• Nenhum resultado encontrado

Análise da aplicação de pressão cricoide: residentes em anestesiologia vs . enfermeiros assistentes de anestesia.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Análise da aplicação de pressão cricoide: residentes em anestesiologia vs . enfermeiros assistentes de anestesia."

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

REVISTA

BRASILEIRA

DE

ANESTESIOLOGIA

PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologia www.sba.com.br

ARTIGO

CIENTÍFICO

Análise

da

aplicac

¸ão

de

pressão

cricoide:

residentes

em

anestesiologia

vs

.

enfermeiros

assistentes

de

anestesia

Nurul

Haizam

Yahaya

a

,

Rufinah

Teo

b

,

Azarinah

Izaham

b

,

Shereen

Tang

b

,

Aliza

Mohamad

Yusof

b

e

Norsidah

Abdul

Manap

b,∗

aDepartamentodeAnestesiologiaeCuidadosIntensivos,HospitalTelukIntan,Perak,Malásia

bDepartamentodeAnestesioloigaeCuidadosIntensivos,CentroMédicodaUniversidadeKebangsaanMalaysia,KualaLumpur,

Malásia

Recebidoem30desetembrode2014;aceitoem28deoutubrode2014 DisponívelnaInternetem15demarçode2016

PALAVRAS-CHAVE

Pressãocricoide; Residentesem anestesiologia; Assistentesde anestesia

Resumo

Justificativaeobjetivo: Avaliaracapacidadederesidentesemanestesiologiaemcomparac¸ão comenfermeirosassistentesdeenfermagemparaidentificaracartilagemcricoide,aplicara pressãocricoideadequadaeproduzirumavistaadequadadaentradadalaringe.

Métodos: Foramconvidados85participantes,42residentesemanestesiologiae43enfermeiros assistentesdeenfermagemaresponderquestionáriossobreaquantidadecorretadeforc¸aaser aplicadanacartilagemcricoide. Osparticipantesdeviamidentificar acartilagemcricoidee aplicarapressãocricoideemmodelosdeviasaéreassuperiorescolocadossobreumabalanc¸a depesagemeapressãoeraregistada.Posteriormente,aplicarampressãocricoideempacientes anestesiadosreaisapósainduc¸ãodesequênciarápida.Osdetalhessobreaaplicac¸ãodepressão cricoideeaclassificac¸ãodeCormack-Lehanedavisibilidadedalaringeforamregistrados. Resultados: Osresidentesemanestesiologiaforamsignificativamentemelhoresdoqueos enfer-meirosassistentesdeenfermagemnaidentificac¸ãodacartilagemcricoide(95,2%vs.55,8%,p =0,001).Noentanto,oconhecimentodeambososgruposeraprecáriosobreaquantidadede forc¸anecessáriaparaaplicarapressãocricoide(11,9%vs.9,3%,respectivamente)eacorreta aplicac¸ãodapressãocricoide(16,7%vs.20,9%,respectivamente).Atécnicadetrêsdedosfoi aplicadapor85,7% dosresidentesem anestesiologia e65,1%dosenfermeiros assistentesde enfermagem (p=0,03).Nãohouvediferenc¸asignificativaentreosdoisgruposem relac¸ãoà classificac¸ãodeCormack-Lehaneparaavisão.

Autorparacorrespondência.

E-mails:nmanap@ppukm.ukm.edu.my,nmanap@ymail.com(N.AbdulManap).

http://dx.doi.org/10.1016/j.bjan.2016.02.013

(2)

KEYWORDS

Cricoidpressure; Trainee

anaesthetists; Anaestheticassistants

Analysisofcricoidpressureapplication:anaesthetictraineedoctorsvs.nursing anaestheticassistants

Abstract

Backgroundandobjective: Toevaluate the ability ofanaesthetic trainee doctors compared tonursinganaestheticassistantsinidentifyingthecricoidcartilage,applyingtheappropriate cricoidpressureandproducinganadequatelaryngealinletview.

Methods:Eighty-fiveparticipants,42anaesthetictraineedoctorsand43nursinganaesthetic assistants,wereaskedtocompleteasetofquestionnaireswhichincludedthecorrectamountof forcetobeappliedtothecricoidcartilage.Theywerethenaskedtoidentifythecricoid carti-lageandapplythecricoidpressureonanupperairwaymanikinplacedonaweighingscale,and thepressurewasrecorded.Subsequentlytheyappliedcricoidpressureonactualanaesthetized patientsfollowingrapidsequenceinduction.Detailsregardingthecricoidpressureapplication andtheCormack---Lehaneclassificationofthelaryngealviewwererecorded.

Results:Theanaesthetictraineedoctorsweresignificantlybetterthanthenursinganaesthetic assistantsinidentifyingthecricoidcartilage(95.2%vs.55.8%,p=0.001).However,bothgroups wereequallypoorintheknowledgeabouttheamountofcricoidpressureforcerequired(11.9% vs.9.3%respectively)andinthecorrectapplicationofcricoidpressure(16.7%vs.20.9% respec-tively).Thethree-fingertechniquewasperformedby85.7%oftheanaesthetictraineedoctors and65.1%ofthenursinganaestheticassistants(p=0.03).Therewerenosignificantdifferences intheCormack---Lehaneviewbetweenbothgroups.

Conclusion:Theanaesthetictraineedoctorswerebetterthanthenursinganaestheticassistants incricoidcartilage identificationbutbothgroupswereequally poorintheir knowledgeand applicationofcricoidpressure.

©2015SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublishedbyElsevier EditoraLtda.Allrights reserved.

Introduc

¸ão

Apressãocricoideéumapressãomecânicaexternaaplicada sobreacartilagemcricoidedopaciente duranteainduc¸ão emsequênciarápida.Tambémconhecidacomomanobrade Sellick,essa técnicafoi introduzidaem1961 para contro-lararegurgitac¸ãoeaspirac¸ãodeconteúdogástricodurante a induc¸ão da anestesia.1 O uso da pressão cricoide para

prevenir aaspirac¸ão pulmonarem pacientesde altorisco

cirúrgicoéconsideradoumapráticacomumentreamaioria

dosprovedoresdeanestesia.2

Aaplicac¸ãorotineiradapressãocricoidefoicontestada

por causa dos problemas de visibilidade prejudicada da

laringe, ventilac¸ão via máscara menos eficaz e benefício

nãocomprovado em reduzir a incidência de aspirac¸ão ou

regurgitac¸ão.3 Aeficácia dapressão cricoide se torna um

problemanamedidaemquemuitosprofissionaisque

mani-pulamviasaéreasnãotêmoconhecimentoadequadosobre

essatécnica.Sugeriu-sequeumprogramadetreinamento

adequadoseria justificávelparamelhoraroconhecimento

cognitivo e a habilidade na prática clínica de aplicac¸ão

dapressãocricoide.Osparticipantesquenãoconseguiram

identificar a localizac¸ão anatômica correta da cartilagem

cricoide também eram menos propensos a demonstrar

conhecimentocognitivosobreaquantidadecorretade

pres-são cricoidea ser aplicada.2 Em um estudoobservacional

com mulheres africanas, Fenton e Reynold descobriram

que a pressão cricoide não forneceu qualquer protec¸ão

contra a regurgitac¸ão oumorte em pacientes submetidas

à cesariana.4A aplicac¸ãodapressão cricoide resultouem

reduc¸ão significativa da média do volume corrente e da

obstruc¸ãodasviasaéreassuperioresem9-18%dosindivíduos

nãoobesos.5

Em nossos centros cirúrgicos, nem todos os

enfermei-rosassistentesdeanestesiaquerotineiramenteajudamna

aplicac¸ãodapressãocricoideforamformalmentetreinados,

masrecebemtreinamentoemnossainstituic¸ão.Esteestudo

foiconduzidoparadeterminarseosenfermeiroseram

com-paráveis aos residentes em anestesiologia em relac¸ão à

capacidadedeaplicarapressãocricoide.

Métodos

Este foi um estudo clínico prospectivo, randomizado e

duplo-cego que avaliou a habilidade de residentes em

(3)

Figura1 Modelodeviasaéreassuperioressobreabalanc¸a.

aplicac¸ãodapressãocricoide.Aaprovac¸ãopréviafoiobtida

doComitêdeÉticaemPesquisadenossainstituic¸ão.

Assi-natura dotermode consentimentoinformadotambémfoi

obtidacomantecedênciadosparticipantes.

Este estudo consistiu de duas partes. Na primeira,

solicitamosaosparticipantesquerespondessemaum

ques-tionário, incluindo idade, sexo,dominância manual, anos

de experiência em anestesia e treinamento formal

ante-rior relacionado à aplicac¸ão da pressão cricoide. Depois,

registramos o conhecimento e a demonstrac¸ão da

pres-são cricoide pelos participantes em um modelo de vias

aéreassuperiores.Omodelodeviasaéreascomorofaringe,

cartilagem tiroide, cartilagem cricoide, traqueia e

esô-fagoclaramente definidosfoicolocadosobreumabalanc¸a

(fig.1).Abalanc¸afoicalibradacomomodeloantesdecada

leitura.Osparticipantesforamsolicitadosaaplicara

pres-sãocricoidenomodelo,damesmaformaqueemambientes

clínicos,einformaraoinvestigadorquandoapressãocorreta

haviasidoaplicada.Olocalanatômicoescolhidopelo

parti-cipante,atécnicausada(porexemplo:trêsoudoisdedos)e

apressãoaplicadaforamregistrados.Omostradornumérico

dabalanc¸aeravisívelapenasparaoinvestigador.

Nasegundapartedoestudo,osparticipantesaplicaram

apressãocricoideempacientesanestesiadosreais.Foram

inscritos85pacientes,estadofísicoASAI-III (deacordocom

a classificac¸ão daSociedade Americanade

Anestesiologis-tas---ASA),entre18-70anos,submetidosàanestesiageral

com induc¸ão em sequência rápida e intubac¸ão traqueal.

Os pacientes com intubac¸ão difícil antecipada, presenc¸a

de anormalidades no pescoc¸o ou bócio que impediam a

aplicac¸ãocorretadapressãocricoideforamexcluídos.

Ospacientesforamalocadosaleatoriamenteemdois

gru-pos por meiode uma sequência de números gerados por

computador. No Grupo A, a pressão cricoide foi aplicada

porresidentesemanestesiologiacompelomenostrêsanos

de experiência. No Grupo B, a pressão cricoide foi

apli-cada por enfermeiros assistentes de anestesia, que eram

registrados,faziampartedaequipemédicaeauxiliavamna

aplicac¸ãodepressãocricoideemnossoscentroscirúrgicos.

Figura2 Técnica de trêsdedos para aplicarapressão

cri-coide.

Figura3 Técnica dedoisdedos para aplicarapressão

cri-coide.

Osenfermeirosnãoforampréviaeformalmentetreinados,

masreceberamtreinamentonainstituic¸ão.

Todosospacientesficaramemregimedejejumdurante

pelo menos seis horas e não foram pré-medicados com

sedativos.Amonitorac¸ãoanestésicapadrãocom

eletrocar-diograma,pressãoarterialnãoinvasiva,oximetriadepulso

ecapnografia foiaplicadaa todosospacientes.A cabec¸a

dopacientefoiposicionadasobreumaalmofadadeformato

anatômico,com flexão do pescoc¸o e extensão da cabec¸a

para a intubac¸ão. A pré-oxigenac¸ão por três minutos foi

seguidapela induc¸ãodaanestesia por via intravenosa(IV)

comfentanil(2␮g.kg−1)epropofol(2mg.kg−1).Aintubac¸ão

endotraquealfoifacilitadacomsuxametônioIV (2mg.kg−1).

Quando o paciente comec¸ou a perder a consciência, os

participantesaplicarampressãocricoidecomofaziam

(4)

Idade(anos) 28,7±0,3 33,0±2,6

Dominânciamanual

Direita 40(93,0) 35(83,3)

Esquerda 3(7,0) 7(16,7)

Sexo <0,001a

Masculino 0 14(33,3)

Feminino 43(100) 28(66,7)

Tempodeexperiênciaemaplicac¸ãodepressãocricoide

<1ano 7(16,3) 1(2,4)

>1ano 36(83,7) 41(97,6)

Treinamentoformalemaplicac¸ãode

pressãocricoide

13(30,2) 33(78,6) <0,001a

ap<0,05estatisticamentesignificativo.

O investigador registrou os detalhes da aplicac¸ão da

pressão cricoide, a visibilidade da laringe com base na

classificac¸ão deCormack-Lehane,a necessidadedeajuste

para a pressão cricoide, as manipulac¸ões usadas e as

complicac¸õescomoregurgitac¸ãoouaspirac¸ão.Aintubac¸ão

endotraqueal foi feita pelo anestesista 30segundos após

aadministrac¸ãodesuxametônio.A cirurgiafoiautorizada

apósaconfirmac¸ãodoposicionamentocorretodotubo

endo-traqueal.

O cálculo dos dados de estudo-piloto com 15

partici-pantesmostrouqueumaamostrade26indivíduos poderia

detectarumadiferenc¸ade57,8%entreosdoisgrupos.Com

oprogramaPowerandSampleSizeCalculationversão3.0,14

otamanhodaamostrafoide13indivíduos porgrupocom

baseemumvaloralfade0,05e umpoderde80%.Assim,

pelomenos29enfermeirosassistentesdeanestesiae

resi-dentesemanestesiologiaseriamnecessários,levando-seem

considerac¸ãoumataxadedesistênciade10%.

Análiseestatística

OsdadosforamanalisadoscomoprogramaestatísticoSPSS

17.0(SPSSTM,Chicago,IL,USA).Otestedoqui-quadradofoi

usadoparacompararoconhecimentocognitivoeaaplicac¸ão

realdapressãocricoideeotestetnãopareadodeStudent

paraaanálisedaidadedosparticipantes.Umvalor-p<0,05

foiconsideradocomoestatisticamentesignificativo.

Resultados

Foram recrutados 85 participantes para este estudo, 43

enfermeiros assistentes de anestesia e 42 médicos

esta-giários em anestesiologia. Não houve desistência. Como

mostradonatabela1,osdoisgruposeramcomparáveisno

quedizrespeitoàidade,dominânciamanualeexperiência

naaplicac¸ãodapressãocricoide.Porém,todososindivíduos

doGrupoBeramdosexofemininoeasuafaltadeformac¸ão

formalpréviatevesignificânciaestatística.

Apressãocricoide corretafoi estimadacomo de30ou

40Newton(N).Apenas9,3%dasenfermeirasassistentesde

anestesiae11,9%dosresidentesemanestesiologiaderama

respostacorreta(tabela2).Ambososgrupostambémforam

comparáveisnaaplicac¸ãodapressãocorreta:apenas20,9%

dasenfermeirase 16,7%dosmédicosaaplicaram

correta-mente. Osmédicos foram significativamente melhores na

identificac¸ãodacartilagemcricoide(p=0,001):95,2%

fize-ramaidentificac¸ãocorretaemcomparac¸ãocom55,8%das

enfermeiras assistentes. A maioria dos participantes usou

a técnica de três dedos para a aplicac¸ão da pressão

cri-coide, 85,7% dos médicos em comparac¸ão com 65,1% das

enfermeirasassistentes(p=0,03).

A tabela 3 mostra que não houve diferenc¸a

significa-tivanaclassificac¸ãodeCormack-Lehanedavisibilidadeda

laringedurante aaplicac¸ãoinicialdapressão cricoideem

ambososgrupos.Amaioriadospacientesfoiintubadacom

umaúnicatentativa,97,7%e92,9%,respectivamente.Não

houveaspirac¸ãoouregurgitac¸ãoemambososgrupos.

Discussão

Aaplicac¸ãocorretadapressãocricoideé importantepara

quesejaeficazemprevenir aaspirac¸ão pulmonareevitar

complicac¸ões, como lesão esofágica ou intubac¸ão difícil,

devidoao comprometimento davisãodalaringe.

Tecnica-mente,éapenasaaplicac¸ãodepressãonosentidocefálico

eparatrásnacartilagemcricoide,logoabaixodacartilagem

tireoide,paraocluiroesôfago.6Essamanobraproporciona

anestesiasegura,masrequerpessoaltreinadoeexperiente

econsiderac¸õessobreascaracterísticasanatômicas,os

efei-tosfisiológicos,atécnicaeosrequisitosdapressãoedeseu

efeitosobreafacilidadedeintubac¸ão.

Nossoestudo revelouque haviaumdéficit de

conheci-mentosignificativonaidentificac¸ãodacartilagemcricoide,

que é essencial para a aplicac¸ão correta da pressão

cri-coide. A maioria de nossos residentes em anestesiologia

(5)

Tabela2 Análisedapressãocricoideaplicadanomodelodeviasaéreas.Osvaloresestãoexpressosemnúmero,n(%)conforme apropriado

Enfermeiras assistentes (n=43)

Residentesem anestesiologia (n=42)

p

Identificac¸ãocorretadapressãocricoide 4(9,3) 5(11,9) 0,70

Aplicac¸ãocorretadapressãocricoide 9(20,9) 7(16,7) 0,62

Identificac¸ãocorretadacartilagemcricoide 24(55,8) 40(95,2) 0,001a

Mãoqueaplicouapressãocricoide 0,72

Direita 39(90,7) 39(92,9)

Esquerda 4(9,3) 3(7,1)

Técnica 0,03a

Trêsdedos 28(65,1) 36(85,7)

Doisdedos 15(34,9) 6(14,3)

a p<0,05estatisticamentesignificativo.

Tabela3 Oimpactodapressãocricoidenavisibilidade dalaringe.Osvaloresestãoexpressosem número,n(%)conforme apropriado

Enfermeiras assistentes (n=43)

Residentesem anestesiologia (n=42)

p

EscoredeCormack-Lehanenaprimeiratentativa 0.27

I 27(62,8) 31(73,8)

II 14(32,6) 11(26,2)

III 2(4,7) 0

Númerodetentativasdeintubac¸ão 0.29

1 42(97,7) 39(92,9)

2 1(2,3) 3(7,1)

apenas 55,8% das enfermeiras assistentes conseguiram fazeraidentificac¸ão.Percentagensbaixasdeidentificac¸ão por enfermeiros/enfermeiras assistentes também foram relatadasemoutrosestudosem55,6%e24%.2,7Aaplicac¸ão

dapressão cricoidesobreumaestruturaanatômicaerrada

pode levar a complicac¸ões como traumatismo, distorc¸ão

das vias aéreas ou dificuldade de ventilac¸ão com balão

e máscara.4 A identificac¸ão da cartilagem cricoide

por nossas enfermeiras assistentes pode ser atribuída à

baixapercentagemdetreinamentoformalemaplicac¸ãode

pressãocricoide(30,2%).Portanto,otreinamentoformalde

enfermeirosqueincluaasestruturasanatômicasreferentes

àcartilagemcricoidedeveserenfatizado.

Nossas enfermeiras assistentes e nossos médicos

esta-giários apresentaram valores comparativamente baixos

para a correta identificac¸ão (9,3% vs. 11,9%,

respectiva-mente) e aplicac¸ão (20,9% vs. 16,7%, respectivamente)

da pressão necessária. O nível geralmente precário de

conhecimentosobreapressãocricoidefoiigualmente

rela-tado em vários outros estudos, com apenas 5,0-17,8%

dos indivíduos (enfermeiros perioperatórios ou residentes

em anestesiologia) capazes de identificar corretamente a

quantidade correta da pressão cricoide.2,8---10 Esses

estu-dosmostramqueoconhecimentoe ashabilidades básicas

aindasãoinadequadosparaaaplicac¸ãodepressãocricoide

tanto pelos médicos estagiáriosquanto pelos enfermeiros

assistentes.

Emboraamaioriadenossosmédicosestagiáriostenham

frequentadocursos sobreaaplicac¸ãodepressão cricoide,

eles nãoforam melhores do que as enfermeiras

assisten-tesao aplicarapressão.Osfatorespropostospordiversos

autoresparaomaudesempenhoincluemafaltade

treina-mentoformaloupadronizado,araridadedaformac¸ãoea

faltadediretrizes clínicas.11---13 Em nossainstituic¸ão,

resi-dentesemanestesiologiasãoresponsáveispelomanejodas

viasaéreas, incluindo o processo deintubac¸ão. Portanto,

elesraramentetêmaoportunidadedepraticaraaplicac¸ão

dapressãocricoidedeformaadequada.Essapodeseruma

dasrazõesdeseumaudesempenhonaaplicac¸ãodapressão

cricoide, apesar doconhecimento sólido parareconhecer

eidentificarcorretamenteacartilagemcricoide,comofoi

igualmentedescritoporBrissoneBrissonem2010.14

Em 2006, Patten usou a teoria de Knowles em um

esforc¸o para ensinar aos enfermeiros a aplicac¸ão correta

dapressãocricoideeconseguiu aumentaroconhecimento

e a habilidade de um resultado pré-teste de 3,5% a um

resultadopós-testede68,6%.15 KopkaeCrawford

propuse-ram umtreinamentocombiofeedback eficaz baseadonas

características-chavedeumtreinamentoregular,simplese

barato,quefoicapazdeefetivamentetreinaropessoalde

anestesianacorretaaplicac¸ãodapressãocricoide.16Assim,

excetopelaformac¸ãoregular,aqualidadedotreinamento

continuaaserumaspectoimportantedosprogramas

(6)

demonstraramque quandoa pressãocricoide foi aplicada

comamãoesquerda,amédiadaforc¸aaplicadafoiinferior

em5-12N.17Aocontrário,SchmidteAkesonconcluíramque

nãohouvediferenc¸asignificativaem relac¸ãoàcapacidade

de aplicar e manter a forc¸a com ambas as mãos.18 Cook

etal. também mostraram que osenfermeiros assistentes

de anestesia aplicaram uma forc¸a bem menor do que a

classicamenteensinadaeconseguirammanteraforc¸acom

ambasasmãosduranteumperíodoprolongado.17 Assim,a

pressãoaplicadacom a mão esquerdaé aceitávelquando

clinicamenteindicado,maspodeterumamargemdeerro

menor do que a pressão aplicada com a mão direita.17

Beaversetal.nãoencontraramcorrelac¸ãoentre

dominân-ciamanualeaplicac¸ãoefetivadapressãocricoideentreos

enfermeiros no período perioperatório e sugeriram que a

melhorescolhademãoparaaaplicac¸ãodepressãocricoide

eficazesustentávelseriaamãocommaisforc¸aedestreza.2

Quandoospacientes estão inconscientes,a pressão na

cartilagemcricoidepodeseraumentadapara3-4kgou

30-40N.Aaspirac¸ãodeconteúdogástricopodeserevitadacom

uma pressão total de 4kg ou 40N.7---10 Estudos relataram

queapenas10-31%dosparticipantesaplicaramaquantidade

corretade pressão cricoide.7,9,10 Esse resultado é

descon-certante,porque aaplicac¸ão inadequadadapressão pode

resultarnanãooclusãodoesôfagoecolocaropacienteem

riscoderegurgitac¸ãoeaspirac¸ão.Poroutrolado,aaplicac¸ão

dapressãocomexcessodecuidadopoderesultaremmanejo

difícildasviasrespiratóriaselesõesacidentais.

Amaioriadenossosparticipantesusouatécnicadetrês

dedosduranteaaplicac¸ãodapressãocricoide.Wraightetal.

sugeriram que a técnica de três dedos tem menos

pro-babilidadedecausar deslocamentolateral,o que poderia

dificultaravisãodaglotedurantealaringoscopia.19 Outros

métodoscomunsqueusamopolegareoindicadorouo

pole-gar,oindicadoreodedomédioouaregiãotenarestendida

foramdescritos.1,19Comoresultadodavariedadede

méto-dospostuladaparaaaplicac¸ãodepressãocricoide,algumas

técnicas contribuíram para 25% do desempenho ineficaz,

segundoBrissoneBrisson.14 Osrecursosatualmente

dispo-níveissãoconflitantesenãohátreinamentoemviasaéreas

comfoconaaplicac¸ãodepressãocricoide.14

Esteestudofoilimitadopelafaltademonitoramentoem

temporealduranteaaplicac¸ãodapressãocricoideem

paci-entesreais. A quantidadede pressão aplicadano modelo

deviasaéreas enos pacientesreaispodediferirporquea

sensac¸ãosentidanãoé amesma.Aconsistênciadotecido

humanoémaismaciadoqueadomaterialdurodeborracha

domodelo.

Nossaequipedeenfermagemé compostapor

profissio-naisdosexofeminino.Essefatopoderiaseroutralimitac¸ão

doestudo.Na Suécia,umestudosemelhante revelouque

acompreensãoinadequadasobreapráticadaaplicac¸ãode

pressãocricoidecontinuouaprevalecer,apesardenãohaver

qualquerdiferenc¸adesexo.18

Em conclusão, os residentes em anestesiologia foram

maisproficientes na identificac¸ão da cartilagem cricoide,

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Agradecimentos

AMuhamadRahimiCheHassan,agentedepesquisacientífica

doCentroMédicodaUniversidadeMalásiaKebangsaan,por

suainestimávelajudanaanáliseestatística.

Referências

1.SellickBA.Cricoidpressuretocontrolregurgitationofstomach contentduringinductionofanaesthesia.Lancet.1961;2:404---6.

2.Beavers RA, Moos DD, CuddefordJD. Analysis of application ofcricoidpressure:implicationsfortheclinician.JPerianesth Nurs.2009;24:92---102.

3.HarrisT, EllisDY,ZidemanD.Cricoidpressure inemergency departmentrapidsequencetrachealintubations:arisk-benefits analysis.AnnEmergMed.2007;50:653---5.

4.Fenton PM, Reynold F. Life-saving or ineffective? An obser-vational study of the use of cricoid pressure and maternal outcomeinanafrican setting.IntJObstetAnesth.2009;18: 106---10.

5.KumarS,LeeCY.Effectofcricoidpressureapplicationonairway patency.AseanJAnaesth.2000;1:9---13.

6.SalemMR,SellickBA, ElamJO.Thehistoricalbackgroundof cricoidpressureinanesthesiaandresuscitation.AnesthAnalg. 1974;53:230---2.

7.Owen H, Follows V, Reynolds KJ. Learning to apply effec-tivecricoid pressure using a part task trainer. Anaesthesia. 2002;57:1098---101.

8.WaltonS,PearceA.Auditingtheapplicationofcricoidpressure. Anaesthesia.2000;55:1028---9.

9.KopkaA,RobinsonD.The50mlssyringetrainingaidshouldbe utilizedimmediatelybeforecricoidpressureapplication.EurJ EmergMed.2005;12:155---8.

10.Kozial CA, Cuddeford JD, Moos DD. Assessing the force generated with application of cricoid pressure. AORN J. 2000;72:1018---30.

11.Brimacombe JR, Berry AM.Cricoid pressure.Can JAnaesth. 1997;44:414---25.

12.GardinerE,GrindrodE.Applyingcricoidpressure.BrJPerioper Nurs.2005;15:164---8.

13.MoosDD.Ineffectivecricoidpressure:thecriticalroleof for-malizedtraining.BrJAnaesthRecNurs.2007;8:43---50.

14.BrissonP,BrissonM.Variable application& misapplicationof cricoidpressure.JTrauma.2010;69:1182---4.

15.PattenSP.Educatingnursesaboutcorrectapplicationofcricoid pressure.AORNJ.2006;84:449---61.

16.KopkaA,CrawfordJ.Cricoidpressure:asimple,yeteffective biofeedbacktrainer.EurJAnaesthesiol.2004;21:443---7.

17.CookTM,GodfreyI,RockettM.Cricoidpressure:whichhand? Anaesthesia.2000;55:648---53.

18.SchmidtA,AkesonJ.Practiceandknowledgeofcricoidpressure insouthernSweden.ActaAnaesthesiolScand.2001;45:1210---4.

Referências

Documentos relacionados

Considerando a importância da extração do mel, o trabalho torna-se relevante verificando as amostras de mel vendidas na comunidade avaliando seus parâmetros, assim este trabalho teve

The physiological factors explained (i.e., V4 = 59%) the variance in 200 m front crawl performance of expert male swimmers at this stage of the season best, followed by the

• The definition of the concept of the project’s area of indirect influence should consider the area affected by changes in economic, social and environmental dynamics induced

45 Figure 18 - Study of the extract concentration in the phycobiliproteins extraction and purification using the mixture point composed of 10 wt% Tergitol 15-S-7 + 0.3

Resposta: para traçar os efeitos de curto prazo e longo prazo de uma redução na demanda agregada real por moeda na taxa de câmbio, taxa de juros e nível de preços, é necessário

O artigo 2, intitulado “Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC): Estar fora da família, estando dentro de casa”, foi resultado da realização de uma pesquisa de

(...) Uma boa atriz, uma boa mentirosa, mas não, na verdade, uma pessoa muito boa.” (KUSHNER, 1994, p. 35) Provavelmente tão mundana quanto o desejo de um ator de

As métricas por trás do Tomatometer, os seus diversos critérios de cálculo, o selo Certified Fresh, o conceito de Top Critic, como também a possibilidade que usuários cadastrados