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Rev. Bras. Anestesiol. vol.67 número4

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Academic year: 2018

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RevBrasAnestesiol.2017;67(4):415---417

REVISTA

BRASILEIRA

DE

ANESTESIOLOGIA

PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologia

www.sba.com.br

INFORMAC

¸ÃO

CLÍNICA

Pneumotórax

de

tensão

durante

miotomia

endoscópica

por

via

oral

para

tratamento

de

megaesôfago

sob

anestesia

geral

Tsung-Shih

Li

a

,

Tsung-Yang

Lee

b

e

Kate

Hsiurong

Liao

b,

aCheng-ChingGeneralHospital,Ping-TienBranch,DepartmentofAnesthesia,Taichung,Taiwan bChinaMedicalUniversityHospital,DepartmentofAnesthesiology,Taichung,Taiwan

Recebidoem2deoutubrode2014;aceitoem28denovembrode2014 DisponívelnaInternetem28desetembrode2016

PALAVRAS-CHAVE

Miotomiaendoscópica porviaoral;

Pneumotórax hipertensivo; Acalasiaesofágica; Anestesiageral

Resumo Cadavezmaisosprocedimentosgastrointestinaisfeitosporendoscopia,taiscomo amiotomiaendoscópicaporviaoral(MEVO),exigemanestesiologistasparaadministrar anes-tesiageral.AMEVOéumnovotratamentoinvasivoparaodistúrbiodemotilidadeprimáriado esôfago,denominadoacalasiaesofágica(AE).Apesardesuacaracterísticaminimamente inva-siva,existemcomplicac¸õesduranteoprocedimentoqueevoluemparacondic¸õescríticasede riscoàvida.Descrevemosaquiumcasodepneumotóraxhipertensivoapósarupturadoesôfago duranteumaMEVO.Otratamentodeemergênciadacomplicac¸ãoérelatadoemdetalhes.Os pontoscruciaisdaanestesiageralparapacientessubmetidosàMEVOsãoenfatizadose discu-tidos.Alémdisso,ascomplicac¸õesmencionadaspelaliteraturanosperíodosintraoperatórioe pós-operatóriosãointegradasaotexto.

©2015SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eum artigo OpenAccess sobumalicenc¸aCCBY-NC-ND( http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

KEYWORDS

Peroralendoscopic myotomy;

Tension pneumothorax; Esophagealachalasia; Generalanesthesia

Tensionpneumothoraxduringperoralendoscopicmyotomyfortreatment

ofesophagealachalasiaundergeneralanesthesia

Abstract Moreandmoreendoscopicallygastrointestinalproceduresrequireanesthesiologists toperform generalanesthesia,such as‘‘peroral endoscopicmyotomy’’. Peroralendoscopic myotomyisanovelinvasivetreatmentfortheprimarymotilitydisorderofesophagus,called esophagealachalasia.Despiteofitsminimallyinvasivefeature,therearestillcomplications duringtheprocedurewhichdeveloptocriticalconditionsandthreatpatients’lives.Hereinwe describeacaseabouttensionpneumothoraxsubsequenttoesophagealruptureduringperoral

Autorparacorrespondência.

E-mail:hiphopdance100@gmail.com(K.H.Liao).

http://dx.doi.org/10.1016/j.bjan.2015.10.008

0034-7094/©2015SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸a

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416 T.-S.Lietal.

endoscopicmyotomy.Theemergentmanagementofthecomplicationisstatedindetail.The pivotalpointsofgeneralanesthesiaforpatientsundergoingperoralendoscopicmyotomyare emphasizedanddiscussed.Also,intraoperativeandpost-operativecomplicationsmentioned byliteratureareintegrated.

©2015SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Thisisan openaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense( http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Introduc

¸ão

Naeradacirurgia gastrointestinalminimamente invasiva, muitos procedimentos, como a esofagogastroduodenosco-pia,dependemdeanestesiologistasparafornecerdiferentes graus de sedac¸ão ou anestesia. A miotomia endoscópica por via oral (MEVO)é umnovo tratamento para a acala-sia esofágica (AE), cujos ensaios clínicos renderam bons resultados.1,2 A anestesia geral geralmente oferece uma melhorcooperac¸ãoecomplacênciaquandoocirurgião mani-pula o esôfago com um endoscópio e também elimina o desconfortointestinalnoperioperatóriodevidoàinsuflac¸ão degás.Além disso, aventilac¸ãoporpressão positivacom intubac¸ão endotraqueal proporciona uma melhor mecâ-nicarespiratóriasoboaumentodapressãointra-abdominal gerado pelo gás insuflado. No entanto, complicac¸ões decorrentes da intervenc¸ão cirúrgica podem ocorrer; por exemplo, pneumotórax, enfisema mediastinal, enfi-semasubcutâneoepneumoperitônio.3,4Essascomplicac¸ões podemevoluirparacondic¸õescríticas.Nopresenteartigo, relatamosocasodeumapacientequedesenvolveu pneumo-tóraxhipertensivoduranteumaMEVOsobanestesiageral.

Relato

de

caso

Pacientedosexofemininopreviamentesaudável,56anos, 155cmdealtura, 48kgdepeso, agendadaparamiotomia endoscópica por via oral para acalasia esofágica recém--diagnosticada.Seusexameslaboratoriaisestavamnormais. Apacientefoimantidaemjejumoralde8horas.Ossinais vitais iniciais na sala de cirurgia eram pressão arterial de 151×68mmHg, com frequência cardíaca de 78bpm e

saturac¸ão de 95%. Durante a induc¸ão daanestesia geral, pré-oxigenac¸ão com 100% de oxigênio via máscara facial foi feita por 5minutos, seguida de 100mcg de fentanil, 120mg de propofol e 20mg de lidocaína por via intrave-nosa(IV). Atécnica desequênciarápida foiaplicadacom pressãocricoideapósaadministrac¸ãode35mgde rocurô-nio. A intubac¸ão endotraqueal nasal foi bem-sucedida. O pulmão foi ventilado com volume correntede 10mL.kg−1

a umataxa de 10respirac¸ões.min−1. A paciente foi

man-tidaemhemodinâmicaestávelcomsevoflurano.Apressão de platô inicial erade 21mmHg sob PEEP de 5mmHg. O endoscópiofoi então inseridonoesôfago e umtúnel sub-mucosofoicriado pormucosectomiacomdissecc¸ãoporar semcorte.Oabdomedapacienteestavacadavezmais dis-tendidoegradualmenteelevouapressãodasviasaéreas(de

21mmHgpara30mmHg)duranteasprimeiras2horasdo pro-cedimento.Ocirurgiãodesinfloueevacuouoardointestino demodoqueapressãodasviasrespiratóriasdiminuiupara 23mmHg. Naterceira hora seguinteda operac¸ão, a pres-sãodeplatôrapidamentevoltouasubir,chegoua35mmHg em 30minutos, e a dessaturac¸ão caiu de 100% para 85%, acompanhada deperdados sons darespirac¸ãodo pulmão direito e perdadomovimento daparedetorácica direita. Apercussãotorácicadireitamostrouhiperressonância.Sua veiajugularestavaingurgitada.Haviaenfisemasubcutâneo óbvionorosto,pescoc¸o,nosombrosenaparedetorácica. Apresentava taquicardia comFC de132bpme hipotensão comPAde80×55mmHg.Pneumotóraxhipertensivodireito

resultantedarupturaesofágicafoidiagnosticado imediata-mente. O anestesiologistausou descompressãoporagulha 16G via segundo espac¸ointercostal direito.A pressão das viasrespiratóriasdiminuiu para27mmHg eapressão san-guínea voltouao normalem alguns minutos.Em seguida, umtubodedrenagemtorácicafoiinseridodoladodireitoe asaturac¸ãodapacientefoirestauradaem100%.Ocirurgião completouo tratamento ea paciente foitransferida para a unidade de terapia intensiva (UTI) nofim da operac¸ão. Duas horas após a cirurgia, a paciente foi extubada com sucessona UTI.Noterceiro diadepós-operatório, a paci-ente desenvolveu mediastinite com empiema à direita e foi submetida a toracotomia para reparac¸ão esofágica e decorticac¸ãopleural.Nosdiasseguintes,suacondic¸ãoera estávelsobaadministrac¸ãodeantibióticos.Apaciente rece-beualta10diasdepois.

Discussão

Acalasia esofágica (AE) é um distúrbio da motilidade pri-mária caracterizado pelo aumento do tônus do esfíncter esofágicoinferior(EEI)efaltadeperistaltismonoesôfago.5 Nos últimos anos, a miotomia endoscópica por via oral (MEVO)temsidoumanovamodalidadeterapêutica promis-soraparaaAE.Certamente,complicac¸õesdiversasdaMEVO tambémforammencionadas.

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Pneumotóraxhipertensivodurantemiotomiaendoscópicaporviaoral 417

paramanipulac¸ão. Comparadocom o dióxidodecarbono, oarémenosabsorvívelpelacavidadepleural.Alémdisso, aventilac¸ãoporpressãopositivasobanestesiageral facili-touodesenvolvimentodepneumotórax.Esse foiomotivo daocorrênciadepneumotóraxhipertensivonessapaciente após2horasdecirurgia.Evidênciascomprovamqueousode arapresentaumataxamaiselevadadecomplicac¸ões rela-cionadas à insuflac¸ão de gás do que o uso de dióxido de carbono.3,6Renetal.3relataramtrêscasoscomdrenagem pleural nointraoperatóriopara pneumotórax no intraope-ratório resultanteda insuflac¸ão dedióxido de carbono. A pacienteque descrevemosaquié oprimeirocaso asofrer choque devido a pneumotórax hipertensivo induzido pela insuflac¸ãodearefoitratadacomdescompressãopor agu-lhaedrenagemtorácicadeemergência.Porque,àsvezes, aberturastransmuraisdoesôfagoparaomediastinopodem ocorrerporrazõescirúrgicas.7Ressaltamosaimportânciada consciênciadeumapressãoexcessivamenteelevadadasvias aéreasduranteMEVO,especialmenteseocirurgiãoescolher o ar como gás de insuflac¸ão de longa durac¸ão. Sugerimos umainsuflac¸ãomínimadointestinocomdióxidodecarbono epressãolimitadaparaminimizarovazamentodegás. Acha-dosanormaisnoexamefísico,comoadiminuic¸ãodossons respiratórios,hiperressonâncianapercussãotorácicae dis-tensãovenosajugularpodemindicaraformac¸ãode pneumo-tórax. Quandoo pneumotórax hipertensivo (pneumotórax comsinaisvitaiscomprometidos)forconsiderado,a descom-pressãoimediatadeveserfeitasemqualquerevidênciade imagemparaoresgateimediatodahemodinâmicainstável. As complicac¸õesdaMEVOnopós-operatório associadas à insuflac¸ão de gás e ao vazamento de gás via pequenas rupturas no esôfago incluem pneumotórax, pneumope-ritônio, enfisema mediastinal e enfisema subcutâneo. Um estudodetectoudiferentesgrausdeefusãopleuralno pós--operatórioeatelectasiafocalporTCtorácicaempacientes tratadosporMEVO.6Aliteraturarelataessascomplicac¸ões como comuns, mas não ameac¸adoras, e a maioria dos pacientespodese recuperarcom tratamento conservador oudrenagem.3,6-9Devemosobservar,entretanto,queessas complicac¸õessãoautolimitadasepodemdeteriorarafunc¸ão respiratória no pós-operatório em pacientes com doenc¸as pulmonares.Umacomplicac¸ãoinesperada,fibrilac¸ãoatrial, causadapelacompressãodoátrioesquerdoporhematoma esofágicosubmucoso,foirelatadaporAbdulazizetal.10

Apacientequedescrevemosaquiapresentavasintomas de plenitude epigástrica e regurgitac¸ão de alimentos não digeridosantesdacirurgia.Durante ainduc¸ão,o risco de aspirac¸ãopulmonarfoiconsiderado.Apacientefoi subme-tidaàinduc¸ãoem sequênciarápidacompressãocricoide. Essacomplicac¸ãoocorreuduranteaanestesiageralemum pacientesubmetidoàMEVOrelatadonaliteratura.11Porém, apressãocricoidepodeserdesnecessáriaapósaeliminac¸ão endoscópicapré-induc¸ãodoconteúdoesofágico.12Os anes-tesiologistas devem estar atentos a esse risco durante o períododeinduc¸ãoepreparadosparatomarasmedidasde prevenc¸ão.

Conclusão

MEVOéumanovatécnicaparatrataraacalasiaesofágicae anestesiageralégeralmentenecessária.Os anestesiologis-tasprecisamterumgrandeentendimentodascomplicac¸ões da MEVO nos períodos intra e pós-operatório, como o pneumotórax hipertensivo, e aplicar medidasimediatas e corretas.Alémdisso,devemterumconceitoclarosobreo riscodeaspirac¸ãopulmonarquandoaplicamanestesiageral aessespacientesefornecerboaprevenc¸ão.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

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