R E G I S T R O D E C A S O S
COMPRESSÃO RADICULOMEDULAR POR CISTICERCOS: REGISTRO
DE DOIS CASOS COM TRATAMENTO CIRÚRGICO
O . RICCIARDI CRUZ *
O acometimento encéfalo-meníngeo pelo Cysticercus cellulosae
apresen-ta, em nosso meio, incidência elevada que contrasta com a raridade da
lo-calização intrarraqueana. A neurocisticercose vem sendo bastante estudada
na América Latina
2, 4, 5, 7, 1 0, sendo ressaltada, na maioria dos trabalhos a
relativa raridade da localização raqueana. Spina-França
9revendo os casos
internados na Clínica Neurológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo registrou, entre 50 casos de
neuro-cisticercose, 3 com acometimento mielorradicular. Barini
1registrou um
caso de cisticerco macrocístico intramedular. Monteiro Salles
6, dentre 7
ca-sos que foram levados a necropsia, refere um caso de acometimento difuso
no qual havia também um cisticerco intramedular. Rocca
8, revendo 86
casos de neurocisticercose, registrou 17 localizados na raque, sendo 15
sub-durais (13 cervicais, 1 dorsal e 1 lombar), 1 epidural dorsal e 1
intrame-dular dorsal. Cabieses e col.
3, em publicação recente, registraram 3 casos
de cisticercose intrarraqueana, sendo 2 de localização intramedular é 1
extramedular.
A observação de 2 casos de cisticercose raqueana constitui a razão dêste
trabalho, cujo intuito é o de chamar a atenção para essa causa de
com-pressão radiculomedular.
O B S E R V A Ç Õ E S
C A S O 1 — J.R., c o m 42 a n o s de i d a d e , a d m i t i d o na C l í n i c a N e u r o l ó g i c a e m 21-7-1949 ( R e g . G. 14681G)*. O p a c i e n t e se q u e i x a v a , h á 6 meses, de d o r e s na r e g i ã o i n f e r i o r do t ó r a x e c o l u n a l o m b o s a c r a q u e se i r r a d i a v a m p a r a os m e m b r o s i n f e -r i o -r e s ; há 10 dias, a d o -r m e c i m e n t o e f -r a q u e z a nos m e m b -r o s i n f e -r i o -r e s d i f i c u l t a n d o a m a r c h a . Exame neurológico — P a r a p a r e s i a c r u r a l s e n s i t i v o - m o t o r a ; m a r c h a tal o n a n t e ; a b o tal i ç ã o da s e n s i b i tal i d a d e p a tal e s t é s i c a a t é o n í v e tal das espinhas i tal í a c a s â n t e -r o - s u p e -r i o -r e s . Exames complementa-res — Exame do liqüido cefalo-r-raqueano em p u n ç ã o l o m b a r , c o m o p a c i e n t e d e i t a d o : p r e s s ã o i n i c i a l 15 c m de á g u a ; líquor l í m p i d o e i n c o l o r ; 52 c é l u l a s / m m3
( l i n f ó c i t o s 7 0 % , m o n ó c i t o s 2 6 % , n e u t r ó f i l o s 1%,
T r a b a l h o da C l í n i c a N e u r o l ó g i c a d a F a c . M e d . da U n i v . de S ã o P a u l o ( P r o f . A . T o l o s a ) : * A s s i s t e n t e e x t r a n u m e r á r i o .
* C a s o i n c l u í d o na c a s u í s t i c a de S p i n a - F r a n ç a9
e o s i n ó f i l o s 3 % ) ; p r o t e í n a s 80 m g / 1 0 0 m l ; r e a ç ã o d e P a n d y p o s i t i v a ; n ã o f o i f e i t a a r e a ç ã o de f i x a ç ã o d o c o m p l e m e n t o p a r a c i s t i c e r c o s e . Exame do liqüido
cefalorra-queano e m p u n ç ã o s u b o c c i p i t a l , c o m o p a c i e n t e d e i t a d o : p r e s s ã o i n i c i a l 8 c m de
á g u a ; 12 c é l u l a s / m m3
( l i n f ó c i t o s 7 6 % , m o n ó c i t o s 1 7 % , n e u t r ó f i l o s 2 % , e o s i n ó f i l o s 5 % ) ; p r o t e í n a s 15 m g / 1 0 0 m l ; g l i c o s e 50 m g / 1 0 0 m l ; r e a ç õ e s d e P a n d y e N o n n e l e v e m e n t e p o s i t i v a s ; r e a ç õ e s c o l o i d a i s c o m d e s v i o p a r a a e s q u e r d a ; r e a ç ã o de d e s v i o d o c o m p l e m e n t o p a r a c i s t i c e r c o s e positiva; r e a ç õ e s de W a s s e r m a n n , S t e i n f e l d , M e i -n i c k e e E a g l e -n e g a t i v a s . Reação de fixação do compleme-nto para cisticercose -no
sangue positiva. Perimielografia: d i f i c u l d a d e n o t r â n s i t o d o c o n t r a s t e desde T v1 2 p a r a
b a i x o ( f i g . 1 ) .
Intervenção cirúrgica — L a m i n e c t o m i a d e Tv11 a L v2. D u r a m a t e r de a s p e c t o
n o r m a l , m a s tensa, s u g e r i n d o a e x i s t ê n c i a d e p r o c e s s o e x p a n s i v o s u b d u r a l . A a b e r -t u r a da d u r a m a -t e r deu s a í d a a v á r i a s v e s í c u l a s c i s -t i c e r c ó -t i c a s . O u -t r a s v e s í c u l a s a d e r i a m à m e d u l a e às r a í z e s da c a u d a e q u i n a .
Evolução — O q u a d r o n e u r o l ó g i c o se m a n t e v e i n a l t e r a d o n o p ó s o p e r a t ó r i o i m e
d i a t o . N o 10º dia de e v o l u ç ã o foi t e n t a d a u m a p u n ç ã o l o m b a r p a r a e x a m e de l i -q ü i d o c e f a l o r r a -q u e a n o , n ã o sendo o b t i d o m a t e r i a l . N o v o e x a m e p e r i m i e l o g r á f i c o m o s t r o u b l o q u e i o do c o n t r a s t e e n t r e Lv3 e Lv5. U m mês a p ó s foi f e i t a n o v a l a m i
-n e c t o m i a , se-ndo e -n c o -n t r a d a u m a v e s í c u l a c i s t i c e r c ó t i c a a o -n í v e l da c a u d a e q u i -n a e i n t e n s a a r a c n o i d i t e . A p ó s esta s e g u n d a i n t e r v e n ç ã o h o u v e d i s c r e t a m e l h o r a dos d i s t ú r b i o s m o t o r e s , p e r m a n e c e n d o i n a l t e r a d a s as a l t e r a ç õ e s da s e n s i b i l i d a d e p a l e s -t é s i c a . A l -t a h o s p i -t a l a r e m 28-10-1949. A r e v i s ã o d o caso a p ó s um a n o m o s -t r o u c o n d i ç õ e s n e u r o l ó g i c a s i d ê n t i c a s às do ú l t i m o e x a m e .
e m e i o , de d o r e s i n t e r m i t e n t e s na r e g i ã o l o m b a r i r r a d i a n d o p a r a a f a c e a n t e r i o r d o a b d o m e ; h á 6 m e s e s i r r a d i a ç ã o da d o r p a r a o m e m b r o i n f e r i o r e s q u e r d o , assoc i a d o a d o r m ê n assoc i a e a e n f r a q u e assoc i m e n t o q u e d i f i assoc u l t a v a a m a r assoc h a ; s i n t o m a s s e m e l h a n t e s a c o m e t e r a m o m e m b r o i n f e r i o r d i r e i t o a p ó s 7 dias, i m p o s s i b i l i t a n d o a m a r -c h a e a a t i t u d e b í p e d e . Exame neurológi-co — P a r a p l e g i a -c r u r a l s e n s i t i v o - m o t o r a c o m n í v e l de s e n s i b i l i d a d e e m T8. Exames complementares — Exame do liqüido cefalorraqueano e m p u n ç ã o l o m b a r , c o m o p a c i e n t e d e i t a d o : p r e s s ã o i n i c i a l 24,
p r e s s ã o f i n a l 0; b l o q u e i o t o t a l d o c a n a l r a q u e a n o às p r o v a s de S t o o k e y ; l í q u o r l í m p i d o e i n c o l o r ; 18 c é l u l a s / m m3
( l i n f ó c i t o s 9 0 % , m o n ó c i t o s 5 % , n e u t r ó f i l o s 5 % ) ; r e a ç ã o de P a n d y e N o n n e p o s i t i v a s ; p r o t e í n a s 350 m g / 1 0 0 m l ; r e a ç õ e s de W a s s e r -m a n n e S t e i n f e l d n e g a t i v a s ; r e a ç ã o de f i x a ç ã o d o c o -m p l e -m e n t o p a r a c i s t i c e r c o s e n e g a t i v a . Perimielografia: b l o q u e i o t o t a l d o c a n a l r a q u e a n o , p a r a n d o o c o n t r a s t e a o n í v e l d e Tv8 ( f i g . 2 ) .
Intervenção cirúrgica — L a m i n e c t o m i a de Tv6 a T v9. D u r a m a t e r d e a s p e c t o
n o r m a l , m a s tensa, s u g e r i n d o a e x i s t ê n c i a de p r o c e s s o e x p a n s i v o s u b d u r a l . A tu-m o r a ç ã o , de c a r á t e r c í s t i c o , e s t a v a l o c a l i z a d a à e s q u e r d a d a tu-m e d u l a ; a o seu redor a l e p t o m e n i n g e m o s t r a v a i n t e n s a r e a ç ã o i n f l a m a t ó r i a , c o m a d e r ê n c i a s e n t r e a m e -n i -n g e m o l e , a m e d u l a e o c i s t o q u e se r o m p e u a o ser e x t i r p a d o , d a -n d o s a í d a a l i q ü i d o i n c o l o r . M a c r o s c ò p i c a m e n t e a f o r m a ç ã o c í s t i c a c o r r e s p o n d i a a u m c i s t i c e r c o .
Evolução — N a s p r i m e i r a s s e m a n a s h o u v e r e g r e s s ã o p a r c i a l d a p a r a p l e g i a
c r u r a l . A p ó s a t e r c e i r a s e m a n a s u r g i r a m v ô m i t o s i n c o e r c í v e i s e i n t e n s a d e s i d r a -t a ç ã o . C o m o e m p r ê g o d e d e r i v a d o s s u l f a m í d i c o s . e c o r -t i c o s -t e r ó i d e s h o u v e m e l h o r a d o q u a d r o c l í n i c o . A p ó s 3 meses o q u a d r o n e u r o l ó g i c o p i o r o u , a s s u m i n d o c o n d i ç õ e s i d ê n t i c a s às da a d m i s s ã o , sendo f e i t o s n o v o s e x a m e s . Exame do líqüido
cefalorra-queano e m p u n ç ã o l o m b a r c o m o p a c i e n t e d e i t a d o : n ã o h o u v e a l t e r a ç ã o da p r e s s ã o
l i q u ó r i c a p e l a c o m p r e s s ã o j u g u l a r ; l i q ü i d o l í m p i d o e i n c o l o r ; 18 c é l u l a s / m m3
( l i n -f ó c i t o s 7 0 % , m o n ó c i t o s 2 3 % , n e u t r ó -f i l o s 4 % , e o s i n ó -f i l o s 3 % ) ; p r o t e í n a s 36 m g / 1 0 0 m l ; r e a ç õ e s d e P a n d y e N o n n e p o s i t i v a s ; r e a ç ã o de f i x a ç ã o d o c o m p l e m e n t o p a r a c i s t i c e r c o s e positiva. Exame do líqüido cefalorraqueano e m p u n ç ã o s u b o c c i p i t a l , c o m o p a c i e n t e d e i t a d o : pressão i n i c i a l 5; 29 c é l u l a s / m m3
( l i n f ó c i t o s 7 6 % , m o n ó c i t o s 1 5 % , n e u t r ó f i l o s 2 % , e o s i n ó f i l o s 7 % ) ; p r o t e í n a s 44 m g / 1 0 0 m l ; r e a ç õ e s d e P a n d y e N o n n e p o s i t i v a s ; r e a ç ã o de T a k a t a - A r a p o s i t i v a ( t i p o f l o c u l a n t e ) ; r e a ç ã o de W a s s e r m a n n e S t e i n f e l d n e g a t i v a s ; r e a ç ã o d e f i x a ç ã o d o c o m p l e m e n t o p a r a c i s t i -c e r -c o s e positiva. F o i i n s t i t u í d o t r a t a m e n t o -c o m -c o r t i -c ó i d e s p o r v i a i n t r a r r a q u e a n a
( S o l u c o r t e f 100 m g p o r v i a s u b o c c i p i t a l ) ; a p ó s a p r i m e i r a a p l i c a ç ã o o c o r r e u crise c o n v u l s i v a g e n e r a l i z a d a ; as a p l i c a ç õ e s s e g u i n t e s , e m n ú m e r o de 10, n ã o c a u s a r a m e f e i t o s c o l a t e r a i s . A l t a h o s p i t a l a r e m 25-3-1961. A r e v i s ã o d o c a s o , 4 m e s e s a p ó s a a l t a , m o s t r o u r e g r e s s ã o a c e n t u a d a dos d i s t ú r b i o s n e u r o l ó g i c o s .
C O M E N T Á R I O S
São raros os casos de compressão radiculomedular determinada por
processos parasitários. Em tôdas as publicações sôbre a neurocisticercose é
salientada a raridade da localização raqueana e particularmente a sede
in-tramedular; essa localização do parasito só foi assinalada por Monteiro
Sal-l e s
6, Barini
1, Cabieses e col.
3e R o c c a
8. Rocca
8O diagnóstico de neurocisticercose, na maioria dos casos, é feito pelo
exame do liqüido cefalorraqueano, tendo por base a positividade da reação
de desvio do complemento (reação de Weinberg) e a presença de células
eosinófilas, como aconteceu no caso 1, o que possibilitou o diagnóstico exato
antes da intervenção cirúrgica. N o caso 2, a negatividade da reação de
Weinberg e a anaeosinofilinorraquia dificultaram o diagnóstico, que só foi
feito durante o ato cirúrgico; cumpre notar que nesse caso os exames de
liqüido cefalorraqueano feitos no período pós-operatório mostraram que a
reação de Weinberg se tornara positiva, o que pode ser explicado pela rotura
da vesícula cisticercótica durante o ato cirúrgico e conseqüente formação
de anticorpos.
A evolução de ambos os casos demonstra que o tratamento cirúrgico
da cisticercose raqueana não tem a eficácia observada em casos de
com-pressão radiculomedular por outras causas. Indubitàvelmente isso é devido
às reações inflamatórias, local e difusa, determinadas pelo parasito e suas
toxinas. É óbvio que o combate a essa aracnoidite cisticercótica difusa não
pode ser cirúrgico. A terapêutica com os derivados sulfamídicos e
corticói-des parece dar resultados satisfatórios. N o caso 2, no qual existiam fortes
aderências leptomeníngeas, foram empregados corticóides por via
intrarra-queana. Os resultados pós-operatórios observados em nossos casos são
su-perponíveis: no caso 1, o ataque cirúrgico ao parasito e uma segunda
tervenção visando a aracnoidite não lograram êxito; no segundo caso, a
in-tervenção cirúrgica também não produziu resultado satisfatório. Entretanto,
o emprêgo de corticóides por via intrarraqueana no caso 2 determinou grande
redução da sintomatologia neurológica.
R E S U M O
São relatados dois casos de cisticercose raqueana subdural e
extrame-dular tratados cirùrgicamente. Ambos os pacientes apresentavam paraplegia
crural sensitivo-motora por compressão radiculomedular. N o primeiro caso
o diagnóstico etiológico foi firmado antes da intervenção cirúrgica com base
no exame do liqüido cefalorraqueano; no segundo caso a parasitose
consti-tuiu achado cirúrgico.
A evolução pós-operatória no primeiro caso, submetido a duas
interven-ções cirúrgicas, não foi satisfatória; no segundo caso, a intervenção
cirúr-gica aparentemente ineficaz, foi seguida de administração de corticóides por
via intrarraqueana, com o que ocorreram acentuadas melhoras no quadro
neurológico.
S U M M A R Y
Spinal cysticercosis: report of two cases with surgical treatment.
the presence of eosinophilic cells in the spinal fluid; in the other case these
tests were negative and the diagnosis was established at operation room.
The surgical removal of the cysts in both cases yielded poor results
possibly by the interference of inflammatory adhesive arachnoiditis.
Intracis-ternal administration of corticosteroids relieved the neurological manifestations
in the second case.
R E F E R Ê N C I A S
1. B A R I N I , O . — C i s t i c e r c o m a c r o c í s t i c o i n t r a m e d u l a r : e x t i r p a ç ã o c i r ú r g i c a . A r q . N e u r o - P s i q u i a t . , 12:264, 1954. 2. B R O T T O , W . — A s p e c t o s n e u r o l ó g i c o s da c i s t i c e r c o s e . A r q . N e u r o - P s i q u i a t . , 5:258, 1947. 3. C A B I E S E S , F . ; V A L L E N A S , M . ; L A N D A , R . — C y s t i c e r c o s i s o f t h e spinal c o r d . J. N e u r o s u r g . , 16:337, 1959. 4. C A S T E X , M . R . ; R O M A N O , N . ; H E N D E T L A S S , A . P . — C i s t i c e r c o s i s c e r e b r o e s p i -ñal. R e v . S o c . A r g e n t . B i o l . , 2:257, 1926. 5. L A N G E , O. — S í n d r o m e l i q u ó r i c o da c i s t i c e r c o s e e n c é f a l o - m e n í n g e a . R e v . N e u r o l . e P s y q u i a t . de S ã o P a u l o , 6:35, 1940. 6. M O N T E I R O S A L L E S , F . J. — C i s t i c e r c o s e c e r e b r a l . T e s e d e d o u t o r a m e n t o , S ã o P a u l o , 1934. 7. P U P O , P . P . ; C A R D O Z O , W . ; R E I S , J. B . — C i s t i c e r c o s e e n c e f á l i c a : e s t u d o c l í n i c o , a n á t o m o - p a t o l ó g i c o , r a d i o l ó g i c o e d o l í q u i d o c e f a l o r r a q u e a n o . A r q . A s s i s t . a P s i c o p . do E s t a d o de S ã o P a u l o , 10/11:1-123, 1945. 8. R O C C A , E . D . — C i s t i c e r c o s i s i n t r a m e d u l a r . R e v . N e u r o - P s i q u i a t . , 22:166, 1959. 9. S P I N A - F R A N Ç A , A . — C i s t i c e r c o s e d o s i s t e m a n e r v o s o c e n t r a l . R e v . P a u l i s t a d e M e d i c i n a , 48:59, 1956. 10. T R E L L E S , J. O . ; L A Z A R T E , J. A . — L a c i s t i c e r c o s i s c e r e b r a l . E d i t o r i a l de L a P r e n s a , L i m a ( P e r u ) , 1941.