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Prevalência de hiperuricemia e fatores nutricionais associados: um estudo transversal com nipo-brasileiros do município de Bauru

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JULIANA POLETTO

PREVALÊNCIA DE HIPERURICEMIA E FATORES NUTRICIONAIS ASSOCIADOS: UM ESTUDO TRANSVERSAL COM NIPO-BRASILEIROS DO

MUNICÍPIO DE BAURU

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JULIANA POLETTO

PREVALÊNCIA DE HIPERURICEMIA E FATORES NUTRICIONAIS ASSOCIADOS: UM ESTUDO TRANSVERSAL COM NIPO-BRASILEIROS DO

MUNICÍPIO DE BAURU

Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Ciências

Programa de pós-graduação em Saúde Coletiva Departamento de Medicina Preventiva

Área de concentração: Saúde Pública

Orientadora: Profa. Livre-docente Suely Godoy Agostinho Gimeno Co-orientadora: Dra. Helena Aiko Harima

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DEDICATÓRIA

À essa Força, energia que me acompanha pela vida e que, nos momentos mais difíceis nos quais eu penso em desistir, tal Força brota dentro

de mim e me faz continuar a lutar.

Ao meu adorado companheiro Érico Ramos Paschoito, por participar ativamente de todas as dificuldades enfrentadas e superadas ao longo desse

período de estudo.

Ao meu precioso filho Renato, por nascer e renascer em meio a cirurgias e internações enquanto eu passava noites em claro rezando por sua saúde e

desenvolvendo este trabalho.

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AGRADECIMENTOS

À minha querida orientadora Profa. Livre-docente Suely Godoy Agostinho

Gimeno, por acreditar na finalização deste trabalho mesmo quando isso parecia

impossível, pelos finais de semana despendidos, pelas correções apressadas e

por todo o aprendizado que me proporcionou tanto profissionalmente como na

minha vida pessoal – Muito Obrigada por não desistir de mim!!!

À minha fantástica co-orientadora Dra. Helena Aiko Harima, por aceitar o

convite de co-orientação, pelo conhecimento compartilhado, pelos materiais

concedidos, pelas palavras e mensagens de motivação, pelos telefonemas

atendidos na madrugada, nos finais de semana e nas férias, pelos encontros

nos horários mais loucos para que esse trabalho pudesse ser finalizado e por

me ensinar a ver a vida com outros olhos – serei sempre grata por toda a ajuda

que você me deu durante o desenvolvimento desse estudo.

À minha inestimável amiga Me. Marselle Bevilacqua, por me proporcionar

uma forma de conquistar um dos meus sonhos – o mestrado, pelas revisões e

sugestões, pelo companheirismo nos momentos de maior dificuldade, por levar

e trazer todos os documentos necessários enquanto o Renato estava na UTI,

pelas dúvidas sanadas na madrugada.... enfim – obrigada pela sua presença na

minha vida, nenhuma palavra expressa todo o meu sentimento de gratidão por

(5)

À Sandra Fagundes, secretária da pós-graduação do Departamento de

Medicina Preventiva, pela contribuição para a execução deste trabalho.

Ao Grupo de Estudo em Diabetes na População Nipo-brasileira por

conceder o banco de dados para a realização deste estudo e por todas as

contribuições prestadas.

À Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina

Unifesp/EPM, em especial ao Departamento de Medicina Preventiva, pela

oportunidade.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior –

CAPES, pela bolsa concedida.

À todos os amigos que, de alguma forma, contribuíram para a finalização

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Características demográficas e sociais de nipo-brasileiros

segundo presença de hiperuricemia. Município de Bauru (SP), 1999-2000. 22 Tabela 2: Características antropométricas e de saúde de nipo-brasileiros

segundo presença de hiperuricemia. Município de Bauru (SP), 1999-2000. 25 Tabela 3: Valores médios (desvio-padrão, dp) de variáveis biológicas

segundo presença de hiperuricemia. Bauru, 1999-2000. 26 Tabela 4: Valores médios (desvio padrão, dp) de variáveis dietéticas

segundo presença de hiperuricemia. Bauru, 1999-2000. 27 Tabela 5: Número e porcentagem de nipo-brasileiros segundo presença

de hiperuricemia e variáveis dietéticas (em terços). Bauru, 1999-2000. 28 Tabela 6: Valores das razões de prevalências ajustadas (intervalo com

95% de confiança) obtidos para a presença de hiperuricemia e demais variáveis. Bauru, 1999-2000.

31

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Prevalência de hiperuricemia em nipo-brasileiros segundo sexo

e faixa etária. Bauru, 1999-2000. 23

Figura 2 – Prevalência de hiperuricemia em nipo-brasileiros segundo

sexo, geração e faixa etária. Bauru, 1999-2000. 23

Figura 3 – Distribuição das razões de prevalências (RP) de hiperuricemia em nipo-brasileiros, de acordo com terços de nutrientes. Bauru, 1999-2000.

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LISTA DE ABREVIATURAS

HPRT – Hipoxantina-guanina fosforribosil transferase

PRPP – Fosforribosilpirofosfato sintetase

IMC – Índice de Massa Corporal

TNF- – Fator de Necrose Tumoral-

DCV – Doenças cardiovasculares

SM – Síndrome Metabólica

DM – Diabetes Mellitus

NHANES III Third National Health and Nutrition Examination Survey

JBDSG – Japanese-Brazilians Diabetes Study Group

FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo

QFCA – Questionário de Frequência do Consumo dos Alimentos

PAS – Pressão Arterial Sistólica

PAD – Pressão Arterial Diastólica

TOTG – Teste Oral de Tolerância à Glicose

OMS – Organização Mundial da Saúde

NCEP – National Cholesterol Education Program

RP – Razão de Prevalência

IC95% – Intervalo de confiança com 95%

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RESUMO

O objetivo do presente trabalho foi estimar a prevalência de hiperuricemia em nipo-brasileiros do município de Bauru (São Paulo), bem como verificar a existência de associações dessa doença com fatores nutricionais. MÉTODOS: Foram obtidos dados de 1.330 indivíduos por meio de questionários previamente testados (dados demográficos, histórico de saúde e dietéticos), exames físicos (estado de saúde e pressão arterial) e bioquímicos (ácido úrico, creatinina, glicemia de jejum e 2 horas, colesterol total e frações). Utilizaram-se o teste qui-quadrado e razões de prevalências para avaliar associação entre as variáveis nutricionais e a presença de hiperuricemia. RESULTADOS: A prevalência de hiperuricemia foi de 35,3% e acometeu, principalmente, tabagistas, indivíduos do sexo masculino, aqueles com 55 anos ou mais, com excesso de peso, obesidade central, hipertensão arterial, intolerância à glicose, hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, em uso de grupo específico de medicamentos e com creatinina sérica > 1,4 mg/dL. Mediante análise bruta, observaram-se relações entre hiperuricemia e o consumo de calorias totais, lipídeos, gorduras saturadas, álcool, carnes vermelhas, embutidos, leite e derivados, e frutas cítricas. Após o ajuste às variáveis de controle, permaneceram, com significância estatística, as associações entre hiperuricemia e excesso de peso, obesidade central, hipertrigliceridemia e uso de medicamentos. CONCLUSÃO: Encontrou-se elevada prevalência de hiperuricemia entre esses nipo-brasileiros, e que mudanças no perfil nutricional como redução de peso e da gordura corporal podem contribuir para minimizar a ocorrência dessa anormalidade entre esses sujeitos.

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ABSTRACT

This study aimed to estimate the prevalence of hiperuricemia among Japanese-Brazilians living in Bauru city (São Paulo) as well to verify the existence of associations between this disease and nutritional factors. METHODS: Data were obtained from 1,330 individuals using previously tested questionnaires (demographic, health history and food intake data), physical examination (health status and blood pressure) and laboratory procedures (uric acid, creatinine, fasting and 2 h glucose, total cholesterol and fractions). Chi-square and prevalence ratios were used to evaluate associations between hyperuricemia and nutritional variables. RESULTS: The prevalence of hyperuricemia was 35.3% and it occurred more frequently among smoker individuals, men subjects, aged ≥ 55 years, with overweight or obesity, central obesity, glucose intolerance, hypercholesterolemia, hypertrigliceridemia, using specific drugs and with creatinine levels >1.4 mg/dL. We found in the crude analysis that hiperuricemia was associated with total calories, total fat, saturated, alcohol, red and processed meats, milk and dairy products, and citric fruits intake. After control variables adjustment remained statistically significant the associations between hyperuricemia and body weight excess, central obesity, hypertrigliceridemia and use of specific drugs. CONCLUSION: High hiperuricemia prevalence rate was found among these Japanese-Brazilians and changes in nutritional profile including weight and body fat reductions may help to minimize the occurrence of this disease in that community.

Key words: hyperuricemia, nutritional factors, diet, Japanese-Brazilians, prevalence.

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS III

LISTA DE FIGURAS IV

LISTA DE ABREVIATURAS V

RESUMO VII

ABSTRACT VIII

1 INTRODUÇÃO 01

1.1 Hiperuricemia: definição e fisiopatologia 01

1.2 Epidemiologia da hiperuricemia 02

1.3 Dieta, estado nutricional e presença de hiperuricemia 04 1.4 Hiperuricemia e a idade, sexo, uso de medicamentos e doenças

crônicas 07

2 JUSTIFICATIVA 12

3 OBJETIVOS 14

3.1 Objetivo geral 14

3.2 Objetivos específicos 14

4 MATERIAIS E MÉTODOS 15

4.1 Tipo de estudo 15

4.2 População 15

4.3 Coleta de dados 15

4.4 Análise dos dados 19

5 RESULTADOS 21

6 DISCUSSÃO 33

7 CONCLUSÃO 39

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 40

9 ANEXOS 47

Anexo 1: Carta de aprovação do Comitê de Ética Anexo 2: Termo de consentimento

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Hiperuricemia: definição e fisiopatologia

No ser humano, o metabolismo das purinas é importante para o mecanismo do “turnover” ou ciclo celular. Essas substâncias se formam a partir

da degradação dos ácidos nucléicos (guanina e adenina) por meio da ação das enzimas guanase e xantina oxidase, resultando na produção do ácido úrico, como metabólito final (Nelson & Cox, 2002; Ferreira, 2000; Karlson, Gerok & Gross, 1982).

O ácido úrico é insolúvel e não pode ser reaproveitado pelo corpo humano, sendo excretado, em maior parte pelos rins, na urina, e em quantidades menores pelo intestino, nas fezes (Nuki, 1996; Karlson, Gerok & Gross, 1982). O metabolismo endógeno é responsável por aproximadamente 75% a 90% da produção do ácido úrico no organismo, sendo o restante proveniente do metabolismo exógeno decorrente da dieta e uso abusivo de álcool (Nelson & Cox, 2002; Ferreira, 2000; Solá, 1988).

O aumento excessivo de ácido úrico no sangue leva a uma condição chamada de hiperuricemia, que pode ocorrer por aumento na produção dessa substância ou por diminuição em sua excreção, ou ainda pela combinação de ambos os mecanismos. Os valores normais de ácido úrico no sangue são de 2,3 mg/dL a 6,0 mg/dL em mulheres e 4,3 mg/dL a 7,0 mg/dL em homens (Choi, Mount & Reginato, 2005; Luk & Simkim, 2005; Nuki, 1996; Solá, 1988).

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desordens nas vias metabólicas de produção, ou ainda, por defeito ou inibição de enzimas de transportadores de urato na via de excreção renal do ácido úrico. As causas secundárias ocorrem por presença de insuficiência renal, uso de medicamentos diuréticos, principalmente os tiazídicos, ingestão de dieta rica em purinas e perda aguda e rápida de peso (Annemans e col., 2008; Alexander, 2008; Maduro e col., 2003; Nuki, 1996; Solá, 1988; Karlson, Gerok & Gross, 1982).

A maioria dos indivíduos apresenta hiperuricemia assintomática. Tal condição por si só, aparentemente, não oferece grandes prejuízos à saúde, porém, esta pode associar-se a diversas doenças como hipertensão arterial, obesidade, dislipidemias, diabetes mellitus, síndrome metabólica, doenças renais, algumas neoplasias, psoríase e o alcoolismo (Feig e col., 2008; Choi & Ford, 2007; Kutzing & Firestein, 2008; Luk & Simkim, 2005; Maduro e col, 2003; Lyu e col., 2003; Radominski, 1998; Bonora e col., 1996; Facchini e col., 1991, Samara, Marques & Elman, 1983).

1.2 Epidemiologia da hiperuricemia

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Trabalhos com indivíduos idosos americanos mostraram prevalências de hiperuricemia de 17 a 18,8% nos homens e de 9,9 a 20% nas mulheres, sendo a média dos valores de ácido úrico sérico sempre maior nos homens do que nas mulheres (Stewart e col., 1979; Loenen e col., 1990).

Segundo Carvalho (2000), a estimativa de prevalência de hiperuricemia na população americana adulta está entre 5 a 7%, ocorrendo níveis maiores entre indivíduos asiáticos, sendo de 25% entre os hipertensos que não estão em tratamento, podendo chegar a 75% no caso de hipertensão maligna (condição clínica caracterizada pelo aumento extremo da pressão arterial) ou associada à função renal reduzida.

Em estudo transversal realizado com indivíduos de 24 a 64 anos de idade, residentes em países em desenvolvimento (The Seychelles Heart Study II, Indian Ocean,), Conen e colaboradores (2004) encontraram 35,1% dos homens e 8,7% das mulheres com hiperuricemia.

Estudo populacional de dois anos de seguimento realizado com 8.000 homens japoneses de primeira, segunda e terceira gerações, residentes no Havaí, mostrou frequência de 14% dos indivíduos com valores de ácido úrico sérico de 7 mg/dL a 8 mg/dL, 6% com valores entre 8 mg/dL e 9 mg/dL, 2% com valores entre 9 mg/dL e 10 mg/dL e menos de 2% com valores de 10 mg/dL a 13 mg/dL. Além disso, os pesquisadores verificaram maiores valores médios de ácido úrico sérico em indivíduos de segunda e terceira geração quando comparados aos de primeira geração (Yano e col., 1977).

(15)

Em 2.000, estudo realizado com 1330 nipo-brasileiros residentes no município de Bauru, identificou tanto valores médios elevados de ácido úrico sérico quanto altas porcentagens de sujeitos com outros fatores de risco para doenças cardiovasculares, tais como, intolerância à glicose, dislipidemias, excesso de peso, obesidade central e sedentarismo. Segundo esses pesquisadores 47,3% dos indivíduos dessa comunidade apresentavam diagnóstico de síndrome metabólica (Gimeno e col., 2002; Freire e col., 2003).

1.3 Dieta, estado nutricional e presença de hiperuricemia

Existem alimentos que podem favorecer o aumento ou a diminuição dos níveis de ácido úrico sérico, dependendo de seu teor de purinas. São alimentos ricos em purinas as carnes em geral e seus derivados (principalmente peixes e frutos do mar), os ovos, as bebidas alcoólicas, leveduras e alimentos que contenham fermento em sua composição. As leguminosas e alguns alimentos ricos em oxalato (vegetais verde-escuros, couve-flor, acelga, beterraba, berinjela, quiabo, batata doce, castanhas, coco, germe de trigo, tomate, aspargo, cogumelo, morango, cereais integrais, marmelada e chocolate) contêm quantidade moderada de purinas. Como exemplo de alimentos pobres em purinas citam-se as massas, cereais refinados (arroz, milho, trigo, e seus derivados) e as frutas (Alderman, 2007; Lyu e col., 2003; Peixoto e col., 2001; Tinahones e col., 1997; Mahan & Arlin, 1995; Loenen e col., 1990).

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quantidade. Além disso, estudos mostram modificações nas quantidades de purinas de acordo com os procedimentos de preparo dos alimentos devido à interferência desses processos no teor e na biodisponibilidade dessa substância. Alguns autores sugerem que o processo de cocção em meio aquoso pode diminuir a quantidade de purina presente nos alimentos, por perda desta substância na água (Barra, Nunes & Bernardi, 2007; Choi, Mount & Reginato, 2005; Schlesinger, 2005; Pires e col., 2002).

Feig e colaboradores (2008), Luk e Simkim (2005), Choi, Mount e Reginato (2005) e Schlesinger (2005), em artigos de revisão, citam o consumo excessivo de frutose como uma das causas de hiperuricemia por meio da aceleração do catabolismo do nucleotídeo adenina, aumentando a produção final de ácido úrico sérico.

As proteínas do leite, caseína e lactoalbumina, apresentam efeito uricosúrico. Resultados de alguns trabalhos sugerem efeito protetor para a hiperuricemia decorrente da ingestão de leite e seus derivados (evitariam a elevação dos níveis séricos de ácido úrico) (Choi, Mount & Reginato, 2005; Schlesinger, 2005; Choi e col., 2004)

(17)

do ácido ascórbico de inibir a reação de Trinder – reação usada para quantificar as concentrações séricas de ácido úrico pelo método uricase.

Na prática, sugere-se que benefícios como a queda nos níveis séricos de ácido úrico podem ser atingidos se os indivíduos com gota ou hiperuricemia fizerem restrição dietética de purinas somente de origem animal, preservando o consumo daquelas de origem vegetal (Choi, Mount & Reginato, 2005; Schlesinger, 2005, Choi e col., 2004)

O uso abusivo de álcool contribui para a ocorrência de hiperuricemia devido ao aumento na produção metabólica de ácido úrico e pela diminuição na excreção renal de urato (Barra, Nunes & Bernardi, 2007; Luk & Simkim, 2005; Choi, Mount & Reginato., 2005). Estudo de coorte conduzido em Taiwan, no período de 1993 a 1996, mostrou, nos homens, associação entre o consumo de álcool e a presença de hiperuricemia, sendo que 11,7g de etanol diário proveniente da cerveja elevou o ácido úrico sérico em 0,08 mg/dL (Yu e col., 2008).

Alterações de peso também exercem influência nas concentrações séricas de ácido úrico. Valores elevados do índice de massa corporal (IMC), bem como a obesidade central e o ganho de peso, são fatores de risco frequentemente citados para a hiperuricemia e gota (Tamba e col., 2008; Alderman, 2007; Luk & Simkim, 2005; Alderman e col., 1999; Iribarren e col., 1996; Lee e col., 1995; Yano, Rhoads & Kagan, 1977).

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Radominsk, 1998; Freedman e col., 1995). Trabalhos como os de Nuki (1996) e de Loenen e colaboradores (1990), supõem que a correlação da hiperuricemia com o excesso de peso pode acontecer tanto devido a comprometimento na excreção de urato, uma vez que se observou decréscimo na taxa de excreção urinária desta substância em indivíduos obesos hiperuricêmicos, quanto em decorrência do aumento na produção do urato.

Barra, Nunes e Bernardi (2007), em artigo de revisão, e Tamba e colaboradores (2008), a partir de resultados de estudo por eles conduzido, sugeriram que o excesso de peso corporal e, mais especificamente, a adiposidade central está ligada tanto à hiperuricemia quanto à hiperinsulinemia pelo acúmulo de gordura visceral, que desencadeia ambas as condições – na hiperinsulinemia, dificulta a absorção da glicose levando ao aparecimento da síndrome de resistência à insulina; a hiperuricemia, leva ao aumento de ácidos graxos livres e fator de necrose tumoral- (TNF-), junto com diminuição das concentrações de adiponectina, levando à queda na taxa de excreção renal de ácido úrico.

Em contrapartida, a redução de peso corporal rápida e aguda pode aumentar os valores de ácido úrico sérico pelo aumento do catabolismo celular com conseqüente aumento na produção do ácido úrico (Choi, Mount & Reginato, 2005; Maduro e col., 2003; Peixoto e col., 2001).

1.4 Hiperuricemia e a idade, sexo, uso de medicamentos e doenças crônicas

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jovens, isso ocorre devido às alterações hormonais inerentes a menopausa (Conen e col., 2004; Samara, Marques & Elman, 1983). De acordo com Freedman e colaboradores (1995) a cada 10 anos de aumento de idade das mulheres verifica-se incremento de 0,2 mg/dL no ácido úrico sérico.

Explica-se o transporte renal de urato por um sistema de quatro componentes: filtração glomerular, reabsorção tubular proximal, secreção tubular e reabsorção pós-secretória. Por esse sistema é possível compreender a ação de medicamentos antiuricosúricos – que aumentam os níveis séricos de ácido úrico; e de medicamentos uricosúricos – que diminuem os níveis séricos de ácido úrico. Substâncias antiuricosúricas como pirazinamida, lactato,  -hidroxibutirato, acetoacetato, furosemida e diuréticos de modo geral atuam aumentando a reabsorção tubular renal de urato por meio da estimulação do transportador URAT-1 que leva ao compromedimento na excreção urinária do urato. Já, substâncias uricosúricas como probenecid, benzobromarona, sulfinpirazona, losartan e salicilato, atuam diminuindo a reabsorção tubular de urato por meio da inibição do URAT-1, favorecendo a excreção urinária do mesmo. Outras substâncias como o allopurinol reduzem as concentrações séricas de ácido úrico por atuarem inibindo a enzima xantina oxidase, responsável pela conversão de xantina em ácido úrico (Alexander, 2008; Choi, Mount & Reginato, 2005; Nuki, 1996; Solá, 1988; Karlson, Gerok & Gross, 1982; Cannon e col., 1966).

(20)

glomérulo capilar, alterações na alça de Henle e depósito de ácido úrico intersticial na região medular, mostrando uma possível relação do excesso de ácido úrico com a deterioração da função renal.

Das relações citadas entre as diversas doenças e o excesso dos níveis séricos de ácido úrico, destaca-se, pela importância na saúde pública, a relação com as DCV (doenças cardiovasculares) (Iribarren e col., 1996; Nagahama e col., 2004; Erdogan e col., 2005). De acordo com dados do DATASUS (2009), os eventos cardiovasculares foram responsáveis por aproximadamente 31,46% das mortes no Brasil em 2005.

Hernández e colaboradores (2003) encontraram maior prevalência de cardiopatia coronariana em pacientes gotosos, em estudo realizado com 50 homens atendidos entre 2001 e 2002 no Serviço de Reumatologia do HCRC.

Feig e colaboradores (2008) questionam se a hiperuricemia é causa ou conseqüência de doenças cardíacas e renais. Esses autores apontam que são fatores de risco, tanto para as doenças cardiovasculares quanto para a hiperuricemia, a hipertensão arterial, a doença renal, a síndrome metabólica (SM), a apnéia do sono, as doenças vascular periférica, coronariana e cerebrovascular, a pré-eclampsia, a menopausa, a raça negra e o processo de ocidentalização. Além disso, os autores sugerem que o ácido úrico medeia o aparecimento de hipertensão arterial por vários mecanismos, entre eles, o consumo alimentar excessivo de frutose ou purinas que podem levar ao aparecimento de hiperuricemia crônica.

(21)

patofisiológicos que levam ao aparecimento da arterosclerose coronariana. Também estudos como os de Selby, Friedman & Quesenberry (1990), Freedman e colaboradores (1995), Nagahama e colaboradores (2004) e Iwashima e colaboradores (2006), mostraram a relação do ácido úrico como um possível preditor de doenças cardiovasculares.

Outros autores como Cunha e colaboradores (2004) e Erdogan e colaboradores (2005), partindo do princípio que o ácido úrico inibe a enzima óxido nítrico sintetase, ativa o sistema renina-angiotensina, promove maior sensibilidade ao sal, estimula a proliferação de células musculares lisas vasculares e promove o acúmulo de colágeno, avaliaram a influência das concentrações de ácido úrico na rigidez aórtica. Os resultados em ambos os estudos mostraram uma associação significativa e independente do ácido úrico com os eventos cardiovasculares.

A possível relação do excesso do ácido úrico com alguns componentes da SM, como a resistência à insulina e as dislipidemias, também é assunto de interesse na literatura científica (Facchini e col., 1991; Oliveira e col., 2003; Rosenbaum & Ferreira, 2003; Siqueira e col., 2004; Schmidt e col., 1996; Yano, Rhoads & Kagan, 1977; Feldman & Wallace, 1964). A hiperuricemia foi citada como um dos fatores associados aos componentes da SM por Reaven a partir da década de 80, na época denominada “síndrome X”. A SM é caracterizada

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National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES III) de 1988 a 1994.

De acordo com Nuki (1996), a hipertrigliceridemia está presente em mais de 75% dos indivíduos gotosos, ocorrendo um padrão semelhante em hiperuricêmicos. Ainda não está bem elucidada a relação entre a hipertrigliceridemia e a hiperuricemia, alguns estudos sugerem que a hipertrigliceridemia junto com a arterioesclerose são decorrentes de anormalidades metabólicas inerentes à gota (Feig e col., 2008; Cardona e col., 2005; Tinahones e col., 1997; Feldman & Wallace, 1964).

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2 JUSTIFICATIVA

Publicações na literatura sugerem que o aumento dos níveis séricos de ácido úrico pode estar associado a uma diversidade de doenças como hipertensão arterial, disfunção endotelial, DCV, obesidade, dislipidemias,

diabetes mellitus, síndrome metabólica, artrite gotosa, doenças renais, algumas neoplasias, psoríase e o alcoolismo (Gagliardi, Miname & Santos, 2009, Alexander, 2008; Annemans e col., 2008; Feig e col., 2008; Choi & Ford, 2007; Cruz, 2006; Choi, Mount & Reginato, 2005; Yamamoto, Moriwaki & Takahashi, 2005; Cunha e col., 2004; Alderman e col., 1999; Selby, Friedman & Quesenberry, 1990; Samara, Marques & Elman, 1983).

Existem evidências mostrando que a modificação de alguns hábitos alimentares (como, por exemplo, a redução no consumo de bebidas alcoólicas e alimentos ricos em proteínas de origem animal) pode diminuir consideravelmente os níveis séricos de ácido úrico, atuando também como um fator de proteção para a ocorrência das doenças citadas acima, em especial para as DCV (Yu e col., 2008; Alderman, 2007; Luk & Simkin, 2005; Choi, Mount & Reginato, 2005; Choi e col., 2004; Peixoto e col., 2001; Nuki, 1996; Loenen e col., 1990).

(24)

Os imigrantes japoneses formam um modelo de estudo interessante, pois originariamente essa população apresentava baixa morbidade por diabetes e DCV. Com o processo migratório, alguns mitos e tradições do Japão foram mantidos, porém, é natural a ocorrência de mudanças sócio-culturais que, em pouco tempo, modificaram o perfil de morbi-mortalidade desses indivíduos, que passaram a apresentar alto risco para essas doenças (Fujimoto, 1992).

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3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Estimar a prevalência de hiperuricemia, bem como sua associação com fatores nutricionais (dieta e estado nutricional) em nipo-brasileiros do município de Bauru.

3.2 Objetivos específicos

- descrever as características demográficas, antropométricas e biológicas dos nipo-brasileiros segundo a presença de hiperuricemia;

- descrever o hábito alimentar dos nipo-brasileiros segundo presença de hiperuricemia, com ênfase no consumo de proteínas e álcool;

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Tipo de estudo

Tratou-se de um estudo epidemiológico do tipo transversal.

4.2 População

Utilizam-se dados da segunda fase de investigação realizada pelo JBDSG com a comunidade nipo-brasileira de Bauru no período de 1999 a 2000, financiada pela FAPESP (Proc. nº 98/04178-7). O estudo em questão foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP: nº 082/98 (ANEXO 1).

Depois da realização de censo nessa comunidade, em 1997, foram identificados e convidados a participar da pesquisa todos (n=1751) os nipo-brasileiros de primeira (nascidos no Japão) e segunda (filhos dos de 1ª geração) geração com idade igual ou superior a 30 anos, dos quais, 1330 (76%) indivíduos foram examinados. Os motivos para a não participação foram: óbito (antes ou durante o trabalho de campo, n=94; 22,3%), mudança de endereço (n=57; 13,5%) e recusa (n=270; 64,2%). Naqueles que não participaram do estudo observou-se maior proporção de indivíduos do sexo masculino e com idade  60 anos quando comparados aos demais. Todos os participantes formalizaram a concordância em participar do estudo mediante assinatura em termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO 2).

4.3 Coleta de dados

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informações relativas aos aspectos socioculturais (sexo, idade, geração, escolaridade, atuação profissional, estado civil e tabagismo) e de saúde - histórico pessoal e familiar de doenças (hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, intolerância à glicose e câncer) (ANEXO 3) e hábitos alimentares (realizado por meio de questionário de freqüência do consumo dos alimentos – QFCA (ANEXO 4)).

O QFCA foi desenvolvido e validado em amostra da população de origem oriental (Cardoso e col., 2001). Foi interrogado aos participantes o consumo alimentar habitual e a freqüência do consumo de 122 itens alimentares no ano anterior.

Com o objetivo de estudar a relação entre hiperuricemia e variáveis dietéticas, analisaram-se dados referentes ao consumo de álcool, calorias totais, carboidratos, proteínas, lipídeos, vitamina C e os grupos de alimentos com maior teor de purinas ou que interferem de alguma forma na concentração de ácido úrico sérico como os grupos de carne vermelha, embutidos, miúdos, aves, pescados, ovos, leite e derivados, vegetais, frutas e frutas cítricas.

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à parede, e com os braços pendentes ao longo do corpo. O índice de massa corporal (IMC) foi calculado com o peso, em quilogramas, dividido pela estatura (em metros) ao quadrado. Para a classificação dos indivíduos quanto ao estado nutricional, foram utilizadas as recomendações da WHO, 1998. Considerou-se eutróficos aqueles com IMC entre 18,5 a 24,9Kg/m2, com sobrepeso os com

IMC entre 25 a 29,9Kg/m2 e obesos os que apresentavam IMC 30Kg/m2.

O perímetro da cintura foi medido com fita métrica inextensível, na altura da cicatriz umbilical, com aproximação em 0,1cm. Realizou-se essa medida com o indivíduo ereto, abdômen relaxado, braços ao lado do corpo e os pés juntos. A presença de obesidade central (ou abdominal) foi caracterizada por valores de cintura  80 e 90 cm para o sexo feminino e masculino, respectivamente (Inoue & Zimmet, 2000).

(29)

Para a dosagem sérica de ácido úrico utilizou-se o método de uricase. A hiperuricemia foi caracterizada por valores de ácido úrico sérico > 6mg/dL para mulheres e > 7mg/dL, para os homens.

Utilizou a reação de Jaffé para a dosagem das concentrações séricas de creatinina. Considerou-se indicador de perda de função renal valores de creatinina sérica > 1,4 mg/dL (Kirstajn, 2007).

Todos os participantes foram submetidos à coleta por meio de glicemia capilar a fim de selecionar os indivíduos que receberiam a sobrecarga oral de glicose (Glutol). Os valores  200mg/dL foram considerados diagnósticos de DM, sendo esses sujeitos dispensados do teste oral de tolerância à glicose (TOTG); indivíduos com diagnóstico prévio de DM também foram dispensados da amostra de sangue pós-sobrecarga de glicose. O TOTG foi realizado com 75 gramas de glicose. Para a determinação de glicose, perfil lipídico (colesterol total, frações e triglicérides), ácido úrico, creatinina, entre outros, obteve-se a primeira amostra (jejum) de sangue venoso. Duas horas após a ingestão de Glutol foi realizada a segunda coleta para a determinação apenas da glicose plasmática. Após o término das coletas, as dosagens foram processadas, e as amostras dos mesmos soros foram estocadas para eventuais repetições.

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total  200 mg/dL, LDL-colesterol  130 mg/dL, HDL-colesterol < 45mg/dL ou triglicérides  150mg/dL.

Foram considerados em uso de medicamento, aqueles indivíduos que utilizavam drogas com ação hiperuricemiante (tiazídicos, furosemida, alopurinol e tamoxifeno), ou seja, que interferem no metabolismo do ácido úrico aumentando as concentrações desse metabólito no sangue (Alexander, 2008; Choi, Mount & Reginato, 2005).

4.4 Análise dos dados

As comparações das freqüências de indivíduos com ou sem hiperuricemia segundo variáveis de saúde, sócio-demográficas e antropométricas (sob forma categórica) foram feitas mediante utilização do teste qui-quadrado. Utilizou-se como medida de associação a razão de prevalências (RP) por ponto e por intervalo de confiança com 95% (IC95%). Os valores médios de variáveis (quantitativas) de saúde, sócio-demográficas e antropométricas de sujeitos com e sem hiperuricemia foram comparados mediante a utilização do teste t de Student.

Com o intuito de verificar o efeito de cada nutriente na hiperuricemia, ajustaram-se as variáveis dietéticas às calorias totais segundo recomendado por Willet (1998). Para descrever os dados, agruparam-se os valores das variáveis dietéticas em terços de consumo e, para cada terço, obtiveram-se os valores medianos do consumo do nutriente, o número de casos de hiperuricemia e os valores das RP.

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derivados, vegetais, frutas, frutas cítricas (valores das variáveis dietéticas em terços), índice de massa corporal, obesidade central – sobre a hiperuricemia foram ajustados para variáveis de controle (sexo, geração, idade, estado civil, atuação profissional, hábito de fumar, hipertensão arterial, creatinina sérica > 1,4 mg/dL, grau de tolerância à glicose, hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia e uso de medicamento). Tais variáveis foram selecionadas por apresentarem valor de p < 0,20 na análise bruta. Repetiram-se esses procedimentos para cada sexo isoladamente, para a presença de hipertensão arterial e após exclusão dos indivíduos em uso de medicamentos.

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5 RESULTADOS

Participaram desse estudo 1330 nipo-brasileiros, 614 homens e 716 mulheres. Entre eles, 470 sujeitos (35,3%; IC95%: 32,8% - 38,0%) apresentaram valores de ácido úrico compatíveis com hiperuricemia, sendo que apenas 19 indivíduos (4%) tinham diagnóstico prévio dessa anormalidade (tais indivíduos foram mantidos durante a análise pois, ao serem excluídos, os resultados obtidos não se alteraram).

Na Tabela 1 encontram-se os dados sobre características demográficas e sociais dos nipo-brasileiros, segundo presença de hiperuricemia. Verificaram-se maiores proporções de sujeitos com hiperuricemia entre aqueles do Verificaram-sexo masculino (RP = 1,76; IC95%: 1,52 - 2,05) e com 55 anos ou mais (RP = 1,18; IC95%: 1,01 - 1,37) quando comparados aos demais.

Na Figura 1, observa-se, no sexo masculino, maior prevalência de hiperuricemia entre os mais jovens (< 55 anos) enquanto que, no sexo feminino, esse valor foi maior entre as com 55 anos ou mais (p < 0,05). Verificou-se ainda que a prevalência de hiperuricemia entre os indivíduos com 55 anos ou mais foi maior entre as mulheres do que entre os homens.

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Observou-se distribuição semelhante de nipo-brasileiros com e sem hiperuricemia segundo geração, escolaridade, estado civil e atuação profissional (p>0,05) (Tabela 1).

Tabela 1: Número (porcentagem) de nipo-brasileiros, valores de qui-quadrado e razões de prevalências de hiperuricemia e características demográficas e sociais. Município de Bauru (SP), 1999-2000.

Variável

Hiperuricemia

Sim Não Total Qui-quadrado prevalências Razão de

N (%) N (%) N (%) (p) (IC95%)

Sexo

Masculino 283 (46,1) 331 (53,9) 614 (100) 57,7 (<0,001) 1,76 (1,52-2,05) Feminino 187 (26,1) 529 (73,9) 716 (100)

Idade população (anos)

>= 55 288 (37,8) 475 (62,3) 763 (100) 4,5 (0,033) 1,18 (1,01-1,37) < 55 182 (32,1) 385 (67,9) 567 (100)

Geração

Segunda (Nissei) 383 (36,1) 678 (63,9) 1061 (100) 1,8 (0,180) 1,14 (0,94-1,39) Primeira (Issei) 81 (31,6) 175 (68,4) 256 (100)

Estado civil

Casado 370 (36,6) 642 (63,4) 1012 (100) 3,0 (0,083) 1,17 (0,98-1,41) Outro* 97 (31,2) 214 (68,8) 311 (100)

Escolaridade no Brasil

Nenhuma 12 (31,6) 26 (68,4) 38 (100) 4,1 (0,390) 1 1 a 4 anos 188 (39,1) 293 (60,9) 481 (100) 1,24 (0,69-2,22) 5 a 8 anos 76 (32,3) 159 (67,7) 235 (100) 1,02 (0,56-1,88) 9 a 12 anos 86 (34,3) 165 (65,7) 251 (100) 1,08 (0,59-1,98) 13 ou mais 27 (34,2) 52 (65,8) 79 (100) 1,08 (0,55-2,14) Atuação profissional**

Sim 239 (37,9) 392 (62,1) 631 (100) 3,4 (0,064) 1,15 (0,99-1,33) Não 229 (33,0) 465 (67,0) 694 (100)

(34)

Figura 1 - Prevalência de hiperuricemia em nipo-brasileiros segundo sexo e faixa etária. Bauru, 1999-2000.

Figura 2 - Prevalência de hiperuricemia em nipo-brasileiros segundo geração, sexo e faixa etária. Bauru, 1999-2000.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

55 anos ou mais < 55 anos

%

Homens Mulheres

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

55 anos ou mais < 55 anos

%

(35)

As prevalências de hiperuricemia de acordo com as características antropométricas e de saúde são descritas na Tabela 2. Entre nipo-brasileiros com sobrepeso ou obesidade, as porcentagens de sujeitos com hiperuricemia foram 2,25 (IC95%: 1,83 - 2,77) e 3,25 vezes (IC95%: 2,50 - 4,23) as observadas entre os eutróficos. Na presença de obesidade central, a prevalência de hiperuricemia foi 2,36 vezes (IC95%: 2,01 - 2,78) aquela observada entre os sem essa condição. Encontraram-se maiores prevalências de hiperuricemia entre aqueles que apresentavam co-morbidades como hipertensão arterial (RP = 1,54; IC95%: 1,34 - 1,78), intolerância à glicose (GJA: RP = 1,69; IC95%: 1,25 - 2,29; TGD: RP = 2,08; IC95%: 1,39 - 3,11; DM: RP = 2,32; IC95%: 1,73 - 3,12), dislipidemia (RP = 3,29; IC95%: 2,00 - 5,41) e tabagismo (RP = 1,30; IC95%: 1,13 - 1,51), quando comparados aos sem essas condições. Dos 32 indivíduos com perda de função renal (avaliada por valores elevados de creatinina), 20 (62,5%) apresentavam hiperuricemia (RP = 1,80; IC95%: 1,36 - 2,28).

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Tabela 2: Número (porcentagem) de nipo-brasileiros, valores de qui-quadrado e razões de prevalências de hiperuricemia de acordo com características antropométricas e de saúde. Município de Bauru (SP), 1999-2000.

Variável

Hiperuricemia

Sim Não Total Qui-quadrado prevalências Razão de N(%) N (%) N (%) (p) (IC95%) Índice de massa corporal (kg/m2)

Baixo peso 7 (17,5) 33 (82,5) 40 (100) 161,5 (<0,001) 0,82 (0,39-1,76) Eutrofia 145 (21,2) 538 (78,8) 683 (100) 1 Sobrepeso 228 (47,8) 249 (52,2) 477 (100) 2,25 (1,83-2,77)

Obesidade 89 (69,0) 40 (31,0) 129 (100) 3,25 (2,50-4,23)

Obesidade central

Sim 306 (50,4) 301 (49,6) 607 (100) 121,6 (<0,001) 2,36 (2,01-2,78)

Não 163 (22,6) 559 (77,4) 722 (100) Hipertensão arterial

Sim 229 (45,2) 278 (54,8) 507 (100) 34,5 (<0,001) 1,54 (1,34-1,78)

Não 241 (29,3) 581 (70,7) 822 (100) Grau de tolerância à glicose

Normal 56 (19,7) 228 (80,3) 284 (100) 54,7 (<0,001) 1

Glicemia de jejum alterada 158 (33,3) 316 (66,7) 474 (100) 1,69 (1,25-2,29)

Tolerância à glicose diminuída 41 (41,0) 59 (59,0) 100 (100) 2,08 (1,39-3,11)

Diabetes 212 (45,8) 251 (54,2) 463 (100) 2,32 (1,73-3,12)

Hipercolesterolemia

Sim 324 (38,6) 515 (61,4) 839 (100) 10,7 (0,001) 1,30 (1,11-1,52)

Não 146 (29,7) 345 (70,3) 491 (100) Hipertrigliceridemia

Sim 379 (43,7) 489 (56,3) 868 (100) 80,3 (<0,001) 2,34 (1,90-2,88)

Não 83 (18,7) 361 (81,3) 444 (100) HDL baixo

Sim 147 (36,3) 258 (63,7) 405 (100) 0,3 (0,600) 1,04 (0,89-1,22) Não 323 (34,9) 602 (65,1) 925 (100)

LDL elevado

Sim 249 (37,8) 409 (62,2) 658 (100) 3,6 (0,059) 1,15 (0,99-1,33) Não 221 (32,9) 451 (67,1) 672 (100)

Dislipidemia

Sim 456 (37,8) 752 (62,3) 1208 (100) 33,5 (<0,001) 3,29 (2,00-5,41)

Não 14 (11,5) 108 (88,5) 122 (100) Tabagismo

Sim (atual ou passado) 173 (42,2) 237 (57,8) 906 (100) 12,0 (<0,001) 1,30 (1,13-1,51)

Não 293 (32,3) 613 (67,7) 410 (100) História pessoal de câncer

Sim 14 (28,6) 35 (71,4) 49 (100) 1,0 (0,313) 0,80 (0,51-1,26) Não 456 (35,6) 825 (64,4) 1281 (100)

Uso de medicamento

Sim* 69 (62,7) 41 (37,3) 110 (100) 39,4 (<0,001) 1,91 (1,62-2,25)

Não 401 (32,9) 819 (67,1) 1220 (100) Creatinina sérica >1,4mg/dL

Sim 20 (62,5) 12 (37,5) 32 (100) 10,6 (0,001) 1,80 (1,36-2,38)

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Na Tabela 3 apresentam-se os valores médios e dos desvios padrão de variáveis sócio-demográficas, antropométricas e bioquímicas segundo a presença de hiperuricemia. Sujeitos com hiperuricemia, quando comparados aos demais, apresentaram valores médios estatisticamente maiores de idade, IMC, perímetro de cintura, pressão arterial (sistólica e diastólica), glicemia de jejum, glicemia de 2 horas, colesterol total, triglicérides e creatinina.

Tabela 3: Valores médios (desvio padrão, dp) de variáveis biológicas segundo a presença de hiperuricemia. Bauru, 1999-2000.

Variável

Hiperuricemia

Teste t de

Student p

Sim Não

Média (dp) Média (dp)

Idade (anos) 58,2 (11,8) 56,3 (12,7) 2,7 0,004 Anos de estudo no Brasil 6,4 (4,2) 6,8 (4,1) 1,4 0,085 Índice de massa corporal (kg/m2) 26,7 (4,0) 23,9 (3,4) 13,2 <0,001 Perímetro da cintura (cm) 89,5 (9,7) 80,8 (9,5) 15,8 <0,001 Pressão arterial sistólica (mmHg) 139,0 (25,7) 129,6 (23,5) 6,8 <0,001 Pressão arterial diastólica (mmHg) 83,2 (14,5) 76,6 (12,4) 8,7 <0,001 Glicemia de jejum (mg/dL)* 128,3 (33,3) 123,2 (35,2) 3,6 <0,001 Glicemia de duas horas (mg/dL)* 181,6 (77,0) 159,0 (77,8) 6,6 <0,001 Colesterol total (mg/dL) 220,5 (42,7) 211,4 (41,8) 3,8 <0,001 LDL (mg/dL) 132,4 (39,3) 129,1 (37,2) 1,5 0,065 HDL (mg/dL)* 50,2 (10,9) 50,8 (11,3) 0,9 0,174 Triglicérides (mg/dL)* 287,8 (205,1) 207,5 (186,2) 10,3 <0,001 Creatinina (mg/dL)* 0,9 (0,4) 0,8 (0,2) 8,3 <0,001 * A variável foi transformada em logarítimo para a realização do teste estatístico.

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de leite e derivados, observou-se menor ingestão destes entre os sujeitos hiperuricêmicos quando comparados aos normais (p<0,001).

Tabela 4: Valores médios (desvio padrão, dp) de variáveis dietéticas segundo a presença de hiperuricemia. Bauru, 1999-2000.

Variável

Hiperuricemia

Teste t de Student p

Sim Não

Média (dp) Média (dp)

Calorias totais (kcal) 2593,3 (651,2) 1952,1 (611,2) 2,9 0,002 Carboidratos (g)* 273,9 (88,4) 261,0 (88,2) 0,3 0,377 Proteínas (g)* 70,0 (27,2) 67,2 (23,5) 1,5 0,064 Lipídeos (g)* 74,0 (29,9) 71,3 (26,4) 1,8 0,035 Gorduras saturadas (g)* 17,5 (8,1) 17,1 (7,4) 2,4 0,009 Fibras totais (g)* 18,0 (7,7) 17,4 (8,1) 0,2 0,429

Álcool (g)* 8,0 (18,4) 3,7 (13,5) 3,0 0,002

Vitamina C (mg)* 228,1 (146,9) 217,3 (144,6) 0,2 0,432 Grupo de:

Carnes vermelhas (g)* 56,2 (47,7) 48,8 (37,0) 1,8 0,037 Embutidos (g)* 14,5 (15,4) 12,3 (14,3) 2,0 0,026

Miúdos (g)* 2,0 (3,8) 1,6 (3,2) 1,25 0,106

Aves (g)* 8,5 (10,7) 7,6 (8,8) 0,5 0,313

Pescados (g)* 21,4 (23,3) 18,9 (19,5) 1,3 0,096

Ovos (g)* 11,7 (14,3) 11,3 (14,4) 0,6 0,266

Leite e derivados (g)* 79,4 (99,1) 106,9 (111,2) 5,02 <0,001 Vegetais (g)* 195,1 (91,5) 193,8 (93,1) 1,3 0,093 Frutas (g)* 405,9 (284,8) 383,0 (301,7) 1,1 0,143 Frutas cítricas (g)* 260,0 (238,6) 231,0 (236,6) 1,7 0,046 * Valor ajustado às calorias totais pelo método do resíduo para a realização do teste estatístico.

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Tabela 5 – Número (porcentagem) de nipo-brasileiros segundo presença de hiperuricemia e variáveis dietéticas (em terços). Bauru, 1999-2000.

Variável (valor mediano) Sim Hiperuricemia Não Total Qui-quadrado (p) Razão de prevalências (IC95%) N (%) N (%) N (%)

Calorias

Primeiro terço (1433 kcal) 131 (30,7) 296 (69,3) 427 (100) 5,6 (0,060) 1 Segundo terço (1918,8 kcal) 161 (37,6) 267 (62,4) 428 (100) 1,23 (0,97-1,54) Terceiro terço (2506,3 kcal) 159 (37,2) 269 (62,9) 428 (100) 1,21 (0,96-1,53)

Carboidratos

Primeiro terço (185,1 g) 155 (36,3) 272 (63,7) 427 (100) 2,56 (0,277) 1 Segundo terço (253,4 g) 138 (32,2) 291 (67,8) 429 (100) 0,89 (0,70-1,11) Terceiro terço (341,7 g) 158 (37,0) 269 (63,0) 427 (100) 1,02 (0,82-1,27)

Proteínas

Primeiro terço (46,1 g) 156 (37,9) 256 (62,1) 412 (100) 2,11 (0,349) 1 Segundo terço (65,2 g) 148 (34,5) 281 (65,5) 429 (100) 0,91 (0,73-1,14) Terceiro terço (88,1 g) 147 (33,3) 295 (66,7) 442 (100) 0,88 (0,70-1,10)

Lipídeos

Primeiro terço (47,8 g) 169 (38,8) 267 (61,2) 436 (100) 3,84 (0,146) 1 Segundo terço (68,2 g) 142 (33,7) 279 (66,3) 421 (100) 0,87 (0,70-1,09) Terceiro terço (95,7 g) 140 (32,9) 286 (67,1) 426 (100) 0,85 (0,68-1,06)

Gorduras saturadas

Primeiro terço (10,4 g) 171 (40,5) 251 (59,5) 422 (100) 7,95 (0,019) 1 Segundo terço (15,7 g) 139 (32,6) 288 (67,5) 427 (100) 0,80 (0,64-1,00) Terceiro terço (23,9 g) 141 (32,5) 293 (67,5) 434 (100) 0,80 (0,64-1,00)

Fibras totais

Primeiro terço (10,6g) 151 (35,3) 277 (64,7) 428 (100) 1,73 (0,421) 1 Segundo terço (16,3g) 159 (37,2) 268 (62,8) 427 (100) 1,06 (0,84-1,32) Terceiro terço (24,3g) 141 (32,9) 287 (67,1) 428 (100) 0,93 (0,74-1,17)

Álcool*

Não consome 249 (32,5) 517 (67,5) 766 (100) 36,0 (<0,001) 1 de 1,0 a 3,7g/dia 71 (27,5) 187 (72,5) 258 (100) 0,85 (0,65-1,10) Maior que 3,7g/dia 131 (50,6) 128 (49,4) 259 (100) 1,56 (1,26-1,92) Vitamina C

Primeiro terço (101,6mg) 146 (34,0) 284 (66,1) 430 (100) 0,42 (0,813) 1 Segundo terço (186,4mg) 154 (35,9) 275 (64,1) 429 (100) 1,06 (0,84-1,33) Terceiro terço (323,6mg) 151 (35,6) 273 (64,4) 424 (100) 1,05 (0,84-1,32)

Grupo de carne vermelha

Primeiro terço (17,3 g) 142 (33,3) 285 (66,7) 427 (100) 1,94 (0,379) 1 Segundo terço (41,6 g) 146 (34,2) 281 (65,8) 427 (100) 1,03 (0,82-1,30) Terceiro terço (80,0 g) 159 (37,6) 264 (62,4) 423 (100) 1,13 (0,90-1,42)

Grupo de embutidos

Primeiro terço (2,3 g) 131 (32,0) 278 (68,0) 409 (100) 4,13 (0,127) 1 Segundo terço (8,8 g) 139 (34,6) 263 (65,4) 402 (100) 1,08 (0,85-1,37) Terceiro terço (22,5 g) 157 (38,8) 248 (61,2) 405 (100) 1,21 (0,96-1,53)

Grupo de miúdos*

Não consome 201 (32,9) 410 (67,1) 611 (100) 3,0 (0,227) 1 de 1 a 2g/dia 143 (35,9) 255 (64,1) 398 (100) 1,09 (0,88-1,35) Maior que 2g/dia 106 (38,7) 168 (61,3) 274 (100) 1,18 (0,93-1,49)

Grupo de aves

Primeiro terço (0,8 g) 133 (34,1) 257 (65,9) 390 (100) 0,58 (0,748) 1 Segundo terço (4,5 g) 143 (36,1) 253 (63,9) 396 (100) 1,06 (0,84-1,34) Terceiro terço (12,9 g) 144 (36,6) 250 (63,5) 394 (100) 1,07 (0,85-1,36)

Grupo de pescados

Primeiro terço (5,2 g) 134 (31,6) 290 (68,4) 424 (100) 3,65 (0,161) 1 Segundo terço (13,4 g) 153 (36,9) 262 (63,1) 415 (100) 1,17 (0,93-1,47) Terceiro terço (32,4 g) 157 (37,2) 265 (62,8) 422 (100) 1,18 (0,93-1,48)

Grupo de ovos

(40)

Tabela 5 - continuação

Hiperuricemia

Sim Não Total Qui-quadrado Razão de prevalências Variável (valor mediano) N (%) N (%) N (%) (p) (IC95%)

Grupo de leite e derivados

Primeiro terço (2,1 g) 181 (42,3) 247 (57,7) 428 (100) 22,1 (<0,001) 1 Segundo terço (56,6 g) 153 (36,0) 272 (64,0) 425 (100) 0,85 (0,69-1,06) Terceiro terço (200,0 g) 116 (27,0) 313 (73,0) 429 (100) 0,64 (0,51-0,81) Grupo de vegetais

Primeiro terço (112,2 g) 154 (36,2) 271 (63,8) 425 (100) 0,33 (0,849) 1 Segundo terço (182,9 g) 152 (34,6) 287 (65,4) 439 (100) 0,96 (0,76-1,20) Terceiro terço (266,2 g) 145 (34,6) 274 (65,4) 419 (100) 0,96 (0,76-1,20)

Grupo de frutas

Primeiro terço (132,6 g) 144 (33,7) 283 (66,3) 427 (100) 0,81 (0,666) 1 Segundo terço (331,5 g) 149 (35,1) 276 (64,9) 425 (100) 1,04 (0,83-1,31) Terceiro terço (602,1 g) 158 (36,7) 273 (63,3) 431 (100) 1,09 (0,87-1,36)

Grupo de frutas cítricas

Primeiro terço (46,4 g) 141 (33,6) 279 (66,4) 420 (100) 4,47 (0,107) 1 Segundo terço (175,0 g) 139 (33,2) 280 (66,8) 419 (100) 0,99 (0,78-1,25) Terceiro terço (385,0 g) 164 (39,4) 252 (60,6) 416 (100) 1,17 (0,94-1,47)

Figura 3 – Distribuição das razões de prevalência (RP) de hiperuricemia em nipo-brasileiros, de acordo com terços de nutrientes. Bauru, 1999-2000

0 0,5 1 1,5 2 2,5 Calor ias

2o. T erço

3o. T erço

Prot eínas

2o. T erço

3o. T erço

Carb oidra

tos

2o. T erço

3o. T erço

Gord uras

2o. T erço

3o. T

erço Alcool 2o. T

erço 3o. T

(41)

Na Tabela 6 apresentam-se os resultados obtidos com a utilização do modelo de regressão de Poisson. Verificou-se existência de associação entre hiperuricemia e o sexo, aumento do IMC (sobrepeso e obesidade), obesidade central, hipertrigliceridemia e uso de medicamentos que interferem nas concentrações séricas de ácido úrico, independentemente das variáveis dietéticas, idade, geração, estado civil, atuação profissional, hábito de fumar, hipertensão arterial, grau de tolerância à glicose, hipercolesterolemia e creatinina sérica.

Diferentemente dos resultados apresentados na Tabela 6, na análise segundo sexo, verificou-se que, entre as mulheres, a idade também se associou positivamente a doença (RP = 1,95; IC95%: 1,36 - 2,78), enquanto que, entre os homens, o uso de medicamentos perdeu a significância estatística e o consumo de gorduras saturadas associou-se negativamente a hiperuricemia (2º vs. 1º terço: RP= 0,72; IC95%= 0,53 - 0,98). Finalmente, ao se repetir as análises segundo a presença de hipertensão arterial observou-se, entre sujeitos hipertensos, associação negativa entre a hiperuricemia e o consumo de leite e derivados (3º vs. 1º terço: RP= 0,66; IC95%= 0,47 - 0,94).

(42)

Tabela 6 – Valores das razões de prevalências ajustadas (intervalo com 95% de confiança) obtidos para a presença de hiperuricemia e demais variáveis. Bauru, 1999-2000.

Variável

Hiperuricemia (sim vs. não) Modelo inicial Modelo final

RP (IC95%) RP (IC95%)

Calorias (kcal/dia)

Primeiro terço 1

Segundo terço 1,18 (0,90-1,53) Terceiro terço 1,07 (0,81-1,40)

Proteínas (g/dia)

Primeiro terço 1

Segundo terço 0,89 (0,68-1,16) Terceiro terço 0,83 (0,61-1,12)

Lipídeos (g/dia)

Primeiro terço 1

Segundo terço 0,97 (0,73-1,27) Terceiro terço 0,88 (0,63-1,24)

Gorduras saturadas (g/dia)

Primeiro terço 1

Segundo terço 0,93 (0,70-1,25) Terceiro terço 0,95 (0,64-1,40)

Álcool (g/dia)

Não consome 1

de 1,0 a 3,7g 0,78 (0,58-1,04) Maior que 3,7g 1,16 (0,89-1,53)

Grupo de carne vermelha (g/dia)

Primeiro terço 1

Segundo terço 0,98 (0,76-1,27) Terceiro terço 1,11 (0,83-1,48)

Grupo de embutidos (g/dia)

Primeiro terço 1

Segundo terço 1,10 (0,84-1,43) Terceiro terço 1,22 (0,93-1,61)

Grupo de miúdos (g/dia)

Primeiro terço 1

Segundo terço 1,11 (0,88-1,40) Terceiro terço 0,93 (0,71-1,22)

Grupo de pescados (g/dia)

Primeiro terço 1

Segundo terço 1,17 (0,90-1,51) Terceiro terço 1,08 (0,82-1,42)

Grupo de leite e derivados (g/dia)

Primeiro terço 1

Segundo terço 1,02 (0,80-1,31) Terceiro terço 0,92 (0,69-1,22)

Grupo de vegetais (g/dia)

Primeiro terço 1

Segundo terço 1,03 (0,80-1,32) Terceiro terço 1,07 (0,83-1,40)

Grupo de frutas (g/dia)

Primeiro terço 1

Segundo terço 1,09 (0,79-1,50) Terceiro terço 0,89 (0,58-1,39)

Grupo de frutas cítricas (g/dia)

Primeiro terço 1

Segundo terço 0,97 (0,71-1,33) Terceiro terço 1,19 (0,78-1,80)

Sexo (masculino vs. feminino) 1,64 (1,24-2,17) 1,73 (1,42-2,10) Geração (segunda vs. primeira) 1,18 (0,89-1,57)

Idade (>=55 anos vs. <55 anos) 1,20 (0,95-1,53)

Estado civil (casado vs. outro) 0,95 (0,73-1,24)

Atuação profissional (sim vs. não) 1,05 (0,84-1,33)

(43)

Tabela 6 – continuação

Variável

Hiperuricemia (sim vs. não) Modelo inicial Modelo final

RP (IC95%) RP (IC95%)

Índice de massa corporal (kg/m2)

Baixo peso 0,91 (0,37-2,27) 1,08 (0,50-2,32)

Eutrofia 1 1

Sobrepeso 1,55 (1,15-2,10) 1,55 (1,19-2,02)

Obesidade 1,95 (1,32-2,88) 1,95 (1,38-2,75) Obesidade central (sim vs. não) 1,37 (1,02-1,85) 1,42 (1,09-1,84) Hipertensão arterial (sim vs. não) 1,07 (0,86-1,34)

Grau de tolerância à glicose

Normal 1

Glicemia de jejum alterada 1,06 (0,75-1,49) Tolerância à glicose diminuída 1,36 (0,86-2,15) Diabetes 1,09 (0,76-1,55)

Hipercolesterolemia (sim vs. não) 1,04 (0,78-1,39)

Hipertrigliceridemia (sim vs. não) 1,52 (1,16-1,99) 1,68 (1,31-2,15) LDL elevado (sim vs. não) 1,11 (0,85-1,44)

Creatinina sérica >1,4 mg/dL (sim vs. não) 1,22 (0,74-2,02)

(44)

6 DISCUSSÃO

O propósito deste estudo foi estimar a prevalência de hiperuricemia na população nipo-brasileira residente no município de Bauru (Estado de São Paulo) e verificar a existência de relações dessa doença com os fatores nutricionais (dieta e estado nutricional). Os resultados mostraram elevada prevalência dessa anormalidade e associações positivas entre a presença de hiperuricemia e o excesso de peso, obesidade central, hipertrigliceridemia, e uso de medicamentos hiperuricemiantes. Além disso, independentemente de outras variáveis, entre as mulheres, a idade também se associou a doença, enquanto que, no sexo masculino, observou-se maior prevalência de sujeitos com hiperuricemia entre aqueles com menor consumo de gorduras saturadas (primeiro terço). Entre sujeitos hipertensos, verificou-se associação negativa entre a hiperuricemia e o consumo de leite e derivados. Em relação às variáveis dietéticas, somente na análise bruta encontrou-se associação positiva entre maior ingestão de álcool e a presença de hiperuricemia, bem como associação negativa entre maior consumo do grupo de leite e derivados e o desfecho em questão.

(45)

estudada (Gimeno e col., 2008; JBDSG, 2004; Freire e col., 2003; Almeida e col., 2002; Lerário e col., 2002).

Na literatura, refere-se que o excesso de gordura corpórea pode ser o fator com maior relação com a hiperuricemia (Annemans e col., 2008; Luk & Simkim, 2005; Choi, Mount & Reginato, 2005; Nuki, 1996; Loenen e col., 1990). Os resultados do presente estudo mostraram associação positiva entre os níveis elevados de ácido úrico no sangue e o excesso de peso corporal e a presença de obesidade central. Tais achados vão ao encontro dos descritos em outros trabalhos. Essa relação pode ser explicada pelo aumento dos ácidos graxos livres, decorrente do acúmulo de gordura visceral, com conseqüente aumento na síntese de purinas por via do caminho da pentose fosfato que, por sua vez, induziria uma produção acelerada de ácido úrico (Tamba e col., 2008; Erdogan e col., 2005; Conen e col., 2004; Maduro e col., 2003; Alderman e col., 1999; Radominski, 1998; Iribarren e col., 1996; Lee e col., 1995).

(46)

.Alguns medicamentos utilizados para o tratamento de hipertensão arterial e outras doenças como as neoplasias, têm efeito hiperuricemiante. Esse efeito pode se dar por apresentarem ação antiuricosúrica, que leva ao aumento da reabsorção tubular renal de urato decorrente, na maior parte dos casos, da estimulação do transportador URAT-1 que promove redução na excreção urinária desta substância (Annemans, 2008; Kutzing & Firestein, 2008; Choi, Mount & Reginato, 2005; Luk & Simkim, 2005; Nuki, 1996). Entre os nipo-brasileiros que faziam uso de medicamentos hiperuricemiantes observou-se maior prevalência de excesso de ácido úrico. Associação semelhante foi encontrada em publicações de diversos autores (Conen e col., 2004; Alderman e col., 1999; Iribarren e col., 1996; Freedman e col., 1995; Yano, Rhoads & Kagan, 1977; Cannon e col., 1966).

As diferenças observadas nesse estudo entre os gêneros e faixa etária, sendo esta última mais importante nas mulheres após os 55 anos de idade, são compatíveis com o que é descrito na literatura (Yamamoto e col., 2007; Nagahama e col., 2004; Nuki, 1996; Freedman e col., 1995). Tal fato ocorreu provavelmente por causa da menopausa - alteração hormonal comum nessa faixa etária - que acarreta em elevação dos níveis séricos de ácido úrico por suposta ausência do efeito úricosúrico do estrógeno (Feig e col., 2008; Conen e col., 2004; Samara, Marques & Elman, 1983; Stewart e col., 1979).

(47)

totais. Tal resultado não possui respaldo no meio científico e provavelmente seja reflexo de um fenômeno freqüentemente citado em estudos transversais – a causalidade reversa – dado que se observam elevadas prevalências de alterações metabólicas como hipertensão arterial e o diabetes mellitus entre esses nipo-brasileiros, levando a supor que estes teriam alterado seus hábitos alimentares.

Por fim, ao analisar os nipo-brasileiros segundo presença de hipertensão arterial, nos hipertensos, verificou-se associação negativa entre o consumo de leite e derivados e o aumento dos níveis de ácido úrico plasmático, indicando que as prevalências de hiperuricemia foram menores entre os indivíduos que consumiam maior quantidade de leite e derivados. De acordo com estudo de revisão realizado por Schlesinger (2005), a caseína e a lactoalbumina – proteínas presentes no leite – desempenham aparentemente um papel uricosúrico, uma vez que se relacionam à reduções nos níveis séricos de ácido úrico em indivíduos saudáveis; ademais, descreve que o seguimento de dieta restrita em produtos lácteos pode acarretar em aumento nas concentrações de ácido úrico. Os achados deste trabalho também foram condizentes com alguns resultados descritos na literatura (Yu e col., 2008; Cruz, 2006; Choi, Mount & Reginato, 2005; Choi e col., 2004; Loenen e col., 1990).

(48)

com o tipo de bebida, a associação positiva entre consumo de álcool e hiperuricemia ocorreu mais em relação à ingestão de cerveja (Yu e col., 2008; Choi, Mount & Reginato, 2005; Yamamoto, Moriwaki & Takahashi, 2005) no estudo em questão a variável álcool foi apresentada em gramas de álcool consumidas por dia, sem diferenciação quanto à bebida de origem desse álcool.

O presente estudo apresenta algumas limitações: 1) a própria característica transversal do estudo não permite inferir uma relação causal entre as variáveis e o desfecho analisado; 2) não se pode descartar a possibilidade de existência de erros na coleta dos dados sobre o consumo habitual de alimentos, uma vez que este depende exclusivamente da memória pregressa dos sujeitos entrevistados – a utilização de entrevistadores treinados e instrumento previamente testado pode ter minimizado a ocorrência desse vício. Além disso, sabe-se que apesar das limitações inerentes ao QFA ele tem boa capacidade de identificar sujeitos em categorias extremas de consumo; 3) as informações sobre dieta foram coletadas por meio de QFA validado para a população estudada, entretanto, dados mais precisos sobre o tipo de alimento consumido e o teor de purinas contido no mesmo não puderam ser avaliados em função de dificuldades metodológicas e logísticas; e 4) apesar da ausência de informações sobre o consumo alimentar para 3,5% dos sujeitos (n = 47), não existem razões para supor que os resultados encontrados seriam diferentes caso esses dados estivessem disponíveis para a totalidade dos sujeitos (julga-se que essa parcela é pequena e não seria capaz de modificar os achados);

(49)
(50)

7 CONCLUSÃO

(51)

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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