-r
DADOS NO BRASIL
(Tese de Mestrado)
por Paulo Bvigido Rocha Macedo
ESCOLARIDADE,
EXPERIÊNCIA
E
SALÁRIOS:
UMA
ANÁLISE
DO
SETOR
DE
PROCESSAMENTO
ELETRÔNICO
DE
DADOS
NO
BRASIL
TESE
SUBMETIDA
Ã
CONGREGAÇÃO
DA
ESCOLA
DE
PÕS-GRADUAÇÃO
EM
ECONOMIA
(EPGE)
DO INSTITUTO BRASILEIRO DE ECONOMIA
PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE
MESTRE EM ECONOMIA
POR
PAULO
BRlGIDO
ROCHA
MACEDO
RIO DE JANEIRO, RJ
TESE
DE
MESTRADO
APRESENTADA
À
EPGE
POR
*-y*"-t .w.
e Oliveira
C I R C U LAR N9 54
Assunto: Defesa Publica de
Dissertação de Mestrado
Comunicamos
formalmente
a
Congregação
da
Escola
que
esta
marcada
para
dia
6 de
dezembro
de
1982
(2a.
feira
),
às 13:30
h.
,
no
Auditório
Eugênio
Gudin
(109
andar),
a apresentação
e defesa
pública
da
Dissertação
de
Mestrado,
intitulada
"ESCOLARIDADE,
^EXPERIÊNCIA
NO
TRABALHO
E
SALÁRIOS:
UMA
ANALISE
DO
SETOR
DE
PROCESSAMENTO
ELETRÔNICO
DE
DADOS
NO
BRASIL",
do
candidato
ao
título
de
Mestre
em
Economia,
Pau
Io Brígido Rocha Macedo.
Remetemos,
em
anexo,
aos
membros
da
Congregação,
cópia
da
sxjmula
da
referida
Dissertação
para
que
seja
apreciada
pelos
Profes
sores desta EPGE.
A Banca-Examinadora
"ad
hoc"
designada
pela
Escola
será
composta
pelos
professores:
JOSÉ
JÚLIO
DE
ALMEIDA
SENNA
(Presidente)
,
JOSÉ
LUIZ
CARVALHO
e URIEL
DE
MAGALHÃES.
Com
esta
convocação
oficial
da
Congregação
de
Professo
res
da
Escola,
estão
ainda
convidados
a participarem
desse
ato
acadê
mico
todos
os
alunos
da
EPGE,
interessados
da
FGV
e
de
outras
insti
tuições.
K f"M I - "^X.
Rio de Janeiro, 11 de noveabro de 1982,
W EPGE/IBRE
m
O
LAUDO
Tendo examinado o trabalho "Escolaridade/ Expe
riência
e
Salários:
Uma
Análise
do
Setor
de
Processamento
E-letrônico de Dados no Brasil", submetido pelo Sr. Paulo
Bri-gido
Rocha
Macedo
ã
Congregação
da
EPGE
como
Dissertação
de
Mestrado para obtenção do titulo de Mestre em Economia, reco
mendo
sua
aprovação
como
tal,
conferindo-lhe
o
grau
8
(oito).
Rio de Janeiro, 06 de dezembro de 1982
arvalho
- EPGE
A-4 Formato Internacional
LAUDO
Tendo
examinado
a
Tese
de
Mestrado
de
PAULO
BRÍGIDO
ROCHA
MACEDO,
entitulada
"Escolaridade,
Experiência
e
Salá
rios:
Uma
Analise
do
Setor
de
Processamento
Eletrônico
de Da
dos no Brasil", considero se tratar de um trabalho que espe
lha
o
uso
adequado
do
instrumental
de
analise
econômica,
ten
do
sido
realizado
da
forma
mais
abrangente
possível,
a
ponto
de oferecer uma clara visão geral do tema tratado. Em par
ticular,
louvo
a
competência
e
argúcia
relevadas
pelo
candi
dato na abordagem do tema.
Assim,
tendo
em
vista
a
importância
desse
tema
e
o grande esforço de analise realizado pelo candidato, consi
dero
sua
Tese
aprovada
e
atribuo-lhe
o
grau
8,5
(oito
e
meio).
Rio de Janeiro, 06 de dezembro de 1982.
L
URIEL DE MAJSALHÂES
Professor'da
EPGE
A-4 Formato Internacional
Como
integrante
da
Banca
Examinadora
instituída
para
exa
minar
a
Dissertação
de
Mestrado
em Economia,
submetida
â
Congrega
ção
da
Escola
de
Pos-Graduação
em
Economia
(EPGE),
por
Paulo
Brigi-do
Rocha
Macedo,
sob
o
título
"Escolaridade,
Experiência
e
Salá
rios:
uma
Análise
do
Setor
de
Processamento
Eletrônico
de
Dados
no
Brasil", apresento o seguinte parecer.
Considerando que:
a)
o
tema
escolhido
para
a
Dissertação
é
relevante,
uma
vez que
a
teoria
de
determinação
dos
salários
ainda
exige
estudos
mais
aprofundados, tanto no Brasil como no Exterior;
b) a dissertação foi desenvolvida com habilidade, envolvendo exaus
tivo trabalho empírico acerca da influência das chamadas "varia
veis
de
capital
humano"
sobre
os
salários
de
mercado,
no
setor
de processamento eletrônico de dados no Brasil;
c) os resultados encontrados são úteis para ajudar a compreender o
processo de formação de salários num importante segmento da eco
nomia brasileira;
d)
o
Autor
demonstrou
sólidos
conhecimentos
de
teoria
econômica
e
dos
instrumentos
de
análise
empírica;
recomendo
a
aprovação
da
referida
Dissertação,
atribuindo-lhe
a
no
ta
ou
grau
nove
( 9 )/
e
que
seja
outorgado
o
título
pretendido
pelo
candidato e autor do trabalho.
A-4 Formato Internacional
210x297mm
Rio de Janeiro, 06 de dezembro 1982
José/Júlio de Almeida Senna
Prof>ess5or da EPGE/FGV e Presidente
CAPITULO
I
Introdução 001
CAPÍTULO
II
Fundamentos Teóricos e Descrição dos Dados 009
II. 1. Introdução 009
11.2.
Função
Salário:
Desenvolvimento
Analítico
010
II.2.1. O Modelo de Escolaridade 010
II.
2 .2
. Investimento
Após
a
Escola
015
II.2.3.
O
Modelo
de
Função
Salário
Segmentada
....
023
11.3. Mercado de Trabalho e Sinalização 02 8
11.3.1. Introdução 028
11.3.2. Interação Mercado de Trabalho X
Indivíduo
0 30
11.3.3. 0 "sinal" educação: Um exemplo de ajus
tamento
possível
no
mercado
de
trabalho 034
11.3.4. Modelo de Sinalização Comparado ao da
Função
Salário
037
II. 4. Os Dados 0 39
II .4 .1. Recursos Humanos em p.e.d 0 39
II.4.2.
Níveis
de
Agregação
042
CAPÍTULO
III
Resultados
Empíricos
044
111.1. Introdução 044
111.2.
Escolaridade
e
Salários
045
111.5 . Mercado de Trabalho em p.e.d. no Brasil 106
III.6.
Ensino
Superior
Brasileiro:
Evolução
Recente 116
CAPÍTULO
IV
Resumo e Conclusões 124
APÊNDICE
BIBLIOGRAFIA
FIGURAI 011
FIGURA 2 0 33
TABELA 01: Quantificação da Escolaridade Informada 041
TABELA
02:
Critério
adotado
pela
CAPRE
p/divisões
do
país em
regiões
043
TABELA
03:
Lei
dos
2/3,
CAPRE-Agregado,
CAPRE-S.Público
e
CAPRE-S.Privado 047
TABELA
04:
Nordeste,
Minas
Gerais
e
Espírito
Santo,
Rio
de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e
Santa Catarina 049
TABELA 05: Analistas e Programadores: Estimação do
Modelo em Função do Porte da Instalação 052
TABELA 06: Quadro de Pessoal por Porte de Instalação
(Distribuição Percentual) 053
TABELA 07: Estimação do Modelo Segundo o Ramo de Ativi
dade da Instituição Empregadora 056
TABELA 08: Quadro de Pessoal por Ramo de Atividade
(Distribuição Percentual) 058
TABELA
09:
Relação
entre
Funcionários
de
Processamento
de
Dados
e
Total
de
Funcionários,
por
Ramo
de Atividade das Empresas/Instituições
(valores
médios)
059
TABELA 10: Estimação do Modelo Segundo a Natureza da
Formação Superior (Analistas e Programadores)... 062
TABELA 11: Grau de Escolaridade no Brasil 064
TABELA
12:
Lei
dos
2/3,
CAPRE-Agregado,
CAPRE-S.Público
e CAPRE-S.Privado 066
TABELA
13:
Escolaridade
e
Experiência
no
Trabalho:
Rio de Janeiro e São Paulo 070
TABELA 15: Estimação do Modelo em Função do Porte da
Instalação 075
TABELA 16: Analistas e Programadores: Estimação do
Modelo
em Função
do
Porte
da
Instalação
0 76
TABELA 17: Forma de Recrutamento de Programadores e
Analistas
079
TABELA 18: Participação Relativa de Programadores e
Analistas
080
TABELA 19: Estimação do Modelo Segundo o Ramo de
Atividade da Instituição Empregadora 082
TABELA 20: Estimação do Modelo Segundo a Natureza da
Formação
Superior
087
TABELA 21: Ensino Superior - Movimento Escolar nos
Cursos
de
Graduação,
segundo
às
Áreas
de
Conhecimento - 1976 088
TABELA 22: Estimação do Modelo Segundo a Natureza da
Atividade do Programador 0 89
TABELA 2 3: Estimação do Modelo para Profissionais
de Programação 092
TABELA 24: Forma de Recrutamento dos Programadores 093
TABELA 25: Estimação do Modelo para Analistas de
Sistemas de Aplicação e Analistas de Suporte
de
Sistemas
094
TABELA
26:
Salários
Médios
e
Investimento
em
Capital
Humano
100
TABELA
27:
Correlação
Simples
entre
Variáveis
Selecionadas 103
TABELA
28:
Salários
Médios,
Escolaridade
e
Concentração Industrial 105
TABELA 30: Distribuição Atual dos Graduados
dos Programas por Ano de Formatura
(Situação Atual) 114
TABELA
31:
Relação
entre
Ãrea
de
Pesquisa
e
Campo
de Atividade Profissional 115
TABELA
32:
Ensino
Superior
-
Evolução
do
Número
de
Vagas Oferecidas pelos Estabelecimentos
1968/1978 - 117
TABELA
33:
Ensino
Superior
-
Evolução
do
Número
de
Alunos Matriculados - 1968/1978 118
TABELA
34:
Ensino
Superior
-
Participação
do
Setor
Público
na
Matricula
Global
1968/1978
119
TABELA 35: Ensino Superior - Relações entre Conclusões
de Curso de 29 Grau, Inscrições no Vestibular,
Vagas
Oferecidas
e
Matrícula
Geral
1968/1978 120
Aos
professores
José
Júlio
Senna,
José
Luiz
Carvalho
e
Uriel
de
Magalhães,
membros
da
banca,
pela
orien
tação
e
apoio
que
possibilitaram
a
conclusão
deste
trabalho.
A
Carlos
Alberto
de
Almeida,
da
CAPRE
(atual
Secretaria
de
Estado
de
Informática)
e
Harlei
Coelho
da
Sil
veira,
do
IBGE,
que,com
boa
vontade
incomum,
tornaram
dispo
níveis
de
forma
plena
e confiável
os
dados
coletados
na pes
quisa
empreendida
pela
CAPRE
em 1976.
A
Leila
Raposo
Cotta
que
se
encarregou
da
datilografia
em
todas
as
etapas
do
trabalho.
A todos que, de uma forma ou de outra, aju
E"
difícil
imaginar
hoje,
na
maioria
dos
paí
ses
, atividades econômicas
em
que
não
exista
alguma
partici
pação
dos
equipamentos
de
processamento
automático
de
dados.
0
primeiro
computador
digital
de
uma
série
produzida
em
es
cala comercial foi o UNIVAC I, instalado no Bureau de Censo
dos Estados Unidos no ano de 1951; desde então se sucederam
3
gerações
de
maquinas
cujos
circuitos
lógicos,
em
termos
de
realização
física,
evoluíram
de
válvulas
para
transitores
e
circuitos integrados.
Por ocasião de lançamento das primeiras uni
dades produzidas em serie, parcela ponderável dos cientistas
e
técnicos
envolvidos
no
desenvolvimento
dos
computadores
a-creditava
que
um
número
limitado
deles
seria
suficiente
para
atender
às
necessidades
do
país
inteiro.
Esta
convicção
es
tava
baseada
no
fato
de
que,
naquela
época,
a
justificativa
para
uma
decisão favorável
â
instalação
de
um
computador
se
apoiava
na
idéia
de
que
a mecanização
de
tarefas
tradicio
nais em processamento de dados permitiria sua execução com
maior rapidez e menor custo . Entre as atividades admi
nistrativas
tipicamente
apropriadas
a
mecanização
podem
ser
citadas, entre outras, o processamento de folhas de pagamen
to,
conta
corrente
bancaria,
controle
orçamentário
e
contro
le de estoques.
0
crescimento
da
indústria
de
computadores,
entretanto,
superou
as
expectativas
mais
otimistas.
0
nú
mero de instalações nos Estados Unidos se elevou de cerca
de 5.000 em 1960 para pouco mais de 30.000 em 1965 e 90.000
em 1973. Dentre os fatores que podem ser assinalados como
contribuição relevante a este desempenho, merecem destaque a
progressiva e substancial redução de custos dos equipamentos
e
o
desenvolvimento
das
chamadas
"Linguagens
de
alto
nível
"
ou seja, linguagem de programação voltadas para as aplica
ções
dos
usuários.
Este
desenvolvimento
possibilitou
a
des-(1) Deve ser observado que o critério "redução de custos" foi progres
sivamente superado por "incremento nos lucros" como elemento funda,
mental na decisão de instalar um computador na empresa. Muitas ve
zes as reduções de pessoal, espaço utilizado ou de estoques nao
vinculação do uso do computador com a necessidade de conhe
cimento
da
maquina
ao
nível
de
execução
dos
comandos
de
ari^t
mêtica
e
lógica
mais
elementares.
Com
relação
aos
custos
dos
computadores
ê
interessante
observar
que
o preço
médio
vigen
te
em
1965
era
de
aproximadamente
10%
de
preço
médio
de
1954*-
-*.
Paralelamente,
a crescente
capacidade
de
armazena
mento
de
dados
e
velocidade
de
execução
de
instruções
de
a-ritmêtica
e
lógica
tornaram
possíveis
aplicações
de
programa
ção
linear,
analise
do
caminho
crítico,
modelos
de
previsão
e
simulação
de
sistemas
em
escala
antes
não
imaginável.
Pa
ra este tipo de aplicações administrativas tradicionais as
sim como
para
as
aplicações científicas,
o
desenvolvimento
de
linguagens
de
programação
específicas
teve
um grande
efei^
to estimulador no uso dos computadores. Antes do surgimento
de FORTRAN e COBOL, os usuários dos computadores utilizavam
linguagens que exigiam conhecimento completo do "modus
operandi" de cada equipamento; o resultado disto era o pe
queno interesse de muitos usuários em potencial na
mecaniza-(2) Schnee, J.E. Government Programs and the growth of high
tecnology industries. Research Policy, Amsterdam, North
ção
das
suas
aplicações.
Os fatores acima assinalados bem como a pró
pria evolução de engenharia do produto fizeram surgir um mer
cado de trabalho dinâmico e competitivo com demanda firme por
profissionais
de
bom
nível
de
qualificação.
Este
fato,
jun
tamente
com
a
redução
histórica
nos
preços
dos
equipamentos,
teve
como
conseqüência
uma
participação
cada
vez
mais
subs
tancial
dos
custos
com
pessoal
no
custo
total
dos
centros
de
computação.
No
início
da
década
de
70,
as
despesas
com
pes
soal
se
elevaram
a
55%
do
total
de
dispêndio
com
a
instala
ção nos Estados Unidos enquanto os custos do equipamento e
sua
manutenção
atingiam
a 301^
.
Um
confronto
de
experiência
de
disseminação
do uso de computador na economia norte-americana com o mes
mo processo na economia brasileira revela semelhanças em
muitos aspectos e pelo menos uma diferença importante. En
tre
as
semelhanças,
o
crescimento
explosivo
no
número
de
ins
talações.
A
primeira
instalação
de
porte
médio
no
Brasil
da
(3) Davis, Gordon - Computer Data Processing, New York: Mac
ta de 1960; 5 anos mais tarde, segundo informações dos fa
bricantes,
havia
89
sistemas
instalados.
Em
julho
de
1976,o
número
de
computadores
em
operação
se
elevaria
a
5.118.
Por outro lado, levantamento efetuado pela
Comissão
Coordenadora
das
Atividades
de
Processamento
Ele
trônico
de
Dados
- CAPRE
revelava
que
53,6%
da
despesa
total
com processamentos de dados no Brasil em 1976 se referia a
pessoal enquanto 27,5% se relacionava a equipamentos e sua
- Í4~)
manutenção^ J. Estes algarismos sao sensivelmente próximos
aos
resultados
norte-americanos
para
o
início
da
década
de
70 (551 e 30%, respectivamente) citados anteriormente.
Entretanto,
a
incorporação
do
progresso
téc
nico representado pelo computador ao processo produtivo nos
EUA tem registro histórico de evolução bastante distinto do
caso brasileiro. A disseminação do computador nos EUA se
originou do seu desenvolvimento em instituições de pesquisa,
onde
também
se
formavam
o
núcleo
da
futura mão
de
obra
a
ser
utilizada pelas empresas que viriam a adquirir o equipamento,
bem
como
os
grupos
de
usuários
das
aplicações
mais
refina
das.
Desta
maneira,
paralelamente
a
ocupação
extensiva
do
mercado
representado
pela
mecanização
das
aplicações
tradi
cionais
em
processamento
de
dados,
a
indústria
de
computado
res
também
atendia
a
demanda
crescente
das
aplicações
de
no
vas
técnicas
agora
disponíveis
a custos
bastantes
inferiores1-
.
A introdução do computador no Brasil, ao con
trãrio,
foi
um
caso
típico
de
importação
de
tecnologia
cuja
oferta
se
expandia
por
diversos
países
,a
partir
do
sucesso
obtido pelos fabricantes nos seus próprios mercados inter
nos.
Duas
conseqüências
importantes
deste
fato
devem
ser
assinaladas. Primeiramente, por falta de conhecimento das
potencialidades
do
equipamento
e
ausência
de
tradição
de
en
sino
e
pesquisa
em
técnicas
administrativas
mais
intensivas
em
métodos
quantitativos,
a maioria
dos
usuários
de
sistemas
de
computação
no
Brasil
se
contentaria
com
aplicações
que
en
volveriam apenas a mecanização das atividades tradicionais
(5) Conforme citação anterior, programação linear, modelos
na rotina de processamento de dados da empresa. Em segundo
lugar,
o
treinamento
da
mão
de
obra
requerido
pelo
crescente
número
de
instalações
foi,
em
uma
etapa
inicial,
responsabi
lidade
exclusiva
dos
fabricantes^
, a divisão
desta
atri
buição
com
as
grandes
empresas
públicas
caracterizaria
um
estagio seguinte. Diferentemente do ocorrido nos EUA, por
tanto, somente em uma fase posterior do processo as univer
sidades
e
centros
de
pesquisa
científica
viriam
a
contri
buir,
de
maneira
sistemática,
na
formação
de
pessoal
quali
ficado
em
processamento
eletrônico
de
dados.
0 presente trabalho tem como objetivo anali
sar alguns aspectos de mercado de trabalho dos profissionais
de
processamento
eletrônico
de
dados
no
Brasil.
0
Capítulo
II apresenta os fundamentos teóricos que respaldarão esta
a-bordagem, bem como uma descrição dos dados a serem utiliza
dos
na
analise
empírica.
0
Capítulo
III
traz
uma
ampla
des
crição
dos
resultados
empíricos
e
um
histórico
da
evolução
do
(6) Segundo o documento "Strategies and Policies for
Infor-matics" publicado em 1978 pelo Intergovernmental Bureau
for Informatics UNESCO, esta ê uma situação freqüente em
mercado
de
trabalho
em
processamento
eletrônico
de
dados
no
Brasil.
Finalmente,
no
Capítulo
IV
ê
desenvolvido
um
resumo
do material apresentado e são elaboradas as considerações f_i
II.1.
Introdução
Neste
capítulo
serão
discutidos
aspectos
bá-sicos de duas propostas de interpretação do comportamento dos
indivíduos
no
mercado
de
trabalho.
Em
ambas,
a
elaboração
se
fundamenta
na
idéia
de
que
os
indivíduos
encaram
a
educa
ção
como
investimento;
em
ambas,
adquire
consistência
a
assertiva
de
que
maiores
índices
de
escolarização
correspon
dem,
em geral,
a maiores
níveis
de
salários.
Entretanto,
o mo
delo da função salário se fundamenta na idéia de que os efeitos dos gan
nhos de produtividade realizados com o investimento em educação se refl£
tem
diretamente
nos
salários;o
modelo
da
sinalização,
ao
contrário
susten
ta
a hipótese
de
que
os
efeitos
da
produtividade
nos
salá
rios derivam, fundamentalmente, das diferenças da habilida
de
entre
os
indivíduos.
Neste
caso,
o
nível
educacional
se
ria o elemento condutor de informação relevante sobre os
tributos
individuais
desejáveis
pelos
empregadores.
A
seção
2
deste
capítulo
contêm
os
aspectos
essenciais
do
desenvolvimento
analítico
da
função
salário.
A
seção
3
apresenta
a
conceituação
básica
do
modelo
da
sinali
zação
no
mercado
de
trabalho.
Finalmente,
a
seção
4
traz
u-ma
breve
descrição
dos
dados
que
serão
utilizados
na
analise
empírica.
II.2.
Função
Salário:
Desenvolvimento Analítico^
-*
II.2.1. 0 Modelo da Escolaridade
Dentre os modelos de capital humano que tra
tam do problema da distribuição da renda do trabalho o mais
simples
ê
o modelo
da
escolaridade.
Segundo
essa
abordagem
o período
de
escolaridade
formal
seria
o
fator
determinante
das
diferenças
salariais
entre
indivíduos.
A
idéia
subja
cente no modelo de escolaridade que explica o salário de ca
da
indivíduo
pelo
numero
de
anos
de
escolaridade
ê
que
o
in
vestimento
em
educação
formal
adia
a
entrada
do
indivíduo
no
(7) Ver Jacob Mincer, Schooling, Experience and Earnings, op
mercado
de
trabalho,
representando
esse
adiamento
um
custo
indireto
que
se
torna
o
principal
componente
dos
custos
to
tais
do
investimento.
Uma
representação
diagramãtica
como
a da figura ajuda a esclarecer a questão.
FIGURA 1
Salários
/\A
D
B
-^ Tempo
Se
um
indivíduo
investe
1 ano
em
educação
du
rante
o período
de
tempo
0-1
isso
representa
para
ele
num
custo
de
01BA,
isto
e,
salário
não
recebido.
Os
benefícios
deste
investimento
se
materializarão
na
forma
de
um
salário
mais
elevado
Y.
relativamente
ao
salário
inicial
Y~
do
indi
víduo
sem
escolarização.
A
expressão
dos
custos
igualados
Y - Y
v
-
1
O
Y0
rO
Yi
= Yo
sendo
r~
a
taxa
interna
de
retorno
do
investimento.
Por
ou
tro
lado,
se
o
indivíduo
ao
nível
de
1
ano
de
educação
for
mal
concluída
resolve
investir
um segundo
ano
em
escolariza
çao
durante
o
período
de
tempo
1-2
isso
representa
para
ele
a
perda
12ED
de
salário
não
recebido.
A
igualação
dos
cus
tos
ao
valor
presente
de
benefícios
no
ano
1
permite
escre
ver:
2 " Yl
rl
sendo
r,
a
taxa
interna
de
retorno
do
investimento
realizado
durante
o
ano.
Para
S
anos
de
escolarizaçao,
pode-se
escre
ver a seguinte igualdade:
Ys
=
= Yo(l+ro)(l+r1)(l+r2)
retor-no,
a
relação
acima
pode
ser
rescrita
na
forma:
Ys
=
Aplicando-se
logarítimo
aos
dois lados
de
igualdade, tem-se:
£n Y = In Yn + In (1+r ) S
Dado que para valores muito pequenos (ate 0,15),
£n (1+r ) = r a expressão assume a forma final:
In Ys = £n YQ + rg.S (1)
onde
Yç.
e
Y
representam
os
níveis
de
salário
de
indivíduos
com zero e s anos de escolaridade, respectivamente, Se o
número
de
anos
de
educação
formal
e
r
e
a
taxa
media
do
re
torno do investimento em educação formal.
Deve-se observar que a representação
diagra-mãtica
que
possibilitou
o
desenvolvimento
analítico
acima
contêm
simplificações
que
merecem
ser
detalhadas.
A primeira observação diz respeito a
hori-zontalidade da função salário ao longo do tempo. Nas pala
"Assim
como
o
treinamento
formal
pode
ser
me
dido
pela
extensão
do
tempo
gasto
na
escolaT
a outra j>arte do processo de treinamento
a
experiência
pode
ser
introduzida
no
mo
delo
teórico
em
termos
de
quantidade
de
tem
po gasto no trabalho".
Dessa
maneira,
alguma
inclinação
positiva
de^
ver
ser
esperada
na
função
salário.
Alem
do
mais,
deve
-
se
admitir
que
a experiência
influencie
a produtividade
de
ma
neira
mais
acentuada
naqueles
trabalhos
que
requeiram
maior
treinamento.
Mas,
se
a
elevação
do
salário
se
da
ao
longo
do
tempo,
na
medida
em
que
habilidade
e
experiência
sejam
ad
quiridas,
não
ha
dúvida
de
que
o passar
dos
anos
também
a-carreta
uma
certa
desvalorização
do
estoque
de
capital
humano
pro
ximamente
ao
fim
da
vida
útil
com
a
deterioração
do
desempe
nho
da
produtividade
e
conseqüente
declínio
na
função
salá
rio,
particularmente,
nos
trabalhos
em
que
esforços
físicos
ou
habilidades
estejam
envolvidos.
Assim,
o
ciclo
de
vida
da
função
salário
deve
exibir
uma
forma
de
U
invertido
de
crescimento
e
declínio
típico
de
muitas
outras
curvas
de
crescimento.
Para
a
finalidade
do
desenvolvimento
analítico
plificações
acima
se
tornam
válidas
desde
que
as
limitações
do
modelo
estejam
bem
claras
para
aqueles
que
dele
se
utili
zam.
II.2.2. Investimento Apôs a Escola
As hipóteses estabelecidas no modelo ante
rior
poderão
agora
ser
relaxadas.
Trata-se,
em
primeiro
lu
gar,
de
admitir
a
inclinação
positiva
na
função
salário
ao
longo
do
tempo
na
medida
em que
a
habilidade
e
experiência
adquiridas ao longo do tempo implicam uma elevação do salá
rio
com
o
passar
dos
anos;
alem
do
mais
ê
bastante
provável
que
os
indivíduos
invistam
em
capital
humano
apôs
a
escola-rização
formal;
o
próximo
objetivo
ê,
então,
introduzir
no
modelo as premissas acima descritas.
Aqui
ê
importante
acentuar
que
a
expressão
"investimento apôs a escola" abrangera tanto os treinamentos
formal e informal como aquilo que se chama normalmente de
"learning
by
doing",
ou
seja,
a
influência
da
idade
e
expe
pro-fissionais.
A
partir
dessa
colocação
e
de
maneira
análoga
ao
modelo
da
escolaridade,
a
abordagem
inicial
do
problema
se
centra
na
questão
dos
custos
dos
investimentos.
Surge,
então,
o
problema
da
disponibilidade
de
informações
sobre
custos:
no
que
diz
respeito
a
investi
mentos
apôs
a
escola,
esse
ê
um
problema
crítico.
Para
su
pera-lo
deve-se
fazer
considerações
a
respeito
da
natureza
desses
custos.
Sabe-se,
por
exemplo,
que
ha
custos
diretos
para
as
firmas
que
fornecem
equipamentos
sujeitos
a
depre
ciação,
instrutores
com
salários
incidindo
sobre
a
folha
da
firma
e,muitas
vezes.financiamento
de
parte
dos
custos
indi
retos
para
os
indivíduos
que
recebem
treinamento.
Por
outro
lado,
ha
para
os
indivíduos
os
custos
de
renda
sacrificada.
Se se
considera,
entretanto,
relevante
a
componente
de
trei
namento geral nos investimentos apôs a escola ( treinamento
geral esse entendido segundo o conceito desenvolvido por Ga
ry
Becker),
então
pode-se admitir
que
os
trabalhadores
que
estejam
sendo
treinados
recebem
menos
do
que
a
plena
utiliza
supõe
que
o treinamento
eleve
sua
produtividade
individual
em
qualquer
firma.
Os
custos
indiretos
para
os
indivíduos
po
dem, portanto, ser tomados como o componente principal nos
custos de investimentos apôs a escola.
Supondo-se
que
um
indivíduo
apôs
j
anos
de
entrada no mercado de trabalho resolva se submeter a algum
tipo
de
treinamento,
o
custo
serã
expresso
pela
diferença
en
tre
seu
salário
potencial
(E)
e
o
salário
efetivamente
aufe
rido
durante
aquele
período
(Y.)
C. = E. - Y.
3 3 3
Se
um
indivíduo
investe
C,,
no
seu
treinamen
to
logo apôs
sua
saída
da
escola,
a
expressão
do
seu
salário
ê
dada
por:
C0
= Ys
" Y0
uma vez que E = Y . Supondo-se que o investimento tenha
u-ma
taxa
de
retorno
r~
o
salário
no
ano
seguinte
deve
incor
porar
uma
parcela
rnCn
que
corresponde
aos
benefícios
aufe
ridos pelo investimento.
= y + r C
Se,
entretanto,
o
indivíduo
resolver
inves
tir
a
custo
C^
em
treinamento
no
novo
período
a
expressão
do
salário
seria
reescrita
na
forma:
Yl
" Ys
+ r0C0
" Cl
" El
" Cl
Generalizando-se:
Yl
= Ys
+
E
rtCt
~ Cj
= Ej
" Cj
C2D
t=0
Definindo-se K como a fração de salário po
tencial dedicada a investimento em cada ano apôs a escola:
Kf = , t = 0, 1 , j-l (3)
Et
cj-i=
Vi*
ej-i
(4)
A
expressão
do
salário
potencial
apôs
j
anos
de
saída
da
escola
pode
ser
colocada
de
maneira
a
englobar
uma parcela de retorno do investimento pos-escola feito no
anterior:
Ej
' Ej
Introduzindo (4) em (5) pode-se escrecer
Generalizando-se:
j-l
E = E ff (1+rK) (6)
>
s
t=0
Z Z
onde
Eg
representa
o
salário
potencial
do
indivíduo
logo
a-pos
a
saída
da
escola.
As
expressões
(3)
e
[6)
permitem
que
se
de
senvolva
a
equação
(2)
nas
formas
abaixo:
Y. = E.(1-K.)
3 3 V
3-1
Y = E tt (1 + r K ) (1 " K
3
s
t=Q
z z
3
Admitindo-se
que
r.
seja
a
taxa
media
de
re
torno
o
investimento
apôs
a
escola,
fazendo-se
Y
=
E
e
to-mando-se
os
logarítimos
com
o valor
de £n
Y
dado
pela
equa-ção
(1)
chega-se
a:
j-l
in
Y
=
inY»+r
S+r.
E
K
+
in(l-K.)
(7)
3 u s 3 t=Q t j
vez
que
An(l+rtKt)
~
rtKt
(para
valores
de
r
ate
0,15).
uma
Na
equação
(7)
Y.
ê
o
salário
líquido,
YQ
ê
o salário
original
sem
escolarizaçao,
r
é
a
taxa
media
de
retorno
a
educação
formal,
S
representa
o
n9 de
anos
de
es
a
escola
e
K
ê
a
fração
do
salário
potencial
dedicada
a
in
vestimentos
nos
anos
indicados
pelos
índices.
Nesse
ponto
cumpre
observar
que
as
frações
K
não
são
dados
disponíveis.
Portanto,
para
superar
essas
dificuldades algumas hipóteses devem ser feitas para que um
tratamento
analítico
permita
a
manipulação
dos
dados
real
mente observados.
A primeira hipótese a ser feita esclarece que
a
fração
K
,
ê
uma
fração
decrescente
do
tempo.
Duas
obser
vações podem ser feitas em favor dessa hipótese: em primeiro
lugar,
a medida
em
que
a
idade
do
indivíduo
aumenta
menor
ê
o
tempo
de
vida
ütil
que
lhe
resta para
a
recuperação
dos
custos de investimentos adicionais tornando-os cada vez me
nos atraentes; por outro lado, com o passar dos anos a acu
mulação
de
experiência
acarreta
o
aumento
da
produtividade
marginal
e
do
salário
do
invivíduo
tornando
maior
o
seu
cus
to
de
oportunidade
e
menor
a
tendência
para
investir.
A segunda hipótese a ser estabelecida diz
da-da pela expressão:
Ko
= KQ
- -f-
t
(8)
onde
K~
ê
a
fração
de
investimento
no
primeiro
ano
de
expe
riência
no
mercado
de
trabalho
e T
o período
de
investimento
líquido
positivo.
Na substituição de (8) em (7) deve-se ter em
mente que uma das parcelas a serem desenvolvidas e uma
pro-~ - K
gressão
aritmética
de
J
termos
onde
a,
=0,
a
=(j-l)
.__0
e
T
r = Kq/T. Sendo assim, tem-se:
£nY.
= £nYQ
+ rsS+r..KQ.J
L-
.J2
+ £n(l-K.)
(9)
Finalmente,
desenvolvendo-se
a
última
parce
la da equação (9) segundo os dois primeiros termos de
expan-2
sao de Taylor (£n(l-K.) = K. - K./2), encontra-se uma ex
pressão do tipo:
£nY-
= aQ+b1S
+ b2J
+ b2J2
(10)
sendo
Y.
o
salário
observado
do
indivíduo
com
j
anos
de
ex
periência
no
mercado
de
trabalho,
S
representa
o
número
de
mercado de trabalho.
Os
coeficientes
correspondem
âs
igualdades
a
seguir:
aQ = inYQ - K0(l + KQ/2)
bl
=
= r..K0 + KQ/T (1 + K
= |r;j.K0/2T
+ KQ2/2T2
0
coeficiente
b,
da
variável
escolaridade
ê
a própria taxa media de retorno a educação formal que, as
sim,
e
obtida
diretamente
quando
da
estimação
da
equação
(10)
A
obtenção
dos
outros
parâmetros
do
modelo
se
faz
de
maneira
indireta
desde
que
se
atribua
um
valor
a
T
que
ê
o
período
de
investimentos
líquidos
positivos.
Como observação final cabe lembrar que, da
das
as
hipóteses
do
modelo
os
sinais
dos
coeficientes
são,
b.. > 0, b?> 0 e b_< 0 configurando uma função salário pa
rabólica que exprime retornos sempre positivos mas decres
centes ao longo do tempo,para investimentos em educação for
II.2.3.
O
Modelo
de
Função
Salário
Segmentada
0 modelo a ser apresentado permite a divisão
da
variável
que
capta
os
efeitos
da
experiência
no
trabalho
em dois segmentos J, e J~ representativos, respectivamente,
da
experiência
no
trabalho
atual
e
da
experiência
acumulada
nos
empregos
anteriores.
Se
a
experiência
anterior
tiver
im
portância
significativa
como
e
de se
esperar,
então
a
hipó
tese
da
relevância
da
componente
de
treinamento
geral
ficará
confirmada.
Para
começar
ê
feita
uma
decomposição
da
e-quação
(7)
da
forma
seguinte:
£nY. = £nY +r .S+r, E K +r9 E K +£n(l-K. ) (11)
-1 u s i Q tx z Q t2 j2
_L Li
sendo 1, o numero de anos acumulados de empregos anteriores,
j2
o número
de
anos
de
experiência
no
trabalho
atual,
r,
e
r2 as taxas de retorno a investimentos pos-escola nas expe
riências
de
trabalho
anteriores
e
atual,
respectivamente,
K
h
e K
as
frações
de
investimento
relativas
ãs
opções
de
invés-timento
quando
de
experiências
de
trabalho
anteriores
e
Diferentemente da educação do modelo ante
rior
não
se
faz
aqui
hipótese
sobre
um
período
T
de
investi
mentos
líquidos
positivos
onde
a
taxa
de
crescimento
linear
da
fração
do
salário
dedicada
a
renda
ao
longo
do
tempo
se
ria representada por:
K0
Kt
= Ko
- ~y-
t
sendo
KQ
a
fração
de
investimento
líquido
positivo
quando
da
saída
da
escola.
A
suposição
agora
é
que
as
frações
K
e
tl
K
sejam
também
funções
que
decresçam
linearmente
ao
longo
do
tempo
mas
segundo
taxas
de
declínio
61
e
B9
que
permitem
escrever:
\
Kt9
L= Ko?
Lh-1
0 termo rn E K pode ser desenvolvido
1
t1=0
rl
substituindo-se
a
variável
K
pelo
seu
valor
dado na
equa-rl
ção
(12).
Aqui
deve-se
ter
em
mente
que
uma
das
parcelas
do
somatório
ê
uma
progressão
aritmética
de
j,
termos
onde
a,=0,
considera-çoes tem-se:
r-
=
Z
K
= r
(Kn
J.
±-
J
)
(14)
J
t1=0
rl
1
Ux
1
2
l
Analogamente:
Substituindo-se
(14)
e
(15)
em
(11)
£nYj
= ^nYo
+ rss
+ VKOlJi
" ~y-
Ji
) +
r2CK0
z
U2
2J2
2
J2
Dado
que
quanto
mais
cedo
tenha
se
empregado
o indivíduo
no
emprego
atual
maior
ê a
probabilidade
da
úl
tima
ocupação
conter
mais
investimento,
Kn
descresce
com
o
U2
aumento
de J1
que
representa
o
tempo
dedicado
a
todas
as
ex
periências
de
trabalhos
anteriores.
Supondo-se
que
a
rela
ção
seria
linear,
pode-se
escrever:
KQ = a - XJ1 (17)
Voltando
a
equação
(16),
a
sua
última
parce
la pode ser expandida da maneira seguinte:
£n(l-K. ) = An(l-K0 + 32J2) = Jln(l
Substituindo-se (18) e (17) em (16) e, apôs
a realização dos desenvolvimentos adequados chega-se a uma
expressão da forma:
AnY.=ao+b1S+b2J1+b3J^+b4J1.J2+b5J2+b6J2
(19)
onde:
aQ = n YQ - a (20)
bl
=
(22)
b3
="ri-e1/2
(23)
b6
= "r2'
(24)
= r2. a + e2 (25)
Da mesma maneira que no modelo anterior, Yn
e
Y
representam
os
salários
líquidos
com
zero
e
j
anos
de ex
periência
no
mercado
de
trabalho,
respectivamente,
S ê
núme
ro de
anos
de
escolaridade,
J,
representa
o
número
de
anos
de
experiência
em
empregos
anteriores,
J-
ê
o
número
de
anos
no emprego atual, r a taxa de retorno para investimentos em
-mentos
nos
dois
períodos
de
experiência
no
mercado
de
traba
lho,
£..
e
3-?
as
taxas
de
declínio
das
frações
de
salário
po
tencial
dedicados
a
investimentos
põs-escola
K
e
K
e a
e
tl
t2
A
são
parâmetros
da
função
que
relaciona
a
fração
de
inves
timento inicial
Kn
no
emprego
atual
ao
número
de
anos
J,
da
U2
L
experiência
anterior.
A
exceção
da
equação
(21)
que
possibilita
a
obtenção
imediata
da
taxa
de
retorno
â
escolarizaçao,
as
outras
6
equações
são
insuficientes
para
a
determinação
das
8
incógnitas
restantes.
Entretanto,
a
comparação
dos
coefi
cientes
b~
e
b
, por
exemplo,
permite
que
se
tenha
uma
idéia
da
importância
relativa
de
um
e
outro
dos
períodos
de
expe
riência
no
mercado
de
trabalho
representados
no
modelo.
Dado
que
todos
os
parâmetros
presentes
nas
e_
quações
(20)
a
(26)
são
positivos
e
tendo-se
em
mente
as
hi
póteses do modelo, os sinais dos coeficientes b. ficam de
terminados. Os sinais positivos de bn , b? e b^ indicam que
os
salários
devem aumentar com
a
escolarizaçao,
a
experiên
atu-ai.
Os
sinais
negativos
de
b^
e
b,
expressam
os
rendimentos
decrescentes
com
os
anos
de
experiência.
Por
ultimo,
o
si
nal
negativo
do
coeficiente
b.
do
produto
cruzado
J-iJ?
re
flete
o
fato
de
que
os
efeitos
da
experiência
no
emprego
atu
ai
são
tanto
maiores
quanto
menor
é a
experiência
adquirida
nos empregos anteriores.
II.3.
Mercado
de
Trabalho
e Sinalização^
'
II.3.1. Introdução
Com
respeito
â
interação
salários
X
educação
formal,
Michael
Spence
apresentou
um
enfoque
alternativo
com
ênfase
especial
na
estrutura
Ínformacional
do
mercado
de
trabalho.
Na
realidade,
a
idéia
de
Spence não
se
limitaria
a
interação
salário
X
educação
no
mercado
de
trabalho:
sua
proposta abrange o estudo geral dos mercados nos quais a si
nalização
tem
lugar
e
as
fontes
primarias
de
"sinalização"
vão
ao
mercado
de
maneira
infrequente.
Dentre
os
fenômenos
ocorridos em mercados (ou quase-mercados) onde a "sinaliza
ção"
estaria
presente,
merecem
destaque
os
procedimentos
de
admissão de candidatos a emprego, promoções dentro das orga
nizações
e
os
empréstimos
e
crédito
ao
consumidor.
Entre
tanto, a argumentação do autor se orienta no sentido de que
a estrutura informacional do mercado de trabalho o caracte
riza como paradigma desta abordagem.
A
idéia
fundamental
da
hipótese
de
sinaliza
ção
no
mercado
de
trabalho
é a
de
que
a
contratação
de
mão
de
obra,
do
ponto
de
vista
do
empregador,
é
um
investimento
efetuado em condições de incerteza. Existem custos associa
dos a obtenção de informações relativas a produtividade do
futuro
empregado
sendo,
portanto,
de
suma
importância
para
o
empregador a identificação de elementos capazes de permitir
uma
avaliação
mais
correta
daquela
variável.
No
texto
que
se
segue
serão
discutidos
os
a£
pectos
básicos
do
conceito
de
sinalização.
0
material
a
ser
apresentado
enfatiza,inicialmente,
a interação
entre
indivíduos
e o mer
cado de trabalho a partir do estabelecimento de ciclos informa,
cionais
fundamentados
no
sinal
"nível
educacional".
0
tópi
mercado
de
trabalho
com
o
"sinal"
nível educacional.
Um
co
mentário
relativo
aos
modelos
de
sinalização
e
da
função
sa-lãrio,
com
respeito
às
respectivas
possibilidades
de
expli
cação
da
realidade
do
mercado,
encerra
a
seção.
II.3.2.
Interação
Mercado
de
Trabalho
X
Indivíduo
0 conjunto de atributos pessoais apresentado
pelo candidato a emprego permite ao empregador, juntamente
com sua experiência anterior no mercado, inferir a provável
capacidade
produtiva
do
futuro
empregado.
O
processo
ê
di
nâmico
e
a realimentaçao
tem
papel
fundamental
pois
os
atri
butos
são
continuamente
confrontados
com
a
capacidade
produ
tiva real dos empregados que, apôs a contratação, se vai dan
do a conhecer progressivamente. Como resultado, se
delinea-- ... - *
ra nova distribuição de probabilidade associada a capacidade produtiva
dos
empregados
e
condicionada
aos
sinais
e
índices
apresen
tados .
Entre os atributos pessoais destacados por