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Determinação de níveis normais de colinesterase plasmática e eritrocitária.

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Academic year: 2017

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DETERMINAÇÃO DE NÍVEIS NORMAIS DE COLINESTERASE

PLASMÁTICA E ERITROCITÁRIA

Maria Elisa Pereira Bastos de Siqueira * Nilda Alícia Gallego Gándara de Fernícola* Eustáquio Linhares Borges**

RSPUB9/421

SIQUEIRA, M. E. P. B. de et al. Determinação de níveis normais de colinesterase plasmática e eritrocitária. Rev. Saúde públ., S. Paulo, 12:340-4, 1978.

RESUMO: Foram determinados níveis de colinesterase plasmática e eritro-citária em 57 indivíduos, de idades entre 18 a 37 anos, estudantes da Universi-dade de São Paulo (Brasil), por meio de dois métodos: o de Michel, H. O. e o de Caraway, W. T. para o estabelecimento de valores médios "normais". Pelo método de Michel, foi encontrado um valor médio de 0,83 r p H / h para a colinesterase eritrocitária e de 1,11 r p H / h para a enzima do plasma. Pelo método de Caraway, foi obtido um valor de 77 U.

UNITERMOS: Colinesterase. Estudantes.

* Do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da Faculdade de Ciências Farma-cêuticas da Universidade de São Paulo — Cidade Universitária — Bloco 17 — 05568 — São Paulo, SP — Brasil.

** Do Departamento de Toxicologia da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal da Bahia — 40000 — Salvador, BA — Brasil.

I N T R O D U Ç Ã O

As colinesterases são enzimas do grupo das hidrolases que catalizam a hidrólise dos ésteres da colina. Duas enzimas têm sido designadas como colinesterases: a acetilcolina hidrolase (EC 3117) que pre-domina nos eritrócitos, neurônios, gânglios do sistema nervoso autônomo e placas motoras terminais e a acilcolina hidrolase (EC 3118) que predomina no plasma, fíga-do, neuróglias, pâncreas e paredes do tubo digestivo.2,5,13

Certas substâncias têm a propriedade de inibir estas enzimas como os inseticidas organofosforados, que tanto inibem a coli-nesterase plasmática como a eritrocitária. Devido ao vasto emprego destes compostos, grande número de pessoas estão

ocupacio-nalmente expostas, tanto na sua fase de produção como na de aplicação.

O controle laboratorial da exposição ocu-pacional é comumente realizado pela deter-minação da atividade colinesterásica no sangue dos trabalhadores, uma vez que a análise é simples e sensível, sendo empre-gada como um índice biológico satisfatório, pois sua variação é proporcional à intensi-dade e duração da exposição aos agentes anticolinesterásicos.2,4,7,12

Entre os diferentes métodos disponíveis para realizar tais determinações, escolhemos o de Michel8, por ser um método sensível

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é indispensável para a avaliação do grau de exposição do indivíduo, uma vez que a colinesterase plasmática, afetada mais rapi-damente, reflete melhor a absorção do inseticida organofosforado, sendo a sua determinação bastante significativa no início da exposição (sendo também regene-rada mais prontamente). A coliesterase eritrocitária, afetada mais tardiamente, reflete o estado de inibição da enzima do sistema nervoso, ou seja, o efeito tóxico do inseticida.6,7

A atividade da colinesterase plasmática foi também avaliada nas mesmas amostras, pelo método de Caraway3, por ser um

método rápido, simples e preciso, que po-derá ser empregado quando o laboratório não dispuser da aparelhagem necessária para a realização do método de Michel.

Os valores da atividade enzimática em pessoas não expostas apresentam ampla variação, sendo aconselhável, portanto, a determinação individual da atividade enzi-mática no exame pré-ocupacional.4,7,13,15

Este controle nem sempre é realizado e a análise de indivíduos expostos é solicitada ao laboratório, carecendo dos valores indi-viduais anteriores à exposição. Nestes casos, poderia ser usado um valor médio da ati-vidade enzimática, obtido pelo estudo de uma população não exposta ocupacional-mente aos agentes anticolinesterásicos. A escolha desta população apresenta certas dificuldades devido às variações da ativi-dade enzimática com a iativi-dade, sexo, raça, nível sócio-econômico, entre outros fa-tores.4,10,13,14

Considerando estes aspectos, procuramos, numa primeira parte, estudar atividades enzimáticas de indivíduos do mesmo grupo étnico, com estreita variação da faixa etária, sabidamente não expostos a inseticidas organofosforados.

MATERIAL E MÉTODOS

Foi estudada uma população de 57 alu-nos, que ingressou na Universidade de São Paulo no ano de 1976, de diversas

proce-dências, de ambos os sexos, com idade média de 22 anos (intervalo de 18 a 37 anos), participantes do Plano Anual de Saúde promovido pela Coordenadoria do Serviço Social (COSEAS).

Desta população foi colhida amostra de 3 a 5 ml de sangue, coletados em tubos heparinizados, sendo o plasma separado por centrifugação, tão rápido quanto pos-sível.

As determinações das atividades de coli-nesterase plasmática e eritrocitária foram realizadas paralelamente por dois métodos: o espectrofotométrico de Caraway 3 para a

avaliação da colinesterase plasmática e o de Michel8 para a determinação da

colineste-rase plasmática e eritrocitária.

RESULTADOS

A Tabela mostra os valores individuais de colinesterase plasmática e eritrocitária obtidos na população estudada, bem como os valores médios, o desvio padrão e o intervalo de confiança 95%.

A distribuição dos valores da colineste-rase obtidos pelo método de Michel, para o plasma e eritrócitos, está representada pelas Figs. 1 e 2, respectivamente, e os dos obtidos pelo método de Caraway, para o plasma, pela Fig. 3.

DISCUSSÃO

Muitos investigadores têm avaliado a atividade da colinesterase no sangue de indivíduos considerados "normais", isto é, em indivíduos não expostos a inibidores desta enzima (agentes anticolinesterásicos). Todos eles encontraram grandes variações individuais.1,4,9,10,11,15 O valor médio de

atividade enzimática para os eritrócitos, encontrados em nosso trabalho, foi próximo do citado por outros autores9,10 enquanto

que para a colinesterase plasmática, ava-liada pelo método de Michel, foi ligei-ramente superior aos citados na lite-ratura 6,9,10,11,14,e pelo método de Caraway,

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Como mostram as Figs. 1, 2 e 3, ocorreu grande variação individual da atividade enzimática na população por nós estudada, sendo maior a variação da colinesterase plasmática. As causas destas variações têm sido extensamente pesquisadas. Atual-mente, sabe-se que certos estados patoló-gicos interferem nas taxas da colinesterase, especialmente da plasmática, como: cirrose, hepatite e câncer do fígado, enfarte do miocárdio, úlcera duodenal, infecções agu-das e crônicas, toxemias da gravidez, dermatomiosites, anemia, malnutrição e caquexia.2,10,11 Outros fatores, tais como

certas substâncias, também têm sido respon-sabilizados por estas variações: os fluore-tos, citratos e oxalafluore-tos, derivados da amônea quaternária, fenotiazínicos, antibió-ticos, atropina, codeína e barbitúricos.2,11

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por nós estudada, não foi verificada dife-rença significativa nos valores da colines-terase, de acordo com o sexo, o que tam-bém foi constatado por outros autores.6,14

Deste modo, podemos avaliar a dificulda-de em estabelecer um valor médio normal da atividade enzimática, que possa ser válido para qualquer tipo de população. O clínico poderá usar este valor, quando for impossível conhecer a taxa de atividade enzimática anterior à exposição, não dei-xando ainda de levar em consideração outras possíveis causas que possam estar alterando as enzimas.

CONCLUSÕES

O valor médio encontrado na população estudada, para a colinesterase plasmática determinada pelo método de Michel, foi de 1,11 rpH/h e pelo método de Caraway, de 77 U. Para a colinesterase eritrocitária, foi de 0,83 ApH/h. Não encontramos di-ferenças significativas quanto ao sexo para a atividade de ambas as enzimas. Os mé-todos utilizados para a determinação da atividade enzimática são sensíveis e de simples execução, podendo ser empregados no controle da exposição de trabalhadores à inseticidas organofosforados.

RSPUB9/421

SIQUEIRA, M. E. P. B. de et al. [Normal levels of plasmatic and red cells cholinesterase.] Rev. Saúde públ., S. Paulo, 12:340-4, 1978.

ABSTRACT: The plasmatic and red cell cholinesterase was determined in 57 individuals aged 18-37 years, all students from the University of S. Paulo (Brazil). In order to know the normal mean values, two methods were used: Michel's and Caraway's. Through Michel's method a mean value of 0.83 r p H / h was found for red cells cholinesterase and 1.11 r p H / h for plasmatic cholines-terase. Through Caraway's method the mean value obtained was 77 U.

UNITERMS: Cholinesterase. Students.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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