organismo. Por isso, julgou-se importante avaliar a

movimenta-ção ortodôntica durante a restrimovimenta-ção de cálcio e vitamina D, simultaneamente,

conside-rando-se que a saúde geral do paciente e o seu efeito nutricional são primordiais em

qualquer tratamento ortodôntico2, 13, 19, 43. Nesse sentido, estudos que avaliam a

dispo-nibilidade de cálcio e vitamina D na dieta, bem como as consequências das suas

(15)

2 REVISÃO DA LITERATURA

Em 1904, Sandstead56 desenvolveu um dos primeiros trabalhos experimentais

sobre as respostas teciduais às forças ortodônticas. O autor aplicou um dispositivo

ortodôntico em cães, observando a formação óssea nas áreas de tensão e a

reabsor-ção nas áreas de pressão.

Oppenheim33, no ano de 1911, realizou um trabalho usando macacos como

modelo experimental, relatando a alta capacidade de readaptação das estruturas

perio-dontais às forças ortodônticas. O autor destacou a importância da utilização de forças

apropriadas para a movimentação dentária, bem como ressaltou que a exarcebação

dessas forças faz com que o periodonto atue de forma a restringir essa movimentação e

apresente uma reação de proteção que pode inibí-la temporariamente.

Clarck & Collip5 propuseram, em 1923, a determinação do cálcio ósseo por

precipitaçãocom oxalato de amônio, seguida de permangametria. Dessa forma, o cálcio

foi mensurado pela titulometria, aproveitando-se a sua propriedade de ser precipitado

quantitativamente pelo oxalato de amônio. O precipitado foi dissolvido pelo uso do

ácido sulfúrico, titulando-se, em seguida, o ácido oxálico formado com o auxílio do

permanganato de potássio.

Schwarz58, em 1932, teceu considerações sobre a duração e magnitude das

forças ortodônticas, afirmando que, para a obtenção de uma força fisiológica, não se

(16)

Oppenheim34, em 1944, voltou a publicar os resultados de seus estudos de

mo-vimentação ortodôntica em macacos. Usou molas espirais para produzir a variação das

forças sobre os incisivos, concluindo que o uso de forças leves era preferível para a

movimentação desses dentes. Para o autor, a ação dos aparelhos, durante o período

noturno, apresentava vantagens fisiológicas. Era necessário tempo para que a natureza

compensasse e reorganizasse as estruturas que participavam desse evento. Somente as

forças leves eram capazes de induzir a formação abundante de osteclastos primários, os

quais promoveriam uma reabsorção óssea superficial e uniforme. As forças mais

pesa-das induziriam o aparecimento de osteoclastos secundários ou até terciários, tudo

de-pendente da natureza da força aplicada.

Moyers & Bauer30, em 1950, estudaram os diferentes movimentos ortodônticos

e as correspondentes reações periodontais. Verificaram que deveriam dar atenção

es-pecial à intensidade da força, distância sobre a qual ela é ativada e o período em que é

aplicada. Afirmaram ser praticamente impossível um movimento totalmente fisiológico

durante o tratamento ortodôntico em função de tantas variáveis. A força deveria ser

intermitente para possibilitar momentos de recuperação do periodonto, e sugerindo que

ela deveria ficar entre 15 a 25g para cada dente.

Ainda em 1950, Moyers29 publicou um outro artigo sobre as limitações

fisioló-gicas e respostas teciduais frente aos aparelhos ortodônticos. Enfatizou que o

ortodon-tista deveria se preocupar com a membrana periodontal, uma vez que dela gerar-se-iam

(17)

capilari-dade era de fundamental importância, pois um suprimento adequado de sangue era

necessário para a gênese dos osteoclastos e osteoblastos. Para o autor, quando ocorria

compressão capilar por forças ortodônticas excessivas, uma porção da membrana

pe-riodontal estava sob “estrangulamento”, ocasionando necrose e regeneração, antes que

o movimento dentário fosse iniciado. Em outras palavras, a isquemia da membrana

pe-riodontal seria a primeira indicação de mudança patológica que até poderia

impossibili-tar um movimento dentário.

No ano de 1952, Lura23 afirmou que os ossos não somente se adaptariam de

forma grosseira, mas o detalhamento das estruturas dependeria diretamente das forças

aplicadas. Afirmou, ainda, que as extremidades ósseas, normalmente expostas à

cons-tante pressão, eram recobertas por uma camada de cartilagem hialina avascular ou

teci-do conjuntivo fibroso, ao passo que, em áreas neutras ou sob tensão, as superfícies

ósseas eram recobertas por tecidos vascularizados. A estimulação ou inibição do

re-modelamento ósseo, bem como o ritmo das reações teciduais só poderiam ser

altera-dos pelo equilíbrio das funções fisiológicas.

Macapanpan et al.24, no ano de 1954, realizaram um trabalho usando como

modelo experimental ratos Sprague-Dawley, com aproximadamente 234g. O estudo

foi baseado em observações histológicas do tecido de suporte dos molares superiores.

Foi provocada a movimentação dentária por meio de um segmento de borracha de

isolamento absoluto (dique de borracha) entre o 1o e 2o molares superiores direitos.

(18)

da colocação da borracha. Nas áreas de tensão, as modificações ocorreram entre 24 e

36 horas. Reabsorções de cemento foram notadas nos três molares, sendo mais

acen-tuadas nas faces distais. Os autores concluíram que osteoblastos, osteoclastos e

fibro-blastos desempenham papéis importantes de reparo durante o movimento dentário. O

aumento da atividade mitótica dos fibroblastos da membrana periodontal repara e

rea-dapta o ligamento entre o dente e o osso.

No mesmo ano, Waldo & Rothblatt63 desenvolveram um método para produzir

movimentação no molar de ratos. Utilizaram ratos machos Wistar, pesando entre

90-100 g, escolhendo o quadrante superior direito como área experimental e o esquerdo

como controle. Entre o 1o e 2o molares, foram inseridos segmentos de borracha,

cau-sando uma força recíproca entre os dentes. A técnica foi considerada simples e

repro-dutível, favorecendo a observação das reações teciduais fundamentais, semelhantes às

encontradas em cães, macacos e humanos.

Baumrind3, em 1969, reestudou a hipótese “pressão-tensão”, utilizando 33

ra-tos Sprague-Dawley, pesando entre 65-90g em uma primeira fase e 90g em outra.

Analisou vários parâmetros de atividade celular referentes à movimentação dentária em

um período de 72 horas. A movimentação foi obtida através de um elástico colocado

entre o 1o e o 2o molares como preconizado por Waldo49. Não encontrou diferenças de

atividades metabólicas entre os lados de pressão e de tensão. A celularidade aumentou

em ambos os lados, assim como a síntese colágena decresceu de maneira uniforme. A

(19)

Koumas & Matthews21, em 1969, estudaram o ligamento periodontal de

cobai-as frente à movimentação dentária, notando que cobai-as fibrcobai-as colágencobai-as tendiam a se

sepa-rar em largos feixes, quando se aproximavam da superfície óssea e cementária e que a

direção dos feixes variavam de um segmento para outro. A superfície do osso alveolar

era recoberta por uma fileira de osteoblastos. A superfície cementária era regular,

apre-sentando, da mesma forma, uma única camada de cementoblastos. Após cinco dias de

movimentação, observou-se uma marcada remodelação do osso alveolar, sendo a

re-organização mais aparente próxima a esse local. Após treze dias, o ligamento

periodon-tal parecia apresentar um bom grau de organização e equilíbrio.

No ano de 1970, a Organização Mundial de Saúde66 divulgou os requerimentos

dietéticos estimados de vitaminas e de cálcio, para os indivíduos jovens, entre 4 e 6

anos, recomendando 10,0 microgramas/dia de vitamina “D”. Às crianças entre 7 e 9

anos, a recomendação exigia só 2,5 microgramas/dia. O requerimento dietético

estima-do para a mesma idade (de 1 a 9 anos), em relação ao cálcio, é 400-500 mg/dia.

No ano de 1971, Reitan & Kvam46 realizaram um estudo comparativo sobre o

comportamento dos tecidos periodontais do homem, macaco, cão e rato, durante a

movimentação dentária. Concluíram que o processo de remodelação óssea frente à

movimentação dentária é ativo em todas as espécies comparadas.

Hermanson17, em 1972, estudou a movimentação dentária em gatos de 18 a 36

meses de idade, que equivaleria, segundo o autor, a uma idade de 14 a 18 anos em

(20)

permanente em um grupo controle e, do outro lado, servindo como grupo experimental,

também administrou oxitetraciclina a fim de marcar as aposições ósseas. Os resultados

desse estudo mostraram que houve poucas diferenças, entre os lados, nos primeiros 12

dias, sendo que, nas primeiras 36 horas, encontrou-se igual número de células

marca-das. Após três dias, o lado de controle apresentou mais marcação de tetraciclina,

su-perada ao final de seis dias. O maior número de células marcadas foi no lado

experi-mental entre 15 e 27 dias. As diferenças do 15o dia foram menores que as do 27o dia.

Os picos, no lado de tensão, foram observados no 6o, 15o, 27o e 33o dias, enquanto os

picos de pressão não apresentaram um padrão consistente de regularidade.

Rygh54, em 1972, estudou, em ratos, as áreas de pressão frente a uma força

or-todôntica. O autor associou ao movimento dentário hialinização tecidual, injúrias aos

fibroblastos e a células do tecido conjuntivo, resultando em morte celular limitadas à

região do ligamento periodontal. O quadro histológico também evidenciou compressão

excessiva dos vasos sangüíneos

Listergarten,22 em 1973, estudou a estrutura do osso alveolar, ligamento

perio-dontal e estruturas dentárias adjacentes, aos primeiros e segundos molares de ratos,

cobaias, hamsters e coelhos. Concluiu que o ligamento periodontal de todas as espécies

exibiu células de tecido conjuntivo com fibras colágenas intracelulares. Bissada & De

Marco4, em 1974, estudaram a resposta periodontal em ratos adultos hipocalcêmicos.

Utilizaram como modelo experimental cinqüenta ratos Sprague-Dawley divididos em

(21)

ou-tro com uma dieta experimental deficiente em cálcio. Ambas dietas foram

suplementa-das com uma mistura de sais e vitaminas. A vitamina D (calciferol) foi acrescentada em

quantidade suficiente aos requerimentos básicos diários. Os ratos foram sacrificados

nos períodos de 4, 8, 12, 16, e 20 semanas após a instalação de um fio de aço

inoxidá-vel para movimentar os molares maxilares. Nesse trabalho, não se observaram

diferen-ças significativas entre os ratos com relação ao peso e nível de cálcio sérico. A análise

histológica não revelou diferenças entre o nível de osso alveolar marginal interdentário

na junção amelo-cementária. No entanto, diferentes graus de osteoporose estavam

presentes nos ratos hipocalcêmicos, caracterizados por grandes espaços endostais,

uma completa perda de osso interior (endósteo), deixando uma fina camada de osso

cortical, mais freqüente na região inter-radicular. A condição do cemento, o número e o

tamanho das fibras colágenas do ligamento periodontal e de fibroblastos não

apresenta-ram diferenças significativas entre os grupos.

Roberts48, em 1975, estudou a dinâmica das células do ligamento periodontal

estimuladas com extrato hormonal da paratireóide. Observou, em seu experimento, um

aumento significativo na celularidade do ligamento periodontal, seja pelo rápido fluxo

das células migratórias através dos canais vasculares, seja pela proliferação celular

lo-cal.

Rygh55, em 1976, estudou as mudanças ultra-estruturais em relação a tensão do

ligamento periodontal produzidas por uma força ortodôntica em molares de ratos. O

(22)

vasos sangüíneos e reação de fibras colágenas. O estudo evidenciou a formação de

plexos constituídos de fibras distintas a fim de reparação.

Rasmussen42, em 1977, estudou o efeito da hipocalcemia em ratas gestantes e

lactantes. Concluiu que o mecanismo de homeostase de cálcio representa um grande

desafio às ratas nessas condições. Esse tipo de dieta provocou uma perda

representati-va no peso corporal, bem como redução no crescimento dos ossos longos. O estudo

também demonstrou uma considerável diminuição no peso dos ossos úmidos, secos e

das cinzas. O grau de redução foi diretamente proporcional à restrição de cálcio. A

depreciação esquelética depende da espécie animal e de sua idade. Em ratos, a

defici-ência de cálcio leva à osteoporose, independente da idade, mesmo tendo recebido uma

suplementação de vitamina D na dieta.

Ainda em 1977, Rasmussen43, utilizando a mesma amostra do trabalho anterior,

analisou os ossos através de observações de microscopia microrradiografias. Concluiu

que a quantidade de cálcio, na dieta, influenciaria diretamente a quantidade de

depósi-tos minerais nos ossos, sendo essas mudanças imprevisíveis provavelmente, mediadas

pela ação do hormônio da paratireóide (PTH), por reabsorção osteoclástica ou por

osteólise. As observações da estrutura óssea são típicas de um quadro de osteoporose.

O tecido ósseo remanescente não mudou estruturalmente. Nos ossos longos, a principal

perda óssea se deu na seguinte ordem: endósteo, osso trabecular de metáfise e parte da

diáfise. O tecido ósseo formado durante o experimento foi esparso, mas o processo de

(23)

Heller & Nanda16, em 1979, estudaram as alterações metabólicas das fibras

periodontais na movimentação dentária ortodôntica. Utilizaram, em seu estudo, 12 ratos

Sprague-Dawley, pesando entre 190-200g. Administraram, na dieta, um componente

químico (lathyrogen) que quebra o metabolismo normal das fibras colágenas e

aplica-ram uma força inicial de 50g iniciais no primeiro molar superior esquerdo. Concluíaplica-ram

que as respostas histológicas típicas às forças ortodônticas podem ocorrer na presença

de certos agentes químicos em periodonto fisicamente alterado. Deduzíram, ainda, que

a distorção do osso alveolar relativa à aplicação da força é o fator mais importante no

início da resposta óssea.

Wong et al.,65 em 1980, estudaram os aspectos metabólicos ósseos relativos à

deficiência de cálcio e lactação. O estudo restringiu-se à administração de uma dieta

experimental durante 21 dias em ratas lactantes. Concluíram que, independentemente

de ser lactante ou não, a deficiência de cálcio causa uma significante perda de tecido

ósseo.

Roberts et al.49, em 1981, escreveram sobre as respostas celulares frente à

for-ça ortodôntica. A movimentação dentária é fruto de eventos produzidos em seqüência:

viscoelástica, biomecânica e biofísica sobre a membrana periodontal. Nesse artigo,

descreveram a remodelação óssea dividida em três fases: 1ª) ativação, 2ª) reabsorção e

) formação. O deslocamento do ligamento periodontal resultou em uma perturbação

celular associada a um influxo intracelular de íons de cálcio e sódio. Os íons de cálcio

(24)

secundá-rio, adenosina monofosfato cíclica (AMPc). Baixos níveis intracelulares de AMPc

esta-vam associados com a iniciação da proliferação de células progenitoras ósseas e

carti-laginosas. Os osteoclastos eram recrutados primariamente das séries de

macrófa-gos/monócitos, enquanto os osteoblastos eram produzidos pela proliferação e

diferen-ciação local do ligamento periodontal.

Em 1981, Hickory & Nanda18 salientaram a importância de uma revisão dos

princípios básicos de nutrição, sendo aplicável em ortodontia em diversos níveis.

Mui-tas vezes, o paciente encontra-se em fase de intensos desafios, ou seja, crescimento e

desenvolvimento, estresse psicológico e fisiológico. A qualidade nutricional pode alterar

as respostas biológicas do ligamento periodontal e do osso alveolar frente a uma força

ortodôntica. Sendo a movimentação dentária baseada nessas respostas, análoga a uma

cicatrização, representa um desafio ambiental ao organismo. Adicionalmente, o paciente

ortodôntico é, normalmente, submetido ao tratamento durante o surto de crescimento,

na adolescência, o que provoca um outro desafio nutricional. Durante períodos de

cres-cimento ou de cicatrização, alguns nutrientes, que não eram essenciais, tornam-se

ago-ra, ou, pelo menos, são requeridos em níveis mais elevados. Acompanhando todos

esses eventos, na adolescência, o indivíduo sofre um estresse maior, relacionado ao

aumento da atividade física e mental, que é bastante característico da faixa etária,

po-dendo concorrer para o desequilíbrio dietético. Os níveis de nutrientes envolvidos para

obter respostas ótimas muitas vezes não é estabelecido. No entanto, estudos

(25)

condi-ções de saúde do paciente. Os autores referem-se, ainda, que os ortodontistas

rara-mente observam nítidas manifestações das deficiências nutricionais, mas é importante a

condição de saúde geral do paciente, crítica nesse período de alta demanda nutricional

e baixa disciplina alimentar.

No mesmo ano, Midgett et al.26 realizaram um trabalho sobre movimentação

dentária em ossos com metabolismo alterado. Para isso, utilizaram 12 cães beagle com

aproximadamente 1 ano de idade, divididos em dois grupos. Um foi alimentado com

uma dieta padrão, e o outro com uma dieta experimental, contendo uma desproporção

cálcio/fósforo (P) (1/10, respectivamente). Após 4 semanas, os terceiros pré-molares,

direito e esquerdo, foram extraídos. Seguidas 10 semanas de dieta, uma força recíproca

de 100g foi aplicada entre o segundo e quarto pré-molares direitos. O lado esquerdo

serviu de controle. Os resultados mostraram que, após 10 semanas, houve uma

eleva-ção leve, mas significativa na concentraeleva-ção de PTH sérico no grupo experimental. Esse

aumento de 20-25% persistiu até a 20a semana. Nesse período, não foram encontradas

diferenças entre os grupos para os níveis séricos de cálcio, fósforo ou fosfatase

alcali-na. O movimento dentário foi maior e mais rápido no grupo experimental. Os achados

histológicos mostraram uma perda substancial de trabeculado ósseo (35% de perda

óssea), comparado ao grupo controle (7,5% de perda óssea).

Em 1983, Mostafa et al.28 revisaram os fatores envolvidos na

movimen-tação ortodôntica. Explicaram que os primeiros mediadores que mudam a atividade

(26)

cálcio e as enzimas intracelulares. Atuam elevando as moléculas de nucleotídeos

cícli-cos: adenosina monofosfato (AMPc) e guanosina monofosfato (GMPc), que convertem

o efeito da despolarização da membrana em uma resposta celular. As respostas

produ-zidas no ligamento periodontal frente a uma força ortodôntica provocam uma

diminui-ção na sua espessura e aumento na celularidade. Verificaram, ainda, que existia uma

aparente ruptura das fibras colágenas do ligamento, a presença de núcleos picnóticos e

zonas acelulares de hialinização. Após 20 minutos, a permeabilidade capilar

apresen-tou-se aumentada, evidenciando danos aos tecidos pela fase de remodelação óssea

que se apresentava histologicamente aparente três dias após a aplicação da força.

Goldie & King15, em 1984, estudaram o ciclo da movimentação dentária e

re-absorção radicular em ratas estressadas pela lactação e dieta deficiente em cálcio. O

grupo controle foi constituído de 10 ratas Sprague- Dawley, não gestantes e não

lac-tantes. O grupo experimental era composto de 25 ratas da mesma raça, lactantes,

jun-tamente com seus filhotes. O aparelho ortodôntico foi instalado após 5 a 7 dias da

ad-ministração da dieta deficiente, liberando uma força de 60g entre o incisivo superior e o

primeiro molar maxilar. Os animais foram sacrificados nos períodos subseqüentes de 1,

4, 7, 10, e 14 dias. Foi constatado o mesmo padrão de movimentação dentária em

ambos os grupos, sendo que, no grupo experimental, esse efeito foi mais significativo

em todos os períodos. Observou-se que o grupo experimental apresentou uma perda

(27)

como resultado de seu trabalho, Goldie & King15 relataram ter havido menor

reabsor-ção radicular nas ratas tratadas com dieta deficiente e estressadas pela lactareabsor-ção.

Miura et al.27, no ano de 1986, desenvolveram um estudo sobre a propriedade

superelástica da liga de níquel-titânio (NiTi) Japonês. Constataram que a liga metálica

em questão, utilizada na confecção de molas ortodônticas, apresentava uma curva

es-pecífica de tensão-deformação o que proporcionava uma força quase constante durante

a desativação desse dispositivo. Essa propriedade da liga de NiTi resulta níveis de força

muito próximos ao “ótimo” para a movimentação dentária. A mola fechada, constituída

de liga de NiTi, pode ser ativada quase 500% do seu tamanho original, sem sofrer

de-formação permanente, mantendo a tensão quase constante.

Roberts et al.50, em 1987, estudaram a histogênese do osteoblasto,

determinan-do que as células estimuladas ortodeterminan-donticamente longe da superfície óssea se dividem e

migram em direção aos vasos sangüíneos maiores, concluindo que estão em um raio

mais próximo sofrem diferenciação osteogênica.

Em 1988, Engstrom11 relatou sua pesquisa feita com ratos Sprague-Dawley que

foram alimentados com uma dieta deficiente em cálcio e em vitamina D. Após 21 dias

de dieta, um aparelho liberando 50 g foi instalado. O período total em que os animais

permaneceram com o aparelho foi de uma semana. A análise sérica mostrou alta

quan-tidade de hormônio ativo da paratireóide. A análise do movimento dentário não

demos-trou diferenças até a metade do experimento, mas, ao final, a quantidade de

(28)

simi-lares, com alterações estruturais e atividade de remodelamento mais marcantes no

gru-po experimental.

No mesmo ano, Myrick Jr.10 desenvolveu uma pesquisa feita com mamíferos,

para os quais o cálcio é criticamente importante no processo fisiológico. Relatou que os

dentes são uma rica fonte de cálcio, com as mesmas porcentagens de fosfato de cálcio

que os ossos. Presumivelmente, os dentes são afetados pelos mesmos hormônios e

células, e suas superfícies estão expostas ao mesmo sistema circulatório que libera ao

osso hormônios calciostáticos.

Holick19 , em 1988, enfatizou que não só a luz solar proporciona a energia para

produzir a vitamina D3 na pele, como também é responsável pela regulação da

quanti-dade total que pode ser produzida, a fim de prevenir uma intoxicação pela vitamina

durante uma excessiva exposição solar. A forma hormonal da vitamina D é responsável

pela manutenção dos níveis de cálcio sérico, mediante aumento da eficiência da

absor-ção intestinal de cálcio, mobilizando, em certas ocasiões, o cálcio dos ossos quando a

dieta não é capaz de cobrir as necessidades corporais.

Fraser13, em 1988, relata que, no metabolismo da vitamina D, a

25-hidroxivitamina D e 1,25- 25-hidroxivitamina D, transformam um precursor inativo em um

hormônio esteróide, que é um agente chave no controle de toda homeostase cálcica do

organismo. Provavelmente, também torna possível que muitas células transportem cálcio

na forma mais adequada a suas diferentes funções. Segundo o autor, vários fatos têm

(29)

D não é um nutriente natural; 2) o nível de vitamina D é dado principalmente pela

expo-sição à luz solar; 3) a proteína ligante, específica da vitamina D no plasma, desempenha

um papel importante nos níveis dessa vitamina. A homeostase cálcica consiste em

man-ter uma concentração extracelular constante de Ca+2. Isso se consegue graças à

regula-ção do transporte de cálcio ao longo da mucosa intestinal e dentro e fora dos ossos.

Quando existe falta de cálcio, o fígado elimina a forma precursora hormonal. Se

tam-bém ocorre deficiência de vitamina D, ou baixa biodisponibilidade desse nutriente, isso

pode resultar em raquitismo ou osteomalácia.

Arnaud2 (1988) relacionou a fisiologia do hormônio da paratireóide com a

regu-lação de cálcio iônico no fluido extracelular. O hormônio é liberado rapidamente como

resposta a um decréscimo de cálcio iônico no plasma. Atua sobre o rim, o intestino e os

ossos para restabelecer a normalidade que, por sua vez, inibe a produção do hormônio.

Sua principal função é agir contra a hipocalcemia. Para esse objetivo, mobiliza várias

áreas (liberação de cálcio dos ossos), conservação de cálcio pelo rim, intensa absorção

no intestino e redução de fosfato no plasma.

David 8, (1988) fazendo um paralelo entre raquitismo e deficiência de vitamina

D, afirmou que a hipocalcemia é a patologia mais importante do raquitismo comum.

Durante o diagnóstico, apenas a metade dos pacientes apresenta baixos níveis de

cál-cio. Geralmente, a hipocalcemia é bem observada em exames radiográficos, o que

indi-ca defeitos graves na indi-calcifiindi-cação. Freqüentemente, os níveis de cálcio sérico estão

(30)

pode ser uma manifestação precoce de um caso clinicamente assintomático, com leves

sinais radiológicos. A deficiência de vitamina D é observada, na maioria das vezes, por

apresentar baixas concentrações plasmáticas. Podem, também, estar em níveis normais

na presença de raquitismo característico. A presença de normalidade concomitante com

a doença, provavelmente seja por uma recente exposição a uma fonte dessa vitamina.

Apesar de estarem em níveis aceitáveis em certas ocasiões, falham na ativação

vitamíni-ca, mineralização óssea, hipertireoidismo, hipofosfatemia e hipocalcemia.

Pettifor38, ainda em 1988, reiterou que, durante os últimos 10 a 15 anos,

evi-denciou-se que a deficiência de cálcio na dieta pode conduzir a um quadro de

raquitis-mo e à osteomalácia. No passado, não se acreditava que baixos níveis de cálcio, por si

só, poderiam causar essas enfermidades. Estudos em ratas e babuinos com níveis

ade-quados de vitamina D têm evidenciado que a carência de cálcio pode conduzir à falta

de mineralização, compatível com os quadros de raquitismo ou osteomalácia.

Paunier35, em 1988, estudou a prevenção do raquitismo, afirmando que a

vita-mina D é essencial ao metabolismo normal do cálcio e do fósforo. É muito importante

para o recém-nascido o aporte vitamínico da mãe desde a vida intra-uterina ao final da

amamentação. A exposição à luz solar natural é responsável por manter o correto nível

de vitamina D na maioria da população mundial. O raquitismo, segundo o autor, segue

prevalecendo em muitos países e não é fácil estabelecer uma estratégia para

(31)

Em 1990, a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN) adaptou

as recomendações nutricionais à população brasileira publicadas por Vannucchi et al.62

Segundo essa entidade, o cálcio recomendado a uma criança de 7,1 a 10 anos de idade

é de 975mg/dia.

Devgun 10, em 1991, estudou o efeito da irradiação ultravioleta e da

temperatu-ra sobre a concenttemperatu-ração sérica de vitamina D. Utilizou, em seu ttemperatu-rabalho, temperatu-ratos Wistar

jovens, divididos em dois grupos de quatro animais. Um grupo foi alimentado com uma

dieta suplementada com vitamina D e o outro com restrição. Dois animais de cada

gru-po foram colocados em ambientes separados com temperatura ambiente à 23oC e

10oC , recebendo ciclos alternados de exposição à irradiação ultravioleta. Afirmou que

a deficiência de vitamina D pode provocar raquitismo em crianças e osteomalácia em

adultos, especialmente em altas latitudes durante os meses de inverno pelo menor

tem-po de extem-posição solar. Concluiu que ocorre diferença nos níveis de 25-OHD

(25-hidroxivitamina D), quando existe deficiência na dieta e restrição à exposição aos raios

ultravioletas, mas não quando o rato era exposto aos raios. Ainda, mesmo quando a

dieta era suplementada, sem exposição aos raios ultravioletas, o nível sérico de

25-OHD foi baixo. O estudo confirma que, em humanos, especialmente os idosos que

moram em quartos mal aquecidos durante os meses de inverno, em altas latitudes, há

um maior risco de desenvolver osteomalácia em função da deficiência de vitamina D,

(32)

Roberts et al.51, no ano de 1991, publicaram um artigo sobre os fatores de risco

à osteoporose. Reportam que o conhecimento sobre a saúde óssea é essencial para a

prática odontológica. O sistema estomatognático deve adaptar-se como um todo,

inclu-indo a Articulação Temporomandibular (ATM). Os pacientes, que apresentam

defici-ência em cálcio ou balanço negativo, estão metabolicamente comprometidos e falham

nessas adaptações durante o tratamento. A fisiologia óssea é de particular importância

ao dentista, uma vez que ele manipula tecido ósseo a todo momento. Excessivo

remo-delamento, desuso ou balanço negativo de cálcio podem resultar em porosidade óssea.

Doenças no fígado resultam, freqüentemente, em um hiperparatireoidismo secundário, o

que impede o metabolismo da vitamina D, causando uma formação óssea de pobre

qualidade. Ainda, distúrbios intestinais, velhice, deficiência de estrógeno e de vitamina D

também podem ser apontados como causa dessa doença. Osteoporose é uma das

do-enças mais comuns da sociedade industrializada, dependendo da idade, padrão

endó-crino e estilo de vida. É uma doença fácil de prevenir, mas de difícil tratamento. Nos

Estados Unidos, essa doença é a causa direta de 1.2 milhões de fraturas e custa US$ 7

a 10 bilhões ao ano.

Ainda Roberts52, em 1992, relatou que mesmo os grupos de baixo risco

(ne-gros e sexo masculino), possuem uma incidência de osteoporose de 4 a 6%. Uma

constante remodelação óssea ocorre a fim de manter os níveis de cálcio sérico em torno

de 10 mg/dl. Esse contínuo fluxo de osso mineral responde a uma complexa hierarquia

(33)

homeosta-se do cálcio é o processo pelo qual o equilíbrio mineral é mantido e, para isso, a massa

óssea é sacrificada. O osso basal dos maxilares e o alveolar estão sujeitos a uma atrofia

metabólica. Uma regulação precisa dos níveis de cálcio sérico é essencial para a

condu-tividade dos nervos e acondu-tividade muscular; o balanço negativo desse íon pode causar a

tetania e a morte. O osso alveolar é a maior fonte de cálcio metabólico, possuindo um

padrão de remodelação de 20 a 30% ao ano. Uma dieta rica em cálcio é essencial

du-rante a adolescência, pois proporciona um bom padrão estrutural sem comprometer as

reservas metabólicas. Da mesma forma, deve existir uma preocupação especial no que

se refere à vitamina D, sendo ela mediadora da absorção de cálcio. Deve-se preferir a

exposição solar para a suplementação dessa vitamina, pois um tratamento suplementar

longo pode ser tóxico com o nutriente.

Sintes59, em 1992, questionou se somente os alimentos doces deveriam

interes-sar à classe odontológica. Existe uma relação complexa entre nutrição e saúde bucal,

quase sempre confusa, induzindo a muitos erros. A recomendação quanto à dieta tem

sido, na maioria das vezes, simplesmente a restrição de açúcares. Deve-se ter um maior

conhecimento sobre a nutrição a fim de serem obtidos melhores resultados ao longo de

todo o tratamento. Relata, ainda, que os constituintes inorgânicos primários dos dentes

e ossos são os mesmos e se constituem de pequenos cristais de fosfato de cálcio sob a

forma de hidroxiapatita. São encontrados nos ossos e nos dentes, 99% do cálcio e

75% do fósforo presentes no organismo, sendo essa proporção, em níveis disponíveis,

(34)

diferente. Experimentos mostram que o tecido ósseo é capaz de regenerar-se, ao

con-trário do tecido dentário. Por outro lado, em animais normalmente desenvolvidos, uma

dieta com baixos níveis de cálcio ou de fósforo pode causar a desmineralização óssea,

mas não afeta o dente já formado.

Também no ano de 1992, Johnston Jr. et al.20 trabalharam com 45 pares de

gêmeos adolescentes, sendo um do grupo experimental e o outro do grupo controle.

Compararam a densidade mineral do osso ao final de três anos, após administrar

su-plementação de cálcio a um grupo e placebo ao outro. Os resultados desse estudo

mostraram um aumento significativo na densidade mineral dos jovens que receberam

suplementação. Concluíram que, em crianças na idade pré-puberal, a suplementação de

cálcio aumenta o pico de massa óssea e diminui o risco de fraturas, uma vez que esses

jovens ingerem somente a taxa mínima recomendada para essa idade.

Gandini Jr14. no ano de 1993 realizou um estudo histológico da movimentação

ortodôntica em molares de ratos sob a ação do ultra-som. Utilizou para isso trinta ratos

da raça Holtzman os quais receberam uma força padronizada entre o primeiro e o

se-gundo molares inferiores do lado esquerdo. Quinze deles constituíram um grupo

contro-le e, quinze outros receberam estimulação ultrassônica. O autor observou que existiu

diferenças significantes entre os grupos. Os animais estimulados por ultra-som

demons-traram uma intensa neoformação celular e vascular no ligamento periodontal e osso

(35)

reab-sorção de cemento também foi observado. Uma menor injúria, associada a uma

res-posta de reparação mais rápida foi evidente.

Em 1993, Sandy et al.57 concluíram que os osteoblastos atuam como

regulado-res das fases de formação e reabsorção do ciclo de remodelação, em regulado-resposta ao

es-tímulo mecânico e hormonal.

Reeves et al.45, em 1993, publicaram uma revisão do “American Institute of

Nutrition-76A” (AIN-76A), sendo chamado de “AIN-93G”, como um modelo para

dietas puras de roedores de laboratório. Sugeriram o uso dessas novas formulações

durante estudos com roedores em fase de crescimento, gestação e lactação.

No mesmo ano ainda, Reeves et al.44 publicaram duas novas formulações com

respeito a dietas experimentais: o “AIN 93G” para experimentos durante o crescimento

e a lactação e o “AIN 93M” para experimentos de manutenção não adulta.

Persson et al.37, em 1993, utilizando ratos jovens como modelo experimental,

a-limentados com diferentes concentrações de cálcio, observaram uma diminuição no

ganho de peso quando a dieta era deficiente em cálcio. A redução de cálcio no osso foi

marcante, mas o tamanho dos ossos não foi afetado.

Em 1994, Farfan 12 publicou um artigo sobre os fatores nutricionais que

influen-ciavam na formação e manutenção do osso. Concluiu que era na remodelação óssea

que se refletiam as anormalidades metabólicas do organismo e que exemplos dessas

anormalidades podiam ser os desequilíbrios entre os processos de formação e

(36)

Roberts 53 (1994) discorreu sobre o metabolismo da movimentação dentária. A

homeostase do cálcio foi um dos temas mais abordados. O autor relatou que a

manu-tenção dos níveis séricos de cálcio é elementar para manter funções essenciais ao

orga-nismo. Quando a demanda de cálcio se eleva, a estrutura óssea é sacrificada a fim de

manter um nível mínimo no sangue. O processo alveolar e o osso basilar dos maxilares

também são objetos de perda óssea metabólica. O autor relatou ainda que, mesmo em

situações extremas, a lâmina dura, ao redor do dente, é preservada. O osso cortical se

remodela de 2 a 10% no período de um ano, enquanto que o trabecular é muito mais

ativo, remodelando-se entre 20 a 30% no mesmo período. Por ser muito mais lábil, o

osso trabecular é muito mais susceptível à debilidade frente a um balanço negativo de

cálcio. O autor correlacionou ainda a importância da vitamina D com o metabolismo do

cálcio, já que essa vitamina é a principal mediadora do íon cálcio. Por causa da alta

complexidade de sua síntese, a absorção de cálcio pode ser inibida de várias maneiras:

1- baixa exposição da pele ao sol; 2- baixa ingestão de vitamina D; 3- defeito genético

de pele; 4- doença no fígado ou nos rins. Uma boa anamnese deve ser adotada a esse

respeito. Pacientes que apresentam tratamentos longos com glucocorticóides, pequena

estatura, tabagismo, menopausa, baixa atividade física, baixa ingestão de cálcio,

alcoo-lismo, deficiência de vitamina D, doença de fígado ou rins e história de fraturas

freqüen-tes são indivíduos que indicam altos riscos ao metabolismo do cálcio.

Wehrbein et al.64, em 1995, questionaram sobre a validade de certos resultados

(37)

humano. Para isso, usaram a maxila de um cadáver feminino de 19 anos, de idade, bem

como os modelos iniciais, dados iniciais da radiografia panorâmica, planejamento do

tratamento, documentação do calibre e seqüência de fios ortodônticos. O tratamento

ortodôntico tinha se desenvolvido por 19 meses quando a paciente morreu. A maxila foi

segmentada, e os segmentos bucais foram preparados no plano horizontal e corados

com azul de toluidina. Essa preparação permitiu acesso qualitativo das áreas radiculares

(apical, mediana e seção coronária). As mudanças peri-radiculares ósseas e de tecidos

moles foram observadas em todos os planos. Os resultados desse trabalho ilustraram as

respostas dos tecidos periodontais que podem ser induzidas pela terapia ortodôntica.

As mudanças histológicas dependem fortemente do tipo de movimento e da estrutura

óssea.

Ainda em 1995, Olson32 relatou a posição da SNE (Society for Nutrition

Edu-cation), da ADA (American Dietetic Association) e da ASFSA (American School

Fo-od Service Association) em relação aos programas e serviços de nutrição nas escolas

básicas. O autor reiterou que a maior justificativa para esse tipo de programa está no

desempenho escolar dos alunos. O objetivo maior é que os estudantes tenham a

ali-mentação visando à promoção de saúde. Ainda alerta que o tipo de aliali-mentação de

uma criança depende de três fatores básicos: 1-individual (preferência); 2-ambiental

(clima) e; 3-comportamental (costume).

Matsuo et al.,25 em 1996, avaliaram o comportamento dos fibroblastos frente às

(38)

gerado pela força, aos tecidos adjacentes. Desenvolveram um sistema que exercia uma

pressão hidráulica dentro de parâmetros fisiológicos aos fibroblastos do ligamento

peri-odontal humano (modelo experimental in vitro). O sistema tentou simular a superfície

de compressão do ligamento periodontal durante a movimentação dentária ortodôntica.

Um dos objetivos desse estudo era determinar as forças ótimas aplicadas na clínica

ortodôntica. Os autores concluíram que a resposta variou entre as células num intervalo

de 20-50mm Hg (27-68g/cm2). Essa pressão mínima (27g/cm2) foi maior do que a

pressão de perfusão capilar (20-26g/cm2) e a máxima (68 g/cm2) foi menor do que a

pressão que atenua a circulação sangüínea (80g/cm2) no ligamento periodontal.

Pilon et al.,39 ainda em 1996, estudaram a magnitude das forças ortodônticas

para a movimentação dentária (translação). A proposta desse experimento era

relacio-nar a quantidade de translação dentária com a utilização de uma força constante

(elásti-cos). O modelo experimental constituiu-se de vinte e cinco cães beagles adultos jovens.

Diferentes níveis de força foram usados (50gm, 100gm e 200g), durante um período

máximo de 16 semanas. Os autores concluíram que muitos outros fatores estão

envol-vidos para se determinar a quantidade de movimentaçào dentária além da magnitude e

da duração da força. Densidade, metabolismo ósseo e o ligamento periodontal são

fatores responsáveis por essa variação.

Davidovitch 9 et al., em 1997, descreveram as respostas teciduais frente à

apli-cação de uma força ortodôntica. Relataram que existe uma resposta imediata dos

(39)

compreen-didos pelo ligamento periodontal, osso alveolar e pela gengiva que são distorcidos pela

aplicação de força ortodôntica. A primeira resistência encontrada ao movimento

orto-dôntico é obtida pelos fluidos teciduais que migram para as áreas de tensão a partir das

áreas de pressão. A estimulação dos sensores nervosos do ligamento periodontal e

osso alveolar ocasiona a liberação de neurotransmissores que interagem aumentando o

diâmetro da parede das veias sanguíneas permitindo a migração celular. Citocinas,

pró-inflamatórias, fatores de crescimento, células moleculares de adesão e fatores de

coloni-zação são sintetizados e secretados nessa região. Algumas dessas moléculas são outras

citicinas, ou hormônios calcitrópicos, ou drogas tomadas pelo indivíduo, ou moléculas

derivadas da dieta. Relataram, ainda, que a força que deforma o ligamento periodontal

e o osso alveolar altera o potencial elétrico desses tecidos. Isso modifica o potencial

elétrico de muitas células locais, alterando a polaridade celular, o que mantém um canal

aberto para trocas iônicas. A força ortodôntica é um efeito físico e químico. Em todas

as observações desses autores, a inflamação é um fator preponderante ao estímulo

or-todôntico.

Radunovic 40 et al., no ano de 1997, estudaram o efeito da movimentação

den-tária sobre as fibras nervosas imunoreativas ao peptídeo gêne da calcitonina e ao

pro-duto 9,5 de proteína genética e distribuição de vasos sanguíneos em ratos. O estudo

utilizou ratos Wistar que foram sacrificados nos períodos de 3, 7, 14 e 21 dias. As

fi-bras nervosas estavam presentes em grande volume adjacentes ao tecido hialinizado, no

(40)

nervos e vasos sanguíneos eram diretamente proporcionais, e ainda desorganizados no

14o dia do experimento comparando-se os dois grupos, controle e experimental. Os

autores concluíram que o movimento ortodôntico induz alterações em densidade e na

distribuição das fibras nervosas pulpares e periodontais.

Riordan 47, em 1997, estudou o efeito do tratamento ortodôntico na ingestão de

alimentos dos pacientes. Um grupo de dez pacientes adolescentes entre 12 e 16 anos

de idade, foi utilizado como modelo experimental. A autora concluiu que houve uma

diminuição na ingestão dos nutrientes cobre e magnésio após o reajuste do aparelho

ortodôntico. Uma maior quantidade de ingestão de calorias também foi observada

nes-se período, bem como baixa ingestão de fibras e um aumento da proporção cálcio /

fósforo. A autora prescreve que um guia nutricional seja indicado ao paciente a fim de

obter melhores resultados em relação ao tratamento ortodôntico.

Tsukamoto61 et al., em 1998, escreveram sobre as alterações histológicas

du-rante as movimentações dentárias. Nesse estudo de revisão bibliográfica, os autores

concluíram que é importante o conhecimento da anatomia das estruturas envolvidas e

de como as mesmas interagem durante o processo de movimentação ortodôntica. Ao

serem aplicadas forças ortodônticas leves, as primeiras alterações se dão no ligamento

periodontal. São modificações vasculares importantes, pois delas provêm o suprimento

nutricional e de oxigênio necessários à proliferação de osteoclastos e osteoblastos,

(41)

anteriormente descrita, criando um tecido hialinizado, estéril e necrótico que só será

eliminado por reabsorção à distância.

Em 1999, Consolaro 6 discorreu sobre a biologia da movimentação dentária. O

autor relatou que, após a aplicação de uma força ortodôntica, ocorre uma liberação de

substâncias que atravessavam as paredes dos vasos da microcirculação da região

agre-dida, o infliltrado inflamatório. Que a inflamação gerada pode ser, na realidade, um

es-tímulo biológico. O eses-tímulo mecânico, gerado pelo aparelho ortodôntico, e a hipóxia

ou anóxia do ligamento periodontal pela pressão exercida, reflete-se como a liberação

de proteínas livres. Afirma que ocorre, então, a liberação de histamina e de

neuropeptí-deos pelas terminações nervosas. Os neutrófilos são as primeiras células a serem

ob-servadas na área de inflamação, substituídas por macrófagos em seguida, por não haver

um agente agressor, assim como a presença de microrganismos. O autor relatou,

tam-bém, que a permeabilidade da membrana celular é alterada, aumentando a entrada de

cálcio no citoplasma. O resultado desse aumento de permeabilidade é a mobilização do

ácido araquidônico que, no citoplasma, gera prostaglandinas e leuconutrientes. Esses

produtos atuam como mediadores locais da reabsorção óssea.

Tsay 60 et al., em 1999, estudaram a origem do recrutamento dos osteoclastos

após a aplicação de uma força ortodôntica. Anterior à colocação de uma mola de aço

fechada como dispositivo ortodôntico, utilizaram irradiação com cobalto 60 durante 12

dias. Foram utilizados períodos de sacrifício de 1, 2, 3, 4, e 5 semanas após o início da

(42)

osteoclástos. O estudo concluiu que, durante o remodelamento ósseo os precursores

dos osteoclastos provêm da membrana periodontal, ao passo que, durante longos

perí-odos de estimulação ortodôntica, a reposição dessas células é originada da medular

óssea.

Ainda em 1999, Cope 7 et al. realizaram um estudo experimental em cães,

mo-vimentando dentes através de tecido ósseo regenerado. A movimentação foi induzida

durante a fase de consolidação após uma distração osteogênica mandibular bilateral

entre o quarto pré-molar e o primeiro molar. A análise da retração dos pré-molares foi

realizada por meio radiográfico, histológico e de modelos de gesso. Nenhuma alteração

foi encontrada frente a esse experimento, concluindo que a movimentação ortodôntica,

através de tecido ósseo recém regenerado, é possível e pode ser iniciada no princípio

do processo de consolidação cirúrgica.

Payne 36, no ano de 1999, estudou as propriedades biofísicas do cálcio.

O autor relatou, em seu estudo, que os sensores mecânicos ativam os canais que

permi-tem que o íon cálcio flua ao citoplasma dos osteoblastos para iniciar o processo

bioló-gico, assim como a mitose celular. A mobilidade do cálcio frente aos sensores

mecâni-cos é o processo responsável pela transformação de um estímulo mecânico em ativação

biológica.

Alhashimi 1 et al., em 2001, estudaram o efeito das citocinas em relação ao

mo-vimento ortodôntico. Os autores relataram que existe uma ligação direta entre o

(43)

uma ligação entre as células e o sistema imunológico. As citoquinas estudadas são a

interleuquina – 1; interleuquina – 6; e a fator necrose tumor. A primeira atua

como mediadora de atividades inflamatórias agudas, e as duas últimas estão

relaciona-das com o processo de remodelação óssea. Nesse estudo, foram utilizados 15 ratos

Wistar alimentados com dieta padrão tipo pellet. Uma mola de liga elgiloy foi utilizada

como dispositivo ortodôntico. Os períodos experimentais foram de 3, 7 e 10 dias. O

trabalho apresentou como conclusão a nova formação de citocinas pró-inflamatórias,

relacionando-as com o movimento dentário e a remodelação óssea.

Rana 41 et al., no ano de 2001, estudaram a detecção de apoptose durante o

movimento dentário em ratos. Os autores diferenciam no estudo, a morte celular em

dois tipos: necrose e apoptose. A necrose celular ou morte acidental da célula é,

nor-malmente, resultado de trauma ou doença. As células são expostas a condições não

fisiológicas, e geram inflamação durante o processo. A apoptose é caracterizada por

uma programação da morte celular. Essas céclulas são geralmente removidas por

ma-crófagos e não geram inflamação durante o processo. A apoptose é essencial para o

processo de remodelação óssea em resposta ao estresse tecidual ou injúria. O estudo

foi realizado utilizando-se ratos Sprague-Dawley e mola de aço como dispositivo

orto-dôntico. Os períodos utilizados foram de 3, 7 e 14 dias. As observações foram feitas

através de um microscópio óptico e um kit para detecção de apoptose (ApopTag

In-tergen, Purchase, NY). O estudo concluiu uma atividade de apoptose maior durante o

(44)

3 PROPOSIÇÃO

O presente estudo tem por objetivo testar a hipótese de que a

deficiência experimental de cálcio e vitamina D concorrem para o comprometimento da

integridade do ligamento periodontal, do dente e do osso alveolar, independente do

(45)

4 MATERIAL E MÉTODOS

Na presente investigação, foram utilizados 30 ratos jovens, machos, da raça

Wistar (Ratus Norvergicus), divididos em dois grupos distintos, experimental e

controle (50%). Os dois hemi-arcos da mandíbula foram utilizados nesse estudo sendo

que, no lado direito, foi utilizado um dispositivo ortodôntico e, no lado esquerdo, não.

Em ambos os grupos houve movimentação ortodôntica de um lado e do outro lado não.

Os animais pesavam 121,5g em média, oriundos do biotério da Faculdade de

Botucatu-UNESP, e foram escolhidos pelo método de randomização de um grupo

maior, original de 150 ratos, tendo, em média, 26 dias de idade. Os animais foram

alocados, casualmente, em gaiolas metabólicas individuais, e alimentados, diariamente,

com 40g de dieta controle ou experimental (com restrição dietética de Cálcio e

Vitamina D3).

Os animais permaneceram em ambiente apropriado, tranqüilo, com ciclo de luz

de 12/12 horas e temperatura constante de 25oC. A alimentação, em forma de pó, foi

oferecida diariamente, respeitando-se um horário preestabelecido(18 horas). Todos os

animais receberam água à vontade. Determinou-se a composição centesimal da dieta, a

fim de avaliar a eficiência alimentar, ou seja, se a dieta realmente possuía os nutrientes

planejados na sua composição.

A composição da dieta controle seguiu o padrão estabelecido pelo AIN-93

(American Institute of Nutrition-USA)42,43 (Tabela 1, página 41). A dieta experimental

(46)

Cálcio Anidro" na mistura mineral, de onde provém a principal fonte de cálcio, e, ainda,

restrição total do componente "Vitamina D3" da mistura vitamínica. Os componentes

sólidos das dietas foram unidos em um misturador em “V”, durante trinta minutos, e

homogeneizados em um misturador de “pás” por mais quinze minutos, momento em que

foi acrescentado o lípide à mistura. Da mesma forma que a oferta de ração,

controlaram-se, diariamente, o peso dos animais e a quantidade de ingestão alimentar.

Tabela 1- Quantidade proporcional de nutrientes e respectivas fontes nutricionais

NUTRIENTES FONTES

ALIMENTARES 14,0% de proteina Caseína

4,0% de lípides Óleo de Soja

72,5% de glícides Amido de Milho

5,0% de fibras Celulose

(47)

As Tabelas 2 e 3 descrevem a composição da mistura mineral e vitamínica,

respectivamente, utilizada na confecção da dieta controle.

Tabela 2- Mistura Mineral (1000g) Carbonato de Cálcio Anidro 357,00g

Fosfato de Potássio Monobásico 250,00g

Cloreto de Sódio 74,00g

Sulfato de Potássio 46,60g

Citrato de Potássio Monohidratado 28,00g

Óxido de Magnésio 24,00g

Citrato Férrico 6,06g

Carbonato de Zinco 1,65g

Carbonato de Manganês 0,63g

Carbonato Cúprico 0,30g

Iodeto de Potássio 0,01g

Selenito de Sódio Anidro 0,01025g Paramolibdato de Amônia 0,00795g

Meta-Silicato de Sódio 1,45g

Sulfato Potássio de Cromo 0,275g

Ácido Bórico 0,0815g

Fluoreto de Sódio 0,0635g

Carbonato de Níquel 0,0318g

Cloreto de Lítio 0,0174g

Vanato de Amônia 0,0066g

Sacarose q.s.p 209,806g

(48)

Tabela 3 - Mistura Vitamínica (1000g) Ácido Nicotínico 3,000g Pantotenato de Cálcio 1,600g

Piridoxina-HCL 0,700g

Tiamina-HCL 0,600g

Riboflavina 0,600g

Ácido Fólico 0,200g

Biotina 0,020g

Vitamina B-12 2,500g

Vitamina E 15,000g

Vitamina A 0,800g

Vitamina D3 0,250g

Vitamina K 0,075g

Sacarose q.s.p 974,655g

A dieta foi administrada durante trinta dias, antecedentes à colocação de um

aparelho (dispositivo ortodôntico) para movimentação do primeiro molar inferior

direito. No trigésimo primeiro dia, os ratos foram anestesiados com hidrato de cloral à

10%, via intraperitonial, na dose de 0,4ml/100g de peso corporal. Com os animais

devidamente imobilizados na mesa cirúrgica, foram instaladas as molas, com o auxílio

de pinças do tipo "mosquito", fios para amarrilho, da marca “morelli”, de 0,020mm,

previamente conectados às molas espirais fechadas.

As molas são constituídas de liga metálica de NiTi (marca “GAC”), com 4mm

(49)

por características de composição de sua liga, libera uma força constante de 50g,

quando distendida 2mm, como no presente estudo. As extremidades foram amarradas

ao primeiro molar direito e ao incisivo inferior do mesmo lado, o qual foi previamente

preparado com sulcos vestibulares com um disco de carborundum. Não houve

reativações.

Figura1: Fotografia do dispositivo ortodôntico em posição. Fios de amarrilhos unem a mola pela mesial do 1o molar e distal dos incisivos inferiores.

Os animais foram divididos em três grupos de 10 indivíduos, sendo cada grupo

(50)

grupo foi sacrificado 24h após a ativação da mola, e os outros dois, respectivamente,

sete e 14 dias após. Imediatamente após o sacrifício dos animais, as hemimandíbulas

foram separadas, por uma incisão no plano sagital mediano. As peças foram fixadas em

solução de Bouin por 36 horas, lavadas por 24 horas em água corrente e

descalcificadas em ácido tricloroacético à 5%, renovado diariamente, durante dez dias.

A seguir, foram desidratadas em alcoóis de graduações crescentes, diafanizadas em

xilol e embebidas em parafina, formando blocos que foram cortados em 6 micrômetros

de espessura, para visualização mésio distal dos alvéolos e das raízes dos molares. Os

cortes obtidos foram corados com hematoxilina, eosina e tricrômico de masson. As

lâminas foram analisadas histopatologicamente, padronizando-se as áreas de

observação sob microscopia óptica. As raízes de ambos primeiros molares inferiores,

direito e esquerdo, foram analisadas nas suas regiões apical, média e cervical, divididas

em áreas de pressão e áreas de tensão, organizadas da seguinte maneira:

1. superfície mesial da raiz mesial ;

2. superfície apical da raiz mesial;

3. superfície distal da raiz mesial;

4. crista óssea inter-radicular;

5. superfície mesial da raiz distal;

6. superfície apical da raiz distal;

Imagem

Figura 2: Desenho esquemático das áreas observadas.
Tabela 4 - Comparação dos parâmetros nutricionais no período de 24 horas após, e valores de to e p  (g)
Tabela 6 - Comparação dos valores  referentes ao fêmur esquerdo no período        de  24 horas após,  e valores de to e p
Tabela 9 - Comparação dos valores  referentes ao fêmur esquerdo 7 dias após, e  valores de to e p
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Referências

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